Maio/2011Ano I - Ed. I
R$ 12,00
EDITORIALCaros leitores
Esta revista tem como objetivo publicar matérias relacionadas ao extinto Instituto Bíblico de
Arapongas – o IBA –, fundado pelo Pr. Palmiro Francisco de Andrade, no ano de 1970, quando um
significativo número de jovens, de vários Estados de nossa Federação, num período de intenso avivamento
espiritual, foi movido pelo Espírito Santo, e se deslocou para Arapongas, no interior do Paraná, em busca de
preparo teológico para o trabalho missionário e pastoral.
O IBA encerrou suas atividades em 1974 e alguns dos seus egressos seguiram suas vidas como
pastores ou missionários (as), em diferentes igrejas. Outros se encontram inseridos nos mais diversos
campos de atividades profissionais.
Pelo período de quase 40 anos, os ex-alunos do IBA não tiveram nenhum contato entre si, até que, em
2009, movidos por um grande desejo de se reencontrar, puderam fazê-lo, primeiro virtualmente, por meio
de uma comunidade no Orkut, depois, nos dias 1 e 2 de maio de 2010, num emocionante encontro físico, em
Arapongas, a mesma cidade, onde estudaram nos anos 70.
Durante o I Reencontro, em maio de 2010, foi lançado o projeto de escrita coletiva da história da
instituição. Sob o lema “Registrando nossas memórias, construiremos nossa história”. O livro móvel circula
pelos endereços dos escritores, até que todos os ex-alunos do IBA completem seus registros, que depois
serão publicados em um livro, que a ser lançado em 2012, no III Encontro.
Esta revista traz, em suas páginas, sete seções repletas de assuntos variados e envolventes, os quais,
com certeza, lhe proporcionarão uma leitura agradável e edificante. São elas:
Seção I - Notas e Notícias - Por onde andam e o que fazem atualmente os ex-alunos do IBA.
Seção II - Minha experiência - Relata a história do chamado missionário do Pr. Paulo Bueno Camargo e
sua passagem pelo IBA.
Seção III - Memórias do IBA - Apresenta fragmentos das histórias vividas pelos alunos e relatadas nos
fóruns da Comunidade Virtual: ALUNOS DO IBA – DÉCADA DE 70.
As seções IV, V, VI e VII apresentam, nessa ordem, entrevista e artigo especial, por dois ex-alunos do
IBA, Pr. Luiz Carlos Vicente e Pr. Silas Barbosa Dias. Um amplo relato sobre o lugar do IBA nas raízes históricas
da IPRB, escrito pelo Professor Joel R. Camargo, que fora professor no IBA, nos anos 70. E conclui com
depoimentos comoventes dos participantes do I Reencontro dos Alunos do IBA, realizado no mês de maio
de 2010, 40 anos depois.
Ficamos felizes por poder proporcionar esse conjunto de informações aos que conheceram IBA, e
vivenciaram a experiência de dele participar, e aos que não o conheceram, mas precisam saber de seu papel,
ainda que modesto, na História da Igreja no Brasil.
Vilma Ferreira Bueno
Organizadora
02
ÍNDICE
Alfredo Pereira - Funcionário do Banco Central - Brasília, DFAmélia Ribeiro - Professora Rede Pública - São José do Rio Preto, SP
Ariovaldo Cardoso de Oliveira - Prof. Rede Pública - Bragança Paulista, SP
Dulcinéia Marques - Profª., Diretora de Escola - Santana do Parnaíba, SP
James Andrade Silva - Engenheiro Civil - Brasília, DF
Lygia Maria Carlin do Prado - Profª. aposentada - Biguaçu, SC
Manoel Messias Pereira - Pastor Batista e Professor de Teologia - Buritama, SP
Mirian Lago - Professora - Maringá, PR
Noé Alcy Cruz - Diretor Unidade Saúde Pública - Vila Mariana – São Paulo, SP
Rísia dos Santos Coelho - Missionária – Santos, SP
Roberto Carlos Fernandes - Empresário Construção Civil - Milford, EUA
Rosângela Tromm - Missionária, dona de casa - Joinville, SC
Shirley Menezes - Professora - Americana, SP
Tona, Nice, Ivanilde, Pr. Luiz e Léa, Paulo e Zilma
EXPEDIENTE
Luiz Carlos VicentePastor Ministério Apascentar
Guarulhos, SP
Paulo Bueno CamargoPr. Comunidade Aliança de Amor
Capão Bonito, SP
Silas Barbosa DiasProfessor da Unifil, Pastor II IPI
Londrina, PR
Colaboradores da 1ª Ressurgir
Vilma Ferreira Bueno Professor Joel Ribeiro de Camargo
Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Seção I
Por onde andam os alunos do IBA? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Seção II
Uma vocação marcada pela história do IBA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
Seção III
Histórias do IBA - Fragmentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
Seção IV
Reflexos do IBA sobre o ministério de um ex-aluno, 40 anos depois. . . . . 09
Seção V
IBA: Sonhar os sonhos de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Seção VI
O lugar do IBA nas raízes históricas da IPRB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Seção VII
I Reencontro de alunos do IBA - maio/2010 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
A Revista Ressurgir é uma publicação comemorativa
do 1º Encontro do IBA•••
Maio/2011•••
Reportagem e edição:Vilma Ferreira Bueno
•••Revisão:
Prof. Joel CamargoVilma Ferreira Bueno
•••Fotos:
Banco de imagensdos ex-alunos do IBA
•••Capa:
Cléverson Faverzani•••
Arte e diagramação:Ariélly Bonini
•••Tiragem:
300 exemplares•••
Vilma Ferreira BuenoFones: |48| 3206.2937
|48| 9638.1603E-mails:
[email protected] e [email protected]
•••Impressão:
Aleluia Empreendimentos Gráficos Ltda.
Televendas: 0800-400-0005Fone: |43| 3172-4040
SEÇÃO I
03
POR ONDE ANDAMOS ALUNOS DO IBA?Alunos do IBA que são membros da Comunidade Virtual (Orkut).
u, Vilma Ferreira Bueno, resido em Florianópolis, SC. Fui aluna da primeira turma do IBA. Fiz parte E da caravana que saiu de Joinville
e São Francisco do Sul, SC, com o pastor Pal-miro Francisco de Andrade, em 1970, rumo a Arapongas, para estudar no IBA. Perma-neci no IBA até 1972, quando pedi transfe-rência para o Instituto Bíblico de Londrina, o ISBL, onde me formei em 1973. Retornei a Santa Catarina e segui carreira acadêmi-ca, graduando-me em Pedagogia e especi-alizando-me em Fundamentos da Educa-ção, na Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC e Mestrado na Universi-dade Federal de Santa Catarina – UFSC. De-diquei-me ao Magistério Público Estadual, tendo lecionado em várias escolas da re-de, e dando consultoria em legislação edu-cacional no órgão central da Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina. Nos últimos 10 anos, tenho atuado na área da Educação a Distância, na UDESC, SENAC, e no www.saberemergente.com.br, bem co-mo na organização dos Encontros dos Alu-nos do IBA, do projeto escrita coletiva da his-tória do IBA e da Revista Ressurgir.Contato: [email protected]: (48) 9638-1603.
Nos dias 14 e 15 de maio de 2011, Ara-pongas sediará o II Encontro de Alunos do IBA, com intensa programação. O evento ocorrerá nas dependências do Executive Ho-tel, Rua Marabu, esq. com Jacutinga, 1229, e na Igreja Presbiteriana Renovada Central, à Rua Calu, 35.
II Encontrode Alunos do IBA
Alfredo Pereira
Funcionário do Banco Central
Brasília, DF
Alvino Neves
Professor e Fazendeiro
Campina da Lagoa, PR
Alzira Ferreira Bueno
Pedagoga aposentada - Joinville, SC
Amélia Ribeiro
Professora Rede Pública
São José do Rio Preto, SP
Ariovaldo Cardoso de Oliveira
Prof. Rede Pública - Bragança Paulista, SP
Ary Pereira
Químico, farmacêutico, fazendeiro
Londrina, PR
Dejair Molina Cavalcanti
Funcionário Público - Osasco, SP
Dulcinéia Marques
Profª., Diretora de Escola
Santana do Parnaíba, SP
Eduardo Medeiros
Pastor da IPI - Londrina, PR
Elizeth Bruno do Nascimento (Tona)
Artista Plástica - Curitiba, PR
Esmael Arcas
Pastor IPI - São José dos Campos, SP
Evani Terra Logar
Profª., Consultora Educacional
Peruíbe, SP
Ivani Bessa
Profª aposentada, Rede Estadual Ensino
São Paulo, SP
Inês Arcas
Esposa do Pastor Esmael Arcas
São José dos Campos, SP
Ivenice
Pedagoga - Osasco, SP
Jacó Veras
Pastor - Araraquara, SP
Jair Andrade
Pastor - Londrina, PR
James Andrade Silva
Engenheiro Civil - Brasília, DF
João Bernardino
Professor de História - Faxinal, PR
Josias Amaral
Pastor Jubilado IPRB - Florianópolis, SC
Lygia Maria Carlin do Prado
Profª. aposentada - Biguaçu, SC
Luiz Carlos Vicente
Pastor Ministério Apascentar
Guarulhos, SP
Manoel Messias Pereira
Pastor Batista e Professor de Teologia
Buritama, SP
Mirian Lago
Professora - Maringá, PR
Nair Ribeiro
Esposa do Pr. Jair Andrade - Londrina, PR
Natanael Palazin
Pr. Jubilado da IPRB
Várzea Grande, MT
Neuza Palazin
Missionária, esposa do Pr. Natanael
Várzea Grande, MT
Noé Alcy Cruz
Diretor Unidade Saúde Pública
Vila Mariana – São Paulo, SP
Norma Veras
Pastora - Araraquara, SP
Osmar Menezes
Pastor da IPI - Pirapozinho, SP
Otávio Nascimento
Pr. da Igreja Evangélica de Língua
Portuguesa - Zurich - Suíça
Ozias Almeida (Neves)
Missionário - Campo Mourão, PR
Paulo Bueno Camargo
Pr. Comunidade Aliança de Amor
Capão Bonito, SP
Rísia dos Santos Coelho
Missionária – Santos, SP
Roberto Carlos Fernandes
Empresário Construção Civil
Milford, EUA
Ronaldo Tavares
Pastor da Comunidade El Shadday
Curitiba, PR
Rosângela Tromm
Missionária, dona de casa - Joinville, SC
Ruth Dominoni
Missionária, dona de casa - Marília, SP
Shirley Menezes
Professora - Americana, SP
Silas Barbosa Dias
Professor da Unifil, Pastor II IPI
Londrina, PR
Vilma Ferreira Bueno
Proprietária da Comunidade
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SEÇÃO IIUMA VOCAÇÃO MARCADA
PELA HISTÓRIA DO IBAPaulo Bueno de Camargo
alvez aí por volta de 1958/9, depois de ler matéria na Revista Voz Missionária (1954) sobre a vida do Rev. Orlando e Loide Bonfim, missionários presbiterianos na Missão Caiuá (MT), pela primeira T vez senti algo como que vindo de Deus e um profundo desejo de
ser como aqueles missionários, embora, aos meus 9 ou 10 anos de idade, muito pouco ou quase nada entendesse sobre o assunto. Entretanto, já ti-nha ouvido sobre a experiência do menino Samuel que vai à procura do Sa-cerdote Eli (1 Sm 3. 4-11). Um dia, falei com mamãe sobre o assunto. Disse que sentia no coração forte desejo de ser missionário e a resposta foi mais ou menos assim: “O Senhor está te chamando para o serviço dele”. Minhareação, em seguida, foi correr para o quintal de nossa casa, apanhar um ca-bo de vassoura, fazer dele um cavalinho e sair correndo sem rumo.
Minha estrada de Damascosse chamado voltou a ser muito forte quando partici-pei, em 1967, de uma cam-E panha evangelística pro-
movida pelo Ministério Palavra da Vi-da, na cidade de Londrina, no antigo Ginásio Londrinense. Lembro-me de que voltei a Sertanópolis, PR, onde re-sidia, com um profundo desejo no co-ração de servir ao Senhor. Entretanto, os anos se passaram, e o desejo aco-modou-se em mim.
Minha experiência de conversão ocorreu em um domingo, à tarde, no do dia 8 de novembro de 1969. Foi aqui que se deu o novo nascimento, minha experiência de conversão. Meu coração transbordava de ale-gria, e servir ao Senhor era tudo o que me dava prazer. Nesta ocasião já esta-va residindo em Londrina. Dias depois me lembrei das duas experiências do chamado de Deus e entendi que aque-le era o momento da confirmação da vocação cristã.
Na década de sessenta, a Igreja
Presbiteriana Independente (Presbitério de Londrina), à qual per-tencia, vivia um estado de estagnação espiri-tual. Muito entusiasmo, mas pouca experiência com a pessoa do Espírito Santo. O despertamento espi-ritual começou a chegar com um Encontro do Sínodo Meridional, no si-tio Marília, em Londrina, estando pre-sente o pastor presbiteriano Rev. Antonio Elias. O avivamento, que já es-tava acontecendo em outros recantos da Igreja Presbiteriana Independente pelo Brasil, sopra agora também em Londrina, na Terceira IPI.
Tive o privilégio de ter sido pasto-reado por alguns ilustres homens de Deus. Alguns deles foram o entusiasta Rev. João Batista Ribeiro Neto e o pio-neiro do evangelismo no norte do Pa-raná, Rev. Jonas Dias Martins, que fo-ra meu grande incentivador e discipu-lador, e o Rev. José Ferreira Filho. Ape-sar de ter estado aos pés desses expo-entes, a vocação pastoral era ainda al-go não muito claro em minha mente.
Talvez pelo medo de ter de deixar minha ambição profissional, família e certa acomodação na igreja local. Algo ainda teria de acontecer como uma espécie de confirmação.
Em dezembro de 1969 estive pre-sente no Encontro de Avivamento, na cidade de Campina da Lagoa, PR. Logo em seguida, em fevereiro de 1970, estive em outro Encontro de Avivamento, em São Francisco do Sul, SC. Estes eventos foram decisi-vos quanto à clareza do meu chama-do. Mas, muito teimoso, ainda falta-va a experiência da “lã umedecida”. Em 21 de abril de 1970, numa vigília de oração em Joinville, SC, Deus confirmou o meu chamado, quan-do tomei conhecimento da abertu-ra do Instituto Bíblico de Arapon-gas. Dias depois recebi uma carta de Rosângela Rocha dizendo que o meu nome constava na lista dos pri-meiros alunos. Aquela carta foi a “lã” que confirmava a minha ida pa-ra o seminário.
05
SEÇÃO II
inha experiência no IBA foi dentro desse espaço de tempo M quando experimen-
tava aquele antegozo espiritual. Ao conversar com minha mãe sobre a de-cisão de cursar o seminário, lembro-me de sua alegria por ver estar sendo confirmado o voto que ela havia feito a Deus quando eu ainda estava no seu ventre. Fiquei sabendo a razão e o por-quê do nome Paulo, fazendo alusão ao nome do apóstolo dos gentios.
Naqueles dias, ainda em Londri-na, o entusiasmo e a sede pelo evan-gelismo eram grandes: culto nas pra-ças, distribuição de folhetos, evange-lismo no ponto final de ônibus da li-nha no Jardim do Sol, grupo de evan-gelismo nas madrugadas, vigílias de oração, evangelização de crianças no Jardim Leonor. Por onde passava, da-va testemunho da graça de Deus so-bre a minha vida.
Depois de receber as primeiras instruções de meus pastores, agora, em Arapongas, era a vez do Rev. Pal-miro Francisco de Andrade e Rev. Alcedino Pereira (nosso querido pro-fessor de grego), trabalharem com es-te vaso de barro que precisava ser
moldado à luz das Sagradas Escri-turas e tinha muito a conhecer dos mistérios de Deus nas aulas de teolo-gia. Precisava aprender sobre as im-plicações dessa função, as exigênci-as, as incumbências de servir com boa vontade, nas instruções do após-tolo Pedro: “não por torpe ganância, mas por ânimo pronto, nem como tendo domínio sobre a herança de De-us, mas servindo de exemplo ao reba-nho”, 1Pe 5.2,3.
No IBA trilhei os primeiros passos para essa maravilhosa tarefa que ho-je exerço. E isso sob a supervisão de homens escolhidos por Deus, cheios do Espírito, cheios de sabedoria. A cada manhã, nos cultos na capela, na sala de aula, no refeitório, no alo-jamento, nas tarefas diárias, Deus ia me moldando na formação do meu caráter. Que tempo difícil do ponto de vista humano, ser tratado porDeus. As dificuldades financeiras, a liberdade vigiada, as privações, as provações quase sempre acompa-nhadas de tentações, da vontade da carne, das dúvidas, do desejo de abandonar tudo. Mas Deus estava presente sustentando, cuidando e suprindo as necessidades.
Meu deserto na Arábiauando voltei ao IBA, qua-renta, anos depois para o nosso I Reencontro, Q em maio de 2010, agora
mais velho, (mas não tão velho como os outros e outras, rsrs) que alegria (quase incontida) ao rever pessoas tão amadas que outrora foram ins-trumentos de Deus nas pequenas coi-sas, nas coisas maiores, nos peque-nos gestos. Que bom olhar para o passado e lembrar dos trotes entre os alunos, sem o Rev. Palmiro saber, e quando descobria lá iam o Eduardo e o Paulo para o “Sinédrio” dar as de-vidas explicações. Fazer as coisas es-condidas do Natanael e continuar fa-zendo, mas sendo amigo dele. Che-gar à noite, com fome, vindo do culto na Vila Aparecida e, às escondidas, entrar na cozinha e comer o pão do dia seguinte. Lembrar que, uma vez, o Ariovaldo deixou de orar de joelho em cima da sua cama porque o seu travesseiro estava cheio das meias fe-dorentas do Esmael Arcas. Lembrar dos baldes cheios de águas que eram jogados enquanto alguns alunos es-tavam sentados no “trono”. Chegar à biblioteca e ver o Lourival dormindo, apagar as luzes e continuar conver-sando no escuro e ouvir o Lourival acordando e gritando: “fiquei cego! fiquei cego!”. Lembrar que o Dilmar, com toda aquela simplicidade, era terrível nas suas vinganças para co-nosco. Tirar as agulhas do agulheiro do Tael só para vê-lo irritado. Viajar escondidos a Londrina para brincar na piscina do sítio Marília e chegar ao IBA dizendo que tinham ido fazer visita pastoral. O Tael dizia que acre-ditava. O que dizer mais daqueles di-as? O vozeirão do Alvino Neves, can-tando e tocando com o seu violão de sete bocas! Quantas outras brinca-deiras poderiam ser narradas aqui.
Fatos muito marcantes
O parêntese abertoeixei o IBA em 1972 quando nasceu a Igreja Presbiteriana
Renovada. Voltei para Londrina entendi que deixar os estudos
não era abandonar a vocação, mas um “parêntese” que Deus D estava permitindo que fosse aberto e que no tempo certo se
encerraria e voltaria à busca da formação acadêmica, tendo em vista a
clareza da vocação. Durante este “parêntese” me casei com Zilma, temos
duas filhas, Anna Paula, hoje casada com Márcio, e uma linda neta que eles
nos deram. A segunda filha, Rafaela, solteira, reside conosco. Em 1986 o
“parêntese” começou a ser fechado. Reiniciei a minha formação teológica na
Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, concluindo-a em 1990. Hoje sou
pastor metodista, pastoreando desde 1988.
Capão Bonito, SP, 5 de novembro de 2010
Pr. Paulo B. Camargo
Ah! Sobre a construção da caixa d'água, no Colégio Evangélico, lembro-me bem! Afinal eu e o Messias
éramos os "voluntários" do Pr. Palmiro para trabalhar de serventes do presbítero Ananias, o pedreiro, aquele que era da IPI da Vila Morangueira, em
Maringá. E ainda tínhamos de fazer nossas tarefas no Instituto para a nossa sobrevivência. Sem contar
que o presbítero não nos dava moleza. Tínhamos de bater a massa e ainda tomar conta dos assistentes casuais que apareciam para "ajudar" e alguns pra
tirar uma 'casquinha' de nós. Ainda tinham coragem de dizer que éramos privilegiados, pode? Rsrsrs! Mas
foi um tempo muito bom... E deixou saudades!Luiz Carlos Vicente
06
SEÇÃO III
“HISTÓRIAS DO IBA”FRAGMENTOSA construção
da caixa d´águaHei, tempo bom! Quem não se lembra da construção ou reforma da caixa d'água! Não posso esquecer que resolvi balançar na corda que levantava o balde com massa e segurei na corda e adivinha... Rsrsrs! Cicatriz na cabeça. Acho que o Natanael anotou a burrice do
garotão, He,he! Meu tempo foi pequeno no IBA,mas foi tão bom que todos os momentos nunca
saíram da minha mente.James
Talvez alguns se espantem, outros já não mais... pois já andei tecendo alguns comentários sobre meus sentimentos de
tristeza e frustrações no tempo que estava no IBA. Afinal nem tudo eram 'rosas'. Estávamos na fase final da adolescência (eu
tinha apenas 16 anos) e uma grande carência, em todos os sentidos. Certa vez, numa conversa com a Rosa, chorei minhas mágoas e falei dos meus 'complexos', pois estava me sentindo nada mais nada menos que 'o cocô da mosca que pousou no
cocô do cavalo do bandido'! Rsrsrs!Falei a ela que me sentia feia, desprezada e triste. Disse que não
gostava da minha boca, pois a achava muito grande, não gostava de minhas pernas, etc, etc. Crises de adolescente... Todos
passamos por isso e sabemos o que é... Só que nem sempre conseguimos expor isso, a não ser no "divã do analista".
Mas vamos lá: minha amiga, pra me consolar, disse: imagine, sua boba! Você já reparou no 'tamanho da boca' e na grossura
das pernas das artistas de telenovelas nas revistas? Pois sua boca e suas pernas são iguaizinhas, ou mais lindas que as delas
(TV nem existia, pelo menos pra nós)... Aquelas simples palavras elogiosas da minha querida amiga caíram como um 'bálsamo' alentador sobre a minha alma, melhorando minha autoestima e alegrando o meu espírito. Alguém ainda duvida
da importância do carinho e da força das palavras? Vilma
Nem tudo eram 'rosas'
As lutas e provas que tivemos no IBA foram proporcionaisà nossa idade. Com certeza, agora temos lutas maiores e
mais sérias, porém saberemos enfrentá-las com maturidade e paciência, graças ao bom Senhor que disse: “Sem mim
nada podeis fazer” e “Não se turbe o vosso coração” e “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” e ainda: “Estarei convosco todos os dias até a
consumação dos séculos”. Glórias a Deus!Rosângela
07
SEÇÃO III
Agora ficou mais fácil contar alguma de nossas
peripécias. O que mais me chamou a atenção, dentre
muitas, foi o que aconteceu com o Dilmar. Lembram-
se do Dilmar, um dos Neves? Pois bem. Ele morava
no quarto do Tael, Otávio e Paulo Camargo. Aí ele
teve a brilhante ideia de experimentar algo novo em
sua vida "acadêmica", sugerindo ao Tael que o
colocasse para morar em nosso quarto. Ali só tinha
gente boa, todos demasiadamente responsáveis
(rsrs). Eram o Samuel, Flávio, eu, e acho que o James.
Queria vir porque ele achava que ia nos mudar. Só
que os "vidas tortas" logo logo fizeram com que o
coitado do Dilmar já estivesse perdendo hora e
dormindo um pouco mais como todos do quarto.
Conclusão: acabou tomando umas "duras" do velho e
bom Natanael. Coisas do IBA...
Olá pessoal que gosta de escrever, vamos nos soltar
em nossas histórias, pois já se foram muitos anos e,
pelo jeito, estão latentes em nossos pensamentos.
Assim, como dizem os entendidos, quanto mais
velhos, melhores. Por exemplo, o que era mais hilário
em nosso alojamento era quando aquele bando de
rapazes tinha de lavar suas roupas, porque, no meio,
havia alguns, ou melhor, quase todos que só
conheciam sabão, água e as roupas deles! Mais
tenebroso era quando o diretor Tael saía nos
chamando, nas manhãs geladas de Arapongas. Era a
hora de deixar nossa caminha quentinha, quentinha.
Eitaaaa! Como era difícil! Com certeza devo ter sido
um dos que tirava o sono de nosso diretor. Porque,
naquela época, não tínhamos noção clara e nem um
conhecimento real de nosso próprio contexto. Mas,
graças a Deus por ter-nos dado o privilégio de
passarmos parte de nossas vidas no IBA. Hoje tenho
certeza de que o que sou é por conta desse período
de convivência, de estudos e das dificuldades
inerentes àqueles dias e de tudo que aprendemos lá.
Luiz Carlos Vicente
Enquanto isso,no dormitóriomasculino... Eu sou um sujeito metido a homem, portanto, não gosto
de chorar. Acho que choradeira é coisa de mulher. Mas, lendo suas mensagens, imaginado o tom de voz de cada um, calcu-lando os sentimentos - os sentimentos são calculáveis? - , ob-servando a riqueza espiritual que conquistaram, vivendo es-te momento lindo de reencontro, puxa vida, eu quase cho-rei. Uma lagriminha espremida parou no canto do meu olho esquerdo. Vocês são ótimos! Claro que o Senhor é quem nos deu o poder pra conquistar tudo isso, mas, lembrando o Ja-mes, neste momento sou arminiano. Sem as respostas cer-tas do nosso coração, nossas conquistas teriam sido minús-culas.
Nos tempos do IBA, eu era um bobalhão. De lá pra cá acho que melhorei um pouco. Eu não podia olhar demais pra nenhuma garota, senão os guardas percebiam e... Além disso, eu tinha minha namorada e as meninas tinham seus namorados ou apaixonados e, você sabe como é, pode-ria dar uma confusão danada. Nosso saudoso diretor era um homem brabo, igual a um jacaré, e todo mundo tinha muito medo dele! Eu achava que podia ser expulso a qual-quer momento, porque não era exatamente um cumpridor de normas. Não sei onde li que as regras existem para ser descumpridas. Hoje eu sou um rigorosíssimo observador das leis, mesmo não sendo sabatista. Afinal, em nome do avivamento, restaurou-se a Inquisição! O que me restava, então? Olhar pouco, falar menos ainda, sorrir e abaixar a ca-beça! E mudar a letra de alguns corinhos na capela, arris-cando-me a um castigo celestial terrível. Lembro-me bem daquele "De caminhão eu vou..." Como creio que Deus per-doou todos os meus pecados, perdoou esse também.
Uma vez um colega - vê se você lembra, Luís, eu esqueci - estava numa sala de aula na agradável tarefa de beijar a sua namoradinha. Um dos “guardas” viu. O carinhoso casal foi expulso! Hoje seria homenageado! As coisas mudam. Nós também mudamos. Só o nosso amor uns pelos outros não mudou. Porque Deus é amor e Deus não muda! E o nos-so amor nasceu do coração de Deus! Vocês falam coisas que mexem com o coração da gente. Mas, como a Vilma é a nos-sa anfitriã (tá certo falar assim?), sugiro a ela, sobre o pre-tendido encontro em Arapongas: quem não puder ir, seja de antemão perdoado; quem for, coloque o nome no peito, à moda dos aeroportos, pra todo mundo ficar sabendo quem é quem. AFINAL, DEPOIS DESSES TRINTA E SETE ANINHOS, ESTAMOS MUITO MAIS BONITOS E CHARMOSOS! Não é mesmo? Ariovaldo.
E quem disse quehomem não chora!!!
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SEÇÃO III
Querido amigo e irmão em Cristo, Ariovaldo. Li o que você escreveu, e achei muito bonito. É verdade
que essas lembranças emocionam e trazem saudades. Eu me lembro bem de você. Sentávamos perto, no refeitório na hora do almoço, próximos à
janela, no fim da mesa. Eu dizia que estava com frio, e pedia para fechar a janela. Você dizia: frio é psicológico e não me atendia. Eu me lembro bem
de suas risadinhas como se fosse hoje, você abaixava um pouco a cabeça e sorria tirando
'palha' da gente! Rrsrs! Que saudades! Foi muito bom ter conhecido você e ter tido a oportunidade
de conviver aqueles tempos com você, meu amigo! Que o Senhor o abençoe! Tenho muitas
lembranças agradáveis dos dias de IBA. Quem das meninas não se lembra das escalas para lavar a louça? Era divertido pois, enquanto lavávamos,
também cantávamos em duetos e quartetos. Era muito legal. Rosângela
Quando saímos do Colégio Evangélico e as moças foram morar em uma casa, foi instalada uma
lâmpada na cabeceira de cada cama, para aquecer no frio que era de tremer. Colocávamos lâmpada de 100 watts. Vivíamos com tão pouco dinheiro que "nem dava para contar". Um dia, procurei minha blusa de educação física (filha
única) e sabe onde estava? A Neth Kantack havia enrolado a blusa na lâmpada da cama dela.
Resultado: virou churrasco! Mas ela me comprou outra! Rsrs! Risia
Docesrecordações...
E eu vivia pensando que só eu não cumpria as regras... Rsrs! Coisas de estudantes! Aproveitando o tempo me lembro da amada Agda, gente fina toda vida, mas na época meio que mandona. Lembro-me
de uma parada que tivemos no saguão do dormitório masculino. A gente discutiu e dei uma rasteira nela e
acabei derrubando-a e à Evani de pernas pro ar... Rssss! Foi um barato! Mas, na hora, ela queria me trucidar! Rsrsr! Meninas, desculpem, mas foi muito
hilário! Saudades de vocês! Noé
A memória está bem fraquinha... Quase nem me reconheci a mim mesmo! Rrsrs! Brincadeirinha! Consigo identificar o
famoso professor de Português... Hihihi, esqueci o nome dele! Mas o Bereta, é esse de bigode? Acho que sim! O
Ronaldo, que figura! Sorriso manhoso! Gostava dele... E aqueles dois que moravam juntos, amigos inseparáveis dos livros polêmicos... Tuiuti... Será que é assim? E os amigos lá do interiorzão... Se não me engano eram parentes, primos, irmãos... Sérios! Há... o Flávio... me lembro bem! Será que
vocês poderiam me ajudar a lembrar seus nomes? Das meninas me lembro de algumas: Rosângela... Vilma...
Rísia... Amélia... Marlene, Dulcinéia. Seria muito interessante encontrar esse pessoal... Quem sabe! Roberto
Depois de um tempo afastada do convívio dos amados, hoje retorno pra compartilhar as delícias que Deus nos
proporciona. Fiquei muito feliz em ler todas as falas de vcs. Vi-me lá em Arapongas, no Colégio, no pátio, na cozinha
lavando as louças, vendo os meninos na janela. Os alunos do período noturno. Tia Rosa, supervisionando o Alvino, o
Gérson e cia que estavam fazendo o tão delicioso pão. Parece que sinto ainda o gosto do mingau, que às vezes faço aqui em casa para relembrar. Tempo maravilhoso!
Deus esteve sempre do nosso lado! Lembro-me também dos cultos na praça. Os trabalhos realizados nas madrugadas em Londrina, ganhando almas para Cristo. Hoje estamos
em outras circunstâncias, porém com muito mais experiências, com famílias formadas, vida profissional
realizada, graças ao nosso Deus que é maravilhoso! Enfim, minha memória também está falhando, mas isso não
importa. Vivemos ali os melhores momentos de nossas vidas. Dulcinéia
Revendo fotos
Tempo maravilhoso
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SEÇÃO IV
REFLEXOS DO IBA SOBRE O MINISTÉRIODE UM EX-ALUNO, 40 ANOS DEPOIS
1. A confirmação do seu chamado para o ministé-rio aconteceu antes ou depois do seu ingresso no IBA?
R. A confirmação do meu chamado deu-se antes de vir para o IBA. Em 1970, no início do ano letivo, um grupo de alunos esteve em Bauru, SP, divulgando o IBA, participando do louvor, e conclamando jo-vens que tinham um chamado a responder sim. Deus tocou fortemente no meu coração e me dis-pus a ir para o Seminário. Como não tinha condi-ções de me manter, pois minha família era muito humilde e eram membros da Igreja Presbiteriana do Brasil, o Senhor Deus levantou uma família pa-ra me sustentar nos estudos. Dessa forma, pude ir, naquele ano, para Arapongas. Mas, ao chegar, as aulas já haviam começado. Então, o Pastor Pal
miro me falou: “Luiz, se você foi verdadeiramente chamado por Deus, vá para casa e volte no próxi-mo ano e terá sua vaga garantida”. Assim, em 1971, matriculei-me regularmente naquela Casa de Profetas, fiz meus estudos e tive minha vida transformada.
2. Você saiu do IBA direto para algum campo minis-terial?
R. Quando saí do Seminário, não fui de imediato pa-ra o campo. Por necessidade de minha família, ti-ve de trabalhar fora do ministério. Mas voltei pa-ra minha Igreja, em minha cidade, que passou a ser uma nova Igreja, um ministério novo. O aviva-mento havia se instalado nas Igrejas, provocando divisões e nascimento de novas denominações.
Entrevista com Luiz Carlos Vicente – ex-aluno do IBA, atualmente Pastor Auxiliar da Igreja do Ministério Apascentar de Guarulhos, São Paulo.
Então, fui ajudar no fortalecimento dessa nova Igre-ja. Interessante que o que assimilara no IBA me le-vou a trabalhar na área de vendas, viajando por mu-itos lugares deste País, por mais de 30 anos.
3. Que importância tiveram os estudos realizados no IBA para o seu ministério, no passado e no pre-sente?
R. Como já expus, venho de uma família humilde. Éramos seis irmãos. Por minha conta não teria condições de conseguir acesso a coisas melhores, pois aprendera com meu pai que o trabalho era primordial e que estudo era para quem tivesse condições, e nós não tínhamos. Aí o Senhor bra-dou em minha vida. Costumo dizer que Deus me deu uma oportunidade única de poder sair da-quela situação. E a agarrei com unhas e dentes e fui para o Seminário. Tudo para mim era novo! Longe de casa, do convívio com minha família, dos irmãos amados da Igreja, dos amigos, mas era preciso desfrutar do novo que Deus estava me dando. Aprendi muito, cresci como ser humano. Jovem ainda, mas com uma vontade louca de ser alguém, completamente diferente daquela vida que haviam achado que eu deveria viver lá na mi-nha pacata cidade.
No IBA, tive acesso a informações, li muitos li-vros, conheci pessoas e lugares e, por conta de tu-do o que passei em três anos de internato, cresci e saí preparado para enfrentar a dureza e a compe-titividade do mundo. Se hoje consegui chegar aon-de estou é porque foi de fundamental importân-cia a minha estada naquela casa de Profetas. Di-ria mais. Houve em minha vida um divisor de águas: o período antes do IBA e o pós-IBA. No pas-sado, com o aprendizado que obtive no Seminá
rio, estava preparado para enfrentar a vida e is-so me trouxe firmeza e convicção em meus princí-pios. E, no presente, a cultura assimilada em três anos de busca de conhecimento, tanto acadêmico quanto espiritual, me fez um homem mais come-dido e mais interessado em ser aquilo que Deus quer que eu seja, em fazer com segurança a von-tade do Pai.
4. Em que aspectos o que aprendera no IBA ajudou a dar conta dos problemas vividos no cotidiano da vida pastoral, na atualidade?
R. Primeiro, faço parte de uma geração que foi mar-cada pelo “fogo do avivamento” e o que aprende-mos não foi retirado de nenhum livro ou de um en-saio acadêmico, mas do verdadeiro fogo do altar de Deus. Aprendi no decorrer da minha vida que, como seres humanos, pode até acontecer de que-brarmos algumas regras impostas pelo homem, mas não podemos jamais quebrar os princípios de Deus. Por exemplo: “Deus é o mesmo ontem hoje e será eternamente”. Outro princípio, cuja quebra pode trazer consequências drásticas é a obediên-cia. “Deus não quer que concordemos com Ele, e sim que o obedeçamos”. Tenho descoberto que o que era difícil de aceitar ou entender naquela épo-ca, por já ter passado por determinadas situações lá atrás, torna-se mais fácil agora. A evolução na-tural das coisas não mexe com a essência de nos-so Deus, que continua o mesmo. Os valores huma-nos estão sendo mudados, mas os princípios divi-nos são imutáveis, e Ele haverá de completar a boa obra que começou em nós.
5. Relate algum momento ou evento marcante em seu ministério.
R. Depois de 30 anos de formação no IBA, no final de 2003, estava morando do Sul de Minas Gerais, ha-via concluído mais um curso na área de preparação missionária em nossa Igreja e percebi que Deus es-
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A confirmaçãodo meu chamado
deu-se antesde vir para o IBA.
“Deus é o mesmoontem hoje e será
eternamente”.
SEÇÃO IV
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o seu Filho unigênito, para que todo aquele que Nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16.
8. Uma frase. R. “Tudo posso naquele que me fortalece”. Paulo nos
ensina isso em uma de suas Cartas. E, nos mo-mentos mais difíceis, foi o que me manteve firme diante do Pai, dando-me vitórias.
9. O que você diria aos jovens que desejam prepa-rar-se para o ministério, atualmente?
R. Por causa da evolução da humanidade e das mu-danças constantes do ser humano, posso repetir as palavras do apóstolo Paulo, a respeito do novo pastor, seja jovem, ou seja de qualquer idade: “Aquele que almeja o episcopado, excelente obra almeja”... Que haja da parte do servo de Deus a disposição em ser manso e humilde como o nosso Mestre o foi, e viver mais a essência do Evange-lho. O mundo moderno busca o retorno à espiri-tualidade. Ser cristão em nossos dias é viver as ver-dades da palavra de Deus e, se for preciso, você fa-la, mas essencialmente você tem de viver. Evan-gelho é vida e vida abundante. Cuidar do rebanho do Senhor é saber que, como Davi, você terá de matar um leão ou urso por dia, ou de cada vez, e estar pronto para os “tapinhas nas costas” e as crí-ticas duras, ou não. Depois de tantos anos, tenho aprendido que críticas são críticas, construtivas ou não, e devemos aprender que elas, boas ou más, nos movem para o alvo que é Jesus, “autor e consumador da nossa fé.”
Luiz Carlos VicenteGuarulhos, fevereiro de 2011
tava me levando para fazer Missões Transcultu-rais. Mas o diretor de Missões me enviou para Gu-arulhos, na Grande São Paulo. Fui pastorear a pri-meira Igreja, como pastor titular. Fiquei à frente desse trabalho por três anos, quando a igreja veio a ser fechada. E fiquei sete meses sem ministério. Várias ovelhas me procuraram, perguntando-me se eu iria abrir uma nova igreja. Respondi que não, pois entendia que Deus não me havia trazido para uma cidade grande para abrir mais um Mi-nistério. Foram tempos difíceis. Mas senti Deus me falando com muita clareza, e eu não tive dúvi-das de que Ele estava preparando o melhor para mim e minha família. Em agosto de 2007 vim para o Ministério Apascentar e, desde então, o Senhor tem-me honrado e feito cumprir em minha vida a sua palavra que diz: “eu o tiro do monturo e o faço sentar-se a mesa com os príncipes”.
6. Qual é seu maior sonho?R. Deus tem me permitido realizar muitos deles, e o
que mais me enche de alegria é o fato de ter resta-urado meu ministério, minha família e ter-me da-do a honra de trabalhar de forma integral na sua obra. Mas, como não sou perfeito, ainda tenho um, que é conseguir escrever um livro para poder passar às pessoas aquilo que Deus permitiu que eu vivesse. Ah! Por sinal já tem até nome... Mas is-to é outra história.
7. Qual é a passagem bíblica chave em sua vida?R. Quando me converti ao Senhor, na década de 60,
Deus falou ao meu coração e fala até hoje de seu grande amor por mim e por você que está lendo es-tas palavras. Está no Evangelho de João e diz: “Por-que Deus amou o mundo de tal maneira; que deu
SEÇÃO IV
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IBA: SONHAROS SONHOSDE DEUS
medida que a complexidade da vida humana au-menta, aumenta também a necessidade de sabe-À doria para se viver.
As mudanças do mundo atual exigem que repense-mos nossos valores. A igreja de Cristo precisa abrir-se aos planos e aos projetos de Deus. Abrir em sua vida avenidas de gratidão e celebração para receber e experimentar, de forma comprometida, os sonhos de Deus.
Através de toda a história bíblica, Deus abriu um cor-redor de sonhos, planos e projetos transformadores que transfiguravam a plena luz de seu amor, graça e miseri-córdia. Ele mesmo plantou sonhos no coração humano, fertilizando as imaginações de esperança de um tempo de luz ilimitada: o Reino de Deus.
Comecemos com essa ideia: Deus nos criou com a ha-bilidade de sonhar, e mais, de realizar estes sonhos no po-der do Espírito Santo.
Deus chamou Abraão para um propósito. Um projeto que tinha a ver com toda a humanidade. Era o sonho divi-no sendo colocado em ação.
José do Egito entrou de tal maneira no corredor dos so-nhos de Deus, que foi chamado pelos irmãos de “sonha-dor”. O fato é que seus sonhos se tornaram realidade. Gi-deão assustou-se com as dimensões dos sonhos de Deus. No primeiro momento, resistiu. Depois, no entanto, abra-çou com tanta paixão o projeto, que hoje o nome Gideão é um símbolo de coragem, liderança e êxito.
No corredor dos sonhos, Davi tornou-se fiel à sua gera-ção. Ele foi fiel na oração e na obediência. Sua vida, mes-mo com tantas falhas e fracassos, expressou adoração e o desejo de realizar os sonhos do Senhor. Por isso foi cha-mado de “o homem segundo o coração de Deus".
Poderíamos ainda falar de Maria, de José, de Simeão, da profetisa Ana, de Paulo. Todos entraram no corredor dos sonhos divinos.
Falar de sonhos é falar de possibilidades incríveis. Os
sonhos são plataformas de lançamento, ponto de par-tida na pista da carreira da vida. Sonhar dentro da vonta-de de Deus é a grande largada em direção à bandeirada da vitória. Ouvir os desejos do coração de Deus é um cha-mado para fazer decolar a imaginação.
No entanto, os sonhos não nascem na passividade, nunca se fertilizam nos solos das desculpas, nem nos jar-dins da indolência.
Não basta sonhar, é preciso sonhar os sonhos que vêm de Deus. São esses os que dão força para cada passo na ca-minhada. Eles tornam-se o combustível dos aventureiros que resistem ao desânimo e ao encalhe espiritual. Não ga-rantem aonde vamos chegar com 100% de certeza, mas nos asseguram que não vamos continuar onde estamos. Sentados no trono do conformismo.
Na década de 70, vimos jovens, muitos ainda adoles-centes, sendo fertilizados pelos sonhos de Deus. Sonhos que geraram possibilidades incríveis ao longo da vida.
Depois de quatro décadas, realidades vividas, diante de memórias e testemunhos, uma gratidão flui de dentro de mulheres e homens maduros, por momentos inesque-cíveis em Arapongas, onde descobriram que estudar teo-logia é um falar de Deus, em Sua presença e para a Sua Glória.
Ser contado entre os sonhadores, como José, é um pri-vilégio dos filhos de Deus.
Vamos juntos, como OS CHAMADOS PARA ESTE TEMPO, compreender os planos do Autor da Vida para es-ta geração. Enquanto cada um daqueles que viveram as maravilhas dos sonhos de Deus na década de 70 estiver nesta terra, há ainda algo a fazer.
Deus é fiel. Que nossa resposta seja de entrega e dese-jo de realizar em nossas vidas os planos e os projetos da-quele que um dia nos chamou das trevas para a Sua mara-vilhosa luz.
Londrina, 01 de março de 2011
“Vem lá, o tal sonhador”. Gênesis 37:19
Silas Barbosa Dias
SEÇÃO V
Pr. Silas e colegas
1 Bartleman, F. A História do Avivamento. Azusa. 2ª ed. Americana: Worship Produções, 1981, p. 26.2 Habacuque, 3: 2.3
Souza, M. Q. de. A IPI do Brasil, o avivamento e o pentecostalismo. In Cadernos de O Estandarte. 2º Caderno do Centenário. São Paulo: Editora Pendão Real, janeiro de 2003, p. 29.
4 César, E. M. L. História da Evangelização do Brasil. Dos Jesuítas ao neopentecostais. Viçosa: Ultimato, 2000, p. 157.5
O Supremo Concílio que se definiu sobre a situação dos avivados fora realizado em Brasília em janeiro de 1972. A organização da IPIR viria a concretizar-se em julho daquele ano.
6Lima, É. F. S. A IPI do Brasil e o pentecostalismo na década de 50. In: Cadernos de O Estandarte. 1º Caderno do Centenário. São Paulo: Editora Pendão Real, julho de 2002, pp. 42-59.
ara se alinhavar algo sobre a história do Insti-tuto Bíblico de Arapongas, instituição que atu-ou de 1970 a 1974, talvez seja necessário inici-P almente propor um conceito de avivamento e
relembrar as razões das origens da Igreja Presbiteriana Re-novada. A seguir, verificar quem foi seu fundador e dire-tor, apontando traços da ação do Rev. Palmiro Francisco de Andrade, homem que esteve no centro desses aconte-cimentos. E, por fim, tentar recordar um pouco do ambi-ente espiritual que permeou essa escola e assim poder pensar na sua importância como formadora de homens e mulheres que, vocacionados, foram ali preparados para a tarefa ministerial.
O avivamento espiritual, conquanto tenha aspectos concretos que podem ser vistos pela história, sociologia e teologia, também é a vivência de experiências pes-soais inexplicáveis. Quem tentou descrevê-lo não fu-giu de termos como reuniões maravilhosas, convic-ções pessoais, fogueira, pentecostes, unção, glória... Evan Roberts foi mais longe: “O avivamento no País de
1Gales não vem dos homens: é obra de Deus” . Vendo-o assim, da mesma forma como ocorreu em outros paí-ses que tiveram o privilégio de experimentá-lo, tam-bém chegou ao Brasil. Somos a geração que testemu-nhou sua eclosão, como um presente de Deus, uma res-posta dos céus a muitos clamores e angustiosas ora
ções, na forma como rogava o profeta Habacuque: 2“Aviva, Senhor, a tua obra” .
Avivamento que veio chocar-se, na década de 60 do sé-culo XX, com um processo de secularização presente em alguns meios teológicos, e que era aplaudido como “alta-mente positivo para a desmitificação da religiosidade alie-
3nante...” Ao finalizar obra na qual relata a chegada do movimento pentecostal ao Brasil, no século XX, conclui o historiador e pastor presbiteriano Elben César: “Não se pode negar a redescoberta da pessoa e obra do Espírito nesse século pentecostal. Isto procede do Senhor, não se
4tenha dúvida.” É nesse tempo e nesse ambiente espiritual que nasce
a Igreja Presbiteriana Renovada Independente, a IPIR, de-5pois de meses muito tensos para os que aceitaram o avi-
vamento, quando dezenas de pastores e presbíteros fo-ram despojados de suas funções. A IPIR não foi resultado de decisões de um líder, nem de um projeto, e muito me-nos do acaso, mas de uma ação que tinha de ser tomada para agasalhar espiritualmente os que se achavam deso-rientados diante de um quadro conflituoso. Historica-mente, ela é fruto de um processo de pregação do aviva-
6mento , de busca de uma igreja santificada, de um desejo profundo de conhecer mais a Palavra de Deus, de expan-dir a obra missionária, de servir mais a Jesus e, sobretudo, de viver plenamente a vontade do Senhor para sua Igreja.
O LUGAR DO IBANAS RAÍZESHISTÓRICASDA IPRB
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SEÇÃO VI
Professor Joel e Vilma Ferreira no 1º Encontro do IBA
Prof. Joel Ribeiro de Camargo
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uas fontes recentes podem oferecer preciosos subsídios. Comemorando, em 2010, os 35 anos de existência da Igreja, D fora editada a obra A IPRB na virada do
7milênio, do Pr. Advanir Alves Ferreira , seu presidente. A obra faz amplo relato com destaque aos seus últimos dez anos de atividades, com introduções históricas. E, mais especificamente, um trabalho científico que aborda esse início da obra de avivamento, o artigo "Conflitos no campo protestante: o movimento carismático e o surgimento da Igreja Presbiteriana
8Renovada (1965-1975)". Trata-se de amplo e bem documentado texto, presente na edição
de setembro de 2010 da Revista Brasileira de História das Religiões. Seu autor, o professor Sérgio Gini, da Universidade Estadual de Maringá, doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná, pastor da IPI, discorre sobre a origem Igreja Presbiteriana Independente Renovada, a IPIR. Com 43 páginas, inicia-se fazendo referência aos principais cismas no meio protestante brasileiro. Nos prolegômenos, destaca o afloramento do avivamento na IPI. Segundo ele, esse movimento cria uma tensão doutrinária interna que resultaria em medidas administrativas, vindo, no início dos anos 70, a dar
9origem à IPIR.
Raízes históricas
7 O livro-relatório fora organizado pelo Pr. Émerson Garcia Dutra, tem 319 páginas e fora editado em 2010 pela Ed. Aleluia.8 Disponível em: http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf7/08.pdf9 O texto traz depoimentos e informações sobre a atuação de pastores como Azor Etz Rodrigues, Abel Amaral Camargo, Palmiro
de Andrade, Jobel Cândido Venceslau, Jamil Josepetti, José Zaponi, Jonathan Ferreira dos Santos e outros. Refere-se à origem do Jornal Aleluia, ao Instituto Bíblico de Arapongas, o IBA, à reunião do sítio Marília, à reunião do Supremo Concílio da IPI, realizado em Brasília, em 1972, que se posicionou de forma final sobre a não permanência dos avivados na Igreja.
10 Palmiro Francisco de Andrade nasceu em Biguaçu, SC, aos 11/10/1924 e faleceu em Cianorte, PR., em 01/06/1991.
Um homem, um líder história do IBA não poderia ser descrita sem que conhecêssemos, primeiramente, um ho-mem chamado Palmiro Francisco de Andra-
10A de. Quem esteve na famosa reunião do Sítio Marília pode fazer constar isso em seu currículo. Algo inu-sitado aconteceu ali. O local, a rodovia que liga Cambé a Londrina, em frente à empresa Cacique de Café Solúvel. Instalações rústicas. Manhã fria do dia 5 de julho de 1968. Ali está reunido um concílio da maior importância: o Síno-do Meridional da IPI.
O despertamento espiritual já havia alcançado algu-mas igrejas no meio presbiteriano independente nos Esta-dos do Paraná, São Paulo e Minas e isso inquietava sua li-derança, que passara a tomar posições. A missão de seu presidente, o Rev. Palmiro de Francisco de Andrade, pas-tor em Joinville, SC, não era outra senão a de colocar um ponto-final na questão em sua área administrativa. E ele vinha plenamente decidido a resolver o "problema".
Entretanto, diz o refrão popular: “o homem põe eDeus dispõe”. Para falar aos ministros, fora convidado o Rev. Antônio Elias, pastor presbiteriano, de Niterói, RJ, co-nhecido avivalista, que discorreu sobre 'A doutrina do
Espírito Santo'. Ao final, o inesperado: o evento pro-duzira efeito contrário ao que se previa. E, entre outros, o Rev. Palmiro teve uma experiência espiritual marcante e fora batizado com o Espírito Santo. Agora, ao voltar para Joinville levava a chama pentecostal que iria definir sua história dali para frente.
Com dois cursos superiores - teologia e história - vasta experiência ministerial e pedagógica, conferen-cista, de muita autoridade na Palavra, professor em fa-culdade de sua cidade, 44 anos, dotado de personali-dade forte, esse foi um dos valentes que Deus levan-tou, nessa época, para iniciar uma obra que culminaria no cumprimento de Sua vontade para nosso país. E o revestiu de uma firmeza muito grande para poder en-frentar as turbulências que os próximos anos lhe re-servariam.
Pelo menos sete trabalhos se destacam em sua bio-grafia: fora pastor na IPI até 21/05/1972, um dos funda-dores do Jornal Aleluia, fundou e foi diretor do IBA, parti-cipou da organização da IPIR, fundou e pastoreou a IPR de Arapongas, pastoreou a IPR de Curitiba (hoje 1ª IPR) e en-cerrou sua carreira como diretor do Seminário Presbiteri
SEÇÃO VI
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ano Renovado de Cianorte, PR, depois de dedicar 19 anos à Renovada.
Residindo em Arapongas, PR, desde 1970, embora não fosse pastor da igreja local, O Rev. Palmiro, quando diretor do IBA, passou a ser conhecido pelos membros pela sua espiritualidade e mansidão. Viam nele um homem temente a Deus e cheio do Espírito. Passaram a amá-lo e, aos poucos, sua liderança foi-se impondo. Muitos lares se abriram para a oração. O grupo avivado crescia não só em Arapongas, mas também em cidades vizinhas como Apucarana, Maringá, Paranavaí, Campo Mourão, Assis e Cianorte.
No começo de 1972 o Presbitério designou o Rev.
Palmiro para assumir a IPI local. A oposição aos líderes
avivados, que já era grande, avultou-se ainda mais.
Por isso, escudado em decisões do Supremo Concílio,
no dia 21 de maio de 1972, o Presbitério, reunido em
Maringá, PR, despojou, entre outros, o pastor Palmiro
de seus direitos eclesiásticos, afastando-o do
pastorado, e dissolveu o Conselho de Arapongas.
Ferido o pastor, as ovelhas procuraram um novo local
para suas reuniões. Era o começo da futura Renovada
em Arapongas.
Uma escola, um propósitouncionava desde 1962, nas dependências do Colégio Evangélico de Arapongas, PR, o Instituto Bíblico João Calvino, o IBJC, escola F de teologia fundada e dirigida pelo Rev.
Antonio de Godoi Sobrinho. Em 1969, havendo con-flitos com a Igreja local, seu diretor demitiu-se e a Fundação Eduardo Carlos Pereira, entidade que admi-nistrava o IBJC, nomeou, no dia 25 de fevereiro de 1970, para seu lugar, o Rev. Palmiro de Andrade, que de imediato se transfere de Joinville, SC, para Ara-pongas, no começo de 1970, e se apresenta para assu-mir a direção da escola. O ex-diretor, alegando que o nome “IBJC” era um patrimônio da família, não con-sentiu no seu uso e ele foi extinto. Em seu lugar, o Rev. Palmiro criou, no dia 03 de maio de 1970, o IBA, Instituto Bíblico de Arapongas, com novos currículos,
12novos métodos de trabalho e novos professores.
Nascia assim, ainda pertencente à IPI, um novo Instituto Bíblico, funcionando nas dependências cedi-das pela igreja local, agora, porém, chamado de Insti-tuto Bíblico de Arapongas – o IBA. Ter uma instituição para formar pastores na linha do movimento de reno-vação foi, sem dúvida, uma grande porta para a solidi-ficação da futura igreja, que viria a ser organizada dois anos depois.
Numa mesma escola, alunos de posições diferentes agora compartilhavam salas de aulas, refeitório e o in-ternato. Entre os que não queriam nem saber de aviva-mento estava o Otávio Nascimento. Línguas? Curas? Pro-fecias? Isso não era com ele. Um rapaz forte, inteligente, de firmes convicções. Os meses se passaram. Os alunos, nos finais de semana, faziam escalas de serviço e treina-mento nas igrejas da região. Otávio ia regularmente pa-ra Apucarana. Lá dava assistência a um grupo que acei-tara o avivamento, mas ele, sempre na sua. Um final de semana, o grupo teria uma vigília. Estavam orando, quando, de repente, o Otávio fora batizado com o Espíri-to Santo! E falou línguas até o amanhecer. No outro dia, um domingo, não pôde pregar, não só pelo esgotamen-to físico, mas porque, se abrisse a boca, só falava em lín-guas. Ficou hospedado na casa de uma irmã por doisdias. Achando-se melhor, foi até a rodoviária. Mas o fun-cionário não entendeu nada do que queria, porque o Otávio ainda estava embriagado pelo Espírito e não per-cebia que estava falando em línguas...
Hoje, quem é o Otávio? Depois de pastorear igrejas renovadas por cerca de vinte anos no Brasil, foi para aSuíça. Reside em Zurique e, além de pastor local, preside uma federação de Igrejas Cristãs de Língua Portuguesa.
13Sua experiência está em seu livro autobiográfico.
11 Em Cianorte, em 1968, um grupo se desligara da IPB. Sob liderança do Pr. Jonathan F. Santos, fora fundada a Igreja Cristã Presbiteriana. O trabalho expandiu-se, organizou-se um Presbitério e um Instituto Bíblico.
12 O Rev. Silas Barbosa Dias, ex-aluno, registrou no Orkut: “Em 1970, eu tinha uma caderneta onde anotava os fatos mais marcantes do dia. No dia 06 de maio, tivemos nossa primeira aula, há exatamente 40 anos. O IBA foi instituído no dia 03 de maio de 1970. No dia 04, houve um culto, quando pregou o pastor Abel Amaral Camargo. No dia 05, outro culto, e pregou o pastor Matias Quintela de Souza. Finalmente, no dia 06, a aula.”
13 Nascimento, O. R. do. Resistindo às provas e crescendo na fé. Arapongas: Aleluia, 1999.
SEÇÃO VI
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SEÇÃO VI
A formação,os resultados
ssim, o IBA foi trabalhando. Chega, porém, o
ano de 1972, quando a IPIR fora organizada em
Assis, SP. O Pr. Palmiro fora eleito seu presiden-
te. Era natural que o IBA tivesse de deixar as de-Apendências do Colégio Evangélico. Fora alugado um hotel
na cidade, o Hotel Jaú (hoje Hotel Prado), situado na Rua Ma-
rabu, 229, que serviu de internato e de residência para o Pas-
tor Palmiro. Uma ampla cozinha era liderada por dona Rosa Pa-
ula Lima, carinhosamente chamada de Tia Rosa pelos alunos. E
um salão, na Rua Tico-Tico, 499, que havia sido uma antiga ofi-
cina mecânica, reformado, era agora o local para as aulas. Oficialmente, o IBA fora instalado na IPIR no dia 8 de
agosto de 1972, com 36 alunos. Um culto de ação de graças
pela instalação fora realizado no dia 16 do mesmo mês, es-
tando presentes a diretoria da IPIR e o prefeito de Arapon-
gas, Sr. Sadao Yokomizo. Houve a posse da diretoria do IBA:
diretor pastor Palmiro Francisco de Andrade, tesoureiro Dr. 14Severo Franco e secretário Paulo Gomes.
Nesse novo lar, o IBA formou admiráveis alunos, gente de
fibra espiritual, de oração, que faziam evangelismo nas ruas,
nas cadeias, que no louvor vibravam como se estivessem vi-
vendo num paraíso, pisando em nuvens. Jovens – moços e mo-
ças – que sabiam com muita segurança de seu chamado. E o
resultado foi uma plêiade de pastores que serviram e ainda
servem com total integridade aos propósitos do reino de Deus. À noite e nos fins de semana, o salão da Rua Tico-Tico rece-
bia o grupo avivado de Arapongas para seus cultos. Nesse lo-
cal houve lindas conversões, muitos restauraram sua vida es-
piritual, casais se reconciliaram e houve também um eficiente
trabalho de libertação que beneficiou a muitos. Era o núcleo
inicial da igreja local que veio a ser organizada em 12 de no-
vembro de 1972.
Missão cumprida IBA formou três turmas. A de 1972,
15com 13 alunos ; a segunda, no final
de 1973, com 14 alunos, e a última, O em 74 com três: Nair Ribeiro,
Raimundo Wilson e João Souza Matos. Em 1974, mais de 26 jovens já estavam
atuando no sagrado ministério: Alvino de Paula
Neves, João Bernardino, Jérson de Paula Neves,
Natanael A. Palazin, Ronaldo Tavares, Daniel de
Almeida, Francisco da Silva, Jair de Andrade,
Ariovaldo Cardoso, Manoel Messias, Otávio
Nascimento, Esmael Arcas, Dilmar de Paula Neves
e as missionárias: Agda Batistela, Mariza Maciel e 16Rísia Maria da Costa.
Então chegou o tempo em que IPIR e ICP
(Igreja Cristã Presbiteriana) uniram-se, formando
a IPRB, Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil.
Depois de vários meses de aproximação e de
reuniões de trabalho, numa inesquecível
assembleia, realizada em Maringá, no dia 8 de
janeiro de 1975, as duas igrejas deram-se as
mãos. A ICP administrava o Instituto Bíblico de
Cianorte e decidiu-se que os alunos do IBA seriam 17
transferidos para aquela instituição , que passou
ao status de seminário, o Seminário Presbiteriano
Renovado de Cianorte.Passados quarenta anos que tudo isso
aconteceu, a cortina do tempo foi levantada e
realizado um reencontro dos ex-alunos,
professores e familiares. Nos dias 1 e 2 de maio
de 2010, em Arapongas, PR, uma festa de
abraços, de risos e de lágrimas, de cânticos, de
fotos e de recordações. E também de saudades e
ações de graças. Que bom ter tanto a comemorar!
14 Paes, R. IBA: Marco histórico na educação teológica da igreja. Jornal Aleluia, junho de 2010, ed. 353, p. 8.15
Segundo informação do Pr. Natanael Palazin, os 13 formandos da 1ª turma foram: Tânia Maria Tadei, Natanael Antonio Palazin, Shirley Menezes, Manoel Messias, Ariovaldo Cardozo, Rute Dominoni, Ronaldo Tavares, Neusa Naramoto, Gerson Paula Neves, Daniel de Almeida, João Bernardino e Marlene Ramos. Do antigo Seminário, ficaram sete alunos que seriam formandos dessa turma. Ele se lembrou de três: Osmar Menezes, Amélia e Jessé.
16 Jornal Aleluia, abril de 1974, p. 2.17
Foram transferidos 29 alunos para Cianorte.
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SEÇÃO VII
I REENCONTRO DE ALUNOSDO IBA - MAIO/2010
Depoimentos de participantes
Hoje é dia 6 de maio. Em 1970, eu tinha uma
caderneta onde anotava os fatos mais marcantes
do dia. No dia 06 de maio, tivemos nossa primeira
aula, há exatamente 40 anos. O IBA foi instituído
no dia 03 de maio de 1970. No dia 04, houve um
culto, quando pregou o pastor Abel Amaral
Camargo. No dia 05, outro culto, e pregou o pastor
Matias Quintela de Souza. Finalmente, no dia 06, a
aula. Essa história maravilhosa começou de forma
tão inesquecível que ainda sinto as fortes emoções
do que foi nosso encontro nos dias 01 e 02 de
maio. Estar naquele lugar onde foi a capela e o
local das aulas, em 1970, uau! Quase não pude
resistir. Penso que Deus preservou aqueles lugares
para que, mais uma vez, pudéssemos relembrar
que, um dia, centenas de jovens foram ali,
marcados para sempre. Rever vocês foi fantástico e
inesquecível. Meu cérebro e emoções ainda estão
em erupção. Fiquei com vontade de rever todos os
que não puderam ir. Então, Vilma e equipe, pensem
logo no próximo, e que não seja daqui a 40 anos,
senão vai ser difícil eu ir... Silas
Faltam-me palavras para expressar tudo o que
esse encontro com vocês significou para mim! Todo
esforço valeu, mas valeu muuiiiiiiiiito a pena!
Obrigada por vocês terem acreditado e apostado
na realização deste sonho! Deus esteve conosco
confirmando sua presença nos mínimos detalhes,
em todos os momentos ! Vilma
Fico aqui também emocionada ao ler o que vocês
escrevem. Imagino a felicidade e o amor de cada
um de vocês num reencontro +/- 40 anos depois...
Gente é muito tempo! Como o nosso Deus é fiel,
em manter "nossos corpos" e também em manter
aceso em nossos corações esse amor. Fico muito
feliz em saber que tudo deu certo... Parabéns aos
organizadores! Tona
Dez horas de viagem de volta pra casa não foram
suficientes para falarmos de tudo que aconteceu
neste nosso Reencontro. Foi muita emoção! Os
cabelos brancos, as gordurinhas e nossas rugas
não apagaram a essência da nossa jovialidade da
época. Cantamos: “Somos JOVENS unidos do IBA”,
com o mesmo entusiasmo da década de 70, porém,
regado por muitas lágrimas que corriam sobre
nossas faces. Deus esteve presente em cada
momento deste nosso reencontro. Hei! Quando
será o próximo? Lygia
O que tenho a dizer é que foi uma realização para
minha vida. Fui até lá para Deus me dizer
novamente que o que me foi tirado será restituído!
Aleluia! Subi aos céus ao encontrar irmãos
queridos e alguns que não conhecia. Noé
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Creio que Deus tem um propósito muito especial
para nossas vidas. Afinal, o amor nos manteve
unidos esse tempo todo, embora distantes. Agora,
então, será impossível nos afastarmos. Meu marido
está muito empenhado em nos manter unidos. Ele
vai falar com o Rev. Gerson Lacerda sobre a
possibilidade da IPI doar o IBA pra nós. O Rev.
Gerson é cliente dele. Vamos orar neste sentido.
Obrigada, meus amigos, por esses momentos tão
especiais e que a graça e as bênçãos do nosso Deus
transbordem em nossos corações. Nice
Ainda estou meio emburrado por ter perdido o
Reencontro, mas... apreciando o estilo emocionado
e elegante dos recados de vocês, não posso perder
o momento. Deve ter sido algo lindo o que ocorreu
em Arapongas! Para inspirar tanta gente ao
mesmo tempo, para despertar o desejo de
revitalização das instalações do Instituto, para
aparecer a ideia insana (não somos todos loucos?)
de adquirir uma área para louvarmos juntos ao
Senhor, até que morramos um nos braços dos
outros. A energia espiritual derramada foi
poderosíssima! E aí, amados, o que vamos fazer, já
que estamos sendo impelidos pelo Espírito a esta
estupenda união? Qual seria o objetivo do nosso
Grande Deus? Confesso que não tenho as
respostas. Vamos continuar orando. Queridos,
vocês estão lembrados do comentário sincero dos
dois discípulos que foram acompanhados pelo
Senhor até Emaús, depois que Ele desaparecera?
"Porventura não ardia em nós os nossos corações,
quando Ele nos dizia aquelas coisas!" Desculpem se
a citação não estiver perfeita, mas estou
degustando os recados de vocês e o meu coração
arde e meus olhos ficam nublados.
Preparemos a mesa, porque o Senhor quer cear
conosco. Ariovaldo
Estou emocionada até agora! Só posso dizer que o
Reencontro foi tremendo... Cada minuto, cada gesto,
cada encontro! Que lindo! Fiquei maravilhada ao ver
como Deus estava nesse negócio... Vilma, tenho a
dizer pra você que nós homens fazemos um plano,
mas o Senhor o executa à maneira dele. Pessoal, já
estou morrendo de saudades de vocês. Vocês fazem
parte da minha vida... Amo a cada um de vocês.
Espero que todos tenham feito uma ótima viagem
de retorno. Ivanilde
Hei! isso pegou, hein? Fiz uma ótima viagem, com
meus amigos Vilma, Lygia e Aderbal. Foi muito riso,
brincadeiras e bênçãos de Deus. E o nosso
encontro? Que coisa tremenda! Eu nem conseguia
me alimentar de tanta emoção! Deus é
maravilhoso, e eu estou ainda percebendo o
trabalhar dele em tudo isto. Foi par restaurar
nossas forças fé, alegria esperança, para curar e
sarar feridas e para percebermos outras coisas que
podemos fazer para sua glória. Aos amigos que
estiveram lá, um grande abraço cheio de saudades.
Aos que não puderam ir, não se preocupem: em
tudo vejo a mão de Deus. Rosângela
Gente, foi a maior maravilha que podia ter
acontecido em minha vida e na da Silvana.
Adoramos o reencontro e estou cheio de novas
ideias para o futuro, caminhando pelo que a Nice
registrou acima. Qual será o propósito de Deus em
nos juntar em Arapongas, vendo o prédio do IBA
sendo deteriorado? Cantar na Igreja Renovada foi
como imaginei. Só chorei, perdi a voz. Reencontrar
amigos dos meus 16 anos, no IBA, deixou gosto de
quero mais. James
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Meus amados! Estou muito feliz por Deus ter me
dado momentos tão lindos e marcantes na minha
vida e de Léa. A bênção da dupla honra, como nos
ensina a Palavra, só pode ser mencionada quando
Deus nos proporciona isto. Olhando para trás, sem
saudosismo, mas com a convicção de que o meu
Deus está no controle. Pude ver que somos como o
vinho: quanto mais velho, melhor o sabor e a
qualidade. Ah! tive de me controlar muito para não
chorar muito também. Rever cada um de vocês foi
algo que com certeza vai mudar o rumo da minha
história e dar uma arrancada para melhor em meu
Ministério. Mais uma vez: vocês foram
fundamentais para que Deus abrisse as janelas dos
céus e derramasse sobre mim e minha doce Léa as
bênçãos que nos fortalecem e nos fazem crescer.
Meus queridos, mais uma vez: muito obrigado!
Vilma, você é uma mulher virtuosa e terá sempre o
nosso respeito e nosso amor. Obrigado pelo carinho
com que trataram a minha doce Léa! Ela voltou para
a casa apaixonada por todos! Pr. Luiz e Léa
Não canso de me lembrar dos momentos
emocionantes que vivemos no Encontro em
Arapongas. Não imaginava que seria tão bom!
Ainda bem que deu certo e pude estar com vocês,
compartilhando das bênçãos do avivamento que o
Senhor derramou sobre todos nós na década de 70.
Para mim foi um imenso privilégio ter sido colocado
à frente de nosso grupo para cantarmos louvores e
gratidão ao Senhor por tudo que Ele nos fez. Não
consigo esquecer a emoção vivida ao reger "Grata
memória" no domingo pela manhã. Tinha pelo
menos uns seis homens chorando tanto que não
conseguiam cantar direito. Foram muitas lágrimas.
Os momentos na capela também foram muito fortes
prá mim. É um local onde o Espírito do Senhor nos
enchia do seu poder no tempo do IBA. Alfredo
Queridos, estou também embevecida. Não paro de
pensar. Durmo cantando e acordo com o hino do
IBA. O Jorge então virou um IBANO, não esquece o
nome de nenhum de vocês, fala para todos do
Encontro. Obrigada pelo carinho de todos vocês. O
avivamento de 70 foi sem igual, é por isso que o
Senhor está nos fazendo recordar. O Senhor tem
um propósito e Ele vai nos mostrar. Nossas vidas
têm uma história que o Senhor está trazendo para
nos dar esperança. Que cada um de nós, em partes
diferentes do nosso Brasil, busquemos o sentido
desse Encontro. Amélia
Foi tremendo, emocionante e fantástico o nosso
encontro em Arapongas. Poderia se estender por
mais dias que teríamos muitos assuntos a tratar.
Quase falei pra Jesus: "Façamos três tendas..." Mas
a luta continua e o ministério e trabalho precisam
de nós. Vamos estar ligados um ao outro e
fortalecer esse grupo para não nos perdermos no
tempo e também ganharmos os outros que
precisam chegar. Pr. Messias
A turma do IBA é mais do que vencedora
por meio da fé. O nosso encontro foi uma
verdadeira vitória em nossas vidas e ministérios.
Pessoal! Foi demais esse encontro. Quem não pôde
ir perdeu. Mas logo teremos o próximo. Gostei da
ideia da Vilma de termos um lugar só para nós.
Abraços e que Deus abençoe a todos.
No vínculo do Calvário! Pr. Manoel Messias
SEÇÃO VII
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Cheguei hoje, às 7:30 da manhã, mas minha
vontade mesmo era continuar lá. Que bênção! Que
emoção! Amei! Fui contar pro meu filho, mas nem
consegui, pois comecei a chorar de tanta emoção.
Perdi o dia de trabalho, mas o que recebi de
bênçãos, em Arapongas, valeu a pena. Amo todos
vocês! Parabéns, Vilma. Shirlei
Ainda estou no espírito de Arapongas. O dia todo,
no colégio, em casa, enfim, um filme passa pela
minha mente e é só bênção. Glória a Deus por isso.
Já estou com muitas saudades de todos os
momentos que passamos aí. Amados, vocês que
não foram por uma ou outra razão, Deus proverá
novos momentos, eu creio. Hei! "Essa é a vitória
que vence o mundo: a nossa fé". Dulcinéia
Foi indescritível, memorável, uma alegria
contagiante. O coração palpitava forte a cada novo
reencontro. Muitos perguntavam: quem é você?
Ahhhhhhhhhh!!!!!! E, a seguir: abraços, abraços
sorrisos, lágrimas. Temos muito para contar! Mirian
Foi maravilhoooso. Não dava vontade de voltar pra
casa. Foram muitas bênçãos, emoções, corações
transbordando de alegria. Reencontrar os amigos
40 anos depois foi mega, ultra, maxi tremendo.
Quem foi pode confirmar. Valeu a pena. Dulcinéia
Quando Zilma e eu nos preparávamos para a
viagem, a expectativa é que seria um encontro com
pessoas, cada uma devidamente acompanhada/o
pelo seu geriatra, cardiologista, ortopedista e
levando pacotes de remédios, etc... Mas quando
entrei no restaurante, no sábado, para o almoço,
encontrei uma juventude que só poderia ter sido
mantida pela perene graça de Deus. ALELUIA! Foi
mais que um encontro 40 anos depois! Foi algo que,
no silêncio ou nas falas, nos testemunhos, na
impressionante jovialidade de D. Mariazinha, nas
caretisses contínuas do Natanael, nos choros da
Amelinha, no espírito de liderança da Vilma, por
certo em todos e por todos e no meio de todos o
ESPÍRITO DO SENHOR movia-se graciosamente.
Talvez mais tarde venhamos a entender o propósito
eterno do Senhor para completar em cada um/a
(Ibano/a) aquilo que foi interrompido nesse espaço
(kronos) para que, que no tempo (kairós) de Deus
fosse concretizado. Esta é e será a minha oração e
ação. Beijos aos que foram e um sentimento pelos
que não puderam ir. Paulo e Zilma
Eu fico encantada com a bondade de Deus!
Experiências deste tipo não acontecem, é Deus
quem nos proporciona. Amo cada um de vocês
sempre. Risia
Eu não sei se o céu desceu ou se fomos nós que
subimos... Mas que foi Deus purinho, ah! Foi! Hein?
Pr. Luiz Carlos Vicente
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