ROMANTISMO
SÉCULO XIX
"Nos demais,
todo mundo sabe,
o coração tem moradia certa,
fica bem aqui, no meio do peito...
mas comigo a anatomia ficou louca.
Sou todo coração -
em todas as partes palpita."
Maiakovski
EutanásiaQuando o tempo me houver trazido esse momento,
Do dormir, sem sonhar que, extremo, nos invade,
Em meu leito de morte ondule, Esquecimento,
De teu sutil adejo a langue suavidade!
Não quero ver ninguém ao pé de mim carpindo,
Herdeiros, espreitando o meu supremo anseio;
Mulher, que, por decoro, a coma desparzindo,
Sinta ou finja que a dor lhe estará rasgando o seio.
Desejo ir em silêncio ao fúnebre jazigo,
Sem luto oficial, sem préstito faustoso.
Receio a placidez quebrar de um peito amigo,
Ou furtar-lhe, sequer, um breve espaço ao gozo.
Só amor logrará (se nobre à dor se esquive,
E consiga, no lance, inúteis ais calar),
No que se vai finar, na que lhe sobrevive,
Pela vez derradeira, o seu poder mostrar.
Feliz se essas feições, gentis, sempre serenas,
Contemplasse, até vir a triste despedida!
Esquecendo, talvez, as infligidas penas,
Pudera a própria Dor sorrir-te, alma querida.
Ah! Se o alento vital se nos afrouxa, inerte,
A mulher para nós contrai o coração!
Iludem-nos na vida as lágrimas, que verte,
E agravam ao que expira a mágoa e enervação.
Praz-me que a sós me fira o golpe inevitável,
Sem que me siga adeus, ou ai desolador.
Muita vida há ceifado a morte inexorável
Com fugaz sofrimento, ou sem nenhuma dor.
Morrer! Alhures ir... Aonde? Ao paradeiro
Para o qual tudo foi e onde tudo irá ter!
Ser, outra vez, o nada; o que já fui, primeiro
Que abrolhasse à existência e ao vivo padecer!...
Contadas do viver as horas de ventura
E as que, isentas da dor, do mundo hajam corrido,
Em qualquer condição, a humana criatura
Dirá: "Melhor me fora o nunca haver nascido! “
Contexto histórico:
Assim como o Arcadismo se opôs ao Barroco, o Romantismo irá se opor ao Arcadismo.
No final do século XVIII, na Inglaterra (Byron) e na Alemanha (Goeth), surgem as primeiras obras com o espírito do Romantismo.
A primeira obra é “Os sofrimentos do jovem Werther”, de Goeth (1774).
Lord Byron
Através da biografia de Lord Byron, percebe-se um homem de família nobre que através de suas obras tornou-se um ícone de sua geração. Um modelo universal de rebeldia moral que escandalizou uma sociedade aristocrática e angariou seguidores pelo mundo. Em suas aventuras e rebeldias morais cultivou dissipações e distúrbios comportamentais. Sua curta existência é marcada por sucessivos escândalos, casos amorosos com homens e mulheres, incesto com sua meia-irmã Augusta, uma vida recheada de aventuras e ausência de senso moral. Sua poesia revela um caráter marcadamente autobiográfico, mostra um homem exilado, pessimista, angustiado e doentio que desejava a morte como solução para sentimentos inexplicáveis. Ferido em guerra e acometido por uma febre estranha, morre aos 36 anos, possivelmente de tuberculose, conhecida na época como tísica romântica
Fonte: http://pt.shvoong.com/books/196202-byron-%C3%ADdolo-mal-s%C3%A9culo/#ixzz1ualOYViZ
Século XIX
Formação do pensamento burguês Revolução Industrial (1760 - 1850) Revolução Francesa (1789) A arte romântica não irá se limitas aos nobres,
mas chegará a toda massa burguesa. Será caracterizada pela LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
Características
Indivualismo Egocentrismo Subjetividade: valorização profunda da primeira
pessoa. Expressão do sentimento, do “eu” (subjetivismo).
Há o predomínio da emoção Liberdade Escapismo: fuga para a natureza, sonhos e/ou a morte. Nacionalismo Idealização do amor e da mulher Mal do século (Byronismo)
Os sonhos
O Romantismo, na ideia de fuga, encontra o sonho como um de
seus refúgios. É marcado pela fantasia, pelo
sobrenatural (fora das leis naturais/ sob domínio da fé) e pelo ambiente noturno, pesado (gótico).
A LIBERDADE
Irá marcar a ideia de nacionalismo. A independência dos colonizadores. No Brasil,
será fundamental para a constituição da identidade cultural do país.
UFANISMO = ORGULHO DA PÁTRIA
LUSOFOBIA = NEGAÇÃO A PORTUGAL
O homem romântico
Seguindo os exemplos de Byron, Goethe ou Álvares de Azevedo (no Brasil), temos características do homem romântico:
Solidão
Melancolia
Morbidez
Angústia
Inadaptação
Rebeldia