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Percepções e concepções em torno da Aprendizagem ao Longo da Vida na União Europeia Análise de Diferentes estratégias de cinco Estados-membros Claudia Neves Professora Auxiliar Convidada Universidade Aberta e Universidade Nova de Lisboa - FCSH

Aprendizagem ao Longo da Vida na União Europeia

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  • 1. Percepes e concepes em torno da Aprendizagem ao Longo da Vida na Unio EuropeiaAnlise de Diferentes estratgias de cinco Estados-membrosClaudia NevesProfessora Auxiliar Convidada Universidade Aberta eUniversidade Nova de Lisboa - FCSH

2. Processos de globalizao e mudanas no campoda educao A criao de organizaes (UNESCO e OCDE) abriu uma nova era para a circulao dos conhecimentos sobre educao. A formulao das polticas educativas comeou a depender cada vez mais da legitimao e da assistncia tcnica das organizaes internacionais Nos anos 60 levou a uma rpida difuso das Teorias do Capital Humano e da planificao educacional; O objectivo destas organizaes era construir uma racionalidade cientfica 3. Processos de globalizao e mudanas no campoda educao Estas organizaes criaram uma vasta rede de contactos, financiamentos, conhecimentos e informao entre os vrios pases e os investigadores e peritos destas organizaes; O trabalho destas organizaes assentava num conceito de Educao Comparada; Desenvolveram uma normalizao das polticas educativas nacionais, e estabeleceram uma agenda fixa; 4. Processos de globalizao e mudanas no campoda educaoO contexto de crescente insatisfao da sociedade face aossistemas educativos;Criaram-se as condies sociais de implementao demecanismos de responsabilizao accountability;Surgem os grandes projectos de anlise das polticas educativasbaseados em indicadores de ensino;Muitos Estados viram-se obrigados a reorganizar as suas polticaseducativas 5. Processos de globalizao e mudanas no campoda educao D-se a emergncia de uma agenda globalmente estruturada... Onde os Estados tm uma nova forma de actuao... As aces dos Estados so moldadas pelas grandes organizaes internacionais... D-se o efeito de contaminao, efeito de hibridismo e efeito de mosaico das polticas educativas mundiais. 6. Processos de globalizao e mudanas no campoda educao Embora estejamos perante uma governao global ainda persistem as particularidades nacionais nas prprias polticas de educao; no existe apenas uma globalizao mas vrias e que elas coexistem em diferentes velocidades; existe, de facto, algum consenso em relao aos discursos dominantes na educao mundial; Estes discursos globais, tm forte incidncia no tema da economia do conhecimento, no capital humano, na aprendizagem ao longo da vida, entre outros. 7. Novas formas de regulao da EducaoEstas parecem ser as formas de regulao actuais maisinfluentes e importantes devido sua conotao econmica;No entanto, existem tambm outros actores que influenciam apoltica educativa no apenas ao nvel transnacional comotambm ao nvel nacional regional e local;No se pode constatar uma anulao da autonomia do Estado, 8. Novas formas de regulao da EducaoExistem novos modos de regulao das polticas educativasonde diversos actores interagem sob diversas formas e adiversos nveis;O Estado no perdeu protagonismo na regulao, apenas utilizanovos instrumentos de regulao;Existem modelos de governao diferentes (centralizadores, demercado, em rede) sendo que existe uma tendncia para agovernao em rede. 9. A Unio Europeia e a Educao e FormaoA presidncia portuguesa de 2000 ficou marcada pela definiode uma srie de objectivos prioritrios - Estratgia de Lisboa.Neste encontro, os chefes de estado e de governo decidiraminstituir um ambicioso objectivo de tornar a UE na economiamais dinmica e competitiva do mundo atravs de umacoordenao de politicas econmicas dos Estados-Membros,de uma maior coeso social, e da criao de mais e melhoremprego. 10. A Unio Europeia e a Educao e FormaoO Conselho Europeu de Lisboa, definiu um objectivo estratgicoe aprovou um programa de trabalho para a Educao eFormao, no sentido de criar infra-estruturas deconhecimento, fomentar a inovao e a reforma econmica emodernizar os sistemas de proteco social e de ensino.Todos os anos a Comisso Europeia publica o seu Relatrio daPrimavera, onde analisa o desempenho dos Estados-Membrosna implementao de medidas da Estratgia de Lisboa 11. A Unio Europeia e a Educao e FormaoSurge a partir da Cimeira de Lisboa, um conjunto de iniciativasque visam a ampliao da aco da Unio Europeia na esfera daEducao e da Formao.Estas iniciativas so as seguintes: o Programa ObjectivosComuns para 2010, o Processo de Bruges/Copenhaga e oProcesso de Bolonha. 12. A Unio Europeia e a Educao e FormaoActualmente, a UE desenvolve um conjunto de polticas e deprogramas de aco para a educao e a formao.Destaca-se o Programa Educao e Formao 2020 consideradocomo o principal quadro de referncia para a poltica deeducao e formao na Europa, e dentro deste destacamos oprograma de Aprendizagem ao Longo da Vida 2007-2013. 13. A Unio Europeia e a Educao e FormaoO Programa de Trabalho Educao e Formao 2020 constitui oquadro de referncia estratgico para o desenvolvimento daspolticas de educao e formao a nvel comunitrio,pretendendo fazer dos sistemas de educao e formao naEuropa uma referncia mundial de qualidade at 2020. 14. A Unio Europeia e a Educao e FormaoO Programa Aprendizagem ao Longo da Vida 2007-2013destina-se a promover, em particular, os intercmbios, acooperao e a mobilidade entre os sistemas de ensino eformao na comunidade, a fim de que estes passem aconstituir uma referncia mundial de qualidade. 15. A Aprendizagem ao Longo da Vida na UnioEuropeiaHoje em dia a Aprendizagem ao logo da vida considerada umdos princpios orientadores da poltica comunitria.Ao longo dos ltimos anos a abordagem dos problemas daformao e do emprego tem ocupado um lugar de destaque. 16. A Aprendizagem ao Longo da Vida na UnioEuropeiaA aquisio contnua de conhecimentos e competncias considerada essencial para poder enfrentar esses desafios eparticipar activamente na sociedade.Do ponto de vista econmico, cada vez mais o investimento nocapital humano se tornou uma das alavancas para ocrescimento econmico. 17. A Aprendizagem ao Longo da Vida na UnioEuropeiaMas por outro lado, a UE preocupa-se com o reforo dasdesigualdades e com a excluso social.O memorando sobre ALV contm uma definio do conceitoapresentado comotoda a actividade de aprendizagem em qualquer momento davida, com o objectivo de melhorar os conhecimentos, asaptides e competncias, no quadro de uma perspectivapessoal, cvica, social e/ou relacionada com o emprego (2000,p. 6). 18. A Aprendizagem ao Longo da Vida na UnioEuropeiaA Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV) surge na base damaioria das orientaes polticas como algo novo esurpreendente que veio revolucionar a viso da educao eproporcionar uma soluo para a maioria dos problemaseducativos das sociedades contemporneas.A ALV ganhou uma nova vitalidade, num novo contexto ondeemergiu como uma ideia-chave para adaptar os recursoshumanos s necessidades polticas e sociais 19. A Aprendizagem ao Longo da Vida na UnioEuropeiaOs desafios da globalizao levaram ao aumento dacompetitividade entre os pases e proliferao datransformao tecnolgica.A ALV, assume assim, um papel central como meio de elevar asqualificaes de modo a garantir a competitividade dos pases. 20. A Aprendizagem ao Longo da Vida na UnioEuropeiaos decisores polticos que aderem s agendas econmicas neo-liberais usam a ALV, como forma de garantir o aumento dequalificaes a um menor custo possvel.Este paradigma no novo, remontando a sua origem a vriossculos atrs. Ao longo da sua evoluo, foi sim, alvo de vriasinterpretaes e conotaes. 21. A Aprendizagem ao Longo da Vida na UnioEuropeiao sentido da ALV nos dias de hoje demonstra que este idealparece estar bastante afastado dos ideais filosficos que ofundaram.a ALV hoje em dia criticada por ter uma conotao maiseconomicista e menos humanista.embora no seja assumido o contexto actual favorece aacentuao de um paradigma utilitarista da educao e da suafuno econmica. 22. A Aprendizagem ao Longo da Vida na UnioEuropeiaA evoluo deste conceito aponta para a passagem de umaconcepo educativa centrada na Pessoa, para uma concepofuncional, subordinada produo e competitividadeeconmicas, passando-se de uma lgica de aprender a serpara a lgica de aprender a ter.A linguagem da educao parece ter sido substituda pelalinguagem da aprendizagem. 23. A Aprendizagem ao Longo da Vida na UnioEuropeiaPara alm do facto da ALV se ter vindo a tornar uma actividadeindividual, ela tem vindo tambm a assumir-se como umaresponsabilidade individual, emdetrimento daresponsabilidade pblica.O princpio da ALV pode estar a criar um peso excessivo nanecessidade de acumulao aprendizagens 24. A Aprendizagem ao Longo da Vida na UnioEuropeiaA ALV implica uma sucesso de aprendizagens ao longo de todaa vida (lifelong) e em vrios contextos e ambientes (lifewide)que vo para alm da idade adulta e das necessidades deformao para o emprego.da teoria at prtica vai um enorme campo, que pode resultarem diferentes sentidos atribudos ALV, nem semprecoincidentes. 25. Pases seleccionadosModelo escandinavo Dinamarca Modelo continental BlgicaModelo anglo-saxnico Reino UnidoModelo mediterrnicoPortugalModelo catching-up Eslovnia 26. DINAMARCA 27. A Aprendizagem ao Longo da Vida na DinamarcaTerra dos vikings que eram um povo brbaro e violento queconquistou grande parte da Europa.tentativas de unio e falhas de desunio com os restantes pasesdo norte da Europa resignao.O seu forte e abrangente sistema de proteco social garanteapoios gratuitos a toda a populao a o custo fiscal bastanteelevado.A cultura de aprendizagem est bastante consolidada entrehomens e mulheres. 28. DINAMARCA: O DISCURSO TECNOLGIGO MATIZADO PELA COESO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO PESSOAL estratgia de ALV da Dinamarca serve objectivos de competitividade econmica e inovao tecnolgica matizadas pela coeso social e desenvolvimento pessoal. Talvez por ser uma sociedade muito coesa e participativa no seu desenvolvimento, a Dinamarca aposta naquilo que a sua principal fonte de riqueza, os recursos humanos. H a efectiva participao de todos na estratgia de desenvolvimento definida para a Dinamarca. 29. REINO UNIDO 30. A Aprendizagem ao Longo da Vida no Reino UnidoA histria do RU muito conturbada e acima de tudo marcadapela luta pela coroa e pelas tentativas de independncia dospases que constituem o RU.Por outro lado, temos tambm, as lutas religiosas que, aindahoje, so uma das maiores tenses entre os pases.Foi na Inglaterra que se iniciou a Revoluo Industrial quemarcou o sculo XIX. 31. REINO UNIDO: A ALV COMO EDUCAO PS-ESCOLAR EPS-OBRIGATRIA a ALV encarada como uma actividade que sedesenvolve na fase de ps-escolaridade centralizao do processo nos aprendentes. ideaisde empregabilidade e desenvolvimentoeconmico so claramente assumidos Os problemas de excluso social, s podero serultrapassados com a empregabilidade. Uso de evidncias como base da deciso poltica 32. BLGICA 33. A Aprendizagem ao longo da vida na Blgica o corao da Unio Europeia.posio geogrfica extremamente favorvel no centro docontinente Europeu, entre os pases mais poderosos da Europa.Ao longo da sua histria sempre assumiu um papel central nasrotas comerciais da EuropaEsto situados os quartis-generais de grandes organizaesinternacionais. 34. A Aprendizagem ao longo da vida na BlgicaA Blgica , assim, constituda por trs comunidades:a comunidade flamenga, a comunidade francesa e a comunidadegermnica.Ao mesmo tempo tambm constituda por trs regies: aFlandres, a regio de Bruxelas-capital, e a regio da Valnia.A Blgica, est tambm organizada em 10 provncias e 589comunas. 35. BLGICA: DIFERENTES SISTEMAS COM ESTRATGIAS SIMILARESAlgumas ambiguidades entre as regies de expressofrancesa e as de expresso flamenga, mas finalidadessimilares;Flandres a cultura de ALV parece estar um pouco maisconsolidada, talvez por influncia dos pases nrdicos;A comunidade francesa e as regies de Bruxelas capital e deValnia, talvez estejam mais influenciadas pela Franatodas as regies da Blgica evidenciam tendncia para secentrarem mais na populao jovem e adulta e na suapreparao para o mercado de trabalho. 36. BLGICA: DIFERENTES SISTEMAS COM ESTRATGIAS SIMILARESas finalidades das polticas de ALV na comunidade flamengaprendem-se com o desenvolvimento pessoal dos indivduos, ea promoo da sua integrao no mercado de trabalho e nasociedade em geral.Na comunidade de expresso francesa o debate em torno daALV est um pouco centrado na necessidade dos sistemas deeducativos e de formao das vrias regies de expressofrancesa estarem em sintonia e coerentes de modo a prepararmelhor as comunidades de expresso francesa para osdesafios do crescimento econmico. 37. ESLOVNIA 38. A Aprendizagem ao longo da vida na EslovniaDe todos os pases que analisamos neste estudo, a Eslovnia omais recente, sendo independente desde 1991.A luta pela independncia da Eslovnia e pelo direito liberdade, marcaram a sua histria, visto que este pequeno pasesteve ocupado desde o sculo VI at ltima dcada do sculoXX.Independente desde Janeiro de 1992, quando se separou daJugoslvia. 39. ESLOVNIA: ALV COMO FORMA DE CONSTRUO IDENTITRIA E SOBREVIVNCIA CULTURALEquilbrio entre as finalidades da ALV: econmicas, pessoais esociais;Grande nfase atribuda ao desenvolvimento de competnciasemocionais, e sociais, para alm das cognitivas; do conceitomoderno de ALV est muito relacionado com o desenvolvimentodo conceito de sociedade aprendente.estratgia da Eslovnia existe uma concepo de ALV, muitoabrangente, no penas ao nvel das finalidades e dos objectivosque se propem alcanar, como tambm, ao nvel de como eonde se aprende. 40. PORTUGAL 41. A Aprendizagem ao longo da vida em PortugalPortugal teve na sua formao histria, especificidades muitosmarcantes que o distinguem dos outros pases analisados.Por um lado, o facto da sua unidade nacional se ter manifestadomuito cedo. Por outro lado, temos o facto de ter sido um dosimprios mais ricos da histria mundial, dominando cerca demetade dos territrios do globo.Foi um pas que impulsionou o movimento dos descobrimentosque trouxe inovaes fundamentais ao mundo. 42. A Aprendizagem ao longo da vida em PortugalPortugal tornou-se uma nao onde os atrasos tecnolgicos,cientficos, educativos, sociais e culturais ainda hoje so visveis.Economia altamente dependente da importao, uma polticaonde a esquerda e a direita oscilam entre mandatosgovernativos,.Um pas catlico, onde a Igreja e o Poder deram as mos durantevrios sculos. 43. PORTUGAL: A NFASE NAS QUALIFICAES E NAEMPREGABILIDADE no existe uma clara referncia a documentos de enquadramento daestratgia de ALV ; Forte tendncia para legitimao das opes polticas recorrendo aestatsticas de organizaes internacionais; Estreita associao entre a estratgia de ALV e finalidades relacionadascom a qualificao de jovens e adultos para o mercado de trabalho; Fraca incidncia de conotaes relacionadas com od esenvolvimentopessoal e coeso social; reas de interveno prioritria so a formao profissional; RVCC, Novasoportunidades; Forte associao entre a ALV e contextos tradicionais de educao; 44. Algumas concluses A principal finalidade estratgica apontada pela maioria dospases o crescimento econmico, no entanto, estecrescimento econmico, em alguns pases encontra-se maismatizado com finalidades relacionadas com a coeso social e odesenvolvimento pessoal (como o caso da Dinamarca e daEslovnia). O RU distingue-se dos restantes pases por ser o nico casoque assume claramente a ALV como algo que acontece depoisda escolaridade. A Eslovnia foi o pas onde encontrmos um maior equilbrioentre as finalidades econmicas, as finalidades sociais e as dedesenvolvimento pessoal. Portugal tem uma estratgia de ALV totalmente alicerada emestratgias relacionadas com o emprego e a qualificao 45. Algumas interpretaes possveisApesar das foras de globalizao e do impacto das agendaspolticas neo-liberais, ainda existem padres de variaoconsiderveis nas polticas nacionais.Em termos de discursos em torno da ALV, podemos agrupar ospases em torno de trs tipologias: A Dinamarca, o Reino Unidoe a Blgica parecem-nos ter um discurso que pretende ser umaverso mais suave do paradigma econmico e utilitarista daALV; Portugal, parece-nos estar mais enquadrado numa versomais orientada para a qualificao e empregabilidade;enquanto que, a Eslovnia, nos parece estar ligeiramente maisprxima de uma verso mais abrangente da ALV. 46. Algumas interpretaes possveisEm pases como a Dinamarca, o RU e a Blgica, onde pelo seupercurso histrico e pela suas performances econmicas setornaram pases ricos, com elevados padres de vida e deinstruo, a ALV, est bastante mais consolidada, e os nveisde participao so bastante mais elevados.Em todos os pases analisados, a ALV encarada como ummeio para enfrentar os desafios econmicos e as mudanassociais.quando analisamos os aspectos operacionais e de aplicaoconcreta da ALV, verificamos que a ALV tem vindo a serimplementada, em pases como Portugal, de forma muitocircunscrita 47. Em relao agenda poltica da ALVA economia do conhecimento claramente associada a propostas de ALV nosdicursos da UE;No contexto supranacional, surge como um projecto poltico um pouco vagoao nvel ideolgico, mas ao nvel mais pragmtico e operacional claramentemais associado a imperativos econmicos;No contexto nacional, a ALV influenciada por condicionantes histricas,polticas, econmicas, sociais, culturais e educativas particulares de cada pas; 48. Em relao agenda poltica da ALV:Enquanto na Unio Europeia os dicursos so mais economicistas, ao nvelnacional existe uma necessidade de relacionar as finalidades da ALV com asnecessidades sociais e individuais, embora com nfases diferentes;Existe uma pluralidade de perspectivas nas polticas de ALV, umas comsentidos mais circunscritos outras mais abrangentes, o que confere a esteprojecto poltico um carcter heterogneo e dinmico 49. FIMAprender ao Longo da Vida ou Viver para [email protected]