SUMÁRIO
CAPÍTULO I: A NECESSIDADE DA INOVAÇÃO NO ENSINO 5
1.1 INTRODUÇÃO 5
1.2 A APROXIMAÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO ELETRÔNICA NO ENSINO DE IDIOMAS 6
CAPÍTULO II: CONHECENDO SUAS ORIGENS ATRAVÉS DOS TEMPOS 8
2.1 HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA 8
2.2 OS CELTAS 8
2.3 A PRESENÇA ROMANA 8
2.4 OS ANGLO-SAXÕES 9
2.5 A INTRODUÇÃO DO CRISTIANISMO 9
2.6 OLD ENGLISH 10
2.7 MIDDLE ENGLISH 10
2.8 THE GREAT VOWEL SHIFT 12
2.9 MODERN ENGLISH 12
2.10 SHAKESPEARE 13
2.11 AMERICAN ENGLISH 14
2.12 RESUMO CRONOLÓGICO 14
CAPÍTULO III: A TECNOLOGIA NO AUTO-ENSINO DE LÍNGUAS 17
3.1 O INGLÊS COMO LÍNGUA DO MUNDO 17
3.2 O COMPUTADOR NO ENSINO 17
3.3 A INTERNET NO ENSINO 19
3.4 E O QUE TRAZ DE NOVO O COMPUTADOR 20
3.5 O PAPEL DO PROFESSOR E O PROCESSO DE INSERÇÃO DE TECNOLOGIA NA SALA DE AULA 23
3.6 AFINAL, O QUE BUSCAR NA INTERNET??? 27
3.7 ORGANOGRAMA DO APRENDIZADO ADQUIRIDO NA INTERNET 28
3.8 TABELA COMPARATIVA DA ALFABETIZAÇÃO ELETRÔNICA 29
3.9 COMUNICAÇÃO LIVRE E MAIS ACENTUADA 29
3.10 CONSIDERAÇÕES FINAIS 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32
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CAPÍTULO I
A NECESSIDADE DA INOVAÇÃO NO ENSINO
1.1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho de cunho bibliográfico é reunir conteúdo de
pesquisa sobre a origem e evolução da língua inglesa, e traçar um paralelo de
comparação sobre o seu ensino através dos tempos, chegando até os dias de hoje,
onde a informática na educação tem tido grande evolução, especialmente no ensino
e aprendizagem da língua inglesa.
Sabe-se que nos dias de hoje, com o mundo informatizado e
globalizado, as fronteiras virtuais estão abertas a todos os que aderem à
modernidade. Não há mais limites no ensino e aprendizagem, e a distância já não é
um empecilho para quem está determinado a adquirir conhecimentos.
O papel do professor na sala de aula já não é o mesmo de antes,
independente do que ele ensine. A necessidade de aperfeiçoamento é cada vez
maior e constante, e o educador deixa de ser o detentor do conhecimento e passa a
ser o mediador dentro da sala de aula.
Especialmente no ensino de línguas, o educador se deparará com
situações adversas de conhecimentos de seus alunos adquiridos no dia a dia, e nem
sempre estando a altura de responder de imediato.
Em todas as línguas há os famosos jargões, as expressões locais e as
gírias que nem sempre são ensinadas na sala de aula, e isso faz com que os alunos
sintam a necessidade de buscar fora esse conhecimento, e com certeza, na maioria
das vezes, além do dicionário, a Internet será obra de consulta.
As novas tecnologias informacionais de comunicação, notadamente os
computadores e softwares têm transformado de forma radical a vida de nossa
sociedade nos últimos anos. No que se refere à educação, a discussão sobre o
papel das novas tecnologias educacionais no processo de ensino-aprendizagem é
de extremo interesse para se discutir os rumos que a educação vai tomar com sua
inserção. Esta pesquisa visa principalmente analisar que tipo de modificação está
acontecendo no processo de trabalho docente com a implantação de novas
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tecnologias educacionais, bem como novas posturas do profissional perante tais
inovações.
1.2 A APROXIMAÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO ELETRÔNICA NO ENSINO DE IDIOMAS
Durante a última década, profissionais de ensino da língua inglesa
tentaram uma variedade de métodos para fazer o uso da Internet promover o ensino
e a prática da língua. Porém, a Internet é muito mais que uma ferramenta
pedagógica. Está se tornando uma das mídias primárias de alfabetização e
comunicação prática na era atual. O número calculado de usuários mundiais da
Internet saltou para 130 milhões em agosto 1998, e continua a uma taxa de 40-50%
ao ano, com taxas de crescimento na China, Indonésia, e outros países em
desenvolvimento. O correio Eletrônico (e-mail) está ultrapassando a conversação via
telefone, e agora é usado como a ferramenta de comunicação freqüentemente mais
utilizada em certos setores empresariais. Enquanto isso, os estudantes de todas as
idades têm que aprender a achar, compartilhar, e tem que interpretar informações
on-line. " como parte de uma troca necessária" (Lemke, 1998). Até mesmo na esfera
pessoal, a Internet se tornou uma arena principal para entretenimento e socialização
no E.U.A. e outros países desenvolvidos e em desenvolvimento. Assim, não é
nenhum exagero dizer que o desenvolvimento de alfabetização e habilidades de
comunicação “on-line” é um sucesso em quase todos modos de vida.
Assim, no desenvolvimento e implementação da alfabetização
eletrônica, nós devemos questionar: Como os professores de ESL e EFL deveriam
fazer para obterem o melhor uso das oportunidades on-line no ensino de idioma,
ajudando os estudantes a desenvolverem a comunicação baseada em habilidades
de alfabetização? Que estratégias usar para se comunicarem com os estudantes on-
line? Que metas deveriam apontar os professores de idioma e que tipos de projetos
on-line poderiam usar para os estudantes cumprirem essas metas? Quais são os
recursos eletrônicos mais cruciais e as ferramentas que os professores deveriam
aprender, e assim poderem ensinar seus estudantes? Como os professores podem
encorajar os estudantes a se tornarem “autônomos”, e que podem continuar
aprendendo a se comunicar, administrar a pesquisa e apresentar as suas idéias,
4
usando a tecnologia de informação efetivamente além dos confins da classe ou do
semestre?
Para responder estas perguntas, nós começamos apresentando uma
armação conceitual para o desenvolvimento de alfabetização eletrônica. Nós
discutimos aplicações de sala de aula derivadas desta armação então. Finalmente,
nós examinamos as implicações de pesquisa de uma aproximação de alfabetização
eletrônica. Antes porém, seria interessante fazer uma análise comparativa da
evolução da língua inglesa, sua evolução através dos tempos, sua importância e seu
ensino, buscando visualizar a utilização de novas tecnologias na sala de aula. Esta
comparação é fundamental para análise das possíveis implicações na categoria
docente decorrente das novas tecnologias.
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CAPÍTULO II
CONHECENDO SUAS ORIGENS ATRAVÉS DOS TEMPOS
2.1 HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA
A língua inglesa é fruto de uma história complexa e enraizada num
passado muito distante.
Há indícios de presença humana nas ilhas britânicas já antes da última
era do gelo, quando as mesmas ainda não haviam se separado do continente
europeu e antes dos oceanos formarem o Canal da Mancha. Este recente fenômeno
geológico que separou as ilhas britânicas do continente, ocorrido há cerca de 7.000
anos, também isolou os povos que lá viviam dos conturbados movimentos e do
obscurantismo que caracterizaram os primórdios da Idade Média na Europa.
Sítios arqueológicos evidenciam que as terras úmidas que os romanos
vieram a denominar de Britannia já abrigavam uma próspera cultura há 8.000 anos,
embora pouco se saiba a respeito.
2.2 OS CELTAS
A história da Inglaterra inicia com os Celtas. Por volta de 1000 a.C.,
depois de muitas migrações, vários dialetos das línguas indo-européias tornam-se
grupos de línguas distintos, sendo um desses grupos o celta. O povo celta chegou a
habitar as regiões hoje conhecidas como Espanha, França, Alemanha e Inglaterra e
o celta era o principal grupo de línguas na Europa. Os celtas se originaram
presumivelmente de populações que já habitavam a Europa na Idade do Bronze.
2.3 A PRESENÇA ROMANA
Em 55 e 54 a.C. ocorrem as primeiras invasões romanas de
reconhecimento, sob o comando pessoal de Júlio César. Em 44 A.D., à época do
Imperador Claudius, ocorre a terceira invasão, quando então a principal ilha britânica
é anexada ao Império Romano até os limites com a Caledônia (atual Escócia) e o
latim passa a exercer influência na cultura celta-bretã.
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2.4 OS ANGLO-SAXÕES
Devido às dificuldades em Roma enfrentadas pelo Império, as legiões
romanas, em 410 A.D., se retiram da Britannia, deixando seus habitantes celtas à
mercê de inimigos (Scots e Picts). Uma vez que Roma já não dispunha de forças
militares para defendê-los, os celtas, em 449 A.D., recorrem às tribos germânicas
(Jutes, Angles, Saxons e Frisians) para ajuda. Estes, entretanto, de forma
oportunista, acabam tornando-se invasores, estabelecendo-se nas áreas mais férteis
do sudeste da Grã-Bretanha, destruindo vilas e massacrando a população local. Os
celtas-bretões sobreviventes refugiam-se no oeste. Prova da violência dos invasores
é o fato de que quase não ficaram traços da língua celta no inglês.
São os dialetos germânicos falados pelos anglos e pelos saxões que
vão dar origem ao inglês. A palavra England, por exemplo, originou-se de Angle-land
(terra dos anglos). A partir daí, a história da língua inglesa é dividida em três
períodos: Old English, Middle English e Modern English. A primeira metade do
século I, quando ocorreram as invasões germânicas, marca o início do período
denominado Old English.
2.5 INTRODUÇÃO DO CRISTIANISMO
Em 597 A.D. a igreja manda missionários liderados por Santo
Agostinho para converter os anglo-saxões ao cristianismo. O processo de
cristianização ocorre gradual e pacificamente, marcando o início da influência do
latim sobre a língua germânica dos anglos-saxões, origem do inglês moderno. Esta
influência ocorre de duas formas: introdução de vocabulário novo referente à religião
e adaptação do vocabulário anglo-saxão para cobrir novas áreas de significado. A
necessidade de reprodução de textos bíblicos representa também o início da
literatura inglesa.
A introdução do cristianismo representou também a rejeição de
elementos da cultura celta e associação dos mesmos à bruxaria. A observação
ainda hoje de Halloween na noite de 31 de outubro é exemplo remanescente de
cultura celta na visão do cristianismo.
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Àquele período, a Inglaterra encontra-se dividida em sete reinos anglo-
saxões e o Old English, então falado, na verdade não era uma única língua, mas sim
uma variedade de diferentes dialetos.
Os dialetos do inglês antigo de antes do cristianismo eram línguas
funcionais para descrever fatos concretos e atender necessidades de comunicação
diária. O vocabulário de origem greco-latina introduzido pela cristianização expandiu
a linguagem anglo-saxônica na direção de conceitos abstratos.
Ao final do Século 8, iniciam os ataques dos Vikings contra a
Inglaterra. Originários da Escandinávia, estes povos usavam de violência e seus
ataques causaram destruição em muitas regiões da Europa. Os vikings que se
estabeleceram na Inglaterra eram predominantemente provenientes da Dinamarca e
falavam dinamarquês. Estes mais de 200 anos de presença de dinamarqueses na
Inglaterra naturalmente exerceu influência sobre o Old English. Entretanto, devido à
semelhança entre as duas línguas, torna-se difícil determinar esta influência com
precisão.
2.6 OLD ENGLISH
Old English, também denominado Anglo-Saxon, comparado ao inglês
moderno, é uma língua quase irreconhecível, tanto na pronúncia, quanto no
vocabulário e na gramática. Para um falante nativo de inglês hoje, das 54 palavras
do Pai Nosso em Old English, menos de 15% são reconhecíveis na escrita, e
provavelmente nada seria reconhecido ao ser pronunciado. A correlação entre
pronúncia e ortografia, entretanto, era muito mais próxima do que no inglês
moderno. No plano gramatical, as diferenças também são substanciais. Em Old
English, os substantivos declinam e têm gênero (masculino, feminino e neutro), e os
verbos são conjugados.
2.7 MIDDLE ENGLISH
O elemento mais importante do período que corresponde ao Middle
English foi, sem dúvida, a forte presença e influência da língua francesa no inglês.
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Essa verdadeira transfusão de cultura franco-normanda na nação anglo-saxônica,
que durou três séculos, resultou principalmente num aporte considerável de
vocabulário – nada mais. Isto demonstra que, por mais forte que possa ser a
influência de uma língua sobre outra, esta influência normalmente não vai além de
um enriquecimento de vocabulário, dificilmente afetando a pronúncia ou a estrutura
gramatical.
O passar dos séculos e as disputas que acabaram ocorrendo entre os
normandos das ilhas britânicas e os do continente, provocam o surgimento de um
sentimento nacionalista e, pelo final do Século 15, já se torna evidente que o inglês
havia prevalecido. Até mesmo como linguagem escrita, o inglês já havia substituído
o francês e o latim como língua oficial para documentos. Também começava a surgir
uma literatura nacional.
Muito vocabulário novo foi incorporado com a introdução de novos
conceitos administrativos, políticos e sociais, para os quais não havia equivalentes
em inglês. Em alguns casos, entretanto, já existiam palavras de origem germânica,
as quais, ou acabaram desaparecendo, ou passaram a coexistir com os
equivalentes de origem francesa, em princípio como sinônimos, mas, com o tempo,
adquirindo conotações diferentes.
Seguem abaixo alguns exemplos:
Anglo-Saxão
Kingly
help
begin
hide
hunt
bill
Francês
royal
aid
commence
conceal
chase
beak
Além da influência do francês sobre seu vocabulário, o Middle English
se caracterizou também pela gradual perda de declinações, pela neutralização e
perda de vogais atônicas em final de palavra e pelo início do Great Vowel Shift.
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2.8 THE GREAT VOWEL SHIFT
Uma acentuada mudança na pronúncia das vogais do inglês ocorreu
principalmente durante os séculos 15 e 16. Praticamente todos os sons vogais,
inclusive ditongos, sofreram alterações e algumas consoantes deixaram de ser
pronunciadas. De uma forma geral, as mudanças das vogais corresponderam a um
movimento na direção dos extremos do espectro de vogais.
O sistema de sons vogais da língua inglesa antes do século 15 era
bastante semelhante ao das demais línguas da Europa ocidental, inclusive do
português de hoje. Portanto, a atual falta de correlação entre ortografia e pronúncia
do inglês moderno, que se observa principalmente nas vogais, é, em grande parte,
conseqüência desta mudança ocorrida no século 15.
2.9 MODERN ENGLISH
Enquanto que o Middle English se caracterizou por uma acentuada
diversidade de dialetos, o Modern English representou um período de padronização
e unificação da língua. O advento da imprensa em 1475 e a criação de um sistema
postal em 1516 possibilitaram a disseminação do dialeto de Londres - já então o
centro político, social e econômico da Inglaterra. A disponibilidade de materiais
impressos também deu impulso à educação, trazendo o alfabetismo ao alcance da
classe média.
A reprodução e disseminação de uma ortografia finalmente
padronizada, entretanto, coincidiu com o período em que ocorria ainda a Great
Vowel Shift. As mudanças ocorridas na pronúncia a partir de então, não foram
acompanhadas de reformas ortográficas, o que revela um caráter conservador da
cultura inglesa. Temos aí a origem da atual falta de correlação entre pronúncia e
ortografia no inglês moderno. D’Eugenio assim explica o que ocorreu:
O processo de padronização da língua inglesa iniciou em princípios do
século dezesseis com o advento da litografia, e acabou fixando-se nas presentes
formas ao longo do século dezoito, com a publicação dos dicionários de Samuel
Johnson (figura ao lado) em 1755, Thomas Sheridan em 1780 e John Walker em
1791. Desde então, a ortografia do inglês mudou em apenas pequenos detalhes,
10
enquanto que a sua pronúncia sofreu grandes transformações. O resultado disto é
que hoje em dia temos um sistema ortográfico baseado na língua como ela era
falada no século 18, sendo usado para representar a pronúncia da língua no século
20. (319, minha tradução)
Da mesma forma que os primeiros dicionários serviram para
padronizar a ortografia, os primeiros trabalhos descrevendo a estrutura gramatical
do inglês influenciaram o uso da língua e trouxeram alguma uniformidade gramatical.
Durante os séculos 16 e 17 ocorreu o surgimento e a incorporação definitiva do
verbo auxiliar do para frases interrogativas e negativas. A partir do Século 18 passou
a ser considerado incorreto o uso de dupla negação numa mesma frase como, por
exemplo: She didn't go neither.
2.10 SHAKESPEARE
William Shakespeare (1564-1616), representou uma forte influência no
desenvolvimento de uma linguagem literária. Sua imensa obra é caracterizada pelo
uso criativo do vocabulário então existente, bem como pela criação de palavras
novas. Substantivos transformados em verbos e verbos em adjetivos, bem como a
livre adição de prefixos e sufixos e o uso de linguagem figurada são freqüentes nos
trabalhos de Shakespeare.
Ao mesmo tempo em que a literatura se desenvolvia, o colonialismo
britânico do Século 19, levava a língua inglesa a áreas remotas do mundo,
proporcionando contato com culturas diferentes e trazendo novo enriquecimento ao
vocabulário do inglês.
Desde o início da era cristã até o Século 19, seis idiomas chegaram a
ser falados na Inglaterra: Celta, Latim, Old English, Norman French, Middle English e
Modern English. Essa diversidade de influências explica o fato de ser o inglês uma
língua menos sistemática e menos regular, quando comparado às línguas latinas e
mesmo ao alemão. Poderia nos levar a concluir também que o inglês de hoje pode
ser comparado a uma colcha feita de retalhos de tecidos de origem das mais
diversas.
11
2.11 AMERICAN ENGLISH
A esperança de alcançar prosperidade e os anseios por liberdade de
religião foram os fatores que determinaram a colonização da América do Norte. A
chegada dos primeiros imigrantes ingleses em 1620, marca o início da presença da
língua inglesa no Novo Mundo.
À época da independência dos Estados Unidos, em 1776, quando a
população do país chegava perto de 4 milhões, o dialeto norte-americano já
mostrava características distintas em relação aos dialetos das ilhas britânicas. O
contato com a realidade de um novo ambiente, com as culturas indígenas nativas e
com o espanhol das regiões adjacentes ao sul colonizadas pela Espanha, provocou
um desenvolvimento no vocabulário diverso do inglês britânico.
Hoje, entretanto, as diferenças entre os dialetos britânicos e norte-
americanos estão basicamente na pronúncia, além de pequenas diferenças no
vocabulário. Ao contrário do que aconteceu entre Brasil e Portugal, Estados Unidos
da América e Inglaterra mantiveram fortes laços culturais, comerciais e políticos.
Enquanto que o português ao longo de 4 séculos se desenvolveu em dois dialetos
substancialmente diferentes em Portugal e no Brasil, as diferenças entre os dialetos
britânico e norte-americano são menos significativas.
2.12 RESUMO CRONOLÓGICO
10.000 - 6.000 a.C. - Sítios arqueológicos evidenciam a presença do homem nas
terras que encontravam-se ainda unidas ao continente europeu e que os romanos
posteriormente viriam a denominar de Britannia.
1.200 - 500 a.C. - Celtas se estabelecem na Europa e ilhas britânicas.
55 e 54 a.C. - Primeiras incursões romanas de reconhecimento, sob o comando de
Júlio César.
44 A.D. - Legiões romanas, à época do Imperador Claudius, invadem e anexam a
principal ilha britânica.
50 A.D. - Os romanos fundam Londinium às margens do Tâmisa.
410 A.D. - Legiões Romanas se retiram das ilhas britânicas para defender Roma de
ataques dos bárbaros.
12
450 - 550 A.D. - Tribos germânicas (anglos e saxões) se estabelecem na Britannia
após a saída das legiões romanas. Início do período Old English.
500 - 1100 - Período que corresponde ao Old English.
465 A.D. - Suposta data de nascimento do lendário Rei Artur.
597 A.D. - Chegada de Santo Agostinho e seus missionários para converter os
Anglo-Saxões ao cristianismo. Inicia o primeiro período de influência do latim na
língua anglo-saxônica.
600 A.D. - A Inglaterra encontra-se dividida em 7 reinos anglo-saxões.
787 - 1000 A.D. - Ataques escandinavos (Vikings).
871 A.D. - Coroação do King Alfred, rei dos saxões do oeste, reconhecido como rei
da Inglaterra após ter expulsado os Vikings.
1066 - Batalha de Hastings, em que os franceses normandos, liderados por William,
derrotam Harold, conquistando a Inglaterra e dando início a um período de 350 anos
de forte influência do francês sobre o inglês.
1100 - 1500 - Período que corresponde ao Middle English.
1204 - King John, Rei da Inglaterra, entra em conflito com o Rei Philip da França,
marcando o início de um novo período de valorização do sentimento nacionalista
inglês.
1300 - Robert of Gloucester faz referência à língua inglesa como sendo ainda uma
língua falada na Inglaterra apenas por "low people".
1362 - Inglês é usado, pela primeira vez, na abertura do Parlamento Inglês.
1400 - 1600 - Período em que ocorrem com mais intensidade as mudança de vogais
(Great Vowel Shift).
1475 - Advento da imprensa, dando início a uma padronização da ortografia e
levando à disseminação da forma ortográfica do dialeto de Londres.
1500 até hoje - Período correspondente ao Modern English.
1516 - Henrique VIII cria o primeiro sistema postal da Inglaterra.
1564 - Nascimento de William Shakespeare.
1611 - A Igreja da Inglaterra publica a King James Bible, que exerceu grande
influência na linguagem de então.
1620 - Os Pilgrims chegam à America do Norte e estabelecem a Colônia de
Plymouth.
1755 - Samuel Johnson publica A Dictionary of the English Language, trazendo
estabilidade à língua inglesa.
13
1762 - Bishop Robert Lowth publica Short Introduction to English Grammar, a
primeira gramática influente da língua inglesa.
1776 - Declaração da independência dos Estados Unidos.
1700 - 1900 - Revolução Industrial, a qual alavancou o poderio econômico da
Inglaterra, permitindo a expansão do colonialismo britânico e conseqüentemente da
língua inglesa no século 19.
1945 - Fim da segunda guerra mundial, que marca o início de um período de
influência político-militar dos EUA e uma conseqüente influência econômica e
cultural decisiva nos dias de hoje. É a era do surgimento dos computadores de
grande porte, primeiramente utilizado pelo poderio militar dos EUA.
1980 - 1990 - Surgimento da Internet. À partir daí, dá-se início à popularização do
computador pessoal, como ferramenta útil de trabalho, aprendizado e diversão.
14
CAPÍTULO III
A TECNOLOGIA NO AUTO-ENSINO DE LÍNGUAS
3.1 O INGLÊS COMO LÍNGUA DO MUNDO
Fatos históricos recentes explicam o atual papel do inglês como língua
do mundo.
Em primeiro lugar, o grande poderio econômico da Inglaterra no
século 19, alavancado pela Revolução Industrial, e a conseqüente expansão do
colonialismo britânico, o qual chegou a alcançar uma vasta abrangência geográfica e
provocou uma igualmente vasta disseminação da língua inglesa.
Em segundo lugar, o poderio político-militar do EUA a partir da
segunda guerra mundial e a marcante influência econômica e cultural resultante,
acabaram por deslocar o francês como língua predominante nos meios diplomáticos
e solidificar o inglês na posição de padrão das comunicações internacionais.
Simultaneamente, ocorre um rápido desenvolvimento do transporte aéreo e das
tecnologias de telecomunicação. Surgem os conceitos de information superhighway
e global village para caracterizar um mundo no qual uma linguagem comum de
comunicação é imprescindível.
3.2 O COMPUTADOR NO ENSINO
O uso do computador no ensino, é um tema acerca do qual muito se
poderá dizer. Assim pode-se abordar este tema sob vários aspectos, como por
exemplo:
• Quais as vantagens do seu uso;
• De que forma deve ser utilizado;
• Quais os problemas inerentes à sua utilização;
• Qual o estado atual da sua implementação nas escolas.
Num mundo em que o computador invade o meio em que vivemos e
se afirma como uma ferramenta de grande valor, imprescindível na organização e
desenvolvimento de todas as sociedades minimamente desenvolvidas, é evidente
15
que este constitui também uma ferramenta de valor para o ensino e que a sua
utilização neste, não deve sequer ser posta em causa.
O não aproveitamento das potencialidades do computador no ensino,
seria o mesmo que continuarmos a andar a cavalo em vez de utilizarmos os meios
de transporte modernos, imprescindíveis para o ritmo da vida da sociedade atual;
continuarmos a comunicar com sinais de fumo, rejeitando os meios de comunicação
que a tecnologia moderna criou e dos quais a nossa civilização depende, para
sobreviver e evoluir.
Estando a sociedade moderna dependente do computador, já que
como se verifica este invade cada vez em maior escala os nossos lares e locais de
trabalho, é, por si só, uma razão válida para que em qualquer escola se recorra ao
uso dos computadores de modo que a formação decorra num ambiente que esteja
de acordo com o meio extra-escolar. Além disso, o computador permite um fácil
acesso a uma vastíssima fonte de informação e a ferramentas que vão desde uma
simples enciclopédia ou dicionário multimídia, até programas de treino de
habilidades ou de vocabulário em línguas estrangeiras etc., a linguagens de
programação, certos jogos (que apesar de desenvolvidos para o lazer, podem
permitir interessantes usos educacionais), os programas que possibilitam a
realização de simulações permitindo a vivência de situações difíceis ou até
perigosas de realizar e aquele que é sem dúvida um dos grandes eventos deste fim
de século em termos de comunicação: a Internet. Esta rede mundial de
computadores que será sem dúvida o meio de comunicação, de informação, de
pesquisa à escala mundial, sem comparação possível com qualquer outro existente
e que por isso mesmo será um dos meios que maior contribuição irá dar para o
desenvolvimento de todo o processo ensino/aprendizagem no futuro.
O uso do computador no ensino deverá definir uma mudança radical
no próprio processo ensino/aprendizagem. O simples fato de colocar um computador
nas salas de aula não é suficiente para o aproveitamento das suas potencialidades,
em relação ao ensino. Só haverá retornos positivos se os professores estiverem
muito bem preparados.
Hoje em dia, já é freqüente encontrarmos um bom número de
professores com conhecimentos mínimos de informática, o que até alguns anos
atrás não acontecia.
16
3.3 A INTERNET NO ENSINO
A Internet, embora possa ser considerada um fenômeno recente, está
em constante evolução. Os instrumentos disponíveis evoluíram, novas tecnologias
foram modeladas, os conteúdos presentes na rede multiplicaram-se de forma
exponencial e, o mais importante de tudo, os seus usuários também mudaram. A
Internet entrou no dia-a-dia das pessoas como uma forma globalmente acessível de
comunicar. Como anteriormente tinha acontecido com outras formas de
comunicação, como o telefone ou o telemóvel, hoje é possível a comunicação na
Internet em qualquer parte do mundo.
Mas são ainda muitos aqueles que não têm acesso à rede. Muitos são
apenas utilizadores ocasionais. A Internet não está difundida de modo homogêneo,
quer em Portugal, quer no resto do mundo. Existem ainda muitos alunos e
professores que não conhecem a Rede, por escolha ou por impossibilidade. Muitos
alunos, não possuem computador em casa, por isso, apenas podem acessar a rede
na escola. Este fato aumenta as responsabilidades da escola, nomeadamente dos
professores, na divulgação deste meio de comunicação.
A Internet é muitas vezes, apontada como um novo recurso educativo
à disposição dos professores e educadores em geral, mas poucos são ainda os que
apresentam propostas que a integrem no dia a dia da prática letiva. Os professores
têm um papel essencial a desempenhar no processo de banalização deste recurso
de enormes potencialidades que é a Internet. Pelo seu papel no sistema global de
ensino e pelo exemplo que podem constituir, é essencial que se mantenham atentos
às inovações. Qualquer um de nós é capaz de ver que a sociedade mudou. E a
escola ? Terá mudado assim tanto?
Se quisermos uma escola atrativa, que congregue os alunos, esta
deverá estar sempre na vanguarda. Se a escola não acompanhar as mudanças que
se operam na sociedade, isto é, se resistir à inovação, corre o risco, de se ir
tornando anacrônica, de veicular apenas conhecimentos livrescos, e de não
conseguir manter o prestígio que outrora granjeou.
Os professores não podem ficar à margem desta “novidade”. Eles
precisam conhecer a organização da Internet, o modo de aceder-lhe e os recursos
que pode disponibilizar, para dela poderem tirar partido, em benefício das suas
práticas letivas.
17
3.4 E O QUE TRAZ DE NOVO O COMPUTADOR?
Este tipo de pergunta, vulgar, poderá ser a formulada por certas visões
pessimistas e céticas, que serão provavelmente motivadas ou pela falta de
informação ou por uma perspectiva errada sobre o papel do computador no ensino.
Os céticos argumentam que haveria uma desumanização com o uso
da máquina, com a eliminação do contato entre o aluno e o professor.
Este é um argumento frágil contra o uso da informática. O aluno, de
fato, somente irá prescindir do contato com o professor se este se restringir (como
classicamente o faz) a transmitir informações e conhecimentos. Os céticos, por sinal,
estão presos a este modelo de instrução e temem, portanto, a perda do papel
tradicional do professor.
Não se pretende, tampouco, que um aluno permaneça 10 ou 12 horas
diante de um computador. Portanto, a desumanização na informática tem a mesma
probabilidade de ocorrer como em qualquer uso exagerado de aparelhos
tecnológicos, como televisão, música etc.
A introdução da informática no ensino, não pode ser apenas
considerada uma mudança tecnológica. Não se trata apenas de substituir o quadro
preto ou o livro didático, pelo computador. Trata-se sim da introdução de mudanças
no modo como se aprende, nas formas de interação entre quem aprende e quem
ensina, na reflexão sobre a natureza do conhecimento. No entanto, o uso de novas
tecnologias no ensino, não é sempre associada a esta perspectiva.
As novas tecnologias têm sido sistematicamente consideradas como
tecnologias de substituição, incluindo a substituição do professor. Só recentemente,
se começou a considerar que as novas tecnologias não são tecnologias de
substituição, podendo, pelo contrário, originar novos processos de abordar velhas
idéias e velhas práticas, pelos mesmos atores.
O computador não substituirá o professor, mas modificará algumas
das suas funções, transformando-o no estimulador da curiosidade do aluno em
querer pesquisar, conhecer e buscar informações mais relevantes. O professor
deverá ser o agente primordial da nova escola.
Na iminência século XXI, o uso do computador na educação, continua
a constituir polêmica entre os que acreditam que o seu uso não fará grande
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diferença e aqueles que crêem nas potencialidades de tal instrumento para a
melhoria do processo ensino-aprendizagem.
Para os que não acreditam, a utilização do computador na educação,
poderá tornar alguns dos seus aspectos um pouco mais eficazes; outros talvez mais
atrativos, mas não atingirá profundamente o modo de aprender e pensar dos alunos.
Os mais céticos pensam que a única função pedagógica do computador se resumirá
no auxílio ao professor no ensino de conteúdos tradicionais do currículo. Para além
destas, ou de outras visões mais ou menos céticas, existem ainda aqueles que
como professores, não se vêem a si próprios como permanentemente a aprender
sobre os assuntos que ensinam.
Existem aqueles para quem o computador não passa de uma
ferramenta para usar em bancos, secretarias ou outros serviços de administração.
São estes para quem, também, o computador se resume a uma máquina de
escrever, de jogos etc. Quem estabelece uma opinião sob este ponto de vista,
estará subestimando o potencial do computador e, por outro lado, concebe a
educação de uma maneira muito estreita. O desconhecimento ou uma abordagem
muito superficial sobre o que é um computador e o que realmente pode fazer, dão
razões, para que por parte dos professores, formem-se opiniões negativas e
desinteresse sobre o seu uso, servindo de refúgio para a não formação nesta área,
das novas tecnologias. Existem muitos docentes, principalmente dos mais antigos,
que não fazem idéia, por exemplo, do que é a Internet ou até mesmo de como se
servirem de um processador de texto.
Segundo 1Roger Schank, um crítico do sistema educacional, obrigar
crianças tão diferentes umas das outras a estudarem a mesma coisa, ao mesmo
tempo, no mesmo livro, na mesma página é um absurdo completo. Segundo ele
estudar é um desperdício de tempo. Quem se lembra depois do que decorou a noite
na véspera da prova? A melhor maneira de aprender é aprender fazendo. Cada um
de acordo com os seus próprios interesses e no seu ritmo individual. Schank
preconiza assim um ensino individualizado e personalizado. É aqui que aparece o
computador numa missão redentora facultada pela utilização de software educativo
de alto nível. Os alunos poderiam aprender estimulados pelas suas próprias
experiências, através de simulações multimídia.
1 Roger Schank é um dos principais pesquisadores da Inteligência Artificial nos EUA e diretor do ILS
(Inteligence the Institute for the Learning Sciences da Northwestern University.
19
Uma outra razão que justifica a utilização do computador no ensino, é
o fato de que à medida que se quer educar mais e mais gente, surgem problemas no
funcionamento sistema educativo onde cai, motivada por diversos fatores a
qualidade da informação, a motivação e o interesse. O computador poderá, através
da "facilidade" no seu uso, num ensino individualizado, ser o meio para solucionar o
problema da educação de massas, pois o velho sistema de educação só funcionou
bem quando a educação era acessível apenas às elites.
Estas visões refletem a necessidade do uso do computador nas salas
de aula, como suporte de uma reformulação de todo o sistema educativo sendo um
meio de preencher as lacunas que existem e de vencer as exigências da sociedade
de hoje e do futuro.
Claro que será utópico vermos surgir em curto prazo, escolas onde
existam computadores com ligações à Internet em cada sala de aula. Do mesmo
modo o software que existe, apesar da evolução verificada nos últimos anos, não foi
desenvolvido com vista à utilização num ensino informatizado a este nível.
Estamos longe de um ensino como o preconizado por Roger Schank,
e por outros, mas não podemos ficar indiferentes às vantagens que o uso do
computador pode, desde já, desempenhar no ensino.
Por fim é bom verificar que este aspecto não está sendo descurado
pelos governantes do nosso país. Assistimos há bem pouco tempo à informatização
das escolas do 2º e 3º Ciclos e à sua ligação à Internet, perspectivando-se o mesmo
em relação ao 1º Ciclo. Como já foi referido, na formação contínua dos professores,
uma grande porcentagem das ações abordam este tema, o que também é bom. A
partir daqui é preciso continuar a caminhada no sentido da criação de um novo
sistema de ensino centrado na exploração das potencialidades do computador, pois
o papel deste pode e deve, apesar de tudo, ser mais do que um simples
processador de texto, uma folha de cálculo, um dicionário ou enciclopédia, e o seu
uso estar confinado ás bibliotecas escolares e a salas de informática.
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3.5 O PAPEL DO PROFESSOR E O PROCESSO DE INSERÇÃO DE TECNOLOGIA NA SALA DE AULA
Nos últimos tempos, tem havido uma grande valorização do uso da
tecnologia em sala de aula e, no que diz respeito ao ensino de língua estrangeira,
principalmente, a Língua Inglesa, essa questão tem sido mais fortemente
evidenciada. Um exemplo disso é o artigo de Andréa Lara de Moura Fernandes, da
UNIVAP, de São José dos Campos (1998/1999), com o título de "O Papel do
Professor e o Processo de Inserção de Tecnologia na Sala de Aula", que mostra a
importância do uso de tecnologia nas aulas de língua inglesa, devendo-se
considerar o papel do professor e o processo de inserção desta tecnologia. Afinal,
quando se trata de ensino envolvendo tecnologia, de acordo com meus
conhecimentos já adquiridos, isto implica em muitos fatores aos quais o professor
deve estar atento para que possa desenvolver um trabalho realmente coerente com
o que e como deve ser ensinado. E Fernandes comenta alguns desses fatores como
uma contribuição ao processo de ensino-aprendizagem da Língua Inglesa via uso de
recursos tecnológicos inovadores.
Nesse sentido, primeiramente, a autora faz um questionamento acerca
do acompanhamento das escolas com relação à evolução tecnológica e à
capacidade da instituição e dos seus educadores de desenvolver um trabalho
realmente eficaz com recursos tecnologicamente avançados. Questões importantes
sobre o preparo do professor para desempenhar novas funções no ensino de Língua
Inglesa são comentadas, tais como:
"Os professores estão preparados para utilizar o computador como
ferramenta de ensino?
Eles percebem claramente seu potencial para o processo de
ensino/aprendizagem e sabem adequar a tecnologia a seus objetivos instrucionais?
O professor tem condição de avaliar pedagogicamente um software ou
se impressiona, apenas, com o efeito plástico do material?"
Na minha opinião, estas questões tratam de um assunto delicado, na
verdade, pois tratam da competência profissional do professor e isto não se refere
apenas ao domínio lingüístico que o professor possui, mas a sua visão de mundo, o
seu conhecimento com o que é exterior ao conteúdo de sua área de ensino
especificamente. Por isso, acredito que é necessário não somente que o professor
21
esteja sempre atualizado, principalmente, com o que ocorre em termos de avanços
tecnológicos, mas que também se prepare para acompanhar de perto e na prática o
processo dessa evolução, além de como agir para utilizar os recursos disponíveis
adequadamente a fim de que seu papel no ensino de Língua Inglesa tenha sucesso.
Isto, certamente, não é um trabalho fácil, pois como a autora afirma, trata-se de uma
realidade muito diferente daquela para qual os professores foram preparados. Por
esta razão, a escola, então, sofre grande pressão para se adequar aos novos
paradigmas, uma vez que estamos vivendo a era do conhecimento, momento em
que a sociedade e o mercado de trabalho buscam habilidades como a "a integração
de tarefas, a cooperação e trabalho em equipe a iniciativa, a comunicação
globalizada, além do raciocínio e a capacidade de resolver problemas,
acrescentando resultados".
No entanto, como a autora comenta, a pressão que a escola vive
acaba se transformando numa urgência de se inserir a tecnologia na escola sem
sequer se fazer uma reflexão sobre suas implicações e a questão da
"modernização". Geralmente, o que se pensa é que uma vez instaladas as máquinas
e após o contrato de uma assessoria especializada para conduzir os recursos, o
ensino torna-se moderno. Assim, o aluno pensa que trata-se apenas de diversão,
pensando que irá apenas "jogar" no computador enquanto que o professor acredita
que seu trabalho passou a ser facilitado. Isso tudo ocorre pelo simples fato de o
professor não participar do processo de compra dos recursos tecnológicos, afinal, é
importante que se saiba o que comprar, por que comprar e para que comprar, a fim
de que não se sinta à margem dos acontecimentos, utilizando o computador
somente como uma "atividade nova, extraordinária, desvinculada de seu programa
de ensino", tentando recompensar o aluno por um bom comportamento, o que pode
ser uma motivação extrínseca com algum sucesso por algum sucesso por algum
tempo, que não se sabe o quanto durará. Então, o que se conclui é que a mudança
de uma era industrial para a de um conhecimento "implica em muito mais do que a
simples inserção de computadores no ambiente de ensino". Pois, de acordo com a
autora, como uma forma de tecnologia educacional, os computadores são comuns a
uma abordagem de ensino que é aberta, centrada no aluno, englobando um
conjunto de crenças, além de técnicas e estratégias sobre o processo de ensino-
aprendizagem.
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Portanto, a autora deste artigo visa mostrar que a aplicação do uso de
tecnologia no ensino só será realizada se houver uma sintonia entre os recursos
tecnológicos e os objetivos educacionais, se as atividades elaboradas forem
apropriadas e se as estratégias que forem aplicadas promoverem uma integração da
tecnologia com a pedagogia. Diante do que a autora expõe, concordo com esta
realidade e acredito que os profissionais da área de língua estrangeira deveriam se
preocupar mais com estas questões se direcionando realmente para a realização da
integração entre a tecnologia e a pedagogia a fim de que possam desenvolver um
trabalho realmente eficaz e coerente com os objetivos educacionais. Para reafirmar
esta idéia, de acordo com Galligan (Fernandes, 1998/1999), a "explosão
tecnológica" só acontece adequadamente se for acompanhada de uma "explosão
pedagógica". Mas, primeiramente, deve-se compreender o papel do desempenho do
professor porque, como ressalta a autora, citando Galligan (1995), "It is the teacher’s
choices about how, when, where, why and with whom computers are used that
determine whether or not the technological pull is educationally beneficial."
Para isto, a referida pesquisadora questiona o potencial do
computador na Educação, ou seja, se vale a pena inserir tecnologia no ambiente
educacional ou se é necessário apenas reciclar professores e, ainda, qual é a
diferença entre a aprendizagem mediada pelo computador e aquela que não tem
seu auxílio. Então, com a finalidade de enfatizar os pontos positivos da contribuição
que a integração do computador à sala de aula pode trazer, Fernandes aponta
alguns fatores como a) a apresentação multisensorial do conteúdo trabalhado, que
coloca à disposição uma multiplicidade de canais sensoriais, tanto na forma verbal
como na visual; b) o uso do computador permitindo um aumento da auto-expressão
e aprendizagem ativa, propiciando maior interatividade entre alunos, bem como
maior envolvimento destes no processo de aprendizagem, além de uma motivação
para levá-lo a discutir, refletir e editar seus trabalhos interativamente; c) um terceiro
ponto é a aprendizagem cooperativa que também é facilitada pelo uso da tecnologia,
promovendo oportunidades para alunos trabalharem em grupos, realizando tarefas
que encorajam a cooperação e a interdependência; d) o computador geralmente é
considerado um meio de aumentar a motivação dos alunos, pois oferece situações
de interesse e relevantes para a aprendizagem criando expectativas de se obter
sucesso, além de produzir satisfação intrínseca ou extrínseca, mas é claro que para
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que haja bons resultados os objetivos pedagógicos devem estar bem claros e
definidos; e) enfim, um outro ponto é a possibilidade de se individualizar o processo
de instrução, propiciando o envolvimento de cada aluno na execução de seu plano
de trabalho. Além dos fatores apresentados, a autora ainda aponta outros a favor do
uso dos computadores, como a flexibilidade podendo repetir algo por muitas vezes,
"feedback" imediato, educação multicultural e, acesso à informação, que fica à
disposição de alunos e professores.
Por fim, a pesquisadora sugere de que maneira o potencial da
tecnologia pode se realizar no âmbito educacional, considerando algumas variáveis
que operam na sala de aula que podem tornar o computador um valioso instrumento
de ensino ou apenas um quadro negro eletrônico. Então, baseada em Galligan
(1995), a autora comenta quatro variáveis que seriam consideradas importantes
para que o processo de inserção de tecnologia na sala de aula pudesse ter sucesso:
1) objetivos instrucionais que determinam onde professor e aluno devem centrar
seus esforços, quais são os aspectos relevantes do que se busca conhecer
contribuindo, assim, para o aumento da aprendizagem pretendida e, até, à
incidental; 2) natureza das atividades e tarefas, pois estas devem ser apropriadas
para que se possa alcançar resultados positivos no processo de aprendizagem,
levando-se em conta a duração e a seqüência das mesmas além de como serão
utilizadas, até mesmo, individualizando o modo como os programas são utilizados
para aumentar as oportunidades de aprendizagem. Contudo, de acordo com a
autora, deve-se considerar o nível de controle do professor sobre o trabalho dos
alunos para que não seja excessivo, impedindo que o próprio aluno se
responsabilize pelo seu processo de aprendizagem. Esta é uma idéia com a qual
também concordo, uma vez que o professor deve desempenhar o papel apenas de
facilitador. Uma outra variável é 3) a integração das atividades ao currículo, ou seja,
que as atividades e sua relação com outros contextos sejam colocadas
explicitamente ao aprendiz, pois refletindo sobre seu progresso, suas experiências,
sucessos, problemas e estratégias o aluno pode se tornar mais consciente de suas
decisões aumentando sua capacidade de solucionar problemas. Assim, como já foi
dito anteriormente, o professor exerce o papel de um facilitador do processo,
contribuindo para que haja uma interação de cooperação entre professor e alunos,
questionando o processo de aprendizagem e o papel do computador nesse contexto
a fim de que o potencial da tecnologia educacional possa realmente se desenvolver.
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Finalmente, a quarta variável quanto à utilização de computadores em sala de aula é
4) o gerenciamento da aula, que pode levar os alunos a interagir socialmente
negociando significados através do trabalho em pares ou pequenos grupos. E,
ainda, segundo a autora, a obtenção de resultados satisfatórios no processo de
aprendizagem dependerá, principalmente, das escolhas que os professores fazem a
respeito de como o acesso ao computador é organizado.
Portanto, é necessário que os professores possam utilizar o hardware
e o software com tranqüilidade, priorizando a experiência, a informação, a
informação e a habilidade necessárias para fazer as escolhas certas em termos do
que, como, quando e por que utilizar um determinado software. E, como Fernandes
conclui, para que haja sucesso na inserção dos computadores no ambiente de
ensino é importante que os professores saibam juntar a tecnologia às estratégias de
ensino apropriadas a fim de que os objetivos possam ser cumpridos. Para isto, de
acordo com meu ponto de vista, é necessário que os professores busquem e
primem por atualização e, principalmente, aperfeiçoamento para que possam não só
acompanhar a evolução tecnológica no âmbito educacional mas também como lidar
com os avanços tecnológicos dentro dos objetivos educacionais.
Em suma, com base nas considerações da pesquisadora, acredita-se
que a tecnologia e a informação não eliminarão as escolas, pelo contrário,
"qualidades essenciais como encorajar, individualizar, aconselhar, fornecer um
modelo para os alunos se apoiarem e outros aspectos da tarefa de ensinar,
continuarão a ser importantes". Se o computador for utilizado de modo apropriado,
poderá servir como ferramenta de motivação e instrução aos alunos, porém, isso
dependerá de que os professores acreditem numa nova fase do aprender/ensinar
para liderá-la adequadamente e, assim, buscando por cursos, instruções e
aperfeiçoamento na área.
3.6 AFINAL, O QUE BUSCAR NA INTERNET???
Paralelamente aos livros e apostilas, temos a internet como alvo acentuado de nossas pesquisas. Assim, o aprendizado dar-se-á por diversos métodos: Busca direta do assunto de interesse, jogos, músicas, chats ou pela própria leitura de artigos publicados, jornais, revistas, etc.
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Enquanto os livros de língua inglesa trazem os textos, os diálogos e o
próprio vocabulário usado, levando em conta a parte culta da língua, há a disposição
dos internautas as expressões idiomáticas utilizadas no momento, trazendo a tona
os jargões e as gírias de uso corrente. Também há a disposição desses mesmos, os
dicionários on-line ou off-line, os programas tradutores, e diversas outras
ferramentas no auxílio à compreensão da língua inglesa.
Seria interessante e até indispensável dizer o quanto isso tudo tem
revolucionado o ensino e aprendizagem de línguas. A todo instante podemos estar
em contato com outras culturas falantes de outras línguas. Essa revolução toda
trouxe a necessidade de se aprofundar mais no aprendizado, num mundo
globalizado e quase sem fronteiras.
Podemos citar o número crescente de escolas de línguas,
especialmente de língua inglesa. Segundo o DataFolha de Janeiro de 2004, são
mais de 200 novas escolas abertas todos os anos no Brasil, sejam elas franqueadas
ou novas. Assim, são diversos os métodos utilizados por elas para cumprirem seu
objetivo de ensinar novas línguas, e dentre elas há um número significativo que
utilizam a internet no auxílio do aprendizado.
3.7 ORGANOGRAMA DO APRENDIZADO ADQUIRIDO NA
INTERNET
COMPUTADOR
INTERNE
T
PESQUISAS DICIONÁRIOS CHATS MÚSICAS JOGOS
CONHECIMENTO
ADQUIRIDO
SOFTWARES
EDUCATIVOS
DICIONÁRIOS
E
TRADUTORES
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3.8 TABELA COMPARATIVA DA ALFABETIZAÇÃO ELETRÔNICA
Abordagem Direta Alfabetização Eletrônica
Comunicação Baseado em falar e ouvir Inclui o computador mediando a comunicação
Construção Baseado em textos lineares
Também inclui hyper-textos
Não inclui mídias impressas
Combina textos e outras mídias
Tende focar em textos individuais
Forte foco na colaboração externa
Leitura e Pesquisa
Restrita em fontes impressas
Inclui fontes online
Foca em textos lineares Também inclui hyper-textos
Exclui mídias não impressas
Combina textos e outras mídias
Tende em separar habilidades de escrita de avaliação de habilidades críticas
Visão de avaliação crítica como foco em leitura
Foco em habilidades de pesquisa
Inclui busca e navegação em fontes online
Aprendizado Geralmente baseada em aprendizado curricular
Baseado em aprendizado interativo, com ênfase em aprendizado autônomo
3.9 COMUNICAÇÃO LIVRE E MAIS ACENTUADA
Uma característica principal de aprendizagem on-line é a permissão
da livre comunicação; em outras palavras, qualquer participante de um grupo pode
iniciar interação com qualquer um, ou vários.
Na superfície de coisas, esta característica de comunicação é
semelhante ao que acontece em um grupo conversação oral. Ainda há duas
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diferenças importantes. Em primeiro lugar, o que se escreve, no modo mediado pelo
computador, facilita uma relação especial entre interação e reflexão. Isto cria um
ambiente excelente para um grupo de pessoas adquirirem juntas muitos
conhecimentos, avaliando, comparando, e refletindo em suas próprias visões. Uma
segunda diferença relacionada é que a dinâmica social de discussão mediado pelo
computador, provou ser diferente da discussão cara-a-cara em relação a assuntos
diferenciados.
Especificamente, estudos administrados na dinâmica social, acharam
que tende a resultar em comunicação mais igualitária em participação que a
discussão de cara a cara.
Um aspecto de comunicação mediada pelo computador que poderia
impedir a aprendizagem cooperativa é o prevalência de idioma hostil conhecido
como “2flaming”, que acontece aparentemente devido à idéia de impunidade, que
encorajam expressões livres (Sproull & Kiesler, 1991) e podem ter muitos efeitos
negativos na interação em sala de aula (Janangelo, 1991). Finalmente, há o
problema de sobrecarga de informação. Debatedores podem ser subjugados com
mensagens que eles ignoram, e a conversação se torna " um jogo de monólogos " .
2 Expressão que indica assunto cheio de ira e discórdia
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta desta monografia foi a de colher subsídios para levantar
indícios de forma adequada sobre a questão do uso do computador em sala de aula
no ensino de línguas, através de conteúdos bibliográficos de autores já conhecidos.
Foi mostrado que através de dúvidas, questionamentos e afirmações,
a possibilidade do uso do mesmo é uma questão quase que irreversível para os dias
de hoje, em que se faz necessário discutir sobre o assunto, levando em conta que
não podemos mais nos prender ao simples fato de estudar uma segunda língua,
mas sim, o de conhecê-la a fundo, de utilizá-la no cotidiano.
Assim, vivemos os tempos em que estudar pelo simples fato de fazê-lo
já não nos leva a nada. É imprescindível que aquilo em que nos dispomos a estudar,
a exemplo de uma segunda língua, seja feito pra valer.
Já não necessitamos estar apenas em sala de aula para progredirmos
em conhecimentos, pois hoje temos ao nosso alcance um mundo de variadas
informações. Podemos até nos classificar como autodidatas em muitos campos de
aprendizado. O que antes era árduo e consumia muito tempo, hoje se faz num curto
período de tempo, graças à tecnologia da informática.
Assim, como educadores no ensino de línguas, somos mais cobrados
do que antes, pois hoje os alunos têm ao seu alcance ferramentas que os permitem
estarem aprendendo a todo tempo, diferentemente do que acontecia no passado,
quando então o professor era quem levava as novidades para a sala de aula.
Agora, ao educador, é exigido que trabalhe com material didático
atualizado, e que possua vivência no ensino da língua, para que desperte o
interesse por parte de seus alunos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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tecnologia em sala de aula. S. J. dos Campos, Univap, 1988/1989.
BRAGA NORTE, M. A informática e o ensino/aprendizagem de línguas
estrangeiras em um mesmo site. Assis, Unesp, 1988/1989.
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2000
MARCOS, KATHLEEN. Internet for Language Teachers. Washington, DC: ERIC
Clearinghouse on Languages and Linguistics, Center for Applied
Linguistics, 1994
MORÁN, JOSÉ MANUEL. “Como utilizar a Internet na educação.” 22 de novembro
de 2000 [http://www.eca.usp.br/prof/moran/internet.htm].
SOARES, ROSA MARIA. “A Internet no ensino-aprendizagem de inglês como
língua estrangeira/segunda língua.” 22 de novembro de 2000
[http://www.dei.isep.ipp.pt/~rosoares/rosa_um.htm].
WEININGER, MARKUS J. “Exemplos do uso criativo de recursos
informatizados para o ensino de línguas.” 22 de novembro de 2000
[http://www.cce.ufsc.br:80/lle/alemao/markus/exemplos.html].
ALMEIDA, ÂNGELA MONTEIRO, MERCADO, LUÍS PAULO "Aspectos Críticos do
Computador na Educação" in Educação: Revista do Centro de
Educação. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 1990.
SOUZA, SÉRGIO AUGUSTO FREIRE DE. "A Internet e o ensino de línguas estrangeiras" in Linguagem & Ensino, vol. 2, No. 1. p. 139-172. Pelotas: Editora da Universidade Católica de Pelotas, 1999.