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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA Ivani Fassbinder Paulina Fassbinder RESUMO Este trabalho vem mostrar a importância da leitura para a construção do conhecimento, buscando a descrição compreensiva dos modos de olhar, sentir e vivenciar a importância da leitura na vida e no aprendizado da criança. O fracasso escolar tem levantado muitas discussões nos meios pedagógicos e a leitura é essencial para resolver esse problema. É muito importante se ter consciência que o fracasso escolar, muitas vezes, está ligado aos desencantos e desencontros consequentes da interação entre professor e aluno, que por falta de conhecimento desconhecem as técnicas apropriadas, e trabalham a leitura por obrigação. Para alcançarmos um ensino de qualidade, o professor (a) precisa, através de diálogo e outras técnicas descobrir várias maneiras de despertar no aluno a curiosidade, a atenção e o prazer pela leitura. Infelizmente, poucas crianças de nosso país têm contato com a literatura, sendo que a maioria é somente quando chega à escola. O papel do professor enquanto mediador é fazer com que através da leitura abram-se novas perspectivas para a criança, a fim de que se torne leitor da escrita e dela para o mundo e para a vida, alargando seus horizontes. A leitura pode abrir todas as portas para entender o mundo que nos rodeia. Cabe aos professores a função primordial de desenvolver nos alunos o papel de mediadores do conhecimento e enriquecedores dos espaços, e de ensinar e aprender mostrando o caminho para se tornarem amantes da leitura. Palavras-chave: Leitura. Escrita. Aprendizagem. Livros. Imaginação. Conhecimento. Interação. Grupo.

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA

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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA

Ivani Fassbinder

Paulina Fassbinder

RESUMO

Este trabalho vem mostrar a importância da leitura para a construção do conhecimento,

buscando a descrição compreensiva dos modos de olhar, sentir e vivenciar a importância da

leitura na vida e no aprendizado da criança. O fracasso escolar tem levantado muitas

discussões nos meios pedagógicos e a leitura é essencial para resolver esse problema. É muito

importante se ter consciência que o fracasso escolar, muitas vezes, está ligado aos desencantos

e desencontros consequentes da interação entre professor e aluno, que por falta de

conhecimento desconhecem as técnicas apropriadas, e trabalham a leitura por obrigação. Para

alcançarmos um ensino de qualidade, o professor (a) precisa, através de diálogo e outras

técnicas descobrir várias maneiras de despertar no aluno a curiosidade, a atenção e o prazer

pela leitura. Infelizmente, poucas crianças de nosso país têm contato com a literatura, sendo

que a maioria é somente quando chega à escola. O papel do professor enquanto mediador é

fazer com que através da leitura abram-se novas perspectivas para a criança, a fim de que se

torne leitor da escrita e dela para o mundo e para a vida, alargando seus horizontes. A leitura

pode abrir todas as portas para entender o mundo que nos rodeia. Cabe aos professores a

função primordial de desenvolver nos alunos o papel de mediadores do conhecimento e

enriquecedores dos espaços, e de ensinar e aprender mostrando o caminho para se tornarem

amantes da leitura.

Palavras-chave: Leitura. Escrita. Aprendizagem. Livros. Imaginação. Conhecimento.

Interação. Grupo.

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1. INTRODUÇÃO

O objetivo desse trabalho é apresentar, através de pesquisa bibliográfica e de campo, a

importância de sentir, olhar e vivenciar como vem sendo desenvolvida a leitura e a escrita, na

E. E. 13 de Maio de Nova Guarita – MT, na 2ª Fase do I Ciclo.

A maioria dos trabalhos desenvolvidos sobre leituras abordam teorias cognitivas,

psicopedagógicas, psicanalíticas atestando grande potencial na aprendizagem da criança.

Apresentar a importância da leitura em sala de aula reclama então, certas exigências. E a

primeira diz respeito a como despertar o interesse da criança a um novo mundo de busca e

compreensão, e ainda, destacar a importância da leitura para o desenvolvimento da escrita

como uma descoberta de um novo mundo com novas palavras, adquirindo um amplo e

considerável vocabulário.

Percebe-se então que a variedade de leituras enriquece o cotidiano escolar e aprimora

o desempenho individual de cada aluno. Por isso, haverá importante reflexão sobre como o

ato da leitura é primordial para o desenvolvimento pessoal e social dos alunos. Dessa forma,

procurou-se descobrir por que os alunos não gostam ou não tem o hábito de ler e se estão

sendo realmente motivados para gostar ou ter o hábito de ler.

O objetivo geral é identificar a razão dos alunos dessa Fase de Ensino não

desenvolverem o gosto e o hábito pela leitura mesmo sabendo decodificar os códigos e

símbolos da Língua portuguesa. Além deste, os objetivos específicos são conhecer como está

sendo realizado o trabalho de leitura, verificar os tipos de leitura que são propostas aos alunos

e como os professores e pais incentivam os alunos/filhos a lerem.

Por experiência própria no contato direto e diário com a E. E. 13 de Maio percebeu-se

a grande dificuldade que todos os professores enfrentam em despertar nos alunos o prazer

pela leitura. Para isso, foram utilizadas fundamentações teóricas de autores que praticamente

dedicaram suas vidas no estudo sobre a leitura, como Paulo Freire, Emilia Ferreiro e Ana

Arlinda de Oliveira, para auxiliarem nesse estudo.

A leitura possibilita a inserção no meio social em que se vive, uma vez que quando ela

é praticada, o ser humano adquire argumentos para falar com propriedade e conhecimento de

causa sobre assuntos que poderão ser abordados dentro do meio social ao qual as crianças

estão inseridas.

Para Paulo Freire (2000, p.5), “leitura boa é a leitura que nos empurra para a vida, que

nos leva para dentro do mundo, que nos interessa a viver”. Felizes são as pessoas que pensam

e concordam com ele, mas isso não é tudo. O mais importante é colocar em prática este

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conceito e entender que é preciso ler tudo aquilo que produz uma identificação com a vivência

diária de cada um, e o mesmo deverá ocorrer com as crianças, mas quem deve direcioná-las a

isso são os adultos, ou seja, os pais em casa e os professores dentro da sala de aula. A leitura

não pode ser vista unicamente limitada à transmissão de conteúdos em sala de aula, mas

também visa formar o hábito como aquisição de conhecimentos constantes para a vida.

Também não se pode esquecer o papel recreativo que a leitura proporciona, se vista de uma

forma dinâmica.

2. A LEITURA COM PENSAMENTO CRÍTICO

Muitas vezes, temos alunos que não gostam de ler, e isso está ligado com algum tipo

de trauma. A criança tem que ver a leitura como um ato mágico prazeroso e não como

obrigação, muitas vezes imposta pelo professor e por seus familiares. Se ela for aplicada com

encantamento a criança vai sempre buscar aprender e compreender mais e mais, mas se vir

acompanhada de dever, de tarefa a ser cumprida, de castigo ou obrigatoriedade, ela vai

sempre odiar e perder o encanto pela atividade proposta. A criança tem que ler o que gosta e

não o que o adulto lhe impõe, através de cobranças, avaliações e outros...

O fato mais importante e adequado para a formação de qualquer criança é ouvir

histórias. Isso faz com que a criança aprenda a interessar-se pela leitura e escrita, fazendo com

que ela encontre um caminho infinito de descobertas e compreensão do mundo.

Como a capacidade de compreensão não vem automaticamente, nem está plenamente

desenvolvida, ela precisa ser exercitada e ampliada em diversas atividades, que podem ser

realizadas antes que a criança tenha aprendido a decodificar o sistema da escrita. Os

professores contribuem para o desenvolvimento dessa capacidade quando leem em voz alta e

discutem com os alunos o conteúdo dos textos, proporcionam a eles a familiaridade com

gêneros textuais diversos, abordam as características gerais desses gêneros, instigam os alunos

a prestarem atenção e explicarem os não ditos do texto, a descobrirem os porquês e a

explicarem as relações entre o texto e seu título,

O domínio da escrita como o da leitura, abrange capacidades que são adquiridas no

processo de alfabetização e no processo de letramento, incluindo desde as primeiras formas de

registro alfabético e ortográfico até a produção autônoma de textos, pois saber escrever inclui,

também, a capacidade de usar a variedade linguística adequada ao gênero de texto que se está

produzindo, aos objetivos que se quer cumprir com o texto, aos conhecimentos e interesses

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dos leitores previstos, ao suporte em que o texto vai se fundindo, fazendo escolhas adequadas

quanto ao vocabulário e à gramática.

Poucas crianças têm o hábito de ler em nosso país. A maioria tem o primeiro contato

com a literatura apenas quando chega à escola. E a partir daí, vira obrigação, pois

infelizmente muitos de nossos professores não gostam de trabalhar com a literatura infantil e

talvez desconheçam técnicas que ajudam a “dar vida às histórias”, e que, consequentemente,

produzam conhecimentos. Muitos não levam em conta o gosto e a faixa etária em que a

criança se encontra, sendo que muitas vezes o livro indicado ou lido pelo professor está além

das possibilidades de compreensão dela em termos de linguagem.

Pode-se concluir que a leitura é muito importante, pois ela faz com que o se humano

possa aprender, ensinar e evoluir. A sua grandiosidade não deve ser compreendida somente

como alfabetização, como um ler corretamente, mas também como uma leitura que permite a

interpretação, a compreensão daquilo que se lê.

“Saber que ensinar não é transmitir conhecimento, mas sim criar as possibilidades

para sua própria produção ou construção.” (FREIRE, Paulo p. 52. 1996).

Ao ingressar na escola a criança traz consigo uma grande bagagem, visto que sua

maior experiência, esta na fala, cabendo ao professor considerar quem escreve, como escreve,

tendo em mente que nem sempre nesta fase a criança cria um texto completo. A arte de

entender a produção da escrita na alfabetização consiste na capacidade do professor em

refletir o seu papel na escola, levando em conta desde o esforço da criança em representar

algo que para ela é totalmente novo.

Ferreiro & Palácio (1982. p.131) argumentam que:

“Apesar dos esforços dos docentes para fazerem as crianças compreenderem de

imediato as correspondências fonéticas que estão nas bases do sistema de escrita

alfabética, isto não ocorre, o que não quer dizer que as crianças não aprendam.

Elas aprendem e avançam. Recebem informação e a transformam... O processo de

aprendizagem não é conduzido pelo professor, mas pela criança.”

3. COMO INCENTIVAR A LEITURA EM SALA DE AULA

Ao trazer a literatura infantil para a sala de aula, o professor estabelece uma relação

dialógica com o aluno, o livro, a sua cultura e a própria realidade. Além de contar ou ler a

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história, ele cria condições para que a criança trabalhe com a história a partir de seu ponto de

vista, trocando opiniões sobre ela, assumindo posições frente aos fatos narrados, defendendo

atitudes e personagens, criando novas situações atravéz das quais as próprias crianças criam

sua própria história. Portanto, a conquista do pequeno leitor se dá através da relação prazerosa

com o livro infantil, onde sonho, fantasia e imaginação se misturam numa realidade única, e o

levam a vivenciar as emoções em parceria com os personagens da história, introduzindo assim

situações da realidade.

Ouvindo histórias se pode sentir também emoções importantes, como a tristeza, a

raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e

viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve – com toda a

amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez brotar. A literatura infantil como

arte a ser desenvolvida na sala de aula deve ocorrer em nível de sensibilidade e emoção, como

expressão de sentimentos, como exercício contínuo de descoberta, aguçando a curiosidade,

abrindo espaço para fluir o pensamento divergente, onde não existe o certo e o errado ou

simplesmente resposta única.

É importante refletir ainda que enquanto a criança não consegue ativar o discurso do

conto, por não saber ler, cabe ao professor a responsabilidade de provocar essa interação

discursiva mediada pela narração do conto. É preciso propor atividades que envolvam contos

de fadas porque estes formam parte da nossa cultura, propiciam a magia do encanto, tendo o

cuidado para não infantilizar a linguagem das crianças.

Piaget e Vygotsky concordam quanto ao fato de que o pensamento da criança é

qualitativamente diferente do pensamento do adulto, mas abordam de formas diferentes as

questões relativas ao seu desenvolvimento, à função simbólica, à relação pensamento e

linguagem, à função do aprendizado escolar, e também a situar de um modo geral essas

diferenças no período que abrange o atendimento pré-escolar e que pode contribuir para a

discussão sobre a construção do conhecimento nessa fase.

Para Piaget, educar é adaptar o indivíduo ao meio social ambiente. O objetivo

principal do aprendizado e da educação escolar, segundo ele, é encontrar meios e métodos

convenientes para ajudar as crianças a superar suas dificuldades que surgem na vida escolar.

Já para Vygotsky, o desenvolvimento é discutido, tendo como principal o fato de que a

elaboração dos sistemas simbólicos leva a uma permanente reestruturação da atividade mental

dos homens no decorrer do processo histórico e social. Dessa forma, a boa aprendizagem é

aquela que promove e se adianta ao desenvolvimento da criança.

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4. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA COMPARTILHADA

A leitura compartilhada tem sido uma das estratégias mais eficientes para favorecer o

processo de aprendizagem, para aproximar os alunos do mundo letrado, mesmo quando ainda

não sabem ler. Ela contribui para ampliar a visão do mundo, estimular o desejo de outras

leituras, e ainda, exercitar a fantasia e a imaginação, compreender o funcionamento

comunicativo da escrita, compreender a relação fala/escrita, desenvolver estratégias de leitura,

ampliar a familiaridade com os textos, desenvolver a capacidade de aprender, ampliar o

repertório textual e de conteúdos para produção de seus próprios textos, conhecer as

especificidades dos diferentes tipos de texto e favorecer a aprendizagem das convenções de

escrita. Para experimentá-la não é preciso ler por si mesmo. É possível ler “através” do

professor. Portanto, na rotina da sala de aula, seja qual for à idade dos alunos, é fundamental

que sejam garantidos momentos diários de leitura pelo professor e pelos alunos.

Para efetivar as boas-vindas ao mundo letrado na escola, é importante que o professor

tenha uma relação favorável com a leitura e a escrita. Assim, ele certamente terá mais chances

de trazer seus alunos para este universo, pois funcionará como modelo de referência para ele.

Portanto, colocar o aluno em contato sistemático com o papel de leitor e escritor,

compartilhando a multiplicidade de propósitos que a leitura e a escrita possuem: ler por

prazer, para se divertir, buscar alguma informação específica, compartilhar emoções com os

outros, contar o que leu, recomendá-las aos outros. Além disso, escrever para expressar suas

idéias, para organizar os pensamentos, para aprender mais, para registrar e conservar como

memória, para informar, para expressar sentimentos, para se comunicar à distância, para

influenciar os outros. Escrever e ler são duas atividades de alfabetização conduzidas mais ou

menos paralelamente, ensinar a ler e escrever letras, famílias silábicas, palavras, frases e

textos. Finalmente a escola deve dar a chance ao aluno de ler segundo sua variedade de língua

e não abrigá-lo logo na primeira leitura a ler no dialeto da escola.

5. A VARIEDADE DE LEITURAS NOS DIAS ATUAIS

Atualmente, os livros editados com destino a um público leitor de crianças e jovens

apresentam tanto uma imensa diversidade temática quanto uma expressiva variedade de

gêneros textuais.

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Sabe-se que quanto mais os leitores iniciantes, tiverem contato com diferentes suportes

de leitura e com variados gêneros e modalidades textuais que circulam socialmente, mais

aptos estarão para a leitura do mundo e da palavra e para o efetivo exercício da cidadania.

“O melhor professor não é o mais eloquente, mas o que mais instiga e estimula a

inteligência”. ( Augusto Cury, 1958)

Um exemplo bem sucedido de adaptação de um clássico, de Shakespeare, é realizado

por Ana Maria Machado, no texto dramático “Sonho de uma noite de verão”. A escritora

brasileira adapta a peça do escritor inglês, transformando-a numa narrativa de leitura mais

fácil e prazerosa para o leitor em formação, sem ferir o texto original.

Outro tipo de publicação são os livros de imagem, em que a história é contada por

meio de ilustrações. Esses livros proporcionam o exercício de nossa capacidade de imaginar e

de realizar associações e inferências. A leitura do não verbal nos dá a oportunidade de

desenvolver atividades orais e escritas a partir do texto não verbal, reproduzindo-o e

recriando-o a partir de outras linguagens. São exemplos de livros de imagem “O último

broto”, de Rogério Borges, “A bela e a fera”, de Rui de Oliveira e “O palhaço”, de Quentin

Blake, muitos outros.

Nos últimos anos vêm crescendo em número, ainda que ultimamente, as publicações

de textos teatrais para o público infantil e juvenil. Outro tipo de publicação que é oferecido,

principalmente para as crianças menores, são os “livros-jogo” ou “livros-brinquedo”. Neles,

sua própria materialidade interfere no texto escrito e no texto não verbal (as ilustrações). Os

mais comuns são os que trabalham com a engenharia de papel, que faz as personagens e ou

elementos do cenário das histórias saltarem da página, divertindo e surpreendendo o leitor. É

bastante comum nesse tipo de publicação que a história seja um pretexto para a introdução da

brincadeira, o que, em absoluto, não compromete a qualidade da obra, que reside

principalmente no projeto gráfico.

Hoje, constatamos que a literatura produzida para crianças e jovens conta com uma

diversidade de matizes narrativos e com uma imensa variedade de gêneros e temas em suas

publicações. Essa riqueza, sem dúvida, atende às necessidades de um público que tem gostos,

interesses e demandas diferentes e que precisa ser conquistado para a leitura da palavra, num

mundo de predomínio da imagem e do visual. É necessário perceber que há livros bons e ruins

para todos, mas nem todos compartilham dos mesmos critérios de avaliação. Podemos

começar a pensar que as leituras são diferentes e não piores ou melhores, pois muitos

especialistas na área refletem sobre as condições precárias de formação e de atuação de

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professores para que eles - usuários ou não de livros didáticos – se tornam leitores parceiros

dos alunos.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho aqui apresentado procurou mostrar a importância da leitura para o

desenvolvimento da escrita, e que a forma de como está organizado o sistema de ensino, é que

leva em muitos casos o desestímulo do aluno, pois o que se ensina, muitas vezes não condiz

com sua realidade. E o que é mais preocupante é que esse aluno venha a fracassar em sua

aprendizagem. Nesse sentido, o que os alunos trazem de conhecimento deve ser aproveitado e

valorizado para o aperfeiçoamento deste conhecimento e o que o aluno possui deverá ser

valorizado, consequentemente sua produção e aprendizagem em sala melhorarão e por

consequência este aluno não irá fracassar, pois, valorizar o que o aluno sabe é olhar para esta

criança como um sujeito de direito construído historicamente.

Felizes são as pessoas que pensam e concordam com Paulo Freire que diz “A boa

leitura é aquela que nos leva para dentro do mundo que nos interessa viver”. Além dele,

outros autores como Paulo Freire, Emilia Ferreiro a Ana Arlinda de Oliveira vem mostrando

que a leitura possibilita a inserção no meio social em que vivemos, uma vez que quando

praticamos a leitura, passamos a ter argumentos para falar com propriedade e conhecimento

de causa sobre o assunto que poderá ser abordado dentro do meio social.

Por meio desse trabalho ficou evidente aos professores da escola pesquisada o quanto

a leitura é um instrumento útil e necessário para o resgate de uma boa aprendizagem, levando

o aluno a perceber o quanto a escola é um ambiente agradável e significativo, desde que

desenvolva as leituras variadas de acordo com o cotidiano do aluno, abrindo espaço para que

o mesmo busque a construção de novos conhecimentos e torne-se sujeito transformador,

críticos e capaz de enfrentar os desafios que a vida lhe oferece.

4. REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. Ed. Cortez, 47ª edição, São Paulo, SP, 2006.

FERREIRO, Emília. A representação da linguagem e processo de

alfabetização. Caderno de pesquisa nº 52. São Paulo. 1985.

VYGOTSKI. L. S. Pensamento e linguagem. Martins Fontes. São Paulo. 1987.

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. 23ª

Edição.

CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, Professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante,

2003.