UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
MARIA TERESA DE CASTRO FUGULIN
A INSTRUMENTALIZAÇÃO DO D.E (DESENHO-ESTÓRIA) NA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA.
São Paulo
2016
MARIA TERESA DE CASTRO FUGULIN
A INSTRUMENTALIZAÇÃO DO D.E (DESENHO-ESTÓRIA) NA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA.
Monografia apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia, pela Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª. Maria Elisa de Mattos Pires Ferreira.
São Paulo
2016
MARIA TERESA DE CASTRO FUGULIN
A INSTRUMENTALIZAÇÃO DO D.E (DESENHO-ESTÓRIA) NA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA.
Monografia apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia, pela Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª. Maria Elisa de Mattos Pires Ferreira.
Aprovada em
_______________________________________
Prof.ª Dr.ª. Maria Elisa de Mattos Pires Ferreira
Universidade Anhembi Morumbi
DEDICATÓRIA
Dedico a presente monografia, primeiramente a Deus por ter me oferecido
a oportunidade de aprender, evoluir e servir em espírito fraterno.
Aos meus pais falecidos, aos meus filhos Pedro Augusto e Fernanda e ao
tio Eurico, meu segundo pai, que deixou-me todas as orientações
necessárias para a vida.
Aos amigos: Sérgio Roberto e Roberto Carnevalli, em eterna gratidão e
amor.
Ao meu colega psicopedagogo Marcos Dias que esteve ao meu lado me
apoiando antes e durante a elaboração desta monografia.
Aos irmãos e as irmãs da Ordem Secular Franciscana, na qual pertenço.
À diretora da Escola Miguel Roque, Olinda A. A. Okada.
Aos mestres orientadores e colegas professores.
Aos meus alunos, meu eterno amor e agradecimento, por me ensinarem a
ser cada dia melhor.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos Mestres que transformaram a minha vida para melhor, dividindo
seus conhecimentos, afim de que eu me torne uma profissional mais
capacitada e um ser humano mais feliz.
Aos meus colegas psicopedagogos: Marcos Dias, Neidy e Andréia, em quem
deposito uma confiabilidade profissional.
Aos meus familiares, por me incentivarem e principalmente, ao meu estimado
irmão Sérgio Roberto, que prontificou-se a custear parte deste curso.
Por fim, ao Mestre Jesus, por me iluminar.
“Arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida”.
CARL G. JUNG
FUGULIN, Maria Teresa De Castro. A instrumentalização do D. E Desenho-Estória na Avaliação Psicopedagógica. Monografia de conclusão de curso –
Psicopedagogia. Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2016.
RESUMO
Este trabalho diz respeito à psicopedagogia institucional escolar, tendo por
tema a instrumentalização do D.E (Desenho-Estória) e como delimitação na
avaliação das dificuldades de aprendizado escolar. O problema tratado é: como
o D.E (Desenho-Estória) pode contribuir na avaliação das dificuldades de
aprendizado escolar? O objetivo geral consiste, portanto, em compreender
como o D.E Desenho-Estória pode contribuir na avaliação das dificuldades de
aprendizado escolar. Quanto aos objetivos específicos, são eles: descrever e
definir o Desenho Estória e suas variantes; discutir e destacar a importância do
desenho da criança no diagnóstico psicopedagógico; finalmente, relatar uma
vivência do Desenho Estória na Psicopedagogia Educacional. Este tema é
importante para a psicopedagogia porque atualmente as escolas enfrentam um
grande desafio, ao lidar com as dificuldades de aprendizagem, sem parâmetros
de avaliações concretas, ao dizer sobre seus alunos. Dessa forma, o trabalho
parte da hipótese de que o D.E. contribui eficazmente e aliado à técnicas
expressivas, identifica, auxilia e esclarece, as dificuldades decorrentes do
processo ensino/aprendizagem. O trabalho desenvolvido justificou-se porque
de um ponto de vista particular, a escolha do tema D.E. utilizado na
Psicopedagogia Educacional para sondagem das dificuldades de aprendizado
e autoconhecimento do indivíduo justifica-se através da área na qual atuo
profissionalmente - Arte Educação e Arte Terapia. Assim sendo, torna-se
necessário que eu compreenda com mais profundidade esta técnica de análise,
que também é utilizada em consultório, para contribuir concretamente no
processo de diagnósticos psicopedagógicos. A modalidade escolhida para o
desenvolvimento desta monografia foi uma pesquisa bibliográfica exploratória
associada a uma pesquisa de campo, modalidade qualitativa, envolvendo a
instrumentalização do D.E.
Palavras-chave: D.E Desenho-Estória, Dificuldades de aprendizagem,
Intervenção Psicopedagógica.
Fugulin, Maria Teresa De Castro. The instrumentalization of D.S (Drawing-Story) in Psychopedagogical evaluation. Course conclusion monograph -
Psychopedagogy. Anhembi Morumbi University, São Paulo, 2016.
ABSTRACT
This work concerns the institutional school educational psychopedagogy, on the
theme of instrumentalization of D.E. (Drawing-Story) and as delimitation in the
evaluation of the difficulties in school learning. The problem is treated: as D.E.
(Drawing-Story) can contribute to the assessment of the difficulties in school
learning? The overall objective is to understand how the D.E. (Drawing-Story)
can contribute to the assessment of the difficulties in school learning. As for the
specific objectives are: describe and define the Story Design and its variants;
discuss and highlight the importance of child drawing in psycho diagnosis;
finally report an experience of Story Design in Educational Psychopedagogy.
This theme is important for educational psychology because schools currently
face a major challenge in dealing with learning difficulties without parameters of
concrete assessments, to say about their students. Thus, work on the
assumption that the D.E. contributes effectively and combined with expressive
techniques, identifies, assists and clarifies the difficulties arising from the
teaching / learning process. The work was justified because of a particular point
of view, the choice of subject D.E. used in Educational Psychopedagogy for
drilling of learning difficulties and individual self is justified through the area in
which I work professionally - Art Education and Art Therapy. Therefore, it is
necessary that I understand more fully this analysis technique, which is also
used in surgery, in particular to contribute psychopedagogic process
diagnostics. The modality of choice for the development of this paper was an
exploratory literature associated with field research, qualitative method involving
the manipulation of D.E.
Keywords: D.E. (Drawing Story), Learning Disabilities, Psychoeducational
Intervention.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................09
CAPÍTILO I – D.E DESENHO-ESTÓRIA E SUAS VARIANTES.................12
1.1O que é D.E e suas variantes?......................................................12
1.2 Reflexões acerca da Aprendizagem..............................................14
CAPÍTULO II – O DESENHO DA CRIANÇA E O DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO....................................................................................18
2.1 A importância da expressão por meio do desenho........................18
2.2 Visão psicopedagógica de avaliação através do desenho livre....21
CAPÍTULO III – RELATO DE UMA VIVÊNCIA..............................................24
3.1 Abordagem das Intervenções feitas a partir de Oficinas
Psicopedagógicas, utilizando a instrumentalização do D.E e D.F-E..............24
3.2 Intervenção Psicopedagógica Educacional.....................................25
3.3 O que são Oficinas Psicopedagógicas............................................28
3.4 Intervenção do Caso “A”..................................................................28
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................30
REFERÊNCIAS................................................................................................32
ANEXOS...........................................................................................................34
1. Ficha – Projeto de Monografia..........................................................35
2. Ficha - Declaração de Inexistência de Plágio....................................42
9
INTRODUÇÃO
“Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer
minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o
mundo me der”.
Carl G. Jung
A presente monografia foi elaborada a partir das minhas reflexões sobre a
instrumentalização do Desenho-Estória, que é um recurso utilizado na
Psicopedagogia para investigar as dificuldades de aprendizado do paciente e,
para isso, baseei-me em teóricos do assunto e em visita exploratória à escola
Estadual Miguel Roque, localizada na zona sul do município de São Paulo, com
o objetivo de compreender como o Desenho-Estória pode contribuir na
avaliação de dificuldades de aprendizado escolar e qual a contribuição do
psicopedagogo através da instrumentalização do Desenho-Estória como um
facilitador para uma investigação. A escolha da área e do tema da monografia
se justificam porque, de um ponto de vista particular, a escolha do tema D.E
utilizado na Psicopedagogia Educacional para sondagem das dificuldades de
aprendizado e autoconhecimento do indivíduo justifica-se através da área na
qual atuo profissionalmente - Arte Educação e Arte Terapia. Assim sendo,
torna-se necessário que eu compreenda com mais profundidade esta técnica
de análise, que também é utilizada em consultório, para contribuir
concretamente no processo de diagnósticos psicopedagógicos.
Com uma nova abordagem, dirigida em oficinas psicopedagógicas ou
individualmente com alunos de uma instituição de ensino, posso observar o
quanto se faz necessário esta comunicação, pela facilidade da
instrumentalização realizada.
A psicopedagogia como teoria do conhecimento, que estuda o processo de
aprendizagem e dificuldades decorrentes, muito contribui para explicar a causa
dessas dificuldades no processo humano do conhecimento, portanto é
10
sumamente relevante um trabalho de pesquisa que demonstre a função e
contribuição do psicopedagogo escolar, frente as inúmeras dificuldades que
encontram nestes espaços na sociedade contemporânea. Consequentemente,
conhecer o âmbito da psicopedagogia institucional é importantíssimo para
aqueles que com ela se envolvem e sua aplicação nas escolas, com
adaptações e aplicações adequadas.
Diante deste contexto, atualmente as escolas enfrentam um grande desafio, ao
lidar com as dificuldades de aprendizagem, sem parâmetros de avaliações
concretas, ao dizer sobre seus alunos. Dessa forma, o trabalho parte da
hipótese de que o D.E contribui eficazmente e aliado a técnicas expressivas,
identifica, auxilia e esclarece, as dificuldades decorrentes do processo
ensino/aprendizagem. Partindo desse ponto de vista, o papel do
psicopedagogo escolar é trabalhar a instrumentalização, de maneira
multidisciplinar que facilite e favoreça a intervenção pontual, a fim de sanar
estas dificuldades. Assim o D.E vem auxiliar para o conhecimento e
desenvolvimento amplo dos alunos e da instituição (escola), através das
descobertas em registro e da observação singular do indivíduo.
A modalidade escolhida para o desenvolvimento desta monografia foi uma
pesquisa bibliográfica exploratória associada a uma pesquisa de campo,
modalidade qualitativa, envolvendo a instrumentalização do D.E.
Amplio este contexto, após utilizar a técnica do D.E., como fase exploratória
inicial, a introdução de técnicas de expressão artísticas, utilizadas em arte
terapia, tais como: pintura, colagem e modelagem. Para esta intervenção, após
algumas sessões de desenho gráfico, oficinas psicopedagógicas foram
realizadas. Com a garantia de uma maior observação para análise individual e
grupal.
Contudo, para a sociedade, é imprescindível a discussão e o esclarecimento do
tema. Indubitavelmente são muitos os alunos que possuem dificuldades na
aprendizagem, que apresentam problemas nas diferentes áreas escolares e na
vida em geral, no seu desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, como um
todo. Assim, um psicopedagogo escolar, pela sua formação, poderá colaborar
11
em muito com esses estudantes através do D.E., o que justifica a escolha do
tema para a elaboração da monografia.
Quanto à estrutura do texto, a monografia se organiza a partir de três capítulos.
O primeiro aborda o D.E Desenho-Estória, definindo-o e comentando suas
principais variantes; o segundo destaca reflexões sobre a importância do
desenho da criança no diagnóstico psicopedagógico; finalmente, o terceiro
relata uma vivência, tendo como parâmetro a instrumentalização do D.E na
Psicopedagogia Educacional.
12
CAPÍTULO I: D.E (DESENHO-ESTÓRIA) E SUAS VARIANTES
1.1 O que é D.E e suas variantes?
Segundo Walter Trinca (2013), é uma técnica de investigação psicológica que
apresenta determinadas características, não como testes psicológicos, mas
como meio de auxiliar e ampliar a investigação da personalidade. Ele prima por
manter em aberto a situação de observação e de contato psíquico que são
facilitados os processos de associação livre do examinando e de atenção
flutuante do profissional. Numa exploração mais ampla, com uma abordagem
arte terapêutica e com as técnicas de livre expressão, o indivíduo a ser
analisado coloca-se de maneira informal e livre. Nessas condições, cada
profissional, no caso, o psicopedagogo poderá encontrar com facilidade aquilo
que o examinando lhe comunica, a respeito de sua vida.
Ainda segundo Trinca, o D.E foi inicialmente introduzido em 1972, do qual se
seguiu uma forma derivada, o DF-E, cujos propósitos consistem em
proporcionar condições de expressão e acolhimento da vida emocional
relacionada à dinâmica familiar, me moldes semelhantes ao primeiro. Outro
sim, em decorrência do D.E, apareceram novas formas de abordagem da vida
mental adaptadas a determinadas circunstâncias, como o D.E para cegos, D.E
de profissionais (DP-E) e o D.E com Tema.
O D.E ao longo se transformou num recurso amplo, aplicável a situações
variadas e utilizado em diferentes especialidades, como: na Saúde pública,
Odontologia, Fonoaudiologia, Psicopedagogia, Judiciário, Psicologia Social e
Escolar, entre outros. 1
Através de uma abordagem dirigida em oficinas psicopedagógicas ou
individuais com alunos de uma instituição de ensino, observei a importância da
instrumentalização do D.E e suas variantes para a contribuição do
psicopedagogo escolar, frente às inúmeras dificuldades que se encontram
1 Cf. TRINCA, (2013). De fato, milhares de aplicações no Brasil e no exterior levaram à constatação de que, em muitos casos, o uso da técnica em sua forma tradicional se torna terapêutico.
13
nestes espaços da sociedade contemporânea, e através do conhecimento em
psicopedagogia institucional, tornou-se meio eficaz para compreender as
queixas de dificuldades escolares, de conduções, de problemas de
aprendizagem. Neste contexto, localiza-se a instrumentalização do D.E, em
fator pedagógico e emocional, sendo, portanto, um recurso útil ao contexto
psicopedagógico.
Nesta instrumentalização, portanto, o psicopedagogo interage positivamente,
utilizando o recurso do D.E como meio de descoberta para futuras
intervenções. Citar também o D.F-E (Desenho Família e Estória) para casos
específicos, como uma variante em sua aplicação, em abordagem no qual se
faz necessário, investigar mais a fundo o contexto familiar do indivíduo.
A psicopedagogia como teoria do conhecimento, que estuda o processo de
aprendizagem e dificuldades decorrentes, que muito contribui para explicar a
causa dessas dificuldades no processo humano do conhecimento, portanto é
sumamente relevante um trabalho de pesquisa que demonstre a função e
contribuição do psicopedagogo escolar, frente às inúmeras dificuldades que se
encontram.
Amplio este contexto, após utilizar a técnica do D.E, como fase exploratória
inicial, a introdução de técnicas de expressão artísticas, utilizadas em arte
terapia, tais como: pintura, colagem e modelagem. Para esta intervenção, após
algumas sessões de desenho gráfico, oficinas psicopedagógicas foram
realizadas, com a garantia de uma maior observação para análise individual e
grupal.
Para a sociedade a discussão e o esclarecimento da possibilidade de
empregar-se a instrumentalização do D.E através dos especialistas é muito útil,
pois são muitos os alunos que possuem dificuldades de aprendizagem, que
apresentam problemas nas diferentes áreas escolares e na vida em geral, no
seu desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, como um todo. Assim sendo, o
psicopedagogo escolar, pela sua formação, poderá colaborar e muito com
esses estudantes através do D.E.
14
De acordo com Souza (2011), a produção de imagens é uma forma de
comunicação de afetos, a partir daquele que a produz, estimula aquele que as
observa a entrar em contato com elas, como uma espécie de linguagem.
Sendo assim, é sempre instigante acompanhar uma criança que se permite
desenhar e contar estórias com liberdade, pois nos leva com ela a um passeio
que o D.E convida o paciente a realizar, e ele o fará pelos caminhos de suas
fantasias, angústias e defesas, ancorado pela presença do outro, que o
convida e o apoia.
1.2 Reflexões acerca da Aprendizagem.
Segundo Piaget (1973), a aprendizagem só se dá com a desordem e ordem
daquilo que já existe dentro de cada sujeito. É necessário obter contato com o
difícil, com o incomodo para desestruturar o já existente e em seguida
estruturá-lo novamente, com a pesquisa e também motivações tanto intrínseca
como extrínseca para obter a aprendizagem, ressaltando que a motivação
intrínseca é mais importante porque o sujeito tem que estar interessado em
aprender, sendo que a junção dos dois (intrínseca e extrínseca) formam
importantes aliados para a melhor aprendizagem do sujeito. O processo do
conhecimento se dá na interação entre sujeito e objeto, esta interação chama
de assimilação e acomodação.
Assimilação para Piaget (1973) é uma integração a estruturas prévias, que
podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta
própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é,
sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação.
Simplificando, o processo de assimilação é a articulação das ideias já
existentes com as que estão sendo aprendidas de forma que adapta o novo
conhecimento com as estruturas cognitivas existentes.
15
Acomodação é toda mudança de comportamento, alteração do sujeito, este só
acontece quando o sujeito se transforma, amplia ou muda os seus esquemas.
Esquema é a estrutura da ação, ou seja, nós vamos integrando uma
determinada coisa com outra coisa que já entramos em contato anteriormente,
assim vamos articulando o já conhecido com o que está sendo apresentado,
mudando ou ampliando o esquema já existente.
Não há assimilação sem acomodação e vice-versa, mas pode acontecer o
predomínio de uma ou de outra, para ocorrer este processo é preciso que o
sujeito tenha situações problemas que desafiem sua inteligência.
Para Piaget (1973) o desenvolvimento cognitivo é dividido em quatro estágios.
O estágio Sensório motor vai aproximadamente entre 0 a 24 meses. Aqui a
criança vai percebendo aos pouco o seu meio e age sobre ele, o bebê age
puramente através de reflexos, com o tempo ele percebe que certos
movimentos e atitudes movem o seu externo, por exemplo, o choro, ela
percebe que ao chorar vai vir alguém acudi-la, neste período há várias
assimilações e acomodações que criam esquemas de ação. Há algumas
características neste estágio: a primeira é o reflexo, na qual ela não se
diferencia do mundo exterior; a segunda são as primeiras diferenciações, existe
uma coordenação entre mão e boca, uma diferenciação entre pegar e sugar,
surgem os primeiros sentimentos como a alegria, a tristeza, o prazer e
desprazer, que estão ligados a ação; a terceira é a reprodução de eventos
interessantes; a quarta é a coordenação de esquemas, ou seja, ela começa a
usar um esquema em outras coisas para ver se obtém o mesmo resultado, por
exemplo, a criança balança um chocalho e vê que aquilo faz barulho, ao pegar
outro objeto ela vai balançar para ver se aquilo também fará barulho; a quinta é
a experimentação, invenção de novos meios, a criança passa a inventar novos
comportamentos, ações a partir da tentativa e erro, consegue a inteligência
quando consegue solucionar problemas; a sexta é a representação, ela
começa a ter um sentimento de escolha, o que quer ou não fazer.
O estágio Pré – operatório vai aproximadamente entre 2 à 6 anos. Aqui a
criança possui uma capacidade simbólica, uso de símbolos mentais como a
linguagem e imagens, nesta fase há uma explosão da linguística, algumas
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características deste estágio são: primeira – a imitação diferida ou imitação de
objetos distantes; segunda – jogo simbólico é também imitativo, a criança não
se preocupa se o outro irá entendê-la, ela se preocupa com o seu
entendimento, é uma forma de se auto expressar; terceira – desenho, é a sua
forma de deixar uma marca, ela desenha o que quer, sendo ou não real; quarta
– imagem mental, as imagens são estáticas, são imagens que representa o
interno, algo que já foi passado; quinta – linguagem falada, a criança começa a
falar uma palavra como se fosse uma frase, aos pouco ela vai aumentando o
seu repertório vocábulo.
Neste estágio há também as características do pensamento infantil, que são:
egocentrismo – é a incapacidade de se colocar no ponto de vista do outro (por
volta dos 4 ou 5 anos), a criança acha que todo mundo pensa como ela, então
ela não questiona ninguém, por volta dos 6 ou 7 anos ela começa a ceder as
pressões das pessoas que vivem a seu redor, ela começa a se questionar
porque gera um conflito, assim ela começa a perceber que cada um pensa de
um jeito; raciocínio transformacional – é a incapacidade para raciocinar com
sucesso sobre transformações, a criança não focaliza a transformação;
centração, a criança centra alguma coisa limitadamente, não a vê como um
todo, ela é incapaz de explorar todos os aspectos, ela leva em consideração a
percepção e não o raciocínio. Após os 6 ou 7 anos o pensamento da criança
toma uma posição apropriada.
O estágio Operatório concreto vai aproximadamente entre 7 à 11anos. Aqui a
criança desenvolve processos de pensamento lógico, não apresenta
dificuldades na solução de problemas de conservação e apresenta argumentos
corretos para suas respostas, a criança descentra suas percepções e
acompanha as transformações, ela também começa a ser mais social saindo
da sua fase egocêntrica ao fazer o uso da linguagem, a fala é usada com a
intenção de se comunicar, ela percebe que as pessoas podem pensar e chegar
a diferentes conclusões, sendo elas diferentes das suas, ela interage mais com
as pessoas, quando aparece um conflito ela usa o raciocínio para resolver.
As operações lógicas é a ocorrência mais importante neste estágio porque as
ações cognitivas internalizadas permitem que a criança chegue a conclusões
17
lógicas, sendo elas controladas pela atividade cognitiva e não mais pela
percepção e construídas a partir das estruturas anteriores como uma função de
assimilação e acomodação.
O estágio do Pensamento formal acontece após os 12 anos, a criança ou
adolescente começa ter um pensamento hipotético – dedutivo, ou seja, começa
a levantar hipóteses e deduzir conclusões. O adolescente usa esquemas
aprendidos dos estágios anteriores para fortalecer as hipóteses deste estágio,
assim ele vai aprimorando cada vez mais os estágios anteriores. Deste estágio
em diante o que ocorre é o aperfeiçoamento dos estágios passado.
18
CAPÍTULO II: O DESENHO DA CRIANÇA E O DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
2.1 A importância da expressão por meio do desenho.
A criatividade de uma criança parece não ter limites, por esta ser uma fase
onde o lúdico é muito presente; o simples ato de desenhar possui um papel
muito importante no seu desenvolvimento, além de poder revelar a forma como
ela enxerga o mundo.
O desenho é uma das principais atividades na educação infantil, além é claro
das brincadeiras. O desenho revela uma forma de se expressar e contribui em
vários aspectos, entre eles: coordenação motora, visão, movimentos das mãos,
organização do pensamento, construção das noções espaciais e outros
aspectos cognitivos muito importantes para a alfabetização.
Quando nos deparamos com o desenho de uma criança, muitas vezes não
conseguimos ver uma lógica ou sentido. Porém é no desenho que a criança
cria uma cópia fiel da realidade, onde ela imprime seus sentimentos e ideais
podendo dar pistas de como a mente da criança se encontra.
Por isso, muitos psicopedagogos utilizam como método o desenho, para saber
o que está acontecendo na mente da criança. Sendo esta a maneira mais
prática de se obter informações, do que em uma entrevista por exemplo. É
através dos traços e cores que a criança faz onde é possível visualizar o que
ela sente e o que ela ajuíza sobre determinado assunto. Seja na escola, ou em
casa, o simples ato de desenhar é muito importante para uma criança. O
desenho e a escrita muitas vezes se misturam dentro das representações
infantis, a criança cria sua própria forma de representação e diferenciação
entre o desenho e a escrita. A cada representação que a criança realiza, o jogo
simbólico e o desenho passam a ser uma necessidade, e é assim que elas vão
se descobrindo dentro do processo de aprendizagem e desenvolvimento e
consequentemente na aquisição da escrita, dessa forma a escrita deixa de ser
uma representação mental e passa a ser uma representação gráfica, carregada
19
de sentidos, assim como o desenho que, primeiramente passa pelo plano da
representação mental e só depois a criança passa à representação gráfica.
Assim o desenho infantil pode ser considerado precursor da escrita, estando
diretamente relacionado ao processo de construção da escrita. Os estudos
sobre desenhos infantis interessam as diversas áreas que pretendem proceder
um estudo sobre infância e desenvolvimento infantil, principalmente a
psicopedagogia que reconhece as intenções da criança, quando a mesma
representa a sua realidade através de seus desenhos e conseguem perceber
através deles (D.E.), pistas sobre a realidade na qual a criança está situada,
podendo auxiliar nas intervenções psicopedagógicas a serem propostas. Para
a criança o ato de desenhar representa a exteriorização de uma ação pensada,
que por sua vez representa certa etapa da construção de seu pensamento.
Ao refletirmos sobre o desenho infantil observamos uma pluralidade de
possibilidades que se caracteriza como um modo alternativo da criança de se
colocar no mundo. O desenho tem a capacidade de revelar à medida que o
pensamento evolui, os traçados gráficos se transformam. Com os progressos
das capacidades representativas a criança fará os desenhos de forma mais
detalhada de acordo com os avanços ligados ao seu pensamento e com essa
evolução de pensamento, elas começam a manifestar o desejo de serem fiéis à
realidade, assim como as compreendem.
O ato de desenhar é atividade lúdica, reunindo como em todo o jogo, o
aspecto operacional e o imaginário. Todo o ato de brincar reúne esses dois
aspectos que sadiamente se correspondem e envolvem o funcionamento físico,
temporal, espacial, as regras; o imaginário envolve o projetar, o pensar, o
idealizar, o imaginar situações. É importante ressaltar que o pensamento da
criança só evolui se a ela for dada a oportunidade de desenhar, brincar,
modelar, enfim agir sobre as coisas extraindo experiências sobre as mesmas.
O dinamismo do conjunto destes processos implica em interesse, motivação,
afetividade e organização interna, possibilitando a evolução das
aprendizagens.
De acordo com Piaget e Inhelder (1982),
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“O Desenho, é uma forma de função semiótica que se inscreve a
meio caminho entre o jogo simbólico, cujo mesmo prazer funcional e
cuja mesma autotelia apresenta, a imagem mental, como a qual
partilha o esforço de imitação”. (PIAGET e INHELDER, 1982, P.53)
O uso do desenho em Psicopedagogia aproveita uma forma da criança
expressar-se espontaneamente, satisfazendo seus desejos de atividade lúdica.
O desenho livre espontâneo, feito com qualquer material, após a completa
realização esclarece através da estória do D.E, na investigação, do que se foi
desenhado sendo um material muito rico de análise.
Assim o D.E vem auxiliar para o conhecimento e desenvolvimento amplo dos
alunos e da instituição escolar, através das descobertas em registro e da
observação singular do indivíduo.
Com técnica de mão dupla verbal e gráfica o processo é rico de informações.
Outra situação é solicitar à criança que desenhe uma pessoa que aprende e
uma que ensina; após, sugere-se que ela formule uma história envolvendo
esses dois personagens; pode ser oral ou por escrito. É possível interpretar
relações ensinante e aprendente, o papel vivido na escola, em turma, as
rejeições às situações escolares, ameaça da figura do professor, etc.
O desenho da família realizando alguma atividade também revela as relações
do paciente no núcleo familiar, as dificuldades na separação, no crescimento.
Por exemplo, aparecem confusões nos tamanhos das pessoas: Paulo (9 anos)
se desenhou como a irmã de 3 anos no colo da mãe e colocou a caçula
andando de bicicleta do lado de fora da casa.
Durante a realização de qualquer desenho, é fundamental se observar o
processo de produção: a postura corporal, a motricidade fina, o ritmo como
trabalha, a forma de elaborar as figuras e a cena.
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A boa análise do grafismo fornece dados da área cognitiva do sujeito, assim
como do processo simbólico normal ou com desvios patológicos dando a
compreensão global do paciente.
Assim, para identificar o objeto que desenha o sujeito usa diferentes
“argumentos” gráficos como se estivesse narrando. Os detalhes exprimem
facetas lógicas do pensamento, do discurso gráfico e tem também um
significado específico do ponto de vista simbólico.
Não se pode confundir, na análise de desenho, aspectos evolutivos com os
aspectos patológicos, com dados que exprimem uma possível regressão,
dissociação, fratura emocional. Por exemplo, a transparência no desenho de
uma criança de 4 anos é normal, mas num adolescente exige um estudo do por
que desenha desse modo.
Concluindo, os símbolos expressos, conscientemente ou inconscientemente,
apenas terão significado na história pessoal do paciente, de sua família nuclear
de seus ancestrais. Por essa razão, não se pode interpretar desenhos dentro
de regras rígidas, preestabelecidas ou tabeladas. As sugestões dos diferentes
autores servem como pistas para o terapeuta fazer o estudo da totalidade do
paciente.
2.2 Visão Psicopedagógica de avaliação através do desenho livre.
Uma das principais ferramentas utilizadas no Diagnóstico Psicopedagógico é a
análise de testes projetivos, cuja finalidade é a projeção de conteúdos
presentes no inconsciente da criança de forma concreta, ou seja, por meio da
utilização de figuras prontas ou de desenhos feitos pela mesma. A partir dessa
análise é possível verificar e levantar hipótese sobre a modalidade de
aprendizagem, o vínculo com o ser que ensina e com a família.
É isso que difere os testes projetivos utilizados na Psicopedagogia dos testes
utilizados na Psicologia, pois os últimos são voltados para a investigação da
personalidade e comportamento, dentro do âmbito emocional. Testes como o
22
2par educativo, o desenho da família, da figura humana e outros, são muito
utilizados em consultório; no entanto a aplicação do desenho livre com o
objetivo de avaliar o desenvolvimento cognitivo é pouco utilizado e conhecido.
Este teste pode ser uma ferramenta importantíssima para avaliar e detectar um
possível atraso no desenvolvimento cognitivo da criança, tanto na clínica como
em sala de aula.
A tabela abaixo faz uma relação das análises de Luquet e Lowenfeld, uma vez
que possuem muito em comum. Sua utilização deve ser criteriosa e a questão
não é se a criança desenha bem ou mal, mas se em seu desenho estão
presentes alguns componentes comuns para sua idade.
É comum encontrarmos situações em que uma criança de 7 anos apresenta
traços do Realismo intelectual, dessa forma juntamente com outras
ferramentas, como as provas operatórias, podemos concluir que seu
desenvolvimento cognitivo está dentro do esperado ou até um pouco
adiantado; mas a preocupação é quando esta criança apresenta traços comuns
ao Realismo fortuito (2 a 3 anos). Vejam a Análise Piagetiana a seguir:
1 - Garatuja: Faz parte da fase sensório-motora e parte da fase pré-
operacional. A criança demonstra extremo prazer nesta fase. A figura humana
é inexistente ou pode aparecer da maneira imaginária. A cor tem um papel
secundário, aparecendo o interesse pelo contraste, mas não há intenção
consciente.
Aqui a expressão é o jogo simbólico: "eu represento sozinho". O símbolo já
existe.
2 - Pré- Esquematismo: Dentro da fase pré-operatória, aparece a descoberta
da relação entre desenho, pensamento e realidade. Quanto ao espaço, os
desenhos são dispersos inicialmente, não relaciona entre si. Então
aparecem as primeiras relações espaciais, surgindo devido a vínculos
emocionais. A figura humana torna-se uma procura de um conceito que
depende do seu conhecimento ativo, inicia a mudança de símbolos. Quanto 2 Cf. Silvana Limahttp://silvanapsicopedagoga.blogspot.com.br/2012/02/avaliacao-cognitiva-do-desenho.html. Acessado em: 31. Mai. 2016.
23
à utilização das cores, pode usar, mas não há relação ainda com a
realidade, dependerá do interesse emocional. Dentro da expressão, o jogo
simbólico aparece como: "nós representamos juntos".
3 - Esquematismo: Faz parte da fase das operações concretas. Esquemas
representativos, afirmação de si mediante repetição flexível do esquema;
experiências novas são expressas pelo desvio do esquema. Quanto ao
espaço, é o primeiro conceito definido de espaço: linha de base. Já tem um
conceito definido quanto a figura humana, porém aparecem desvios do
esquema como: exagero, negligência, omissão ou mudança de símbolo.
Aqui existe a descoberta das relações quanto a cor; cor-objeto, podendo
haver um desvio do esquema de cor expressa por experiência emocional.
Aparece na expressão o jogo simbólico coletivo ou jogo dramático e a
regra.
4 - Realismo: Também faz parte da fase das operações concretas, mas já no
final desta fase. Existe uma consciência maior do sexo e autocrítica
pronunciada. No espaço é descoberto o plano e a superposição. Abandona
a linha de base. Na figura humana aparece o abandono das linhas. As
formas geométricas aparecem. Maior rigidez e formalismo. Acentuação das
roupas diferenciando os sexos. Aqui acontece o abandono do esquema de
cor, a acentuação será de enfoque emocional. Tanto no Esquematismo
como no Realismo, o jogo simbólico é coletivo, jogo dramático e regras.
5 - Pseudo Naturalismo: Estamos na fase das operações abstratas. É o fim da
arte como atividade espontânea. Inicia a investigação de sua própria
personalidade. Aparecem dois tipos de tendência: visual (realismo,
objetividade); háptico (expressão subjetividade). No espaço já apresenta a
profundidade ou a preocupação com experiências emocionais (espaço
subjetivo). Na figura humana as características sexuais são exageradas,
presença das articulações e proporções. A consciência visual (realismo) ou
acentuação da expressão, também fazem parte deste período.
24
CAPÍTULO III: RELATO DE UMA VIVÊNCIA
3.1 Abordagem das Intervenções feitas a partir de Oficinas Psicopedagógicas, utilizando a instrumentalização do D.E e D.F-E.
Estas intervenções aconteceram na segunda fase do estágio de
Psicopedagogia Supervisionado no ano de 2016, em que o tema abordado é
pertinente à problemática da Monografia: Como o D.E pode contribuir na
avaliação das dificuldades de aprendizagem escolar?
Nesta prática, através de oficinas psicopedagógicas, em sua ação, respondo a
esta questão e complemento que, nas atividades das oficinas com o grupo da
classe de crianças do terceiro ano, em a aplicação do D.E ampliou-se ao D.E.F
através do tema: “A Família”. Não houve um “Inquérito” individual, com todos
os participantes da oficina através do D.E ou D.F-E, mas o relato da vivência
individual e particular de cada um observado nos desenhos.
Através desta práxis, feita as observações psicopedagógicas, em processo de
estágio, elaborei apenas intervenções individuais com três crianças, que
necessitam de orientações específicas, que são relatadas com as análises
concluídas e orientações para a Instituição Escolar.
Sob o olhar da Psicopedagogia e do tema deste estudo, estas intervenções
apresentadas a seguir, estão fundamentadas através do livro de Walter Trinca
(2013): PROCEDIMENTO DEDESENHOS-ESTÓRIA, formas derivadas,
desenvolvimento e expansões.
Segundo Trinca (1997), a técnica tradicional foi modificada para se adaptar às
necessidades do conhecimento das interações grupais, relativamente às
aplicações do D.E em grupos diagnósticos e terapêuticos. Atuando em
contexto grupal, não deixa de haver influência recíproca das pessoas
participantes, contudo cada qual tende a resguardar para si um espaço em
separado. Importante, porém, é a constatação de que o grupo terapêutico
conserva formas de funcionamento parecidas com o grupo natural ou
comunitário.
25
3.2 Intervenção Psicopdagógica Educacional.
Relatório elaborado através da Oficina de Expressão Artística, D.E, D.E-F e
Caixa Lúdica.
Feito a análise de observação da classe, elaborei a intervenção com Oficinas
psicopedagógicas, através da expressão artística, utilizando vários recursos da
arte, da arte terapia (musicoterapia) e a instrumentalização do Desenho-
Estória e Desenho Família -Estória.
Apliquei em sala de aula, na observação psicopedagógica voltada para alguns
alunos que, especificamente foram apontados pela professora com dificuldades
de aprendizagem, e para a socialização desta turma de terceiro ano, em
processo de desenvolvimento, da respectiva faixa etária (8 a 9 anos).
Levando em consideração que, nesta fase a criança elabora processos
deliberados e concretos. Necessita que o orientador encontre meios para
revitalizar a energia para ler e escrever e a vontade de assumir riscos e que
algumas vezes este processo torna-se mais lento e até para totalmente. A
Expressão Artística vem em auxílio ao aprendizado e bom desempenho
escolar, pois é estimulador por si só no seu fazer.
Segundo Nádia A. Bossa (2013), neste período é o momento em que a criança
constrói a base do repertório científico, que irá sustentar toda a sua vida
acadêmica. A criança inaugura uma relação positiva ou não com a escola.
Qualidade desta relação depende não só dos recursos internos, mas
principalmente das condições internas e da formação do adulto que faz essa
mediação.
Tema: “A Arca de Noé”
Observei que o processo de releituras, visual, auditiva e musical, através do
tema a “Arca de Noé” pelo fato de ser uma história interessante para as
crianças, facilitou muito à análise do Desenho- Estória e Desenho Família -
Estória.
26
Outras técnicas expressivas foram aplicadas através da caixa lúdica, auxílio
este que colaborou para uma melhor análise psicopedagógica.
Materiais utilizados como Recursos Psicopedagógicos
Para o tema a “Arca de Noé”, utilizei:
- DVD desta história em desenho animado
-O Livro da Escritora Ruthe Rocha.
- Poesia e CD de Vinícius de Morais.
-CD de musicoterapia.
- Folhas de sulfite branca A4
-Materiais gráficos: Lápis preto e giz de cera de ponta fina.
Elaborei um organograma das atividades:
HORAS ATIVIDADES OBSERVAÇÃO DATA
09:00
às11:00
Preparação da Oficina:
Materiais, posicionamento do
aparelho de vídeo e rádio,
organização de sala de aula
(U),revisão da teoria de
aplicação.
PS: (U) é a disposição das
carteiras e cadeiras em forma
de meio círculo.
Facilitou as salas de aula
estarem vazias, devido a
apresentação de festa do
dia das mães, no pátio da
escola.
12-5
13:00
às15:00
Acolhida dos alunos
Explicação sobre a oficina de
psicopedagogia.
Assistir o DVD: A “Arca de
Noé”- Discussão oral da
história e apresentação do livro
A arca de Noé de Ruth Rocha.
Posicionamos as cadeiras
ao centro da sala em U,
em aspecto de “cinema”.
Foi distribuído saquinhos
de pipoca.
13-5
27
13:30
às15:30
Acolhida das crianças.
Explicação sobre a atividade
de leitura - Livro sobre a
história da “Arca De Noé”,
escrito por Ruth Rocha.
Discussão sobre a comparação
da mesma história em DVD e
Livro.
Distribuição de folha sulfite
folha pautada e lápis preto.
Início do desenho e escrita:
livre expressão sobre o
assunto abordado.
Utilização de microfone
para a leitura da história
em livro.
16-5
15:30
às17:30
Acolhida e escuta do CD de
Vinícius e Toquinho -
“A Arca de Noé”.
Novo entendimento da história
- escuta sonora.
Complementação do desenho
e colorir (opcional)-giz de cera.
Exigido silêncio para
aguçar a escuta.
17-5
13:30 às
15:30
15:30
às17:30
Desenho com tema livre.
Materiais: lápis preto, lápis de
cor sulfite.
Desenho do tema: “uma
família”.
. D-E
Musicoterapia
D.E-F
Musicoterapia
18-5
19-5
28
3.3 O que são Oficinas Psicopedagógicas?
As oficinas psicopedagógicas são metodologias de trabalho em grupo que visa
à construção coletiva de um saber, à análise de uma realidade ou ao
intercâmbio de experiências. Nessas oficinas, os participantes estabelecem um
vínculo afetivo em uma relação dinâmica na qual o conhecimento pode ser
construído, compartilhado, significado e mediado pelo psicopedagogo.
A cognição e a afetividade são faces da mesma moeda e através das oficinas
as duas dimensões são mobilizadas. Por isso, elas têm um grande potencial
terapêutico, podem gerar o diálogo e troca de afetos em um ambiente propício
para resolução de conflitos. Esse tema é relevante para a psicopedagogia
porque os instrumentos de diagnóstico e intervenção psicopedagógicos são as
principais ferramentas de trabalho dos profissionais da área, tanto na clínica
como em instituições.
Assim sendo, é imprescindível que todo psicopedagogo domine bem as
diversas possibilidades que existem, a fim de experimentá-las e ao longo de
sua prática ir definindo seu próprio estilo.
3.4 Intervenção do Caso “A”
A Intervenção individual de “A” - elaborado na própria oficina pedagógica.
O aluno A, que acompanhei em observação de estágio, apresentou resistência
para entrar na sala, mas após entender que se trataria de uma oficina de arte,
participou de maneira muito interessada e explanou seus desenhos, com muita
desenvoltura.
A sala permaneceu em silêncio e “A” estava atento ao CD de musicoterapia,
que ouviu durante a execução dos desenhos.
Segundo a Federação de Musicoterapia (1996), ela é um recurso para a
utilização da música e seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), por
um especialista com um cliente ou grupo. É um processo facilitador a promover
29
a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e
outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades
físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.
Após a oficina pedagógica, constatou-se através da análise do Desenho
Estória, feito individualmente que, a criança “A” demonstra ter dificuldade em
lidar com situações difíceis, apresentando um padrão de fuga e esquiva diante
de qualquer estimulação aversiva.
Tal dificuldade aparece quando em seu desenho o “homem foi atacado pelo
monstro” e morre: apesar de estarem numa floresta ou parque, como diz no
“inquérito”, ele não conseguiu dá um desfecho feliz para sua estória. Deixou
claro que o mais importante era a paisagem (árvores), local aonde tudo ocorreu
e não a cena propriamente dita.
Na fase de inquérito, rica e reveladora pude constatar que não apresentou
dificuldade para discriminar seu desenho. Apenas a tristeza de ter o “homem”,
que esquematizou, ter sido morto pelo monstro, mas sendo que, não era tão
relevante assim, o mais bonito do desenho era a paisagem.
Pode-se pensar que o comportamento de reclamar esteja presente na vida de
“A”, seja por ele mesmo ou alguém mais próximo. Suas falas sugerem que ele
vem tendo um treino predominantemente voltado para seguir regras e ao
mesmo tempo esquivando-se delas, além disso, de acordo com o relato da
professora de “A”, sua mãe e irmã, procura fazer tudo o que pode por ele,
acabando por tolher suas respostas espontâneas.
30
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprender a questionar os desenhos infantis é essencial para o
acompanhamento dos avanços em relação à construção do pensamento
infantil. É mediante os questionamentos que aprendemos a compreender
muitas coisas que as crianças representam através de seus desenhos e que,
muitas vezes, podem ser interpretadas erroneamente. O desenho permite ao
psicopedagogo uma série de pistas sobre a criança que encontra no mesmo a
sua maneira de ler o mundo. Os educadores, muitas vezes, não acreditam que
o desenho desempenha um papel tão importante na construção do
pensamento da criança não dispensando a ele a sua devida importância em
sala de aula. Mas o que observei durante o estágio sobre o desenho infantil e
suas contribuições no processo da aprendizagem, através do D. E e D.F-E com
a integração da caixa lúdica, de livre expressão, é a observância do
conhecimento das etapas evolutivas do desenho infantil, que fornece ao
psicopedagogo e a escola, do ponto de vista institucional, mais um instrumento
para compreender as crianças. Somando esse conhecimento à análise
constante das atividades em sala de aula e outras “obrigatórias”, dentro da
instituição, a instrumentalização do DESENHO-ESTÓRIA e DESENHO
FAMÍLIA-ESTÓRIA, acompanhado em alguns casos com a exploração de
técnicas expressivas através da caixa lúdica, torna-se auxílio pontual.
Considerando sempre o significado mais profundo do ato de desenhar como
expressão de ideias e sentimentos, o psicopedagogo, poderá orientar suas
ações à luz DO D.E e D.F-E, permitindo assim, o conhecimento do espaço
profissional e gerando oportunidades para realizar análises críticas das
vivências da aprendizagem, possibilitando a instrumentalização para o
exercício da Psicopedagogia em apoio frente a escola.
Contudo, é certo que, a instrumentalização do D.E e suas variantes contribuem
eficazmente na avaliação de dificuldades de aprendizado escolar, não sendo
apenas um momento terapêutico e lúdico no processo de aplicação, mas um
facilitador de registros sazonais dos alunos, em que a educação que se
vivencia na caminhada deverá ser o grande fórum onde se aprende
31
exercitando a cidadania, o respeito, a tolerância aos diversos, a solidariedade,
a responsabilidade pessoal, a justiça e a igualdade entre todos. Somente
poderá ser chamado de educação o processo que incluir todas as dimensões
humanas e somente serão educadores dignos deste título àqueles que, pelo
exemplo e determinação, conseguirem ao menos atrapalhar o galope das
bestas e fazer germinar nas pessoas a sua porção divina.
“Porção divina é aquela onde os valores humanos aparecem como
centelha, como reflexo da Luz infinita que ilumina o universo e cada
ser humano. A esperança é que impulsiona. Ela é a mãe dos
profetas. É quem dá vigor aos educadores. É ela que brilha nos olhos
dos entusiastas. Sem esperança e sem fé não se educa. E sem
educação não se constrói valor e sem valor não há vida. E a vida, por
si, já o grande e principal valor”. (SANTARÉM, 2016, P.149)
Todavia, precisamos ter fé, pois sem estas virtudes não conseguiremos
transformar, nem tampouco impulsionar aqueles que estão inseridos no
processo de aprendizagem.
32
REFERÊNCIAS:
FERNÁNDEZ, A. Os Idiomas do Aprendente. São Paulo: Artmed, 2001.
BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.
BOSSA, Nádia. A avaliação psicopedagógica da criança de sete a onze anos. 20. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
OLIVIER, Lou de. Psicopedagogia e arteterapia: teoria e prática na aplicação
em clínicas e escolas. 3.ed. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2011.
PAÍN, S. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto
Alegre: Artmed, 1985.
PIAGET, J. A psicologia. 2. Ed. Lisboa: Livraria Bertrand, 1973.
PIAGET, Jean. Estudos Sociológicos. Rio de Janeiro: Forense, 1973.
PIAGET, Jean e INHELDER, Bärbel. A psicologia da criança. São Paulo:
Ditel, 1982, p.53.
REVISTA BRASILEIRA DE MUSICOTERAPIA, n.2. Definição de musicoterapia. Rio de janeiro: UBAM, 1996.
SANTARÉM, Robson. Precisa-se (de) ser humano. São Paulo: Ed. Vozes,
2016, p.149.
SOUZA, Audrey S. L. O desenho como instrumento diagnóstico: reflexões a
partir da psicanálise. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
Boletim de Psicologia. Vol. LXI, 2011.
WALTER, Trinca. Procedimento de Desenhos-Estórias: formas derivadas,
desenvolvimento e expansões. 1ª ed. São Paulo: Vetor, 2013.
WALTER, Trinca. Formas compreensivas de investigação psicológica: procedimento de desenhos-estórias e procedimento de desenhos de família
com estórias. 1ª ed. São Paulo: Vetor, 2013.
33
Sites:
http://silvanapsicopedagoga.blogspot.com.br/2012/02/avaliacao-cognitiva-do-
desenho.html. Acessado em: 31. mai. 2016.
http://www.profala.com/arteducesp62htm. Acessado em: 31. mai. 2016.
34
ANEXOS
35
FICHA-PROJETO DE MONOGRAFIA EM PSICOPEDAGOGIA
1. IDENTIFICAÇÃOIdentificação do Aluno1.1 NOME COMPLETO
Maria Teresa de Castro Fugulin
1.2 NÚMERO DO REGISTRO ACADÊMICO (MATRÍCULA)
20704293
1.3 ENDEREÇO ELETRÔNICO
[email protected] NÚMERO DE TELEFONE PARA CONTATO
(11) 987716704 (11) 50346857
Identificação do Professor Orientador1.5 NOME COMPLETO
Maria Elisa de Mattos Pires Ferreira.
2. ÁREA SOBRE A QUAL VERSARÁ A MONOGRAFIAPsicopedagogia Institucional.
3. TEMA ESCOLHIDO E DELIMITAÇÃO
Tema: A instrumentalização do D.E. (Desenho-Estória)Delimitação: na avaliação das dificuldades de aprendizagem Escolar.
4. O PROBLEMA DA MANOGRAFIA
Como o D.E. (Desenho- Estória) pode contribuir na avaliação das dificuldades de aprendizagem Escolar?
36
5. TÍTULO DA MONOGRAFIA
A instrumentalização do D.E. (Desenho-Estória) na avaliação psicopedagógica.
6. APRESENTAÇÃO/ INTRODUÇÃO
O presente projeto foi elaborado a partir das minhas reflexões sobre a
instrumentalização do Desenho-Estória, que é um recurso utilizado na Psicopedagogia
para investigar as dificuldades de aprendizado do paciente e, para isso, baseei-me
em teóricos do assunto e em visita exploratória à escola Estadual Miguel Roque,
localizada na zona sul do município de São Paulo, com o objetivo de compreender
como o Desenho-Estória pode contribuir na avaliação de dificuldades de aprendizado
escolar e qual a contribuição do psicopedagogo através da instrumentalização do
Desenho-Estória como um facilitador para uma investigação. A escolha da área e do
tema deste projeto se justificam porque, de um ponto de vista particular, a escolha do
tema D.E. utilizado na Psicopedagogia Educacional para sondagem das dificuldades
de aprendizado e autoconhecimento do indivíduo justifica-se através da área na qual
atuo profissionalmente - Arte Educação e Arte Terapia. Assim sendo, torna-se
necessário que eu compreenda com mais profundidade esta técnica de análise, que
também é utilizada em consultório, para contribuir concretamente no processo de
diagnósticos psicopedagógicos.
Com uma nova abordagem, dirigida em oficinas psicopedagógicas ou individualmente
com alunos de uma instituição de ensino, posso observar o quanto se faz necessário
esta comunicação, pela facilidade da instrumentalização realizada.
A psicopedagogia como teoria do conhecimento, que estuda o processo de
aprendizagem e dificuldades decorrentes, muito contribui para explicar a causa dessas
dificuldades no processo humano do conhecimento, portanto é sumamente relevante
um trabalho de pesquisa que demonstre a função e contribuição do psicopedagogo
escolar, frente às inúmeras dificuldades que encontram nestes espaços na sociedade
contemporânea. Consequentemente, conhecer o âmbito da psicopedagogia
institucional é importantíssimo para aqueles que com ela se envolvem e sua aplicação
nas escolas, com adaptações e aplicações adequadas.
Diante deste contexto, atualmente as escolas enfrentam um grande desafio, ao lidar
37
com as dificuldades de aprendizagem, sem parâmetros de avaliações concretas, ao
dizer sobre seus alunos. Dessa forma, o trabalho parte da hipótese de que o D.E
contribui eficazmente e aliado às técnicas expressivas, identifica, auxilia e esclarece,
as dificuldades decorrentes do processo ensino/aprendizagem. Partindo desse ponto
de vista, o papel do psicopedagogo escolar é trabalhar a instrumentalização, de
maneira multidisciplinar que facilite e favoreça à intervenção pontual, a fim de sanar
estas dificuldades. Assim o D.E. vem auxiliar para o conhecimento e desenvolvimento
amplo dos alunos e da instituição (escola), através das descobertas em registro e da
observação singular do indivíduo.
Para o desenvolvimento deste projeto utilizarei dados bibliográficos, combinados com
uma pesquisa de campo modalidade qualitativa, envolvendo a instrumentalização do
D.E, que inclui uma intervenção realizada no decorrer do Estágio Supervisionado,
com a aplicação da técnica em oficinas psicopedagógicas, como também investigação
em processo decorrente de atuação profissional e o olhar e a escuta
psicopedagógicas, feitas através do conhecimento da arte terapia, na aplicação das
técnicas expressivas e D.E.
Ampliarei este contexto, após utilizar a técnica do D.E., como fase exploratória inicial,
a introdução de técnicas de expressão artísticas, utilizadas em arte terapia, tais como:
pintura, colagem e modelagem. Para esta intervenção, após algumas sessões de
desenho gráfico, oficinas psicopedagógicas foram realizadas. Com a garantia de uma
maior observação para análise individual e grupal.
Contudo, para a sociedade, é imprescindível a discussão e o esclarecimento do tema.
Indubitavelmente são muitos os alunos que possuem dificuldades na aprendizagem,
que apresentam problemas nas diferentes áreas escolares e na vida em geral, no seu
desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, como um todo. Assim, um psicopedagogo
escolar, pela sua formação, poderá colaborar em muito com esses estudantes através
do D.E., o que justifica a escolha do tema para a elaboração da monografia.
38
7. JUSTIFICATIVA DA ÁREA E DO TEMA ESCOLHIDOS
De um ponto de vista particular, a escolha do tema D.E. utilizado na Psicopedagogia Educacional para sondagem das dificuldades de aprendizado e autoconhecimento do indivíduo justifica-se através da área na qual atuo profissionalmente - Arte Educação e Arte Terapia. Assim sendo, torna-se necessário que eu compreenda com mais profundidade esta técnica de análise, que também é utilizada em consultório, para contribuir concretamente no processo de diagnósticos psicopedagógicos.
Com uma nova abordagem, dirigida em oficinas psicopedagógicas ou individualmente com alunos de uma instituição de ensino, posso observar o quanto se faz necessário esta comunicação, pela facilidade da instrumentalização realizada.
A psicopedagogia como teoria do conhecimento, que estuda o processo de aprendizagem e dificuldades decorrentes, muito contribui para explicar a causa dessas dificuldades no processo humano do conhecimento, portanto, é sumamente relevante um trabalho de pesquisa que demonstre a função e contribuição do psicopedagogo escolar, frente às inúmeras dificuldades que encontram nestes espaços na sociedade contemporânea. Consequentemente, conhecer o âmbito da psicopedagogia institucional é importantíssimo para aqueles que com ela se envolvem e sua aplicação nas escolas, com adaptações e aplicações adequadas.
8. OBJETIVOS
8.1 GERAL
Compreender como o D.E. (Desenho- Estória) pode contribuir na avaliação das
dificuldades de aprendizado Escolar.
8.2 ESPECÍFICOS
1. Descrever e definir desenho estória e suas variantes;2. Discutir e destacar a importância do desenho da criança no diagnóstico
psicopedagógico;3. Relatar uma vivência do Desenho-Estória na Psicopedagogia Educacional.
9. HIPÓTESE
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Atualmente as escolas enfrentam um grande desafio, ao lidar com as dificuldades de aprendizagem, sem parâmetros de avaliações concretas, ao dizer sobre seus alunos. Dessa forma, o trabalho parte da hipótese de que o D.E contribui eficazmente e aliado às técnicas expressivas, identifica, auxilia e esclarece as dificuldades decorrentes do processo ensino/aprendizagem. Partindo desse ponto de vista, o papel do psicopedagogo escolar é trabalhar a instrumentalização, de maneira multidisciplinar que facilite e favoreça a intervenção pontual, a fim de sanar estas dificuldades. Assim o D.E vem auxiliar para o conhecimento e desenvolvimento amplo dos alunos e da instituição (escola), através das descobertas em registro e da observação singular do indivíduo.
10. REFERENCIAL TEÓRICO
O trabalho tomará como referencial teórico principalmente as obras de:
BOSSA, Nádia - A Psicopedagogia no Brasil.
BOSSA, Nádia. A Avaliação Psicopedagógica, da criança de sete a onze anos.
PAÍN, Sara. Teoria e técnica da arte terapia: a compreensão do sujeito.
TRINCA, Walter.
11. METODOLOGIA
Pesquisa exploratória: Levantamento bibliográfico/ Análise qualitativa associada a uma pesquisa de campo que inclui uma intervenção realizada no decorrer do Estágio Supervisionado, com a aplicação da técnica em oficinas psicopedagógicas, como também investigação em processo decorrente de atuação profissional e o olhar e a escuta psicopedagógicas, feitas através do conhecimento da arte terapia, na aplicação das técnicas expressivas e D.E.
40
12. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
ATIVIDADES MESES / ANO 2016
Março. Abril. Maio. Junho
Pesquisa de Campo x x
Pesquisa Bibliográfica x x x
Revisão de Literatura x x
Coleta de Dados x x
Dúvidas com a Orientadora da Monografia
x x x
Redação da monografia x x
Entrega da monografia x
(MLA, 2002)
13. BIBLIOGRAFIA BÁSICA A SER CONSULTADA
BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.
BOSSA, Nádia Ap. Fracasso Escolar: um olhar psicopedagógico. Porto Alegre: Artmed, 2002.
FERNÁNDEZ, Alicia. A Inteligência Aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
PAIN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
PIAGET, Jean. A psicologia. 2. Ed. Lisboa: Livraria Bertrand, 1973.
SILVA, Maria Cecília A. Psicopedagogia: em busca de uma fundamentação teórica. São Paulo: Nova Fronteira. 1998.
SCOZ, B. Psicopedagogia e Realidade Escolar. Campinas: Vozes, 1996.
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia institucional: controvérsias,
41
possibilidades e limites. In SARGO, Claudete (org). A práxis psicopedagógica brasileira. São Paulo: ABPp, 1994.
WALTER, Trinca. Procedimento de Desenhos-Estórias: formas derivadas,
desenvolvimento e expansões. 1ª ed. São Paulo: Vetor, 2013.
WALTER, Trinca. Formas compreensivas de investigação psicológica: procedimento de desenhos-estórias e procedimento de desenhos de família com
estórias. 1ª ed. São Paulo: Vetor, 2013.
42
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