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catiapereiramanuela
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A SÉTIMA ARTE E OS IRMÃOS LUMIÈRE
O cinema nasceu da vontade humana de reproduzir a imagem em movimento, e dessa forma representar o mundo tal como ele nos surge: num espaço tridimensional e num tempo comum.
Foram vários aqueles que participaram na invenção do cinema, mas foi aos irmãos Louis e Auguste Lumière, que coube o registo da patente do Cinematógrafo: o aparelho que possibilitou a projecção de imagens em tela a um vasto público.
Ver filmes não seria possível sem um pr incípio c ient ífico designado: “a memória da retina” ou "a persistência da imagem na retina", sintetizado pelo belga Joseph‐Antoine Plateau. Para a descoberta total do cinema faltava ainda o princípio da sucessão das imagens, o suporte para a sua fixação e a projecção das mesmas.
Os irmãos Lumière e a invenção do cinema
Os filmes dos irmãos Lumière têm no geral, cerca de 17 metros de filme e cerca de 50 segundos de duração. Filmados ao ar livre, são o registro de cenas do quotidiano, produções documentais de tendência realista. Mas existem também algumas comédias, apresentadas normalmente sob números de palhaços. “Os três Jones” foram alguns dos artistas de variedades convidados para os filmes Lumière, e o filme “Os Gatos Pugilistas” é também um bom exemplo da comédia Lumière. Neste caso, trata‐se de uma simulação cómica de uma luta de ringue, entre dois gatos, com direito a luvas de boxe e a água no intervalo.
Análise da obra dos irmãos Lumière
Os filmes não tinham som. Apesar de já se terem tentado algumas experiências, o som só chega ao cinema em 1927. As imagens eram a preto e branco, pois o primeiro filme inteiramente rodado a cores só surge em 1935. Os figurantes, nos seus primeiros filmes, eram na maior parte das vezes familiares e amigos da família. As instruções dos Lumière eram para que estes quando filmados ignorassem a câmara, no sentido de tornar as situações o mais natural possível. A tendência puramente realista deve‐se à curiosidade puramente científica dos irmãos Lumière. Ambos acreditavam que o cinema não teria futuro. Os seus filmes são caracterizados pela falta de efeitos especiais e pela “vida real e quotidiana" que os circunda.
O primeiro efeito especial dos filmes Lumière, surge acidentalmente. Ao filmarem “Destruição de uma Muro”, moveram por engano a fita para trás reconstruindo a parede em filme. O público vibrou com o fenómeno visual a que não estava habituado. Os filmes Lumière são sempre filmados de câmara fixa. O primeiro Travelling surge à experiência. A câmara é fixa mas encontra‐se a filmar dentro de um barco em movimento.
A primeira visita de um oficial francês a Tunis, na Tunísia, ficou também registada nos seus filmes, bem como a coroação do Czar Nicolau II, filmada em Moscovo, que é considerada a primeira reportagem cinematográfica. A 9 de Março de 1986 é filmada a entrada com fila para o cinematógrafo em Londres. Todas as tardes havia projecções. O custo de entrada era de um xelim o que dava direito a visionar 10 peças.
Nos documentários dos Lumière, o cinema é o reflexo da realidade. Filmados com câmara fixa e utilizando o enquadramento centrado sugerem‐nos o equilíbrio visual através da sua tendência realista (realidade ou imitação da realidade).
Não existia ainda uma preocupação formal com os elementos de percepção visual ou com padrões de equilíbrio. A direcção, o peso, e o volume dos objectos por vezes vão contra o nosso sentido de leitura.
Na comemoração dos 100 anos do cinema, no festival de Cannes, a homenagem foi para os irmãos Lumière. Um dos seus filmes mais apreciados pelos seus efeitos foi “Aquário de Peixes Vermelhos”. Trata‐se de um grande primeiro plano de um aquário redondo com peixinhos vermelhos. A iluminação é conseguida somente com a luz do sol o que provocou efeitos de grande beleza. É um bom exemplo de que na simplicidade também pode residir arte.
Mesmo já não existindo não saíram da memoria…
Fim Trabalho elaborado por : Inês Martins Nº 12 1º ano TCMRPP