SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UNESPAR
SUELY PEREIRA DE BRITO MADEIRO
AGRICULTURA E AGROECOLOGIA
CAMPO MOURÃO
2016
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1 FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICA
– PEDAGÓGICA TURMA – PDE – 2016/2017 –
Título: AGRICULTURA E AGROECOLOGIA
Autor: Suely Pereira de Brito Madeiro
Disciplina/Área: Geografia
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Pe. Manuel da Nóbrega – Ensino
Fundamental, Médio e EJA – Umuarama
Município da escola: UMUARAMA
Núcleo Regional de Educação: UMUARAMA
Professor Orientador: Prof.: Jefferson de Queiroz Crispim
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Paraná, Campus de Campo
Mourão
Relação Interdisciplinar: Ciências
Resumo:
Vivemos hoje em espaços cada vez mais modernizados pela revolução tecnológica, científica e informacional que foi gerando espaços favoráveis e desfavoráveis para nós seres humanos. Um dos aspectos negativos ou desfavorável é a produção e o consumo de alimentos que são em sua maioria produzidos com o uso excessivo de agrotóxicos e fertilizantes químicos além dos transgênicos, e do alto consumo de alimentos industrializados que vem gerando uma infinidade de doenças físicas e psicológicas principalmente o câncer. Perante essa realidade vivida também por nossos alunos, pretendo desenvolver um trabalho com a proposta de gerarmos ambientes mais saudáveis com alimentação e interações saudáveis através da agroecologia que propõe uma atividade agrícola sem o uso de agrotóxicos, sem poluição de rios e de solos, recuperando os valores da agricultura tradicional e familiar. Sendo um estilo de agricultura menos agressivo ao meio ambiente. Assim a projeto objetiva propor algumas práticas educacionais despertando em nossos educandos a riqueza do trabalho agrário,
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onde irão desenvolver algumas práticas agroecológicas que permitam a compreensão e o conhecimento de técnicas de cultivo de plantas alimentícias, que poderão ser cultivadas por eles mesmos em seus espaços de vivência. Aprenderão na teoria e na prática como realizar o estilo de agricultura sustentável pelas bases científicas e metodológicas da agroecologia comprometida com o ser humano e com o meio ambiente.
Palavras-chave: Agroecologia. Espaços Saudáveis. Cultivo.
Formato do Material Didático: Unidade Didático-Pedagógica
Público: Alunos do ensino fundamental – 8º ano
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APRESENTAÇÃO
Atualmente a produção de alimentos se realiza com o uso cada vez mais
intenso de recursos tecnológicos aumentando muito a produção e com um tempo
menor de cultivo. Porém isso traz consequências negativas para o meio ambiente e
para o nosso organismo. Precisamos então através da agroecologia estabelecer,
sugerir e adotar formas de cultivo mais saudáveis e menos agressivo ao meio
ambiente. Pois assim iremos inovar nossos espaços de vivência aprendendo
também a cultivar o nosso próprio alimento, fazendo com que nossos espaços de
vivência sejam mais saudáveis e com qualidade de vida.
OBJETIVOS (geral e específico)
Desenvolver técnicas de percepção onde nossos educandos e
comunidade sintam a necessidade de adquirir hábitos alimentares
saudáveis a partir da agroecologia;
Conhecer e analisar as técnicas de cultivo a partir da agroecologia
fornecendo os seus resultados para o consumo humano;
Idealizar, planejar e criar espaços de vivência mais equilibrados,
interativos e saudáveis para si e para o meio em que vivem;
Praticar a sustentabilidade a partir da agroecologia;
Desenvolver pesquisas sobre as formas de cultivo, consumo e funções
das plantas que iremos cultivar, e concluir os resultados.
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ENCAMINHAMENTO TEÓRICO METODOLÓGICO
Esse projeto será desenvolvido no Colégio Estadual Padre Manuel da
Nóbrega, situado no Município de Umuarama, com os alunos do 8º ano, envolvendo
também seus familiares e comunidade escolar.
Iniciaremos com palestras direcionadas aos pais e alunos sobre “a
importância do solo, do adubo orgânico e de uma alimentação saudável”, enfim
como produzir sem poluir, conceituando a importância da agroecologia. Assim que a
formação sobre a ciência agroecológica e método de cultivo for compreendida,
passaremos com a proposta de que cada aluno em seu espaço de vivência (casa e
também na escola) irá cultivar uma ou mais espécies de plantas alimentícias.
Para isso visitarão e conhecerão o trabalho dos alunos e professores do curso
de “Técnico em Agropecuária” da Universidade Estadual de Maringá, que
desenvolvem trabalho com horta urbana, onde são cultivadas hortaliças com adubo
orgânico.
Após as visitas e palestras, os alunos terão suporte e conhecimento para
desenvolverem o seu próprio cultivo. Receberão também uma cartilha com
sugestões para cultivo de hortaliças sem contaminação do solo e do meio ambiente,
além dos textos e atividades da unidade didática.
Assim, em uma data específica farão amostras das plantas alimentícias em
vasos ou fotografias para apresentarem em sala de aula. Concluiremos o trabalho
com a fala de cada aluno, pois farão uma pesquisa sobre a planta alimentícia
cultivada; suas características: nutrientes que contenham formas de cultivo e
consumo. E além dessa apresentação, continuarão cuidando das plantas cultivadas
por eles em casa e também na escola.
Após a conclusão do projeto, os alunos continuarão com as plantas,
cultivando e consumindo as mesmas, em um ciclo equilibrado.
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AGRICULTURA E AGROECOLOGIA
Origem e importância da agricultura;
Aumento da população e a revolução verde;
Grupos defensores do meio ambiente e a agroecologia;
Práticas e métodos agroecológicos (local e global);
Centros de referências agroecológicas e suas técnicas de estudo;
Atividades.
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AGRICULTURA: ORIGEM E IMPORTÂNCIA
Proposta de trabalho a ser apresentada na unidade didático-pedagógica
(individual ou em dupla):
a) Visita com os alunos em uma horta orgânica construída pelo departamento
de Agronomia da UEM campus de Umuarama. Com relato da mesma;
b) Cultivar uma ou mais plantas alimentícias em seus espaços de vivência
pelo método agroecológico (sem uso de fertilizantes químicos ou
agrotóxicos);
c) Preparação de canteiros na escola para a produção de hortaliças com os
alunos e família;
d) Descrever e apresentar os métodos de cultivo dessa(s) planta(as),
utilidade ou proteínas, e, formas de consumo;
e) Pesquisar e apresentar através de mural: As consequências positivas e
negativas da agricultura moderna após a revolução verde.
Considerando que a agricultura é o cultivo de plantas por meio de sementes
ou mudas.
Observe as imagens e responda:
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a) Planta de clima frio:
Trigo: segunda maior cultura de cereais/ campo de trigo (2015) Imagem: http://paraisodacozinha.com.br/wpcontent/uploads/campo_de_trigo.jpg
b) Planta de clima tropical:
Imagem: http://www.coopercitrus.com.br/medio.php?file=upload/noticias/4086/01102015084322.jpg
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c) Alimentos de clima temperado:
Imagem: http://amilnatal.net/images/blog/6.jpg Ano das leguminosas – Liege Barbalho (2016)
1- Qual a importância da agricultura em nosso meio?
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2- A atividade agrícola é influenciada pela natureza? Como?
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3- Que tipo de atividade agrícola se destaca mais em nosso município? Por quê?
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4- Qual dessas imagens caracteriza melhor o nosso município?
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A ORIGEM E A IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA
A agricultura é uma das formas mais antigas de intervenção dos homens e
mulheres na natureza. Entre 10.000 e 5.000 anos antes de nossa era, algumas
sociedades neolíticas tinham começado a semear plantas e manter animais em
cativeiro com vistas a multiplicá-los e a utilizar-se de seus produtos. Após algum
tempo essas plantas escolhidas e exploradas transformaram-nas em sociedade de
cultivadores. Essa passagem de produção à agricultura, conhecida como revolução
agrícola neolítica, foi a primeira revolução que transformou a economia humana.
Utilizaram-se a dinâmica dos sistemas de cultivo de derrubada - queimada. Com isso
a população mundial passou de 5 para 500 milhões de habitantes aproximadamente.
O trabalho agrícola ou de cultivo geralmente ocorria em áreas próximas às
margens de rios. A agricultura começou no que chamamos de Crescente Fértil: uma
região de clima temperado, do Oriente Médio irrigada pelos rios Jordão, Eufrates,
Tigre e Nilo. Uma área muito fértil, que é o lugar de nascença da história, da nossa
história, da história da humanidade (MAZOYER; ROUDART, 2010).
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Imagem: http://www.marcasepensamentos.com.br/images/gobekli_tepe_15.jpg?513
Sugestão de vídeo: “A origem da agricultura” (Geotubo) 12:24min.
https://www.youtube.com/watch?v=oWezdS9Gp_Q
Professor, apresentar o vídeo e debater com os alunos. Após o debate, produzir um
texto em dupla sobre a origem da agricultura:
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EVOLUÇÃO DAS PRIMEIRAS TÉCNICAS, AUMENTO
DA POPULAÇÃO E REVOLUÇÃO VERDE
Com o aumento da população a partir das práticas agrícolas, surgem outras
atividades: comerciais industriais principalmente na Europa, e grande parte da
população devido ao surgimento das cidades passam a migrar trocando as
atividades agrícolas pelas atividades comerciais e industriais.
Devido ao aumento populacional, surge então a teoria de Malthus, mais
precisamente no final do século XVIII que argumentava que a população crescia
além da produção de alimentos e se o ritmo continuasse ocorreria uma tragédia
aumentando o número de famintos na Terra (PEREIRA et al., 2010).
Porém, os avanços tecnológicos da Revolução Industrial proporcionaram
novos métodos de cultivo objetivando aumentar a produção de alimentos e resolver
o problema da fome. Um dos meios para isso foi o da Revolução verde que tinha
como objetivo produzir mais e a qualquer custo num mesmo espaço físico.
De acordo com Pereira et al. (2010) essa técnica de fato conseguiu aumentar
a produção de alimentos e reduzir seus custos, mas, não conseguiu resolver o
problema da fome que ainda permanece e ainda trouxe e traz graves danos ao meio
ambiente e a saúde humana. Pois além do uso excessivo de fertilizantes químicos e
agrotóxicos, o avanço da engenharia genética que nos impõe o consumo de
transgênico não assegurando a sua qualidade.
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http://hotsite.diariodonordeste.com.br/diariouploads/uploads/16c35a68a3abc4cac32bf7c5e7526ec6.jpg
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CONSEQUÊNCIAS GERADAS PELA “REVOLUÇÃO
VERDE” OU AGRICULTURA MODERNA
Há consequências sociais, econômicas, ambientais, políticas e éticas, pois a
insegurança alimentar é perversa e desastrosa. Com o êxodo rural surge a
insegurança social e o aumento da criminalidade e da marginalidade. Nos períodos
pré-históricos o consumo de alimentos era diversificado, hoje quinze espécies são
acessíveis dentre os vegetais e de quatro culturas (milho, trigo, arroz e soja). E com
a revolução biotecnológica temos os transgênicos que não assegura a sua qualidade
(MACHADO; MACHADO FILHO, 2014).
No Brasil a destruição do cerrado aumenta com a cultura da soja, e nas
demais áreas surgem a erosão e contaminação do solo, o desperdício e a
contaminação dos recursos hídricos, a destruição das florestas e da biodiversidade.
Dentre estas, destacamos outras consequências:
Ampliou a exclusão e as desigualdades sociais e impactos sobre o meio
ambiente;
Provocou mudança cultural radical nas práticas agrícolas abandonando a
produção e a diversificação para o autoconsumo;
Trouxe efeitos nocivos sobre a população por contaminação e
envenenamento do solo, ar e água;
Destruiu o equilíbrio natural dos ecossistemas (eliminando os inimigos
naturais gerando erosão e morte do solo);
Reduziu a flora microbiana do solo, criando dependência química;
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Concentração de rendas, condições de trabalho precários com o êxodo
rural e aumento das intoxicações, etc.;
Queda nas exportações devido as barreiras ambientais (ZAMBERLAM;
FRONCHETI, 2012).
Obs. “Os povos pré-históricos alimentavam-se com mais de 1500 espécies de
plantas”. E hoje quantas espécies estão disponíveis para os seres humanos?
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GRUPOS DEFENSORES DO MEIO AMBIENTE E A
AGROECOLOGIA
Perante o cenário ambientalmente desastroso deixado pelas revoluções
industriais, e, posteriormente pela revolução verde, foram surgindo grupos
defensores do meio ambiente e da questão agrícola que se articularam por meio de
eventos, passando a cobrar, estimular e criar espaços sustentáveis.
E em meio a essas atividades de cultivo que têm como objetivo principal o
lucro e a produção para o mercado foram surgindo na Europa a agricultura orgânica
como estratégia de defesa do meio ambiente e da saúde humana, e assim se
destacou nessa técnica a agroecologia.
Segundo Zamberlam e Froncheti (2012), no Brasil que também sofreu as
consequências da revolução verde com o empobrecimento dos solos e erosões,
contaminações por agrotóxicos e fertilizantes químicos, surgimento de doenças, etc.
Esse movimento em defesa do meio ambiente surge a partir de 1979 com os demais
movimentos políticos de luta contra a ditadura. Assim se uniram às Organizações
não Governamentais (ONGs), as associações de agricultores e do conhecimento e
do trabalho indígena passando a englobar uma prática conhecida como a
agroecologia.
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PRÁTICAS E MÉTODOS AGROECOLÓGICOS
A agroecologia é uma ciência que estuda a relação entre a agricultura e o
meio ambiente visando manter o equilíbrio dessa produção com o meio sem
danificá-lo. É uma ciência integradora, pois reconhece e se utiliza dos saberes,
conhecimentos e experiências dos agricultores, dos povos indígenas, dos povos das
florestas, dos pescadores, das comunidades quilombolas e demais envolvidos em
processo de desenvolvimento rural valorizando o espaço local (CAPORAL;
COSTABEBER, 2004).
Pela agroecologia através de pesquisas podemos desenvolver formas de
recuperação de nossos valores, preservando o meio em que vivemos com
responsabilidade e autonomia. Não descartando o saber popular, científico e
tecnológico, mas reunindo esses saberes e técnicas para a promoção humana e
promoção da Terra geradora de vidas.
Faz-se necessário uma prática saudável que promova qualidade de vida aos
humanos voltada à questão alimentar em nossas escolas, creches, habitats, etc.
Onde possamos alimentar com qualidade e dignidade, conhecendo e entendendo a
função de cada alimento, suas proteínas, sua forma de cultivo entre outros. De
acordo com Carporal et al. (2011) passando com isso a valorizar o trabalho do
homem do campo e o alimento por ele cultivado e a Terra: principal geradora de
tudo. Enfim a agroecologia nos traz a ideia e a expectativa de uma nova prática
agrícola, capaz de fazer bem aos homens e ao meio ambiente.
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CENTROS DE REFERÊNCIAS AGROECOLÓGICAS E
SUAS TÉCNICAS DE ESTUDO
São os principais geradores de conhecimentos e técnicas agroecológicas
existentes no Brasil e no mundo todo, com a função de formar e despertar aos
participantes (cursistas, técnicos, alunos), o interesse e o respeito pela terra e tudo o
que ela gera. E desenvolver técnicas de cultivo mais sustentáveis voltados à
superação da carência alimentar, sem causar danos ao meio e ao nosso organismo
com uma agricultura socialmente justa. Enfim a agroecologia propõe o equilíbrio
entre nutrientes, solo, planta, água e animais, ou seja, continuar tirando alimentos
da terra sem esgotar os recursos naturais. Propondo com isso uma vida mais
saudável.
Atualmente há grandes centros que promovem e dão sustentabilidade às
práticas agroecológicas, através de cursos emateriais, como: textos e cartilhas
promovendo e orientando essa prática agroecológica. São os: Centro de Referência
em Agroecologia e Tecnologias Sociais; Centro Paranaense de Referência em
Agroecologia – CPRA; Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia – CAPA; Rede
de Sementes da Agroecologia – ReSa. Além de outras entidades e órgãos que dão
apoio a essa técnica como a Embrapa e a Emater.
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TEXTO COMPLEMENTAR PARA OS ALUNOS
Lançada a partir de 1944 pelo precursor o Dr. George Harrar, a fundação
ROCKEFELLER e com cientistas mexicanos e norte americanos a “revolução verde”
tinha como objetivo aumentar a produção de grãos para mitigar a fome da
humanidade. Os habitantes eram cerca de 2,5 bilhões de habitantes (FAO, 2011) e
vários milhões de famintos. Após inúmeras formas de pesquisas muitas variedades
melhoradas que eram distribuídas aleatoriamente pelas instituições de pesquisas,
tiveram a ideia de reunir num pacote os insumos básicos que um sitiante precisaria
para cultivar testando os resultados. E essa prática se espalhou para outros países e
principalmente nas Filipinas. Foi o início do capitalismo no campo. Porém hoje com
toda evolução e aumento da produção, encontra-se ainda cerca de um bilhão de
pessoas padecendo de fome (FAO, 2011).
Através do capital financeiro que controla as multinacionais que detém as
patentes das sementes e a produção de fertilizantes e agrotóxicos, passa a ser
imposta a cultura do agronegócio. Amplia-se o lucro e não o combate à fome no
mundo,cujo objetivos vão além do aumento da produção, ou seja, pretendem cada
vez mais implantar as imensas áreas monocultoras via insumo modernos (produtos
do petróleo) produzidos pelas multinacionais. No Brasil essa prática inicia-se a partir
do golpe militar de 1964 (ZAMBERLAM; FRONCHETI, 2012).
Diferencie as características da revolução verde ou agricultura moderna da
agroecologia:
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Você considera a técnica agroecológica aplicável em nosso município ou
área urbana? Por quê? Cite exemplos de como utilizar as técnicas
agroecológicas em nosso meio:
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TEXTO COMPLEMENTAR PARA OS PROFESSORES:
“A REVOLUÇÃO VERDE”
No final da 2ª Guerra mundial (9 de maio de 1945), com a economia
fragilizada e pela perda de milhões de seres humanos, havia milhões de pessoas
famintas, principalmente nos países da África, Ásia e América Latina. Porém, os
Estados Unidos foram o que menos sofreu, pois entrou no final da Guerra.
Na oportunidade, a Fundação Rockefeller, norte americana, dirigida pelo Dr.
George Harrar, financiou o trabalho de um grupo de quatro jovens norte americano
para exportar a revolução agrícola ao México. Eles tinham obtido trigos adaptados a
climas tropicais e subtropicais sempre que “se lhes aportasse suficiente água e
fertilizantes” (BROWN, 1970).
Nessa época os japoneses tinham isolado um gene redutor de altura dos talos
das plantas de trigo, o “trigo anão”, que permitia a planta dispor de mais energia
para a formação do trigo. Esse material levado para os Estados Unidos pelo Dr. SC.
Salmon em 1947, não obteve sucesso, pois não se adaptava a outros climas. Então
o Dr. Orville Vogel incorporou o gene japonês em seus materiais de cultivo local
(USA) e obteve uma variedade anã satisfatória (BROWN, 1970), chamada de “trigo
Gaines”. Essa variedade superou as produções mundiais em solos irrigados sendo
criados pelos japoneses: Salmon e Vogel.
Uma pesquisa em 1930 por N.I. Vavilon que apresentou um trabalho sobre os
centros de origem das plantas identificando 126 espécies de trigo das diversas
latitudes e climas do planeta.
Com o resultado dessas atividades no México a Fundação Ford se uniu a
Fundação Rockefeler para criar o IRRI (Instituto Internacional de Pesquisas
Arrozeiras) em 1962 em Baños Filipinas sob a direção do Dr. Robert Chandler,
obtendo êxito com o arroz IR-8 que duplicava os rendimentos quando incorporasse
todos os insumos necessários e as administrasse corretamente. Para Lester Brown,
1970 “As variedades alimentícias nos trópicos são resultados de séculos de seleção
natural”, sem controlar o meio ambiente das plantas. E, as mudanças ocorrerão pela
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transferência de tecnologia através das fronteiras nacionais e internacionais, pelos
centros de pesquisas apoiados pelas fundações, pelas operações multinacionais de
sociedades agros comerciais (nacionais e internacionais). Usou-se de meios brutais
para implantar essa técnica nos países.
Ao final desse estudo, visitas, palestra e debates, os alunos farão a
apresentação de seus trabalhos individual ou em dupla com suas plantas cultivadas
e características das mesmas, e um mural sobre os pontos positivos e negativos da
agricultura moderna. Além de continuarem com o cultivo em seus espaços de
vivência e na escola.
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REFERÊNCIAS
CAPORAL, Francisco Roberto; AZEVEDO, Edisio Oliveira de; COSTABEBER, José Antonio; PAULUS, Gervasio (Org.). Agroecologia: Matriz disciplinar ou novo paradigma para o desenvolvimento rural sustentável. In: ______ . Princípios e perspectivas da agroecologia. Curitiba: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do PARANÁ – Educação à Distância, 2011. p. 45-62.
CAPORAL, Francisco Roberto; COSTABEBER, José Antonio. Agroecologia e extensão rural: contribuições para a promoção do desenvolvimento rural sustentável. Porto Alegre: EMATER, 2004.
CEPAGRI. Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, 2001. Disponível em: <http://www.cepagri.unicamp.br/>. Acesso em: 20 nov. 2016.
MACHADO, Luiz Carlos P.; MACHADO FILHO,Luiz Carlos P. A dialética da agroecologia contribuição para um mundo com alimentos sem veneno. São Paulo: Ed. Expressão Popular, 2014.
MAPA: Google: GöbekliTepe: a descoberta do Jardim do Éden?. Disponível em: <http://peregrinacultural.wordpress.com/2011/06/18/gobekli-tepe-a-descoberta-do-jardim-do-eden/>. Acesso em: 22 nov. 2016.
MAZOYER, Marcel; ROUDART, Lourence. História das agriculturas no mundo: do Neolítico à crise contemporânea. Marília: Editora UNESP; Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2010. p. 101-117.
MUTUANDO, Instituto Giramundo. A Cartilha agroecológica. São Paulo: Editora Criação Ltda, 2005. Disponível em: < http://200.132.139.11/aulas/Educa%C3%A7% C3%A3o%20do%20Campo/Intera%C3%A7%C3%A3o%20entre%20Seres%20Vivos/Cartilha_Agroecologica.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2016.
PEREIRA, Frederico Campos; COSTA, Luciana de Luna PAZ, Ronilson José; LUNA, Rômulo Gil de Farias (Org.). Um olhar crítico sobre as “feiras de alimentos orgânicos”. In: ______ . Gestão Ambiental: o caminho para a sustentabilidade. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2010. p. 245-249.
ZAMBERLAM, Jurandir; FRONCHETI, Allceu (Org.). Agroecologia: caminho de preservação do agricultor e do meio ambiente. Petrópolis: Ed. Vozes, 2012.
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Imagens do Google
http://paraisodacozinha.com.br/wpcontent/uploads/campo_de_trigo.jpg
http://www.coopercitrus.com.br/medio.php?file=upload/noticias/4086/01102015084322.jpg
http://amilnatal.net/images/blog/6.jpg
http://www.marcasepensamentos.com.br/images/gobekli_tepe_15.jpg?513
http://hotsite.diariodonordeste.com.br/diariouploads/uploads/16c35a68a3abc4cac32bf7c5e7526ec6.jpg
Vídeo
A ORIGEM DA AGRICULTURA. (Geotubo). 12:24min. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oWezdS9Gp_Q>. Acesso em: 12 dez. 2016.