UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
CARINA MIEKO KASIHARA
ACUPUNTURA NO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL – TRATAMENTO DE SEQUELAS
Mogi das Cruzes, SP 2014
2
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
CARINA MIEKO KASIHARA
ACUPUNTURA NO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL – TRATAMENTO DE SEQUELAS
Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Acupuntura.
Orientadores: Prof. Luiz A. Alfredo
e
Profa. Bernadete Nunes Stolai
Mogi das Cruzes, SP
2014
3
CARINA MIEKO KASIHARA
ACUPUNTURA NO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL – TRATAMENTO DE SEQUELAS
Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Acupuntura.
Aprovada em: _______________________________
BANCA EXAMINADORA
Prof. Luiz A. Alfredo UMC – UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
Profa. Bernadete Nunes Stolai UMC – UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
4
RESUMO
O Acidente Vascular Cerebral continua a ser uma causa importante de doenças neurológicas, com alta mortalidade envolvida na fase aguda e morbidade sequelar importante a longo prazo. As sequelas deixadas pelo AVC abre, para os indivíduos acometidos, um caminho penoso, longo e muitas vezes limitante na recuperação de suas atividades normais. O presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica, buscando comprovação da Acupuntura, da Auriculoterapia, Moxabustão e Eletroacupuntura em relação à melhora física dos pacientes pós AVC, sozinho ou combinado com os procedimentos tradicionais de reabilitação ocidental. Foi realizado um levantamento de literatura científica em bases de dados primários eletrônicos que abrange esta área de investigação: PuMed, Bireme, Scielo, Med Line, Lilacs, entre outros. Demonstra através de pesquisas já realizadas, a importância destes métodos como fator de recuperação nos indivíduos acometidos, informando o grau de normatização de suas atividades. Os pacientes que receberam Acupuntura tiveram uma melhora significantemente maior em funções motoras das extremidades, apresentaram uma redução da espaticidade provcada pelo AVC, eficácia no tratamento do controle da algia e aumento de bem estar, conferindo dessa forma, uma melhora significativa na qualidade de vida do paciente.
5
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 2
2 METODOLOGIA ............................................................................................... 4
3 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
3.1 APRESENTAÇÃO ......................................................................................... 5
3.2 DEFINIÇÃO ................................................................................................... 5
3.3 CLASSIFICAÇÃO ......................................................................................... 7
3.4 FISIOPATOLOGIA ........................................................................................ 8
4 VISÃO ORIENTAL ........................................................................................... 9
4.1 PADRÕES ASSOCIADOS À HEMIPLEGIA ................................................. 12
4.2 PADRÕES ASSOCIADOS AO PÓS AVC NA MEDICINA CHINESA ........... 12
4.3 PADRÕES EM QUE O ACHADO PRINCIPAL É A HEMIPLEGIA ............... 13
5 ELETROACUPUNTURA.................................................................................. 14
5.1 MOXATERAPIA ............................................................................................. 14
5.2 AURICULOTERAPIA .................................................................................... 15
6 USO DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DO AVC .................................. 20
7 CONCLUSÃO .................................................................................................. 29
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 30
6
1 INTRODUÇÃO
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é responsável por índices cada vez mais
elevados de mortalidade e incapacidade no mundo. Devido a um envelhecimento da
população, mudanças na dieta e estresse no trabalho, a morbidade está em ascensão e
a idade da primeira ocorrência está ficando 1.3 anos mais rápida que em alguns anos
atrás. (CHAN, 2008, p. 30)
No conhecimento científico, sabe-se que o AVC se origina de problemas
circulatórios, que levam à interrupção do extravasamento dos vasos na região cerebral.
(CHAN, 2008, p. 30)
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma ameaça abrupta às funções do
encéfalo ao longo do tempo. Com a isquemia, o dano progride rapidamente em minutos
ou horas. A lesão rápida tem profundos e graves efeitos, o prognóstico do evento
isquêmico é medido em termos de sobrevida, independência funcional e custo
financeiro. O Acidente Vascular Cerebral tem sobrevida pior do que no pós infarto do
miocárdio e em algumas neoplasias; esta sobrevida em um ano fica cerca de 70%,
sendo a principal causa medica de morbidade em diversos países desenvolvidos e em
desenvolvimento e determinando comprometimento de parte significativa dos gastos em
programas de saúde governamentais. (ISARD 1992, p. 48)
A Acupuntura, para esses casos, é apontada como responsável pela estimulação
do sistema nervoso, prevenindo no pós-trauma, o desenvolvimento de deformações e
deficiências, em função da paralisação ou da redução radical das funções relacionadas
à parte do cérebro que se manteve privada de sangue durante o AVC.
Possuindo mais reconhecimento na literatura oriental, a aplicação da Acupuntura
remete a métodos tradicionais de tratamento de desordens, disfunções ou doenças que
afetem as pessoas, ao ponto de interferirem diretamente na qualidade de vida dos
pacientes. Não obstante, a busca por técnicas e procedimentos complementares que,
aliados ao avanço tecnológico da medicina, possibilitem tratamentos menos
sacrificantes, consideram a Acupuntura como uma técnica que pode melhorar a
condição de vida de pacientes com sequelas pós AVC. (CHAN, 2008, p. 30)
7
A Medicina Tradicional Chinesa é historicamente referenciada como pioneira na
valorização da prevenção de doenças e nas intervenções terapêuticas baseadas em
dietas, exercícios, uso de plantas como medicamentos e o conhecimento da influência
dos fatores ambientais sobre a saúde. Sua visão holística vem se tornando mais
relevante a cada dia, quando se considera os três principais males da vida moderna: a
globalização de estilos e hábitos de vida pouco saudáveis; a urbanização não
planejada; e o envelhecimento demográfico. Tais tendências globais apresentam
conseqüências globais para a saúde, principalmente no que se refere ao aumento da
incidência de doenças crônicas não transmissíveis, como as disfunções e
incapacidades decorrentes do Acidente Vascular Cerebral (AVC). (CHAN, 2008, p. 30)
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) lidera o quadro de doenças que deixam
seqüelas incapacitantes nos dias atuais, onde muitas pessoas ficam com sua qualidade
de vida muito prejudicadas, sendo assim observou-se a necessidade da utilização de
outra terapia que pudesse ser somada com a terapia convencional já usada para a
recuperação das seqüelas após um AVC. (LUIZ, 2013, p. 42-48)
Diante da gravidade do contexto epidemiológico, do reconhecido potencial letal,
do prognóstico incapacitante que cerca o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e das
questões que envolvem o tratamento primário (fatores comportamentais e
intermediários) e secundário (sequelas da lesão cerebral), se faz necessária a
identificação de abordagens mais personalizadas para a prevenção do AVC tratamento
de suas sequelas. A Organização Mundial da Saúde publicou em 2003 um relatório
onde classifica as doenças ou afecções para as quais a Acupuntura tem sido testada
em ensaios clínicos controlados e tiveram sua eficácia terapêutica comprovada, dentre
as quais o AVC, a depressão e os estados de neurose depressiva pós AVC.
(FRAGOSO, et al. 2012, p. 167 – 175)
O presente estudo realiza uma revisão bibliográfica, buscando comprovação da
Acupuntura em relação à melhora física dos pacientes pós AVC, sozinho ou combinado
com os tradicionais procedimentos de reabilitação ocidental, melhorando dessa forma a
vida dos paciente
8
2 METODOLOGIA
Foi realizado um levantamento da literatura científica em base de dados
primários eletrônicos que abrange esta área de investigação: PubMed, Bireme, Med
Line, Lilacs, entre outros, foram usados como palavra-chave: acupuntura, acidente
vascular cerebral, sequelas.
O texto foi produzido seguindo as normas da ABNT e de acordo com o Manual
de Trabalhos Acadêmicos da UMC.
9
3 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
3.1 APRESENTAÇÃO
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) continua a ser um importante problema de
saúde pública, que se situa entre as quatro maiores causas de morte em muitos países
e é responsável por uma grande proporção de distúrbios neurológicos. Mais
incapacitante que fatal, o Acidente Vascular Cerebral é a principal causa de
incapacidade neurológica grave e acarreta custos enormes, medido tanto em dólares
gastos em cuidados de saúde como perda da produtividade. (ROWLAND, 2002, p 184)
Nos Estados Unidos da América do Norte ocorrem cerca de 700.000 Acidentes
Vasculares Cerebrais ao ano, resultando em aproximadamente 165.000 óbitos. Em
todo o mundo os Acidentes Vasculares Cerebrais correspondem a segunda causa de
morte. As doenças cerebrovasculares determinam importante morbidade e mortalidade
e sua importância tem apresentado incremento em função do envelhecimento da
população mundial. Na literatura mundial, estudos subseqüentes têm revisado a
epidemiologia, identificação e modificação de fatores de risco e as possíveis
intervenções no sentido de reduzir a morbimortalidade relacionada ao Acidente
Vascular Cerebral. Embora existam inegáveis avanços quanto ao diagnóstico e
tratamento do Acidente Vascular Cerebral, a mortalidade conseqüente a um evento
desta natureza permanece existindo, com apenas 50% de sobrevida após cinco anos,
segundo alguns estudos. O risco de Acidente Vascular Cerebral após um evento
isquêmico transitório ou recorrência após um primeiro episódio é de aproximadamente
30% na sequência de eventos. A gravidade da manifestação inicial e a idade do
paciente são ainda os principais fatores de predição do prognostico. (INGALL, 2004, p
52)
3.2 DEFINIÇÃO
No sentido mais amplo, a Organização Mundial da Saúde definiu o Acidente
Vascular Cerebral como o “rápido desenvolvimento de sinais clínicos de distúrbio focal
10
(por vezes global) da função cerebral durando mais de 24 horas ou levando à morte
sem nenhuma outra causa aparente de origem vascular”. Pelas definições clínicas
convencionais, uma pessoa tem o diagnóstico de AVC se os sintomas persistirem por
mais de 24 horas; caso contrário, um déficit neurológico focal de duração maior inferior
a 24 horas é definido como um Ataque Isquêmico Transitório (AIT). No caso de
sintomas que ultrapassam às 24 horas e se resolvem dentro de três semanas, tem se
usado uma outra denominação, déficit neurológico isquêmico reversível, para definir o
que não é senão um Acidente Vascular Cerebral menor.
Esses termos definidos pela duração dos sintomas neurológicos estão sendo
revistos. A definição mais recente de Acidente Vascular Cerebral para ensaios clínicos
tem exigido sintomas de duração superior a 24 horas ou imagens de uma lesão
cerebral aguda, clinicamente relevante, em pacientes cujos sintomas desaparecem
rapidamente. Pode-se usar a duração e a gravidade da síndrome para se classificar os
pacientes como apresentando um Acidente Vascular Cerebral menor ou maior.
Além da duração, o Acidente Vascular Cerebral é classificado pela patologia da
lesão cerebral focal subjacentes, em infarto ou hemorragia. As hemorragias
intracranianas podem ser subdivididas em dois tipos distintos, baseados no local e na
origem vascular do sangue: subaracnóide, quando o sangramento ocorre no espaço
subaracnóide circundando o cérebro e intracerebral, quando a hemorragia é no
parênquima cerebral. Os infartos isquêmicos podem ser classificados em vários
subgrupos, com base no mecanismo da isquemia e no tipo e localização da lesão
vascular.
A característica principal do Acidente Vascular Cerebral é o início súbito dos
sintomas neurológicos. Um “Acidente Vascular Cerebral silencioso” pode ocorrer
todavia sem manifestações clínicas evidentes porque o paciente e seus familiares não
perceberam sintomas de menor gravidade ou foi comprometida uma área cerebral dita
silenciosa. Sintomas premonitórios de AVC nem sempre são encontrados; menos de
20% dos pacientes com AVC apresentam um AIT anterior. Quando presentes, sintomas
premonitórios focais precedem geralmente o infarto e não a hemorragia. Quando esses
sinais ocorrem podem ser tão inespecíficos que não são reconhecidos como sinais de
um AVC iminente.
11
Os sintomas neurológicos refletem com freqüência a localização e o tamanho do
AVC, mas geralmente eles não permitem a diferenciação do tipo de Acidente Vascular.
Quando ocorrem cefaléia, vômitos ou coma, porém, uma hemorragia é mais provável
que um infarto. Sintomas neurológicos específicos, que podem ocorrer isoladamente ou
em diversas combinações, incluem perda da visão (hemianopsia), visão dupla, fraqueza
ou perda sensitiva de um lado do corpo, disartria, alteração das funções cognitivas
superiores (disfasia, confusão desorientação espacial, apercepção, distúrbios da
memória), dificuldade de andar, cefaléia ou surdez unilateral. Parte do desafio é
localizar-se com precisão a região anatômica comprometida, o território vascular
correspondente, com base nos sinais e sintomas clínicos. (ROWLAND, 2002, p. 184).
3.3 CLASSIFICAÇÃO
Podemos classificar AVE em dois tipos: isquêmico e hemorrágico.
a) Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI): pode ser causado por embolia ou
trombose arterial e subdividimos de acordo com a duração do déficit em:
Ataque isquêmico transitório (AIT): apresenta quadro agudo com perda de
função de uma região encefálica ou retiniana, regredindo em menos de 24 horas,
atribuindo a suprimento sanguíneo inadequado em território carotídeo ou verteobasilar;
Déficit neurológico isquêmico reversível: ocorre quando a reversão do quadro
neurológico se dá em tempo superior a 24 horas e inferior a três semanas;
AVE em progressão: este se dá quando o déficit focal piora ou melhora e um
determinado período de tempo. Por isso, nestes casos, torna-se necessária uma
reavaliação periódica do paciente em 30 a 60 minutos.
Infarto Cerebral ou AVE completo: ocorre quando o déficit neurológico persistir por mais
de três semanas.
b) Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH):
Hemorragia intracerebral: corresponde a presença da lesão intraparenquimatosa
(hematoma), levando a sinais e sintomas neurológicos secundários;
12
Hemorragia subaracnóidea: neste caso não observamos sinais de sofrimento cerebral
intraparenquimatoso, somente se houver complicações posteriores. (BRAGA, 2003, p.
88-96)
3.4 FISIOPATOLOGIA
O tecido nervoso é desprovido de reservas sendo totalmente dependente da
circulação sanguínea, pois é graças a este que as células nervosas se mantém ativas,
sendo o seu metabolismo dependente de oxigênio e glicose. A interrupção deste fluxo
numa determinada área do cérebro tem por conseqüência uma diminuição ou parada
da atividade funcional dessa área.
Se a interrupção do fluxo sanguíneo for inferior a 3 minutos, a alteração é
reversível; se esse prazo ultrapassar os 3 minutos, a alteração funcional poderá ser
irreversível, originando necrose do tecido nervoso.
O AVC pode ser causado por dois mecanismos diferentes: oclusão de um vaso
provocando isquemia e enfarte do território dependente desse vaso ou ruptura vascular.
(MARTINS, 2006, p. 185)
13
4 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL - VISÃO ORIENTAL
Existem muitos fatores ligados à causa de um quadro de AVC dentro da visão da
Medicina Ocidental e a disfunção neurológica repentina causada pelo quadro é
chamada de apolexia e, popularmente, referida como “golpe”. (MACIOCIA, 1996, p.
676).
Os sintomas mais importantes do Yang hiperativo são aqueles ocasionados pela
turbulência causada pelo movimento rápido para cima do Yang. A hemiplegia resulta da
ascensão, se combina com o Fogo e invade os canais da parte superior do corpo,
interrompendo o fluxo de Qi e sangue (Xue). O mesmo pode ocorrer quando a
turbulência e obstrução são geradas pelo Vento e a Mucosidade. (ROSS, 1994, p. 202).
Assim, temos que o AVC na MTC enquadra-se na situação “Golpe de Vento”,
que corresponde a quatro possíveis quadros de medicina ocidental: a hemorragia
cerebral, a trombose cerebral e o espasmo de um vaso cerebral.
Como na visão ocidental, a etiologia do Golpe de Vento é muito complexa, pois
embora ocorra repentinamente, vem formando-se por muitos anos. Existem fatores
etiológicos fundamentais que são:
Excesso de trabalho, estresse emocional e atividade sexual excessiva: este
é um fator relevante que esgota o Yin do Rim e é a causa mais comum na Deficiência
do Rim nos dias de hoje. A Deficiência do Rim causa muitas vezes, um descontrole do
Fogo e do Yang, que ascende. O Excesso de Yang do Fígado (na realidade um
excesso relativo, pois é causado por uma Deficiência do Fígado em função de uma
Deficiência do Yin do Rim) causa Vento principalmente nos idosos. O Vento, por sua
vez, causa apoplexia, coma, se houver um padrão de excitabilidade prolongada e
hiperestimulação estressante do Shen do Coração ou de Fogo no Coração, aumento do
Calor interno que pode agitar o Fígado e fazer surgir o Vento.
Alimentação irregular e esforço físico excessivo: a irregularidade alimentar
ou a ingestão excessiva de doces, laticínios, alimentos gordurosos, frituras e açúcar
enfraquece o Baço/ Pâncreas e gera Mucosidade, que predispõe à obesidade.
Eventualmente a Mucosidade pode combinar-se com o Fogo, formando Mucosidade/
14
Fogo. A Mucosidade causa formigamento nos membros, escurecimento mental, fala
inatingível ou afasia e língua inchada com revestimento pegajoso e com brilho. A
ingestão de alimentos gordurosos também provoca uma Estagnação de Qi do
Estômago, que invade o Baço/ Pâncreas, aumentando a Deficiência e podendo gerar
Fleuma, a qual obstrui os orifícios do Coração, gerando Fogo que, associado ao Vento,
causa Golpe de Vento. A Fleuma nos meridianos pode causar paresias.
Atividade sexual excessiva e repouso inadequado: esta combinação
enfraquece o Rim e gera Deficiência da medula, que por sua vez, falha na nutrição do
Sangue e, eventualmente, pode gerar Estase do mesmo causando rigidez e dor nos
membros e língua púrpura.
Esforço físico e repouso inadequado: o excesso de esforço físico, como
carregar peso ou praticar exercícios ou atividades esportivas em excesso, enfraquece o
Baço/ Pâncreas, os músculos e os Meridianos. O Vento interno pré existente penetra
nos Meridianos, aproveitando-se da Deficiência de Qi e Sangue nos mesmos. Por outro
lado, a exposição ao Vento interno dos Meridianos, gerando paralisia dos membros.
Fatores psicológicos: os estresses psicológicos que predispõem o Golpe de
Vento,surgem, basicamente dos sistemas do Fígado, Coração e Rim, onde a Raiva, a
Ansiedade e o Medo serão responsáveis pelo desequilíbrio do Yin/Yang, Estagnação
e/ou Deficiência de Qi e Xue, fatores responsáveis pelo Golpe de Vento.
Assim, a patologia Golpe de Vento pode ser resumida em quatro palavras:
Vento-Mucosidade-Fogo-Estase.
Estes são os quatro fatores patogênicos envolvidos na patogenia do Golpe de
Vento. É possível que nem todos estejam presentes, porem normalmente temos no
mínimo três causando a doença. Além disto, podem apresentar-se em diferentes graus
de intensidade, dando origem a diversos tipos de Golpe de Vento. (Maciocia, 1996, p.
676). Além destes, podem aparecer outros fatores tais como Deficiência de Qi, Sangue
ou Yin, especialmente do Rim e/ou Fígado.
O conjunto de sinais e sintomas que caracterizam os padrões que descrevem a
apoplexia são:
Colapso do Yang: hemiplegia, inconsciência súbita, confusão mental, olhos
fechados, boca e mãos abertas, incontinência urinaria, respiração fraca, membros frios,
15
cútis branco brilhante, transpiração da fronte, língua pálida e curta, pulso escondido e
disperso e
Colapso do Yin: hemiplegia, inconsciência súbita, desvio do olho e da boca,
olhos fechados, boca e mãos abertas, respiração fraca, membros frios, face vermelha,
língua vermelha sem saburra, pulso mínimo.
Pode-se observar que, apesar de os dois padrões acima serem referidos ao
momento de ocorrência do AVC (apoplexia), o autor inclui a hemiplegia como uma
possível manifestação. Este fato sugere uma indissociação entre o AVC e suas
seqüelas na interpretação da MC. (MACIOCIA, 1996, p. 676)
A apoplexia pode estar associada a:
a) quadros de Deficiência de Yin do Fígado (Gan) e Rins (Shen), resultante de estresse,
atividade sexual excessiva, e idade avançada, e ainda por Deficiência de Qi e Sangue
(Xue), complicada por estagnações nos meridianos, caracterizada por desvios
musculares faciais e hemiplegia;
b) o ataque de Vento externo invade os canais quando a resistência está enfraquecida,
impede a circulação de Qi e Sangue (Xue), podem ser acompanhados de Fleuma
súbita causando perda de sensibilidade;
c) o Vento interno derivado da Hiperatividade do Yang do Fígado (Gan) e da Deficiência
de Yin e induzida por descontroles emocionais, excesso de álcool, estresse ou clima
anormal para a época do ano.
d) a Umidade Fleuma produzida por uma alimentação inadequada (gordura, doces e
álcool) comum em pacientes obesos e estressados, desequilibra o transporte e
transformação do Qi do Baço (Pi) e Estômago (Wei), pode cronicamente se transformar
em calor e obstruir os meridianos, se combinar com a invasão de Fogo no Baço (Pi) e
vento do Fígado (Gan) e ascender e;
e) Hiperatividade do Fogo do Coração e do Fígado (Gan) causada principalmente por
excesso de raiva e Deficiência de Yin dos Rins (Shen) e Fígado (Gan).
(ADMINISTRAÇÃO ESTATAL DE MEDICINA E FARMÁCIA TRADICIONAIS
CHINESAS, 2007, p. 107).
Em resumo, o Vento, a Mucosidade, o Fogo e a Estase são os quatro fatores
patogênicos do AVC na MTC, que podem aparecer em combinação e se apresentar
16
com diversos graus de intensidade. A hemiplegia é consequência da obstrução dos
canais por ação do vento e da mucosidade, a rigidez das articulações e a contração dos
músculos indicam Estase de Sangue (Xue), sobre um fundo de Deficiência de Qi,
Sangue (Xue) ou Yin. Após um golpe de Vento é importante observar os desequilíbrios
que causaram o primeiro episodio, podem estar ainda latentes, predispondo o paciente
a futuras crises. (MACIOCIA, 1996, p. 676)
4.1 PADRÕES ASSOCIADOS À HEMIPLEGIA
Em MC, as manifestações (sinais e sintomas) possíveis de serem encontradas
nos indivíduos encontram-se agrupadas, e recebem denominação de padrões de
disfunção anatomofuncional, que podem ou não representar totalidade de achados dos
quadros patológicos diagnosticados, como doenças na medicina ocidental.. Reitera-se
que não é necessário que o paciente apresente todas as manifestações descritas no
perfil do padrão, mas somente um subconjunto já é suficiente para o estabelecimento
do diagnóstico – chamado de diferenciação de padrões. Baseado nesta revisão,
observa-se uma diversidade e sobreposição nas definições dos padrões associados ao
pós AVC. (MACIOCIA, 1996, p. 676; ADMINISTRAÇÃO ESTATAL DE MEDICINA E
FARMÁCIA TRADICIONAIS CHINESAS, 2007, p. 107)
4.2 PADRÕES ASSOCIADOS AO PÓS AVC NA MEDICINA CHINESA
Padrões pós AVC comumente encontrados
Mucosidade-Vento: contração dos membros, rigidez, tontura severa, vertigem, língua
rígida, língua desviada, pulso em corda;
Umidade-Mucosidade: sensação de peso no corpo, sensação de opressão no tórax,
expectoração profusa, ruído na garganta, visão borrada, tontura, língua inchada, língua
com revestimento pegajoso, pulso escorregadio;
Estagnação de Qi e Sangue: hemiplegia, dores no ombro, dores no quadril, língua
púrpura, pulso firme;
17
Deficiência de Yin com Calor Vazio: sensação de calor à tarde e no inicio da noite,
tontura, zumbido, calor na palma das mãos, sensação de peso na parte superior do
corpo, fraqueza na parte inferior ao andar, língua vermelha, língua sem revestimento,
pulso flutuante vazio, pulso rápido. (MACIOCIA, 1996, p. 678, MACIOCIA, 2006 p. 806)
4.3 PADRÕES EM QUE O ACHADO PRINCIPAL É A HEMIPLEGIA
Ventos nos Canais: hemiplegia, desvio no olho, desvio da boca, afasia;
Vento no Fígado: hemiplegia, tremores, entorpecimento dos membros, tontura intensa,
tinidos, dor de cabeça, língua rígida, língua desviada, língua móvel, pulso em corda;
Vento-Fleuma: hemiplegia, entorpecimento dos membros, formigamento dos membros,
tontura intensa, visão turva, tinidos, náusea, muco na garganta, sensação de opressão
no tórax, língua rígida, língua desviada, língua aumentada, pulso em corda, pulso
deslizante;
Fleuma-Fogo: hemiplegia, entorpecimento dos membros, inconsciência súbita,
confusão mental, desvio do olho, desvio da boca, contração das mãos, dentes
cerrados, face vermelha, olhos vermelhos, som crepitante da garganta, sensação de
opressão no tórax, expectoração de muco amarelo, expectoração de muco pegajoso,
língua vermelha, língua aumentada, língua com saburra amarela, língua com saburra
pegajosa, pulso deslizante, pulso rápido;
Umidade-Fleuma: hemiplegia, entorpecimento dos membros, inconsciência súbita,
confusão mental, dentes cerrados, muco na garganta, sensação de opressão no tórax,
expectoração profusa de muco pegajoso, cútis branca, cútis pastosa, membros frios,
língua aumentada, língua com saburra branca, língua com saburra pegajosa, pulso
deslizante;
Deficiência de Qi e Estase de Sangue: hemiplegia, cor da pele embotada, edema,
rigidez dos tendões, contrações dos membros superiores, membros inferiores relaxados
e estirados, cansaço, falta de apetite, fezes amolecidas, voz fraca, respiração
ligeiramente curta, cútis pálida, língua azul-arroxeada, pulso fraco, pulso áspero;
18
Deficiência de Fígado e Rim: hemiplegia, dor lombar, membros moles, tontura, tinidos,
memória fraca, visão turva, confusão mental, língua pálida, língua vermelha.
(MACIOCIA, 2006, p. 806)
19
5 ELETROACUPUNTURA
A Eletroacupuntura é a passagem de eletricidade através de pontos de
Acupuntura, sendo usada pela primeira vez na China na década de 1930, e tornou-se
popular a partir dos anos 70, sendo, atualmente, bastante usada para o controle da dor,
para auxiliar na melhora de transtornos físicos e induzir analgesia em procedimentos
cirúrgicos. (SCOGNAMILLO, 2001, p. 1091)
Inúmeras pesquisas vem se realizando nas várias áreas da Medicina, tanto
humana quanto animal. A Eletroacupuntura, aplicada nos tratamentos cirúrgicos, tem
revelado resultados com características similares à da analgesia por opióides (BESSER
et al., 1980, p. 948; KOTANI et al., 2001, p. 355)
O aparelho de Eletroacupuntura é composto por reguladores de intensidade e de
freqüência e de moduladores de voltagens. Apresentam também saídas de corrente
elétrica aos pares (pólo negativo – para sedação; pólo positivo – para tonificação do
acuponto). Estes aparelhos possuem várias formas de ondulação de acordo com a área
de uso e o tratamento a ser utilizado: contínua, denso-dispersa e intermitente. A
Eletroacupuntura limita os estímulos de baixa freqüência de 2 a 8Hz, e os de alta
freqüência, por sua vez de 15 a 100Hz. Na anestesia usam-se aparelhos com oito
2000Hz) variáveis. A freqüência e a tensão devem ser, muitas vezes aumentadas
porque há uma acomodação na estimulação do paciente, com isso pode-se alcançar
uma reação analgésica ou hipoalgésica (DRAEHPAEHL et al., 1997, p. 40,41).
Frequentemente, a estimulação de baixa freqüência resulta na ativação da endorfina e
encefalina, ao passo que a de alta freqüência libera dinorfina, galamina e gaba
(LUNDEBERG, et al., 2002, pág 4-6)
5.1 MOXATERAPIA
A moxaterapia é uma técnica que consiste em aquecer os pontos de Acupuntura
pela queima de ervas medicinais. A erva seca mais frequentemente utilizada para a
moxabustão é a Artemísia seca (Artemísia vulgaris), no entanto outros tipos de erva
20
também podem ser utilizados na confecção da moxa, de acordo com as indicações
terapêuticas específicas.
A aplicação de moxabustão tem finalidade de aquecer o Qi e o Xue (Sangue) dos
Canais de Energia Principais e Secundários, promovendo aumento da velocidade na
circulação energética desses Canais de Energia, potencializando a nutrição e a
atividade dos Zang Fu (Orgãos/Vísceras) e das Vísceras Curiosas. A moxabustão é
amplamente utilizada para restabelecer o equilíbrio energético nos quadros de
deficiência dos Canais de Energia Yang (Principais e Curiosos), assim como circular e
regularizar a Água Orgânica dos Canais de Energia Principais e Curiosos Yang, e
consequentemente levar essa Água para nutrir Vísceras Curiosas. O calor desprendido
pela queima da Artemísia vulgaris tem a característica de alcançar a temperatura ideal
para se promover essas funções energéticas.
Por outro lado, a deficiência de Qi e Xue nos Canais de Energia Principais Yin e
Curiosos Yin propicia a penetração do Frio e da Umidade, em detrimento do Yin Qi e do
Yang Qi. Nesses quadros, a aplicação da moxabustão aquecendo esses canais de
energia, alem de potencializar sua atividade, aumenta e regulariza a circulação do Fogo
Orgânico (Yang Orgânico) para os Zang Fu (Órgãos/Vísceras) e para as Vísceras
Curiosas. A aplicação de moxabustão sempre deve ser associada com a tonificação
dos Canais de Energia em tratamento, seja aplicando moxabustão no ponto Yuan seja
por meio da Acupuntura. (YAMAMURA, 2001, p. 665)
5.2 AURICULOTERAPIA
O uso do pavilhão auricular como local de estímulo para fins terapêuticos, já era
citado na literatura antiga da Acupuntura de maneira esporádica (Romoli, 2010, pág
201-205), sem contudo demonstrar uma organização sistematizada de um mapeamento
ou correlação entre as regiões do corpo humano.
Foi a partir de 1951 com o Dr. Paul Nogier, médico e engenheiro francês, que
houve uma compreensão da orelha como um microssistema e zona reflexa. Nogier foi
quem sugeriu, pelos seus estudos, que a orelha simbolizaria um feto de cabeça para
baixo. Entre seus anos de estudos destaca-se a busca e catalogação de regiões
21
hiperálgicas na orelha de seus pacientes, onde o mesmo buscava relacionar as queixas
relatadas com a região mais sensível no pavilhão auricular. Sua motivação inicial,
segundo informações históricas teria sido a curiosidade pelos efeitos obtidos por alguns
de seus pacientes nos “tratamentos” por estímulos na aurícula, como ficou conhecida a
história da cigana de Marselha, uma curandeira que se utilizava de cauterização
(queima) com uma espécie de estilete incandescente em um ponto específico da orelha
para tratamento de dores ciáticas. Encontram-se, no entanto, relatos anteriores datados
do século XVI, do uso de cauterização no pavilhão auricular para o alívio das dores.
(ROMOLI, 2010, p. 201-205)
22
6 USO DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DO AVC
Na década de 70 sugiram os primeiros trabalhos reconhecendo que a
Acupuntura estimula a liberação de endorfinas, substâncias neuro-humorais com efeito
analgésico, incentivando assim, vários pesquisadores a investir na comprovação
científica da eficácia desta terapêutica. Foram realizados trabalhos comprovando sua
eficácia no tratamento de inúmeras dores, regeneração nervosa, seqüelas de
acometimento do sistema nervoso e em diversas outras áreas. (AGOSTINHO, 2003)
Vários estudos comprovaram a efetividade do uso da Acupuntura em problemas
neurológicos; apesar de muitas pesquisas e trabalhos já terem sido realizados, pouco
do que se tem descrito são trabalhos padronizados com grupos controle ou grupo
placebo.
Moon et al., (2003), compararam a eficácia da ELAC e Moxabustão na
espaciticidade provocada pelo AVC. Foram 35 pacientes, sendo que 15 ficaram no
grupo da ELAC, 10 no grupo da Moxa e 10 o grupo controle. Em dias alternados, os
pacientes recebiam 30 minutos de eletroestimulação com uma freqüência de 50Hz em
quatro pontos: IG11, IG10, TA5 e IG4, no lado afetado.
Moxa direita aplicada nos pontos IG11, IG10, TA5 e IG4 três vezes ao dia em
dias alternados. O grupo controle recebia somente Acupuntura de rotina e exercícios
específicos que também eram aplicados nos outros dois grupos. A eficácia no
tratamento era medida em uma e três horas e um, cinco, dez e quinze dias depois do
inicio do tratamento usando a escala modificada de Ashworth (um dos métodos mais
utilizados para se medir espasmos, devido, em grande parte, à sua metodologia simples
e de fácil reprodução). No grupo da Eletroacupuntura a espaticidade reduziu
imediatamente e de uma forma significativa entre uma e três horas após o início do
tratamento. No grupo da Moxabustão e no grupo controle não houve mudança
significativa depois do primeiro tratamento, sugerindo que somente a Eletroacupuntura
pode reduzir temporariamente a espaticidade provocada pelo AVC e se aplicada
repetidamente pode mantê-la reduzida.
Peij et al., (2001), investigaram o efeito da Eletroacupuntura na fase aguda do
infarto cerebral em relação às funções motoras. 86 pacientes foram separados em dois
23
grupos. Um recebeu tratamento com Eletroacupuntura durante um período de 4
semanas e o grupo controle recebeu tratamento clíinico com exercícios funcionais
passivos e ativos. O resultado mostrou que nos dois grupos houve melhoria nos níveis
de movimentos físicos e habilidades de acordo com a escala chinesa de medida,
Brunnstrom-Fugl-Meyer e Barthel Index durante o experimento e três meses depois. As
funções motoras e as atividades diárias foram incrementadas significativamente no
grupo de eletroacupuntura se comparado com o controle. Os resultados mostraram
também uma grande redução do déficit neurológico no grupo da Eletroacupuntura.
Conclui-se neste estudo que o tratamento precoce com Acupuntura em pacientes de
AVC agudo pode promover a melhora das funções motoras e, consequentemente, as
atividades da rotina diária.
Num relato de caso de Nordon et al., (2011), LB 64 anos, do sexo feminino,
hipertensa e diabética, deu entrada no hospital com queixa de perda súbita de força no
hemicorpo direito enquanto cozinhava na sua casa. A hemiplegia era completa e
proporcionada, com disfonia. Foi feita uma tomografia computadorizada de crânio
(TCC) sete dias depois, que evidenciou um aneurisma importante em uma artéria
basilar esquerda, sem sangramento e com áreas de hipodensidade em tronco
encefálico. A paciente recebeu alta após 13 dias com prescrição de AAS, 100mg ao dia
e tratamento fisioterapêutico
Após um mês, a paciente iniciou o tratamento com Acupuntura. Ela apresentava
uma paralisia flácida em todo o hemicorpo direito, disfonia, sem alterações de visão,
tontura ou confusão mental; suas fezes eram pastosas, devido ao medicamento
hipoglicemiante (glibenclamida) que estava tomando durante a internação e quando
trocou (metformina) elas se tornaram bem formadas, amarronzadas e com hábito
intestinal regular e diário; ela também não apresentava alterações do controle dos
enfíncteres ou da urina. Sua alimentação era relativamente regrada, evitando gorduras
e laticínios. Sua língua se mostrava um pouco desviada para a direita, rígida, vermelha
nas laterais, edemaciada, úmida e com saburra grossa e amarela, especialmente na
raiz.
O plano terapêutico foi: IG4 e IG5, VB30 e VB40, E40 e BP9, C5, F2, todos estes
em sedação à direita e IG10, E36, BP3 e R3 em tonificação à esquerda. Todos os
24
pontos foram inseridos até uma sensação satisfatória de Te Qi e mantidos por 15
minutos. As sessões se repetiram três vezes por semana.
Após dois meses de tratamento, IG4, IG15, VB30 e VB40 passaram a ser
manipulados em tonificação, ainda no braço direito e os pontos IG10, E36, BP3 e R3
passaram para a direita, enquanto os pontos E40, BP9, C5 e F2 passaram para a
esquerda. Conjuntamente, pela disponibilidade de um aparelho de Eletroacupuntura, foi
iniciado seu uso, com os catodos nos pontos IG4 e VB30 e anodos nos pontos IG15 e
VB40. O tempo de duração era de 12 minutos com freqüência de dois Hertz por 5
segundos seguidos de dois de intervalo (onda Burst).
Após sete semanas de tratamento, a paciente se apoiada em outra pessoa,
conseguiu ganho na deambulação, fazendo troca de marcha utilizando flexão do
quadríceps com leve abdução da articulação coxofemoral, arrastando o pé direito e
caminhando algo em torno de 15 metros, duas vezes ao dia.
Após três meses de tratamento, a paciente conseguia, quando sentada, estender
a perna direita, o braço direito começou a esboçar movimentos de flexão e o ombro,
extensão, com o suporte do braço em uma superfície. Havia ainda um leve desvio de
rima, embora a movimentação facial estivesse preservada, tendo apresentado melhora
mais rápida que as demais regiões. (NORDON, et al., 2011)
Numa discussão mais abrangente do caso acima, pelas características
observadas tanto na história como na língua da paciente, foi possível diagnosticar
Vento como origem em Fogo de Gan, Mucosidade-Fogo e possível Deficiência de Yin
do Shen, tanto pela idade, como por queixas de gonalgia e dores na coluna, em
especial, lombalgia, que durava o dia todo e era maior especialmente a noite, sem
fatores de melhora.
Embora a dieta fosse adequada ao momento, a paciente mostrava uma
personalidade bastante controladora e perfeccionista, o que falaria a favor de
Estagnações repetidas do Qi do Gan; já estava na menopausa havia 15 anos, e seu
padrão menstrual (irregular, curto, com pouco sangue, este vermelho vivo e sem
coágulos) poderia falar tanto a favor de Estagnação de Qi (mas não Xue) do Gan como
de Deficiência de Xue do Gan. No entanto é importante notar que esta análise
representa a paciente 15 anos atrás. (NORDON, et al., 2011)
25
A Mucosidade-Fogo, oriunda da combinação de Fogo no Fígado e Deficiência do
Qi do Pi, estaria obstruindo os orifícios da mente, em especial a abertura do Xin,
gerando a disfonia.
A escolha dos pontos visava a movimentação do Qi nos principais meridianos
acometidos.
É recomendado iniciar o tratamento com sedação para expulsar o fato
patogênico e depois de um a três meses, mudar para tonificação, para nutrir os
membros deficientes. Foram escolhidos os pontos E40 e VB39 para drenar a Umidade,
F2 para drenar o Fogo do Gan e C5 como ponto especifico para acometimento da fala,
todos aplicados inicialmente no lado da hemiplegia, pois seriam utilizados em sedação
ao longo de todo o tratamento, contribuindo para o estimulo dos membros.
Os pontos de tonificação escolhidos (IG10 para tonificar o membro superior e
seu equivalente, E36 para a perna, associado ao BP3, para tonificação do Pi/Wei do Qi
pós celestial e do sistema imune; também foi eleito R3 que tonificaria o Shen e o Qi pré
celestial) foram aplicados nos membros opostos, para não sobrecarregar apenas um
lado do corpo para agir por efeito contrário (sedando os membros contralaterais).
Os pontos não locais foram trocados, então, após dois meses de tratamento,
para os membros opostos, pelas mesmas razoes: potencializar a tonificação do
hemicorpo acometido. (NORDON, et al., 2011)
A ELAC com 2Hz é descrita como a mais adequada para tonificação. A aplicação
do catodo no menor ponto do canal e do anodo no maior permite que a corrente elétrica
siga o fluxo do canal, promovendo ainda mais a circulação de Qi e Xue.
A melhora da movimentação dos membros inferiores pode ser explicada por dois
motivos: primeiro, pois a área que representa as pernas do córtex é menor que a dos
membros superiores e face e, por conseguinte, possui menos fibras do trato
corticoespinhal em relação aos braços; segundo porque havia maior número de pontos
de Acupuntura sendo estimulados nos membros superiores, tendo portanto maior
quantidade de estimulo à circulação de Qi e Xue e à recuperação em si. A melhora
menos acentuada dos membros superiores pode se dever aos mesmos motivos.
Deve-se levar em conta que o tratamento é preconizado diariamente por seis
meses e iniciado já a 48 horas depois do inicio do quadro e se iniciou 30 dias após,
26
tendo duração até o momento do estudo, três meses, três vezes por semana. É
portanto natural que a melhora seja menos acentuada.
É possível que a paciente apresente melhora importante nos próximos meses e
que estes sejam essenciais para a sua recuperação funcional.
Também foi julgado que a Acupuntura tenha sido primordial para a sua
recuperação, tendo em vista que a fisioterapia foi realizada apenas poucas vezes
durante os três meses de acompanhamento (consultas mensais do profissional, que
orientava exercícios duas vezes por dia para os membros acometidos, com duração de
dez minutos por vez, executados por familiares) e que a medicina ocidental ainda não
possui nenhum tratamento com eficácia comprovada para as seqüelas do AVC.
(NORDON, et al., 2011)
Alexander et al. (2004, p. 259-267), realizaram um estudo no Centro de
Reabilitação Hospitalar Daniel Freemans em Los Angeles, no qual 29 pacientes haviam
sofrido de AVC nos últimos 60 dias, que resultou em hemiparesia (fraqueza de um lado
do corpo), foram randomizados para um grupo de controle ou um grupo de Acupuntura.
O grupo controle recebeu cuidados de reabilitação convencional no AVC (composto de
três horas de terapia física, ocupacional e/ou da fala, seis vezes por semana) para a
duração da internação. O grupo de Acupuntura recebeu o mesmo cuidado que o grupo
controle, juntamente com um adicional de 30 minutos de Acupuntura, sete dias por
semana, durante duas semanas durante a internação. A Acupuntura foi fornecida por
oito acupunturistas licenciados que haviam treinado na Faculdade do Imperador e
tinham no mínimo um ano de experiência clínica.
Para assegurar a coerência, um protocolo de tratamento padronizado foi usado
entre todos os pacientes no grupo de Acupuntura. Agulhas foram inseridas em pontos
específicos do membro afetado. Os pontos de Acupuntura usados foram Du20, Du19,
Du21, B7, VB20, Du14, Ren6, Ren12 e E25. Pontos suplementares para os membros
superiores IG15, IG11, TA5, IG4 e P7 e membros inferiores VB31, TA36, VB34, B6,
TA6, TA40, TA41 e F3 foram selecionados dependendo da condição do paciente.
Dentro de 2 semanas do episódio do AVC, o ponto extra Feng Ba foi adicionado, além
do Ren23 e C5 para afasia, E4, ID18 e TA6 para paralisia facial, B6 e VB37 para
problemas de visão.
27
Para medir os efeitos da Acupuntura, os pesquisadores usaram uma ferramenta
que avaliou os aspectos do desempenho físico em extremidades superiores e inferiores
de uma pessoa, junto com uma escala de independência funcional, que avaliou a
capacidade da pessoa para completar determinadas atividades da vida diária sem
ajuda. Os pacientes foram avaliados no inicio (nos três dias de ser admitido na unidade
de reabilitação) e pós alta. No início e após a conclusão do estudo, as avaliações foram
realizadas por terapeutas que eram cegos quanto à randomização de cada paciente.
Uma inspeção minuciosa revelou que os pacientes que receberam Acupuntura
tiveram uma melhora significantemente maior em funções motoras das extremidades
comparado ao grupo controle. Pacientes de Acupuntura também se saíram ligeiramente
melhor que os pacientes controle em termos de dor articular das extremidades
inferiores.
Apresentaram também 11,2 pontos de melhora em independência funcional
comparado aos 8,5 pontos dos pacientes controle. Os autores observaram que os
pacientes que receberam acupuntura demonstraram uma melhora significantemente
maior na banheira/chuveiro e mobilidade de transferência para o banheiro.
Plavsic et al. (2009, p. 121-125) avaliou os efeitos a longo prazo da Acupuntura
e exercícios terapêuticos em ombro congelado de pacientes com AVC.
Embora ocorra com relativa freqüência, nem sua etiologia ou sua fisiopatologia
foram explicadas suficientemente.
O quadro clínico no começo mostra dor e mais ou menos limitações no
movimento.
O estudo foi clínico, prospectivo, aleatório e cego que incluiu 20 pacientes, com
idades entre 60 e 70 anos na fase crônica após um AVC, 6 meses após a terapia. As
unidades participantes foram a Academia Médica Militar, o Departamento de Neurologia
e o Hospital para prevenção e tratamento de doenças cerebrovasculares - “Saint Sava”
em Belgrado, Sérvia.
Os sujeitos do estudo foram divididos em dois grupos: Grupo A, no qual 10
pacientes foram tratados com Acupuntura e terapia de exercícios e Grupo B, no qual 10
pacientes foram tratados apenas com terapia de exercícios.
28
Todos os pacientes foram tratados com Acupuntura de agulhas nos mesmos
pontos de Acupuntura tradicionais para ombro congelado: VB21, IG15, IG14, IG11, ID9,
TA5, IG4, IG1, E38, VB34 e também em pontos específicos geralmente usados após
um AVC – Du20, Du19, Du21, B7, VB20, Du14, Ren14, Ren6, Ren12 e E25 – e um
ponto na orelha, o ponto Shenmen. O tratamento de Acupuntura foi aplicado 5 vezes
por semana, por 20 minutos, durante 4 semanas.
Foi alcançada a recuperação funcional em todos os grupos, o que confirma que o
posicionamento e a terapia de exercícios tem uma importância essencial para um
processo de reabilitação de sucesso.
Um certo grau de mobilidade maior da articulação do ombro (abdução passiva e
ativa), com significativamente menos dor no grupo com Acupuntura, faz concluir que o
efeito analgésico da Acupuntura é parcialmente responsável por melhores resultados.
Essa tendência continuou após 6 meses e embora a recuperação funcional foi
registrada em ambos os grupos, melhores resultados na mobilidade e controle da dor
foram encontrados no grupo da Acupuntura.
Uma descoberta interessante no tônus muscular no grupo com Acupuntura é,
após 6 meses, quase normal, enquanto no grupo com terapia de exercícios apenas foi
registrado um aumento ainda menor no tônus muscular.
A redução da fase inicial de reabilitação provavelmente contribuiu para a
redução do espasmo muscular e, portanto, permitiu uma terapia de exercícios mais
intensiva, a qual estimulou os processos naturais de reparação baseados na
plasticidade do cérebro.
Os resultados confirmam sem dúvida, de acordo com os autores do estudo, que
a tese de que a Acupuntura é significante para o tratamento do ombro congelado em
pacientes com AVC.
Num relato de caso realizado por Santos et al., (2011), uma paciente do sexo
feminino, 46 anos, 53kg, fumante, com história de AVC, que acometeu região
temporoparietal esquerda em abril de 2003 e evoluiu para hemiparesia e hemitaxia á
direita. Após um ano do AVC, iniciou-se quadro doloroso insidioso, contínuo, difuso em
hemicorpo direito, acompanhado de alodínea (mudança no sentido da dor, da qualidade
de uma sensação, seja de que tipo for, estímulos sensoriais que em situações normais
29
não provocariam dor), e hemiparesia, evoluindo com quadro álgico intenso de difícil
controle, porteriormente diagnosticado como síndrome talâmica. Agudizações
intermitentes desencadeadas espontaneamente ou por aspectos emocionais (medo,
alegria, tristeza, preocupação) eram frequentes. A paciente nesse período desenvolveu
depressão e síndrome do pânico, o que prejudicou ainda mais a funcionalidade e o
convívio social. Em janeiro de 2006 deu entrada no serviço de terapia da dor e medicina
paliativa da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, permanecendo em tratamento
sem interrupção, em conjunto com psiquiatria e neurocirurgia. Em 2009, a paciente
encontrava-se em uso de gabapentina 400mg a cada 8 horas, fluoxetina 60mg pela
manhã, clonazepan 1mg a noite, talniflumato, pentoxifilina, codeína 3 vezes ao dia e
pomada de amitriptilina 2% para áreas com maior alodinea. Mesmo com essa
medicação, a paciente referia controle insuficiente da dor, tendo grandes limitações de
atividades do cotidiano, sono e relacionamento social. Apresentava constantes crises
desencadeadas por quadros emocionais. Como nova tentativa de controle álgico, o
serviço de neurocirurgia funcional programou intervenção cirúrgica para implante de
neuroestimulador, mais ainda aguardava vaga para a sua realização.
Em julho de 2009 foi proposto à paciente tratamento com Eletroacupuntura na
tentativa de melhor controle do quadro álgico enquanto aguardava o implante. A
paciente concordou e programaram-se duas sessões semanais. Realizou-se
Acupuntura Sistemica clássica com alguns desses pontos estimulados por
Eletroacupuntura na frequência mista de 2 e 100Hz (pontos IG4 – TA5 e BP6 – E40)
durante 20 minutos. Nas cinco primeiras sessões, foi agulhado apenas o lado esquerdo
da paciente (não acometido) para não desencadear piora da dor. Nas demais sessões,
realizou-se agulhamento bilateralmente com sucesso. A partir da oitava sessão,
mudaram-se os pontos estimulados com Eletroacupuntura, juntamente com a
frequência para onda continua de tonificação de 2Hz nos pontos IG4 – IG10, P3 – TA5,
E36 – BP10, VB34 – B59 no lado direito por 20 minutos. Em todas as sessões, dados
sobre intensidade da dor avaliada pela escala visual analógica, uso de medicação,
evolução durante a semana e escala verbal quantificando-se bem estar foram
coletados. A paciente se submeteu a 11 sessões de Acupuntura, sem interrupções,
sendo programada a manutenção do tratamento para ampliar o controle do quadro.
30
Desde a primeira sessão, a paciente referiu alívio da dor, bem estar e melhora do
sono, quase abolindo o uso do opioide (codeína) e o uso de amitriptilina tópica. Esse
panorama se manteve contínuo e progressivo. Após a terceira sessão, a paciente
apresentou diminuição importante da alodinea e hiperalgesia em palma da mão, o que
a fez iniciar várias atividades manuais rotineiras e intensificou seu convívio social, não
necessitando da medicação codeína e uso tópico de amitriptilina, Após quinta sessão, a
paciente referiu maior controle dos movimentos em mão e pé direitos, maior bem estar,
controle de crises após emoções e melhora da motivação. A paciente relatou ter
começado a se exercitar mais, aumentou a variedade de atividades cotidianas
realizadas e tornou-se mais independente. Após a décima primeira sessão, a paciente
encontrava-se em um quadro álgico controlado, sem uso de opióides e amitriptilina
tópica (desde a segunda semana de tratamento), sensação de bem estar elevada, com
diminuição da paresia, maior coordenação motora. A paciente referiu que gostaria de
continuar o tratamento e estuda a possibilidade de adiar a realização da cirurgia
neurofuncional.
31
8 CONCLUSÃO
Conclui-se nessa revisão bibliográfica que a Acupuntura, a Moxabustão e a
Eletroacupuntura têm efeitos fisiológicos que podem influenciar a plasticidade do
cérebro e, assim, o processo de reabilitação, além de reduzir a espaticidade provocada
pelo AVC e se aplicada repetidamente, pode mantê-la reduzida
Melhora significativamente as funções motoras e as atividades diárias. Houve
também uma grande redução do déficit neurológico.
Apresentou eficácia no tratamento do controle de quadro álgico e no aumento do
bem estar.
Pacientes que receberam Acupuntura tiveram uma melhora significantemente
maior em funções motoras das extremidades, também se saíram ligeiramente melhor
em termos de dor articular das extremidades inferiores.
Demonstraram uma melhora significante no banheiro/chuveiro e mobilidade de
transferência para o banheiro.
O tratamento precoce com Acupuntura em pacientes de AVC agudo pode
melhorar as funções motoras e as atividades da rotina diária, e melhorar o ombro
congelado, seqüela comum encontrada nos pacientes.
Dessa forma, a Acupuntura confere uma melhora significativa na qualidade de
vida do paciente.
32
REFERÊNCIAS
ADMINISTRAÇÃO ESTATAL DE MEDICINA E FARMÁCIA TRADICIONAIS CHINESAS.Farmacologia e Medicinas Tradicionais Chinesas. São Paulo. Ed Rocca. p. 107, 2007. AGOSTINHO, G. Paralisias, lesões medulares, derrame cerebral, Alzheimer e outras doenças neurológicas, 2003 Disponível em: http://geocities.yahoo.com.br/acupuntura/html. Acesso em 10/2011. ALEXANDER, D.N.; CEN, S. SULLIVAN, K.J.; et al. Efeitos da Acupuntura na recuperação pós AVC, motor e função física: um estudo piloto. Neurorehabilitation and Neural Repair, v. 18, p. 259-267, 2004. BESSER G. M. et al. Increased b-endorphin but not met-enkephalin levels in human cerebrospinal fluid after acupuncture for recurrent pain. The Lancet, v. 1, p. 946-948, 1980. BRAGA, J.; ALVARENGA, R.; et al. Acidente Vascular Cerebral. Revista Brasileira de Medicina, 2003, V. 15, p. 88 -96 CHAN, M. Address at the WHO Congresso on Traditional Medicine. Beijing; World Health Organization, 2008. Speech on the WHO Congress on TraditionaMedicine.Disponível em: http://www.who.int/dg/speeches/2008/20081107/en/index/html. Acesso em 28 de maio de 2012. FRAGOSO, S. et al. A fisiopatologia do Acidente Vascular Cerebral e suas sequelas segundo a Medicina Chinesa, 2012, 8 f.Monografia (Ciências da Reabilitação) - Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, 2012. INGALL, T. Stroke – incidence, mortality, morbidity and risk.J Insur Med, v. 36, p. 52-143, 2004. ISARD, P. A. The cost of stroke to the National Health Service. Cerebrovascular Dis, Scotland, v. 2, p. 47-50, 1992. KOTANI, N. et al. Preoperative intradermal acupuncture reduc postoperative pain, nausea and vomiting, analgesic requirement and sympathoadrenal responses. Anesthesiology, v.95, n.2, p. 349 – 356, aug. 2001. LUIZ, L. A; A eficácia da Acupuntura após AVC em estudos já realizados. Jornal de Práticas Integrativas e Complementares, v. 1, p. 42-48, 2013
33
LUNDEBERG, T. Peripheral effects of sensory nerve stimulation (acupuncture) in inflammation and ischemia. Scandinavian Journal Rehabilitation Medicine, suppl. 29, p.4-26, 2001 MACIOCIA, G. Diagnóstico pela língua. São Paulo; Ed Rocca, 2003, p. 31-80. MACIOCIA, G. A Prática da Medicina Chinesa: Tratamento de doenças com Acupuntura e Ervas Chinesas. São Paulo; Ed Rocca; 1996a, p. 95-675. MACIOCIA, G. Os Fundamentos da Medicina Chinesa. São Paulo; Ed Rocca, 1996b, p. 40-135, 253-346. MARTINS, T. Acidente Vascular Cerebral. Qualidade de Vida e Bem Estar. Coimbra. Ed Formasau, 2006; p. 185. MOON, WHANG, PARK, Ko, Antipastic effect of eletroacupuncture and moxibuston in stroke patientis. American Journal Chinese, v. 31, p. 74-467, 2003. NORDON, G. D. et al. Recuperação parcial de hemiplegia secundária a Acidente Vascular Encefálico Isquêmico com Acupuntura. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, v. 13, n. 2, p. 24-27, 2011. PLAVSIC, A..; FOTI, C.; et al. Avaliação dos efeitos a longo prazo da Acupuntura e exercícios terapêuticos em ombro congelado de pacientes com AVC; Acta Fisiatria, v. 3, p. 121-125, 2009. PEIJ, J.; SUN, L.; CHEN, R. et al. The effect of eletroacupuncute on motor function recovery in patients whith acute cerebral infarction: a randomly controlled trial. Journal Traditional Chinese Medicine, v. 34, p. 2-270, 2001. ROMOLI, M. Auricular diagnosis. Churchill Livingstone Elsevier. p. 201-205, 2010. ROSS, J. Zang Fu Sistemas de Órgãos e Vísceras da Medicina Tradicional Chinesa. São Paulo, Ed. Rocca; p. 202, 1994. ROWLAND, L. P. Tratado de Neurologia. Rio de Janeiro; Ed Guanabara Koogan; p.184-193, 2002. SANTOS, O.,GOZZANI, J. Acupuntura como Tratamento Coadjuvante na Síndrome Talâmica: Relato de caso. Revista Brasileira de Anestesiologia, V. 61, p. 88-94, 2011 SCOGNAMILLO-SZABÓ, M.V.; BECHARA, G. H.; Acupuntura: bases científicas e aplicações. Ciência Rural, São Paulo; v. 31, p. 1091-1099, 2005