UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITOS AGUDOS E CRÔNICOS DO ALONGAMENTO MUSCULAR ESTÁTICO
E DINÂMICO NA FLEXIBILIDADE E DESEMPENHO NEUROMUSCULAR E FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO,
CONTROLADO E CEGO
GERMANNA DE MEDEIROS BARBOSA
Orientador: Prof. Dr. Wouber Hérickson de Brito Vieira
Natal-RN
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
GERMANNA DE MEDEIROS BARBOSA
EFEITOS AGUDOS E CRÔNICOS DO ALONGAMENTO MUSCULAR ESTÁTICO
E DINÂMICO NA FLEXIBILIDADE E DESEMPENHO NEUROMUSCULAR E FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO,
CONTROLADO E CEGO
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
para obtenção do título de Mestre em Fisioterapia.
Orientador: Prof. Dr. Wouber Hérickson de Brito
Vieira
Natal-RN
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITOS AGUDOS E CRÔNICOS DO ALONGAMENTO MUSCULAR ESTÁTICO E DINÂMICO NA FLEXIBILIDADE E DESEMPENHO NEUROMUSCULAR E
FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO, CONTROLADO E CEGO
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Prof. Dr. Wouber Hérickson de Brito Vieira
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal/BR)
__________________________________________________
Prof. PhD. Gabriel Siqueira Trajano
(Charles Sturt University – Melbourne/AUS)
__________________________________________________
Prof. Dr. Túlio Oliveira de Souza
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal/BR)
Dedicatória
À minha mãe, Fátima,
que jamais mediu esforços para me ver feliz e realizada.
Ao meu guerreiro pai (in memorian), Bebeto, agora, o meu anjo protetor.
Seu exemplo de luta, bondade e resiliência sempre me deu forças
para nunca desistir dos meus sonhos.
Hoje, realizo mais um deles!
Agradecimentos
À Deus, meu mentor espiritual, energia que me rodeia e me faz seguir
confiante. Meu combustível de luz, em um dos momentos mais difíceis que passei
em minha vida. GRATIDÃO por Tua palavra de reconforto; por Tua mão que me
segurou, não me deixando sucumbir e, principalmente, pelas pessoas que
colocastes em minha vida quando eu mais precisei...
Aos meus pais, que nunca mediram esforços para que eu conquistasse meus
objetivos. Mãe, Deus nunca disse que seria fácil. Pelo contrário, sempre nos mostrou
durante a vida que teríamos dificuldades. Porém, mesmo com elas, caminhamos
com a esperança de conquistar algumas metas na nossa vida. Hoje, sei que a
senhora está feliz com a minha conquista, sua inquietude em me ver feliz e realizada
sempre prevaleceu a qualquer esforço de sua parte. Gratidão por toda minha
caminhada, desde o princípio. A senhora me falou que “criamos os filhos para o
mundo” e acho que comigo tem sido assim. Sei que essa minha vontade de “voar”
sempre te deixou com o coração na mão, mas até isso agradeço por me apoiar e
entender sempre! O passarinho pode voar para longe, mas sempre sabe o caminho
de volta para o seu ninho.
À minha irmã, Isabella, não por ser mais velha, mas, nas horas de decisões
importantes, sempre posso contar com o seu apoio.
Às minhas avós, Eri e Isaura, pelas orações e bênçãos enviadas. Dizem que
“reza de vó” é poderosa!
Aos meus padrinhos, Ulisses e Goretti, pelo incentivo e apoio aos meus
sonhos. Aos meus tios e tias, por sempre torcerem e vibrarem pelas minhas
conquistas. Aos meus primos, principalmente aos “Mamotinhas” pelos risos,
descontrações e a energia positiva que sempre me destinaram. Agradeço à todos os
meus familiares, por serem minha base sólida.
À Telésforo e Rosa, por ceder uma parte de sua residência para que eu
passasse estes dois anos de Mestrado. Agradecimento maior por também
disponibilizar um local para eu ficar em São Carlos/SP. Não tenho palavras para
agradecer, tudo ficaria mais difícil sem o apoio de vocês!
Aos meus amigos verdadeiros, que me ajudaram nas decisões, entendendo
sempre as minhas ausências, especialmente Renata Alves, pela amizade fraterna,
que está ao meu lado em todas as dificuldades e, Rafaella Cartaxo, pelo auxílio e
apoio incondicional em momentos importantes de minha vida.
Ao meu orientador, professor Wouber Hérickson, gratidão pelo acolhimento e
abertura em receber uma aluna que o senhor não conhecia. Por acreditar que eu
conseguiria desenvolver este projeto, que hoje concluo com tanta felicidade. Peço
desculpas pelas falhas, pelos erros, pelas ausências, por muitas vezes não atingir as
expectativas. Mas acredite, todo esse aprendizado levo para a vida, cada acerto
e/ou erro cometido, somaram-se da melhor forma. Gratidão pela amizade, pelos
seus ensinamentos, pelos conselhos, pela sua seriedade e competência, buscando
sempre o melhor seus alunos.
À todos da base de pesquisa GEPADH, que sempre se mostraram dispostos
a aprender e ajudar, em especial Bianca, Heloísa e Tuane, que me auxiliaram com
as intervenções durante a pesquisa e Diego Helps, por sempre mostrar-se disponível
em colaborar com tudo que eu precisava.
Ao meu amigo Glauko, parceiro de longas datas, você foi essencial para que
este trabalho fosse realizado. Eu não sei como teria desenvolvido sem o seu auxílio!
Scheila, gratidão pela amizade verdadeira, pela disponibilidade em sempre me
ajudar. Você é uma amiga para a vida! Daniel, aprendi muito com você, seu
crescimento é exemplo para todos nós! Obrigada pela amizade sincera de todos
vocês!
Aos membros da equipe Move To Cure, Enoque, Dani, Jader, Millena, Giu,
Lud, Evandro, e aos funcionários, apesar do pouco tempo de convivência, gratidão
pela receptividade e pela oportunidade em aprender também com vocês.
À família do Beach Handball do Brasil, por confiarem no meu trabalho e pela
responsabilidade em assumir o setor de Fisioterapia da Seleção no último Mundial.
Aos professores da banca, Túlio Souza, pelo conhecimento repassado, pelos
conselhos, dicas e boas conversas que tivemos ao longo desses dois anos e,
Gabriel Trajano, por se mostrar tão disponível em aceitar o convite, disposto a
colaborar com o fechamento deste trabalho.
Aos professores da pós-graduação, pelo aprendizado que me proporcionaram
nas disciplinas lecionadas.
Ao professor Jamilson Brasileiro, por disponibilizar o eletromiógrafo utilizado
na presente pesquisa. À Caio Alano, pelo tempo dedicado em ajudar a manusear o
aparelho, assim como analisar os dados gerados.
Ao professor Paulo, da Educação Física, por disponibilizar os aparelhos
utilizados nos testes funcionais, juntamente com Scheila. Assim como Jeferson e
Ricardo, que ajudaram a manusear os equipamentos. Vocês foram essenciais!
À professora Catarina Sousa, por nunca se negar a ajudar quando precisei e,
principalmente, por me incentivar e acreditar no meu sonho de estudar o Doutorado
na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
À professora Tânia Salvini, minha futura orientadora do Doutorado, pelo
acolhimento na UFSCar e pela bondade em querer sempre ajudar.
Ao professor Heleodório, da Universidade Federal da Paraíba, meu orientador
da graduação, que colaborou na banca de qualificação deste trabalho e, que sempre
me incentivou para a área da pesquisa e da docência, grande colaborador na minha
formação.
Aos professores de Fisiologia do Exercício (Selma, Wouber, Jocelina), que
me permitiram assumir algumas aulas durante o Estágio e Docência. Foi um grande
aprendizado!
À Liga de Estudos em Fisioterapia Esportiva (LEFERN), que, sem ela, estes
dois anos não teriam sido tão completos. Gratidão aos professores, Wouber e
Gildásio, que me acolheram de uma forma carinhosa e, aos alunos, tão animadas,
abertos aos novos conhecimentos.
Aos meus colegas do Mestrado, por toda ajuda e pelos momentos bons que
vivemos. Fico feliz com a conquista de todos, crescemos juntos!
Aos voluntários participantes do projeto, pela dedicação, disponibilidade e
colaboração como sujeitos da pesquisa.
Aos funcionários do Departamento de Fisioterapia, especialmente Marcos,
Joseilton - “Primo” e Luciana, que contribuíram para a utilização do laboratório 3,
assim como pela acolhida e o bom café de todos as tardes.
Ao pessoal da segurança, que, apesar das trocas de funcionários, acabei
criando um carinho por todos.
Aos demais colegas contemporâneos, o meu agradecimento pela boa
convivência, pelo espírito mútuo de hamonia e colaboração.
Agradecimento Especial
Ao meu PAI,
De início, a sua maior preocupação era com a bolsa. Sem bolsa ele não teria
condições de me sustentar e isso o torturava por dentro. Era capaz de deixar a sua
saúde de lado, pensando na educação e sonho das filhas. Depois, a sua maior
preocupação era com a quantidade de voluntários, se eu estava conseguindo
recrutar e se a pesquisa estava dando certo. Inúmeras vezes me ligava, ainda
preocupado com minhas notas. Ele sempre percebeu que eu “me resolvia” quanto
aos estudos, que sempre me dediquei e que eu estava buscando o melhor para
mim. O que ele talvez não percebesse era que, todas as minhas conquistas, até o
momento, também eram dele, para ele! Ser humano lindo, bondoso, amigo, me
apoiava em simplesmente TUDO na minha vida! Esse era e continua sendo o
senhor, meu pai, a quem dedico de modo especial esta conquista e, agradeço por
todos os ensinamentos que trago até hoje; a minha formação pessoal e profissional;
a construção de um filha que, hoje, tem o sentimento de querer crescer ainda mais,
graças ao que o senhor me deixou de exemplo: lutar até o fim, com humildade e
resiliência! Hoje és o meu anjo protetor, o meu guia espiritual e sei que, estarás
sempre comigo!
Te Amo!
“Se o homem marcha com passos diferentes dos seus companheiros,
é porque, com certeza, ouve o som de outro tambor.”
(Henry Thoreau)
Resumo
Introdução: Exercícios de alongamento muscular são frequentemente empregados
em rotinas de preparação para o exercício ou como forma de desaquecimento.
Dentre estes, o alongamento estático e dinâmico destacam-se por promoverem
diferentes desfechos sobre a flexibilidade e desempenho neuromuscular. Objetivo:
Verificar os efeitos agudos e crônicos do alongamento estático e dinâmico na
flexibilidade e desempenho neuromuscular e funcional em indivíduos ativos e
saudáveis. Materiais e métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado e
cego, composto por 45 voluntários do sexo masculino, ativos e saudáveis
(22,07±3,16 anos; 71,5±8,8 kg; 1,74±0,1 m; 23,1±2,1 kg/m2), aleatoriamente
distribuídos em três grupos: controle (gC – sem intervenção; n=15), alongamento
estático (gAE; n=15) e alongamento dinâmico (gAD; n=15). Todos foram submetidos
às medidas de avaliação de amplitude de movimento (ADM), desempenho
neuromuscular (eletromiografia e dinamometria isocinética) e funcional (testes
funcionais) do membro inferior não dominante (MND), realizadas nos seguintes
momentos: 48h antes do início dos protocolos de alongamento (Av1), imediatamente
após a 1ª (Av2) e a 10ª (Av3) intervenções e 48h após esta última (Av4). Os
protocolos experimentais foram compostos por 10 sessões de alongamento estático
(gAE: 3x30 segundos) ou dinâmico (gAD: 3x30 repetições), dos músculos
isquiotibiais em ambos os membros. Durante todas as intervenções, os voluntários
foram avaliados quanto à sensação dolorosa e, ao final dos protocolos, quanto à
valência afetiva. Na análise dos dados, foi atribuído um nível de significância de 5%.
Resultados: Não houve alterações agudas e crônicas em ambos os grupos, para
todas as variáveis analisadas: flexibilidade (p=0,751), tempo de latência
neuromuscular (p=0,842), torque passivo (p=0,255), pico de torque excêntrico
(p=0,904), índice de fadiga extensor (p=0,284) e flexor (p=0,435), salto vertical com
contramovimento (p=0,172), salto horizontal triplo consecutivo (p=0,095) e shuttle
run test (p=0,791). Conclusão: O alongamento estático e dinâmico não alteram a
flexibilidade e o desempenho neuromuscular e funcional agudo e crônico de sujeitos
ativos e saudáveis. Protocolos similares aos utilizados no presente estudo devem
ser prescritos com cautela, quando o objetivo é aumentar a amplitude de movimento
ou melhorar o desempenho imediato e tardio.
Palavras-chave: exercício de alongamento muscular. amplitude de movimento
articular. dinamômetro de força muscular. eletromiografia.
Abstract
Introduction: Muscle stretching exercises has been frequently used previous to
exercise practices or as a way of cooling-down. Among these, static and dynamic
stretching stand out because they promote different outcomes on flexibility and
neuromuscular performance. Objective: To evaluate the acute and chronic effects of
static and dynamic stretching on flexibility and neuromuscular and functional
performance in active, healthy individuals. Methods: This is a randomized, blinded
clinical trial, composed of 45 male volunteers, active and healthy (22.07 ± 3.16 years;
71.5 ± 8.8 kg; 1.74 ± 0 1 m; 23.1 ± 2.1 kg / m2), randomly divided into three groups:
control (gc - without intervention; n = 15), static stretching (GAE; n = 15) and dynamic
stretching (GAD; n = 15). All patients underwent the range of motion assessment
measures (ROM), neuromuscular performance (electromyography and isokinetic
dynamometer) and functional (functional tests) of the non-dominant leg (MND), held
at the following times: 48 hours before the start of stretching protocols (Av1),
immediately after the 1st (Av2) and 10th (Av3) interventions and 48 hours after the
last dose (Av4). The experimental protocols were composed of 10 sessions of static
stretching (GAE: 3x30 seconds) or dynamic (GAD: 3x30 repetitions), of the
hamstrings in both limbs. For all interventions, volunteers were evaluated for pain
sensation and at the end of the protocols as affective valence. In the analysis of the
data it was assigned a 5% significance level. Results: There has been no acute and
chronic changes in both groups regarding all analyzed variables: flexibility (p=0.751),
neuromuscular latency time (p=0.842), passive peak torque (p=0.255), eccentric
peak torque (p=0.904), fatigue index for extensor (p=0.284) and flexor
groups(p=0.435), countermovement jump (p=0.172), triple jump (p=0.095) and
shuttle run test (0.791). Conclusion: Static and dynamic stretching do not change
flexibility and acute and chronic neuromuscular and functional performance of healthy
and active subjects. Protocols similar to the ones used in this study should be
prescribed with caution, when the objective is to increase the range of motion (ROM)
or to improve acute and late performance.
Keywords: exercise muscle stretching. range of motion. dynamometer of muscle
strength. electromyography.
Lista de Figuras
Figura 1. Mensuração do déficit de extensão ativa do joelho.
Figura 2. A: Conversor analógico/digital; B: Eletrodo de superfície.
Figura 3. A: Mensuração para posicionamento do eletrodo no músculo BF; B:
Tricotomia e limpeza da pele; C: Fixação com esparadrapo; D1: Posicionamento do
eletrodo de referência; D2: Eletrogoniômetro fixado no membro avaliado.
Figura 4. Posicionamento do voluntário para a captação do tempo de latência
neuromuscular.
Figura 5. Momento da alteração angular em milissegundos (TE).
Figura 6. Momento da alteração angular em milissegundos (TM).
Figura 7. Dinamômetro isocinético computadorizado. A: Cadeira ajustável; B:
Unidade de recepção de força; C: Unidade de controle.
Figura 8. A: Cintas de estabilização; B: Alinhamento do MND com o eixo de rotação
do aparelho e braço de alavanca.
Figura 9. Jump System Pro. A: Tapete de contato; B: Placa de interface; C: Software
Jump System 1.0; D: Salto vertical.
Figura 10. Salto horizontal triplo consecutivo.
Figura 11. Shuttle run test. A: Célula Fotoelétrica; B: Cone de demarcação.
Figura 12. Alongamento Estático.
Figura 13. Alongamento Dinâmico.
Figura 14. Fluxograma do Estudo.
Figura 15. Média (±desvio padrão) da amplitude de movimento (ADM) do joelho
para cada avaliação nos três grupos. *p<0,05; **p<0,01.
Figura 16. Média (±desvio padrão) do tempo de latência neuromuscular (TLNM)
para cada avaliação nos três grupos.
Figura 17. Média (±desvio padrão) do pico de torque passivo normalizado pela
massa corporal (PTP/MC) para cada avaliação nos três grupos.
Figura 18. Média (±desvio padrão) do pico de torque excêntrico normalizado pela
massa corporal (PTEXC/MC) para cada avaliação nos três grupos. *p<0,05; **p<0,01.
Figura 19. Média (±desvio padrão) do trabalho total excêntrico (TTEXC) para cada
avaliação nos três grupos. *p<0,05; **p<0,01.
Figura 20. Média (±desvio padrão) do índice de fadiga extensor (IFEXT; A) e índice
de fadiga flexor (IFFLEX; B) para cada avaliação nos três grupos. *p<0,05.
Figura 21. Média (±desvio padrão) do trabalho total concêntrico extensor
(TTCONEXT; A) e trabalho total flexor (TTCONFLEX; B) para cada avaliação nos três
grupos. * p<0,05
Figura 22. Média (±desvio padrão) da potência média concêntrica extensora
(PMCONEXT) e flexora (PMCONFLEX)para cada avaliação nos três grupos. *p<0,05;
**p<0,01.
Figura 23. Média (±desvio padrão) da atura do salto vertical com contramovimento
normalizada pela massa corporal (ALTSVCM/MC) para cada avaliação nos três
grupos.
Figura 24. Média (±desvio padrão) da distância do salto horizontal triplo consecutivo
normalizada pela altura do sujeito (DISTSHTC/ALT) para cada avaliação nos três
grupos. *p<0,05.
Figura 25. Média (±desvio padrão) do Shuttle Run Test (SRT) para cada avaliação
nos três grupos.
Figura 26. Sensação de desconforto auto-relatada imediatamente após cada sessão
dos programas de alongamentos.
Lista de Tabelas
Tabela 1. Caracterização antropométrica da amostra.
Tabela 2. Comparação entre as médias (±desvio padrão) da avaliação inicial de
todas as variáveis dependentes analisadas nos três grupos.
Lista de abreviaturas e siglas
AD: Alongamento dinâmico;
ADM: Amplitude de Movimento;
AE: Alongamento estático;
AEM: Atraso eletromecânico;
ALTSVCM/MC: Altura do salto vertical com contramovimento normalizada pela massa
corporal;
ANOVA: Análise de variância;
Av1: 1ª avaliação - 48 horas antes da 1ª sessão;
Av2: 2ª avaliação - imediatamente após 1ª sessão;
Av3: 3ª avaliação - imediatamente após 10ª sessão;
Av4: 4ª avaliação - 48 horas após a 10ª sessão;
BF: Músculo bíceps femoral;
CS: Condicionador de sinais;
DISTSHTC/ALT: Distância do salto horizontal triplo consecutivo normalizado pela
altura do sujeito;
EIAS: Espinhas ilíacas antero-superiores;
EMG: Eletromiógrafo;
EVA: Escala Visual Analógica;
F: Tamanho do efeito;
FNP: Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva;
gAE: Grupo alongamento estático;
gAD: Grupo alongamento dinâmico;
gC: Grupo controle;
GU: Goniômetro universal;
IC: Intervalo de confiança;
ICC: Índice de correlação intraclasse;
IF: Índice de fadiga;
IFEXT: Índice de fadiga extensor;
IFFLEX: Índice de fadiga flexor;
IMC: Índice de massa corporal;
IPAQ: International Physical Activity Questionnaire;
I/Q: Razão isquiotibiais/quadríceps;
IT: Músculos isquiotibiais;
LCA: Ligamento Cruzado Anterior;
LV: Limiar ventilatório;
MD: Membro dominante;
MND: Membro inferior não dominante;
p: Valor de significância;
PAP: Potencialização pós-ativação;
PAR-Q: Physical Activity Readiness Questionnaire;
PM: Potência média;
PMEXT: Potência média extensora;
PMFLEX: Potência média flexora;
PTP/MC: Pico de torque passivo normalizado pela massa corporal;
PTEXC/MC: Pico de torque excêntrico normalizado pela massa corporal;
P1: Primeiro pesquisador – avaliações e reavaliações;
P2: Segundo pesquisador – aleatorização e intervenção;
P3: Terceiro pesquisador – análise estatística;
RM: Repetição máxima;
RMS: Root Mean Square;
SENIAM: Surface Electromyography for the Non-Invasive Assessment of Muscles;
SVCM: Salto vertical com contramovimento;
SHTC: Salto horizontal triplo consecutivo;
SRT: Shuttle run test;
SPSS: Statistical Package for the Social Sciences;
TE: Variação angular do eletrogoniômetro;
TLNM: Tempo de latência neuromuscular;
TM: Início da ativação muscular;
TP: Torque passivo;
TT: Trabalho total;
TTEXC: Trabalho total excêntrico;
TTEXT: Trabalho total extensor;
TTFLEX: Trabalho total flexor;
UFRN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte;
UMT: Unidade músculotendínea;
VL: Vasto lateral;
VMO: Vasto medial oblíquo.
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.1 Delineamento do problema ........................................................................................ 1
1.2 Justificativa ................................................................................................................ 4
1.3 Objetivos ..................................................................................................................... 5
1.3.1 Geral ......................................................................................................................................5
1.3.2 Específicos ...........................................................................................................................6
1.4 Hipóteses Científicas ................................................................................................. 6
2. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................. 6
2.1 Delineamento e local da pesquisa ............................................................................ 6
2.2 Caracterização da amostra e processo de alocação ............................................... 7
2.3 Cálculo amostral ........................................................................................................ 8
2.4 Aspectos Éticos ......................................................................................................... 8
2.5 Procedimentos e medidas de avaliação ................................................................... 8
2.5.1 Amplitude de Movimento Articular ....................................................................................9
2.5.2 Tempo de Latência Neuromuscular............................................................................... 11
2.5.3 Desempenho Isocinético ................................................................................................. 14
2.5.4 Desempenho funcional .................................................................................................... 17
2.5.5 Sensação de desconforto ................................................................................................ 20
2.5.6 Valência Afetiva ................................................................................................................ 20
2.6 Procedimentos de intervenção ............................................................................... 21
2.7 Análise de dados e estratégia estatística ............................................................... 23
2.8 Fluxograma do estudo ............................................................................................. 24
3. RESULTADOS ................................................................................................................ 24
3.1 Amplitude de Movimento Articular ......................................................................... 26
3.2 Tempo de Latência Neuromuscular ........................................................................ 26
3.3 Desempenho Isocinético ......................................................................................... 27
3.4 Desempenho Funcional ........................................................................................... 33
3.5 Sensação de Desconforto........................................................................................ 35
3.6 Valência Afetiva ........................................................................................................ 36
4. DISCUSSÃO ................................................................................................................... 36
4.1 Amplitude de Movimento Articular ......................................................................... 36
4.2 Tempo de Latência Neuromuscular ........................................................................ 40
4.3 Desempenho Isocinético ......................................................................................... 41
4.4 Desempenho Funcional ......................................................................................... 466
4.5 Sensação de desconforto ...................................................................................... 487
4.6 Valência afetiva ........................................................................................................ 49
4. ASPECTOS RELEVANTES DO ESTUDO.........................................................................49
5. LIMITAÇÕES DO ESTUDO...............................................................................................50
6. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 500
REFERÊNCIAS ..................................................................... Erro! Indicador não definido.1
ANEXOS ........................................................................................................................... 622
APÊNDICES ...................................................................................................................... 700
1
1. INTRODUÇÃO
1.1 Delineamento do problema
O alongamento muscular é um dos principais componentes dos programas
de exercício e condicionamento1 realizado frequentemente por atletas e praticantes
de atividades físicas com o intuito de preparar o corpo para o exercício
subsequente2. A principal resposta frente a esse estímulo é o aumento da amplitude
de movimento (ADM), prevenindo o encurtamento muscular ou proporcionando
maior flexibilidade3. Além disso, tem sido tradicionalmente recomendado por
treinadores com a finalidade de prevenir lesões musculotendíneas e/ou melhorar o
desempenho funcional4.
Dentre os tipos de alongamento muscular, o estático destaca-se por ser
amplamente utilizado e considerado efetivo em produzir aumentos agudos e
crônicos na ADM dos isquiotibiais5. Considera-se efeito agudo resultados imediatos
e em curto prazo6, que parecem ser perdidos poucos minutos após a sua
realização7. Já os efeitos crônicos representam os resultados tardios, que podem
persistir por dias, semanas e meses, podendo ser influenciados pelo efeito
acumulativo de um programa de alongamento6.
Durante o alongamento estático (AE), podem-se distinguir duas fases: uma
dinâmica, onde o músculo é estendido até o seu ponto final de ADM, que pode variar
de acordo com a percepção sensitiva individual, distinta entre os estudos e, uma
fase estática, onde o músculo é mantido nesta posição por um curto período de
tempo8, geralmente 30 segundos. Durante estas duas fases, o músculo oferece uma
resistência passiva, chamada de torque passivo (TP) muscular, sendo esta, igual à
força de tensão aplicada. Apesar de Lardner9 considerar o AE quando realizado
unicamente por uma força passiva, externa ao paciente, Bandy et al.10 afirmam que
o mesmo pode ser executado pelo próprio indivíduo sob a forma de
autoalongamento, desde que haja relaxamento muscular na posição alongada.
Dessa forma, quando o músculo é submetido a um alongamento de
suficiente intensidade, duração e frequência8, pode haver tanto um estiramento
elástico, que consiste em um alongamento temporário e reversível; como um
estiramento plástico, resultando em uma maior extensibilidade do tecido conjuntivo,
mesmo após a retirada da carga11. Supõe-se também que a manobra pode
2
aumentar o limiar de dor em resposta à realização, permitindo que parte do ganho
de flexibilidade, percebido imediatamente após uma única sessão de alongamento
e/ou após programas de alongamento em curto prazo (3 a 8 semanas), se deva-se
ao aumento da tolerância ao estiramento12,13. Dessa forma, a modificação sensorial
do ponto final de movimento, a partir da intensidade das manobras de alongamento,
podem influenciar nas respostas mecânicas e neurais do tecido14.
Estudos sugerem que as alterações provenientes do alongamento
modifiquem as propriedades viscoelásticas da unidade musculotendínea, o que
poderia afetar a curva comprimento - tensão do músculo e/ou velocidade do ciclo
encurtamento-alongamento do sarcômero15. Além disso, a diminuição da ativação
muscular, causada pela redução da excitabilidade reflexa, também poderia ser
modificada16. Dessa forma, autores relatam que o AE, quando realizados
previamente a exercícios, pode promover impactos negativos sobre o desempenho,
fenômeno denominado de déficit de força induzido pelo alongamento muscular17.
Rosenbaum e Hennig18 verificaram o tempo de latência neuromuscular
(TLNM) e constataram aumento no tempo de resposta eletromiográfica após AE de
longa duração nos músculos gastrocnêmio e sóleo, demonstrando atraso na
ativação muscular. Brandenburg19 analisaram o desempenho isocinético e
utilizaram dois protocolos de AE dos isquiotibiais com 15 e 30 segundos de duração.
Os autores encontraram reduções imediatas de 6% no PTEXC deste grupo muscular.
Sekir et al.20, também encontraram reduções de 8,5% no pico de torque isométrico,
5,5% e 5,8% no pico de torque isocinético concêntrico de quadríceps à 60°/s e à
180°, respectivamente.
Kokkonen et al.21 demonstraram aumento do salto vertical, salto em distância,
20 m Sprint e 1RM após um programa de AE composto de 3 séries de 15 s
realizados 3 vezes/semana, durante 10 semanas nos principais grupos musculares
do membro inferior. Já Yuktasir e Kaya22, analisando os efeitos crônicos do AE sobre
o desempenho do salto vertical, não evidenciaram alterações. LaRoche et al.12
também relataram pequenas alterações sobre a força muscular, potência e trabalho
após quatro semanas de AE.
Dessa forma, em virtude de impactos negativos ou resultados contraditórios
do AE sobre o desempenho neuromuscular e funcional, autores têm sugerido a
substituição pelo dinâmico durante protocolos de aquecimento pré-treino ou
competição23 devido à estreita semelhança com os padrões de movimentos durante
3
os exercícios subsequentes24. O alongamento dinâmico (AD) envolve a
movimentação do membro de forma ativa e rítmica, associada à contração do grupo
muscular antagonista ao músculo alvo, a partir da sua posição neutra até o final da
ADM funcional, onde os músculos apresentam maior relação comprimento-tensão,
retornando em seguida o membro para a sua posição inicial25. Revisão sistemática
recente26, recomenda que a velocidade desta ação dinâmica seja realizada "o mais
rápido possível" quando o objetivo é aumentar o desempenho explosivo, sendo o
volume de alongamento controlado por repetições e não por duração.
Estudos relataram que o AD não promove alterações agudas e crônicas na
ADM27,28, embora pesquisadores29,30 tenham encontrado aumentos agudos
semelhantes nesta variável, ao compararem com a técnica de AE. Uma das
possíveis justificativas que favorecem o aumento ADM após AD é o aumento da
viscoelasticidade do tecido e o circuito de inibição recíproca, causando redução do
tônus do músculo alongado31. Além disso, muitos autores têm enfatizado os efeitos
benéficos agudos desta técnica no desempenho isocinético de força2 e potência26,
assim como o desempenho funcional de saltos verticais32, sprints21 e outras
atividades específicas do esporte33.
De acordo com Fletcher e Jones34, os mecanismos pelos quais o AD pode
aumentar o desempenho são similares ao aquecimento, com elevação da
temperatura muscular e a ocorrência de potencialização pós-ativação (PAP),
ocasionada pela contração voluntária do músculo antagonista ao músculo alongado.
Yamaguchi e Ishii26 sugerem que uma maior produção de força pós-AD também
ocorre pelo aumento da função neuromuscular, favorecendo um maior número de
pontes cruzadas de actina e miosina.
No entanto, fatores como velocidade e volume podem interferir no
desempenho subsequente. Fletcher et al.35, investigaram os efeitos agudos de duas
velocidades de AD em diferentes tipos de saltos, verificando que velocidade rápida
(100 repetições/min) favorece mais o desempenho do que velocidade lenta (50
repetições/min). Autores26 recomendam que a técnica seja executada na velocidade
“mais rápida possível”, entre 10 a 15 repetições, de 1 a 2 séries. Entretanto, apesar
de demonstrarem efeitos agudos positivos sobre o desempenho neuromuscular e
funcional, estudos controversos17,36,37 apontam para uma redução após AD ou
mesmo nenhum efeito benéfico sobre estas variáveis.
4
Costal et al.17 avaliaram os efeitos agudos do AD no desempenho
neuromuscular, encontrando redução da força concêntrica e excêntrica de
isquiotibiais e, consequentemente, da razão isquiotibiais/quadríceps (I/Q). Já Ayala
et al.36 investigaram os efeitos agudos no PT e TT excêntrico, não encontrando
alterações. De forma similar, Berenbaum et al.37 também não demonstraram
alterações no salto vertical e 50 m Sprint, após 3 semanas de intervenção de AD nos
isquiotibiais.
Ao compararem os efeitos agudos do AE e AD, Sekir et al.20 encontraram
déficits pós-AE no PT e amplitude do sinal eletromiográfico para ambos os grupos
musculares, e aumentos destas variáveis pós-AD. Da mesma forma, Curry et al.38,
avaliaram os efeitos de ambas as técnicas no desempenho de saltos verticais,
demonstrando efeitos negativos após AE e positivos após AD. Já Taleb-Beydokhti e
Haghshenas39 avaliaram os efeitos agudos e crônicos de ambas as técnicas na
agilidade de mulheres atletas. Os autores relataram redução imediata do tempo da
execução da atividade após AD e aumento após 12 sessões de AE.
Desse modo, apesar de estudos17,2 apontarem que ambos os tipos de
alongamento, quando realizados imediatamente antes de atividades que requeiram
força máxima e/ou potência, podem reduzir ou aumentar o desempenho; deve-se
levar em consideração alguns fatores, como: técnica realizada10,15,27,29, a
intensidade14, duração6, frequência13, a especificidade em relação à atividade física
ou esporte praticado20, assim como fatores intrínsecos (idade, sexo, individualidade
biológica, condição física, respiração, concentração) e extrínsecos (temperatura,
ambiente, hora do dia- ao indivíduo)40.
Além disso, embora alterações agudas do AE e AD sobre o desempenho
sejam bem relatadas na literatura, novas investigações são necessárias para avaliar
as respostas frente a um programa de alongamento envolvendo ambas as técnicas,
sobre diferentes variáveis. Portanto, o propósito do estudo foi analisar os efeitos
agudos e crônicos do alongamento muscular estático e dinâmico na flexibilidade e
desempenho neuromuscular e funcional em indivíduos ativos e saudáveis.
1.2 Justificativa
Os exercícios de alongamento muscular são frequentemente utilizados por
profissionais e alunos nos clubes esportivos e academias de ginásticas com o
5
objetivo primário de prevenir o encurtamento ou melhorar a flexibilidade, sendo
constantemente inseridos em programas de reabilitação. Alguns tipos de
alongamentos também vêm sendo empregados em rotinas de preparação para o
exercício ou como forma de desaquecimento. Dentre estes, o AE e AD destacam-se
por promoverem diferentes desfechos sobre a flexibilidade e desempenho
neuromuscular.
Esta bem postulado na literatura que os efeitos agudos do AE podem
promover aumentos da flexibilidade e redução do desempenho muscular, quando
realizado com suficiente intensidade, duração e frequência8. Contudo, quando a
técnica é aplicada dentro de um programa de alongamento, possivelmente, ocorrem
modificações destas respostas, podendo ser positivas ou negativas, principalmente
sobre as variáveis de desempenho. De forma similar, o emprego do AD como forma
de aquecimento também pode alterar a flexibilidade aguda, promovendo efeitos
benéficos sobre o desempenho neuromuscular. Entretanto, não é bem descrito se as
respostas agudas do AD sobre estas variáveis permanecem, reduzem ou
aumentam, quando inseridas dentro de um programa de treinamento.
Dessa forma, a realização de testes neuromusculares (isocinético e
eletromiografia) e funcionais (testes funcionais) imediatamente após uma sessão de
alongamento (resposta aguda), logo após a última sessão de alongamento (resposta
aguda pós-programa de alongamento) e 48h depois (resposta crônica pós-programa
de alongamento) podem não apresentar os mesmos desfechos, principalmente
quando se considera o tipo de alongamento realizado (estático ou dinâmico),
tornando-se necessário analisar as respostas ao longo de um programa de
alongamento.
Assim, a presente pesquisa dá-se pela necessidade de contribuir na prática
fisioterapêutica e, com educadores físicos, professores, técnicos e esportistas, na
elaboração e execução ou não de alongamentos antes de provas, testes e
exercícios que utilizem a força reativa e seus componentes, podendo auxiliar na
prevenção de lesões e no desempenho durante os treinamentos e competições.
1.3 Objetivos
1.3.1 Geral
6
Analisar os efeitos, agudos e crônicos, do alongamento estático e dinâmico
na flexibilidade e desempenho neuromuscular e funcional em indivíduos ativos e
saudáveis.
1.3.2 Específicos
Mensurar a ADM da extensão ativa do joelho, antes e imediatamente após a
1ª e a 10ª sessão e 48 horas após esta última, em todos os grupos;
Determinar o tempo de latência neuromuscular do bíceps femoral, antes e
imediatamente após a 1ª e 10ª sessões e 48 horas após esta, em todos os
grupos;
Verificar as respostas do desempenho isocinético (torque passivo, pico de
torque excêntrico e índice de fadiga), antes e imediatamente após a 1ª e 10ª
sessões e 48 horas após esta, em todos os grupos;
Quantificar os valores dos testes funcionais (salto vertical com
contramovimento, salto horizontal triplo consecutivo e shuttle run), antes e
imediatamente após a 1ª e 10ª sessões e 48 horas após esta, em todos os
grupos;
Comparar a sensação dolorosa ao final de cada sessão de alongamento,
entre os grupos de intervenção;
Comparar a valência afetiva ao final de cada protocolo de alongamento
estático e dinâmico.
1.4 Hipóteses Científicas
1.4.1 O programa de alongamento estático aumenta a ADM e reduz o desempenho
neuromuscular e funcional agudo e/ou crônico em indivíduos ativos e saudáveis.
1.4.2 O programa de alongamento dinâmico aumenta a ADM e o desempenho
neuromuscular e funcional agudo e/ou crônico em indivíduos ativos e saudáveis.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Delineamento e local da pesquisa
7
Trata-se de um ensaio clínico randomizado e cego, em que o primeiro
pesquisador (P1) foi responsável pelas avaliações e reavaliações; o segundo
pesquisador (P2), pelo processo de randomização e instrução dos voluntários no
protocolo de intervenção e o terceiro pesquisador (P3), pelas análises estatísticas. A
pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Práticas Terapêuticas do Departamento
de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e teve
início após a aprovação do comitê de ética.
2.2 Caracterização da amostra e processo de alocação
A amostra foi constituída por 53 voluntários do sexo masculino, ativos e
saudáveis, recrutados por conveniência por meio de divulgação escrita, eletrônica e
contato pessoal nas academias e instituições de Ensino Superior, da cidade de
Natal/RN.
Foram adotados como critérios de inclusão: (1) ser do sexo masculino; (2)
apresentar faixa etária entre 18 e 28 anos de idade; (3) ter índice de massa corporal
(IMC) de 21 a 25 kg/m2; (4) não estar participando de programas de alongamento do
membro inferior; (5) ser saudável, de acordo com Physical Activity Readiness
Questionnaire (PAR-Q)41 e realizar atividade física (recreacional, sem nível
competitivo) por pelo menos três vezes durante a semana, de acordo com
International Physical Activity Questionnaire (IPAQ)42; (6) não apresentar histórico de
lesão, trauma ou doenças nos membros inferiores nos últimos seis meses, sem
cirurgia prévia neste segmento; (7) não possuir distúrbios musculoesqueléticos,
cardiorrespiratórios e neurológicos que impeçam a realização dos protocolos de
avaliação e tratamento; (8) não estar sob ação de medicamentos que causem
relaxamento muscular ou que possam inibir a ação tônica muscular; (9) apresentar
limitação de ADM (grau de encurtamento muscular) de, no mínimo, 15° de extensão
ativa do joelho21, do membro não dominante (considerando-se 180° a extensão
completa, com quadril posicionado a 90° de flexão). Para identificar a presença ou
não de encurtamento da musculatura posterior da coxa, foi utilizada a adaptação de
um modelo proposto por Chan et al.43, descritos posteriormente, nos procedimentos
e medidas de avaliação.
Apresentaram-se como critérios de exclusão: (1) iniciar a prática de
alongamento nas atividades diárias, durante o período do estudo; (2) não realizar
algum dos procedimentos avaliativos e/ou de intervenção; (3) ausência em pelo
8
menos uma das sessões do protocolo de alongamento; (4) haver surgimento de
lesões durante o período em que o sujeito estivesse inserido na pesquisa; (5) desistir
em participar do estudo. Dessa forma, foram excluídos oito voluntários, três por
ocorrência de lesões no período da pesquisa e cinco por desistência, concluindo o
estudo com um total de 45 voluntários.
Os voluntários foram aleatoriamente distribuídos por meio do site eletrônico
http://www.randomization.com (Código: 21318). Foram inseridas duas informações,
a saber: o tamanho da amostra e o número de grupos. Com esses dados, o site
gerou uma codificação específica para cada grupo e distribuiu os voluntários
aleatoriamente em três grupos: controle (gC), alongamento estático (gAE) e
alongamento dinâmico (gAD).
2.3 Cálculo amostral
Para o cálculo amostral foi utilizado o software G* Power 3.1.0 e os
procedimentos seguiram as recomendações de estudos prévios44. Com base em um
estudo piloto de 4 voluntários, foi adotada uma potência de 0,95, considerando um
nível de significância de 5%, um coeficiente de correlação de 0,5, e um tamanho de
efeito de 0,25. Para tanto, foi calculado um “n” amostral de 15 voluntários para cada
grupo (“n” amostral = 45). Esta análise foi realizada para reduzir a probabilidade de
erro do tipo II e para determinar o número mínimo de indivíduos necessários para
esta investigação. Assim, o tamanho da amostra foi suficiente para fornecer 95,5%
de poder estatístico.
2.4 Aspectos Éticos
Após a aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN N°
1.132.671 – CAAE: 45188614.2.0000.5537 (Anexo A), foi realizado um
esclarecimento sobre a pesquisa e garantido o sigilo de identidade, quando todos
foram informados sobre os objetivos do estudo e os possíveis riscos, reservando-
lhes o direito de desistência. Em seguida, todos os voluntários assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A), baseado na resolução 466/12
do Conselho Nacional de Saúde. Importante ressaltar que o presente estudo foi
registrado no ClinicalTrials.gov, sob protocolo ID: NCT02689544.
2.5 Procedimentos e medidas de avaliação
9
No primeiro momento, todos os voluntários foram registrados na pesquisa por
meio de uma ficha de avaliação, contendo informações sobre identificação, massa
corporal, estatura, histórico de lesões e prática de atividade física (Apêndice B).
Após o processo de randomização e alocação realizado pelo P2, os
voluntários foram submetidos à primeira avaliação (AV1) sob a instrução do P1. Esta
avaliação foi realizada pelo menos 48 horas antes da 1ª sessão de alongamento
para evitar possíveis efeitos residuais dos testes isocinéticos e funcionais. As demais
avaliações, AV2, AV3 e AV4, foram efetuadas imediatamente após a 1ª (resposta
aguda) e 10ª a sessão (resposta aguda pós-programa de alongamento) e 48 horas
após esta última (resposta crônica residual), respectivamente, para os gAE e gAD.
Já os voluntários do gC foram submetidos apenas aos quatro processos avaliativos,
em que a última avaliação (AV4) coincidiu com a quarta avaliação dos outros dois
grupos. Apesar de receberem as mesmas orientações dos demais grupos em
relação à importância das rotinas de atividades de alongamento, durante o período
de estudo os voluntários foram informados de que não deveriam realizar
alongamentos no dia a dia.
Todos tiveram o membro inferior não dominante (MND) testado quanto à
ADM, desempenho neuromuscular (tempo de latência muscular e desempenho
isocinético) e desempenho funcional (testes funcionais), em todas as quatro
avaliações. O MND foi utilizado por ser considerado menos habilidoso e mais
treinável, quando comparado ao membro dominante (MD)45 e, para a sua
identificação, foi questionado qual o membro de preferência para chutar uma bola15.
Entretanto, durante as intervenções nos grupos experimentais (gAE, gAD), ambos os
membros eram alongados, avaliando-se a sensação dolorosa ao final de cada
sessão e, ao término dos protocolos de intervenção, a percepção sensitiva
(prazer/desprazer) em realizar o alongamento. O período do dia em que as
avaliações e reavaliações foram realizadas foi no turno vespertino.
2.5.1 Amplitude de Movimento Articular
Para determinação do déficit de extensão ativa do joelho, foi utilizado o
goniômetro universal (GU; Carci®; Figura 1A), uma mesa de exame e um dispositivo
de madeira especialmente construído para posicionamento e fixação do sujeito na
mesa de exame, composto por duas barras verticais laterais fixadas na mesa de
10
exame e uma barra horizontal unindo as duas na parte superior (Figura 1B), ambas
de madeira43.
O sujeito foi posicionado em decúbito dorsal com os membros superiores
cruzados sobre o tórax, enquanto que o quadril e joelho do MND foram flexionados a
90º, de tal maneira que a região anterior da coxa permanecesse apoiada na barra
transversal horizontal servindo como limitante da flexão do quadril. Foi utilizada uma
cinta de estabilização sobre a pelve, na região das espinhas ilíacas ântero-
superiores – EIAS (Figura 1C) e outra fixando o membro inferior contralateral
dominante, no terço inferior da coxa (Figura 1D).
Figura 1. Mensuração do déficit de extensão ativa do joelho
Os voluntários foram orientados a movimentar a perna de modo ativo, em
direção à extensão do joelho. O P1 mensurou a ADM ativa, por meio de uma
avaliação “cega” com o pivô coberto por uma cartolina, para não influenciar nas
mensurações subsequentes46. O GU foi posicionado na face lateral do joelho, com o
eixo coincidindo com o epicôndilo lateral do fêmur, o braço fixo em direção ao
trocânter maior do fêmur e o braço móvel em direção ao maléolo lateral. O ângulo de
extensão do joelho foi mensurado em três tentativas e registrados pelo P2 os valores
da média entre elas. A ADM foi calculada como a diferença entre o déficit de
extensão ativa do joelho mensurado e o ângulo de 180º, considerado o ângulo de
11
extensão máxima normal desta articulação: ADM=180°- déficit de extensão ativa do
joelho.
2.5.2 Tempo de Latência Neuromuscular
A captação do sinal eletromiográfico foi realizada por meio de um Módulo
Condicionador de sinais de oito canais (CS 800 – EMG System do Brasil Ltda® -
São José dos Campos/SP, Brasil) com resolução de 12 bits e razão de rejeição de
modo comum > 80 Db (Figura 3A). O eletromiógrafo (EMG) foi alimentado por duas
baterias M60GD / M60GE (Moura/ Brasil) e conectado a um notebook, que recebeu
o sinal eletromiográfico, armazenando em arquivo. O software Windaq, versão 3.11
foi utilizado para análise digital dos sinais.
Para a captação da atividade elétrica do músculo bíceps femoral (BF), foi
utilizado um eletrodo de superfície simples ativo diferencial (Figura 3B; EMG System
do Brasil, Brasil), formado por duas barras paralelas de Ag/AgCl (prata/cloreto de
prata), medindo 1 cm de comprimento por 0,1 cm de largura e com distância de 1 cm
inter-polos. As barras são montadas sobre cápsulas de resina acrílica, medindo 1,6
cm de comprimento por 1,4 cm de largura e 0,6 cm de altura.
Figura 2. A: Conversor analógico/digital; B: Eletrodo de superfície
O eletrodo possui um ganho interno de 20 vezes. Assim, como o ganho
programado no conversor A/D foi de 100 vezes, o sinal foi amplificado 2000 vezes.
Os sinais foram captados em uma frequência de amostragem de 2000 Hz e filtrados
12
entre 20 e 500 Hz, conforme proposto por De Luca47. Seguindo-se os critérios da
Surface Electromyography for the Non-Invasive Assessment of Muscles (SENIAM)48
o eletrodo de superfície foi posicionado a 50% de distância entre a tuberosidade
isquiática e o epicôndilo lateral da tíbia (Figura 3A). Anteriormente à sua colocação,
foi realizada a tricotomia e limpeza da pele com álcool 70%, para diminuir a
impedância tecidual (Figura 3B), e, posteriormente, foi fixado com esparadrapo
(Figura 3C). O eletrodo de referência utilizado foi o de superfície (Noraxon Inc, USA),
descartável, autoadesivo, com gel e adesivo hipoalergênicos, com 1 cm de diâmetro
de área circular condutora fixado no maléolo medial do membro contralateral (Figura
3D1).
Um eletrogoniômetro (Figura 3D2; EMG System do Brasil, Ltda® - São José
dos Campos/SP, Brasil), conectado ao eletromiógrafo, foi fixado na articulação do
joelho avaliado por meio de tiras elásticas com velcro, com um dos seus braços
paralelo ao fêmur e o outro paralelo à fíbula, sendo utilizado para determinar o início
da variação do ângulo articular decorrente de uma perturbação externa.
Figura 3. A: Mensuração para posicionamento do eletrodo no músculo BF; B: Tricotomia e limpeza da pele; C: Fixação com esparadrapo; D1: Posicionamento do eletrodo de referência; D2: Eletrogoniômetro fixado no membro avaliado
A captação do TLNM foi realizada com o voluntário posicionado em decúbito
ventral, sobre uma maca, com o joelho do MND flexionado a 90° e preso, em uma
extremidade, por uma corda fixada ao nível do tornozelo por meio de uma cinta de
13
velcro e na outra, fixada a um dispositivo localizado à frente da maca de avaliação,
conforme Figura 4.
Cada indivíduo foi esclarecido a respeito do gesto a ser realizado durante a
captação do sinal (extensão ativa do joelho), sendo orientado a iniciar o movimento
quando o comando verbal de “atenção, prepara, vai!” lhe fosse dado. O voluntário
tentava estender a perna com força máxima e, após 3 segundos, a resistência
imposta pela corda presa à cadeira do dinamômetro era liberada abruptamente pelo
P1, promovendo uma mudança inesperada na angulação do joelho do indivíduo.
Figura 4. Posicionamento do voluntário para a captação do tempo de latência neuromuscular
Enquanto o eletrogoniômetro detectava o início de variação da angulação da
articulação, o eletrodo do EMG captava o início e a amplitude de ativação muscular
na tentativa de registrar a desaceleração da extensão do membro.
Como forma de garantir que o local de fixação dos eletrodos fosse preservado
nas reavaliações, foi utilizada a “janela de depilação”, com área igual à do eletrodo,
sendo recomendado que cada voluntário mantivesse o local sem a presença de
pelos durante todo o período de estudo.
Para análise do TLNM, foi necessário obter o instante inicial da variação
angular do eletrogoniômetro (TE) e o instante de início da ativação muscular efetiva
(TM). Considerou-se o TE (Figura 5), o instante, em milissegundos (ms), quando o
14
eletrogoniômetro apresentou um aumento de pelo menos 3° para extensão do joelho
(TE ≥3°). Para obter o TM (Figura 6), foi necessário o valor da amplitude em repouso
do músculo BF, que foi obtido por meio do Root Mean Square (RMS), em µV. Dessa
forma, foi considerado como início da ativação muscular efetiva, o instante registrado
em ms, em que o valor da RMS do músculo ultrapassou, para mais ou para menos,
3 vezes o desvio padrão do valor de repouso. Para isto, foi realizado o seguinte
cálculo: TM – TE = TLNM49.
Figura 5. Momento da alteração angular em milissegundos (TE)
Figura 6. Momento da alteração angular em milissegundos (TM)
2.5.3 Desempenho Isocinético
15
Para avaliação do desempenho isocinético, foi utilizado um Dinamômetro
Isocinético (Biodex Multi-Joint System 3, New York, USA), que é composto
essencialmente por uma cadeira, uma unidade de recepção de força conectada a
um braço de alavanca e uma unidade de controle, cujo monitor oferece feedback
visual ao voluntário durante a execução dos testes (Figura 7). O aparelho foi
calibrado anteriormente à execução dos testes, conforme recomendações do
fabricante.
Figura 7. Dinamômetro isocinético computadorizado. A: Cadeira ajustável; B: Unidade de recepção de força; C: Unidade de controle
Para todos os testes a seguir, o sujeito posicionou-se sentado na cadeira do
dinamômetro isocinético, estabilizado com cintas na região pélvica e torácica, assim
como na coxa do membro avaliado, para evitar possíveis efeitos compensatórios
(Figura 8A). O eixo de rotação do aparelho foi alinhado ao nível do epicôndilo lateral
do fêmur (eixo de rotação anatômico do joelho) e o braço de alavanca foi ajustado
na parte distal da perna, sendo fixado aproximadamente 5 cm acima do maléolo
lateral do tornozelo (Figura 8B).
16
Figura 8. A: Cintas de estabilização; B: Alinhamento do MND com o eixo de rotação do aparelho e braço de alavanca
2.5.3.1 Torque Passivo (TP)
A primeira avaliação iniciou com o MND completamente relaxado, a partir
da posição inicial de 90º de flexão de joelho até a extensão completa (considerando-
se 0º a extensão completa). O dinamômetro foi programado para estender,
passivamente, a perna do voluntário numa velocidade de 5º/seg50, retornando a
posição inicial. O aparelho registrou e armazenou o TP oferecido contra o
movimento de extensão passiva na amplitude de 0 a 90°, sendo realizada somente
uma medida de TP de isquiotibiais para cada avaliação. Na análise dos dados,
utilizou-se apenas o valor do pico de TP normalizado pela massa corporal (PTP/MC).
Para as avaliações subsequentes ao TP, foi permitida a familiarização de 3
contrações submáximas, no equipamento, anteriormente a cada teste. Além disso,
foi fornecido encorajamento verbal padronizado pelo P1, assim como um feedback
visual do monitor do computador. Todos os voluntários foram monitorados pela
frequência cardíaca e percepção subjetiva do esforço por meio da Escala de
Percepção Subjetiva do Esforço de Borg51 (Anexo B) antes e após cada teste
máximo.
2.5.3.2 Contração excêntrica
Após o TP, foi avaliada a contração excêntrica para os músculos flexores do
joelho à 60º/s17. Para este teste, os voluntários foram orientados a resistir contra o
braço de alavanca que movia o MND na direção de extensão do joelho até 70°
17
(considerando a posição inicial como 0°). Logo após, o P1 movia passivamente o
braço de alavanca para a posição inicial, dando início a uma nova repetição, até
totalizar 5 contrações excêntricas máximas. Para a análise dos dados, foi utilizado o
pico de torque excêntrico normalizado pela massa corporal (PTEXC/MC) e o trabalho
total da contração excêntrica (TTEXC), em cada avaliação.
2.5.3.3 Contração concêntrica
Após dois minutos do teste excêntrico, foram registrados 30 contrações
concêntricas máximas para os músculos extensores e flexores do joelho à 240º/s52.
Todos os voluntários também foram orientados a realizar máxima força concêntrica
para extensão do joelho até a amplitude de 85° (considerando a posição inicial do
indivíduo 0°), retornando à posição inicial com máxima força concêntrica dos
músculos flexores do joelho. Para a análise dos dados, foi utilizado o índice de
fadiga extensor (IFEXT) e flexor (IFFLEX); potência média extensora (PMEXT) e flexora
(PMFLEX) e trabalho total extensor (TTEXT) e flexor (TTFLEX) da articulação do joelho
para cada avaliação.
2.5.4 Desempenho funcional
2.5.4.1 Salto vertical com contramovimento (SVCM)
Os saltos foram realizados sobre o tapete de contato Jump System Pro®
(1000 x 600 x 8 mm), conectado ao software Jump System 1.0 (CEFISE, SP/Brasil),
por uma placa de interfaceamento, sistema eletrônico que apresenta
reprodutibilidade elevada entre medidas, com coeficiente de correlação intraclasse
(ICC) de 0,980 e confiabilidade adequada frente à plataforma de força, com
correlação de 0,99653.
Os cuidados quanto à execução do teste de SVCM são essenciais, pois
alterações no padrão de movimento podem super ou subestimar a altura do salto.
Para isto, os voluntários foram posicionados sobre o aparelho, com os pés paralelos,
a partir da posição ereta, mantendo os joelhos em extensão à 180º, com as mãos
fixas sobre o quadril, na região da crista ilíaca (Figura 9).
18
Figura 9. Jump System Pro. A: Tapete de contato; B: Placa de interface; C: Software Jump System 1.0; D: Salto vertical
Os voluntários foram instruídos a realizar os SVCM, executando o ciclo
alongamento-encurtamento, como descritos por Komi e Bosco54. No momento que
julgavam propício, realizavam a flexão do joelho até ganharem impulsão (sem retirar
os calcanhares do tapete), seguido pela extensão rápida dos quadris e joelhos,
procurando impulsionar o corpo verticalmente. Os joelhos permaneceram em
extensão durante o salto, iniciando e finalizando o exercício com os pés apoiados no
interior da área do tapete de contato. Foi permitida uma repetição para a
familiarização, seguindo-se de três tentativas. Aqui o maior salto foi registrado,
adotando-se o intervalo de repouso de 30 segundos entre cada repetição.
2.5.4.2 Salto horizontal triplo consecutivo (SHTC)
Um minuto após a conclusão do SVCM, os voluntários executaram o SHTC.
Descalços, com o hálux tocando a linha de demarcação de início do salto, os
mesmos equilibravam-se em apoio unipodal do MND e, no momento que julgavam
propício, realizavam os três saltos consecutivos com os membros superiores livres
para auxiliar na impulsão (Figura 10). Em seguida, a distância de salto foi medida
com uma trena, a partir da ponta do pé (fase de preparação) ao calcanhar (fase de
aterrissagem), do mesmo membro avaliado55.
19
Figura 10. Salto horizontal triplo consecutivo
Foi permitida uma repetição para a familiarização e três tentativas de SHTC
utilizando o MND para impulsão, com intervalo de 1 minuto entre os saltos. A maior
distância alcançada foi registrada e, caso o sujeito não executasse corretamente o
salto, o mesmo deveria repeti-lo.
2.5.4.2 Shuttle run test (SRT)
Dois minutos após o SHTC, os voluntários realizaram o SRT56, específico
para avaliar a agilidade, utilizando uma célula fotoelétrica (Figura 11A) modelo
Speed Test Fit (CEFISE, SP/Brasil), posicionada no ponto de partida (0 metro), de
modo que o feixe de luz incidisse na crista ilíaca do avaliado, cronometrando o
percurso com precisão em milésimos de segundo.
O teste foi executado em uma superfície plana, onde os voluntários se
colocavam em posição de largada para corrida, com MND o mais próximo da linha,
na qual estava localizada a célula fotoelétrica.
No momento que julgavam propício, percorriam uma distância total de 20
metros (10 metros de ida e 10 metros de volta), no menor tempo possível. O cone
de demarcação (Figura 11B) estava localizado na linha que completa os 10 metros,
onde os voluntários teriam de dar a volta (giro de 180º pelo lado do MND) e retornar
ao ponto de partida, completando 20 metros. Os voluntários realizaram duas
20
tentativas com intervalo mínimo de um minuto, registrando-se o menor tempo das
duas tentativas. Os testes realizados em desacordo com o prescrito seriam anulados
e repetidos.
Figura 11: Shuttle run test. A: Célula Fotoelétrica; B: Cone de demarcação
2.5.5 Sensação de desconforto
O desconforto ao alongamento foi registrado ao final de cada sessão por meio
da Escala Visual Analógica (EVA)57, composta por uma reta medindo 100
milímetros, onde em uma das suas extremidades (0 mm) está escrito “sem
desconforto” e na outra (100 mm) “desconforto máximo”.
As instruções utilizadas foram: utilize esta escala para indicar como você
identifica a sua sensação de desconforto. “Se você não estiver sentindo nada, a
marcação será ‘sem desconforto’. Se você estiver sentindo desconforto intenso, será
marcado ‘desconforto máximo’ e, se for um desconforto moderado, a marcação será
um ponto intermédio entre as duas extremidades” (Anexo C).
2.5.6 Valência Afetiva
O afeto, descritor de respostas positivas (prazer/conforto) ou negativas
(desprazer/desconforto), foi determinado por meio da Escala de Valência Afetiva -
Feeling Scale58, após o programa de alongamento. Este instrumento é composto
21
basicamente de uma escala de 11 pontos, com itens únicos, bipolares, variando
entre +5 (“muito bom”) e -5 (“muito ruim”).
As instruções utilizadas foram: “utilize os números nesta escala para indicar
qual foi a sensação em realizar esta atividade. Se você sentiu que o exercício foi
muito bom (prazeroso ou confortável), então o número correspondente será ‘+ 5’. Se
você sentiu o exercício como muito ruim (desprazeroso ou desconfortável), então o
número correspondente será ‘- 5’. Se você estiver se sentindo de maneira neutra
(entre o prazer e desprazer /conforto e desconforto), então o número correspondente
será ‘0’” (Anexo D)
2.6 Procedimentos de intervenção
O programa de alongamento foi realizado 3 vezes por semana até a conclusão
de 10 sessões, sob comando do P2. Os integrantes do grupo AE realizaram 3 séries
de 30 segundos de autoalongamento dos músculos isquiotibiais de ambos os
membros inferiores, com intervalo de 30 segundos entre as séries, totalizando 3
minutos de intervenção, aproximadamente.
O voluntário deitava na maca, em decúbito dorsal, e realizava a flexão do
quadril com joelho em extensão. Com auxílio de uma faixa posicionada na face
plantar do pé, sustentava o membro forçando o alongamento da musculatura
posterior da coxa, até o ponto de tensão muscular que provocasse sensação de
desconforto nos isquiotibiais. O membro contralateral foi mantido a 90°, visto que a
modificação do posicionamento da pelve durante as intervenções poderia interferir
nos resultados59. Desta forma, para garantir esta angulação, foi realizada uma
mensuração com GU, de acordo com a Figura 12.
22
Figura 12: Alongamento Estático
Semelhante ao AE, o dinâmico foi realizado para o grupo muscular flexor do
joelho. Inicialmente foi explicada, pelo P2, a maneira correta de realização dos
movimentos, familiarizando os voluntários com o alongamento. Cada sujeito, então,
posicionava-se de pé e contraía, intencionalmente, o músculo antagonista
(quadríceps) ao músculo alvo (isquiotibiais), realizando movimentos dinâmicos de
flexão do quadril com o joelho estendido, repetidos a cada 1 segundo sob comando
do sinal sonoro “bip”. Este era gerado por meio de um software personalizado escrito
em linguagem de programação C. Desta forma, os voluntários forçavam o
alongamento da musculatura posterior da coxa até o ponto de desconforto do tecido
(Figura 13). Totalizaram-se 3 séries de 30 repetições completando,
aproximadamente, 3 minutos de AD para cada membro.
23
Figura 13: Alongamento Dinâmico
Na tentativa de eliminar vieses nos protocolos de alongamento (estático e
dinâmico), ambos os membros inferiores receberam intervenção. Entretanto, apenas
o MND foi estudado durante a avaliação do desempenho neuromuscular e funcional,
visto que o não alongamento do MD poderia interferir nos resultados durante alguns
procedimentos dos testes funcionais (SVCM e SRT). Sendo assim, o MND iniciou a
série de alongamento, mantendo-se por todo o protocolo de intervenção.
2.7 Análise de dados e estratégia estatística
Os procedimentos estatísticos foram realizados por meio do software
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS – 20.0). A fim de verificar a
normalidade dos dados, foi realizado o teste de Shapiro-Wilks e o teste de Levene
para a análise da homogeneidade das variâncias. Após isso, verificou-se que todas
as varáveis apresentaram distribuição normal e homocedasticidade.
Com o objetivo de caracterizar a amostra, foi aplicada inicialmente a
estatística descritiva para todas as variáveis analisadas. Na estatística inferencial,
utilizou-se a ANOVA one way para avaliar os dados antropométricos e todas as
variáveis dos três grupos na avaliação inicial. Logo após, a ANOVA Two-way (3X4)
com medidas repetidas foi aplicada, visto que há três grupos (gC, gAE, gAD) em 4
avaliações distintas (antes e imediatamente após a 1ª sessão, logo após a 10ª
sessão e 48 horas após esta última). Quando necessário, foi aplicado o post-hoc de
24
Bonferroni para avaliar as diferenças inter e intragrupos. Além disso, o teste qui-
quadrado foi utilizado para verificar uma possível associação entre grupo e a
sensação (prazer/conforto e desprazer/desconforto) ao realizar o alongamento,
pontuado pela feeling scale.
Os resultados foram apresentados utilizando-se a média como medida de
centro de distribuição e o desvio padrão como medida de dispersão, sendo
indicados o tamanho do efeito (F), o valor de significância (p) e o intervalo de
confiança (IC) de 95%.
2.8 Fluxograma do estudo
Para melhor entendimento da pesquisa segue o fluxograma com todas as
etapas a serem desenvolvidas.
Figura 14: Fluxograma do Estudo
3. RESULTADOS
25
A Tabela 1 apresenta a caracterização da amostra no início do estudo com os
valores da média (±desvio padrão) da idade, estatura, massa corporal e índice de
massa corporal (IMC). Pode-se observar que não houve diferença entre os três
grupos.
Tabela 1 – Caracterização antropométrica da amostra.
CONTROLE
n=15
ESTÁTICO
n=15
DINÂMICO
n=15
Valor p
Idade (anos) 21,27±2,8 23,07±3,5 21,47±3,0 0,387
Massa Corporal (kg) 74,38±9,2 68,07±9,0 72,06±8,2 0,855
Estatura (m) 1,76±0,1 1,72±0,1 1,74±0,1 0,148
IMC (kg/m2) 23,94±1,8 22,98±2,7 23,68±1,3 0,077 Teste Anova one-way demonstrando que não houve diferença intergrupos (p>0,05).
A Tabela 2 demonstra que não houve diferença entre os grupos na avaliação
inicial para todas as variáveis dependentes analisadas.
Tabela 2: Comparação entre as médias (±desvio padrão) da avaliação inicial de todas as variáveis dependentes analisadas nos três grupos.
VARIÁVEIS CONTROLE
n=15
ESTÁTICO
n=15
DINÂMICO
n=15
Valor P
ADM (graus) 139,3±8,0 138,1±11,2 135,1±10,0 0,247
TLNM (ms) 48,0±29,8 46,7±13,5 47,3±20,2 0,197
PTP/MC (%) 48,0± 7,1 57,5± 14,7 51,4± 11,2 0,119
PTEXC/MC (%) 238,7± 42,1 250,6± 37,5 241,7± 37,7 0,135
TTEXC (J) 768,6± 143,2 731,1± 128,9 772,5± 196,1 0,766
IFEXT (%) 44,3±4,0 47,7±4,7 47,8±5,4 0,593
IFFLEX (%) 47,3±6,9 49,7±7,2 47,3±7,7 0,998
TTEXT (J) 3603,9±541,4 3131,1±386,3 3439,8±599,2 0,938
TTFLEX (J) 2113,3± 343,9 1998,9± 415,7 2143,9± 547,5 0,325
PMEXT (W) 267,7±45,3 234,4±31,5 257,2±54,9 0,375
PMFLEX (W) 142,3±27,6 128,9±30,7 144,8±45,8 0,168
ALTSVCM/MC (cm/kg) 0,49±0,11 0,56±0,11 0,51±0,08 0,505
DISTSHTC/ALT (m2) 3,14± 0,32 3,15±0,41 3,09±0,32 0,546
SRT (s) 4,83±0,20 4,99±0,39 4,96±0,25 0,180
EVA (mm) ┼ - 62,2±25,6 60,4±22,3 0,860 Teste Anova one-way demonstrando que não houve diferença para as variáveis dependentes na
comparação intergrupos, durante a avaliação inicial (p>0,05). ┼
Teste t independente na comparação
entre o gAE e gAD. Legenda: ADM – amplitude de movimento do joelho; TLNM – tempo de latência neuromuscular; PTP/MC – pico de torque passivo normalizado pela massa corporal; PTEXC/MC – pico de torque
26
excêntrico normalizado pela massa corporal a 60°/s; TTEXC – trabalho total excêntrico a 60°; IFEXT – índice de fadiga dos músculos extensores do joelho a 240°/s; IFFLEX – índice de fadiga dos músculos flexores do joelho a 240°/s. TTEXT – trabalho total dos músculos extensores do joelho a 240°/s; TTFLEX – trabalho total dos músculos flexores do joelho a 240°/s; PMEXT – potência média dos músculos extensores do joelho a 240°/s; PMFLEX – potência média dos músculos flexores do joelho a 240°/s; ALTSVCM/MC – altura do salto vertical com contramovimento normalizada pela massa corporal; DISTSHTC/ALT – distância do salto horizontal triplo consecutivo normalizado pela altura do sujeito; SRT – shuttle run test; EVA – escala analógica visual (0-100 mm).
3.1 Amplitude de Movimento Articular
Quanto à ADM do joelho, pode-se observar (Figura 15), que não houve
diferença estatisticamente significativa intergrupos (F2,42=0,288; p=0,751). Contudo,
na avaliação intragrupos, no gAD, observou-se um aumento na ADM entre as
seguintes avaliações: Av1 x Av3 (de 135,1±9,9 para 140,5±8,3 graus; aumento de
3,8%; p=0,032; F3,40= 6,649), Av2 x Av3 (de 133,8±9,9 para 140,5±8,3 graus;
aumento de 4,8%; p=0,0001; F3,40= 6,649) e Av2 x Av4 (de 133,8±9,9 para
139,8±10,3 graus; aumento de 4,3%; p= 0,011; F3,40= 6,649).
Figura 15. Média (±desvio padrão) da amplitude de movimento (ADM) do joelho para cada
avaliação nos três grupos. *p<0,05; **p<0,01.
3.2 Tempo de Latência Neuromuscular
27
No que se refere ao TLNM, não houve diferença estatisticamente significativa
intergrupos (F2,42=0,172; p=0,842) e intragrupos (F3,40=1,459; p= 0,240), conforme
exibido na Figura 16.
Figura 16. Média (±desvio padrão) do tempo de latência neuromuscular (TLNM) para cada
avaliação nos três grupos.
3.3 Desempenho Isocinético
3.3.1 Pico de Torque Passivo normalizado pela massa corporal (PTP/MC)
Não houve diferença estatisticamente significativa intergrupos (F2,42=2,398;
p=0,103) e intragrupos (F3,40=1,408; p= 0,255) para o PTP/MC, conforme exibido na
Figura 17.
28
Figura 17. Média (±desvio padrão) do pico de torque passivo normalizado pela massa
corporal (PTP/MC) para cada avaliação nos três grupos.
3.3.2 Pico de Torque Excêntrico normalizado pela massa corporal (PTEXC/MC)
Pode-se observar que não houve diferença estatisticamente significativa na
comparação intergrupos (F2,42=0,102; p=0,904). No entanto, na comparação
intragrupos, observou-se uma redução no PT apenas no gAE entre as seguintes
avaliações: Av1 x Av2 (de 250,5±37,5 para 223,4±32,7%; redução de 10,8%;
p=0,002; F3,40=11,876); Av1 x Av3 (de 250,5±37,5 para 231,0±48,4%; redução de
7,8%; p=0,014; F3,40=11,876). Av1 x Av4 (de 250,5±37,5 para 211,9±46,4%; redução
de 15,4%; p=0,0001; F3,40=11,876); e Av3 x Av4 (de 231,0±48,4 para 211,9±46,4%;
redução de 8,3%; p=0,005; F3,40=11,876), como mostra a Figura 18.
29
Figura 18. Média (±desvio padrão) do pico de torque excêntrico normalizado pela massa
corporal (PTEXC/MC) para cada avaliação nos três grupos. *p<0,05; **p<0,01.
3.3.3 Trabalho Total Excêntrico (TTEXC)
Não houve diferença estatisticamente significativa intergrupos (F2,41=1,265;
p=0,293), porém, intragrupos, houve redução do TTEXC para o gAE ao comparar a
Av1 x Av2 (de 731,1±128,9 para 636,4±113,2 J; redução de 13,2%; F3,39=8,730;
p=0,006), Av1 x Av3 (de 731,1±128,9 para 669,0±121,0; redução de 8,5%;
F3,39=8,730; p=0,036) e Av1 x Av4 (de 731,1±128,9 para 616,3±145,7 J; redução de
15,7%; F3,39=8,730; p=0,001), como mostra a Figura 19.
30
Figura 19. Média (±desvio padrão) do trabalho total excêntrico (TTEXC) para cada avaliação
nos três grupos. *p<0,05; **p<0,01.
3.3.4 Índice de Fadiga concêntrico extensor (IFEXT) e flexor (IFFLEX)
Não houve diferença estatisticamente significativa para o IFEXT intergrupos
(F2,40=1,300; p=0,284), no entanto, intragrupos, houve redução entre AV2 x AV4
para o gAD (redução de 6,8%; F3,38 = 1,838; p=0,047). Já para o IFFLEX não houve
diferença estatisticamente significativa intergrupos (F2,42=0,850; p=0,435) e
intragrupos (F3,40 = 2,915; p=0,072), como mostra as Figuras 20A e 20B,
respectivamente.
31
Figura 20. Média (±desvio padrão) do índice de fadiga extensor (IFEXT; A) e índice de
fadiga flexor (IFFLEX; B) para cada avaliação nos três grupos. *p<0,05.
3.3.5 Trabalho Total concêntrico extensor (TTEXT) e flexor (TTFLEX)
Com relação ao TTCONEXT (Figura 21A), pode-se observar que houve
diferença estatisticamente significativa intergrupos (F2,39= 2,480; p= 0,022), porém,
não houve intragrupos (F3,37= 1,098; p= 0,362). Para o TTCONFLEX (Figura 21B),
também não houve diferença estatisticamente significativa intergrupos (F2,42=
0,745; p=0,481), no entanto, intragrupos, apresentou aumento para o gAD entre
Av1 x Av4 (de 2143,9± 547,5 para 2369,7± 619,4; aumento de 9,52%; F3,40=3,283;
p=0,029).
32
Figura 21. Média (±desvio padrão) do trabalho total concêntrico extensor (TTCONEXT; A) e
trabalho total flexor (TTCONFLEX; B) para cada avaliação nos três grupos. * p<0,05.
3.3.6 Potência Média concêntrica extensora (PMCONEXT) e flexora (PMCONFLEX)
Para os músculos extensores (Figura 22A), pode-se observar que não houve
diferença estatisticamente significativa na comparação intergrupos (F2,41=2,618;
p=0,085) e intragrupos (F3,33=2,661; p=0,06). Para os músculos flexores (Figura
22B), também não houve diferença estatisticamente significativa na comparação
intergrupos (F2,42=1,025; p=0,368). Já na comparação intragrupos, houve aumento
da potência para o gC entre Av1 x Av4 (de 142,0±27,6; 160,5±34,5; aumento de
11,5%; F3,40=14,460; p=0,006) e Av2 x Av4 (de 149,1±29,2 para 160,5±34,5;
aumento de 7,1%; F3,40=14,460; p=0,039); gAE entre Av1 x Av3 (de 128,9±30,7
33
para 158,1±44,2; F3,40=14,460; aumento de 18,5%; p=0,014) e Av1 x Av4 (de
128,9±30,7 para 145,0±34,1; aumento de 11,1%; F3,40=14,460; p=0,015) e gAD
entre Av1 x Av3 (de 144,8±45,8 para 158,0±44,2; aumento de 8,3%; F3,40=14,460;
p=0,0001); Av1 x Av4 (de 144,8±45,8 para 167,0±47,0; aumento de 13,2%;
F3,40=14,460; p=0,014) e Av2 x Av4 (de 154,4±45,0 para 167,0±47,0; aumento de
7,5%; F3,40=14,460; p=0,014).
Figura 22. Média (±desvio padrão) da potência média concêntrica extensora (PMCONEXT)
e flexora (PMCONFLEX)para cada avaliação nos três grupos. *p<0,05; **p<0,01.
3.4 Desempenho Funcional
3.4.1 Altura do salto vertical com contramovimento normalizado pela massa
corporal (SVCM/MC)
34
Não houve diferença estatisticamente significativa para a ALTSVCM/MC
intergrupos (F2,42=1,836; p=0,172) e intragrupos (F3,40 = 1,012; p=0,397), como
mostra a Figura 23.
Figura 23. Média (±desvio padrão) da atura do salto vertical com contramovimento
normalizada pela massa corporal (ALTSVCM/MC) para cada avaliação nos três grupos.
3.4.2 Distância do salto triplo consecutivo normalizada pela altura do sujeito
(DISTSHTC/ALT)
Para esta variável (Figura 24), não houve diferença estatisticamente
significativa intergrupos (F2,41=0,095; p=0,910) e, na relação intragrupos, houve
aumento da DISTSHTC/ALT para o gAD entre Av1 x Av3 (de 3,09±0,32 para
35
3,26±0,35; aumento de 5,5%; F3,39=2,056; p=0,026).
Figura 24. Média (±desvio padrão) da distância do salto horizontal triplo consecutivo
normalizada pela altura do sujeito (DISTSHTC/ALT) para cada avaliação nos três grupos.
*p<0,05.
3.4.3 Shuttle Run Test
Não houve diferença estatisticamente significativa para o SRT (Figura 25) na
comparação intergrupos (F2,41=0,236; p=0,791) e intragrupo (F3,39 = 0,932; p=0,435).
Figura 25. Média (±desvio padrão) do Shuttle Run Test (SRT) para cada avaliação nos três
grupos.
3.5 Sensação de Desconforto
Para a avaliação do desconforto por meio da EVA na escala de 0-100 mm,
após cada sessão do protocolo de alongamento estático e dinâmico, o teste ANOVA
(mixer) não demonstrou diferença estatisticamente significativa intergrupos (F1,28 =
0,316; p= 0,578) e intragrupos (F9,20=0,730; p=0,677). Pela análise qualitativa do
gráfico desconforto x intervenção (Figura 26), percebe-se que após a 4ª sessão
apenas o gAD manteve uma constante na tolerância ao alongamento até a última
36
sessão do protocolo. Além disso, com base na frequência percentual, ao comparar
os valor inicial (após 1ª sessão) e o final (após 10ª sessão), o gAD reduziu (10,44%)
aproximadamente o dobro da sensação dolorosa do gAE (5,14%).
Figura 26. Sensação de desconforto autorrelatada imediatamente após cada sessão dos
programas de alongamentos.
3.6 Valência Afetiva
Como resultado, o teste Qui-quadrado não mostrou uma associação
estatisticamente significativa entre o grupo e a sensação em realizar o alongamento,
X2(1) = 0,247; p=0,491. No entanto, pode-se perceber que no gAD 73,3% relataram
sensação de prazer/conforto e 26,7%, sensação de desprazer/desconforto. Já para
o grupo gAE, 81,8% relataram sensação de prazer/conforto e 18,2%, sensação de
desprazer/desconforto.
4. DISCUSSÃO
4.1 Amplitude de Movimento Articular
37
Os protocolos de AE e AD utilizados no presente estudo não foram eficientes
para o ganho de flexibilidade após 10 sessões. Contrariamente, Bandy et al.10,
compararam os efeitos de ambas as técnicas na flexibilidade de isquiotibiais após 6
semanas de intervenção em homens e mulheres ativos, demonstrando que o AE
(11,42°) foi superior ao dinâmico (4.27°) no ganho de flexibilidade após protocolo de
alongamento. Para Jacobs et al.60, a duração, a frequência e a intensidade são
variáveis primordiais para o sucesso clínico de um programa de alongamento.
Diversos estudos5,7,10 têm evidenciado que um programa regular de AE dos
músculos isquiotibiais aumenta a flexibilidade em voluntários jovens saudáveis. No
entanto, o estudo aqui proposto demonstrou que 10 sessões de auto AE (3 séries de
30s; 30s repouso), compreendidas em pouco mais de três semanas, realizadas até o
ponto de desconforto do tecido, não foram efetivas no aumento da flexibilidade
aguda e crônica dos músculos isquiotibiais. A configuração do volume de
treinamento adotado para este estudo, baseou‑ se em pesquisas que demonstraram
aumento da ADM com essa duração61 e esse número de repetições62. Além disso,
esse volume de treinamento aproxima‑ se bastante da caracterização dos
programas de flexibilidade recomendados na literatura e utilizados na prática
esportiva61.
Sugerimos que a modalidade de autoalongamento aqui utilizada pode ter sido
subestimada pelo voluntário em termos de intensidade (carga). Resultados similares
foram demonstrados por Bazett-Jones et al.63, ao investigarem os efeitos de 6
semanas de auto AE na flexibilidade do mesmo grupo muscular (4 séries de 45 s; 45
s repouso), realizados até o ponto de desconforto do tecido, com frequência de
quatro dias por semana. Estes achados demonstram que, apesar da utilização de
um maior volume de alongamento quando comparado ao do presente estudo, não
houve alterações nas propriedades mecânicas do tecido muscular. Além disso,
ambas as pesquisas utilizaram o autoalongamento como forma de execução e a
sensação do “ponto de desconforto” como indicador de intensidade, indicando que
os próprios voluntários controlavam a percepção sensitiva durante a manobra.
Esta informação pode ser embasada na percepção sensitiva avaliada por
meio da Escala de Valência Afetiva, Feeling Scale58, após a finalização do programa
de alongamento do presente estudo. De acordo com os dados, 81,8% dos
voluntários relataram sensação de prazer/conforto ao realizar as manobras de AE,
sugerindo que grande parte permaneceu na zona de conforto durante as
38
intervenções. Assim, a intensidade adotada durante o AE pode não ter resultado em
uma tensão suficiente na musculatura a ponto de desencadear alterações que
levassem à deformação significativa na unidade músculo‑ tendínea (UMT),
detectável por meio do parâmetro ADM64.
De acordo com Kubo et al.65, quando uma UMT é alongada e mantida a um
comprimento fixo, ocorre uma diminuição da tensão ao longo do tempo, importante
para o aumento da flexibilidade. No entanto, a magnitude da força gerada pela
manobra pode proporcionar diferentes respostas ao tecido, de tal forma que a
aplicação de pouca força pode resultar em pequeno ou nenhum ganho sobre a
ADM; e muita força pode lesionar o tecido, resultando em resposta inflamatória14.
Dessa forma, apesar de o autoalongamento ser considerado seguro por
proporcionar baixo risco de lesão à UMT66, os voluntários podem não ter atingido o
ponto de desconforto do tecido, considerado efetivo em produzir aumentos agudos67
e crônicos68 na flexibilidade de isquiotibiais.
Além disso, autores7 relataram perda total da ADM ganha pós-AE dos
isquiotibiais, em poucos minutos. Esta perda pode ser atribuída a alterações nas
propriedades viscoelásticas, devido à tensão da manobra de alongamento8, assim
como à influência das propriedades tixotrópicas do músculo, que é a capacidade de
um tecido tornar-se mais líquido depois do movimento e retornar à rigidez, estado de
gel, com o repouso, favorecendo assim ao encurtamento após um ganho imediato
de ADM69.
No estudo aqui presente, o intervalo adotado entre as sessões foi de 48
horas. Gama et al.13, verificaram que a variação no intervalo de tempo (24 e 48
horas) entre sessões de alongamento pela técnica sustentar-relaxar não influencia o
ganho de flexibilidade total dos isquiotibiais. Além disso, os autores discutem que
existe um ganho residual de flexibilidade relativamente pequeno, que, somados,
podem aumentar a ADM total, dentro de um protocolo de alongamento. Entretanto, o
auto AE e a variável intensidade, que não é citada na maior parte dos estudos14,
pode ter influenciado para que o ganho residual de amplitude não fosse incorporado
a cada sessão, comprometendo a flexibilidade ao final do protocolo de alongamento.
Outro fator contribuinte, pode ter sido a especificidade em relação ao método
de avaliação. De acordo com Alter70, “se o exercício de alongamento passivo foi
utilizado para o treinamento de flexibilidade, então, deve-se esperar mudanças em
grande parte na flexibilidade passiva”. Silveira et al.71, investigaram o efeito agudo
39
do AE na flexibilidade de isquiotibiais em homens e mulheres, verificando que a
técnica melhora a flexibilidade estática, no entanto, não tem nenhum impacto sobre
a flexibilidade dinâmica. Aqui, a técnica de auto AE necessitava do relaxamento
muscular na posição alongada durante as intervenções e, da contração ativa do
quadríceps nas avaliações. Assim, provavelmente a não especificidade entre o
método de avaliação e intervenção pode ter interferido na ADM final, após o
protocolo de alongamento.
Foi demonstrado também que o protocolo de AD não proporcionou aumento
na flexibilidade de isquiotibiais após 10 sessões. Para alguns autores29,30, esta não é
a técnica mais indicada para o aumento da flexibilidade, apesar de estudos
anteriores72,73 relatarem mudanças agudas na ADM seguinte ao AD. Recente revisão
sistemática74 sugere que, não existe clareza nos reais mecanismos que promovem o
aumento da flexibilidade após AD, entretanto, os movimentos repetitivos podem
elevar a temperatura da fibra muscular, reduzindo a viscosidade e aumentando a
extensibilidade, porém, em modelos animais. Já em humanos, Herda et al.75,
verificaram redução da rigidez muscular passiva e aumento da ADM após AD. No
entanto, apesar desta técnica ser relatada para aumentar a flexibilidade, há um
distinção entre ADM articular e as propriedades biomecânicas da UMT50,76.
Para a presente pesquisa, foi recomendado que os sujeitos executassem as
manobras na velocidade "o mais rápido possível". Como descrito por Yamagushi e
Ishii26, velocidade rápidas devem ser realizadas quando o objetivo é aumentar o
desempenho explosivo. Outros autores10,73, afirmaram que, quando os movimentos
do AD são executados de forma lenta, permitem a redução do tônus do músculo alvo
e, consequentemente, o aumento da ADM, sem ativação do reflexo miotático.
Bandy et al.10, encontraram aumento da flexibilidade após 6 semanas de AD,
executados de maneira lenta, envolvendo uma fase dinâmica e outra estática, de 5
s, ao final da ADM funcional. Possivelmente, as diferenças para o presente estudo
dá-se, principalmente, pela velocidade de execução, que pode ter favorecido à
ativação do reflexo miotático10, por meio dos proprioceptores musculares (fuso
muscular e órgão tendinoso de golgi), não proporcionando o relaxamento dos
isquiotibiais a cada intervenção e, consequentemente não alterando a ADM. Além
disso, o volume de alongamento adotado (3 séries de 30 repetições) para cada
membro, possivelmente não promoveu suficiente aumento da temperatura dos
isquiotibiais, o que poderia favorecer a extensibilidade muscular.
40
4.2 Tempo de Latência Neuromuscular
A identificação de retardos ou antecipações nas respostas musculares
sugerem alterações proprioceptivas que podem acarretar ou prevenir lesões77. De
acordo com a presente pesquisa, o AE e AD não alteraram o TLNM do bíceps
femoral, avaliado imediatamente após uma única sessão e após 10 sessões de
alongamento. Nossos resultados corroboram, em parte, o recente estudo de Ayala et
al.36 que investigaram os efeitos agudos de ambas as técnicas no tempo de
resposta, tempo pré-motor e tempo motor dos músculos isquiotibiais em atividades
excêntricas, com os voluntários posicionados em pronação. Apesar de não
investigarem o efeito crônico de ambas as técnicas de alongamento, os autores não
encontraram alterações agudas no tempo de resposta muscular.
Outros desfechos foram citados por Rosenbaum e Hennig18, que constataram
aumento no TLNM do gastrocnêmio e sóleo, após a realização do AE e passivo.
Esposito et al.78, também demostraram aumento do TLNM do gastrocnêmio medial
após o mesmo tipo de alongamento. Já Herda et al.79 e Costa et al.80, embora não
tenham avaliado exatamente o TLNM, encontraram aumento do atraso
eletromecânico (AEM) após prolongado AE passivo de flexores plantares. De acordo
com os autores, o AEM é mensurado pela diferença de tempo entre a ativação
muscular e o início da produção de força e, pode estar inversamente relacionado a
rigidez na UMT. Assim, o alongamento passivo reduz a rigidez da UMT, o que pode
acarretar em aumentos no AEM.
Provavelmente as diferenças entre estes resultados se devem-se ao protocolo
de intervenção, visto que na presente pesquisa os voluntários realizavam a manobra
de auto AE e, possivelmente, a intensidade adotada não foi capaz de provocar
alterações na complacência da UMT. Além disso, o efeito agudo do AE sobre o
TLNM parece ser músculo específico e depende da função e estrutura anatômica do
grupo muscular avaliado16. Alterações no comprimento, rigidez e na força da UMT
podem modificar a habilidade de detectar e responder a mudanças inesperadas do
meio externo. Uma UMT mais complacente, em conjunto com distúrbios no tempo de
ativação muscular podem alterar os tempos de reação e movimento81.
41
Contrariamente, Nogueira et al.49, constataram uma redução no TLNM do
bíceps femoral e semitendinoso, imediatamente após o AE e passivo (3 séries de
30s). De acordo com os autores, os isquiotibiais atuam de forma sinérgica com o
Ligamento Cruzado Anterior (LCA) evitando a translação anterior da tíbia; assim,
uma redução no tempo de ativação muscular poderia auxiliar na prevenção de
danos articulares. Embora o mesmo músculo tenha sido analisado, os autores não
utilizaram o auto AE e avaliaram o efeito imediato de uma única sessão de
alongamento, não informando a intensidade com que a manobra foi realizada.
Similarmente, o TLNM também não apresentou alterações após AD. Poucos
estudos avaliaram a influência do AD no TLNM, entretanto, Fletcher et al.35, sugerem
que esta técnica pode promover alterações similares ao aquecimento. Autores82,18
tem demonstrado aumento da velocidade de condução nervosa e diminuição
imediata do TLNM após 10 e 15 minutos de aquecimento. Provavelmente as
diferenças para estes autores deve-se ao curto tempo de AD (3 min) utilizado no
presente estudo, com aumento da temperatura local, visto que durante a manobra,
os voluntários contraiam intencionalmente o músculo antagonista (quadríceps) ao
músculo alvo (isquiotibiais), o que pode ter aquecido de forma específica os
músculos extensores do joelho. Assim, possivelmente o aumento da temperatura
dos isquiotibiais não ocorreu de forma suficiente para promover alterações na
temperatura central, o que resultaria em uma maior velocidade de condução nervosa
e, consequentemente, em um menor TLNM49.
4.3 Desempenho Isocinético
4.3.1 Torque passivo
No presente estudo, não houve alteração do TP dos músculos flexores do
joelho, avaliado imediatamente após uma única sessão ou sob o efeito de 10
sessões de AE e AD. Estes achados demonstram que ambos os programas de
alongamento, com frequência de três vezes por semana, durante três semanas
aproximadamente, não são suficientes para promover alterações nas propriedades
viscoelásticas do grupo muscular isquiotibiais.
À medida que o músculo em repouso é alongado, a razão entre a tensão
(resistência) gerada e a deformação sofrida é definida como rigidez passiva83. Essa
rigidez reflete as propriedades mecânicas do tecido, dadas pelo tecido conectivo
42
intramuscular e pelas proteínas intracelulares84, sendo representada graficamente
pela inclinação da curva stress-strain85. Aqui, a rigidez dos músculos isquiotibiais foi
operacionalizada como o TP de resistência da UMT86 encontrado ao longo da ADM
de 90° de flexão até a extensão completa (0°).
Alguns autores50 quantificaram a rigidez muscular após protocolos de
alongamento, a partir da análise dos torques de resistência gerados durante a
movimentação articular passiva com a musculatura em repouso. Por exemplo,
Magnusson et al.50 avaliaram a influência de dois protocolos de AE no TP dos
isquiotibiais após três semanas, não observando alterações nas propriedades
mecânicas do tecido. Chan et al.87 também demonstraram que programas de
alongamento de quatro e oito semanas de intervenção não são suficientes para
promover alterações no TP do mesmo grupo muscular. De acordo com estes
autores, a duração de um programa de alongamento é um fator crítico para
alterações do TP. Isto pode ser verificado nos estudos de Ryan et al.88, que
compararam durações intermitentes de 2, 4 e 8 min de AE passivo no tríceps sural,
constatando reduções no TP em todos os grupos, entretanto, esta redução foi
revertida após 10 min apenas para durações de 2 min, não ocorrendo alterações do
TP nos demais grupos.
Estudos89,90 também apontam diminuição do TP após programa de AE a
curto-prazo, podendo ocorrer por uma deformação plástica do tecido conectivo
muscular18 e/ou deformação viscoelástica19. De acordo com Nakamura et al.89 as
modificações que ocorrem no tecido conjuntivo são especialmente no perimísio. Já
Gajdosik et al.90 sugerem adaptações das proteínas musculares não contráteis,
principalmente a titina. Entretanto, estas alterações são transientes, alguns minutos
depois de retirada a força de tração, as propriedades viscolásticas retornam aos
seus valores de base3,7,88.
De acordo com Konrad e Tilp91, estes resultados controversos podem ser
devido a intensidade de alongamento que, no presente estudo, foi definida como
“ponto de desconforto do tecido”. No entanto, como citado anteriormente, a manobra
de autoalongamento pode ter subestimado a intensidade com que foi executado a
cada sessão, levando os voluntários a não atingir o ponto de desconforto do tecido.
Além disso, Weppler e Magnusson8 afirmaram que as mudanças estruturais também
dependem do tipo de alongamento.
43
Herda et al.92 avaliaram os efeitos do AD nas propriedades passivas dos
músculos isquiotibiais em diferentes ângulos articulares, verificando redução do TP
em homens saudáveis. Estes resultados são contrários aos do presente estudo, que
não ocorreram alterações no TP dos músculos flexores do joelho, mesmo após uma
sequência de 10 sessões de alongamento. Entretanto, os autores avaliaram apenas
os efeitos agudos, utilizando um volume de 4 séries de 30 segundos, executados na
posição sentada, com o auxilio do dinamômetro isocinético, diferindo da metodologia
aqui empregada. Já Samukawa et al.73, apesar de relatarem aumento da ADM dos
flexores plantares após um volume total de 150 s de AD, não encontraram
alterações no ângulo de penação das fibras musculares e no comprimento do
fascículo.
De acordo com Gajdosick93, as adaptações de comprimento e extensibilidade
podem ocorrer sem alterações nas propriedades viscoelásticas mensuradas no
comprimento normal do músculo. Além disso, a flexibilidade e a rigidez passiva
devem ser analisas de forma independentes. Como citado anteriormente,
possivelmente o volume de AD empregado não foi suficiente para promover
alterações nas propriedades biomecânicas do tecido, verificadas pelos parâmetros
ADM articular e torque passivo. Além disso, fatores como área de secção transversa,
predominância do tipo de fibra muscular, a disposição das fibras, a estrutura do
tendão e a função muscular podem implicar uma reação diferente da UMT frente ao
alongamento94.
4.3.2 Contração excêntrica
Os protocolos de AE e AD utilizados no presente estudo não influenciam as
características da curva ângulo-torque, expressas pelo PTEXC e TTEXC, quando
comparados com a condição controle, não havendo também diferença entre os
grupos experimentais. Resultados similares foram citados por Ayala et al.36, que
investigaram os efeitos agudos de ambos os tipos de alongamento nas mesmas
variáveis, não encontrando alterações na força excêntrica de isquiotibiais.
Mesmo que existam estudos em que grandes reduções no desempenho após
AE sejam relatados95, os primeiros achados da influência desta técnica,
especificamente antes de ações musculares excêntricas máximas, foram
apresentados por Cramer et al.96,97. Similares ao presente estudo, os autores não
encontraram alterações na ativação muscular, entretanto, avaliaram o músculo
44
quadríceps femoral. Logo após, Brandenburg19 utilizou dois protocolos de AE com
15 e 30s de duração, encontrando reduções de 6% no torque excêntrico de
isquiotibiais. Similares ao presente estudo, Sekir et al.20 demonstraram perda de 10 a
14% no PT excêntrico de isquiotibiais em mulheres ativas, após AE com duração
total de 40 s e 80 s. Costa et al.98 também encontraram reduções de 15 a 18% para
a mesma variável em mulheres ativas, após AE com duração total de 120s. Para o
estudo aqui realizado, foi observado que apenas o gAE reduziu o PT e TT excêntrico
imediatamente após a 1ª e a 10ª sessão, e 48 horas após esta última sessão, com
decréscimos consideráveis no PT (7,7-15,4%) e TT (8,5-15,7%). Entretanto, não se
pode confirmar esta redução, visto que não houve diferença ao comparar com o gC,
além de que, a análise qualitativa do gráfico demonstra comportamentos similares
entre ambos os grupos. Vale ressaltar que, todos os autores supracitados avaliaram
apenas o efeito agudo do AE no PTEXC, não citando a variável TT, bem como o efeito
crônico de um programa de alongamento em curto prazo nas ações musculares
excêntricas, o que dificulta a comparação entre os resultados.
Apesar do limitado número de estudos que evidenciam o impacto negativo do
AE de diferentes durações (<60 s e ≥60 s) na força excêntrica, um pequeno efeito
deletério pode ser provável19. De acordo com autores77, reduções na ativação
muscular podem ser ocasionadas por alterações no drive central, que pode ser
modulado pelas vias aferentes neurais. Foi demonstrado aqui que, não houve
alterações na flexibilidade após protocolo de AE e AD, verificado pelo parâmetro
ADM. Da mesma forma, não houve modificações agudas e crônicas na ativação
muscular isocinética excêntrica. Apesar de alterações nas vias sensitivas neurais
serem precedentes de modificações estruturais no tecido99, não foi observado
aumento ou redução do desempenho. Mais uma vez, como citado anteriormente,
fatores como intensidade, associado à manobra de autoalongamento estático e,
volume de AD podem ter contribuído para estes resultados, não promovendo
alterações na força excêntrica.
4.3.3 Contração Concêntrica
4.3.3.1 Índice de Fadiga
Para o presente estudo, ambos os protocolos de alongamento não
influenciaram no IFEXT e IFFLEX do joelho. Coppo et al.100 também não encontraram
45
alterações agudas e crônicas no IF após 4 semanas de AE e Facilitação
Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) de flexores plantares, realizados 3
vezes/semana. Porém, além de utilizarem técnicas e grupo muscular distintos da
presente pesquisa, os autores não avaliaram o IF pela dinamometria isocinética, o
que dificulta a comparação entre os resultados.
Como exposto anteriormente, durante as sessões de AD havia contração
intencional do quadríceps femoral com duração de 90 s para cada membro,
totalizando 180 s (aproximadamente 3 min). De acordo com Grassi et al.101, os
sistemas anaeróbios alático e lático contribuem (1-2 min iniciais) com significante
proporção na ressíntese de ATP até que uma estabilidade seja alcançada pelo
metabolismo aeróbio, aumentando o fluxo sanguíneo periférico (oferta de oxigênio).
Este aumento pode favorecer a elasticidade do tecido e a função do sistema nervoso
central, com maior recrutamento das unidades motoras neuromusculares102.
No presente estudo, foi constatado redução significativa de 6,8% no IF
extensor apenas para o gAD ao comparar a 2ª e a 4ª avaliação. Entretanto, não se
pode confirmar esta diminuição, visto que não houve diferença ao comparar com o
gC, além de que, a análise qualitativa do gráfico demonstra comportamentos
similares entre ambos os grupos. Para Johnson et al.3, o músculo reto femoral,
motor primário da flexão do quadril e extensão do joelho, apresenta maior proporção
de fibras do tipo II quando comparado aos músculos vasto lateral (VL) e vasto medial
oblíquo (VMO), tornando-se mais suscetível a fadiga. Com o treinamento, era
esperado que, no gAD ocorresse uma redução do IF extensor do joelho, devido as
adaptações do treinamento ao longo das sessões. Entretanto, foi sugerido que o
volume de AD pode não ter sido suficiente a ponto de se comportar como um
aquecimento, contribuindo na pré-ativação da musculatura para o exercício
subsequente, o que poderia favorecer a redução desta variável.
4.3.3.2 Potência Média
Os protocolos de AE e AD aqui utilizados não influenciam na PM extensora e
flexora do joelho. Estes resultados não são consistentes com estudos prévios que
relataram redução da PM após AE103 e aumento após AD104.
Uma possível explicação para a discrepância entre os resultados pode ser o
efeito da dose-resposta ao alongamento, relatados na revisão sistemática de Behm
e Chaouachi105. Segundo os autores, durações de AE >90s promovem reduções da
46
PM em um único grupo muscular; já durações ≤90s tendem a diminuir os efeitos
negativos do alongamento. Os mesmos autores observaram que durações >90 s de
AD promovem maior aumento da PM (7,3%± 5,3%) quando aplicados anteriormente
a um teste, do que abaixo deste tempo ≤90s (0,5%±2,3%). No presente estudo, o
volume total de AE utilizado foi 90s por sessão, para cada membro; já para o AD,
foram utilizadas 90 repetições por segundo, aproximadamente 90s de duração, o
que poderia reduzir os efeitos negativos do AE e positivos do AD. No entanto, os
resultados de Behm e Chaouachi105 referem-se apenas aos efeitos agudos do
alongamento que, apesar de serem consistentes com os nossos achados, os
autores não avaliaram o efeito de sessões sequenciais sobre a PM.
4.3.3.3 Trabalho Total
Embora a relação entre os efeitos do alongamento e o desempenho
isocinético seja mais discutida na literatura por meio da variável PT, o
comportamento dos grupos em relação ao TT também deve ser relatado10.
Para presente pesquisa, apenas o gAE reduziu o desempenho no TT
extensor imediatamente após a 1ª intervenção (Av2), quando comparado ao gC. No
entanto, possivelmente esta diferença não está relacionada a alterações mecânicas
e neurais do músculo quadríceps, mas, sim, ao efeito da aprendizagem motora106 no
gC. Para justificar esta informação, pode-se perceber que na avaliação inicial – Av1
(baseline), ambos os grupos partiram de uma condição estatística semelhante,
porém, o gC apresentou 472,8 J (13%) a mais do que o gAE (gAE: 3131,1±386,2;
gAD: 3603,9±541,4). Na Av2, esta diferença aumentou para 531,6 J, ou seja, um
aumento de 12,64% em relação à Av1. No entanto, este aumento ocorreu devido a
uma maior contribuição do gC (1,36%) do que a uma redução do gAE (-0,31%),
justificando as diferenças encontradas.
4.4 Desempenho Funcional
Ambas as técnicas de alongamento não promoveram alterações agudas e
crônicas nos testes funcionais (SVCM, SHTC e SRT), quando comparadas ao gC,
não havendo também diferenças entre os grupos experimentais.
Behm e Chaouachi105 analisaram por meio de revisão sistemática, o efeito
agudo do AE sobre o desempenho de exercícios dinâmicos, concluindo que,
47
volumes de até 90 s não oferecem prejuízo sobre diferentes tipos de saltos e sprints,
semelhantes aos achados da presente pesquisa, sem alterações no SVCM, SHTC e
SRT imediatamente após o AE.
Ao verificar os efeitos crônicos, Kokkonen et al.21 demonstraram aumento no
salto vertical (6,7%), salto em distância (2,3%) e 20 m Sprint (1,3%) após 3 séries de
15 s de AE nos principais grupos musculares do membro inferior, realizados 3
vezes/semana, durante 10 semanas, demonstrando que um programa regular
melhora o desempenho. No entanto, Bazzet-Jones et al.63, não encontraram
alterações no Sprint e SVCM após 4 séries de 45 s de AE dos isquiotibiais,
realizados 4 vezes/semana, durante 6 semanas, confirmando os resultados da
presente pesquisa. Possivelmente estas diferenças ocorreram pelo não alongamento
de outros grupos musculares dos membros inferiores, uma vez que articulações
como tornozelo e quadril também estão envolvidas no movimento. Além disso, foi
sugerido que a intensidade do autoalongamento pode não ter sido suficiente para
promover alterações viscoelásticas, que poderia influenciar no ciclo alongamento-
encurtamento do sarcômero4 e, consequentemente, no desempenho funcional. De
acordo com Behm106, os estudos que utilizam intensidades de alongamento
submáximas (até o ponto de desconforto) não fornecem clareza sobre os déficits no
desempenho induzidos pelo AE.
Já Hough et al.32, encontraram aumento no SVCM após AD, comparando com
o grupo controle (4,9%) e, mais notadamente, com o grupo AE (9,4%), contrariando
o presente estudo. No entanto, os autores também utilizaram alongamento dos
principais grupos musculares do membro inferior, o que pode ter favorecido para o
aumento do desempenho. De forma similar a presente pesquisa, Wallmann et al.110
não observaram alterações na altura do SVCM, quando o AD foi realizado apenas
nos músculos gastrocnêmios. Avaliando o efeito crônico, Berenbaum et al.37,
também não demonstraram alterações no salto vertical e horizontal e 50 m Sprint
após 3 semanas de intervenção de AD dos isquiotibiais.
Como já citado anteriormente, foi recomendado que os sujeitos executassem
as manobras na velocidade "o mais rápido possível" que, de acordo com Yamagushi
e Ishii26, esta intensidade tem o objetivo de aumentar o desempenho explosivo.
Assim, era esperado que o AD aumentasse o desempenho nos testes funcionais,
principalmente pela pré-ativação do quadríceps, importante músculo motor primário
na execução dos testes. Possivelmente, o volume de AD adotado, a exemplo da
48
velocidade, intensidade e número de repetições, além do alongamento específico de
um único grupo muscular (antagonista ao motor primário), pode não ter sido
suficiente para potencializar o desempenho agudo e crônico nos testes funcionais.
4.5 Sensação de desconforto
Com base nos registros da sensação de desconforto após cada intervenção,
foi verificado que não houve alterações na percepção sensitiva em ambos os grupos
experimentais. Uma das principais abordagens nos programas de alongamento a
curto prazo (3 a 8 semanas), são as modificações sensoriais que ocorrem, mesmo
sem alterações no comprimento muscular, ou seja, o aumento da ADM ou redução
do torque passivo normalmente se dá pelo deslocamento da curva
comprimento/tensão para a direita8, sugerindo maior tolerância ao alongamento.
No presente estudo, apesar de ser constatado, ao final do protocolo, uma
redução percentual mais acentuada no gAD (10,44%) ao comparar com o gAE
(5,14%), esta redução não foi significativa. Além disso, percebe-se na análise
qualitativa do gráfico que, após a 4ª sessão apenas o gAD manteve um
comportamento constante na sensação de desconforto entre as intervenções, no
entanto, os testes estatísticos também não detectaram estas alterações como
significativas, ao comparar com o gAE.
Similar ao presente estudo, Björklund et al.107, utilizaram uma escala de Borg
(de 0 a 10) para classificar a sensação subjetiva a cada repetição de auto AE do reto
femoral, executados 4 vezes/semana, durante 2 semanas. Como resultado, também
não encontraram alterações crônicas na ADM, no entanto, contrariando os dados
aqui apresentados, a sensação de desconforto reduziu significativamente (14%),
quando comparado ao gC. De acordo com Jessell e Kjelly108, os mecanoceptores e
proprioceptores musculares e articulares podem apresentar redução do disparo após
uma única manobra de alongamento. Entretanto, como citado anteriormente, a
intensidade do auto AE pode não ter sido suficiente para promover maior tolerância
ao alongamento, com consequente redução da frequência de disparo dos
receptores, de forma a adaptar a sensação do indivíduo durante o treinamento.
Além disso, como citado anteriormente, a técnica de AD pode promover a
elevação da temperatura muscular26, favorecendo a extensibilidade do tecido
conectivo ao alongamento, aumentando a sensibilidade dos órgãos tendinosos de
49
Golgi, contribuindo para o relaxamento muscular100. No presente estudo, foi
recomendado que os sujeitos realizassem as manobras “o mais rápido possível”, o
que pode ter favorecido à ativação do reflexo miotático10, por meio dos
proprioceptores musculares (fuso muscular e órgão tendinoso de golgi), não
proporcionando o relaxamento dos isquiotibiais a cada intervenção e,
consequentemente, não modificando a tolerância ao alongamento.
4.6 Valência afetiva
Na investigação que aqui foi realizada, não houve diferenças para a resposta
afetiva entre os grupos experimentais, entretanto, ambos apresentaram
aceitabilidade acima de 70%. Uma das justificativas para estes resultados baseia-se
na intensidade de execução dos alongamentos, tornando-se um fator determinante
para a resposta afetiva109.
Como citado anteriormente, os sujeitos foram instruídos para que
executassem ambas as técnicas até o ponto de desconforto do tecido. Além disso,
os grupos não apresentaram mudanças na variável principal do estudo, a
flexibilidade. Dessa forma, é possível que, a intensidade de AE foi abaixo da
necessária para promover alterações na ADM, contribuindo para a resposta afetiva
apresentada. Já para o gAD, embora executassem a técnica até o ponto de
desconforto, supõe-se que os sujeitos também relataram a sensação de afeto, no
gAD, pelo “cansaço” percebido durante as manobras. Porém, esta percepção não foi
suficiente para reduzir as respostas afetivas nesse grupo, ao comparar com o gAE.
Embora os estudos que envolvam as respostas afetivas para técnicas de
alongamento sejam escassos, o conhecimento prévio do comportamento do afeto
promove subsídios científicos para pesquisadores proporem estudos que possam
beneficiar a saúde dos praticantes e mantê-los regularmente na prática dos
exercícios físicos110.
4. ASPECTOS RELEVANTES DO ESTUDO
Os resultados apresentados confrotam, em parte, a literatura já existente,
principalmente para a variável flexibilidade. No entanto, os achados do presente
estudo fundamentam-se a partir de um modelo metodológico detalhado, com a
50
construção aleatória de três grupos experimentais, sendo um controle, além de
pesquisadores experientes, previamente treinados ao início do estudo, tanto para o
processo de cegamento, como para os procedimentos e medidas de avaliação, com
o intuito de evitar possíveis falhas metodológicas. Ressalta-se também a utilização
de instrumentos de boa confiabilidade e reprodutibilidade, com cada procedimento
descrito de forma peculiar, o que favorece a sua exequibilidade por outros
pesquisadores. Diante da variabilidade metodológica encontrada na literatura,
principalmente em termos de volume de alongamento, consideramos que os
achados da presente pesquisa contribuem também para a formulação de outros
questionamentos, sugeridos posteriormente nas considerações finais do estudo aqui
realizado.
5. LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Como limitações do estudo, consideramos importante para trabalhos
posteriores que, os efeitos do alongamento estático e dinâmico sejam investigados
em outras populações, não só sujeitos ativos e saudáveis; que o alongamento seja
realizado não só nos isquiotibiais, mas também em outros grupos musculares dos
membros inferiores. Além disso, no presente estudo utilizamos protocolos curtos, de
aproximadamente 3 semanas, assim, sugerimos que sejam investigados protocolos
mais duradouros, acima de 12 semanas, que encontram-se escassos na literatura.
Durante o procedimento de avaliação da flexibilidade, foi utilizado apenas a
mensuração da flexibilidade ativa do joelho, sugerimos adicionar também a
flexibilidade passiva, com o intuito de detectar possíveis alterações na ADM, dada
pelos componentes passivos da musculatura. Outro fator é a precariedade de
instrumentos expostos na literatura, que possam quantificar a intensidade de
alongamento e, sejam de fácil uso também na prática clínica, de forma a controlar a
carga da manobra que esta sendo realizada. Por fim, recomendamos que a
mensuração do torque passivo no dinamômetro isocinético seja realizada no mesmo
posicionamento da avaliação da flexibilidade, ou seja, em decúbito dorsal, para uma
maior fidedignidade entre ambas as avaliações.
6. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
51
Diante dos resultados apresentados, concluimos que, protocolos de AE de 3
séries de 30s, bem como AD de 3 séries de 30 repetições nos músculos isquiotibiais,
não alteram a flexibilidade e o desempenho neuromuscular e funcional agudo e
crônico de sujeitos ativos e saudáveis. Além disso, o efeito agudo do alongamento
estático e dinâmico nas diferentes variáveis analisadas, não é afetado pelo treino de
flexibilidade de 10 sessões e, este treinamento não influencia no ganho residual
avaliado 48 horas após o programa de alongamento.
A partir destes achados, consideramos que o AE e AD, tal como o utilizado no
presente estudo, devem ser prescritos com cautela, principalmente quando o
objetivo é o aumento da flexibilidade a curto prazo. Além disso, possivelmente os
efeitos de ambas as técnicas no desempenho podem ser volume dependente, visto
que os resultados expostos na literatura são condraditórios quanto a este aspecto e,
não observamos no presente estudo, efeitos positivos ou negativos no desempenho,
ao realizar o protocolo estabelecido para ambas as técnicas.
A partir dos achados aqui elucidados, outra pergunta carece ainda de
resposta: qual a influência de diferentes intensidades de auto AE e, diferentes
velocidades de AD (lenta, progressiva e rápida), no ganho de flexibilidade,
desempenho neuromuscular e funcional, quando realizado dentro de um programa
de alongamento?
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stretching regimen of the rectus femoris muscle. Arch Phys Med Rehabil.
2001;82(9):1245-50. PMID: 11552198;
108. Jessell TM, Kjelly DD. Percepção e dor. In: Kandel ER, Schwartz JH, Jessell
TM, editores. Princípios de Neurociência. São Paulo: Manole; 2003;
109. Reed J, Ones DS. The effect of acute aerobic exercise on positive activated
affect: a meta-analysis. Psychol Sport Exerc. 2006;7(5):477–14. DOI:
10.1016/j.psychsport.2005.11.003;
110. ACSM. American College of Sports Medicine. ACSM’s guidelines for exercise
testing and prescription. 8. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2010.
62
ANEXOS
63
Anexo A
PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA
64
65
66
67
Anexo B
ESCALA DE PERCEPÇÃO SUBJETIVA DO ESFORÇO DE BORG
68
Anexo C
ESCALA VISUAL ANALÓGICA MODIFICADA
Anexo D
ESCALA DE VALÊNCIA AFETIVA – FEELING SCALE
Dor/desconforto
Máxima
69
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APÊNDICES
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Apêndice A
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM FISIOTERAPIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - TCLE
Esclarecimentos
Este é um convite para você participar da pesquisa: “EFEITOS AGUDO E
CRÔNICO DO ALONGAMENTO ESTÁTICO E DINÂMICO NA FLEXIBILIDADE,
DESEMPENHO NEUROMUSCULAR E FUNCIONAL: ENSAIO CLÍNICO
RANDOMIZADO, CONTROLADO E CEGO”, que tem como pesquisador
responsável o Prof. Dr. Wouber Hérickson de Brito Vieira.
Este estudo se propõe a verificar os efeitos, agudo e crônico, do alongamento
estático e dinâmico, avaliando a amplitude de movimento, sensação dolorosa,
valência afetiva, tempo de latência muscular, desempenho isocinético e
desempenho funcional.
A partir deste protocolo poderemos disponibilizar informações que serão
utilizadas por profissionais da área de Fisioterapia e Educação Física na elaboração
de programas de treinamento e inserção do tipo de técnica adequada para o objetivo
desejado, além de melhorar a qualidade de vida dos que participarem através da
prática de alongamento.
Caso decida aceitar o convite, o senhor será submetido(a) aos seguintes
procedimentos: avaliações sobre dados gerais da sua saúde e condições físicas dos
membros inferiores, respeitando os critérios de inclusão na pesquisa. Em seguida,
será alocado em um dos três grupos (controle, alongamento estático ou
72
alongamento dinâmico), onde será realizada a avaliação da linha de base (iniciais) e
avaliações posteriores, composta por: mensuração da Amplitude de Movimento;
Tempo de Latência Muscular; Desempenho Funcional e Isocinético, este último,
gerando um esforço máximo durante o teste isocinético no membro inferior não
dominante, sendo monitorado pela frequência cardíaca (FC) e percepção subjetiva
do esforço nos intervalos de descanso. Será avaliado também a sensação dolorosa
e a valência afetiva em estar realizando os exercícios de alongamento, durante as
intervenções.
O protocolo será constituído por 10 sessões de alongamento, realizadas 3
vezes por semana, até a conclusão do número limite de sessões. Imediatamente
após a 1ª e 10ª sessões e 48 horas após esta, o senhor será submetido aos
mesmos procedimentos de avaliações da linha de base. Durante a realização da
pesquisa, a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é
semelhante àquele sentido num exercício físico. Dentre eles temos: riscos inerentes
à atividade física como falta de ar leve e fadiga (cansaço). No entanto, caso haja
qualquer outro tipo de desconforto relacionado com a pesquisa, estará assegurado o
acompanhamento clínico gratuito no Departamento de Fisioterapia da UFRN, até
que seja garantido o seu total reestabelecimento.
Ao participar dessa pesquisa a senhora terá como benefício o conhecimento
sobre o seu desempenho muscular nas medidas avaliadas e poderá contribuir com o
enriquecimento do conhecimento científico sobre o tema estudado.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando
para o Prof. Dr. Wouber Hérickson de Brito Vieira, telefone: (84) 88978390, e-mail:
Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em
qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados
apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de
nenhum dado que possa lhe identificar.
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa
pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.
73
Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será
assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.
Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa,
você será indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
telefone 3215-3135. Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com
você e a outra com o pesquisador responsável, Prof. Dr. Wouber Hérickson de Brito
Vieira.
Consentimento Livre e Esclarecido
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os
dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e
benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos,
concordo em participar da pesquisa os riscos e benefícios envolvidos e concordo em
participar voluntariamente da pesquisa “EFEITOS AGUDO E CRÔNICO DO
ALONGAMENTO ESTÁTICO E DINÂMICO NA FLEXIBILIDADE, DESEMPENHO
NEUROMUSCULAR E FUNCIONAL: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO,
CONTROLADO E CEGO” e autorizo a divulgação das informações por mim
fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado
possa me identificar.
Assinatura do participante:_______________________________
Data:____/____/___
Declaração do pesquisador responsável
Como pesquisador responsável pelo estudo “EFEITOS DO ALONGAMENTO
ESTÁTICO E DINÂMICO NO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR E FUNCIONAL:
ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO, CONTROLADO E CEGO”, declaro que
74
assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos
metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante
desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do
mesmo.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora
assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12
do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo
o ser humano.
Natal, ___ de ______de 2015
Assinatura do pesquisador responsável
PESQUISADOR RESPONSÁVEL:
Wouber Hérickson de Brito Vieira – Professor Orientador
Endereço profissional: Av. Salgado Filho, 3000. Campus Universitário
CEP: 59078-970 Natal - RN. Telefone: (84) 33422003
e-mail: [email protected]
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Apêndice B
FICHA DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
FICHA DE AVALIAÇÃO
DOMINÂNCIA D EEXAME FÍSI
Uso de medicação Sim Não Caso sim, qual?
Hipertensão Sim Não
Alteração da sensibilidade em MMII Sim Não
Desequilíbrios devido a tonturas ou outros fatores?
Sim Não
História de lesão, doença ou trauma nos membros inferiores nos últimos 6 meses?
Sim Não
Cirurgia prévia nos membros inferiores? Sim Não
Presença de dor na articulação do joelho, quadril ou alguma parte do corpo?
Sim Não
Participando de programa de alongamento para os membros inferiores?
Sim Não
Tipo de atividade física que pratica? (academia, natação, voleibol, futebol, etc)
Tempo de prática de atividade física? (meses/anos)
Quantas vezes na semana pratica 1 2 3 4 5 6 7
Data / /
Nº
Grupo
NOME:
IDADE: DATA DE NASCIMENTO:
PROFISSÃO: ESTADO CIVIL:
CPF: MASSA CORPORAL: ALTURA: IMC:
ENDEREÇO COMPLETO:
/
EMAIL: DATA DA AVALIAÇÃO:
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atividade física?
Quantas horas por dia pratica atividade física?
Costuma alongar-se? Não Pré-treino Pós treino Pré e Pós treino