Escola Superior de Educação de Fafe
Iniciação à Prática Profissional II - 2013
Consumo de suplementos alimentares/nutricionais
Estudo efetuado no Ginásio Biba Mais ~ GuimarãesMendes.D.1, Silva.A.1
RESUMOA prática de atividade física tem vindo a aumentar nos últimos anos, hoje em
dia a imagem é muito valorizada e toda a gente se preocupa com o corpo.
Este estudo tem como objetivo principal identificar quais os suplementos mais
utilizados pelos praticantes do ginásio Biba Mais ~ Guimarães.
A recolha de dados foi feita com o preenchimento de um questionário, por
parte de 40 inquiridos do ginásio Biba Mais. Dos utentes inquiridos, 85% são do sexo
masculino e 15% do sexo feminino. As idades estão compreendidas entre os 16 e 38
anos. Os resultados obtidos foram os seguintes: i) os suplementos mais consumidos
foram Suplementos proteicos (36%), Creatina (17%), L-carnitina (16%), Bebidas
energéticas (11%); ii) quanto ao início de consumo: Iniciativa própria (54%),
aconselhamento de amigos (25%), recomendação do treinador 21%; iii) o principal local
de aquisição foi a internet (39%); iv) o valor monetário médio gasto mensalmente é de
23 euros; v) a recuperação mais rápida entre treinos foi o motivo mais escolhido
(26,26%).
São necessários mais estudos científicos sobre as indicações e os efeitos dos
suplementos na saúde dos atletas, visto que o consumo deste tipo de produtos tem
aumentado significativamente.
Palavras-chave: suplementação alimentar, ginásio, atividade física
1 - INTRODUÇÃOO interesse para a realização deste estudo deveu-se ao aumento do consumo de
suplementos alimentares pelos frequentadores de ginásios e health clubs (Alvarenga,
2008). Os suplementos alimentares/nutricionais são cada vez mais procurados pelos
atletas para obtenção de melhorias para o rendimento desportivo (Carvalho, 2006). Com
a realização deste trabalho pretende-se saber quais os tipos de suplementos consumidos
pelos utentes do ginásio Biba Mais em Guimarães, assim como os principais motivos
que os levam a consumir esses produtos. Para isso será aplicado um questionário para
recolher todos os dados e informações relativos a este estudo.
Este trabalho encontra-se dividido em seis capítulos. Sendo estes: Introdução,
Revisão da Literatura, Objetivos e hipóteses, Material e Métodos, Apresentação e
Discussão dos resultados e Conclusões.
2 – REVISÃO DA LITERATURA2.1 – Exercício físico, nutrição e saúde
A procura de suplementos alimentares/nutricionais tem aumentado por parte
dos praticantes de exercício físico. Vários investigadores têm realizado estudos na área
da nutrição, em grupos de desportistas apontando provas para a eficiência destes
suplementos, em doses adequadas e de acordo com o tipo de atividade praticada (Peralta
e Amancio, 2002)
Segundo Pereira (2003) há uma relação positiva entre a prática de exercício
físico e o consumo de suplementos.
Um estudo realizado em alunos de Harvard, por Paffenbarger & Cols. (1993),
é considerado um dos mais importantes dos últimos anos, tendo sido efetuada a
relação entre as alterações da atividade física e outros estilos de vida caraterísticos com
a mortalidade. Estas alterações foram avaliadas durante um período de 11 a 15 anos.
Os homens que inicialmente eram sedentários mas que começaram a praticar desportos
moderadamente vigorosos, tiveram um risco de morte de cerca de 23% mais baixo
que os homens que permaneceram inativos.
Uma alimentação equilibrada e a prática de atividade física constante são
fundamentais para a saúde e o bem-estar físico e psicológico do ser humano.
Entidades ligadas à Educação Física e às Ciências do Desporto como a
Organização Mundial de Saúde, o Conselho Internacional de Ciências do Desporto e
Educação Física, o Centro de Controle e Prevenção de Doença - USA, o Colégio
Americano de Medicina Desportiva, a Federação Internacional de Medicina Desportiva,
a Associação Americana de Cardiologia e o Centro de Estudos do Laboratório de
Aptidão Física de São Caetano do Sul referem que sessões de trinta minutos de
atividades físicas por dia, na maioria dos dias da semana, desenvolvidas continuamente
ou mesmo em períodos intervalados de 10 a 15 minutos, em intensidade moderada, já
são suficientes para a promoção da saúde (Matsudo, 1999).
2.2 – Alimentação equilibrada
Segundo Thomas (1998) uma alimentação equilibrada e variada oferece todos
os nutrientes que um indivíduo necessita para os processos fisiológicos e para o
crescimento. Esta deve incluir obrigatoriamente todos os nutrientes em quantidades e
proporções adequadas para uma melhora da qualidade de vida (Dwyer et al., 2003).
Os nutrientes são classificados em diferentes grupos: os macronutrientes
compostos pelos carboidratos, gorduras, proteínas e os micronutrientes representados
pelas vitaminas e minerais (Alves, 2005)
A alimentação saudável exige equilíbrio e variedade de alimentos de diferentes
grupos (Williams, 2002b). Geralmente não há necessidade de usar suplementos de
qualquer nutriente quando se tem como hábito uma dieta equilibrada, acompanhada por
uma adequada ingestão de líquidos. A água é fundamental, já que compõe a maior parte
do peso corporal e participa nos processos metabólicos (Alves, 2005; Machado-Moreira
et al., 2006).
2.3 – Suplementos alimentares/nutricionais
Goston e Correia (2009) referem que desde a Antiguidade tinha-se como ideais
os atletas gregos. Isto tornou-se mais notável com as esculturas do Renascimento,
mostrando o corpo grego como idealizado, assim, os hábitos de exercício físico e dieta
começaram a ser adotados, o que consequentemente pode ter influenciado o crescimento
do consumo de suplementos nutricionais.
Podem-se classificar os suplementos em alguns grupos principais, que são os
suplementos vitamínicos e minerais, energizantes, reidratantes, proteicos,
hipercalóricos, metabolizadores de gordura, produtos à base de fibras e aminoácidos de
cadeia ramificada (Gasparotto e Morais jr., 2008).
Segundo Alves (2002) os nutrientes podem ser agrupados em seis diferentes
classes: carboidratos, gorduras, proteínas, vitamina, minerais e água. Geralmente, o
carboidrato é utilizado como fonte de energia. A gordura fornece energia e faz também
parte da estrutura da maioria das células. A proteína desempenha vários papéis, sendo
necessária para: (i) formação, crescimento e desenvolvimentos de tecidos corporais; (ii)
formação de enzimas que regulam a produção de energia; e (iii) geração de energia,
principalmente quando os níveis de carboidratos estão baixos. As vitaminas regulam os
processos metabólicos trabalhando como enzimas. Muitos minerais estão envolvidos
com a regulação do metabolismo, mas alguns contribuem também com a formação da
estrutura do nosso corpo como um todo. Finalmente, a água compõe a maior parte do
nosso peso corporal e ajuda a regular os processos metabólicos.Quadro 1. Classificação dos Suplementos Alimentares
Fonte: Brasil, Ministério da Saúde (1998)
Tipos de suplementos nutricionais Formulação e Objetivo
Repositores hidroeletróliticos para praticantes de atividade física
O objetivo da sua utilização deve ser como seu próprio nome sugere a reposição de água e eletrólitos.
Repositores energéticos para atletas
Devem conter, no mínimo, 90% dos nutrientes provenientes de carboidratos. Podem conter vitaminas e minerais. São suplementos desenvolvidos para alcançar ou manter o nível adequado de energia para atletas.
Alimentos protéicos para atletas
Devem conter, no mínimo, 65% de proteínas. Podem conter vitaminas, minerais, carboidratos e gorduras, desde que a soma dos percentuais do valor energético total de carboidratos e gorduras não ultrapasse o percentual de proteínas. São formulados com o intuito de aumentar a ingestão de proteínas ou complementar as necessidades não supridas pelas fontes alimentares.
Alimentos compensadores para praticantes de atividade física
Devem conter menos de 90% de carboidratos. As gorduras devem oferecer um terço de gorduras saturadas, um terço de gorduras monoinsaturadas e um terço de gorduras polinsaturadas. São produtos formulados com o objetivo de adequar os nutrientes da dieta de praticantes de atividade física.
Aminoácidos de cadeia ramificada para atletas
Os aminoácidos valina, leucina e isoleucina devem corresponder a no mínimo 70% dos nutrientes energéticos do produto. Tem como objetivo fornecer energia aos atletas.
E outros alimentos com fins específicos para praticantes de atividade física
São produtos formulados de forma variada com finalidades metabólicas específicas, decorrentes da prática de atividade física.
O BCAA é um conjunto de aminoácidos que têm efeito ergogénico, contribui
para no anabolismo muscular, na manutenção da glutamina e auxiliar a gliconeogénese.
São formados por três aminoácidos: leucina, valina e isoleucina. (Wilmore e Costil,
2001). McArdle e Katch (2003) sugerem que os BCAA’s podem combater os sinais da
fadiga no cérebro, a fadiga central.
Segundo Powers e Howley (2006) as proteínas são compostas por subunidades
denominadas aminoácidos. Wilmore e Costill (2001) afirmam que os aminoácidos são
compostos formados por moléculas de carbono, hidrogénio e nitrogénio. Estes podem
ser classificados como essenciais e não essenciais.
As proteínas apresentam cerca de 4 kcal de energia por grama. Champe e
Harvey (1997) sugerem que a ingestão recomendada é de 0,8 g/kg por peso corporal,
para adultos. Bertolucci citando Lemon e colaboradores (2002) sugere a ingestão de 1,6
a 1,7 g/kg do peso corporal para atletas de resistência.
Champe e Harvey (1997), afirmam que a gordura na dieta é necessária para a
absorção de vitaminas lipossolúveis.
A gordura contém os mesmos elementos químicos que o carboidrato, e quando
armazenada é a principal fonte de substrato para o exercício a longo prazo, as moléculas
de gordura contêm grande quantidade de energia por unidade de peso (Powers e
Howley, 2006).
Vitamina é uma substância química orgânica essencial para a regulação das
funções metabólicas nas células e nos processos bioquímicos que liberam energia.
(Reader’s Digest, 2001).
Darden (1993) afirma que os minerais são incorporados nas estruturas e nas
funções químicas do corpo. Estão envolvidos na formação de enzimas e estruturas
teciduais.
Bacurau (2007) afirma que o uso destas substâncias também pode prevenir
doenças e atuar no ganho ou perda de peso.
De acordo com Maughan e Burke (2004) antes de utilizar um suplemento, é
importante uma consulta com um nutricionista especializado, para saber qual
suplemento deverá ser ingerido e em que quantidade.
2.4 – Diferença entre suplementação alimentar/nutricional e esteroides
anabolizantes
Os suplementos alimentares e os anabolizantes são amplamente utilizados por
desportistas de diversas modalidades para melhorar o rendimento desportivo
(Applegate, 1996), e apesar dos anabolizantes serem utilizados ilegalmente e, em
excesso por grande número de atletas, há uma nova tendência em utilizar os
suplementos nutricionais como uma alternativa legal para “ativar” os mecanismos
anabólicos do organismo (McArdle, 1996).
Segundo Porter (1995), o suplemento alimentar é um produto constituído de
pelo menos um desses ingredientes: vitaminas (A, C, complexo B, etc.) minerais (Fe,
Ca, K, Zn, etc.) ervas e botânicos (ginseng, guaraná em pó), aminoácidos (BCAA,
arginina, ornitina, glutamina), metabólitos (creatina, L-carnitina), extratos (levedura de
cerveja) ou combinações dos ingredientes acima e, não deve ser considerado como
alimento convencional da dieta.
Já o anabolizante é um medicamento à base de hormônios que age estimulando
o anabolismo proteico, com decorrente aumento de peso corporal, devido
principalmente ao desenvolvimento da musculatura esquelética (Maughan, 1999).
Embora estudos demonstrem melhora no rendimento desportivo em consumidores de
suplemento alimentar e anabolizante (Kreider, 1998), alguns questionam o seu uso
(Burke, 1991) e outros recomendam a realização de trabalhos que determinem a função
e os efeitos desses produtos no organismo (Porter, 1995).
2.4.1 - Classificação dos Produtos
2.4.1.1 - Suplementos alimentares/nutricionais
Os suplementos alimentares foram classificados em grupos de acordo com a
definição de suplemento dietético (Porter, 1995) e sua divisão em grupos (Rocha, 1998),
descritos na literatura:
S1: Produtos compostos por proteínas e aminoácidos (Whey protein, Whey
pro, Simple protein, Natubolic, Aminofluid, BCAA, Aminopower, etc.).
S2: Produtos compostos por metabólitos de proteínas (L-carnitina, Carnitine,
Creatina, etc.).
S3: Produtos compostos por vitaminas e minerais (Cebion, Provit, Vit B, etc).
S4: Produtos compostos por extratos, botânicos e ervas (Ginseng, Guaraná em
pó, etc.).
S5: Produtos mistos (Megamass, Massa, Levedo de cerveja, etc.).
2.4.1.2 – Esteroides anabolizantes
Os anabolizantes foram classificados como:
A1: Esteroides Anabólicos Androgênios – medicamentos que funcionam de
maneira semelhante ao hormônio (Testosterona, Hemogenin, Decaburabolin,
Durateston, etc.) (McArdle, 1996)
A2: Hormônio do crescimento (GH) – medicamentos à base de hormônio de
crescimento, ou seja, anabolizante proteico, não-androgénico e lipolítico (Pujol-Amat,
1998).
A3: Produtos derivados de hormônios que não se enquadraram nos grupos
acima, como os hormônios de uso veterinário e aqueles que não puderam ser
identificados no comércio local (Equipoise, Equipost, Equifort, Anabol, etc.).
As informações sobre a composição dos suplementos alimentares e dos
anabolizantes foram obtidas dos rótulos desses produtos.
3 – OBJETIVOS E HIPÓTESES3.1 – Objetivos
Saber os suplementos mais utilizados pela população inquirida: Ginásio Biba
Mais – Guimarães.
Conhecer os principais motivos para a iniciação do consumo de suplementos
alimentares/nutricionais.
3.2 – Hipóteses
Existem poucas mulheres a consumir suplementação no ginásio em causa.
A maioria da população inquirida é jovem.
4 – MATERIAL E MÉTODOS4.1 – Caraterização da amostra
A amostra aleatória é constituída por indivíduos praticantes de exercício físico
e consumidores de suplementação, Sexo Masculino e Feminino, que foram convidados
a participar, anonimamente, a responder a um questionário. Este estudo, mais
concretamente os questionários, foram aplicados no Ginásio Biba Mais, em Guimarães.
Sendo que o total de inquiridos foi 40 e obtivemos que 85% são do sexo masculino e
15% do sexo feminino. De notar também que a população do ginásio em causa é
bastante jovem e o ambiente do ginásio é numa vertente mais de Saúde.
4.2 – Recursos utilizados
Os dados foram recolhidos através da aplicação de um questionário. Os
questionários foram distribuídos pelos consumidores de suplementação, em diferentes
horários do dia e em diversos dias da semana, com o objetivo da amostra ser o mais
possível representativa da população em estudo. Os dados foram recolhidos no início de
Maio de 2013.
O questionário é constituído por perguntas abertas e fechadas. Tendo em vista
a caraterização da população do estudo serão analisadas as seguintes variáveis: dados
sociodemográficos (sexo, idade, estado civil, profissão, habilitações literárias); índice
de massa corporal (peso e altura); modalidades praticadas; suplementos ingeridos; tipo
de suplementos; como iniciou o seu consumo; local de aquisição; valor médio gasto
mensalmente; o objetivo do consumo de suplementos; problemas de saúde /doenças.
4.3 – Procedimentos estatísticos
Todos os procedimentos estatísticos foram efetuados no Excel 2007.
A análise descritiva incidiu sobre as seguintes funções estatísticas de tendência
central: média, valor mínimo (Mín) e máximo (Máx).
5 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS5.1 – Caraterização sociodemográfica e profissional
5.1.1 – Sexo
O Gráfico 1 apresenta resultados relativos ao género, procurando saber quantas
mulheres e quantos homens contém a amostra (N=40).
85%
15%
Sexo
MasculinoFeminino
Gráfico 1 - Distribuição por sexo dos indivíduos inquiridos
Como podemos verificar no gráfico 1, dos 40 participantes no Inquérito, 85% (n=34)
eram do sexo masculino e 15% (n=6) eram do sexo feminino, verificando-se portanto
maior predominância do consumo de suplementos no sexo masculino.
Estes resultados são semelhantes aos resultados de Gomes (2010) e Freixo (2011), tendo
em conta a maioria. Gomes em 2010 realizou um estudo em 374 indivíduos, sobre
consumo de suplementos alimentares em frequentadores de ginásios na cidade de
Coimbra. E tirou a conclusão que 54.8% dos inquiridos são do sexo masculino. E ainda
Freixo em 2011 realizou um estudo com 212 indivíduos, sobre uso de suplementos
nutricionais por praticantes de exercícios físico em ginásios. E concluiu que 56.6% são
do sexo masculino.
5.1.2 - Idade
O gráfico 2 é referente à distribuição por sexo e grupo etário dos consumidores de
suplementação inquiridos, no ginásio Biba Mais – Guimarães.
15-19 20-24 25-29 30-34 35-390
5
10
15
20
25
30
35
40
MasculinoFeminino
Grupo etário (anos)
Cons
umid
ores
Gráfico 2 – Distribuição por sexo e grupo etário dos indivíduos inquiridos
A amostra é constituída por indivíduos que consomem suplementação, do ginásio
Biba Mais, em Guimarães, com idades compreendidas entre os 16 e os 38 anos,
sendo a média de 23,925. Ao observarmos o gráfico seguinte, verifica-se um
predomínio do grupo etário dos 20-24 anos (n=13), sendo o predomínio das
mulheres entre 30-34 anos (n=3).
Dados que vão de encontro aos resultados obtidos por Gomes (2010) em que o
grupo etário predominante é também 20-24 anos. E são semelhantes aos resultados
obtidos por Freixo (2011) em que o grupo etário predominante é o grupo etário
abaixo dos 30 anos.
5.1.3 – Estado civil
Quadro 1 contém informações sobre o estado civil dos inquiridos.Quadro 1 - Estado civil dos indivíduos inquiridos
Estado Civil Nº Inquiridos
Casado/União de facto 7
Solteiro 33
Divorciado 0
Viúvo 0
Total 40Relativamente ao estado civil a grande maioria (82,5%) dos indivíduos são solteiros
(n=33), seguindo-se os casados/união facto com 17,5% (n=7), não existindo nenhum
inquirido divorciado ou viúvo.
Os nossos resultados vão de encontro ao estudo de Gomes (2010) em que 77% dos
indivíduos são solteiros e 17.1% são casados/união de facto.
5.1.4 – Profissão
No quadro 2, podemos observar as profissões dos inquiridos.
Quadro 2 – Profissão dos inquiridos
Profissão Nº de inquiridos %Estudante 15 37,5Operário têxtil 4 10Professor(a) 2 5Empresário(a) 2 5Outro 11 27,5Desempregado(a) 6 15Total 40 100
Uma grande parte dos inquiridos (37,5%) são estudantes (n=15), há ainda 10% que são
operários têxteis (n=4), observa-se também que existe 15% desempregados (n=6). O que
demonstra grande afluência ao consumo de suplementos pela população jovem assim
como ao ginásio Biba Mais.
Resultados que são semelhantes aos obtidos por ambos os estudos: Gomes (2010) onde
observou que 50% dos inquiridos eram estudantes e Freixo (2011) obteve que 28% dos
inquiridos eram estudantes. Os resultados são semelhantes tendo em conta que ambos os
autores obtiveram que a maioria dos inquiridos eram estudantes.
5.1.5 – Habilitações literárias
No quadro seguinte pode-se observar as habilitações literárias dos inquiridos.
Quadro 3 – Escolaridade dos inquiridos
Escolaridade Nº de inquiridos %
4 Anos de escolaridade 0 0
6 Anos de escolaridade 0 0
9 Anos de escolaridade 11 27,5
Ensino secundário 19 47,5
Curso tecnológico 3 7,5
Bacharelato 0 0
Licenciatura 5 12,5
Mestrado 2 5
Doutoramento 0 0
Total 40 100Ao observar-se o quadro, verifica-se que a maioria dos inquiridos do ginásio possui
como habilitações literárias o Ensino secundário (12º ano) (47,5%) (n=19), seguindo-se
o 9º ano com 27,5% (n=11), este facto pode ser explicado pela grande maioria dos
clientes serem jovens estudantes como se pode observar no quadro 2.
Estes resultados divergem dos resultados obtidos por Gomes (2010) onde a maioria
(59.9%) tem curso superior (Bacharelato, Licenciatura, Mestrado, Doutoramento), estes
dados podem ser explicados tendo em conta a média de idade dos inquiridos e também
sendo o estudo de Gomes (2010) realizado em Coimbra, cidade dos estudantes.
5.2 – Índice de Massa Corporal
O seguinte quadro apresenta os resultados relativos ao IMC dos clientes inquiridos,
onde se estabelece uma relação entre peso e altura.
Quadro 4 – Índice de Massa Corporal dos inquiridos
IMC Classificação Nº Inquiridos %
<18,5 Abaixo do peso 1 2,5
18,6-24,9 Saudável 28 70
25-29,9 Sobrepeso 8 20
>30 Obesidade 3 7,5
Total 40 100No quadro seguinte podemos observar a relação entre o peso e a altura (IMC – Índice
de Massa Corporal) dos indivíduos inquiridos do ginásio. A maioria (70%) dos
inquiridos tem um IMC normal/saudável (18,5-24,9) (n=28), 20% têm excesso de
peso (IMC: 25-29,9) (n=8), 2,5% está abaixo do peso (n=1) e apenas 7,5% têm obesidade
(IMC maior ou igual a 30) (n=3). Há alguns problemas em usar o IMC para determinar
se uma pessoa está acima do peso. Por exemplo, pessoas musculadas podem ter um
Índice de Massa Corporal alto e não são gordas.
Como podemos verificar estes dados vão de encontro ao estudo de Gomes (2010) em
que os dados obtidos pelo autor foram: 73.3% saudáveis, 20.9% sobrepeso, 2.7%
obesos e 3.2% estão abaixo do peso.
5.3 – Modalidades praticadas e tempo de prática de ginásio
5.3.1 - Relativamente às modalidades praticadas o seguinte quadro mostra quais as
modalidades praticadas pelos inquiridos.Quadro 5 – Modalidades praticadas pelos inquiridos
Modalidades Nº de inquiridos %
Musculação e Cardiofitness 40 100
Futebol 8 20
Atletismo 1 2,5
BTT 1 2,5
Natação 4 10
Kickboxe 2 5
Conforme podemos verificar no quadro 5, 100% dos clientes praticam musculação e
cardiofitness (n=40), estes praticam ainda: Futebol (20%) (n=8), Atletismo (2,5%)
(n=1), BTT (2,5%) (n=1), Natação (10%) (n=4), Kickboxe (5%) (n=2).
Dados que divergem do estudo de Gomes (2010) onde a grande maioria 82,9% (n=310)
pratica atividades de ginásio e 17,1% (n=64) musculação e cardiofitness.
5.3.2 - Tempo de prática de atividades de ginásio
Quanto ao tempo de prática de ginásio obtivemos os seguintes resultados
<1 [1 a 2[ [2 a 3[ [3 a 4[ [4 a 5[ ≥502468
1012141618
Número de anos
Nº
de in
quiri
dos
Gráfico 3 – Tempo de prática dos inquiridos
Segundo o gráfico 3 podemos observar que os inquiridos encontram-se neste “meio” há
relativamente pouco tempo, isto deve-se provavelmente à idade destes mesmos, como
podemos verificar no gráfico 2, pois é uma população bastante jovem. 30% praticam
musculação e cardiofitness há menos de 1 ano (n=12), 40% de 1 a 2 anos (n=16), 7,5%
entre 2 e 3 anos (n=3), 5% entre 3 e 4 anos (n=2), 7,5% entre 4 e 5 anos (n=3) e 10% 5
ou mais anos (n=4).
Observando-se que 70% dos inquiridos estão há menos de 2 anos no ginásio, dados
esses que são semelhantes aos de Gomes (2010) onde a maioria, cerca de 45.5% dos
inquiridos também praticam há menos de 2 anos, porém, há mais inquiridos a praticar a
longo prazo, cerca de 33.9% estão na modalidade há 5 ou mais anos.
5.3.3 – Frequência semanal dos inquiridos
No gráfico 4 podemos observar a frequência semanal com que os inquiridos treinam.
1 2 3 4 5 6 70
5
10
15
20
25
Frequência semanal
Nº
de in
quiri
dos
Gráfico 4 – Frequência semanal dos inquiridos
Como se pode observar no gráfico acima, 50% dos inquiridos frequentam o ginásio 5
vezes por semana (n=20), seguindo-se de 32,5% que frequentaram o ginásio 4 vezes
semanais (n=13), temos ainda que 12,5% frequentam o ginásio 6 vezes (n=5) e por fim
5% frequentam o ginásio 3 vezes por semana (n=2). De notar que o ginásio esta aberto
apenas 6 vezes por semana e que não há nenhum cliente que frequente 1 ou 2 vezes por
semana.
Assim, os nossos resultados divergem do estudo de Gomes (2010) em que, 31.6%
frequentam o ginásio apenas 3 vezes, 23% quatro e por fim 20.9% 2 vezes.
5.3.4 – Tempo de prática por sessão de treino
No gráfico 5 está presente o tempo de prática por cada sessão de treino dos inquiridos.
60 75 90 1200
5
10
15
20
25
30
Tempo por sessão de treino
Nº
de in
quiri
dos
Gráfico 5 – Tempo por cada sessão de treino dos inquiridos
Como podemos verificar no gráfico 5, dos 40 inquiridos, 5% dos clientes demoram
cerca de 60minutos (1hora) na sua sessão de treino (n=2), 7,5% precisa de 75minutos
(1hora 15minutos) (n=3), existem ainda 20% que precisam de aproximadamente
120minutos (2horas) para completar o seu treino (n=8), e por fim, 67,5% fazem o seu
treino em cerca de 90minutos (1hora e 30minutos) (n=27).
Estes resultados divergem dos resultados obtidos por Gomes (2010) onde 35.2%
permanecem no ginásio por 120minutos, 32.4% permanecem 60minutos e 25.7%
permanecem 90minutos.
5.4 – Consumo de suplementos alimentares/nutricionais
5.4.1 – Tipos de suplementos alimentares/nutricionais
No seguinte gráfico podemos verificar quais os suplementos mais utilizados pelos
inquiridos, no ginásio Biba Mais, em Guimarães.
Aminoácidos
Suplem
entos p
rotei
cos
Vitaminas
e minera
is
L-carn
itina
Creatina
Bebidas
energ
éticas
Outros
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
15%
85%
15%
38% 40%25%
18%
Gráfico 6 – Tipos de suplementos consumidos pelos inquiridos
Tendo em conta que alguns dos inquiridos consomem mais que um suplemento
alimentar/nutricional ao mesmo tempo, podemos verificar quais os suplementos mais
utilizados pelos inquiridos. 15% Consomem aminoácidos (n=6), 85% suplementos
proteicos (n=34), 15% vitaminas e minerais (n=6), 37,5% L-carnitina (n=15), 40%
creatina (n=16), 25% bebidas energéticas (n=10) e por fim, 17,5% consomem ainda
outro tipo de suplementos, entre eles, termogénico, hidratos de carbono, pré-treino e
óxido nitroso (n=7).
Os nossos resultados são semelhantes aos de Freixo (2011) onde o suplemento mais
utilizado é o suplemento proteico com cerca de 55.2%, 27% creatina e 8% L-carnitina.
E ainda ao de Gomes (2010) onde o suplemento principal é também o suplemento
proteico com 68.1%, 39.4% creatina e ainda 13.9% L-carnitina.
5.4.2 – Tempo de consumo de suplementos alimentares/nutricionais
No gráfico 7 está presente há quanto tempo os inquiridos consomem suplementação.
< 1 [1-2[ [2-3[ [3-4[ ≥40
5
10
15
20
25
30
Tempo (anos)
Nº
de in
quiri
dos
Gráfico 7 – Tempo de consumo de suplementos pelos inquiridos
O tempo de consumo de suplementação varia entre 1 mês a 6 anos, a maioria 62,5%
(n=25) consome suplementação há menos de 1 ano, este valor é muito influenciado pelo
Gráfico 3, tendo em conta que é uma população jovem e pratica atividades de academia
há relativamente pouco tempo. Temos ainda que, 17,5% dos inquiridos consomem
suplementos entre 1 ano e 2 anos (n=7), 5% entre 2 anos e 3 anos (n=2), 2,5% entre 3 e
4 anos (n=1) e por fim, 12,5% consomem suplementos há mais de 4 anos (n=5).
Assim, os nossos resultados divergem de Gomes (2010) tendo em conta que os nossos
inquiridos são mais novos e com menos prática da modalidade, temos que, 35%
consomem suplementação há menos de 1 ano e 48% consomem há mais de 1 ano e há
menos de 5 anos. E temos ainda que os nossos resultados são semelhantes com os
resultados obtidos por Freixo (2011). Em que 66.7% consomem suplementação há
menos de 1 ano, 12.6% entre 1 e 2 anos e por fim 19.5% acima de 2 anos.
5.4.3 – Início de consumo de suplementos alimentares/nutricionais
No gráfico 8 podemos verificar qual/quais o/s motivo/s para iniciação do consumo de
suplementação.
Iniciativa
própria
Prescri
ção m
édica
Aconselham
ento de a
migos
Recomen
dação do tr
einad
orOutro
0%20%40%60%80%
100% 78%
0%
35% 30%
0%
Gráfico 8 – Motivos para iniciar o consumo de suplementação
Tendo em conta que alguns dos inquiridos não tem apenas um motivo, mas sim vários
dos presentes, podemos verificar quais os principais motivos que levam os inquiridos a
iniciar o consumo de suplementação. 77,5% dos inquiridos iniciaram o consumo através
de iniciativa própria (n=31), 35% através do aconselhamento de amigos (n=14), 30%
dos inquiridos iniciaram através da recomendação do treinador (n=12). Por fim, nenhum
inquirido iniciou por prescrição médica ou qualquer outro motivo.
Resultados que não se verificam no estudo de Freixo (2011). Em que apenas 29.9%
começaram por iniciativa própria, 29.9% por recomendação do treinador e a grande
maioria 54% começou através de aconselhamento médico, dado que no nosso estudo é
de 0%. E os nossos dados são semelhantes aos obtidos por Gomes (2010) que obteve:
54% dos inquiridos iniciaram por iniciativa própria, 21% aconselhamento de amigos,
14% Recomendação do treinador e 11% Prescrição médica.
5.4.4 – Local de aquisição suplementos e valor monetário médio mensal
No seguinte gráfico podemos verificar onde os inquiridos adquirem os seus
suplementos.
Ginásio
Internet
Loja de s
uplemen
tação
Farmáci
aOutro
0%20%40%60%80%
100%
42.50%57.50%
42.50%
7.50% 0.00%
Gráfico 9 – Local de aquisição suplementos alimentares/nutricionais
Devemos ter em conta nestes resultados que os inquiridos, por vezes, respondiam
diversas opções, sendo assim o número total maior a 40, sendo este o número total de
inquiridos. 42,5% adquiriram os suplementos no ginásio (n=17), 57,5% na internet
(n=23), 42,5% em lojas de suplementação (n=17) e por fim, 7,5% em farmácia (n=3).
Resultados que divergem dos resultados obtidos por Freixo (2011), onde a maioria 46%
obtiveram os produtos em loja de suplementação, 14.9% no ginásio 32.2% na farmácia
e apenas 8% adquiriram na internet. E divergem também do estudo de Gomes (2010)
em que 45% obteve em loja de suplementação, 20% na internet, 18% no ginásio e 17%
farmácia.
Quadro 6 – Valor monetário médio mensal gasto pelos inquiridos
Valor monetário Nº inquiridos %
≤15 7 17,5
16-25 21 52,5
26-35 9 22,5
≥36 3 7,5
O valor monetário variou entre 10 e 40 euros, sendo que a maioria (52,5%) gasta entre
16 e 25 euros em média por mês (n=21). Há ainda quem gaste 26-35 euros (22,5%)
(n=9), 17,5% gastam 15 euros ou menos (n=7) e há ainda 7,5% que gastam mais de 36
euros (n=3). A média é de 23,275 euros (n=40).
O nosso estudo diverge do estudo de Gomes (2010) onde o valor monetário médio
gasto mensalmente na aquisição dos suplementos pelos frequentadores de ginásio varia
entre 3 e 200 euros, sendo que 57% gasta menos de 50 euros e 43% gasta 50 ou mais
euros. E diverge também dos resultados obtidos por Freixo (2011), 14.9% menos de 10
euros, 17.2% 10-20euros, 13.8% 20-30 euros, 9.2% 30-40 euros, 14.9% 40-50 euros e
por fim 17.2% mais de 50 euros.
5.4.5 – Objetivos do consumo de suplementos alimentares/nutricionais
No próximo quadro podemos verificar quais os objetivos principais dos inquiridos com
o consumo de suplementos.Quadro 7 – Objetivos dos inquiridos com o consumo de suplementos
Objetivos do consumo de suplementos Nº de inquiridos %
Aumento de massa/força muscular 22 55
Perda massa gorda 19 47,5
Recuperação mais rápida entre treinos 26 65
Controlar peso 9 22,5
Hidratar 3 7,5
Bem-estar 20 50
Outros 0 0
Tendo em conta que os inquiridos deram várias respostas (n=99), temos como principais
objetivos do consumo de suplementos os seguintes: Recuperação mais rápida entre
treinos 65% (n=26), Aumento de massa/força muscular 55% (n=22), Bem-estar 50%
(n=20), Perda massa gorda 47,5% (n=19).
Assim temos que os nossos resultados são semelhantes aos resultados obtidos por
Gomes (2010). Em que os objetivos principais com o consumo de suplementação são:
62.8% Aumento de massa/força muscular, 43.6% Recuperação mais rápida entre treinos
e 40.4% Bem-estar.
5.4.6 – Problemas de saúde
A esta questão 100% dos inquiridos (n=40) responderam não ter qualquer doença ou
problema de saúde. Provando assim ser uma população bastante jovem e saudável.
Dados que são semelhantes aos resultados obtidos por Gomes (2010). Em que 95% não
possui qualquer doença e apenas 5% são portadores de algum problema de saúde ou
doença.
6 – CONCLUSÕESTerminado este estudo, é possível retirar algumas conclusões relativamente ao presente
estudo levado a cabo no ginásio Biba Mais – Guimarães, com presença de 40 inquiridos.
Após a análise e discussão dos resultados obtidos, foram extraídas as seguintes
conclusões:
Os suplementos mais utilizados pelos inquiridos são: 85% suplementos
proteicos, 40% creatina, 37.5% L-carnitina, 25% bebidas energéticas, 15%
vitaminas e minerais. Como podemos observar os inquiridos privilegiam o
consumo de suplementos proteicos aos outros suplementos.
Os principais objetivos do consumo de suplementos são: Recuperação mais
rápida entre treinos 65%, Aumento de massa/força muscular 55%, Bem-estar
50%, Perda massa gorda 47,5%. Dado que vai de encontro com o anterior, tendo
em conta os suplementos proteicos são agentes de recuperação, e os praticantes
privilegiam esse tipo de suplemento para assim maximizar o treino e
posteriormente os ganhos.
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