Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e
Internacional
Monografia Temática e Setorial
Junho 2014
Título
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional
Monografia Temática e Setorial
Promotor
PRODUTECH
Exponor – Feira Internacional do Porto
Autoria
Sociedade de Consultores
Augusto Mateus & Associados
Equipa
Augusto Mateus
Cristina Cabral
Filipa Lopes
Gonçalo Caetano
Hermano Rodrigues
Jorge Moreira
Leonor Sopas
Rui Ferreira
Vasco Rodrigues
Edição
Junho 2014
2
Ficha técnica
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Índice
Introdução 5
1. Caracterização geral da fileira das tecnologias de produção e análise
dos seus elementos distintivos 7
1.1. Cadeia de valor das tecnologias de produção: delimitação setorial e
principais produtos/serviços 8
1.2. Sistemas produtivos ‘vs’ tecnologias de produção 11
1.3. Tecnologias de produção ‘vs’ sectores clientes 13
1.4. Aspetos particulares e distintivos da fileira das tecnologias de produção 15
1.5. Fatores críticos de sucesso do negócio da oferta de tecnologias de
produção 16
2. Fileira das tecnologias de produção no contexto mundial e europeu 17
2.1. Mudança do paradigma industrial 18
2.2. Principais áreas desenvolvimento nas tecnologias de produção 19
2.3. Principais players mundiais e europeus na fileira das tecnologias de
produção 23
2.4. Principais exportadores mundiais na fileira das tecnologias de produção 24
2.5. Principais mercados mundiais na fileira das tecnologias de produção 28
3 Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
3. Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção 33
3.1. Relevância setorial e regional da Fileira Portuguesa das Tecnologias de
Produção em Portugal 34
3.2. Posicionamento da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção 37
3.3. Dinâmica de desenvolvimento recente da Fileira Portuguesa das
Tecnologias de Produção 42
3.4. Sectores e países clientes da Fileira Portuguesa das Tecnologias de
Produção 45
3.5. Integração internacional da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção 48
Conclusão 51
4 Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Introdução
O presente documento constitui uma breve monografia sobre as tecnologias de
produção no contexto nacional e internacional, extraída do Plano Estratégico
para a Fileira das Tecnologias de Produção, promovido pelo Pólo das
Tecnologias de Produção (PRODUTECH) no ano de 2013.
A construção desta monografia tem subjacente um carácter de sinergia entre o
contexto no qual o PRODUTECH atua e o enquadramento setorial da Feira
Internacional de Máquinas, Equipamentos e Serviços para a Indústria (EMAF).
Uma vez analisado para o primeiro caso, a caracterização, as forças e as
dinâmicas relacionadas com os setores enquadrados na fabricação de
tecnologias de produção serve também de base ao enquadramento
macroeconómico da mais importante feira nacional do ramo das máquinas e
equipamentos.
A estrutura do trabalho segue de perto a sua versão original, começando por
um breve enquadramento sobre os setores alvo de análise e a sua
caracterização. No segundo capítulo são introduzidas as temáticas
internacionais, designadamente as forças e dinâmicas da produção e do
comércio internacional. No terceiro capítulo foca-se o olhar no contexto
nacional, através da caracterização numérica do setor e da sua relação com o
exterior. O último capítulo, de conclusões, pretende assinalar as principais
ideias de força do estudo.
Introdução
6 Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
1. Caracterização geral da fileira das tecnologias de produção e análise
dos seus elementos distintivos
1.1. Cadeia de valor das tecnologias de produção: delimitação setorial e principais produtos/serviços
8
A delimitação daquilo que são as tecnologias de produção e as indústrias
responsáveis pela sua fabricação não está estabilizada na literatura relevante:
uma arte dos estudos internacionais de referência sobre a temática adota uma
perspetiva restrita sobre as tecnologias de produção, centrando-se
essencialmente no estudo da produção de máquinas industriais.; noutros casos,
adotam-se perspetivas mais latas associadas à engenharia mecânica ou mesmo
aos bens de capital.
Neste estudo adota-se a perspetiva mais alargada (de fileira) do PRODUTECH,
que considera os fabricantes de máquinas e equipamentos, os integradores de
sistemas e engenharias, as software houses e as empresas com ofertas dirigidas
para a indústria (e/ou para as utilities, a construção e o setor primário),
incluindo também, (a montante) fornecedores de inputs, a (jusante) operadores
grossistas, instaladores de máquinas e equipamentos, empresas de reparação e
manutenção e serviços de suporte (Figura 1).
Inputs: Artigos de borracha Metais de base Equipamento elétrico Produtos metálicos Moldes metálicos Equipamento informático Equipamento eletrónico
Suporte: Infraestruturas científicas e tecnológicas Consultoria
Serviços financeiros
Transportes
Energia
Núcleo: Fabricantes de máquinas e equipamentos
Integradores de sistemas/ Engenharias
Software Houses
Comércio de máq. e equipamentos
Instalação de máq. e equipamentos
Reparação e man. de máq. e equipamentos
Clientes: Agricultura, pecuária e silvicultura Indústrias extrativas Indústrias transformadoras Utilities Construção
Fonte: Elaboração própria
Figura 1. Estrutura da fileira das tecnologias de produção
Estrutura da fileira das tecnologias de produção
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
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O caráter difuso e alargado da fileira das tecnologias de produção torna
especialmente difícil a sua análise e, em particular, a aproximação quantitativa
da sua dimensão e relevância, dadas as limitações conhecidas das fontes de
informação primárias: em termos essenciais, os dados estatísticos primários a
trabalhar na análise e caraterização da fileira em estudo estarão limitados à
Classificação das Atividades Económicas (CAE/ISIC) e à Classificação de
Produtos (Nomenclatura Combinada/HS).
Considerando a Classificação Portuguesa das Atividades Económicas (CAE),,
emerge um núcleo duro incontestável composto pelas cinco indústrias que
formam a CAE 28 da fabricação de máquinas e de equipamentos, n. e (CAEs
281, 282 283, 284 e 289) e um núcleo alargado mais difícil de delimitar, que
inclui atividades relevantes que se distribuem por parte das CAEs 25290, 253,
25732, 25733, 25734, 2651, 2711, 3312, 332, 46140, 46610, 46620, 46630,
46640, 58290, 62010, 71120, 71200 e 74900 (Tabela 1).
Fonte: AM&A em articulação com o PRODUTECH
Tabela 1. Delimitação setorial do núcleo da fileira das tecnologias de produção
“Segmentos”
Sectores/Indústrias Integrantes da Fileira
Entidades Relevantes
CAE Rev. 3 Designação
Núcleo Duro
281
282
283
284
289
Fabricação de máquinas e de equipamentos para uso geral
Fabricação de outras máquinas para uso geral
Fabricação de máquinas e tratores para a agricultura, pecuária e silvicultura
Fabricação de máquinas-ferramentas
Fabricação de outras máquinas e equipamentos para uso específico
Fabricantes de máquinas
e equipamentos
Integradores de sistemas/
Engenharias
Software Houses
Núcleo Alargado
25290
253
25732
25733
25734
2651
2711
3312
332
46140
46610
46620
46630
46640
58290
62010
71120
71200
74900
Fabricação de outros reservatórios e recipientes metálicos
Fabricação de geradores de vapor
Fabricação de ferramentas mecânicas
Fabricação de peças sinterizadas
Fabricação de moldes metálicos
Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação e navegação
Fabricação de motores, geradores e transformadores elétricos
Reparação e manutenção de máquinas e equipamentos
Instalação de máquinas e de equipamentos industriais
Agentes do comércio por grosso de máquinas, equipamento industrial,…
Comércio por grosso de máquinas e equipamentos agrícolas
Comércio por grosso de máquinas-ferramentas
Comércio por grosso de máquinas para a indústria extrativa e da construção
Comércio por grosso de máquinas para a indústria têxtil e do vestuário
Edição de outros programas informáticos
Atividades de programação informática
Atividades de engenharia e técnicas afins
Atividades de ensaios e análises técnicas
Outras atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares, n.e.
Delimitação “setorial” do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção e seus principais produtos e serviços
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
10
A inexistência de correspondências diretas entre a Classificação das Atividades
Económicas (CAE/NACE) e a Classificação de Produtos (Nomen-clatura
Combinada/HS) tornou imprescindível recorrer à ISIC (International Standard
Industrial Classification of All Economic Activities) como elemento de charneira
entre aquelas duas classificações.
Para o efeito, considerou-se a correspondência entre a ISIC Rev. 3.0 e a HS
definida pela United Nations Statistics Division (que é a correspondência mais
recente que está disponível), efetuando-se depois, de forma ad hoc, a
correspondência entre a ISIC Rev. 3.0 e a NACE Rev. 3/CAE Rev. 3 ,
encontrando-se o resultado deste trabalho abaixo na Tabela 2.
Fonte: AM&A tendo em conta as correspondências disponíveis na UN Trade Satistics
Tabela 2. Delimitação setorial do núcleo da fileira das tecnologias de produção
Correspondências entre classificações “sectoriais” e de “produtos”
NACE Rev. 2/ CAE Rev. 3 ISIC Rev. 3 HS/ NC
281 - Fab. de máquinas e de equipamentos para uso geral
2811 - Fab. de motores e turbinas, exceto motores para aeronaves,
automóveis e motociclos
2911 - Fabricação de motores e turbinas, exceto motores para aeronaves,
automóveis e motociclos
8406; 840721, 840729; 840790; 840810; 840890; 8410;
841181, 841182; 841199
2812 - Fabricação de equipamento hidráulico e pneumático
2813 - Fabricação de outras bombas e compressores
2814 - Fabricação de outras torneiras e válvulas
2912 - Fabricação de bombas, compressores, torneiras e válvulas 841221, 841229; 841231, 841239; 841280; 841290; 8413;
8414; 8481
2815 - Fab. de rolamentos e órgãos de transmissão 2913 - Fab. de rolamentos e outros órgãos de transmissão 731511;731512; 731519; 8482; 8483
282 - Fabricação de outras máquinas para uso geral
2821 - Fabricação de fornos e queimadores 2914 - Fabricação de fogões, fornos e queimadores 8416; 841710; 841780; 841790; 8514
2822 - Fabricação de equipamento de elevação e de movimentação 2915 - Fabricação de equipamentos de elevação e de movimentação 8425; 8426; 8427; 842810; 842820; 842832; 842833;
842839; 842840; 842850; 842860; 842890; 843110;
843120; 843131, 843139; 843141; 8709;
2823 - Fabricação de máquinas e equipamento de escritório, exceto
computadores e equipamento periférico
2824 - Fab. de máquinas-ferramentas portáteis com motor
2825 - Fabricação de equipamento não doméstico para refrigeração e
ventilação
2829 - Fabricação de outras máquinas para uso geral, n.e.
2919 - Fabricação de outras máquinas de uso geral 8405; 8415; 841850; 841861, 841869;841891, 841899;
841940; 841950; 841960; 841989; 841990; 8420; 842119;
842121, 842122, 842123, 842129; 842131, 842139; 842191,
842199; 842219; 842220; 842230; 842240; 842290; 8423;
842410; 842420; 842430; 842489; 842490; 8476; 8484;
848590
283 - Fabricação de máquinas e de tratores para a agricultura, pecuária e silvicultura
2830 - Fabricação de máquinas e de tratores para a agricultura, pecuária e
silvicultura
2921 - Fabricação de máquinas agrícolas e florestais 842481; 8432; 8433; 843410; 8436; 843710; 870110;
870190; 871620
284 - Fabricação de máquinas-ferramentas, exceto portáteis
2841 - Fabricação de máquinas-ferramentas para metais
2849 - Fabricação de outras máquinas-ferramentas
2922 - Fabricação de máquinas-ferramentas 8456; 8457; 8458; 8459; 8460; 8461; 8462; 8463; 8464;
8465; 8466; 8467; 8468; 847930; 8508; 8515
289 - Fabricação de outras máq. e equip. para uso específico
2891 - Fabricação de máquinas para a metalurgia 2923 - Fabricação de máquinas para a metalurgia 8454; 8455
2892 - Fabricação de máquinas para as indústrias extrativas e para a
construção
2924 - Fabricação de máquinas para as indústrias extrativas e construção 842831; 8429; 8430; 843142; 843143; 843149; 8474;
847910; 870130; 870410
2893 - Fabricação de máquinas para as indústrias alimentares, das bebidas
e do tabaco
2925 - Fabricação de máquinas para alimentos, bebidas e do tabaco 841720; 841931; 841981; 842111; 843420; 843490; 8435;
843780; 843790; 8438; 8478; 847920
2894 - Fabricação de máquinas para as indústrias têxtil, do vestuário e do
couro
2926 - Fabricação de máquinas para as ind. têxtil, do vestuário e do couro 844400; 8445; 8446; 8447; 8448; 844900; 845020; 845090;
845110; 845129; 845130; 845140; 845150; 845180;
845190; 8452; 8453
2895 - Fab. de máq. p/ as indústrias do papel e do cartão
2896 - Fab. de máq. p/ as indústrias do plástico e da borracha
2899 - Fabricação de outras máquinas e equipamento para uso específico,
n.e.
2929 - Fabricação de outras máquinas de uso especial 840120; 841932; 841939; 842112; 8439; 8440; 8441;
844210; 844220; 844230; 844240; 844311; 844319;
844321, 844329; 844330; 844340; 844351; 844359;
844360; 844390; 8475; 8477; 847940; 847950; 847960;
847981, 847982, 847989; 847990
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Tipologia Caraterísticas da Produção
Por natureza
dos produtos
Discreta (peças, componentes, módulos, etc.)
De processo (químicos, refinação, pasta de papel, aço, cimentos, etc.)
Por natureza dos fluxos de
materiais
Intermitente (produção em série)
Contínua (produção em massa)
Por projeto (produção à medida)
Por níveis
de produção
Produção unitária (produtos todos diferentes)
Produção em lotes (grande variedade de produtos)
Produção em série (pequena variedade de produtos)
Produção em massa (nenhuma variedade de produtos)
Por tipo
de implantação
Fixa (fabrico de produtos de grandes dimensões, como navios, aviões, comboios, etc.)
Funcional ou por processo
Células de tecnologia de grupo
Linha ou por produto
Sistemas de fabricação flexível ou reconfiguráveis
Por destino
dos produtos
Por encomenda (procura incerta, produção condicionada às encomendas)
Para inventário de produtos acabados (procura previsível)
Montagem por encomenda (procura previsível)
1.2. Sistemas produtivos ‘vs’ tecnologias de produção
11
A classificação dos sistemas produtivos não é nem simples nem universal,
sendo possível identificar na literatura da especialidade disponível várias
referências a tipologias de sistemas de produção, sobretudo associados à
produção de bens industriais: umas centradas na natureza dos produtos, outras
na natureza dos fluxos de materiais, outras ainda nos níveis de produção, no
tipo de implantação no “chão de fábrica” e/ou no destino dos produtos (Tabela
3).
Uma das tipologias mais conhecida é a que distingue os processos produtivos
tendo em conta os níveis de produção que lhe estão associados (produção
unitária, produção por lotes, produção em série e produção em massa), sendo
que a tipologia por tipo de implantação é também muito conhecida e
considerada (implantação fixa, implantação funcional, implantação por células
de tecnologia de grupo, implantação em linha ou por produto e sistemas de
produção flexível ou reconfigurável).
Fonte: AM&A com base em literatura específica
Tabela 3. Tipologias de sistemas produtivos
Sistemas produtivos
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Tabela 4: Matriz de ofertas-tipo e de modelos de abordagem a clientes “finais” pelos fornecedores de tecnologias de produção (máquinas, equipamentos, sistemas e tecnologias de produção)
12
Aspetos-Chave
Tipo de Sistemas Produtivos do Cliente “Final”
Produção Contínua Produção em Série Produção Discreta ou
em Pequenos Lotes
Exemplos de sectores clientes
“finais”
Químicos, refinação, pasta de papel, aço,
cimentos
Bebidas, alimentos
processados, automóveis, eletrónica de
consumo*
Rochas ornamentais, mobiliário, vestuário,
calçado, aeronáutica
Oferta típica para sectores clientes
“finais”
Engenharia e sistemas integrados de
produção + Sistemas de gestão da
produção
Máquinas/ equipamentos específicos e
sistemas de produção completos +
Sistemas de gestão da produção
Máquinas/ equipamentos específicos com
elevado nível de autonomia/
independência
Oferta standardizada ‘vs’
customizada Customizada
Customizada
ou estandardizada
Customizada
ou estandardizada
Grau de integração da oferta Elevado Elevado/ Médio Médio/ Baixo
Modelos de abordagem a clientes
“finais” Via engenharias/ construtoras
Direta (por produtores de equipamento)
ou através integradores
Direta (por produtores de equipamento)
ou através integradores
Tendo em conta o tipo de sistemas produtivos dos seus clientes “finais”, é usual
encontrar na fileira das tecnologias de produção uma certa segmentação da
oferta: para clientes com sistemas de produção contínua (e.g. petroquímica),
tipicamente a oferta envolve engenharia, sistemas integrados de produção e
sistemas de gestão da produção; diferentemente, para clientes com sistemas de
produção em série (e.g. automóvel), a oferta típica envolve máquinas/
equipamentos específicos, sistemas de produção completos e sistemas de
gestão da produção; por fim, para clientes com sistemas de produção discreta
ou em pequenos lotes (e.g. rochas ornamentais), a oferta típica envolve
geralmente máquinas/ equipamentos específicos com elevado nível de
autonomia/ independência (Tabela 4).
O grau de estandardização/ customização da oferta, o grau de integração da
mesma e os modelos de abordagem aos clientes também diferem usualmente
de forma significativa consoante o tipo de sistema produtivo dos clientes “finais”
da fileira: para clientes com sistemas de produção contínua, a oferta é
geralmente muito customizada e integrada e assegurada por engenharias ou
construtoras; para clientes com sistemas de produção em série, a oferta varia
muito entre o customizado e o standard, apresentando quase sempre um grau
de integração significativo é geralmente assegurada diretamente por fabricantes
de equipamentos ou por integradores; para clientes com sistemas de produção
discreta, a oferta não é muito diferente da dirigida à produção em série, sendo
geralmente menos integrada.
Ofertas tipo e modelos de abordagem de clientes
*Setores clientes em que podem encontrar-se outros tipos de sistemas produtivos (designadamente no setor de alimentação e bebidas) Fonte: Elaboração própria
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Setor Cliente Tipo de Clientes Tipos de Fornecedor de Tecnologias de Produção
Alimentar
Coexistem empresas multinacionais, grandes empresas mais
orientadas para o mercado nacional e/ou um reduzido n.º de
países e empresas de menor dimensão orientadas para o
mercado local/regional
Importa distinguir os fornecedores com conhecimento da engenharia de
processo do cliente dos fornecedores sem essas competências; os primeiros
fornecem diretamente as multinacionais, enquanto os outros fabricam com base
em projeto do cliente ou de uma empresa contratada pelo cliente
Química/
Petroquímica
Empresas multinacionais/ grandes empresas tendem a investir
via projeto “chave-na-mão, contratando empresas de engenharia
(frequentemente multinacionais) p/ coordenar todo o processo
Fornecedor tipicamente executa partes/componentes para um projeto de
empresa de engenharia, que tem conhecimento da engenharia de processo do
cliente
Vestuário e Calçado
Coexistem empresas multinacionais com empresas de menor
dimensão, com produção mais concentrada e exportação como
forma de internacionalização privilegiada
Fornecedor pode vender diretamente ao cliente final (detentor da marca ou
fornecedor de partes e componentes) ou pode vender através de integradores
com capacidade para montar fábricas completas
Rochas Ornamentais Empresas de grande /média dimensão Fornecedor vende diretamente ao cliente final, máquinas, linhas de produção ou
projetos “chave-na-mão”
Automóvel Cadeias de valor globais hierárquicas / cativas, coordenadas por
OEMs e organizadas em linhas de fornecedores
Os fornecedores das OEMs projetam e montam linhas de produção completas
que, à partida, se destinam à produção de um ou de um n.º definido de modelos
(investimento com algum grau de especificidade); o mesmo acontece com os
fornecedores de alguns componentes específicos; há, contudo, fornecedores de
componentes genéricos que investem em tecnologias mais gerais
Tabela 5: Tipos de cliente e tipos de fornecedor de tecnologias de produção em diferentes CVG
13
Uma breve análise da parca informação disponível sobre a relação entre as
empresas que compõem a fileira das tecnologias de produção e os seus clientes
permite perceber a diversidade de situações com que um fabricante de
máquinas e equipamentos ou um integrador se pode deparar.
Esta realidade torna especialmente relevante considerar a dimensão e o grau de
internacionalização dos clientes da fileira das tecnologias de produção,
distinguindo entre: empresas multinacionais presentes à escala mundial, que
externalizam em diferentes graus as atividades produtivas; grandes e médias
empresas, com diferentes graus de internacionalização da atividade produtiva;
pequenas e microempresas mais orientadas para um mercado local e/ou para a
prestação de serviços a terceiros.
As necessidades destes clientes são geralmente muito distintas entre si, pelo
que o bom conhecimento das mesmas afirma-se sempre como um aspeto crítico
para o sucesso das empresas da fileira das tecnologias de produção (ver na
Tabela 5 alguns exemplos relevantes).
No caso de clientes que atuam em cadeias de valor globais (CBG), existem
necessidades adicionais de informação, designadamente em relação ao tipo de
CVG em que atuam, ao grau de dispersão das atividades produtivas associadas
a essa GVC, ao foco geográfico dos novos investimentos produtivos a realizar
nessa GVC, às empresas que vão realizar esses investimentos, à localização dos
centros de decisão relevantes nessa GVC e, finalmente, às vias de acesso aos
mesmos.
Dimensão e grau de internacionalização dos clientes da fileira das tecnologias de produção
Fonte: Elaboração própria
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
1.3. Tecnologias de produção ‘vs’ sectores clientes
No caso particular de projetos de grande envergadura, destinados a criar,
reforçar ou modernizar capacidades produtivas em indústrias com sistemas de
produção contínua (e.g. química ou petroquímica, fabricação de pasta de papel,
produção de aço, produção de cimento), o cliente final opta quase sempre por
recorrer às grandes engenharias internacionais, contratando com as mesmas
projetos do tipo “chave-na-mão”.
Desta forma, importa muito ao fornecedor de tecnologias de produção
identificar quem decide nessas engenharias internacionais, como aceder a esse
decisor e quais os requisitos a cumprir para se qualificar como potencial
fornecedor.
No Anexo 2 apresenta-se uma listagem de grandes empresas de engenharia
coligida a partir de estudos existentes e de rankings internacionais de empresas
por setor de atividade, sendo que existem engenharias de média dimensão que
abraçam projetos de menor envergadura que não devem ser negligenciadas
pelos fornecedores de tecnologias de produção, dada a sua relevância em certos
projetos.
Adicionalmente, importa salientar que a informação sobre alguns dos grandes
projetos à escala mundial e regional têm divulgação pública, por serem
investimentos públicos ou apoiados (via instituições internacionais), sendo
subsequente objeto de concursos internacionais.
Figura 2: Cadeia de valor dos serviços de engenharia
14
Engenharias Industriais
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Conceito Exequibilidade Engenharia Procurement Construção Operação e Manutenção
• Conceber definições práticas
• Descrição dos atributos e
parâmetros gerais do projeto
• “Estimação da Magnitude da
Ordem” (OME) em termos de
custos operacionais e de
capital
• Planeamento do negócio
• Plano mestre/principal
• Análise de mercado
• Estudo das tecnologias
aplicáveis
• Estudo do layout do projeto
• Estudo de impacto ambiental
• Análise de custo
• Aquisição de licenças e
autorizações
• Planos de mitigação
• Documentação de base
• Análise de falhas fatais
• Previsão da procura
• Análise alternativa
• Projeto básico/fundamental
• Projetos de especialidade
• Serviços de inspeção e
controlo de qualidade do
fornecedor
• Gestão e controlo de material
• Procurement de materiais e
equipamentos
• Gestão de procurement do
projeto
• Subcontratação
• Concessão
• Construção
• Apoio/suporte operacional
• Diagnóstico/teste do
equipamento
• Gestão de fábrica
• Manutenção total
• Manutenção suplementar
• Serviços especiais
• Serviços pós-construção
• Serviços de inspeção da
construção
• Gestão de fábrica
computorizada
• Upgrading
Gestão do Projeto Assegurar e controlar a qualidade; inspeção das fontes; logística e transporte; expedição
Fonte: AM&A com base em literatura específica
70
80
90
100
110
120
130
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Indústria Transformadora Máquinas e Equipamentos
1.4. Aspetos particulares e distintivos da fileira das tecnologias de produção
15
Fonte: AM&A com base em dados do Eurostat (n.º índice, ano base de 2004)
Gráfico 1. Dinâmica da produção no núcleo duro da fileira das tecnologias de produção e na indústria transformadora na UE-27 | 1991-2012
As tecnologias de produção são bens de capital e, como tal, têm um
comportamento pró-cíclico, pelo reagem de forma exacerbada a qualquer
alteração relevante nas variáveis macroeconómicas que afetam os mercados,
sejam eles nacionais ou internacionais (Gráfico 1).
Isto acontece porque os adquirentes de tecnologias produtivas tendem a adiar
as decisões de investimento em fases de abrandamento económico e a (sobre-
)impulsionar os investimentos em novos equipamentos produtivos nas fases de
maior vigor económico: por isso, as atividades nucleares da fileira das
tecnologias produtivas são normalmente as primeiras a sofrer com as recessões
económicas e as últimas a recuperar, consoante o estado de confiança dos
agentes económicos.
Por outro lado, as condições de acesso ao crédito por parte dos clientes é
crítica, na medida em que a grande maioria das aquisições de tecnologias
produtivas tem subjacente financiamentos por capitais alheios: esta é uma
razão adicional que justifica o caráter pró-cíclico das atividades nucleares da
fileira das tecnologias de produção.
Enquanto bens de capital que servem geralmente vários setores de atividade,
as tecnologias de produção influenciam a evolução tecnológica e a
produtividade das atividades económicas em geral, o que faz delas uma espécie
de motor com efeitos multiplicadores nas economias.
No processo de inovação das tecnologias de produção, a cooperação entre
empresas produtoras e os seus clientes e fornecedores é uma condição
absolutamente necessária, sendo uma prática comum, acrescendo ainda as
necessidades de colaboração permanentes nos momentos pós-venda: estes
aspetos tornam especialmente relevante a proximidade entre produtores,
fornecedores e clientes, justificando a forte relevância do mercado doméstico
para os produtores e a necessidade de presença física nos mercados-alvo.
Com efeito, na fileira das tecnologias produtivas, a relação entre fabricante e
cliente normalmente não termina no momento da venda do bem, mas prolonga-
se durante toda a vida útil do mesmo: assistência técnica pós-venda é uma
realidade que exige uma certa proximidade entre as duas partes e boas
soluções web based de apoio à distância.
Tecnologias de produção enquanto bens de capital
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
1.5. Fatores críticos de sucesso do negócio da oferta de tecnologias de produção
16
• Capacidade de engenharia e de inovação e diferenciação contínua
nos produtos, serviços e soluções providenciados, nos processos e na
organização/gestão, como forma de responder, muitas vezes, a
necessidades de customização dos clientes em nichos de mercado
específicos, num quadro valorizador da flexibilidade organizacional e
produtiva.
• Time-to-market progressivamente reduzido, dando resposta cabal às
necessidades cada vez mais prementes sentidas a este nível pelos clientes
intermédios e finais da fileira, associadas aos ciclos de vida cada vez mais
curtos das tecnologias e dos produtos.
• Capacidade de customização e de integração da oferta, movendo-se
do espaço tradicional dos produtos para as soluções, de maior valor
acrescentado, aproximando-se da lógica “chave na mão”, mais característica
da produção contínua e em série.
• Qualidade e diferenciação dos serviços pós-venda e capacidade de
oferta de novos serviços personalizáveis, de elevado valor
acrescentado.
• Orientação progressivamente reforçada da oferta para os mercados
globais, mobilizando soluções e estratégias de negócio internacional
diferenciadas para mercados alvo diversificados.
• Produtividade e eficiência, na medida em que o custo/preço
competitivo constitui um dado incontornável para que qualquer empresa
da fileira possa operar, seja no mercado doméstico, seja nos mercados
internacionais - a gestão efetiva do procurement constitui, neste domínio,
um aspeto particularmente importante.
• Qualidade da oferta e sua conformidade com todo um conjunto de
requisitos, internacionais e europeus, em matéria de saúde, segurança
e ambiente, como pré-condição adicional para uma empresa da fileira
poder operar nos mais diversos mercados.
• Cooperação empresarial e com as infraestruturas de suporte da
fileira, ao nível nacional e internacional, horizontal e/ou vertical, ao
longo da cadeia de valor, sustentada em acordos preferenciais de
longo prazo, no sentido de se ganhar dimensão, partilhar recursos,
competências e riscos e, fundamentalmente, de obter escala e de favorecer
sinergias e complementaridades na oferta crescente de soluções
inovadoras integradas de elevado valor acrescentado.
• Marketing e comercialização efetivos, envolvendo designadamente os
seguintes domínios de atuação e preocupações: resposta cabal, direta e/ou
indireta, à procura crescente por produtos de gama média, competitivos no
preço e fáceis de utilizar/consumir; enfoque numa estratégia de pricing
baseada no valor; estratégia de vendas específica para os mercados
emergentes; exploração dos novos instrumentos e canais de promoção e
investimento reforçado no branding.
• Competências reforçadas e sucessivamente renovadas dos recursos
humanos, envolvendo designadamente os seguintes domínios de atuação e
preocupações: articulação mais efetiva entre a formação escolar e
universitária de base e as necessidades do tecido empresarial da fileira, em
especial em matéria de competências na área da engenharia; cooperação
acrescida e de médio e longo prazo com as universidades e centros de
saber; formação contínua e aprendizagem ao longo da vida; ajustamentos
nas políticas de recrutamento; contributo para uma imagem mais atrativa
desta fileira junto do mercado de trabalho.
Fatores críticos de sucesso do negócio
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
2. Fileira das tecnologias de produção no contexto mundial e europeu
Fruto da globalização, as cadeias de valor de muitos bens e serviços
têm sofrido alterações significativas, quer por questões de reorganização
dos processos de produção das empresas (insourcing “vs” outsourcing),
quer por questões de relocalização dos processos de produção (offshoring
e offshore outsourcing).
Esta reorganização e relocalização dos processos de produção está a criar
cadeias globais de valor para um número crescente de bens e serviços
(integradoras de cadeias de abastecimento fortemente fragmentadas e
dispersas em termos geográficos), dominadas por grandes multinacionais.
O tempo em que a indústria passava os aumentos de custos para os
consumidores na forma de preços mais elevados acabou: agora, os fabricantes
têm que competir numa escala global na entrega do valor máximo ao custo
mínimo.
Os produtos caracterizam-se, atualmente, por uma maior diferenciação e
sofisticação, derivados de uma maior componente tecnológica e inovadora,
acoplando, adicionalmente, valor através de serviços complementares.
O sistema “pull” liderado pelo cliente está a substituir o sistema “push”
impulsionado pela produção: por isso, exige-se que os sistemas produtivos
atuais sejam altamente flexíveis e reconfiguráveis, para responder
prontamente, de forma eficiente e a um custo mínimo às novas tendências
tecnológicas, de materiais e, principalmente, do consumo.
As tecnologias da informação e da comunicação possibilitam hoje o
desenvolvimento de sistemas produtivos mais automatizados e controlados,
focados na otimização dos tempos de espera e dos desperdícios, assegurando a
flexibilidade do sistema e a qualidade dos produtos.
A competição passou a fazer-se numa lógica de cadeias de valor globalmente
integradas e intermutáveis, baseadas no conhecimento, onde as redes melhor
apetrechadas em termos de força de trabalho flexível e altamente qualificada,
capaz de produzir e entregar produtos inovadores e diferenciados ao
consumidor final ganha uma posição de destaque.
Indústria Tradicional Novo Paradigma
Mercados nacionais/regionais próximos Mercados globais
Sourcing local Sourcing global
Sistema “push” baseado na produção Sistema “pull” baseado no cliente
Preços determinados por concorrência local
Preços definidos por competição global disruptiva
Competitividade baseada no custo, qualidade e rapidez
Valorização do “time to market”, customização e serviço
Mercados de “massas” Mercados de nicho/clientes individuais
Competitividade determinada pela eficiência
Competitividade determinada pela inovação
Performance medida por standards internos
Benchmarking a nível global
Produção em massa Customização
Processos de produção estáticos Sistemas de produção flexíveis
Tecnologias mecânicas discretas Tecnologias integradas e automáticas
Ciclos longos de produção Ciclos curtos de produção
Redução de custos Eliminação do desperdício
Desenvolvimento sequencial de produtos
Sistemas complexos
Concorrência entre empresas Concorrência entre cadeias de valor
Compras e logística Gestão de cadeias de abastecimentos
Competências “técnicas” Competências de “conhecimento”
Gestão da produção Gestão do ciclo de vida
18
Mudança do paradigma industrial
Tabela 7. Novo paradigma na indústria
Fonte: AM&A
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
2.1. Mudança do paradigma industrial
19
Co-evolução entre a inovação de produtos e a inovação de processos e de tecnologias de produção
2.2. Principais áreas desenvolvimento nas tecnologias de produção
Figura 3. Grandes determinantes da inovação e mudança nos sistemas e nas tecnologias de produção
Especificações do Produto
Engenharia Controlo da Produção
Integração de Sistemas
Produção Adaptar ou Reutilizar
Vendas e Serviços
Pós-Venda
Engenharia Industrial
Desenvolvimento de Produto
Soluções das Fábricas do Futuro
Tecnologias e Métodos Emergentes
Redes de Fábricas Sistemas ou Complexos
Industriais Equipamentos
Industriais Módulos ou
Componentes
Megatendências
Reutilização do
Produto/ Reciclagem
As megatendências (mudanças demográficas, globalização, escassez de
recursos, mudanças climáticas, sociedade do conhecimento) têm gerado
impactos muito importantes no desenvolvimento de novos produtos industriais,
mas também nas tecnologias e sistemas produtivos.
O desenvolvimento de novas tecnologias e de novos processos produtivos co-
evolui como desenvolvimento de novos produtos, sendo ainda fortemente
influenciado pelas tecnologias e métodos emergentes, quer de natureza
facilitadora quer disruptiva (Figura 3).
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Fonte: AM&A com base em literatura específica (ver bibliografia do estudo)
1913 Linha de montagem
1955 Pico da Produção em Massa
1980 Tecnologia CNC
2000 Maturidade da Globalização
Produção em Massa Customização em Massa Personalização Crescente
Linhas de Produção Dedicadas (DLM)
Sistemas de Produção Flexíveis (FMS) Sistemas de Produção
Reconfiguráveis (RMS)
Oferta < Procura (Procura Estável)
Oferta > Procura (Mais Competição)
Sistema Produtivo
Regionalização
Produção Personalizada
Variedade de Produtos
Vo
lum
e p
or P
ro
du
to
Arquitetura de Produto Produto Único Produtos Modulares
20
Fruto destas forças, os sistemas de produção têm evoluído de forma marcante,
quer em resposta (reativa) aos vários paradigmas industriais que foram
emergindo quer como fatores de indução da transformação desses paradigmas
(de forma pró-ativa).
Os sistemas de produção foram, assim, passando das linhas de produção
dedicadas para os sistemas de produção flexíveis e de produção reconfigurável,
respondendo às necessidades crescentes de customização em massa e
personalização crescente (Figura 4).
Figura 4. Paradigmas industriais em perspetiva
Mudanças nos sistemas produtivos
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Fonte: AM&A com base em literatura específica (ver bibliografia do estudo)
21
Principais áreas de desenvolvimento nas tecnologias de produção
Figura 5. Grandes determinantes da mudança e inovação nas tecnologias de produção
- Fotónica
- Nanotecnologia
- Tecnologias Óticas
- Materiais Avançados
- Biotecnologia Industrial
- Tecnologias de Microssistemas
- Microeletrónica e Nanoeletrónica
- Tecnologias da Informação e Comunicação
TECNOLOGIAS FACILITADORAS ESSENCIAIS
Impressão 3D -
Internet Móvel -
Tecnologia Cloud -
Robótica Avançada -
Veículos Autónomos -
Energias Renováveis -
Armazenamento de Energia -
Próxima Geração da Genómica -
Automatização do Trabalho do Conhecimento -
TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS
ÁREAS DE INOVAÇÃO HORIZONTAIS
ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO E DE INOVAÇÃO NAS TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO
- Novos Produtos (Materiais, Design, Etc.)
- Integração Produto-Serviço
- Customização e Resposta Rápida
- Impacto Ambiental (Reciclagem, Efici. Energética)
- Flexibilidade e Eficiência das Operações
- Qualidade (Estendida)
- Fabricas Virtuais e Recurso-Eficientes
- Sistemas Adaptativos e Inteligentes de Produção
- Processos Avançados de Produção
- Empresas Móveis & Colaborativas
- Produção Focada no Consumidor
- Produção Centrada nos RH
As grandes áreas de desenvolvimento e inovação nas tecnologias de produção
foram largamente sistematizadas no contexto do ”Factories of the Future
Strategic Multi-Annual Roadmap – Factories of the Future 2020”, mobilizado
pela EFFRA (European Factories of Future Research Association) e publicado
recentemente (Figura 5) .
Estas áreas capitalizam fortemente os avanços que estão a ocorrer nas
tecnologias facilitadoras essenciais (KETs) e nas tecnologias disruptivas como a
internet móvel, a impressão 3D, a tecnologia “cloud”, as energias renováveis,
as tecnologias de armazenamento de energia, a próxima geração da genómica e
a automatização do trabalho do conhecimento.
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Fonte: AM&A com base em literatura específica
22
Exemplos de prioridades de desenvolvimento e inovação nas tecnologias de produção
Desenvolvimento de processos avançados de produção
• Utilização de componentes customizados, de multimateriais, de termoplásticos compostos e biomateriais, de produtos em micro e nano-escalas
Fábricas digitais, virtuais e eficientes no uso de recursos
• Modelos de fábricas integradas para sistemas de produção evolutivos; sistemas de manutenção inteligentes; computação em gestão do ciclo de vida das fábricas;
gestão e monitorização da energia; modelos modulares e replicativos baseados na procura; métodos e instrumentos de integração de design)
Desenvolvimento de sistemas de produção adaptativos e inteligentes
• Máquinas e robôs flexíveis e reconfiguráveis, funções cognitivas para suporte à utilização de máquinas e robôs, sistemas promotores de interações simbióticas
seguras e produtivas entre trabalhadores e máquinas, mecatrónica e nova arquitetura de máquinas orientadas para a alta performance e a eficiência produtiva em
matéria de consumo de recursos, micro-precisão em equipamento de micro e macro-produção, instrumentos de engenharia multidisciplinar para a engenharia
mecatrónica, conetividade “M2M cloud”, monitorização, customização
Empresas colaborativas e móveis
• Negócios web baseados na cloud para redes de fornecimento colaborativas; aplicações EoL em redes de stakeholders produtivos; CEP em redes de produção;
procura colaborativa, planeamento da oferta, rastreabilidade e execução; DRM de produtos; mRBAC em empresas industriais
Produção centrada nas pessoas
• Novos métodos de educação na área da produção e e-learning; modelos informacionais avançados para a criação de conhecimento e aprendizagem; níveis de
automatização e locais de trabalho continuamente adaptáveis; novas formas de interação e colaboração entre trabalhadores e outros recursos nos sistemas
produtivos; interfaces plug & play para trabalhadores industriais em ambientes de trabalho dinâmicos; novas iniciativas TIC para tornar a indústria mais atrativa
para as gerações jovens e idosas
Produção focada no consumidor
• (produção inteligente para design de produto informado; soluções TIC para fabricação de produtos com ciclo de vida eficiente ao nível energético e para a ECO-
utilização; “crowd-sourcing” para design de produto altamente personalizado e inovador; recolha de dados, análise e anonimato durante a utilização dos produtos;
produção baseada na procura de produtos centrados no cliente; soluções de produção para produtos modulares, adaptáveis e desmontáveis).
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Fonte: AM&A com base em literatura específica (ver bibliografia do estudo)
No contexto europeu, verifica-se que as capacidades produtivas nas atividades
ligadas ao núcleo duro das tecnologias de produção se encontra extremamente
concentrado no grupo de países que também assumem destaque a nível
internacional.
Com efeito, em conjunto, a Alemanha, a Itália, a França, a Holanda, a Suíça, a
Suécia, a Áustria e a Espanha respondem por cerca de 90% da produção total,
embora em anos recentes se verifique alguma “desconcentração”, sobretudo
para países da Europa Central e do Leste (Estónia, Letónia, Croácia, Eslovénia)
e da Europa do Sul (Portugal e Irlanda), decorrente de processos de IDE
relevantes mas, também, da emergência/ reforço de capacidades endógenas
nos países em apreço.
Em termos de caraterísticas-chave, verifica-se que os países líder da fileira em
análise não apresentam diferenças muito significativas, apresentando elevados
níveis de produtividade e de investimento em FBCF (Gráfico 12).
Gráfico 10. Top 15 dos produtores mundiais do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção (ISIC 29) | 2000-2008
Gráfico 11. Ranking dos produtores europeus do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção (ISIC 29) | 2008-2010
No contexto mundial, o núcleo duro da fileira das tecnologias de produção é
atualmente dominado pela China em termos de escala de produção, que
ombreia crescentemente com os líderes históricos (avançados) como os EUA, o
Japão, a Alemanha, a Itália, a França e o Reino Unido.
Esta é uma realidade recente, decorrente do processo de mudança da geografia
económica mundial, que está a determinar alterações significativas no ranking
dos principais produtores mundiais de tecnologias de produção, com a
Alemanha, a Itália e a própria Espanha a patentearem ritmos de crescimento
que se destacam claramente entre os países desenvolvidos (a par de países
mais pequenos como a Holanda e a Suécia), a expensas de países como os
EUA, o Japão, a França e o RU.
Neste processo também se destaca a melhoria da posição de outras economias
emergentes que não a China: Rússia, Índia, Turquia, Polónia, Brasil, Coreia do
Sul e Hungria (Gráfico 10).
23
Grandes players mundiais e europeus no núcleo duro da fileira das tecnologias de produção
2.3. Principais players mundiais e europeus na fileira das tecnologias de produção
Fonte: AM&A, com base em dados da UN IndStat 2D (amostra de 70 países) e do Eurostat * Ultimo valor relativo ao ano de 2007
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
0
150
300
450
600
750
Chin
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EU
A
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res
2000 2008 TVMA 2000-2008
0
50
100
150
200
250
Ale
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mil m
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2008 2010
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Alargando a análise das dinâmicas de exportação ao top 30 dos exportadores
mundiais da fileira das tecnologias de produção, a par da China, emergem
países como a Índica, a Turquia, a Eslováquia, a Polónia, a Hungria e a
República Checa (Gráfico 14).
São verdadeiramente estes países que estão a agitar as águas nos segmentos
menos qualificados da fileira das tecnologias de produção, mas também aqueles
que, progressivamente, funcionam como “plataformas” de produção e
montagem dos grandes players mundiais, capitalizando vantagens competitivas
em determinadas atividades da cadeia de valor das máquinas e equipamentos,
bem como a proximidade geográfica a alguns mercados de destino relevantes.
Este padrão de evolução recente registado no seio da fileira das tecnologias de
produção atesta as imensas oportunidades existentes no globo para a entrada
de novos players, em “coopetition” com os grandes players.
Gráfico 13. TOP 15 dos exportadores mundiais do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção (ISIC 29) | 2000-2011
Em matéria de exportações, o ranking mundial na fileira das tecnologias de
produção é liderado pela Alemanha e secundado pelos EUA e Japão, tendo a
Itália sido destronada recentemente pela China, que tem patenteado níveis de
crescimento absolutamente incríveis (Gráfico 13).
Em termos de dinâmica das exportações, existem claramente outros países em
destaque para além da China: com efeito, o crescimento registado nesta
variável por países como a Holanda, a Coreia do Sul, Singapura, a Áustria e a
própria Alemanha tem sido muito acelerado, determinando alterações
substanciais na posição relativa destes países no ranking mundial de
exportadores de tecnologias de produção, que inclui cada vez mais economias
emergentes.
Apesar do crescimento menos acentuados dos lideres históricos, os grandes
produtores europeus têm conseguido adaptar com sucesso as suas estratégias
de atuação, apresentando resultados muito interessantes.
24
Grandes exportadores mundiais e exportadores mais dinâmicos no núcleo duro da fileira das tecnologias de produção
Fonte: AM&A, com base em dados da UN ComTrade
0%
10%
20%
30%
40%
50%
0
50
100
150
200
250
Ale
manha
EU
A
Japão
Chin
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Itália
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ia
Canadá
Suécia
mil m
ilhões d
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óla
res
2000 2011 TVMA 2000-2011
Gráfico 14. Ranking dos países (do Top 30) mais dinâmicos nas exportações do núcleo duro da fileira das TP (ISIC 29) | 2000-2011
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
China
Índia
Turquia
Eslováquia
Polónia
Hungria
Rep. Checa
Holanda
Tailândia
Rep. Coreia
$153.128 M
$9.830 M
$7.012 M
$6.071 M
$10.275 M
$7.535 M
$18.327 M
$49.435 M
$14.492 M
$43.953 M
2.4. Principais exportadores mundiais na fileira das tecnologias de produção
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
As oportunidades internacionais existentes no núcleo duro da fileira das
tecnologias de produção decorrem largamente da dinâmica de crescimento do
comércio internacional que nele se observa Gráfico 15).
A evolução das exportações de máquinas e equipamentos registada entre 2000
e 2011 é impressiva, tendo oscilando entre uma taxa de variação média anual
(TVMA) de 10,2% e uma TVMA de 19,7%, sendo que no período mais recente
(desde 2009) patenteiam uma TVMA de 18,7%.
Do ponto de vista setorial, foi a indústria da fabricação de máquinas para as
indústrias extrativas e da construção que apresentou a melhor dinâmica de
crescimento das exportações no período em análise.
As indústrias de “fabricação de outras máquinas para uso específico”, de
“fabricação de máquinas agrícolas e florestais” e de “fabricação de rolamentos,
engrenagens e outros órgãos de transmissão” também registaram uma ótima
performance exportadora neste período.
Gráfico 15. Exportações mundiais de máquinas e equipamentos por subsetor do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção (ISIC 29 a 4 dígitos) | 2000-2011
25
Fonte: AM&A, com base em dados da UN IndStat (4D) Nota: existem países com falhas mas pouco relevantes para o total.
Dinâmica das exportações mundiais por setores que compõem o núcleo duro da fileira das tecnologias de produção
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
mil m
ilhões d
e d
óla
res
Máq. p/ Metalúrgia Fogões, Fornos e Queimadores Máq. p/ Alimentos, Bebidas e Tabaco Máq. p/ Têxtil, Vest. e Couro
Máq. Agrícolas e Florestais Motores e Turbinas Equip. de Elevação e Movimentação Rolamentos e Engrenagens
Máquinas-Ferramentas Máq. p/ Ind. Extrativas e Construção Outras Máquinas p/ Uso Geral Bombas, Compressores, Válvulas
Outras Máquinas p/ Uso Específico
TVMA = 10,21% TVMA = 19,71%
19%
TVMA = -25,36% TVMA = 18,66%
2000 2005 2008 2009 2011
14%
16%
12%
8%
15%
16%
16%
11%
11%
21%
15%
15%
12%
9%
22%
16%
14%
11%
8%
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Tabela 8. Maiores exportadores mundiais por setor do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção (exportações em milhões de dólares e quota mundial em %) | 2011
Nesta análise por setores específicos do núcleo duro da fileira das tecnologias
de produção, verifica-se que o quadro geral visto atrás para os principais
exportadores mundiais não se altera substancialmente (Tabela 8).
Com efeito, em termos essenciais, dominam quase sempre os cinco mais
poderosos produtores de tecnologias produtivas: Alemanha, Estados Unidos,
Japão, China e Itália.
Destaca-se, em particular, a posição da Alemanha (que lidera a nível global 9
dos 13 setores considerados), o que atesta a tradição e as fortes competências
deste país em tudo o que respeita à engenharia industrial.
Destacam-se, ainda, os EUA na exportação de motores e turbinas e de
máquinas para as indústrias extrativas e florestais, assim como o Japão na
exportação de outras máquinas de uso específico.
26
Grandes exportadores mundiais no núcleo duro da fileira das tecnologias de produção por setor específico
Fonte: AM&A com base em dados da UN ComTrade
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
2 0 11 Quot a 2 0 11 Quot a 2 0 11 Quot a 2 0 11 Quot a 2 0 11 Quot a 2 0 11 Quot a 2 0 11 Quot a
USA 14.771 19,3% DEU 34.386 16,3% DEU 18.551 20,9% DEU 2.890 22,3% DEU 13.642 16,8% DEU 32.743 16,8% DEU 10.902 18,3%
JPN 10.444 13,6% CHN 27.174 12,9% JPN 12.645 14,2% ITA 1.629 12,6% CHN 10.395 12,8% CHN 26.162 13,4% USA 9.449 15,9%
DEU 10.031 13,1% USA 25.940 12,3% CHN 9.823 11,1% USA 1.569 12,1% USA 8.474 10,4% USA 19.867 10,2% ITA 5.059 8,5%
GBR 5.843 7,6% JPN 17.596 8,3% USA 7.247 8,2% CHN 1.104 8,5% ITA 5.810 7,2% ITA 17.512 9,0% FRA 3.383 5,7%
CHN 5.106 6,7% ITA 16.982 8,0% ITA 5.350 6,0% JPN 1.062 8,2% JPN 5.294 6,5% JPN 10.328 5,3% CHN 3.098 5,2%
ITA 4.680 6,1% FRA 8.707 4,1% FRA 4.232 4,8% AUT 474 3,7% FRA 3.719 4,6% FRA 7.811 4,0% NLD 2.895 4,9%
FRA 3.159 4,1% GBR 7.301 3,5% BEL 2.688 3,0% GBR 372 2,9% NLD 3.404 4,2% KOR 5.544 2,8% GBR 2.354 4,0%
KOR 2.868 3,7% MEX 5.015 2,4% SGP 2.062 2,3% FRA 353 2,7% SWE 2.868 3,5% GBR 5.482 2,8% JPN 2.111 3,5%
CHE 2.262 3,0% BEL 4.980 2,4% SVK 2.012 2,3% KOR 314 2,4% GBR 2.546 3,1% MEX 5.402 2,8% BEL 2.017 3,4%
SWE 1.993 2,6% KOR 4.745 2,2% GBR 1.812 2,0% BEL 279 2,1% AUT 2.312 2,9% THA 5.322 2,7% AUT 1.709 2,9%
PRT 17 0,0% PRT 505 0,2% PRT 132 0,1% PRT 21 0,2% PRT 188 0,2% PRT 393 0,2% PRT 66 0,1%
DEU 21.112 19,5% ITA 1.839 18,8% USA 30.002 19,9% DEU 3.884 17,3% DEU 5.635 18,4% JPN 52.513 18,3% DEU 212.037 15,7%
JPN 17.751 16,4% CHN 1.538 15,7% JPN 17.239 11,4% ITA 3.792 16,9% CHN 4.592 15,0% DEU 41.591 14,5% USA 157.235 11,6%
CHN 13.237 12,2% DEU 1.434 14,6% CHN 14.554 9,6% NLD 2.273 10,1% JPN 3.839 12,5% CHN 32.573 11,4% JPN 154.289 11,4%
ITA 9.121 8,4% JPN 999 10,2% DEU 13.847 9,2% USA 1.863 8,3% ITA 3.299 10,8% USA 26.524 9,2% CHN 153.128 11,3%
USA 8.492 7,8% USA 711 7,3% KOR 7.994 5,3% CHE 1.255 5,6% KOR 2.768 9,0% NLD 22.602 7,9% ITA 93.871 7,0%
CHE 5.600 5,2% AUT 295 3,0% GBR 7.765 5,1% CHN 1.015 4,5% CHE 1.722 5,6% SGP 15.124 5,3% NLD 49.435 3,7%
KOR 3.411 3,1% GBR 283 2,9% SGP 5.512 3,6% FRA 952 4,2% USA 1.412 4,6% HKG 12.591 4,4% FRA 45.878 3,4%
BEL 2.713 2,5% CHE 255 2,6% ITA 5.424 3,6% DNK 919 4,1% HKG 793 2,6% ITA 12.089 4,2% KOR 43.953 3,3%
AUT 2.676 2,5% FRA 229 2,3% BEL 5.367 3,6% GBR 613 2,7% FRA 762 2,5% KOR 9.869 3,4% GBR 41.408 3,1%
FRA 2.158 2,0% KOR 204 2,1% FRA 4.922 3,3% ESP 484 2,2% MEX 727 2,4% CHE 7.104 2,5% SGP 33.505 2,5%
PRT 128 0,1% PRT 2 0,0% PRT 253 0,2% PRT 71 0,3% PRT 80 0,3% PRT 309 0,1% PRT 2.166 0,2%
M áq. p/ M etalúrgia
M áq. A grí co las e F lo restaisOutras M áquinas de Uso GeralElevação e M o vimentaçãoF o gõ es, F o rno s e
Queimado resR o lamento s e Engrenagens
N úcleo D uroOutras M áquinas de Uso
Especí f ico
M áq. p/ T êxtil, Vestuário e
C o uro
M áq. p/ A limento s, B ebidas e
T abaco
M áq. p/ Ind. Extrat ivas e
C o nstrução
B o mbas, C o mpresso res,
Válvulas
M áquinas-F erramentas
M o to res e T urbinas
Tabela 9. Dinâmica de mudança das vantagens comparativas reveladas por setor do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção | 2000-2011
Olhando para a dinâmica de evolução das vantagens comparativas relevadas
por setor do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção, tornam-se mais
percetíveis as mudanças em curso que nela estão a ocorrer (Tabela 9).
Em termos gerais, observa-se um reforço das vantagens comparativas em
alguns países como o Japão, a Finlândia e Áustria, uma grande estabilidade em
países-líder como a Alemanha e a Itália e uma certa perda de competitividade
de países como a Suíça e os EUA .
A um nível mais fino, verifica-se um reforço claro das vantagens comparativas
nos países que possuem vantagens comparativas históricas nos vários setores
que compõem o núcleo duro da fileira.
Verifica-se, também, o aparecimento e consolidação de novos players, que
claramente estão a capitalizar os efeitos do processo de globalização sobre esta
fileira (e.g. Roménia, Hungria, Brasil, Turquia, Coreia, Singapura, R. Checa,
Eslováquia), não sendo ainda visível a presença da China com posições de
liderança em nenhum setor.
27
Vantagens comparativas reveladas no núcleo duro da fileira das tecnologias de produção por setor específico em perspetiva
Fonte: AM&A com base em dados da UN ComTrade
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
2 0 0 0 2 0 11 2 0 0 0 2 0 11 2 0 0 0 2 0 11 2 0 0 0 2 0 11 2 0 0 0 2 0 11 2 0 0 0 2 0 11 2 0 0 0 2 0 11
JPN 2,00 2,81 ITA 2,71 2,61 SVK 3,96 4,90 LUX 6,14 10,74 SWE 2,75 3,20 ITA 2,52 2,91 BLR 11,62 9,67
GBR 2,37 2,73 DNK 2,08 2,58 ROU 2,30 3,24 ITA 3,17 4,07 FIN 2,85 3,16 ZAF 2,73 2,87 FIN 2,97 3,76
SWE 1,68 2,36 CZE 1,51 1,93 JPN 2,55 2,93 AUT 2,42 3,66 AUT 2,81 2,85 CZE 1,47 2,23 AUT 2,06 2,87
USA 1,85 2,21 ROU 0,45 1,92 DEU 2,02 2,39 DEU 1,76 2,55 ITA 1,67 2,32 DNK 2,16 2,03 ITA 3,07 2,75
CHE 2,46 2,13 HUN 0,78 1,87 ITA 1,56 1,95 JPN 1,26 1,69 DEU 1,60 1,93 THA 1,50 2,02 DNK 2,20 2,44
ITA 1,49 1,98 DEU 1,83 1,86 AUT 1,81 1,76 USA 1,96 1,39 DNK 1,70 1,65 DEU 1,78 1,92 DEU 1,76 2,10
FIN 2,08 1,94 JPN 1,43 1,72 SWE 1,48 1,55 DNK 1,52 1,37 ESP 1,10 1,51 SWE 1,54 1,91 USA 1,59 1,82
DEU 1,44 1,50 USA 1,25 1,41 FRA 1,18 1,39 FIN 0,43 1,35 CZE 1,25 1,36 AUT 1,19 1,50 BRA 1,23 1,76
UKR 1,63 1,30 CHE 1,61 1,39 POL 1,38 1,12 CZE 1,83 1,31 JPN 1,27 1,35 MEX 0,88 1,34 FRA 1,13 1,66
FRA 1,03 1,20 GBR 1,12 1,24 CZE 1,55 1,09 CHE 1,54 1,30 NLD 1,01 1,34 FIN 0,77 1,22 HUN 1,47 1,60
PRT 0,02 0,07 PRT 0,80 0,69 PRT 0,34 0,43 PRT 0,21 0,46 PRT 0,55 0,67 PRT 0,40 0,58 PRT 0,14 0,32
CHE 5,10 3,73 ITA 3,97 6,09 FIN 2,11 3,00 DNK 7,33 6,15 CHE 5,88 4,06 JPN 2,65 3,77 JPN 1,82 2,35
JPN 2,59 3,37 SVN 4,15 4,96 JPN 1,40 2,35 ITA 4,18 5,47 ITA 3,48 3,49 NLD 0,61 2,52 ITA 2,22 2,25
ITA 2,22 2,72 UKR 0,00 3,08 USA 1,87 2,28 CHE 3,79 4,03 KOR 1,28 2,76 SGP 0,94 2,18 DEU 1,74 1,80
AUT 1,44 2,47 AUT 2,42 3,02 GBR 1,63 1,84 NLD 1,98 3,23 JPN 2,08 2,58 CHE 3,45 1,79 FIN 1,29 1,71
DEU 1,79 2,23 TUR 0,92 2,22 SWE 2,04 1,66 LTU 0,66 2,26 DEU 2,45 2,11 FIN 1,94 1,67 AUT 1,54 1,69
SWE 1,39 1,60 JPN 1,68 2,10 KOR 0,88 1,62 DEU 1,97 1,98 CZE 3,30 1,93 DEU 1,79 1,66 CHE 2,39 1,51
CZE 1,76 1,60 CHE 2,67 1,88 AUT 1,79 1,54 NZL 1,79 1,75 CHN 0,99 1,34 AUT 1,76 1,65 SWE 1,41 1,44
FIN 0,73 1,28 BGR 3,54 1,74 SGP 1,21 1,51 TUR 1,47 1,72 MEX 0,08 1,15 HKG 0,47 1,63 CZE 1,41 1,42
CHN 0,90 1,09 DEU 1,83 1,68 ZAF 1,28 1,28 AUT 1,91 1,69 TUR 0,54 1,13 ITA 1,80 1,37 DNK 1,39 1,38
ROU 0,70 0,97 CHN 0,45 1,40 BEL 1,51 1,26 SWE 1,29 1,51 THA 0,23 1,01 VNM 0,11 1,20 USA 1,37 1,33
PRT 0,19 0,34 PRT 0,01 0,06 PRT 0,26 0,48 PRT 0,34 0,91 PRT 0,81 0,75 PRT 0,29 0,31 PRT 0,52 0,57
Outras M áquinas de Uso Geral M áq. A grí co las e F lo restais
M áquinas-F erramentas M áq. p/ M etalúrgiaM áq. p/ Ind. Extrat ivas e
C o nstrução
M áq. p/ A limento s, B ebidas e
T abaco
M áq. p/ T êxtil, Vestuário e
C o uro
Outras M áquinas de Uso
Especí f icoN úcleo D uro
M o to res e T urbinasB o mbas, C o mpresso res,
VálvulasR o lamento s e Engrenagens
F o gõ es, F o rno s e
Queimado resElevação e M o vimentação
28
Grandes importadores mundiais no núcleo duro da fileira das tecnologias de produção
Vários dos grandes players e dos grandes exportadores mundiais no núcleo
duro das tecnologias de produção (e.g. Estados Unidos, China e Alemanha) são
simultaneamente grandes importadores, dadas as necessidades próprias dos
seus sistemas industriais e dada a fragmentação das cadeias de produção das
máquinas e equipamentos a nível internacional (Gráfico 16).
Contudo, o desvio do centro de gravidade da economia mundial para os países
emergentes e as necessidades de tecnologias produtivas que estão a emergir da
dinâmica industrial exibida por estes países, está a determinar uma enorme
alteração nos mercados de destino das exportações mundiais de tecnologias de
produção, ganhando importância países como a Rússia, a Índia, a Indonésia, o
Brasil, a Arábia Saudita ou a Turquia (Gráfico 17).
Neste processo, destaca-se, desde logo, a Rússia, que apresenta um défice
comercial gigantesco neste tipo de equipamentos e dinâmicas de importação
fortíssimas.
A Índia, por seu turno, tem-se revelado também uma boa fonte de
oportunidades, dado que, contrariamente à China, não apresenta competências
tão fortes em termos de produção de tecnologias de produção, mas regista
ritmos de crescimento muito significativos em alguns dos seus setores
industriais.
Depois, os Estados Unidos e a China proporcionam um exemplo claro das
mutações do mundo das tecnologias produtivas, bem como da necessidade de
repensar as estratégias da fileira dos países desenvolvidos: com efeito,
enquanto que, em 2000, os Estados Unidos eram exportadores líquidos de
tecnologias de produção e a China um importador líquido, em 2011, a realidade
inverteu-se totalmente.
Este padrão de alterações dos grandes importadores no contexto do núcleo
duro da fileira das tecnologias de produção evidencia ainda mais as enormes
oportunidades que a mesma apresenta a nível mundial.
Gráfico 16. Top 15 dos importadores mundiais do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção | 2000-2011
Fonte: AM&A com base em dados da UN ComTrade
Gráfico 17. Top 15 dos défices comerciais mundiais no núcleo duro da fileira das tecnologias de produção | 2000-2011
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
0
30
60
90
120
150
180
EU
A
Chin
a
Ale
manha
Fra
nça
Canadá
Rússia
Rein
o U
nid
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Core
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ul
Japão
Hola
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Méxic
o
Itália
Sin
gapura
Índia
Bélg
ica
mil m
ilhões d
e d
óla
res
2000 2011 TVMA 2000-2011
-40%
-30%
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
-40
-25
-10
5
20
35
Rússia
Canadá
Austr
ália
Índia
Indonésia
Bra
sil
Ará
bia
S.
Turq
uia
Méxic
o
Irão
Vie
tnam
Chile
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élia
Áfr
ica d
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ul
Arg
entina
EU
A
Chin
a
mil m
ilhões d
e d
óla
res
2000 2011 TVMA 2000-2011
2.5. Principais mercados mundiais na fileira das tecnologias de produção
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Ventilando os grandes importadores mundiais de tecnologias de produção por
setor específico da fabricação de máquinas e equipamentos, verifica-se que no
topo aparecem quase invariavelmente países como os Estados Unidos, a China
e a Alemanha, a par de outros países desenvolvidos.
Com uma menor dimensão, o Canadá é um país que também se destaca, dada
a sua forte tradição industrial, especialmente no ramo da fabricação de
equipamento de transporte, com fortes laços com os Estados Unidos.
Em paralelo, começam a destacar-se também como grandes importadores de
tecnologias de produção algumas economias emergentes, como é o caso da
Rússia, do México, da Índia, do Brasil, da Turquia, designadamente em alguns
dos setores específicos (Tabela 10).
Veja-se, em particular, a relevância atual da Rússia na importação de máquinas
e uso geral (fornos e queimadores, equipamento de movimentação) e de uso
específico (máquinas-ferramentas, p/ metalurgia e p/ o agroindustrial).
29
Grandes importadores mundiais no núcleo duro da fileira das tecnologias de produção por setor específico
Fonte: AM&A com base em dados da UN ComTrade
Tabela 10. Maiores importadores mundiais por setor do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção (importações em milhões de dólares e quota mundial em %) | 2011
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
2 0 11 Quot a 2 0 11 Quot a 2 0 11 Quot a 2 0 11 Quot a 2 0 11 Quot a 2 0 11 Quot a 2 0 11 Quot a
USA 9.936 14,1% USA 31.372 14,7% USA 10.823 11,8% CHN 2.282 17,7% USA 8.839 11,7% USA 21.899 11,7% USA 5.668 10,1%
CHN 9.539 13,6% CHN 18.695 8,8% CHN 10.429 11,4% IND 845 6,6% CHN 4.683 6,2% DEU 13.935 7,4% FRA 4.494 8,0%
DEU 3.995 5,7% DEU 17.892 8,4% DEU 9.684 10,6% USA 779 6,1% DEU 4.654 6,2% CHN 13.522 7,2% DEU 4.165 7,4%
GBR 3.782 5,4% FRA 8.918 4,2% FRA 3.809 4,2% RUS 542 4,2% FRA 4.019 5,3% FRA 7.986 4,3% CAN 3.802 6,7%
CAN 2.263 3,2% CAN 8.018 3,8% CAN 3.233 3,5% DEU 500 3,9% RUS 3.117 4,1% RUS 7.876 4,2% RUS 2.515 4,5%
SGP 2.249 3,2% GBR 7.947 3,7% MEX 3.199 3,5% KOR 448 3,5% CAN 2.955 3,9% JPN 6.960 3,7% GBR 2.452 4,4%
ITA 2.213 3,1% MEX 7.284 3,4% ITA 3.186 3,5% VNM 440 3,4% GBR 2.741 3,6% CAN 6.499 3,5% NLD 1.759 3,1%
FRA 1.940 2,8% JPN 6.148 2,9% KOR 2.729 3,0% FRA 338 2,6% NLD 2.565 3,4% GBR 5.969 3,2% AUS 1.712 3,0%
KOR 1.892 2,7% ITA 5.944 2,8% BRA 2.659 2,9% ITA 295 2,3% AUS 2.081 2,8% ITA 5.598 3,0% BEL 1.595 2,8%
IND 1.798 2,6% RUS 5.865 2,7% JPN 2.506 2,7% TUR 286 2,2% BEL 2.059 2,7% MEX 5.084 2,7% VEN 1.493 2,7%
PRT 208 0,3% PRT 671 0,3% PRT 175 0,2% PRT 23 0,2% PRT 280 0,4% PRT 890 0,5% PRT 271 0,5%
CHN 18.776 16,8% CHN 1.434 14,5% USA 13.050 9,5% USA 1.730 8,1% CHN 5.887 18,9% CHN 46.295 15,8% USA 161.561 12,3%
USA 13.391 12,0% USA 788 8,0% CHN 8.887 6,5% DEU 1.163 5,4% USA 3.497 11,2% USA 38.343 13,1% CHN 143.734 11,0%
DEU 8.163 7,3% RUS 755 7,6% CAN 8.149 5,9% RUS 1.075 5,0% IND 2.310 7,4% DEU 23.130 7,9% DEU 95.202 7,3%
RUS 3.955 3,5% IND 671 6,8% AUS 7.041 5,1% CHN 933 4,4% TUR 1.852 6,0% KOR 17.154 5,9% FRA 49.583 3,8%
FRA 3.943 3,5% NGA 549 5,6% RUS 6.702 4,9% GBR 900 4,2% DEU 1.087 3,5% NLD 11.939 4,1% CAN 45.002 3,4%
IND 3.363 3,0% DEU 487 4,9% SGP 6.048 4,4% FRA 762 3,6% BRA 964 3,1% JPN 10.326 3,5% RUS 41.674 3,2%
BEL 2.933 2,6% TUR 461 4,7% IDN 5.846 4,2% NLD 710 3,3% IDN 952 3,1% HKG 10.192 3,5% GBR 38.950 3,0%
KOR 2.923 2,6% KOR 417 4,2% DEU 5.343 3,9% IDN 657 3,1% HKG 878 2,8% SGP 9.751 3,3% KOR 38.506 2,9%
CAN 2.864 2,6% BRA 368 3,7% FRA 4.091 3,0% CAN 602 2,8% JPN 819 2,6% FRA 8.242 2,8% JPN 35.158 2,7%
ITA 2.778 2,5% MEX 287 2,9% BEL 3.365 2,4% VEN 467 2,2% VNM 801 2,6% GBR 6.151 2,1% NLD 33.917 2,6%
PRT 383 0,3% PRT 16 0,2% PRT 308 0,2% PRT 137 0,6% PRT 120 0,4% PRT 685 0,2% PRT 4.166 0,3%
B o mbas, C o mpresso res,
VálvulasR o lamento s e Engrenagens
F o gõ es, F o rno s e
Queimado resElevação e M o vimentação Outras M áquinas de Uso Geral M áq. A grí co las e F lo restais
N úcleo D uroOutras M áquinas de Uso
Especí f ico
M áq. p/ T êxtil, Vestuário e
C o uro
M áq. p/ A limento s, B ebidas e
T abaco
M áq. p/ Ind. Extrat ivas e
C o nstruçãoM áq. p/ M etalúrgiaM áquinas-F erramentas
M o to res e T urbinas
Tabela 11. Maiores importadores líquidos mundiais por setor do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção (défices comerciais em milhões de dólares) | 2000 e 2011
Pela desagregação sectorial do défice comercial da Rússia no tocante a
tecnologias produtivas, verifica-se que as oportunidades neste país estão em
grande medida na área das máquinas para as indústrias extrativas e da
construção (16%), do equipamento de elevação e movimentação (7%) e das
máquinas para a agricultura e floresta (6%).
Por seu turno, o Brasil, apesar do forte protecionismo comercial, apresenta
défices comerciais de tecnologias produtivas assinaláveis, principalmente de
equipamento de elevação e movimentação e de máquinas-ferramentas, áreas
onde se tem verificado um forte aumento das importações e um grande
agravamento do seu défice comercial (Tabela 11).
30
Grandes importadores líquidos mundiais no núcleo duro da fileira das tecnologias de produção por setor específico
Fonte: AM&A com base em dados da UN ComTrade
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
2 0 0 0 2 0 11 2 0 0 0 2 0 11 2 0 0 0 2 0 11 2 0 0 0 2 0 11 2 0 0 0 2 0 11 2 0 0 0 2 0 11 2 0 0 0 2 0 11
CHN -619 -4.433 USA -2.109 -5.432 USA -2.152 -3.576 CHN -383 -1.179 RUS -132 -3.012 RUS -465 -7.536 RUS -157 -2.444
ZAF -56 -1.236 RUS -201 -5.361 MEX -974 -2.213 IND -58 -734 BRA -160 -1.806 CAN -2.661 -3.346 CAN -831 -2.147
SGP -419 -1.163 CAN -2.667 -4.235 CAN -798 -1.732 RUS -48 -449 AUS -347 -1.734 SAU -651 -3.193 AUS -535 -1.587
IND -108 -1.132 SAU -697 -3.445 BRA -325 -1.678 VNM -61 -438 IND -55 -1.401 AUS -896 -3.139 VEN -44 -1.493
SAU -460 -1.077 DZA -256 -2.366 IDN -189 -1.420 IRN -38 -256 IDN -150 -1.198 BRA -540 -2.715 FRA -1.081 -1.111
IDN -125 -1.036 MEX -449 -2.269 IND -210 -1.180 SAU -41 -246 SAU -192 -1.169 IND -201 -2.117 POL -47 -616
AUS -373 -1.020 AUS -770 -2.229 AUS -366 -1.008 BRA -66 -226 CAN 206 -835 USA 3.313 -2.031 ZAF -114 -612
TUR -290 -973 TUR -491 -1.933 KOR -611 -1.007 THA -76 -213 VNM -63 -723 IDN -291 -1.885 ROU -14 -569
RUS 20 -960 IDN -597 -1.698 THA -313 -982 IDN -38 -206 MEX -566 -716 TUR -680 -1.550 CHE -214 -544
BRA -136 -810 IND -197 -1.508 RUS 61 -881 MEX -204 -203 CHL -146 -697 ESP -816 -1.519 NOR -102 -516
PRT -31 -191 PRT -184 -166 PRT -41 -43 PRT -26 -2 PRT -220 -92 PRT -366 -496 PRT -189 -206
CHN -1.105 -5.538 RUS -82 -715 RUS -358 -6.322 RUS -319 -1.042 USA -792 -2.085 CHN -6.104 -13.722 RUS -1.983 -38.909
USA -2.384 -4.899 NGA -3 -549 AUS -514 -5.646 IDN -103 -626 IND -263 -1.952 USA 5.592 -11.819 CAN -11.770 -23.062
RUS 93 -3.802 IND -62 -523 CAN -1.465 -5.152 VEN -34 -467 TUR -886 -1.578 KOR -2.747 -7.285 AUS -4.974 -20.850
IND -175 -2.951 TUR -37 -289 IDN -553 -5.025 NGA -42 -459 CHN -1.602 -1.295 RUS -374 -5.939 IDN -1.643 -17.340
BRA -419 -2.163 IRN -174 -278 CHL -401 -2.510 CAN -163 -299 IDN -400 -926 BRA -1.050 -3.687 IND -3.314 -17.107
THA -670 -2.074 MEX -120 -271 SAU -272 -2.506 GBR -21 -287 BRA -392 -885 IND -160 -3.248 BRA -2.891 -14.810
CAN -1.523 -1.959 BRA -28 -266 COL -121 -1.953 AUS -100 -286 VNM -188 -638 MEX -2.356 -3.244 SAU -2.911 -14.561
FRA -1.736 -1.785 IDN -85 -221 ZAF -166 -1.697 SAU -47 -234 CAN -284 -613 FRA -328 -3.113 TUR -4.270 -13.382
MEX -1.419 -1.698 KOR -52 -213 MEX -416 -1.382 DZA -143 -227 RUS -22 -446 AUS -576 -2.740 MEX -9.024 -11.480
TUR -373 -1.535 VNM -15 -135 PER -283 -1.366 MEX -202 -225 IRN -180 -436 TUR -636 -2.311 IRN -2.523 -8.077
PRT -312 -255 PRT -6 -13 PRT -376 -55 PRT -71 -66 PRT -185 -40 PRT -319 -375 PRT -2.325 -2.000
M áq. p/ T êxtil, Vestuário e
C o uro
B o mbas, C o mpresso res,
Válvulas
M áq. p/ Ind. Extrat ivas e
C o nstruçãoM áq. p/ M etalúrgia
M áq. A grí co las e F lo restaisOutras M áquinas de Uso Geral
N úcleo D uroOutras M áquinas de Uso
Especí f ico
M áq. p/ A limento s, B ebidas e
T abaco
Elevação e M o vimentaçãoF o gõ es, F o rno s e
Queimado resR o lamento s e Engrenagens
M áquinas-F erramentas
M o to res e T urbinas
Gráfico 18. Ranking dos países (do Top 30) mais dinâmicos nas importações do núcleo duro da fileira das TP | 2000-2011
31
Fonte: AM&A com base em dados da UN ComTrade
Gráfico 19. Valor das importações do núcleo duro da fileira das TP dos países selecionados (em milhões de dólares) | 2011
Os países mais dinâmicos em termos de importações (e, portanto, aqueles onde
estão a surgir maiores oportunidades) no seio da fileira das tecnologias de
produção são maioritariamente economias emergentes, com localização nas
mais variadas partes do globo (Gráficos 18 e 19).
À cabeça aparece a Rússia, cuja posição no ranking dos maiores e mais
dinâmicos importadores de tecnologias produtivas ocorreu em anos recentes,
especialmente em máquinas agrícolas e florestais, mesmo com as fortes
barreiras comerciais e o financiamento privilegiado a fabricantes locais.
A Índia aparece logo a seguir, com oportunidades especialmente ligadas ao
setores das “bombas, compressores e válvulas”, das “outras máquinas de uso
geral”, das “máquinas-ferramentas”, das “máquinas para as indústrias têxteis e
dos couros” e para as “outras máquinas de uso específico”.
Subsequentemente, aparece a China (que se destaca não só pela dinâmica de
crescimento das importações, mas também pela dimensão do mercado), a par
de outras economias com mercados de menor dimensão para este tipo de
produtos como a Indonésia, a Arábia Saudita, o Brasil e a Turquia; na Europa,
destaca-se a Holanda e a República Checa.
Importadores mais dinâmicos a nível mundial no núcleo duro da fileira das tecnologias de produção por setor específico
0% 5% 10% 15% 20% 25%
Rússia
Índia
China
Indonésia
Arábia S.
Brasil
África do Sul
Holanda
Rep. Checa
Turquia
0 30.000 60.000 90.000 120.000 150.000
Rússia
Índia
China
Indonésia
Arábia S.
Brasil
África do Sul
Holanda
Rep. Checa
Turquia
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Tabela 12. Importadores mais dinâmicos mundiais por setor do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção (importações em milhões de dólares) | 2000-2011
No setor mais dinâmico da última década (o das máquinas para a indústria
extrativa e da construção), os países que oferecem maiores oportunidades são
a Colômbia, a Índia e o Brasil, com crescimentos médios anuais entre 25% e
27%.
Por seu turno, no segundo setor mais dinâmico no comércio internacional de
tecnologias de produção (o das outras máquinas para uso específico), as
oportunidades mais destacadas aparecem na Rússia, Índia e Holanda.
No setor específico mais importante (o das bombas, compressores e válvulas),
sobressai novamente a Rússia e a Índia, que apresentam taxas de crescimento
anuais das importações de 22% e 24%, respetivamente, surgindo
imediatamente a seguir a Argélia com uma TVMA de 22%.
No setor dos rolamentos e engrenagens, cuja relevância e dinâmica de
crescimento das importações também se destaca na fileira em estudo,
evidenciam-se sobretudo os mercados da China, Rússia e Índia.
32
Importadores mais dinâmicos a nível mundial na fileira das tecnologias de produção por setor específico
Fonte: AM&A com base em dados da UN ComTrade
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Imp2011 TVMA Imp2011 TVM A Imp 2011 TVMA Imp2011 TVMA Imp2011 TVMA Imp2011 TVMA Imp2011 TVM AZAF 1.304 30,4% RUS5.865 23,8% CHN 10.429 25,6% A ZE 155 46,8% IND 1.646 31,2% IND 3.481 24,7% VEN1.493 37,5%CHN 9.539 24,1% IND3.571 22,5% RUS 1.128 22,1% IND 845 26,4% RUS 3.117 28,0% RUS 7.876 24,5% BGR 486 31,3%RUS 1.240 24,0% DZA2.368 22,3% IND 2.080 19,8% RUS 542 20,8% VNM 811 25,9% CHN 13.522 17,7% ROU 646 29,8%IND 1.798 21,8% CHN18.69522,1% IDN 1.785 18,1% VNM 440 19,7% BRA 2.002 22,0% IDN 2.293 16,2% RUS2.515 24,5%IDN 1.187 20,4% SAU3.552 15,8% POL 1.321 16,2% IRN 263 19,2% SAU 1.461 19,9% BRA 3.717 15,0% TUR 745 22,7%HUN 748 19,0% TUR3.054 15,6% TUR 1.068 15,7% SAU 248 17,8% IDN 1.305 19,4% SAU 3.491 14,9% BRA 694 21,8%DZA 682 18,4% CZE2.663 14,8% CZE 1.169 14,5% C HN 2.282 16,6% THA 997 17,2% CZE 2.106 13,5% POL1.465 21,1%BRA 1.111 17,4% THA3.220 14,8% BRA 2.659 13,8% D ZA 156 15,1% CHN 4.683 15,4% ZAF 1.647 13,0% CZE 776 18,7%THA 768 15,4% BRA3.554 14,5% DNK 842 12,3% TUR 286 14,7% CHL 752 15,3% TUR 2.964 12,5% CHN 893 18,4%SGP 2.249 13,6% HUN2.444 13,7% DEU 9.684 11,7% Z AF 176 14,3% AUS 2.081 14,9% THA 2.246 12,0% ZAF 709 16,0%PRT 208 18,2% PRT 671 4,9% PRT 175 7,4% PRT 23 -2,6% PRT 280 -0,2% PRT 890 5,7% PRT 271 2,9%RUS 3.955 28,2% NGA 549 61,3% COL 1.974 27,3% V EN 467 26,6% RUS 464 19,7% IND 4.189 27,0% RUS41.36424,1%IND 3.363 26,1% ROU 72 23,4% IND 2.457 26,5% IND 378 26,1% IND 2.310 18,7% RUS 6.129 25,8% IND 27.09823,9%VNM 1.121 19,6% VNM 144 22,6% BRA 2.842 25,6% NGA 464 24,4% VNM 801 12,4% NLD 11.939 25,2% CHN142.25618,8%SAU 942 19,5% TUR 461 22,3% THA 1.837 25,4% IDN 657 17,1% COL 245 10,2% VNM 2.322 21,7% IDN21.29216,5%CHN 18.776 17,5% IND 671 21,0% RUS 6.702 25,1% SAU 238 15,7% PER 199 10,1% CHN 46.295 19,5% SAU15.93816,0%TUR 2.162 15,0% RUS 755 19,8% SAU 2.837 22,8% TUR 398 12,6% CHN 5.887 8,6% HKG 10.192 18,5% BRA25.57114,9%IDN 1.275 14,4% SAU 97 19,7% IDN 5.846 22,3% Z AF 265 12,5% ARG 220 8,6% DEU 23.130 18,1% ZAF12.37514,3%BRA 2.534 13,3% CZE 129 19,0% AUS 7.041 21,9% BRA 377 11,9% IRN 441 8,4% IDN 2.932 16,6% NLD33.83313,9%THA 2.695 11,6% BRA 368 17,3% CHN 8.887 21,1% THA 260 11,8% IDN 952 7,9% ISR 2.404 16,3% CZE13.28113,6%POL 1.576 10,6% ARG 70 15,9% IRN 1.237 20,9% NLD 710 11,8% NLD 202 7,5% CZE 2.709 16,1% TUR20.20513,4%PRT 383 0,7% PRT 16 9,4% PRT 308 -2,7% PRT 137 4,7% PRT 120 -6,3% PRT 685 4,7% PRT4.166 2,9%Outras Máquinas de Uso Gera l Máq. Agrí colas e FlorestaisMáq. p/ Ind . Extrativas e Cons truçãoMáq. p/ Metalúr gia Máq. p/ Alimentos, Be bidas e Tabaco Máq. p/ Têxtil Outras Máquinas de Uso Específ ico Núcleo DuroBo mbas, Compressores, Válvulas Rolamentos e Engrenagens Fogõ es, Fornos e Queimadores Elevação e MovimentaçãoMáqui nas-FerramentasMotores e Turbinas
Imp2 0 11 TV M A Imp2 0 11 TV M A Imp2 0 11 TV M A Imp2 0 11 TV M A Imp2 0 11 TV M A Imp2 0 11 TV M A Imp2 0 11 TV M A
ZAF 1.304 30,4% RUS 5.865 23,8% CHN 10.429 25,6% AZE 155 46,8% IND 1.646 31,2% IND 3.481 24,7% VEN 1.493 37,5%
CHN 9.539 24,1% IND 3.571 22,5% RUS 1.128 22,1% IND 845 26,4% RUS 3.117 28,0% RUS 7.876 24,5% BGR 486 31,3%
RUS 1.240 24,0% DZA 2.368 22,3% IND 2.080 19,8% RUS 542 20,8% VNM 811 25,9% CHN 13.522 17,7% ROU 646 29,8%
IND 1.798 21,8% CHN 18.695 22,1% IDN 1.785 18,1% VNM 440 19,7% BRA 2.002 22,0% IDN 2.293 16,2% RUS 2.515 24,5%
IDN 1.187 20,4% SAU 3.552 15,8% POL 1.321 16,2% IRN 263 19,2% SAU 1.461 19,9% BRA 3.717 15,0% TUR 745 22,7%
HUN 748 19,0% TUR 3.054 15,6% TUR 1.068 15,7% SAU 248 17,8% IDN 1.305 19,4% SAU 3.491 14,9% BRA 694 21,8%
DZA 682 18,4% CZE 2.663 14,8% CZE 1.169 14,5% CHN 2.282 16,6% THA 997 17,2% CZE 2.106 13,5% POL 1.465 21,1%
BRA 1.111 17,4% THA 3.220 14,8% BRA 2.659 13,8% DZA 156 15,1% CHN 4.683 15,4% ZAF 1.647 13,0% CZE 776 18,7%
THA 768 15,4% BRA 3.554 14,5% DNK 842 12,3% TUR 286 14,7% CHL 752 15,3% TUR 2.964 12,5% CHN 893 18,4%
SGP 2.249 13,6% HUN 2.444 13,7% DEU 9.684 11,7% ZAF 176 14,3% AUS 2.081 14,9% THA 2.246 12,0% ZAF 709 16,0%
PRT 208 18,2% PRT 671 4,9% PRT 175 7,4% PRT 23 -2,6% PRT 280 -0,2% PRT 890 5,7% PRT 271 2,9%
RUS 3.955 28,2% NGA 549 61,3% COL 1.974 27,3% VEN 467 26,6% RUS 464 19,7% IND 4.189 27,0% RUS 41.364 24,1%
IND 3.363 26,1% ROU 72 23,4% IND 2.457 26,5% IND 378 26,1% IND 2.310 18,7% RUS 6.129 25,8% IND 27.098 23,9%
VNM 1.121 19,6% VNM 144 22,6% BRA 2.842 25,6% NGA 464 24,4% VNM 801 12,4% NLD 11.939 25,2% CHN 142.256 18,8%
SAU 942 19,5% TUR 461 22,3% THA 1.837 25,4% IDN 657 17,1% COL 245 10,2% VNM 2.322 21,7% IDN 21.292 16,5%
CHN 18.776 17,5% IND 671 21,0% RUS 6.702 25,1% SAU 238 15,7% PER 199 10,1% CHN 46.295 19,5% SAU 15.938 16,0%
TUR 2.162 15,0% RUS 755 19,8% SAU 2.837 22,8% TUR 398 12,6% CHN 5.887 8,6% HKG 10.192 18,5% BRA 25.571 14,9%
IDN 1.275 14,4% SAU 97 19,7% IDN 5.846 22,3% ZAF 265 12,5% ARG 220 8,6% DEU 23.130 18,1% ZAF 12.375 14,3%
BRA 2.534 13,3% CZE 129 19,0% AUS 7.041 21,9% BRA 377 11,9% IRN 441 8,4% IDN 2.932 16,6% NLD 33.833 13,9%
THA 2.695 11,6% BRA 368 17,3% CHN 8.887 21,1% THA 260 11,8% IDN 952 7,9% ISR 2.404 16,3% CZE 13.281 13,6%
POL 1.576 10,6% ARG 70 15,9% IRN 1.237 20,9% NLD 710 11,8% NLD 202 7,5% CZE 2.709 16,1% TUR 20.205 13,4%
PRT 383 0,7% PRT 16 9,4% PRT 308 -2,7% PRT 137 4,7% PRT 120 -6,3% PRT 685 4,7% PRT 4.166 2,9%
Outras M áquinas de Uso Geral M áq. A grí co las e F lo restais
M áq. p/ Ind. Extrat ivas e
C o nstruçãoM áq. p/ M etalúrgia
M áq. p/ A limento s, B ebidas e
T abaco
M áq. p/ T êxtil, Vestuário e
C o uro
Outras M áquinas de Uso
Especí f icoN úcleo D uro
B o mbas, C o mpresso res,
VálvulasR o lamento s e Engrenagens
F o gõ es, F o rno s e
Queimado resElevação e M o vimentação
M áquinas-F erramentas
M o to res e T urbinas
3. Fileira portuguesa das tecnologias de produção
3.1. Relevância setorial e regional da fileira das tecnologias de produção em Portugal
A fileira das tecnologias de produção integra um conjunto deveras alargado e
heterogéneo de atividades e uma enorme diversidade de produtos, que servem
várias indústrias, uma vez que grande parte dos setores que a compõem
produzem bens de suporte à produção dos demais sectores (bens intermédios e
bens de capital).
Este setor ocupa uma posição central na cadeia de valor da indústria
portuguesa, ajudando ao desenvolvimento e disseminação de novas tecnologias
e incorporação de novos processos e produtos pelos vários players da
economia.
Os grandes números desta fileira (conjunto do núcleo duro - CAE 28 - e núcleo
alargado - este último constituído por empresas que desenvolvem tecnologias
de produção, mas que estão enquadradas e dispersas por várias CAE não
pertencentes ao núcleo duro destas indústrias) revelam uma forte
expressividade na economia nacional, representando em 2011 (Gráfico 20):
• 11% das empresas industriais transformadoras presentes no país,
envolvendo cerca de 7.834 empresas;
• 8% do pessoal, empregando cerca de 53 mil trabalhadores;
• 7% do respetivo volume de negócios (5.335 milhões de euros).
Por si só, o núcleo duro da fileira em estudo apresenta uma certa
expressividade no total da indústria transformadora, atingindo, em 2011, cerca
de 2,3% do total das suas empresas, 3,0% dos seus empregados, 2,3% do seu
volume de negócios e 3,3% das suas exportações.
A análise desagregada do núcleo duro mostra que o “sector do equipamento
não doméstico para refrigeração e ventilação” (CAE 2825) é o que apresenta
maior relevância, seguindo-se o “sector das outras máquinas e equipamento
para uso específico” (CAE 2899) e o “sector do equipamento de elevação e de
movimentação” (CAE 2822) e, ao nível do volume de negócios, o “sector das
outras torneiras e válvulas” (CAE 2814).
Em termos de orientação exportadora, o “sector das máquinas para as
indústrias têxtil, do vestuário e do couro”, o “sector dos rolamentos,
engrenagens e outros órgãos de transmissão”, o “sector das outras torneiras e
válvulas”, o “sector das máquinas e equipamentos para uso específico” e o
“sector das máquinas para as indústrias do plástico e da borracha” destacam-
se, na medida em que cerca de dois terços ou mais da sua produção tem como
destino os mercados internacionais, em consequência de evidenciarem um
maior nível de competitividade e de capacidade de produção em escala (Tabela
13).
Considerando o núcleo alargado, são as atividades associadas à “fabricação de
moldes metálicos” (CAE 25734), à “fabricação de motores, geradores e
transformadores elétricos” (CAE 2711), à “reparação e manutenção de
máquinas e equipamentos” (CAE 3312), à “instalação de máquinas e de
equipamentos industriais” (CAE 332) e às “atividades de engenharia e técnicas
afins” (CAE 71120) que assumem maior importância (Tabela 14).
Gráfico 20. Dimensão e relevância direta do núcleo (duro + alargado) da fileira das TP no contexto das indústrias transformadoras | 2011
Fonte: AM&A com base em dados do Sistema de Contas Integradas das Empresas do INE (nota: o peso do núcleo alargado foi efetado por estimativa)
Relevância setorial direta da fileira em Portugal: visão de síntese
34 Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Tabela 13. Dimensão e relevância direta do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção em Portugal | 2011
Fonte: AM&A com base em dados do Sistema de Contas Integradas das Empresas e das Estatísticas da Produção Industrialdo INE
Sectores/Indústrias Integrantes da Fileira Empresas Pessoal Vol. Negócios Orientação
Exportadora
CAE Designação Abreviada N.º % N.º % 10^6 € % %
2811 Fab. de motores e turbinas, exceto para aeronaves, automóveis e motociclos 32 1,9 190 0,9 26 1,4 54
2812 Fabricação de equipamento hidráulico e pneumático 14 0,8 87 0,4 19 1,1 60
2813 Fabricação de outras bombas e compressores 29 1,7 436 2,1 45 2,5 48
2814 Fabricação de outras torneiras e válvulas 41 2,4 1.766 8,5 239 13,1 87
2815 Fabricação de rolamentos, de engrenagens e de outros órgãos de transmissão 22 1,3 728 3,5 92 5,0 90
2821 Fabricação de fornos e queimadores 31 1,8 207 1,0 10 0,6 26
2822 Fabricação de equipamento de elevação e de movimentação 132 7,9 2.300 11,1 219 12,0 58
2823 Fab. máq. e equip. de escritório, exceto computadores e equipamento periférico 1 0,1 n.d. - n.d. - -
2824 Fabricação de máquinas-ferramentas portáteis com motor 19 1,1 n.d. - n.d. - -
2825 Fabricação de equipamento não doméstico para refrigeração e ventilação 326 19,4 3.464 16,7 274 15,0 45
2829 Fabricação de outras máquinas para uso geral, n.e. 271 16,1 1.710 8,2 130 7,1 30
2830 Fabricação de máquinas e de tratores para a agricultura, pecuária e silvicultura 106 6,3 1.381 6,7 102 5,6 38
2841 Fabricação de máquinas-ferramentas para metais 38 2,3 618 3,0 62 3,4 53
2849 Fabricação de outras máquinas-ferramentas, n.e. 85 5,1 754 3,6 57 3,1 36
2891 Fabricação de máquinas para a metalurgia 24 1,4 188 0,9 12 0,6 12
2892 Fabricação de máquinas para as indústrias extrativas e para a construção 81 4,8 753 3,6 54 2,9 47
2893 Fabricação de máquinas para as indústrias alimentares, das bebidas e do tabaco 96 5,7 1.734 8,4 144 7,9 50
2894 Fabricação de máquinas para as indústrias têxtil, do vestuário e do couro 47 2,8 1.107 5,3 68 3,7 91
2895 Fabricação de máquinas para as indústrias do papel e do cartão 5 0,3 33 0,2 3 0,2 n.d.
2896 Fabricação de máquinas para as indústrias do plástico e da borracha 14 0,8 168 0,8 15 0,8 64
2899 Fabricação de outras máquinas e equipamento para uso específico, n.e. 265 15,8 3.070 14,8 254 13,9 66
Total do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção 1.679 100,0 20.743 100,0 1.827 100,0 59
Peso do núcleo duro da fileira das TP no total das Indústrias Transformadoras 2,3% 3,0% 2,3% 3,3%
35
Relevância setorial direta da fileira em Portugal: o núcleo duro
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Sectores/Indústrias Integrantes da Fileira Empresas Pessoal Vol. Negócios
CAE Designação Abreviada N.º % N.º % 10^6 € %
25290 Fabricação de outros reservatórios e recipientes metálicos 57 0,9 1.205 3,7 131 3,7
253 Fabricação de geradores de vapor (exceto caldeiras para aquecimento central) 15 0,2 600 1,8 94 2,7
25732 Fabricação de ferramentas mecânicas 93 1,5 1.567 4,8 104 3,0
25733 Fabricação de peças sinterizadas 20 0,3 356 1,1 26 0,7
25734 Fabricação de moldes metálicos 700 11,4 8.243 25,1 616 17,6
2651 Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação e navegação 53 0,9 589 1,8 62 1,8
2711 Fabricação de motores, geradores e transformadores elétricos 111 1,8 3.066 9,3 1.112 31,7
3312 Reparação e manutenção de máquinas e equipamentos 1.993 32,4 7.456 22,7 451 12,9
332 Instalação de máquinas e de equipamentos industriais 407 6,6 3.402 10,4 390 11,1
46140 Agentes do com. por grosso de máq., equip. industrial, embarcações e aeronaves 13 0,2 40 0,1 6 0,2
46610 Comércio por grosso de máquinas e equipamentos agrícolas 31 0,5 161 0,5 26 0,7
46620 Comércio por grosso de máquinas-ferramentas 39 0,6 191 0,6 24 0,7
46630 Comércio por grosso de máq. para a ind. extrativa, construção e engenharia civil 14 0,2 107 0,3 23 0,7
46640 Comércio por grosso de máq. p/ a indústria têxtil, máquinas de costura e de tricotar 9 0,1 29 0,1 2 0,1
58290 Edição de outros programas informáticos 30 0,5 253 0,8 20 0,6
62010 Atividades de programação informática 416 6,8 1.013 3,1 45 1,3
71120 Atividades de engenharia e técnicas afins 1.986 32,3 4.009 12,2 339 9,7
71200 Atividades de ensaios e análises técnicas 42 0,7 247 0,8 16 0,5
74900 Outras atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares, n.e. 126 2,0 325 1,0 21 0,6
Total do núcleo alargado da fileira das tecnologias de produção 6.155 100,0 32.859 100,0 3.508 100,0
Peso do núcleo alargado da fileira das TP no total das Indústrias Transformadoras 8,5% 4,8% 4,3%
Tabela 14. Dimensão e relevância direta do núcleo alargado da fileira das tecnologias de produção em Portugal | 2011
Nota: No Anexo 6 encontram-se sistematizadas as estimativa sobre a parte das CAEs do núcleo alargado incluídas na Fileira das Tecnologias de Produção. Fonte: AM&A com base em dados do Sistema de Contas Integradas das Empresas do INE
36
Relevância setorial direta da fileira em Portugal: o núcleo alargado
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Orientação Exportadora: Rácio exportações por Volume de Negócios | Remuneração Média: Rácio Remuneração por Empregado | Grau de Transformação da Produção - Rácio do VAB a custo de fatores pelo valor bruto de produção | Dimensão Média das Empresas - Rácio do emprego por empresa | Produtividade Aparente do Trabalho - Rácio VAB por empregado. Fonte: AM&A com base em dados do Sistema de Contas Integradas das Empresas do INE
1,2%
0,6%0,5%0,6%0,5%0,6%0,5%0,2%
0,4%1,4%
0,8%0,4%
0,8%
1,2%1,1%
1,1%
0,1%
0,3%
0,1%
0,5%
0,1%
0,3%0,2%
0,2%
0,5%
1,3%
0,7%0,8%
0,7%
1,2%
1,0%
0,7%
ExportaçõesRemuneraçõesProduçãoFBCFVolume de negóciosVABPessoal ao serviçoEmpresas
0%
1%
2%
3%
281: Fabricação de máquinas e de equipamentos para uso geral 282: Fabricação de outras máquinas para uso geral
283: Fabricação de máquinas e de tratores para a agricultura, pecuária e silvicultura 284: Fabricação de máquinas-ferramentas, exceto portáteis
289: Fabricação de outras máquinas e equipamento para uso específico
ProdutividadeDimensão médiaGrau de transformaçãoRemuneração médiaFBCF/empregoOrientação exportadora
0
50
100
150
200
250
28: Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. 281: Fabricação de máquinas e de equipamentos para uso geral
282: Fabricação de outras máquinas para uso geral 283: Fabricação de máquinas e de tratores para a agricultura, pecuária e silvicultura
284: Fabricação de máquinas-ferramentas, exceto portáteis 289: Fabricação de outras máquinas e equipamento para uso específico
Gráfico 23. Posicionamento do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção face à indústria transformadora por CAE (IT = 100) | 2011
ProdutividadeDimensão médiaGrau de transformaçãoRemuneração médiaFBCF/empregoOrientação exportadora
0
50
100
150
200
250
300
28: Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. 281: Fabricação de máquinas e de equipamentos para uso geral
282: Fabricação de outras máquinas para uso geral 283: Fabricação de máquinas e de tratores para a agricultura, pecuária e silvicultura
284: Fabricação de máquinas-ferramentas, exceto portáteis 289: Fabricação de outras máquinas e equipamento para uso específico
37
Posicionamento da fileira face à média da indústria transformadora
A análise de alguns indicadores relevantes associados ao núcleo duro da fileira
das tecnologias de produção em Portugal permite concluir que a mesma se
destaca em vários domínios de competitividade e de qualificação.
Verifica-se, em primeiro lugar, que o peso do VAB na indústria transformadora é
superior ao da produção, o que determina um grau de transformação e de
incorporação de valor acrescentado mais elevado do que a média das indústrias
transformadoras (33% contra 22%).
Verifica-se, também, uma maior dimensão média das empresas (a dimensão
média empresarial no núcleo desta fileira é de 12 empregados contra 9 na
indústria transformadora, muito devido à CAE 281 mais exigente em escala).
Por outro lado, o núcleo duro da fileira em estudo apresenta um diferencial
ligeiramente mais favorável em matéria de produtividade aparente do trabalho
(VAB médio por trabalhador).
A generalidade dos setores que compõem o núcleo duro da fileira evidencia um
peso ligeiramente inferior no emprego face à respetiva importância relativa no
valor acrescentado bruto, o que parece confirmar que a maioria destas
atividades estão mais centradas no fator capital.
A CAE 289 da fabricação de outras máquinas e equipamentos para uso
específico é claramente a que se destaca mais fortemente nesta matéria, o que
é explicado pelo peso da FBCF no emprego.
3.2. Posicionamento da fileira portuguesa das tecnologias de produção
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
10
11
13
14
17
18
20
21
22
23
24
25
26
27
28
2930
3132
33
0%
2%
4%
6%
8%
10%
0% 1% 2% 3% 4% 5%
Intensidade:Peso da Despesa em I&D no VAB
Relevância:Distribuição da Despesa
em I&D pelas várias CAE
Máquinas e equipamentos
Em matéria de I&D, o núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de
Produção exibe um posicionamento bastante interessante no contexto da
indústria transformadora e da economia como um todo. (Gráfico 27)
No tocante à intensidade de I&D, o núcleo duro da fileira das tecnologias de
produção registou um peso da I&D empresarial no VAB de 2,2%, contra um
nível de apenas 1,4% na economia como um todo; no contexto da indústria
transformadora, o núcleo duro da fileira apenas fica aquém neste indicador das
CAEs 11, 20, 21, 24, 26, 27, 29 e 30.
No tocante à relevância, o núcleo duro da fileira das tecnologias de produção
está longe de ocupar uma posição de grande destaque na economia, embora
tenha a sua expressão.
No contexto da indústria transformadora, o núcleo duro da fileira ocupa uma
posição intermédia a este nível, ficando além das CAEs 14, 17, 18, 24, 28, 30,
31, 32 e 33, mas muito aquém de outras CAEs industriais, nomeadamente a
CAE 21 (fabricação de produtos farmacêuticos) e CAE 29 (fabricação de veículos
automóveis) que não são aqui referência.
Gráfico 27. Despesa em I&D por CAE industrial | 2010
Relevância = 6,2% Especialização = 20,3%
Mais Relevância, mas menos Intensidade
Total da Economia
Mais Intensidade, mas menos Relevância
Fonte: AM&A com base em dados do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional da DGEEC e do Sistemas de Contas Integradas das Empresas do INE
Intensidade e relevância das atividades de I&D na fileira em Portugal
38 Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
O núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção também se
destaca pela positiva em matéria de financiamento da I&D, quer no contexto
nacional (em termos de acesso ao SI I&DT do QREN) quer no contexto europeu
(participação portuguesa nos projetos de I&D apoiados no âmbito da parceria
público-privada “FoF - Factories of the Future” da UE, desenvolvida no âmbito
das Plataformas Tecnológicas Europeias), o que revela uma boa capacitação das
empresas que o compõem e de capital relacional com infraestruturas no
domínio da I&D, bem como uma aposta clara das mesmas no desenvolvimento
de novos produtos e/ou novos processos produtivos, isto é, em matéria de
inovação (Gráficos 28 e 29).
Com efeito, a CAE 28 representativa do núcleo duro da Fileira Portuguesa das
Tecnologias de Produção respondeu por 8,2% do total dos projetos e 6,6% dos
financiamentos (incentivos) concedidos no âmbito do QREN para o apoio de
projetos de I&DT na indústria transformadora no período 2007-2012, um peso
bem acima daquele que este núcleo representa na indústria transformadora em
termos de emprego (3,0%) ou de VN (2,3%); em termos médios, a participação
de Portugal em projetos de I&D apoiados no âmbito das “FoF - Factories of the
Future” da UE tem vindo a aumentar significativamente, ultrapassando de longe
a participação do país como um todo no Programa Quadro da UE FP7.
Gráfico 28. Financiamento de projetos empresariais na indústria transformadora em Portugal no contexto do QREN, por CAE | 2007-2012
Fonte: AM&A com base em dados do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional da DGEEC
Financiamento dos projetos de I&D na fileira em Portugal
39
Gráfico 29. Participação de Portugal no contexto do FP7 como um todo ‘vs’ FoF - Fábricas do Futuro | 2010-2012
CAE 28 - Fab. de máq. e equipamentos, n.e (núcleo duro da fileira)
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
2,5%
3,4%
0,1%
1,0%
3,7%
0%
4%
8%
12%
16%
20%
Produto
s a
lim
en
tares, beb
idas e
tabaco
Têxte
is e
vestu
ário
Couro
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Ou
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áquin
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equ
ipam
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ara u
so
específic
o
No que toca a pedido de patentes, o núcleo duro da fileira ocupa uma posição
de realce, sendo responsável por 10,7% dos pedidos totais efetuados na
indústria transformadora portuguesa (Gráfico 30).
Esta posição deve-se principalmente a algumas das atividades nucleares desta
fileira, em especial as ligadas às Outras máquinas e equipamento para uso
específico (CAE 289) e às Outras máquinas para uso geral (CAE 282).
Fonte: AM&A com base em dados do Eurostat sobre patentes
Propriedade industrial na fileira em Portugal
40
Gráfico 30. Repartição dos pedidos de patentes ao EPO pelas empresas industriais portuguesas | 2010
Núcleo Duro = 10,7%
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
No núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção, a relevância
das empresas que desenvolveram atividades de inovação ao nível do produto e
ao nível do processo ultrapassa, em ambos os casos, a média da indústria
transformadora nacional como um todo (Gráfico 31).
Cerca de 47% das empresas que operam no núcleo duro desenvolveram
alguma tipo de inovação ao nível do produto, enquanto na indústria
transformadora essa percentagem foi de apenas 28% em 2010; cerca de 47%
destas empresas realizaram inovação de processo, contra 38% na IT.
Fonte: AM&A com base em dados do Eurostat (Inquérito CIS 2010)
Inovação de produto e de processo na fileira em Portugal
41
Gráfico 31. Empresas com Atividades de Inovação | 2010
0%
20%
40%
60%
80%
Pro
du
tos a
lim
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tares, b
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In
dú
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ran
sfo
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ora
Inovação de Produtos
Inovação de Processos
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Na análise da evolução recente do núcleo duro das tecnologias de produção em
Portugal, consideraram-se dois períodos distintos: o período entre 2004 e
2007/2008 (pré-crise) e o período entre os anos 2009 e 2011 (pós-crise).
No primeiro período (2004-2008), o núcleo duro da fileira registou um
crescimento da global da sua atividade em linha com a média das indústrias
transformadoras, mas muito mais orientado para o exterior; o núcleo duro da
fileira também registou aumentos da produtividade mais interessantes do que a
média das indústrias transformadoras, com particular destaque para o sector
das máquinas-ferramentas portáteis e dos motores e turbinas).
No período que se seguiu (2009-2011), após a queda abrupta de 2009, a fileira
não conseguiu ainda estimular o crescimento da sua atividade global, mas
regista um aumento fortíssimo da sua orientação para o exterior.
A tendência de crescimento do VAB acima do emprego, com consequentes
reforços da produtividade, continuou a manter-se neste segundo período, mas
agora mais alinhada com os registos da indústria transformadora, sendo que no
sector das máquinas para metalurgia, a tendência em apreço foi ainda mais
exacerbada neste segundo período e no equipamento hidráulico e pneumático,
o desempenho foi extraordinário.
Gráfico 32. Dinâmica de evolução do volume de negócios e das exportações no núcleo duro da fileira das tecnologias de produção em Portugal ‘vs’ indústria transformadora | 2015-2012
Fonte: AM&A com base em dados do Índice de Volume de Negócios e Emprego (Base 2005=100) do INE
Dinâmica recente do núcleo duro da fileira das tecnologias de produção em Portugal: volume de negócios e exportações
42
3.3. Dinâmica de desenvolvimento recente da fileira portuguesa das tecnologias de produção
70
85
100
115
130
145
160
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
VN - Indústria Transformadora EXP - Indústria Transformadora VN - Núcleo Duro da FTP EXP - Núcleo Duro da FTP
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Gráfico 34. Crescimento do VAB e do emprego nos subsectores nucleares da fileira em Portugal por CAE| 2009-2011
Fonte: AM&A com base em dados do Sistema de Contas Integradas das Empresas do INE
43
Dinâmica recente do núcleo duro da fileiras das tecnologias de produção em Portugal: produtividade (cont.)
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Equipamento hidráulico
e pneumático
2813
Outras torneiras
e válvulas
Rolamentos e engrenagens
2821
Equipamento de elevação e
de movimentação
Equipamento não doméstico
para refrigeração e ventilação
2829
2830
Máquinas-ferramentas para
metais
2849
Máquinas para as indústrias
extrativas e para a construção
Máquinas para as indústrias
alimentares, das bebidas e do tabaco
Máquinas para as ind.
têxtil, do vestuário e couro
2896 2899
-0,3
-0,2
-0,1
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
-0,3 -0,2 -0,1 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Dinâmica exportações < Dinâmica vendas (Redução da Orientação Exportadora)
Dinâmica de Vendas 2009/2011
Dinâmica de Exportações 2009/2011
Dinâmica exportações > Dinâmica vendas (Aumento da Orientação Exportadora)
In
d.
Tran
sfo
rm
ad
ora
Ind. Transformadora
44
Gráfico 36. Crescimento das vendas e exportações nos subsectores nucleares da fileira em Portugal por CAE | 2009-2011
Dinâmica recente do núcleo duro da fileiras das tecnologias de produção em Portugal: orientação exportadora (cont.)
As bolhas aumentam com o valor das exportações em 2011
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
. Fonte: AM&A com base em dados das Estatísticas da Produção Industrial do INE
Gráfico 38. Países destino das exportações do núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção | 2005-2012
Gráfico 39. Países destino das exportações do núcleo duro do núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção extra-UE para além de Angola | 2012
Venezuela10%
Moçambique10%
Argélia9%
EstadosUnidos9%
Brasil8%
Malawi6%
Rússia5%
Marrocos4%
Turquia4%
China4%
Cabo Verde2%
Índia2%
Suíça2%
Outros25%
Angola; 17%
Alemanha; 16%
Espanha; 11%
França; 10%
Reino Unido; 4%
Itália; 4%
Venezuela; 3%
Moçambique; 3%
Argélia; 3%
Estados Unidos; 2%
Outros; 27%
Alemanha; 23%
Espanha; 22%
França; 15%
Angola;6%
Reino Unido; 4%
Estados Unidos; 4%
Itália;4%
Bélgica;3%
Países Baixos; 2%
Hungria;1% Outros; 16%
2005
100%=1.371,4 M €
2012
100%=2.072,7 M €
Zoom: 100%=exportações
extra UE para além de Angola
45
Geografia dos clientes externos do núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção
Fonte: AM&A com base em dados das Estatísticas do Comércio Internacional do INE por CPA
No tocante à localização dos clientes da fileira, na parte respeitante aos
mercados externos, distinguem-se duas tendências principais de evolução:
• A redução do nível de concentração das exportações (esforço de
diversificação), uma vez que os primeiros quatro países do ranking de
exportação representavam em 2005 cerca de 67% das exportações
enquanto em 2012 esse valor cifrou-se nos 55%;
• A forte aposta no destino de exportação Angola, que passou a ocupar o
1.º lugar do ranking em 2012.
A Venezuela, Moçambique, Argélia, EUA e Brasil representam quase metade
do mercado extracomunitário para além de Angola.
Convém ter presente que, do ponto de vista mundial, os importadores mais
dinâmicos de TP são a Rússia, Índia, China e Indonésia, que ainda não têm
muito peso enquanto destino das exportações portuguesas de TP.
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
3.4. Sectores e países clientes da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção
Da análise das dinâmicas recentes da procura externa dirigida ao núcleo duro
da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção, verifica-se que a Venezuela
é o país para o qual as exportações portuguesas de tecnologias de produção
mais se têm expandido entre 2004 e 2012.
A par disso, o crescimento das exportações portuguesas de tecnologias de
produção tem sido dirigido sobretudo para África (Moçambique, Argélia,
Angola) e para o Brasil ( que é o quarto mercado alvo mais dinâmico para as
exportações portuguesas de tecnologias de produção).
Gráfico 40. Mercados alvo onde as exportações portuguesas de tecnologias de produção têm apresentado maior crescimento recente | 2004-2012
Fonte: AM&A com base na UN ComTrade
46
Dinâmicas geográficas da procura externa dirigida ao núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção
Reino Unido
Espanha
Alemanha
França
Angola
Brasil
Argélia
Moçambique
Venezuela
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
TVMA (2004-2012) das exportações portuguesas de TP para cada destino
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Numa ventilação mais fina, observa-se que o setor mais relevante do núcleo
duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção (fabricação de outras
máquinas de uso geral) segue largamente o padrão geral de aumento do peso
relativo dos mercados africanos (com Angola à cabeça) a expensas dos
mercados tradicionais europeus (Espanha, França, Alemanha, RU).
No segundo setor mais relevante (fabricação de outras máquinas de uso
específico), o padrão é um pouco diferente, com alguns dos mercados europeus
mais sofisticados a manter ou até aumentar a sua relevância e com a
emergência de outros menos comuns (Brasil e Polónia).
Já no terceiro setor mais relevante (fabricação de equipamento de elevação e
movimentação), constata-se uma quebra abrupta dos mercados tradicionais
europeus, mais que compensada pela entrada em países como Angola,
Moçambique, Venezuela, Chile e Bielorrússia, que cresceram dramaticamente
em anos recentes.
No setor das bombas, compressores e das válvulas, que ocupa o quarto lugar
em termos de relevância no núcleo duro das tecnologias de produção em
Portugal, assiste-se a uma certa estabilidade relativa nos mercados tradicionais
europeus e emergência de mercados africanos e asiáticos.
Tabela 16. Top 10 dos países destino das exportações portuguesas de tecnologias de produção por subsetores do núcleo duro da fileira | 2004-2011
Fonte: AM&A com base na UN ComTrade
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Dinâmicas geográficas da procura externa dirigida ao núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
2 0 0 4 2 0 11 2 0 0 4 2 0 11 2 0 0 4 2 0 11 2 0 0 4 2 0 11 2 0 0 4 2 0 11 2 0 0 4 2 0 11 2 0 0 4 2 0 11
USA 0% 26% DEU 42% 44% DEU 62% 55% BRA 0% 34% AGO 5% 21% AGO 8% 19% ESP 31% 30%
FRA 12% 14% ESP 25% 15% HUN 5% 19% VEN 0% 16% ESP 30% 19% ESP 17% 19% AGO 7% 24%
ESP 16% 14% AGO 3% 9% ESP 4% 6% AGO 12% 12% FRA 20% 12% FRA 21% 16% FRA 23% 20%
AGO 14% 12% FRA 6% 8% USA 4% 4% COL 0% 8% VEN 0% 8% DEU 11% 8% MOZ 1% 8%Outros 37% 8% GBR 6% 4% AGO 2% 3% ESP 31% 4% DEU 12% 6% DZA 2% 4% MAR 5% 3%
DEU 0% 5% USA 4% 4% NLD 1% 3% DZA 0% 3% MOZ 0% 3% GBR 8% 4% AUT 0% 2%
TUR 0% 4% ITA 1% 2% FRA 11% 2% CAN 4% 3% ITA 14% 2% MAR 1% 3% BEL 1% 1%
CPV 2% 2% POL 1% 1% ITA 2% 2% RUS 8% 3% CHL 1% 2% ITA 5% 2% GRC 0% 1%
OMN 0% 2% CPV 1% 1% GBR 1% 1% FRA 8% 2% CHE 2% 2% BEL 4% 2% COG 0% 1%
IRN 0% 1% KOR 0% 1% BEL 1% 1% ISR 2% 2% BLR 0% 2% BRA 0% 2% STP 0% 1%
AGO 12% 26% ESP 82% 62% AGO 19% 22% AGO 9% 19% DEU 60% 62% ESP 15% 13% DEU 26% 20%
ESP 33% 16% AGO 0% 19% FRA 11% 16% ESP 32% 12% IND 4% 6% AGO 5% 11% AGO 6% 15%
FRA 7% 9% ISR 0% 15% MOZ 2% 11% RUS 3% 11% USA 5% 4% GBR 4% 11% ESP 23% 14%
BRA 3% 7% CPV 0% 3% ESP 42% 8% IND 0% 9% AGO 1% 3% DEU 14% 8% FRA 11% 10%
DEU 6% 4% NLD 0% 1% DZA 0% 8% FRA 9% 8% CHN 0% 2% FRA 5% 7% GBR 4% 4%
ITA 2% 4% MAR 2% 0% COG 1% 5% USA 14% 6% VNM 2% 2% BRA 1% 5% USA 4% 3%
MOZ 0% 3% CIV 0% 0% DEU 7% 4% BRA 0% 3% ITA 3% 2% NLD 5% 4% MOZ 1% 2%
USA 6% 2% QAT 0% 0% CPV 2% 2% NOR 0% 3% MAR 1% 2% ITA 3% 3% BRA 1% 2%
ISR 0% 2% FRA 0% 0% GIN 0% 2% MOZ 3% 3% BRA 1% 2% USA 16% 3% ITA 3% 2%
FIN 0% 2% ITA 0% 0% NLD 2% 2% CHE 5% 3% ESP 4% 1% CHN 5% 3% DZA 1% 2%
Outras M áquinas de Uso Geral M áq. A grí co las e F lo restais
M áquinas-F erramentas M áq. p/ M etalúrgiaM áq. p/ Ind. Extrat ivas e
C o nstrução
M áq. p/ A limento s, B ebidas e
T abaco
M áq. p/ T êxtil, Vestuário e
C o uro
Outras M áquinas de Uso
Especí f icoN úcleo D uro
M o to res e T urbinasB o mbas, C o mpresso res,
VálvulasR o lamento s e Engrenagens
F o gõ es, F o rno s e
Queimado resElevação e M o vimentação
O núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção apresenta, em
termos globais, uma taxa de cobertura deficitária, exibindo um nível de
importações que supera com significado o nível das exportações.
A situação nos vários setores que compõem o núcleo duro desta fileira no
tocante a este indicador é substancialmente diferente, destacando-se pela
positiva o sector da fabricação de outras máquinas para uso específico e o
sector de fabricação de fogões, fornos e queimadores, que apresentam taxas de
cobertura em torno dos 100%; pela negativa, surgem os sectores de fabricação
de motores e turbinas e o sector das máquinas agrícolas.
Fruto de um dinamismo bastante significativo das exportações em anos
recentes, esta realidade tem-se vindo a alterar, verificando-se que a taxa de
cobertura na fileira passou de 48%, em 2004, para 63%, em 2011.
Em termos substantivos, este dinamismo das exportações foi protagonizado
sobretudo pelo sector da fabricação de máquinas para a indústria extrativa e
construção, pelo sector de fabricação de outras máquinas para uso geral e pelo
sector da fabricação de rolamentos e engrenagens, sendo ainda de destacas o
sector da fabricação de equipamento de elevação e movimentação.
Tabela 17. Comércio internacional e taxa de cobertura no núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção | 2004-2011
ISIC Rev. 3 Designação Abreviada
Exportações TVMA Importações TVMA Taxa de cobertura
2004 2011 2004-11 2004 2011 2004-11 2004 2011
2911 Motores e Turbinas 3,3 17,4 26,9% 33,2 208,0 29,9% 10% 8%
2912 Bombas, Compressores, Válvulas 402,3 504,9 3,3% 562,4 671,1 2,6% 72% 75%
2913 Rolamentos e Engrenagens 55,4 132,2 13,2% 128,7 175,0 4,5% 43% 76%
2914 Fogões, Fornos e Queimadores 9,8 20,9 11,5% 28,0 22,6 -3,0% 35% 92%
2915 Equip. Elevação e Movimentação 121,6 187,7 6,4% 289,5 279,7 -0,5% 42% 67%
2919 Outras Máquinas p/ Uso Geral 195,7 393,4 10,5% 701,3 889,7 3,5% 28% 44%
2921 Máq. Agrícolas e Florestais 24,0 65,8 15,5% 264,9 271,3 0,3% 9% 24%
2922 Máquinas-Ferramentas 78,2 128,0 7,3% 341,5 382,9 1,6% 23% 33%
2923 Máq. p/ Metalurgia 1,0 2,0 11,1% 6,6 15,5 13,1% 15% 13%
2924 Máq. p/ Ind. Extrativas e Construção 106,9 252,9 13,1% 410,8 307,8 -4,0% 26% 82%
2925 Máq. p/ Alimentos, Bebidas e Tabaco 33,4 71,3 11,5% 95,4 137,5 5,4% 35% 52%
2926 Máq. p/ Têxtil, Vest. e Couro 89,6 79,9 -1,6% 158,0 120,3 -3,8% 57% 66%
2929 Outras Máquinas p/ Uso Específico 570,4 820,3 5,3% 504,0 792,8 6,7% 113% 103%
Total Núcleo Duro 1.691,5 2.676,7 6,8% 3.524,4 4.274,2 2,8% 48% 63%
48
3.5. Integração internacional da fileira portuguesa das tecnologias de produção
Orientação exportadora do núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Fonte: AM&A com base em dados da UN ComTrade
Como já se referiu, o núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de
Produção registou em anos recentes um aumento relevante da sua orientação
exportadora, bem acima do verificado na média da indústria transformadora.
Existem três subsetores, ao nível do núcleo duro desta fileira, que se destacam
com um valor de orientação exportadora superior a 85%: a fabricação de outras
torneiras e válvulas, a fabricação de rolamentos, engrenagens e de outros
órgãos de transmissão e a fabricação de máquinas para as indústrias têxtil, do
vestuário e do couro.
Trata-se de uma realidade bastante interessante e distintiva no contexto
nacional, que abona naturalmente em favor da fileira em estudo e que
consubstancia uma ótima base para desenvolvimentos futuros.
De registar ainda o dinamismo de quatro subsetores que, entre 2009 e 2011,
viram a sua orientação exportadora aumentar entre 10 e 40 pontos
percentuais: a fabricação de outras máquinas-ferramentas, a fabricação de
máquinas ferramentas para metais, a fabricação de equipamento hidráulico e
pneumático e a fabricação de motores e turbinas.
Gráfico 41. Orientação exportadora do núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção por CAE | 2009-2011
Nota: Informação em falta para algumas CAE. Fonte: AM&A com base em dados das Estatísticas da Produção Industrial do INE
IT 28 2811 2812 2813 2814 2815 2821 2822 2823 2825 2829 2830 2841 2849 2892 2893 2894 2896 2899
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2009 2011
49
Orientação exportadora do núcleo duro da Fileira Portuguesa das Tecnologias de Produção
Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Conclusão
Neste estudo adotou-se a perspetiva alargada (de fileira) do “sector” das
tecnologias da produção que considera os fabricantes de máquinas e
equipamentos propriamente ditos, os integradores de sistemas, as engenharias
e as software houses, incluindo (a montante) a primeira linha de fornecedores
de inputs e (a jusante) operadores grossistas, instaladores de máquinas e
equipamentos, empresas de reparação e manutenção e serviços de suporte.
As tecnologias de produção são bens de capital e, como tal, têm um
comportamento pró-cíclico, pelo reagem de forma exacerbada a qualquer
alteração relevante nas variáveis macroeconómicas que afetam os mercados,
sejam eles nacionais ou internacionais. Enquanto bens de capital que servem
geralmente vários setores de atividade, as tecnologias de produção influenciam
a evolução tecnológica e a produtividade das atividades económicas em geral, o
que faz delas uma espécie de motor das economias com efeitos multiplicadores.
Na fileira das tecnologias produtivas, a relação entre fabricante e cliente
normalmente não termina no momento da venda do bem, mas prolonga-se
durante toda a vida útil do mesmo: assistência técnica pós-venda é uma
realidade que exige uma certa proximidade entre as duas partes e boas
soluções web based de apoio à distância.
As tecnologias da informação e da comunicação possibilitam hoje o
desenvolvimento de sistemas produtivos mais automatizados e controlados,
focados na otimização dos tempos de espera e dos desperdícios, assegurando a
flexibilidade do sistema e a qualidade dos produtos. Estas áreas capitalizam
fortemente os avanços que estão a ocorrer nas tecnologias facilitadoras
essenciais (KETs) e nas tecnologias disruptivas como a internet móvel, a
impressão 3D, a tecnologia cloud, as energias renováveis, as tecnologias de
armazenamento de energia, a próxima geração da genómica e a automatização
do trabalho do conhecimento.
No contexto mundial, o núcleo duro da fileira das tecnologias de produção é
atualmente dominado pela China em termos de escala de produção, que
ombreia crescentemente com os líderes históricos (avançados) como os EUA, o
Japão, a Alemanha, a Itália, a França e o Reino Unido.
Neste processo também se destaca a melhoria da posição de outras economias
emergentes que não a China: Rússia, Índia, Turquia, Polónia, Brasil, Coreia do
Sul e Hungria.
Em matéria de exportações, o ranking mundial na fileira das tecnologias de
produção é liderado pela Alemanha e secundado pelos EUA e Japão, tendo a
Itália sido destronada do quarto lugar recentemente pela China, que tem
patenteado níveis de crescimento absolutamente incríveis. Alargando a análise
das dinâmicas de exportação ao top 30 dos exportadores mundiais da fileira das
tecnologias de produção, a par da China, emergem países como a Índia, a
Turquia, a Eslováquia, a Polónia, a Hungria e a República.
A evolução das exportações de máquinas e equipamentos registada entre 2000
e 2011 é impressiva, tendo oscilando entre uma taxa de variação média anual
(TVMA) de 10,2% e uma TVMA de 19,7%, sendo que no período mais recente
(desde 2009) patenteia uma TVMA de 18,7%.
Considerando o lado das importações (e, portanto, das oportunidades) , a
Rússia destaca-se por apresentar um défice comercial gigantesco neste tipo de
equipamentos e dinâmicas de importação fortíssimas. Pela desagregação
sectorial do défice comercial da Rússia no tocante a tecnologias produtivas,
verifica-se que as oportunidades neste país estão em grande medida na área
das máquinas para as indústrias extrativas e da construção (16%), do
equipamento de elevação e movimentação (7%) e das máquinas para a
agricultura e floresta (6%).
A Índia, por seu turno, tem-se revelado também uma boa fonte de
oportunidades, dado que, contrariamente à China, não apresenta competências
tão fortes em termos de produção de tecnologias de produção, mas regista
ritmos de crescimento muito significativos em alguns dos seus setores
industriais. Em paralelo, começam a destacar-se também como grandes
importadores de tecnologias de produção algumas economias emergentes,
como é o caso da Rússia, do México, da Índia, do Brasil, da Turquia,
designadamente em alguns dos setores específicos.
Conclusão
51 Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
Os grandes números da fileira das tecnologias de produção em Portugal revelam
uma forte expressividade na economia nacional, respondendo, em 2011, por
11% das empresas que integram as indústrias transformadoras no país (7.834
empresas), por 8% do pessoal (53 mil trabalhadores) e 7% do respetivo
volume de negócios (5.335 milhões de euros).
No tocante à intensidade de I&D, o núcleo duro da fileira das tecnologias de
produção registou um peso da I&D empresarial no VAB de 2,2%, contra um
nível de apenas 1,4% na economia como um todo. Esta posição de realce
também se verifica em relação ao registo de patentes, já que a fileira em
estudo é responsável por cerca de 10,7% dos pedidos totais efetuados na
indústria transformadora portuguesa.
No período que se seguiu (2009-2011), após a queda abrupta de 2009, a fileira
não conseguiu ainda estimular o crescimento da sua atividade global, mas
regista um aumento fortíssimo da sua orientação para o exterior. Em resultado,
a taxa de cobertura das importações pelas exportações da fileira passou de
48%, em 2004, para 63%, em 2011.
No tocante à localização dos clientes da fileira, na parte respeitante aos
mercados externos, distinguem-se duas tendências principais de evolução: a
redução do nível de concentração das exportações; a forte aposta no destino de
exportação Angola, que passou a ocupar o 1.º lugar do ranking em 2012.
A existência de muitas pequenas empresas tem um aspeto positivo que se
prende com a flexibilidade e agilidade, mas revela-se geralmente problemática
em matéria de produtividade: dado que empresas muito pequenas geralmente
não conseguem atingir economias de escala e de gama substanciais, a pequena
dimensão da maioria das nossas empresas estará na base dos diferenciais
desfavoráveis de produtividade observados.
Não obstante a evolução registada, a falta de dimensão crítica das nossas
empresas traduz-se numa limitação do setor, na medida em que o não
aproveitamento de economias de escala/ gama dificulta o processo de
internacionalização; acresce a inexistência de uma política comercial agressiva
nos mercados externos, o baixo conhecimento dos mesmos e a escassez de
pessoal qualificado.
Conclusão
52 Tecnologias de Produção no Contexto Nacional e Internacional | AM&A |
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