Universidade
Federal da Bahia
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Pato
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MINISTRIO DA SADE
Braslia DF
2014
PROGRAMAO ARQUITETNICA
DE UNIDADES FUNCIONAIS DE SADE
PROGRAMAO ARQUITETNICA
DE UNIDADES FUNCIONAIS DE SADE
Volume 4 Apoio ao Diagnstico e Terapia: Anatomia Patolgica, Hemoterapia e Hematologia,
Medicina Nuclear e Patologia Clnica
Biblioteca Virtual em Sade do Ministrio da Sade
www.saude.gov.br/bvs
Legislao em Sade
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PROGRAMAO ARQUITETNICA
DE UNIDADES FUNCIONAIS DE SADE
Volume 4 Apoio ao Diagnstico e Terapia
(Anatomia Patolgica, Patologia Clnica, Hemoterapia e Hematologia,
Medicina Nuclear)
MINISTRIO DA SADE
Secretaria-Executiva
Departamento de Economia da Sade, Investimentos e Desenvolvimento
Braslia DF
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PROGRAMAO ARQUITETNICA
DE UNIDADES FUNCIONAIS DE SADE
Volume 4 Apoio ao Diagnstico e Terapia
(Anatomia Patolgica, Patologia Clnica, Hemoterapia e Hematologia,
Medicina Nuclear)
2014 Ministrio da Sade.
Esta obra disponibilizada nos termos da Licena Creative Commons Atribuio No Comercial Compartilhamento pela mesma licena 4.0
Internacional. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
A coleo institucional do Ministrio da Sade pode ser acessada, na ntegra, na Biblioteca Virtual em Sade do Ministrio da Sade:
.
Tiragem: 1 edio 2014 5.000 exemplares
Elaborao, distribuio e informaes:
MINISTRIO DA SADE
Secretaria-Executiva
Departamento de Economia da Sade, Investimentos e Desenvolvimento
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Tels.: (61) 3349-8266 / 3315-3351
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E-mail: [email protected]
Coordenao:
Marcelo Sette Gutierrez
Organizao:
Antnio Pedro Alves de Carvalho coordenao/GEA-Hosp/UFBA
Elaborao de texto:
Grupo de Estudos em Engenharia e Arquitetura Hospitalar/UFBA
Equipe Tcnica Desid/SE/MS
Projeto grfico e capa:
Camila Lustoza Dantas arquiteta/CQIS/Desid/SE/MS
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Ilustrao:
Grupo de Estudos em Engenharia e Arquitetura Hospitalar/UFBA
Cooperao Tcnica:
Renato Garcia Ojeda IEB UFSC
Editora responsvel:
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Secretaria-Executiva
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Fax: (61) 3233-9558
Site: http://editora.saude.gov.br
E-mail: [email protected]
Equipe editorial:
Normalizao: Christian Kill
Reviso: Paulo Henrique de Castro
Ficha Catalogrfica
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria-Executiva. Departamento de Economia da Sade, Investimentos e Desenvolvimento.
Apoio ao diagnstico e terapia: Anatomia Patolgica, Patologia Clnica, Hemoterapia e Hematologia, Medicina Nuclear / Ministrio da Sade, Secretaria-Executiva,
Departamento de Economia da Sade, Investimentos e Desenvolvimento. Braslia : Ministrio da Sade, 2014.
188 p. : il. (Programao Arquitetnica de Unidades Funcionais de Sade ; v. 4)
ISBN 978-85-334-2190-5
1. Hospital. 2. Instituies de Sade. 3. Administrao em Sade. I. Ttulo. II. Srie.
CDU 725.1:614.21
Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora MS OS 2014/0069
Ttulos para indexao:
Em ingls: Support to Diagnosis and Therapy Pathological Anatomy, Clinical Pathology, Hemotherapy and Hematology, Nuclear Medicine
Em espanhol: Apoyo al Diagnstico y a la Terapia Anatoma Patolgica, Patologa Clnica, Hemoterapia y Hematologa, Medicina Nuclear
Apresentao
Espaos Fsicos Laboratoriais: Anatomia Patolgica e Citopatologia
Guia para Elaborao de Projetos: Hematologia e Hemoterapia
A Arquitetura da Unidade de Medicina Nuclear
Arquitetura de Laboratrios de Patologia Clnica
Unidade Funcional 4 Anatomia Patolgica e Citopatologia
Fluxograma Anatomia Patolgica e Citopatologia
Anatomia Patolgica
SUMRIO
09
11
19
31
41
51
53
APA01
APA02
APA03
APA04
APA05
APA06
APA07
Sala de recepo e classificao
Sala de macroscopia
Sala de tcnica
Sala de imuno-histoqumica
Sala de bipsia de congelao
Sala de necropsia
Arquivos de peas, lminas, blocos e fotografias
Unidade Funcional 4 Hemoterapia e Hematologia
Fluxograma Hemoterapia e Hematologia
Hemoterapia e Hematologia
HEM01
HEM02
HEM03
HEM04
HEM05
HEM06
HEM07
HEM08
HEM09
HEM10
HEM11
HEM12
HEM13
HEM14
HEM15
Sala para recepo, registro e espera de doadores
Arquivos de doadores
Sala/rea para triagem hematolgica
Triagem clnica
Sala para coleta de sangue de doadores
Sala para recuperao de doadores
Sala de processamento de sangue
rea/sala de pr-estoque
Sala de liberao e rotulagem
Sala para procedimentos especiais (abertura do sistema, alicotagem,
lavagem de hemcias etc.)
Sala de distribuio/compatibilidade
rea/sala de estocagem de hemocomponentes
Laboratrio de controle de qualidade do produto final
Sala de coleta de material
Consultrio indiferenciado
54
56
58
60
62
64
66
69
71
72
74
76
78
80
82
84
86
88
90
92
94
96
99
100
HEM16
HEM17
Sala de transfuso
Posto de enfermagem e servios
102
104
107
109
110
112
114
116
118
120
122
124
PAT01
PAT02
PAT03
PAT04
PAT05
PAT06
PAT07
PAT08
PAT09
PAT10
PAT11
PAT12
PAT13
PAT14
PAT15
PAT16
PAT17
Box de coleta de material
Sala de coleta de material
rea para classificao e distribuio de amostras
Sala de preparo de reagentes
Sala para lavagem e secagem de vidrarias
Laboratrio de hematologia
Laboratrio de parasitologia
Laboratrio de urinlise
Laboratrio de imunologia
Laboratrio de bacteriologia ou microbiologia
Laboratrio de micologia
Laboratrio de virologia
Laboratrio de bioqumica
Laboratrio de biologia molecular: sala de preparo de solues
Laboratrio de biologia molecular: sala de extrao de cidos nuclicos
Laboratrio de biologia molecular: antecmara de paramentao exclusiva
para acesso sala de PCR
Laboratrio de biologia molecular: sala de PCR (amplificao)
Unidade Funcional 4 Medicina Nuclear
Fluxograma Medicina Nuclear
Medicina Nuclear
MNU01
MNU02
MNU03
MNU04
MNU05
MNU06
MNU07
MNU08
Laboratrio de manipulao e estoque de fones em uso
Sala de decaimento (depsito de rejeitos radioativos)
Box para coleta de material
Laboratrio de radioimunoensaio
Sala de administrao de radiofrmacos
Sala de box pacientes injetados
Sala de exames gama-cmara/cintilgrafo
Sala de laudos e arquivos
127
129
130
132
134
136
138
140
142
144
146
148
150
152
154
156
158
160
162
Unidade Funcional 4 Patologia Clnica
Fluxograma Patologia Clnica
Patologia Clnica
Lista de equipamentos e mobilirio
Referncias
Equipe de desenvolvimento do SomaSUS
171
179
183
PAT18
PAT19
Laboratrio de biologia molecular: sala de revelao de gis
Laboratrio de suporte UTI e UTQ
Laboratrio de emergncia
164
166
168
9O presente trabalho parte dos resultados da pesquisa realizada pelo Ministrio da Sade
com a consultoria do Geahosp (Grupo de Estudos em Arquitetura e Engenharia Hospitalar da
Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia) e do IEB (Instituto de Engenharia
Biomdica da Universidade Federal de Santa Catarina). Esta parceria deu maior visibilidade e
contedo ao Sistema de Apoio Organizao e Elaborao de Projetos de Investimentos em
Sade (SomaSUS), cujo portal na internet constitui-se, hoje, numa inestimvel fonte de
pesquisas para todos os que trabalham com a infraestrutura de estabelecimentos assistenciais
de sade.
A edio das informaes mais visveis do sistema deve-se no somente consulta rpida
e fcil do meio impresso, como tambm necessidade de maior disponibilidade do material
levantado em regies onde no haja a possibilidade de acesso a computadores ou aos
programas requeridos.
Compem o presente volume, basicamente, as fichas funcionais de pr-
-dimensionamentos dos ambientes mais comuns onde se desenvolvem aes de sade, das
unidades de ambulatrio, emergncia e internao. Tomou-se como padro, para a escolha
destes espaos, a Resoluo da Diretoria Colegiada n 50 da Anvisa (AGNCIA NACIONAL DE
VIGILNCIA SANITRIA, 2004), bem como as informaes de outras normas e portarias.
Complementou-se, ainda, com alguns artigos e referncias que, por certo, ajudaro em muito os
pesquisadores da rea.
Gostaramos de destacar, como fontes inestimveis para a elaborao desta publicao,
os ensinamentos e modelos de fichas de pr-dimensionamentos fornecidos pelo prof. dr. Mrio
Jlio Krger, grande introdutor da pesquisa em Programao Arquitetnica aplicada aos
estabelecimentos assistenciais de sade no Brasil, nos cursos ministrados na UnB na dcada
de 1980 e no seu livro Programao Arquitetnica de Biotrios (KRGER, 1986). Outra
publicao com importante contribuio na rea o Manual para Elaborao de Projetos de
Edifcios de Sade na Cidade do Rio de Janeiro, do Instituto Brasileiro de Administrao
Municipal, ligado Prefeitura do Rio de Janeiro (RIO DE JANEIRO, 1996).
Espera-se que a presente publicao cumpra um papel de relevo na induo do estudo da
arquitetura e da engenharia de unidades de sade, sendo um fator de melhoria da qualidade das
aes de infraestrutura, to carentes nos dias de hoje.
Os organizadores
Apresentao
11
A especialidade mdica Anatomia Patolgica o ramo da medicina responsvel pela
anlise de rgos, tecidos e clulas, contribuindo para o diagnstico de leses, tratamento e
prognstico das doenas, bem como para sua preveno. A anlise compreende o exerccio da
histopatologia (bipsias, peas cirrgicas e exames pr-operatrios), da citopatologia
(esfoliativa e aspirativa) e de autpsias (PORTUGAL, 2003, p. 05).
A Citopatologia a rea de atuao da Patologia que estuda as doenas a partir de
observao ao microscpio de clulas obtidas por esfregaos, aspiraes, raspados,
centrifugao de lquidos e outros mtodos. Este procedimento laboratorial pode detectar
alteraes da morfologia celular para o diagnstico (definitivo ou presuntivo) ou a preveno de
doenas a partir do estudo do microscpio de esfregaos celulares, lquidos corpreos ou de
amostras colhidas por escovaes, raspagens, imprints ou punes aspirativas.
No Brasil, a infraestrutura desse tipo de unidade funcional comeou a ser regularizada
pelo Manual de Laboratrio Cito-Histopatolgico em 1987. No referido manual, o Ministrio da
Sade determinou a organizao e a administrao desses estabelecimentos, informando
parmetros sobre ambientes mnimos e suas respectivas reas, as condies ambientais, os
recursos laboratoriais, os mobilirios e os equipamentos. Hoje, a norma vigente a Resoluo
da Diretoria Colegiada (RDC) n 50, com ltima reviso em 2004. H tambm um instrumento
que contribui para o planejamento desta especialidade: o Manual de Diretrizes para Projetos
Fsicos de Laboratrios de Sade Pblica (FUNDAO NACIONAL DE SADE, 2004), que tem
como base a RDC Anvisa n 50/2002.
Outro documento, elaborado em 2013, aps uma consulta pblica realizada pela
Secretaria de Estado de Sade de So Paulo, informa alguns parmetros operacionais para
este tipo de servio de sade. So eles: garantia de segurana dos resultados, procedimentos e
diagnsticos; apreciao e aprovao dos comits de tica em pesquisa, quando os
estabelecimentos envolverem atividades relacionadas pesquisa; alvar sanitrio e licena de
funcionamento.
Atribuio e Atividades
A RDC Anvisa n 50/2002 classifica tal servio de sade como apoio ao diagnstico e
terapia, no qual so realizadas tarefas diretamente ligadas s atividades-fim do estabelecimento
assistencial de sade que envolvem o reconhecimento e a recuperao do estado de sade dos
pacientes. Ou seja, seu papel na unidade hospitalar estabelecer diagnsticos de doenas, sua
preveno e a avaliao da qualidade dos cuidados mdicos prestados.
Espaos Fsicos Laboratoriais: Anatomia Patolgica e Citopatologia
Camila Lustoza Dantas
J no Manual de Diretrizes para Projetos Fsicos de Laboratrios de Sade Pblica, a
unidade inserida em laboratrios de especialidade de biologia mdica. Essas unidades tm
como principal funo promover atividades voltadas vigilncia epidemiolgica e sanitria da
populao, sendo que suas principais aes esto fundamentadas em critrios
epidemiolgicos, tanto no campo da anlise clnica quanto na resoluo de problemas da sade
pblica. Segundo o mesmo manual, os principais aspectos do planejamento de um laboratrio
so: segurana do pessoal, proteo da amostra, preciso dos resultados, eficincia no fluxo de
trabalho, assim como a proteo do meio ambiente e dos riscos provenientes das atividades
realizadas no seu interior. As atividades desenvolvidas nas especificidades de Anatomia
Patolgica e Citopatologia (FUNDAO NACIONAL DE SADE, 2004 p. 15) so as seguintes:
1. Realizar anlises de amostras de tecidos, para diagnstico de doenas,
em exames de monitoramento de pacientes e exames
anatomopatolgicos.
2. Receber amostra de material biolgico.
3. Preparar as amostras (separar, parafinar, cortar e colorir lminas).
4. Realizar anlise de microscopia.
5. Armazenar lquidos volteis (como solventes e reagentes), blocos,
lminas e registros.
6. Descontaminar lavar, esterilizar e secar os materiais de uso
exclusivo do laboratrio de patologia.
7. Descontaminar lavar, secar ou acondicionar os materiais e resduos
infectados a serem encaminhados para descontaminao em outro local.
8. Realizar anotaes tcnicas, laudos e atividades administrativas.
Programao Fsica e Setorizao
A RDC Anvisa n 50/2002 define a programao fsica, informando parmetros para a rea
mnima dos ambientes e a rea que ir depender das atividades a serem realizadas e dos
equipamentos a serem utilizados. Segundo a mesma norma, o setor de Anatomia Patolgica e
Citopatologia deve apresentar o seguinte programa mnimo:
Sala de recepo e classificao: ambiente composto de duas reas rea para
recepo e registro de material e rea para emisso e codificao de laudos. Deve ser
individualizada e separada da rea tcnica. De acordo com a RDC Anvisa n 50/2002, sua rea
mnima de 6,00 m.
12
Sala de macroscopia: utilizada para realizar exames macroscpicos como bipsias e
peas cirrgicas. Esta sala, com rea mnima de 6,00m, composta por dois ambientes: rea
de descrio e clivagem e rea de armazenamento de peas.
Sala de tcnica: esta sala possui duas reas: a rea histolgica, de incluso em parafina,
microtomia, colorao e montagem; e rea citolgica de processamento e confeco de lminas
para lquidos, colorao e montagem. Sua rea mnima de 12,00m.
Sala de imuno-histoqumica: ambiente que contar com rea mnima de 6,50 m, que se
destina rea de processamento, onde sero realizados exames macroscpicos e o
processamento tcnico (clivagem descrio, capsulamento, fixao e armazenagem temporria
de peas) do material a ser examinado.
Sala de microscopia: destinada a realizar exames microscpicos de materiais teciduais
ou citolgicos obtidos por coletas a partir de esfregaos, aspirados, bipsias ou necropsias.
Essa sala contar com rea mnima de 6,00m.
Sala de bipsia de congelao: este ambiente, quando existir, estar localizado no
Centro Cirrgico e ter rea mnima de 3,60m. Nele sero realizados exames macroscpicos
ou microscpicos de materiais teciduais ou citolgicos obtidos por coletas a partir de esfregaos,
aspirados, bipsias ou necropsias.
Sala de necropsia: como o prprio nome j diz, um ambiente utilizado para realizar
necropsias. Possuir duas reas: a rea de exames (com 17,00m de rea e dimenso mnima
de 2,80m, sendo que se podem acrescentar 8,50m por mesa adicional) e rea de guarda
temporria de cadveres (cmara frigorfica, com rea de 3,00m, se houver cmara frigorfica).
Arquivo de peas, lminas, blocos e fotografias: o ambiente destinado a manter a
documentao fotogrfica cientfica, arquivo de lminas e blocos. Possui rea mnima de
12,00m.
As salas de imuno-histoqumica e a sala de biopsia de congelao no so obrigatrias na
unidade. Outros ambientes que iro fazer parte do laboratrio so de apoio, como banheiros
para funcionrios, depsito de material de limpeza, sala de utilidades e depsito de material
(reagentes, parafina etc.) (BRASIL, 2002, p. 71).
13
Fonte: Claudia Cury, Renata Granja e Cristina Gomes.
14
Figura 1 Unidade de Anatomia Patolgica e Citopatologia do Inpel (Instituto
Nacional de Pesquisa do Envelhecimento e da Longevidade), parte do Projeto de Ps-
Graduao em Arquitetura e Sistemas de Sade
Fluxograma
De acordo com o Manual de Diretrizes para Projetos Fsicos de Laboratrios de Sade
Pblica e a RDC Anvisa n 50/2002, a setorizao poder ser planejada de acordo com o
seguinte fluxograma:
Fonte: Elaborao do autor.
15
Figura 2 Fluxograma da Unidade de Anatomia Patolgica e Citopatologia
Condies de Conforto e Infraestrutura
Os ambientes de uso laboratorial devem possuir certo cuidado com a utilizao dos
materiais de revestimento, com a climatizao, com a circulao de ar e com a iluminao.
De acordo com a RDC Anvisa n 50/2002, os materiais de revestimento de piso, teto e
parede devem ser lavveis e resistentes ao uso da gua e do desinfetante. J as bancadas de
manuseio das peas e amostras tambm devem ser de material resistente e no corrosvel, pois
esto suscetveis a interaes com produtos qumicos. Essas bancadas so as principais reas
de trabalho e, por isso, necessitam de iluminao artificial no campo de trabalho.
Pode-se dizer que nessa unidade so realizadas atividades que produzem odores devido
s amostras a serem examinadas e manipulao de componentes qumicos. Por isso, deve-se
atentar para a devida exausto, climatizao e ventilao. Caso opte-se por climatizao
central, no sero permitidas a recirculao do ar exaurido, a instalao de ar condicionado de
janela ou split, e as portas devero ser mantidas fechadas por meio de dispositivo de fechamento
automtico (SO PAULO, 2013, p. 1-3).
A sala destinada macroscopia deve dispor de gua corrente; contentores apropriados e
diferenciados para os distintos tipos de restos de tecidos, lquidos orgnicos e materiais
perfurocortantes; armrios, caixas de conteno, contentores para o armazenamento dos
recipientes com as peas operatrias; sistema adequado de esgotos, extrao de cheiros e
vapores txicos ou irritantes, de forma a assegurar um ambiente saudvel. J as salas
destinadas histopatologia e citologia devem: dispor de gua corrente, contentores
apropriados e diferenciados para os distintos tipos de resduos produzidos; e possuir um sistema
adequado de esgotos e extrao de cheiros e vapores txicos ou irritantes, de forma a assegurar
um ambiente saudvel (SO PAULO, 2013, p. 3).
Comparadas s outras reas de apoio e diagnstico, as instalaes deste tipo de unidade
no demandam grandes consumos de energia, pois se utilizam de poucos equipamentos de
considervel consumo energtico, por exemplo: microscpio, micrtomo, ar-condicionado,
estufa e, em alguns casos, cmara frigorfica; no entanto, requerem um sistema de energia
eltrica de emergncia.
O servio de sade deve garantir a continuidade do fornecimento de energia eltrica nos
equipamentos em situaes de interrupo pela concessionria de servio pblico, nos locais
em que a energia eltrica considerada insumo crtico, por meio de um sistema de energia
eltrica de emergncia (SO PAULO, 2013, p. 3).
16
Resduos e seu Descarte
Os servios de sade devem dispor de polticas para o gerenciamento de resduos
gerados. Sua gesto deve ser realizada de forma a no colocar em risco a sade do trabalhador
e no deve ser fonte direta de contaminao do ambiente.
Os resduos gerados por laboratrios de anatomia patolgica so lquidos ou slidos,
qumicos e com alto risco biolgico. Antes do descarte necessrio que haja local para
armazenamento provisrio de resduos de servios de sade e descontaminao de todas as
culturas, colnias e outros resduos, segundo as Diretrizes para Projetos Fsicos de Laboratrios
de Sade Pblica (FUNDAO NACIONAL DE SADE, 2004, 2004, p. 72).
O abrigo externo de resduos deve ser projetado e construdo em alvenaria com aberturas
apenas para uma ventilao adequada, com tela milimtrica de proteo contra insetos. Esse
ambiente deve ter piso, teto e paredes revestidos internamente de material resistente,
impermevel e lavvel, com acabamento liso. O piso deve ser inclinado, com caimento
indicando para canaletas. Deve possuir sistema de drenagem com ralo sifonado de tampa
escamotvel para permitir a vedao. A porta dever ter proteo inferior para impedir o acesso
de vetores e roedores. Caso o edifcio seja de uso comercial, pode-se prever abrigo temporrio
em containers especficos (SO PAULO, 2013, p. 7).
Consideraes Finais
As unidades funcionais de anatomia patolgica e citopatologia so destinadas a realizar
exames macro e/ou microscpicos em materiais teciduais ou citolgicos coletados para fins de
diagnstico (BRASIL, 2013, p. 16).
Possuindo atribuies complexas e nicas, esse tipo de unidade possui acessos restritos
aos profissionais de sade, no havendo contato com o pblico, nem mesmo para coleta de
material, j que esta realizada em outros setores do hospital.
Suas atividades no podem ser comparadas nem confundidas com as atividades de um
laboratrio comum. O tipo de diagnstico baseado no exame morfolgico dos rgos, dos
tecidos e das clulas. Essas atividades possuem inter-relao com quase todas as outras
especialidades mdicas e cirrgicas no estabelecimento do diagnstico e na identificao dos
fatores de prognstico e preveno de doenas. Tem ainda uma interveno relevante na
avaliao da qualidade dos cuidados mdicos prestados e do funcionamento hospitalar
(PORTUGAL, 2003, p. 6).
17
19
Introduo
No mbito do Sistema nico de Sade (SUS), o Sistema Nacional de Sangue,
Componentes e Hemoderivados (Sinasan) agrega o ordenamento da estrutura organizacional
das Redes de Ateno Hemoterpica e Hematolgica (Hemorrede Nacional), formada pelos
rgos gestores e organismos operacionais de captao e obteno de doao, coleta,
processamento, controle e garantia de qualidade, estocagem, distribuio e transfuso de
sangue, seus componentes e hemoderivados, de natureza pblica e privada, nos respectivos
estados, funcionando de forma transversal a praticamente todas as demais reas da Sade,
principalmente as de Alta Complexidade.
Guia para Elaborao de Projetos: Hematologia e Hemoterapia
Humberto Dias Xavier
Fonte: CGSH.
Figura 1 Ordenamento do Sinasan
A Coordenao-Geral de Sangue e Hemoderivados fomenta a estruturao fsica da
Hemorrede Pblica, que tem como principais arcabouos legais a RDC n 50, de 21 de fevereiro
de 2002 e a RDC n 189, de 18 de julho de 2003, cuja apresentao grfica de complexas
visualizao e interpretao. Visando disponibilizao de ferramenta mais amigvel e
fundamentada no Projeto SomaSUS, do Ministrio da Sade, a CGSH, em 2006, iniciou um
projeto de pesquisa com o objetivo de atualizar as informaes inerentes s reas de
Hematologia e Hemoterapia nos itens referentes estrutura fsica.
Hemoterapia e Hematologia
Com base no desenho de Hemorredes existentes e em funcionamento, com o amparo
das RDC n 151, de 21 de agosto de 2012, RDC n 50, de 21 de fevereiro de 2002, e RDC n 189,
de 18 de julho de 2003, foram pesquisados os diversos nveis de servios que as compem:
Hemocentro Coordenador
Entidade de mbito central, de natureza pblica, localizada preferencialmente na capital,
referncia do Estado na rea de Hemoterapia e/ou Hematologia, com as finalidades de prestar
assistncia e apoio hemoterpico e/ou hematolgico rede de servios de sade. Dever
prestar servios de assistncia s reas a que se prope, de ensino e pesquisa, formao de
RH, controle de qualidade, suporte tcnico, integrao das instituies pblicas e filantrpicas e
apoio tcnico Secretaria de Sade na formulao da Poltica de Sangue e Hemoderivados no
Estado, de acordo com o Sistema Nacional de Sangue e Hemoderivados (Sinasan) e o Plano
Nacional de Sangue e Hemoderivados (Planashe) e em articulao com as Vigilncias Sanitria
e Epidemiolgica.
Hemocentro Regional
Entidade de mbito regional, de natureza pblica, para atuao macrorregional nas reas
Hemoterpica e Hematolgica. Dever coordenar e desenvolver as aes estabelecidas na
Poltica de Sangue e Hemoderivados do Estado para cada macrorregio de sade, de forma
hierarquizada e de acordo com o Sinasan e o Planashe. Poder encaminhar a uma central de
triagem laboratorial de doadores as amostras de sangue para a realizao dos exames.
20
Ncleo de Hemoterapia
Entidade de mbito local ou regional, de natureza pblica ou privada, para atuao
microrregional nas reas de Hemoterapia e Hematologia. Dever desenvolver as aes
estabelecidas pela Poltica de Sangue e Hemoderivados no Estado, de forma hierarquizada e de
acordo com o Sinasan e o Planashe. Poder encaminhar a uma central de triagem laboratorial
de doadores as amostras de sangue para a realizao dos exames (BRASIL, 2001).
Unidade de Coleta e Transfuso
Entidade de mbito local, de natureza pblica ou privada, que realiza coleta de sangue
total e transfuso, localizada em hospitais ou pequenos municpios onde a demanda de servios
no justifique a instalao de uma estrutura mais complexa de hemoterapia. Poder ou no
processar o sangue total e realizar os testes imuno-hematolgicos dos doadores. Dever
encaminhar as amostras (para a realizao da triagem laboratorial dos marcadores para as
doenas infecciosas) a um servio de hemoterapia de referncia (BRASIL, 2001).
Unidade de Coleta
Entidade de mbito local que realiza coleta de sangue total, podendo ser mvel ou fixa. Se
for mvel, dever ser pblica e ligada funcionalmente a um servio de hemoterapia. Se for fixa,
poder ser pblica ou privada. Dever encaminhar o sangue total (para processamento e
realizao dos testes imuno-hematolgicos e de triagem laboratorial dos marcadores para as
doenas infecciosas) a um servio de hemoterapia de referncia (BRASIL, 2001).
Central de Triagem Laboratorial de Doadores
Entidade de mbito local, regional ou estadual, pblica ou privada, que tem como
competncia a realizao dos exames de triagem das doenas infecciosas nas amostras de
sangue dos doadores coletado na prpria instituio ou em outras. A realizao de exames para
outras instituies s ser autorizada mediante convnio/contrato de prestao de servio,
conforme a natureza das instituies (BRASIL, 2001).
Agncia Transfusional
Localizao preferencialmente intra-hospitalar, com a funo de armazenar, realizar
testes de compatibilidade entre doador e receptor e transfundir os hemocomponentes liberados.
O suprimento de sangue a essas agncias realizar-se- pelos servios de hemoterapia de maior
complexidade (BRASIL, 2001).
21
Unidade Mvel de Coleta
Entidade de mbito local que realiza coleta de sangue total, podendo ser mvel ou fixa. Se
for mvel, dever ser pblica e ligada funcionalmente a um servio de hemoterapia. Se for fixa,
poder ser pblica ou privada. Dever encaminhar o sangue total (para processamento e
realizao dos testes imuno-hematolgicos e de triagem laboratorial dos marcadores para as
doenas infecciosas) a um servio de hemoterapia de referncia.
Estruturas Componentes da Hemorrede e seus Ambientes
Ambientes Relacionados ao Atendimento ao Doador
Fonte: Estudo e Pesquisa realizada junto a HEMORREDE PBLICA do Rio de Janeiro, 2009.
22
Quadro 1 Quadro com ambientes relacionados ao fluxo de atendimento ao doador
Ambientes Relacionados ao Atendimento ao Paciente
Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.
23
Quadro 2 Quadro com ambientes relacionados ao fluxo de atendimento ao paciente
Ambientes Relacionados s Anlises Laboratoriais
Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.
24
Quadro 3 Quadro com ambientes relacionados ao fluxo de anlise laboratorial
Ambientes Relacionados s Atividades Administrativas, de Ensino, Pesquisa e
Treinamento
Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.
Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.
25
Quadro 4 Quadro com ambientes relacionados ao fluxo das atividades administrativas
Quadro 5 Quadro com ambientes relacionados ao fluxo das atividades de ensino,
pesquisa e treinamento
Ambientes Relacionados s Atividades de Apoio
Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.
26
Quadro 6 Quadro com ambientes relacionados ao fluxo das atividades de apoio
O levantamento dos dados em campo, mediante a elaborao das plantas cadastrais,
passa a identificar no apenas as questes voltadas estrutura fsica, mas inclui informaes
sobre equipamentos, resduos de sade e recursos humanos.
Uma vez compilados os dados, estes foram formatados dentro das premissas propostas
pelo SomaSUS, aos quais inclumos como mtodo geral de descrio e encaminhamento dos
trabalhos o fluxograma geral, demonstrado na figura 2, que h muito conhecido dos gestores e
projetistas envolvidos com esta rea da Sade, uma maneira didtica de ilustrar e estabelecer os
caminhos macros de atividades/ambientes.
Para facilitar o entendimento, partindo do fluxograma, o estudo apresenta, para cada
ambiente encontrado, a relao funcional com os ambientes a ele associados, o layout do
ambiente, os equipamentos necessrios, a descrio do ambiente, com as caractersticas do
espao fsico, as condicionantes ambientais, a infraestrutura complementar necessria, os
resduos gerados e os recursos humanos sugeridos/necessrios.
Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.
27
Figura 2 Fluxograma geral
Fluxo para Sala de Coleta de Sangue de Doadores
Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.
Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.
Fluxo para Sala de Coleta de Sangue de Doadores
28
Figura 3 Relao funcional
Figura 4 Layout
Condicionantes Ambientais
- Temperatura ideal: 20C a 23C (NR 17);
- Umidade ideal: no inferior a 40% (NR17). Faixa recomendvel para os equipamentos: 45
a 75% (NBREC601-1);
- Nvel de iluminamentos: 150 a 300 lux geral / 300 a 700 lux mesa de trabalho;
- rea mnima de ventilao/iluminao natural: ver cdigo de obras local;
- Quanto ao risco de transmisso de infeco: rea crtica;
- Atividades desenvolvidas: coleta de sangue total ou componentes por afreses; 4.9.18
realizao de procedimentos de enfermagem; 4.9.6 prestao de cuidados mdicos aos
doadores (RDC 50/2002- 4.9.18 e 4.9.6).
Caractersticas do Espao Fsico
- rea mnima: 4,00m por poltrona de doao. 2 a 4 poltronas por sala de triagem clnica
(RDC 50/2002);
- rea mdia: 51,40m (sala de coleta) e 19,00m (espera);
- P direito mnimo: ver cdigo de obras local;
- Piso: liso (sem frestas), resistente ao desgaste, impermevel, lavvel, de fcil
higienizao e resistente aos processos de limpeza, descontaminao e desinfeco;
- Parede: superfcie lisa e uniforme, de fcil higienizao e resistente aos processos de
limpeza, descontaminao e desinfeco. No permitido o uso de divisrias;
- Teto: deve ser contnuo, sendo proibido o uso de forros falsos removveis que interfiram na
assepsia dos ambientes;
- Porta: revestida com material lavvel. Vo mnimo de 1,10m. desejvel que possua
visor;
- Bancada: com pia de lavagem. Os materiais utilizados devem propiciar condies de
higiene (sendo resistentes gua), sendo anticorrosivos e antiaderentes.
29
Consideraes Finais
A pesquisa evidencia que no basta apresentar um leiaute com a relao de
equipamentos e caractersticas do espao fsico, mas possibilita verificar dimenses com reas
mdias efetivas dos ambientes construdos, a capacidade de atendimento demanda regional
de usurios do servio, o quantitativo e o tipo de recursos humanos em atividade por ambiente e
os tipos de resduos gerados e seus respectivos recipientes de coleta e transporte.
No quesito de equipamentos, passamos a oferecer uma relao especfica para a rea de
Sangue e Hemoderivados, devidamente conciliada com o Hemosige (sistema de gesto de
equipamentos da CGSH), com informaes abrangentes, facilitando em muito a tomada de
deciso dos gestores dos servios, quando da especificao de suas caractersticas. Tambm
surgem no mbito da pesquisa a identificao dos tipos de resduos por ambiente e sua devida
conciliao com o Guia de Resduos, publicado pela CGSH.
A compilao dos dados da pesquisa evidencia a enorme gama de informaes,
superando a expectativa de atualizao do SomaSUS no que se refere infraestrutura dos
servios especficos desta rea da Sade, que podem ser acessadas pelo endereo eletrnico
. Portanto, entendemos que, alm de atualizar o SomaSUS,
produzimos uma poderosa ferramenta interativa, destinada a profissionais projetistas e gestores
desta rea, contribuindo significativamente com suas tomadas de decises, que passam a
compor o Guia para Elaborao de Projetos Hematologia e Hemoterapia.
A produo e a utilizao do SomaSUS/Sangue e deste Guia esto em consonncia com
as diretrizes da Coordenao-Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH), possibilitando a
qualificao dos servios, o escopo do Programa Nacional de Qualificao da Hemorrede
(PNQH) e a promoo de boas prticas de utilizao dos recursos pblicos.
Ao orientar os profissionais envolvidos na elaborao dos projetos de servios de sade,
com nfase em Hematologia e Hemoterapia, disponibilizando informaes aos usurios,
esperamos promover significativa melhora na qualidade destes projetos. Assim, tanto o
SomaSUS como o Guia para Elaborao de Projetos Hematologia e Hemoterapia so
ferramentas estratgicas facilitadoras do planejamento, da gesto e da organizao de projetos.
Agora, esperamos que sua utilizao produza ampla discusso que nos permita
identificar melhorias nas ferramentas, na produo projetual e na gesto dos servios.
30
A Medicina Nuclear a rea da Medicina que faz uso de pequenas quantidades de
substncias radioativas para diagnosticar determinadas doenas. Essas substncias, tambm
chamadas de traadores ou radiofrmacos, aps serem administradas, principalmente por via
oral ou endovenosa, se dirigem para rgos ou grupos celulares especficos, dependendo das
suas caractersticas qumicas. A realizao do exame baseia-se na aquisio de imagens
geradas por um aparelho gama-cmara, cintilgrafo, Spect (single-photon emission computed
tomography) ou PET (positron emission tomography) que capta a radiao emitida pelo corpo
do paciente aps a administrao do radiofrmaco. O PET-CT j associa esta prtica a estudos
tomogrficos, trazendo maior sensibilidade e preciso na localizao de leses.
Devido ao uso de elementos radioativos, torna-se importante saber de que forma o
espao fsico pode contribuir para tornar esta unidade mais segura para seus usurios, sejam
eles pacientes, visitantes ou funcionrios. Os riscos inerentes ao uso dessa tecnologia devem
ser gerenciados para a minimizao dos efeitos causados pela radiao ionizante. A arquitetura,
neste contexto, tem o importante papel de planejar este espao fsico, contribuindo para
proporcionar condies adequadas para a realizao das atividades com segurana e conforto
para os usurios.
O Brasil experimenta, na atualidade, um aumento do nmero de idosos como resultado
do crescimento da expectativa de vida da populao. Seu perfil epidemiolgico indica as
cardiopatias como a primeira e as neoplasias como a terceira maiores causas de morte, com
maior incidncia na faixa etria a partir dos 50 anos (BRASIL, 2010). Como estas so patologias
cujo diagnstico precoce tem grande importncia, h uma demanda crescente por estes
servios, que tm papel destacado em sua preveno. A unidade de medicina nuclear, em
particular, por no realizar procedimentos invasivos, possui perspectiva de aumento de
utilizao.
Usos da Medicina Nuclear
Os radioistopos empregados na Medicina Nuclear so frequentes emissores de
radiao gama originada do prprio ncleo atmico. Para estudos diagnsticos, desejvel que
a energia da radiao esteja em uma faixa adequada aos sistemas de deteco e que o istopo
apresente um rpido decaimento para a forma no radioativa (o tempo que leva para a metade
dos tomos passar da forma radioativa para a forma estvel denominado de meia vida).
A Arquitetura da Unidade de Medicina Nuclear
Antnio Pedro Alves de Carvalho
Maria Amlia Cmara de Oliveira Zu
31
O tecncio-99m preenche estes critrios, tendo meia vida de 6 horas e emitindo radiao
gama com energia de 140keV, caractersticas que permitem a efetivao de exames com boa
qualidade e baixa dose de radiao. Isso faz com que o tecncio-99m seja um istopo muito
empregado, podendo ser administrado sob a forma qumica de pertecnetato de sdio ou ligado a
outras molculas (MEIRA, 2007). No caso do PET-CT, o radiofrmaco mais utilizado o FDG ou
Flor-18, que consiste em uma molcula de glicose marcada com flor radioativo. A meia vida
desta molcula de 110 minutos, o que obriga que a unidade de medicina nuclear esteja prxima
a um ciclotron, que o aparelho acelerador de partculas que produz os radioistopos (OMENA,
2011).
Aps a administrao, os radioistopos ou os compostos aos quais esto acoplados
(radiofrmacos) tm um comportamento biolgico idntico ao de similares no radioativos. Este
comportamento determinado pelas caractersticas fsico-qumicas do composto e, tambm,
pelo estado funcional dos diferentes tecidos ou tipos celulares que podem estar envolvidos. A
distribuio e o grau de concentrao do elemento radioativo nos diversos rgos so avaliados
por meio de imagens obtidas nas cmaras de cintilao (chamadas de cintilografias) ou por
outros sistemas de deteco de radioatividade. A concentrao do radiofrmaco, que
observada pela cintilografia, reflete no s a morfologia como a funo do rgo ou tecido.
Dentre as especialidades mdicas que mais utilizam a medicina nuclear destacam-se a
endocrinologia, a gastroenterologia, a nefrologia, a neurologia, a pneumologia e os diversos
estudos do sistema esqueltico, da cardiologia e dos processos inflamatrios e tumorais. A
unidade de medicina nuclear tem sido utilizada para a realizao de procedimentos inovadores
da chamada radiocirurgia no invasiva. Experincias tm sido realizadas em tumores malignos
no crebro com a utilizao de raios gama cuidadosamente direcionados exatamente sobre o
local afetado, manipulando-se os istopos radioativos com um acelerador linear (MILLER;
SWENSSON, 2002).
Localizao e Setorizao
A localizao preferencial da unidade de medicina nuclear ser em pavimento trreo ou
em subsolos, onde haja facilidade de isolamento de outros ambientes mais frequentados e de
instalao dos equipamentos, que contribuem com elevada carga estrutural. Como toda
unidade de diagnstico, se instalada em hospitais, ela deve estar prxima de reas como a
emergncia, o centro cirrgico e a UTI. Pode receber ainda fluxo significativo de pacientes
acamados da internao.
Sua setorizao deve obedecer aos nveis de proteo radiolgica estabelecidos pelas
normas da Comisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Os ambientes da unidade, portanto,
podem ser classificados como pertencentes a reas controladas, supervisionadas e livres.
32
A rea ser considerada controlada [...] quando for necessria a adoo de medidas
especficas de proteo e segurana [...] (BRASIL, 2011, p.16). Essas medidas devem englobar
o controle de acesso, o uso de paramentao adequada, a sinalizao e a utilizao de materiais
de acabamento que permitam a fcil limpeza e manuteno. Alimentos no so permitidos em
zonas controladas (ROSTENBERG, 2004, p. 290). Os espaos da unidade que podem ser
classificados como reas controladas so: salas de exame (inclusive comando), salas de
administrao de radiofrmacos, laboratrios, salas de rejeitos radioativos, espera de pacientes
internados, com seu sanitrio privativo, e salas de limpeza. As reas controladas devem estar
sinalizadas com o smbolo internacional de radiao ionizante, acompanhado de um texto
descrevendo o tipo de material, equipamento ou uso relacionado (BRASIL, 2011).
A rea supervisionada aquela que [...] embora no requeira a adoo de medidas
especficas de proteo e segurana [...] (BRASIL, 2011, p. 16), deve ser alvo de avaliaes
rotineiras para a determinao do seu nvel de periculosidade. So os espaos de acesso s
reas controladas e de eventual uso de pacientes, como as circulaes.
Os demais ambientes da unidade podem ser classificados como de acesso livre, como as
reas de recepo e espera geral, os sanitrios para funcionrios, os arquivos, os consultrios, a
sala administrativa e os depsitos, entre outros. A classificao dos ambientes deve ser feita
pelo titular do servio.
O acesso unidade de medicina nuclear deve ser independente de outros setores. Ela
deve estar localizada de forma que pessoas de outras unidades no circulem por estes
ambientes desnecessariamente. Embora esta no seja uma exigncia normativa, os fsicos
responsveis pelo servio habitualmente preferem esta condio como uma forma de oferecer
maior segurana aos usurios.
Necessidade do Espao Fsico
A RDC n 50/2002 (AGCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA, 2004, p. 42)
relaciona as atividades desenvolvidas em uma unidade de medicina nuclear: receber,
armazenar e fazer o fracionamento dos radioistopos, receber e proceder coleta de amostras
de lquidos corporais para ensaios, realizar ensaios com as amostras coletadas utilizando
radioistopos, aplicar radioistopos no paciente pelos meios injetvel, oral ou inalvel, manter o
paciente em repouso ps-aplicao, realizar exames nos pacientes aplicados, realizar o
processamento da imagem, manter em isolamento o paciente ps-terapia com potencial de
emisso radioativa, emitir laudo dos atos realizados, manter documentao e zelar pela
proteo e segurana dos pacientes e operadores.
33
Esta resoluo estabelece, ainda, os ambientes que devem fazer parte desta unidade:
laboratrio de manipulao e estoque de fontes em uso, sala de decaimento, box para coleta de
material, laboratrio de radioimunoensaio, sala de administrao de radiofrmacos, sala ou box
de pacientes injetados, sala de exames, sala de laudos e arquivos, quarto para internao com
banheiro exclusivo (quando aplicada dose de iodo-131 acima de 1,11 Gbq), in loco ou no.
A unidade de medicina nuclear, na classificao desta Resoluo, faz parte da unidade
funcional de apoio ao diagnstico e terapia. importante ressaltar que, para o funcionamento
desta unidade, imprescindvel a existncia dos chamados ambientes de apoio tcnico e
logstico. Fazem parte desses ambientes de apoio: depsito de material de limpeza (DML), rea
de recepo e espera para pacientes e acompanhantes, sanitrio para pacientes exclusivo da
unidade, sala de utilidades e rouparia.
A norma CNEN-NE-3.05 (COMISSO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR, 1996, p. 9)
coloca como indispensvel os seguintes ambientes para um servio de medicina nuclear: sala
de espera de pacientes, sanitrio exclusivo de pacientes, local para armazenamento de rejeitos
radioativos, laboratrio de manipulao e armazenamento de fontes em uso, sala de
administrao de radiofrmacos, sala de exame, quarto para internao de paciente com dose
teraputica com sanitrio privativo (quando forem aplicadas doses teraputicas de iodo-131).
Diferentemente da RDC 50/2002, esta norma no estabelece valores para as reas dos
ambientes.
Quando houver aplicao de doses teraputicas de iodo-131, o quarto destinado
internao de pacientes deve possuir paredes e piso construdos com materiais impermeveis,
que permitam a fcil descontaminao, e mais: cantos arredondados, sanitrio privativo, biombo
blindado junto ao leito, sinalizao e acesso controlado. No caso de dois pacientes no quarto
teraputico, obrigatrio o uso de barreira protetora entre os leitos (biombo blindado)
(COMISSO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR, 1996, p.10).
Quanto ao dimensionamento dos acessos, os corredores destinados circulao de
pacientes devem possuir corrimos em, pelo menos, uma parede lateral a uma altura de 80cm a
92cm do piso e com finalizao curva. Os corredores de circulao de pacientes ambulantes ou
em cadeiras de rodas, macas ou camas devem ter a largura mnima de 2,0m, no podendo ser
utilizados como reas de espera.
Conforme a RDC n 50/2002, todas as portas de acesso a pacientes devem ter
dimenses mnimas de 0,80 (vo livre) x 2,10m, inclusive os sanitrios. As portas de acesso aos
ambientes com equipamentos de grande porte tm de possuir folhas ou painis removveis, com
largura compatvel com o tamanho do equipamento, permitindo, assim, sua sada para
manuteno ou troca. Todas as portas utilizadas para a passagem de camas/macas das salas
de exame ou terapias tm de possuir dimenses mnimas de 1,20 x 2,10m.
34
A seguir, sero apresentados os ambientes que compem uma unidade de medicina
nuclear, conforme relao da RDC n 50/2002 (AGCIA NACIONAL DE VIGILNCIA
SANITRIA, 2004) e as normas do CNEN, relacionando as atividades realizadas em cada um
deles com o mobilirio e o equipamento necessrios, bem como as condies ambientais e de
instalaes.
Laboratrio de Manipulao e Estoque de Fontes em Uso
Neste ambiente so realizadas as seguintes atividades, conforme a RDC 50/2002:
receber e armazenar os radioistopos e fazer o fracionamento dos radioistopos, tendo como
rea mnima 8,0m. Este ambiente usualmente chamado de sala quente. Dever ser previsto
ponto de gua fria no acesso para instalao de lava-olhos e chuveiro de emergncia, alm de
sistema de exausto.
Este laboratrio deve ser construdo com material de acabamento impermevel que
permita a fcil descontaminao; deve ter piso e paredes com cantos arredondados; bancadas
com cuba de, no mnimo, 40cm de profundidade e torneiras sem controle manual. Nos casos de
fontes volteis de iodo-131 ou de servios que realizem estudos de ventilao pulmonar,
necessrio um sistema de extrao de ar isolado (BRASIL, 1996).
Quanto ao nvel de risco de ocorrncia de eventos adversos sade por exposio ao ar
ambiental, este ambiente classificado, conforme a NBR 7256 (ASSOCIAO BRASILEIRA
DE NORMAS TCNICAS, 2005), como de nvel 1. No nvel 1 esto as reas onde no foi
constatado risco de ocorrncia de agravos sade relacionados qualidade do ar.
Para este ambiente exigido o controle da temperatura, que deve variar entre 21 e 24C,
e da umidade relativa, que deve variar entre 40 a 60%. O controle das condies
termoigromtricas necessrio para, alm de propiciar condies gerais de conforto para os
pacientes e profissionais da rea da Sade: a) manter condies termoigromtricas ambientais
favorveis a tratamentos especficos; b) inibir a proliferao de micro-organismos, favorecida
por umidade alta; c) propiciar condies especficas de temperatura e/ou umidade para
operao de equipamentos especiais. A categoria e a eficincia mnima requerida de filtragem
do ar variam em funo da classe de risco e/ou dos procedimentos desenvolvidos. Para este
ambiente exigido o filtro de ar da sala de decaimento ou do depsito de rejeitos radioativos.
Neste ambiente so realizadas as seguintes atividades, conforme a RDC n 50/2002:
receber e armazenar os radioistopos, tendo como rea mnima 4,0m. Sua funo pode ser
assumida por um recipiente blindado, acondicionado no laboratrio de manipulao, exceto
quando a unidade possuir mais de trs equipamentos de diagnstico e/ou ao menos um quarto
teraputico. Deve ser previsto o controle do agente radiolgico (ASSOCIAO BRASILEIRA
DE NORMAS TECNICAS, 2005).
35
Sala de Decaimento ou Depsito de Rejeitos Radioativos
Neste ambiente so realizadas as seguintes atividades, conforme a RDC n 50/2002:
receber e armazenar os radioistopos, tendo como rea mnima 4,0m. Sua funo pode ser
assumida por um recipiente blindado, acondicionado no laboratrio de manipulao, exceto
quando a unidade possuir mais de trs equipamentos de diagnstico e/ou ao menos um quarto
teraputico.
O local para armazenamento de rejeitos radioativos (qualquer material resultante de
atividades humanas que contenha radionucldeos em quantidades superiores aos limites de
iseno especificados e para o qual a reutilizao imprpria ou no prevista) deve ser
constitudo de compartimentos que possibilitem a segregao por grupo de radionucldeos com
meias vidas prximas e por estado fsico. Deve ainda possuir blindagem adequada, ser
sinalizado e localizado em rea de acesso controlado (BRASIL, 1996). A norma CNEN-NE-6.05
(COMISSO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR, 1985) tem como objetivo estabelecer
critrios gerais e requisitos bsicos relativos gerncia de rejeitos radioativos. Nela os rejeitos
so classificados em categorias, considerando-se o estado fsico, a natureza da radiao, a
concentrao e a taxa de exposio.
Box para Coleta de Material
Neste ambiente realizada a atividade, conforme a RDC n 50/2002: receber e proceder
coleta de amostras de lquidos corporais para ensaios. Deve ser prevista a quantidade de um
box para cada 15 coletas por hora no servio. Cada box deve ter rea mnima de 1,50m, sendo
um para a maca. A existncia deste ambiente est relacionada com os procedimentos de
medicina nuclear in vitro, quando necessria a coleta de sangue do paciente. Devem ser
previstas, ainda, instalaes para lavatrio.
Laboratrio de Radioimunoensaio
Neste ambiente realizada a seguinte atividade, conforme a RDC n 50/2002: realizar
ensaios com as amostras coletadas utilizando radioistopos, tendo como rea mnima 6,00m.
Poder estar situado fora da unidade.
Conforme a NBR 7256 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2005),
quanto ao nvel de risco, este ambiente classificado como de nvel 1, sendo exigido o controle
da temperatura, que deve variar entre 21 e 24C, bem como da umidade relativa, que deve variar
entre 40 a 60%. exigido o filtro de ar da classe G3. Devero ser previstos sistema de exausto,
pontos hidrulicos para a pia e lavatrio para as mos, alm de instalaes eltricas
diferenciadas.
36
Sala de Administrao de Radiofrmacos
Neste ambiente realizada a atividade, conforme a RDC 50/2002, aplicar radioistopos
no paciente pelos meios: injetvel, oral ou inalvel, tendo como rea mnima 5,50 m2, com
dimenso mnima de 2,20m. Para a radioproteo, na administrao de doses teraputicas na
rea de manipulao, deve ser previsto adequado sistema de exausto de ar e instalaes
hidrulicas, assim como, para a bancada de manipulao, material liso, de fcil
descontaminao, recoberta com plstico e papel absorvente.
Sala e Box de Pacientes Injetados
Neste ambiente realizada a seguinte atividade, conforme a RDC n 50/2002: manter o
paciente em repouso ps-aplicao. Este ambiente usualmente denominado de espera
quente. Para o seu dimensionamento, devem ser considerados, no mnimo, 0,90m por cadeira,
sendo obrigatria a existncia de, no mnimo, um box para a maca com rea mnima de 3,00m.
Aconselha-se, neste ambiente, a colocao de bebedouro e televiso. A ingesto de
gua ajuda na circulao e a televiso entretm os pacientes enquanto eles esperam. O
paciente dever utilizar a espera para que o radiofrmaco circule no organismo e, depois de
terminado o exame, at o trmino da ao radioativa do produto. Este ambiente deve possuir
blindagem adequada e deve ser sinalizado e estar localizado em rea de acesso controlado, por
se tratar de rea potencialmente perigosa. Embora neste local no acontea a manipulao de
elementos radioativos, a proteo necessria devido emisso de radiao por parte dos
pacientes injetados.
Sala de Exames
Neste ambiente ocorre a atividade, conforme a RDC n 50/2002, de realizar exames nos
pacientes aplicados. Seu dimensionamento depende do equipamento que ser instalado,
devendo-se respeitar as distncias mnimas entre as bordas ou extremidades do equipamento e
todas as paredes da sala. Das bordas laterais deve haver 1,00m e 0,60m das demais bordas ou
extremidades do equipamento. Alm disso, devem-se obedecer s distncias mnimas
informadas pelo fabricante, considerando-se o trajeto de suas partes mveis.
A cabine de comando deve ter dimenses e blindagem que proporcionem atenuao
suficiente para garantir a proteo do operador. A localizao desta cabine deve permitir ao
operador eficaz comunicao e observao visual do paciente.
37
Sala de Administrao de Radiofrmacos
As dimenses e a disposio do equipamento na sala de exame dependem do seu tipo e
da marca. Os prprios fabricantes sugerem um leiaute tpico, que deve ser adequado para cada
local onde ser instalado. Para a instalao do equipamento, deve-se observar a rota de
transporte (portas e vias de acesso), que precisa possuir dimenses suficientes, conforme o seu
tamanho. Tambm se deve considerar, no clculo da estrutura do edifcio, o seu peso.
Quanto aos gases medicinais, conforme a RDC n 50/2002, necessrio um ponto de
oxignio para cada sala de exame, no sendo exigidos xido nitroso, ar comprimido ou vcuo
clnico. Quanto s instalaes eltricas, a sala de exames de medicina nuclear classificada no
grupo 1, classe 15.
Conforme a NBR 7256 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2005),
quanto ao nvel de risco, este ambiente classificado como de nvel 1, sendo exigido o controle
da temperatura, que deve variar entre 21 e 24C, bem como da umidade relativa, que deve variar
entre 40 a 60%. Para este ambiente exigido o filtro de ar da classe G3. Deve ser previsto o
controle do agente radiolgico. O ar condicionado dever funcionar 24 horas, e seu insuflamento
no poder ser posicionado diretamente sobre o equipamento. No recomendado o uso de
desumidificadores mveis.
As vibraes externas ou os choques afetam o equipamento e podem degradar a
qualidade da imagem durante a realizao do exame. Nas trs orientaes de espao, a
vibrao do edifcio no deve exceder faixa de frequncia pr-estabelecida pelo fabricante.
Este mais um motivo para a instalao da unidade com apoio direto ao solo.
Sala de Laudos e Arquivos
Neste ambiente so realizadas as seguintes atividades, conforme a RDC n 50/2002:
emitir laudo dos atos realizados e manter documentao, tendo como rea mnima 6,0m. Este
ambiente deve estar localizado em setor de acesso livre, para permitir a entrada de pessoas que
venham buscar resultados para distribuio.
Exemplo de Projeto
Na figura 1 v-se uma proposta de uma unidade de medicina nuclear, com destaque dos
setores controlado, supervisionado e livre. O setor controlado composto por todos os
ambientes que possam abrigar pessoas ou objetos que tenham alguma radiao. A sala de
exames o ponto principal, onde ser colocado o paciente quando j injetado pelos
radiofrmacos e aps o tempo necessrio para que o produto tenha sido absorvido pelas clulas
a serem examinadas ou simplesmente esteja na corrente sangunea, para os exames
circulatrios. A sala de comando considerada espao controlado por pertencer ao conjunto da
sala de exame.
38
39
Fonte: elaborao dos autores.
Figura 1 Exemplo de unidade de medicina nuclear estudo de zoneamento
40
As reas de administrao de radiofrmacos, laboratrio e DML foram localizadas na
parte mais interna do servio.
Esta situao contribui para que as pessoas que frequentam a unidade se exponham
menos radiao. Por exemplo, o mdico que emite os laudos no passa em frente aos
ambientes de maior risco de radiao.
Quanto aos fluxos de pacientes, funcionrios e insumos radioativos, observa-se que
existe concentrao de trnsito na circulao principal da unidade, que foi projetada com grande
largura para permitir a passagem sem maiores conflitos, evitando-se desconforto ou acidentes.
Constam, neste projeto, os ambientes mnimos solicitados pelas normas, exceto o
laboratrio de radioimunoensaio, pois este servio no realiza procedimentos in vitro. Quanto
aos ambientes de apoio, esta unidade possui todos os recomendados pela RDC n 50/2002:
DML exclusivo, sala de utilidades, sala de espera, recepo, rouparia e local para roupa suja e
resduos. Foi observado o correto dimensionamento das portas de acesso para macas,
pacientes e equipamentos. A porta do sanitrio de paciente injetado abre para fora do ambiente,
com vo livre de 80cm. A porta de acesso sala de exame permite a eventual sada dos
equipamentos e entrada de macas, possuindo vo livre de 1,5m.
Consideraes Finais
Tendo em vista o risco de exposio desnecessria radiao, a cuidadosa anlise
funcional destas unidades possui fundamental papel na organizao dos espaos. As reas
controladas, onde o risco de exposio maior, devem preferencialmente ficar prximas entre si
e o mais afastado possvel das demais. Dentro da unidade podem-se, igualmente, criar
condies de minimizar a exposio dos funcionrios a riscos.
Mais do que qualquer atividade profissional de sade, o uso das radiaes ionizantes exige
regras de segurana restritas e rigorosas. Quando um acidente ocorre numa atividade comum, o
impacto social e ambiental pode ser contornado e compromete uma pequena parte da
populao e do meio. No caso de um acidente nuclear, no entanto, as consequncias podem ser
catastrficas para toda a sociedade e para o meio ambiente. Poder haver impactos importantes
que comprometam as vidas no somente de indivduos no perodo em questo, mas tambm
das geraes futuras.
41
A Patologia Clnica, ou Medicina Laboratorial, cuida da anlise de fluidos orgnicos, como
sangue, fezes, urina e outras secrees, constituindo-se em um dos mais importantes auxiliares
no diagnstico de doenas. A arquitetura desses laboratrios vem experimentando notveis
avanos nos ltimos anos, no somente pelo natural desenvolvimento tecnolgico, mas pelo
surgimento de novos exames e procedimentos. De acordo com Del Nord (2011, p. 495), h uma
tendncia de concentrao das atividades de anlise clnica em grandes laboratrios devido,
principalmente, a razes econmicas e de maiores exigncias de qualidade dos procedimentos.
Os pequenos laboratrios tornam-se insustentveis economicamente pela crescente
sofisticao e pelo alto custo dos equipamentos de anlise, que possuem um ciclo de vida curto
e exigem uma escala de uso elevada para que se tornem viveis. A questo de preparo dos
recursos humanos tambm refora esta tendncia, pois h a necessidade de alta
especializao e multidisciplinaridade da equipe, resultando em investimento proibitivo para
instituies de pequeno porte. O que se tem notado um crescimento da quantidade de pontos
de coleta, dando maior comodidade ao usurio, e a montagem de uma eficiente rede de
transporte e conservao das amostras, permitindo que grandes instituies localizadas em
centros estratgicos atendam regies cada vez mais extensas. Os laboratrios de patologia
clnica de menor porte vo se limitando s anlises emergenciais, comumente em hospitais, ou
de quantidade muito reduzida e baixa complexidade. Em termos de estrutura arquitetnica,
observa-se o desaparecimento das unidades de mdio porte como resultado desta evoluo. Os
desafios para a soluo espacial destes laboratrios, no entanto, permanecem, impondo aos
profissionais que trabalham em seus projetos permanente atualizao e compreenso dos
desafios que cada caso particular envolve.
Os principais aspectos do planejamento de um laboratrio so: segurana do
pessoal, proteo da amostra, preciso dos resultados, eficincia no fluxo de
trabalho, assim como a proteo do meio ambiente e dos riscos provenientes
das atividades realizadas no seu interior (AGCIA NACIONAL DE
VIGILNCIA SANITRIA, 2004a, p. 7).
Principalmente a proteo ambiental dever ser destacada neste planejamento, pois
afeta toda a comunidade onde o laboratrio for localizado. A preservao de mananciais e o
correto descarte de resduos slidos contaminados devem ser uma preocupao constante nos
projetos deste equipamento, criando-se uma estrutura adequada para que suas rotinas de
segurana aconteam da forma mais eficiente possvel.
Arquitetura de Laboratrios de Patologia Clnica
Antnio Pedro Alves de Carvalho
O laboratrio de manipulao outro ambiente onde h cuidado especial, por receber o
material radioativo, que ser preparado para ser injetado no paciente. Este espao tambm
guarda as sobras de material e utenslios contaminados em depsitos especiais blindados. O
controle de todo o material radioativo oferece mais segurana quando est no laboratrio, pois
se encontra sob a responsabilidade direta de funcionrios treinados. A sala de administrao
dos radiofrmacos deve estar prxima ao laboratrio, de onde receber o produto pronto para
ser aplicado no paciente.
Dever ser prevista a possibilidade de entrada do paciente acamado ou em cadeiras de
rodas. Depois de injetado o produto radioativo na sala de administrao de radiofrmacos, o
paciente poder encaminhar-se diretamente para a sala de exame ou aguardar por um perodo
na espera de pacientes injetados, a depender do procedimento que ser executado. Aps
efetuado o exame, o paciente sempre dever aguardar na espera at que transcorra o tempo
necessrio para que o contraste no apresente mais radioatividade, podendo ento ser liberado.
A espera deve dispor de sanitrio para uso exclusivo dos pacientes injetados. O sanitrio poder
estar ligado ao esgotamento geral, contanto que haja cuidados necessrios para o
monitoramento de qualquer radioatividade residual. O banheiro possui chuveiro para uso no
caso de contaminao acidental. Quanto ao vestirio de pacientes, a troca de roupa, quando
necessria, pode ser realizada dentro da sala de exame. O boxe de coleta deve ser utilizado por
pacientes que iro executar testes de imunoensaio.
Os ambientes de apoio (como DML, de roupa suja, resduos slidos e utilidades) devero
sofrer estrito controle, pela eventualidade de abrigarem resduos radioativos. A sala de
utilidades, em especial, deve possuir pia de despejo, pois pode ser ponto de descarte de fluido
ainda radioativo proveniente de pacientes recm-injetados.
Deve-se destacar que todo o cuidado de preveno e controle deve estar resumido ao
perodo de meia vida das substncias radioativas aplicadas e que esta radioatividade
extremamente baixa. O maior risco ser sempre relativo aos prprios funcionrios da unidade,
que estaro continuamente sob a possibilidade de exposio. Por esta razo, o treinamento e
fiscalizao de suas rotinas so tarefas das mais importantes.
A circulao de acesso aos ambientes pode ser considerada rea supervisionada, tendo
acesso restringido por porta sinalizada. As demais reas mostradas na figura 1, como de espera,
recepo, rouparia, sala de arquivos e laudo, so consideradas livres ao acesso. Observa-se
que o leiaute apresentado permite a entrada e sada de macas sem atravessar a espera dos
pacientes e acompanhantes quando ainda na recepo.
A unidade foi idealizada para localizar-se dentro de um hospital, de forma a permitir o
acesso apenas a pessoas e pacientes do servio. Esta localizao contribui para minimizar os
riscos de exposio radiao. Pode-se observar que as reas controladas esto contguas e
que existe clara sequncia dos diversos setores internos, indo da menos para a mais controlada.
42
43
Programa Arquitetnico
Para o estabelecimento do programa arquitetnico de um laboratrio de patologia clnica,
ser necessria a determinao precisa do perfil da unidade, comumente determinado pelas
atividades desenvolvidas no seu setor tcnico. A variedade de procedimentos que podem ser
efetuados neste tipo de equipamento muita extensa, implicando situaes completamente
diversas para cada caso. Dentre as especialidades de anlises listadas pela RDC Anvisa n
50\2002 (AGCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA, 2004a, p. 63), destacam-se as
seguintes:
hematologia, parasitologia, uranlise, imunologia, bacteriologia, virologia,
micologia, bioqumica e biologia molecular. Cada um destes servios, por sua
vez, possui suas prprias subespecialidades, implicando estudos de
programao altamente complexos. A partir das principais atividades
definidas no setor tcnico, sero dimensionados os setores de atendimento
ao cliente e de apoio.
O setor de atendimento ao cliente, tambm chamado de coleta, deve possuir, pelo menos
minimamente, reas para espera, balces de atendimento e registro, salas de coleta (que
podem estar organizadas em boxes com cadeiras ou macas) e sanitrios. Se a instituio
realizar exames que exijam jejum, dever ser prevista copa e/ou lanchonete. A espera, quando
possvel, dever prever local prprio para crianas. Os setores de coleta tm sido
desmembrados, como foi ressaltado, constituindo-se em uma rede distribuda, devendo ser
colocados prximos s demandas. Caso eles se apresentem de forma isolada, ser preciso
acrescentar-se ao seu programa os ambientes de apoio necessrios, que dependero do porte e
dos procedimentos efetuados. Existem, ainda, os casos dos laboratrios de maior porte, que
tero outros menores ou centros de coleta como clientes. Em situaes como essas, dever
estar previsto o recebimento de grande quantidade de amostras com entregas efetuadas por
veculos especializados.
O setor de apoio dever constar de rea administrativa, vestirios, sala de estar de
pessoal, centro de material esterilizado, lavagem e secagem de utenslios, depsitos, utilidades,
laudos e quarto de planto. A rea administrativa ser dimensionada conforme o porte e a
estrutura do laboratrio, mas poder constar de: chefia, secretaria, espera e sanitrios. A chefia
poder ser subdividida em reas de pessoal, tcnica, de compras, entre outros espaos. Como
em qualquer estabelecimento de sade, este setor dever ser planejado para admitir frequentes
modificaes em sua distribuio. O conforto do pessoal precisar ser especialmente
dimensionado nos casos de utilizao de plantes ou de horrios de grande fluxo nas ocasies
de trocas de turno.
Quando a unidade for localizada em hospitais, poder prescindir de central de
esterilizao de materiais, mas a lavagem, a secagem (de vidrarias) e a estocagem continuaro
sendo necessrias. Os depsitos sero dimensionados e projetados de acordo com a previso
de sua guarda, com o cuidado especial para o caso do estoque de substncias inflamveis,
explosivas ou radioativas. Os resduos slidos, bem como roupas contaminadas, devero, da
mesma forma, ter o destino corretamente equacionado.
O setor tcnico, como foi dito, possui uma grande variedade programtica, a depender
dos tipos de anlises que sero efetuadas. Na figura 1, pode-se observar o exemplo de um
laboratrio de anlises clnicas com o programa tcnico mais comum para hospitais de porte
mdio quanto ao nmero de leitos de internao, UTI e emergncia. O setor, neste caso,
composto por reas para uranlise, bioqumica, hematologia, bacteriologia e parasitologia. Nas
reas de parasitologia e bacteriologia foram previstos o fechamento e a presso negativa, alm
das cabines de segurana biolgica. As demais reas compem um salo aberto, dividido por
bancadas. Esta unidade no prev a coleta direta, possuindo apenas uma recepo de
amostras e sua classificao. Os espaos para DML, utilidades, lavagem e esterilizao foram
colocados ao final do corredor para maior resguardo das atividades ligadas limpeza. A rea
administrativa se resume chefia, pois toda a infraestrutura deste setor ser compartilhada com
o hospital.
44
Fonte: GEA-Hosp (2013), baseado em estudo de Acho e Raposo (2005).
45
Figura 2 Exemplo de laboratrio hospitalar de anlises clnicas
Biossegurana
Os cuidados relativos biossegurana so essenciais nos laboratrios de patologia
clnica, havendo extenso arcabouo de normas e orientaes que devem ser obrigatoriamente
obedecidas (CARVALHO, 2006). As contenes primrias so as relativas proteo dos
funcionrios e das pessoas em geral que utilizam os laboratrios. As contenes secundrias
buscam proteger o meio ambiente onde o equipamento est inserido. Os nveis de
biossegurana obedecem a uma escala crescente de um a quatro, a depender da forma de
transmisso dos agentes biolgicos trabalhados. Os laboratrios de nvel de biossegurana I
so os de baixo risco de contaminao ao ser humano e possuem as seguintes exigncias
ambientais: acessos restritos, lavatrios em posies estratgicas, sinalizao, esquadrias
protegidas contra a entrada de insetos e materiais de acabamento de mobilirio, armrios,
bancadas, pisos, paredes e tetos que permitam a fcil limpeza. O nvel de biossegurana II
adequado para trabalhar com agentes bioqumicos de risco moderado. O nvel de
biossegurana III para laboratrios de estudos e pesquisas e manipulao de agentes de
grande periculosidade. Os laboratrios de nvel de biossegurana IV so reservados para casos
de agentes biolgicos com grande risco e que ainda no possuem formas de tratamento
conhecidas. Na figura 2, pode-se observar o leiaute de um laboratrio com nvel de
biossegurana 3, que possui o acesso controlado por outro laboratrio com nvel de
biossegurana 2.
Fonte: GEA-Hosp (2013).
46
Figura 3 Exemplo de leiaute de laboratrios de nveis de biossegurana 2 e 3
Instalaes
As instalaes eltricas, hidrossanitrias, de gases e outras necessitam de planejamento
cuidadoso, no caso de laboratrios. Para que possam atender frequentes mudanas de leiautes
e equipamentos, devem possuir distribuio que possibilite fcil expanso e reordenamento.
Quando possvel, deve-se prever a colocao de tubulaes em canaletas devidamente
fechadas, para que se preserve a flexibilidade e o asseio. De acordo com Bicalho (2010):
A exposio direta de tubulaes pe em risco a segurana das instalaes, bem como
do ambiente, principalmente no caso de instalaes de gases, isto porque estes tubos
so frgeis e podem se danificar quando da limpeza, ocorrendo assim vazamentos
indesejveis e perigosos (BICALHO, 2010, p.107).
A parte eltrica deve admitir circuitos com folga conveniente (30%, segundo AGCIA
NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA, 2004b, p. 68) e disjuntores apropriados para o tipo de
equipamento previsto. A disponibilidade de tomadas com tenses 110v ou 220v deve percorrer
todas as bancadas e paredes. Os refrigeradores, de uma forma geral, devem estar ligados a
geradores, bem como outros equipamentos de uso frequente ou de emergncia. Deve-se prever
a potncia adequada para os pontos que so reservados para estufas, refrigeradores,
autoclaves, muflas, chapas aquecedoras e destiladores.
A qualidade da gua utilizada dever estar monitorada, para que no interfira nas
anlises. A previso de deionizadores e destiladores normal, podendo haver a necessidade de
equipamentos de maior porte com esta funo, a depender dos tipos de anlises efetuadas ou
do porte do laboratrio. As tubulaes de esgotamento sanitrio devero ser resistentes aos
produtos qumicos que sero utilizados, podendo haver a necessidades de pr-tratamento de
efluentes em alguns casos. As tubulaes de gases que provoquem combusto, como GLP ou
oxignio, devero atender estrita obedincia s normas.
Todo laboratrio dever possuir projeto especfico de segurana adaptado s suas
rotinas. A previso de rotas de fuga, extintores apropriados, sprinklers, chuveiros, lava-olhos,
cabines de segurana e ambientes de presso controlada do ar constitui-se em providncia
comum neste tipo de projeto. Por mais simples que sejam as anlises a serem efetuadas, exige-
se um grande esforo de coordenao de projetos que compatibilize as diversas especialidades
envolvidas, de modo a no provocar situaes de risco ou sem a devida funcionalidade.
47
Materiais de Acabamento
O acabamento externo de pisos, paredes, tetos, forros, bancadas e armrios de
laboratrios dever estar adaptado s peculiaridades dos procedimentos previstos, mas
algumas diretrizes gerais podem ser consideradas. Os pisos devero permitir a fcil limpeza, ser
antiderrapantes e resistentes abraso. Devem-se evitar juntas mais baixas, largas ou que
absorvam a umidade. As paredes devero ter acabamento fosco e que permita a lavagem. No
aconselhvel a utilizao de forros que absorvam a umidade ou que no permitam o asseio
com pano mido. As bancadas devem resistir umidade e aos produtos qumicos utilizados,
permitindo o asseio constante, no possuindo juntas ou reentrncias. Os armrios, sempre
confeccionados at o teto, devem ser executados com revestimento que facilite a limpeza,
sendo de cor clara e lisos. Os prensados melamnicos e as pinturas base de epxi ou
automotiva so os acabamentos mais utilizados.
Alguns materiais de uso comum em estabelecimentos de sade devem ser aplicados
com cuidado em laboratrios. As cermicas somente sero usadas quando forem de alta
resistncia e quando seus rejuntamentos mnimos e base de epxi estiverem no mesmo nvel
das peas. So desaconselhados pisos base de PVC, como mantas vinlicas, pois so
marcados por produtos qumicos, como iodo, cidos e bases, alm de no resistirem ao atrito
intenso. Os emborrachados sero adotados apenas quando a resistncia e a porosidade forem
adequadas. As resinas autonivelantes base de epxi ou poliuretano atendem necessidade
quanto funcionalidade, mas so de alto custo, justificando-se em laboratrios de maior porte.
Os pisos de alta resistncia so muitos utilizados, sendo ideal que possuam cores claras e
tenham manuteno adequada.
No aconselhvel a utilizao de cermicas ou azulejos em paredes devido s suas
juntas. O prensado melamnico pode ser uma boa opo, devendo-se tratar adequadamente
suas emendas, cuidando-se para que no recebam umidade excessiva, o que pode provocar
seu descolamento. Este tipo de acabamento ideal para divisrias. As pinturas de base acrlica
so indicadas, mas necessitam de boa manuteno. O mesmo se pode dizer das pinturas
base de epxi, que possuem maior resistncia limpeza constante. As bancadas em ao inox
so as mais utilizadas em laboratrios, apesar de serem facilmente riscadas. Ser preciso, em
cada caso, realizar uma correta especificao das ligas metlicas que as constituem, para que
possuam a resistncia adequada aos produtos qumicos a que podem estar submetidas. As
chamadas superfcies slidas minerais (SSM), base de resinas sintticas, apresentam grande
resistncia e no possuem emendas, mas so de custo elevado. Os granitos e outros tipos de
pedras naturais devem ser utilizados com os devidos cuidados, pois a maioria apresenta grande
absoro da umidade e muito heterognea. Em relao aos prensados melamnicos, vale o
que foi dito em relao s paredes.
48
As esquadrias devem ser escolhidas entre modelos que apresentem fcil manuteno e
limpeza. A incidncia solar direta no aconselhvel em ambientes de laboratrio, embora a
iluminao natural seja desejvel. A orientao do posicionamento das janelas, portanto, deve
ser alvo de estudo detalhado, podendo ser utilizados brises externos. Se houver ventilao
natural, ser necessria a colocao de telas que evitem a entrada de insetos, alm de impedir o
excesso de umidade e as formas diversas de poluio do ar e sonora. As portas devem dispor de
molas de fechamento automtico e visores. A proteo contra choques de carrinhos desejvel.
Como pode ser observado, a especificao de materiais de acabamento de laboratrios no
uma tarefa simples, exigindo, por parte do arquiteto, domnio das atividades a serem
desempenhadas em cada ambiente.
Resduos Slidos
De acordo com a RDC Anvisa n 302/2005 (AGCIA NACIONAL DE VIGILNCIA
SANITRIA, 2005), todo laboratrio de unidades de sade dever possuir Plano de
Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade (PGRSS) adequado para seu tipo de
funcionamento. Os resduos gerados por laboratrios de patologia clnica podem ser
constitudos por materiais que apresentam risco de infeco, qumicos, radioativos, comuns ou
perfurocortantes, devendo obedecer s diretrizes da RDC Anvisa n 306/2004 (AGCIA
NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA, 2004b) e Resoluo Conama n 358\2005
(CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2005). Em relao arquitetura, dever ser
previsto local para a guarda segregada dos materiais com caractersticas diversas. Em unidades
de pequeno porte, com pouca diversificao de procedimentos, pode ser reservada rea prpria
dentro da sala de utilidades. Em instituies maiores, contudo, ser aconselhvel reserva de
espao exclusivo para a guarda temporria dos resduos, revestido com materiais de fcil asseio
e manuteno e que disponha de lavatrio e ponto de gua prximos. Ser aconselhvel a
previso de sala de tratamento de resduos slidos contaminados mediante a esterilizao em
especial para materiais que entraram em contato com sangue. Em unidades pequenas e
mdias, estes resduos podem ser levados a locais especializados. O destino dos expurgos
tambm deve ser estudado, para que no provoquem contaminao em vizinhanas.
Consideraes Finais
O projeto arquitetnico de laboratrios de patologia clnica deve ser implementado com o
mximo rigor tcnico, para que os ambientes projetados possam abrigar corretamente
mobilirio, equipamentos e pessoas em fluxos e atividades devidas. Para tanto, no ser
suficiente o conhecimento limitado de normas e padres, mas uma real vivncia da realidade do
seu dia a dia. Seus espaos abrigam rotinas nos quais a segurana constitui-se em fator
essencial, implicando indicaes precisas e de adoo obrigatria, sendo um desafio para os
seus planejadores.
49
Unidade Funcional 4
Anatomia Patolgica
e Citopatologia
53
Registro
Ambulatrio
Atend. Imediato
Internao
Apoio ao Diag. e
Terapia
Apoio
Administrativo
Apoio
Logstico
(Necrotrio)
Anatomia Patolgica
Anlise
Preparo e Guarda
de Reagentes
Arquivo de Peas,
Fotos e Lminas
Material/informao
Cadver
Fluxograma Anatomia Patolgica
e Citopatologia
Guarda e
Conservao
de Cadver
Laudo
Preparo de
Peas e Cadveres
LEGENDA
APA01 Sala de recepo e classificao
RELAO FUNCIONAL
LEIAUTE
54
SALA DE
MICROSCOPIA
SALA DE BIPSIA
DE CONGELAO
SALA DE TCNICA
0 30 60 90 120 cm
M004
M009
M1
M009
M006 M006
E054
M019
M013
M015M019
M006
M006
M035
M012
M002
M026
M015 E043
Un
idad
e F
un
cio
nal 4
An
ato
mia
Pato
lg
ica
An
ato
mia
Pato
lg
ica e
Cit
op
ato
log
ia
SALA DE RECEPO
E CLASSIFICAO
E043 - Impressora
E054 - Microcomputador
M002 - Armrio
M004 - Balde cilndrico porta-detritos
com pedal
M006 - Cadeira
M009 - Cesto de lixo
M012 - Mesa para impressora
M013 - Mesa para microcomputador
M015 - Mesa tipo de escritrio com gavetas
M019 - Cadeira giratria com braos
M026 - Mesa de trabalho tipo bancada
M035 - Balco de atendimento
Ver condies de conforto.
Ver condies de conforto.
200 a 500 lux (geral). ***
Podem ser utilizadas ventilao e exausto direta ou
indireta. Ver cdigo de obras local. *
Pode ser utilizada iluminao natural ou artificial. Ver
cdigo de obras local. *
rea semicrtica. *
6,00m *
15,85m
Ver cdigo de obras local.
Liso (sem frestas), de fcil higienizao e resistente aos
processos de limpeza, descontaminao e desinfeco. *
Lisa (sem frestas), de fcil higienizao e resistente aos
processos de limpeza, descontaminao e desinfeco. *
Deve ser resistente lavagem e ao uso de
desinfetantes. *
Revestida com material lavvel.
No se aplica.
CARACTERSTICAS DO ESPAO FSICO
ATIVIDADES
INFRAESTRUTURA NECESSRIA
CONDICIONANTES AMBIENTAIS
CARACTERSTICAS DO ESPAO FSICO
ATIVIDADES
55
* RDC-50/02 (ANVISA, 2004).
*** NBR-5413 (ABNT, 1992).
APA01 Sala de recepo e classificao
Un
idad
e F
un
cio
nal 4
An
ato
mia
Pato
lg
ica
An
ato
mia
Pato
lg
ica e
Cit
op
ato
log
ia
4.4.1 Receber e registrar o material para anlise (peas, esfregaos, lquidos, secrees e cadveres).
4.4.2 Fazer a triagem do material recebido.
4.4.7 Emitir laudo dos exames realizados.
4.4.8 Fazer a codificao dos exames realizados. *
rea mnima:
rea mdia:
P direito mnimo:
Piso:
Parede:
Teto:
Porta:
Bancada:
Temperatura ideal:
Umidade ideal:
Nvel de iluminamento:
Condies de ventilao:
Condies de iluminao:
Quanto ao risco de transmisso de infeco:
Sem necessidade especfica.
Sem necessidade especfica.
Instalao-padro (sem requisitos especficos).
No se aplicam.
Ver cdigo de obras local.
Sem recomendao especfica.
No se aplicam.
Instalaes eltrica e eletrnica:
Instalaes de climatizao:
Instalaes de proteo contra descarga eltrica:
Instalaes hidrulicas e sanitrias:
Instalaes de preveno e combate a incndio:
Instalaes eltricas de emergncia:
Instalaes fluido-mecnicas:
rea mnima:
rea mdia:
P direito mnimo:
Piso:
Parede:
Teto:
Porta:
Bancada:
Temperatura ideal:
Umidade ideal:
Nvel de iluminamento:
Condies de ventilao:
Condies de iluminao:
Quanto ao risco de transmisso de infeco:
APA02 Sala de macroscopia
RELAO FUNCIONAL
LEIAUTE
56
SALA DE
MACROSCOPIA SALA DE TCNICA
0 30 60 90 120 cm
E334
M004E197
E363
Armrio
suspenso
E016
M026
M005M005
Un
idad
e F
un
cio
nal 4
An
ato
mia
Pato
lg
ica
An
ato
mia
Pato
lg
ica e
Cit
op
ato
log
ia
SALA DE
IMUNO-HISTOQUMICA
SALA DE RECEPO
E CLASSIFICAO
ARQUIVO DE PEAS, LMINAS,
BLOCOS E FOTOGRAFIAS
E016 - Geladeira
E197 - Capela de fluxo laminar
E334 - Micrtomo de congelao
E363 - Balana eletrnica
M004 - Balde cilndrico porta detritos com pedal
M005 - Banqueta giratria/mocho
M026 - Mesa de trabalho tipo bancada
Equipamentos complementares: E072, E455.
INFRAESTRUTURA NECESSRIA
CONDICIONANTES AMBIENTAIS
CARACTERSTICAS DO ESPAO FSICO
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