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Redesenhar a confiança nos sistemas agroalimentares Claire Lamine, Ecodéveloppement, INRA Avignon

Apresentaçao Claire Lamine CBA-Agroecologia 2013

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Redesenhar a confiança nos sistemas

agroalimentares

Claire Lamine, Ecodéveloppement, INRA Avignon

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1. Consumidores, incertezas e confiança

2. Produtores e redefinição da rastreabilidade

3. Alem do selo: não usar o selo? Melhorar o uso do selo?

Construir outros tipos de engajamento?

4. Uma visão mas ampla do sistema agroalimentar

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TRABALHOS BASEANDO A PALESTRA

1999 – 2003. Doutorado de sociologia sobre os consumidores organicos

e as suas trajetorias e interaçoes com sistemas de distribução (como

combinam)

2001 – . Estudio de sistemas alternativos de distribução

2005 - . Trajetorias de agricultores na produção integrada e organica –

transiçoes nas praticas tecnicas, nas strategias de commercialização e

nas redes sociais

2009 - . Analise sistemica das interdependencias no sistema agri -

alimentar -> noção de sistema agri -alimentar territorial

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2 . CONSUMIDORES, INCERTEZAS E CONFIANÇA

Porque os consumidores entram no organico ? Que canais de distribuição

eles preferem? Que tipo de garantia?

Saude (seguridade) – lojas especializadas - selo organico (AB)

Produtos locais/relaçoes – feiras – acesso direto ao produtor e produto

Militantismo – sistemas alternativos – construção coletiva, engajamento

Outros tambem por encontros/por acaso (atraves de redes sociais)

Combinan formas de incerteza / de cuidar (para si mismo/pelos otros) :

sanitario, dietetico, gustativo, etico e ecologico

Isso è dinamico (exemplos de trajetorias)

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Trajetorias de consumidores nas Amaps (sistemas de cestas)

- Mudanças no abastecimento familiar (produtos locais, justos, outros canais…)

- Mudanças nas maneiras de consumir (cozinhar mais em casa, comer produtos

da estação, gastar menos etc.)

- Mudanças na sua participação dentro do sistema Amap ou em outras redes (por

mais/menos)

- Mudanças da sua conscientizaçao: nao so praticas agricolas e qualidade dos

produtos, mas tambem qualidade de vida dos agricultores, futuro da agricutura

na regiao, qualidade do paysagem rural

- Atraves de discussoes e interaçoes com produtores e da inserçao em debates

locais

Mas… principalmente consumidores da classe alta/media -> questão de equidade

social

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puristas irregulares

(intermitentes)

Trajetorias

Mudança radical

(conversão)

Mudança progressiva

Praticas Escolha o organico de

maneira regular

Escolha o organico de

maneira mas

irregular e aberta

para outras

alternativas

Relação com o selo

organico

Confiança plena no selo

organico (Delegação)

Confiança parcial,

implicação de outros

criterios (local…)

/sistemas/ redes

Fronteira do

comestivel

Organico/convencional Sustentavel/Industrial

(« forçado »)

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3. PRODUTORES E REDEFINIÇÃO DA RASTREABILIDADE

Varias maneiras de definir a rastreabilidade

Visão analitica, de codificação = o selo / responsabilidade como

respecto de regulas

Visao sistemica = sem selo? / responsabilidade como cuidado

A presença do agricultor no seu produto (cuidados): evidente na venda

direta… mas nos outros casos?

caso Ponto de Venda Coletivo – venda direta coletiva (mais presença

coletiva, com menos trabalho individual dos produtores) - sem selo

Caso feira de Grabels (acompanhado e estudiado por Yuna Chif foleau,

Inra Montpellier) – redefinir coletivamente o selo

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Pontos de Venda Coletiva

Agricultores – PVC

(ph.M.Darolt)

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Transparência:

- verde = do produtor;

- laranja = de um produtor conhecido diretamente (valorizar a cooperação)

- violeta = de outra origem (respeitar a diversidade, solução quando não tem

bastante produtos)

O mercado de Grabels

(Y.Chiffoleau)

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4 . ALEM DO SELO: SAIR DO SELO, MELHORAR O SELO O

CONSTRUIR OTRO TIPOS DE ENGAGAMENTO?

O caso das Amaps

Sair do selo o melhorar o uso do selo?

Ficar or sair da certificaçao AB…

Construir otros tipos de engagamento?

SPG

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O CASO DAS AMAP

AMAP = Associação para Manutenção de uma

Agricultura Camponesa (grupos de consumidores)

surgiram em 2001 no sudeste da França,

atualmente existem 1600 AMAPs na França

(aproximadamente 270.000 consumidores)

lógica de agricultura "famil iar ou camponesa,

socialmente justa e ambientalmente correta” e

de apoio a “agricultura local ou de

proximidade »

uma cesta de produtos cuja composição

depende da produção da época

contrato assinado por cada consumidor com o

produtor no início da temporada (geralmente 6

meses) ; um pré-pagamento, permitindo ao

produtor a garantia de renda

O produtor, garante produtos frescos e um modo

de produção sem chemicos

Participação dos consumidores (distribução)

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1. A exigência para os produtores que entram no sistema = uma

evolução em direção à conversão para a agricultura biológica (AB)

um sistema proprio de credenciamento de propriedades (na região

PACA, desde 2003), que combina produtores e consumidores

experientes; um "contrato de objetivos" traçando as etapas de transição

da propriedade para a certificação.

2. Mais o sistema de certificação da agricultura orgânica por auditoria

(Agricultura Biológica - selo AB) é objeto de debate (2005-)

-> Contestação do princípio de uma mudança obrigatória para a AB,

preferência por um princípio de confiança mútua e compromisso dos

produtores e consumidores (relação de contato direto)

-> outros preferem ficar na certificação e completar com criterios mas

sociais (trabalho, qualidade de vida, etc.) e mas simetricos (tambem

avaliar a implicação dos consumidores)

->Sair do selo o melhorar o uso do selo??

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-> divisão da rede… certos se aproximem da agroecologia – (cf projeto

AEFB / a emergencia da agroecologia em certos movimentos da AO,

baseada na critica sobre a agricultura biológica “intensiva” e na vontade

de se diferenciar de uma forma de ecologização “desviante”)

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3. Uma evolução recente pelo Sistema Participativo de Garantia ( SPG),

baseado em grupos de produtores e de consumidores das AMAP

-> Construir outros tipos de engagamento? Redesenhar a confiança?

-> novas formas de participação e cidadania nas escolhas alimentares e na

construção destes sistemas (cf Ecovida), aprendisagem

-> a emergência de uma democracia alimentar?

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os consumidores partilham os riscos da produção com os produtores.

Redefinição conjunta do sistema de produção / distribução e ate consumo (cf

trajetorias de produtores/consumidores)

Suppressão de certos bloqueios do sistema agri-alimentar como criterios de calibre e

aspeto

Mas…

O sistema sociotecnico (atores, instituções, regulações do setore agricolo e alimentar) fica bloqueado e outras interdependências fican forte:

assistência technica não adaptada -> soluções internas;

acesso a sementes adaptadas as condições locais dificil; poca disponibilidade de produtos e technicas

… mas ainda estamos falando de um tipo de consumidores e agricultores bem

particular…

O que limita o potencial transformador dos sistemas alternativas (Allen, Goodman etc.)

Apesar de estes limites…

Exercizio da cidadania nas escolhas alimentares e na construção destes sistemas

também em ações ou debates locais (urbanização, alimentação escolar)

Tentativas de influençar o sistema sociotecnico

Evoluções significativas dentro do processo de controle de produção

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5 . ALEM DA CERTIFICAÇÃO… UMA VISÃO MAS AMPLA DO

SISTEMA AGROALIMENTAR E DA TRANSIÇÃO

O sistema agri -al imentar territorial : tudos os atores da produção,

transformação, distribução, consumo de alimentos ; incluindo não so

agricultores e atores economicos mas tambem assistência tecnica,

pesquisa, polit icas publicas, consumidores, sociedade civil

Envolve de fato os differentes dispositivos, redes, regras, modos de coordinação ; envolve de fato circuitos curtos E longos…

Permite considerar :

a diversidade de atores do sistema e suas interdependencias

a diversidade social dos consumidores – al imentaçao publica (escolas

etc.) – e dos agricultores

Analise dos fenomenos de interdependencia, bloqueio, emergencia o marginalisação (analise documentar e entrevistas, etnographia)

Combinação de analise rétrospectiva e das dinamicas atuais ; analise da construção de modos de coordinação adaptados a partir de differente tipos de iniciativas coletivas de commercialização de produtos organicos e locais (CC e CL)

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Circuits

courts ou

circuits longs

Territorial agri-food system

Local processors

Local retailers

Local producers

extension

Public policies

Consumers and civil society

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En termos teoricos, è necessario combinar :

Um enfoque sobre as transições (etapas, processos, fatores facilitantes etc.) passadas e presentes,

-> Analisar as trajetorias no tempo longo tão no nivel individual que coletivo/social, articulando as escalas: propriedade, territorio, sistema alimentar

-> Analise socio-historica (teoria das transições o otra teoria)

Com um enfoque sobre a diversidade e os conflitos de visões

-> analise de sociologia pragmatica (ação coletiva, analise das posições e dos conflitos de valores…)

En termos politicos

Como pasar do objetivo de relocalização da produção (e autonomia alimentar) pela formulação dum projeto agri alimentar territorial?

Precisa duma visão politica mas ate agora as politicas (e instituções, pessoas) agricolas e alimentares fican separadas (PNAE/PAA brasileiro parece muito interesante por isso)…

Riscos de exclusão de produtores, consumidores, e regiões

Perspectivas de pesquisa

O papel das mulheres

A repartiçao da valor

CONCLUSOES

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18 mai 2011

TEORIA DA MODERNISAÇÃO ÉCOLOGICA

Création de nouveaux agencements entre intervention publique, acteurs économiques privés et comportements des consommateurs/citoyens

-> transformation des systèmes de production et modes de régulation favorable à l ’environnement

« Nouveaux agencements » : système associant consommateurs

et producteurs Rôle possible intervention publique (subventions coll terr) Transformation des systèmes de production : la garantie

d’écoulement peut faciliter des évolutions de pratiques (vers l ’AB)

Transformation des modes de régulation : refus des intermédiaires, souvent des modes de régulation institutionnels ( label AB) et construction de dispositifs ad hoc (certification participative, chartes, contrats)

En plus : transformation des systèmes de consommation (bio, équitable, circuit court) . Ecologiquement discutable…

Changements pour ces P/C là, mais effet plus large?

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18 mai 2011

TEORIA DO TREADMILL OF PRODUCTION

la substitution du capital au travail n’est pas remise en question

les effets globaux du développement économique en termes de crise environnementales et sociales ne sont pas diminués

les nouveaux secteurs d’activités générés par les réformes environnementales sont réintégrés dans l ’engrenage de la production

À côté des Amaps : apparition de nombreux systèmes « commerciaux » dans le mainstream (grossistes, intermédiaires) qui absorbent certaines allégations, comme la confiance, la proximité ou l ’authenticité (cf les divers paniers paysans.com) ?

Au sein des Amaps : les producteurs se retrouvent -i ls réintégrés dans l ’engrenage (extension des surfaces, mécanisation, augmentation des intrants) ?

-> pb d’échelle temporelle d’analyse

-> les formes d’organisation semblent les protéger

: ajustement possible offre/demande, matériel

partagé ou d’occasion, régulation collective

Mais également, quels producteurs et

quels consommateurs ont accès au système ?

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18 mai 2011

de vraies sol idarités locales entre des producteurs et consommateurs

ancrés dans un territoire par tagé, et par fois les amap s’engagent dans

les débats publics locaux (foncier, urbanisation, agriculture)

Cf notions de communauté de destin ou de « civic agriculture »

La cer tification par t icipative , un levier pour plus d’équité dans la

construction du système et de ses régulations

Le cas de la restauration collective (un système encore régulé par la

puissance publique) semble prometteur, en l ien/complémentarité avec

les divers systèmes alternatifs locaux. Notamment par sa capacité à

produire de l ’équité sociale et territoriale…

mais là aussi , r isque de captation des ressources (au profit des

collectivités les plus aisées ou outil lées aux dépens des autres)

Des al l iances sont nécessaires avec d’autres mouvements pol it iques et

sociaux pour que les processus de régulation et de soutien public

prennent en compte les questions écologiques et sociales

inséparablement

Das solidarias locais as mudanças do sistema agri-alimentar territorial

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O sistema agri-alimentar territorial : tudos os atores da produção, transformação, distribução, consumo de alimentos ; incluindo não so agricultores e atores economicos mas tambem assistência tecnica, pesquisa, politicas publicas, consumidores, sociedade civil

Envolve de fato os differentes dispositivos, redes, regras, modos de coordinação

Envolve de fato circuitos curtos E longos…

• Os differentes niveis desse sistema poden ser apreendados (ainda que o sistema não è fechado)

• Os fenomenos de interdependencia, bloqueio, emergencia o marginalisação

• poden ser estudiado (analise documentar e entrevistas, etnographia)

• Combinação de analise rétrospectiva e das dinamicas atuais

• -> exemplo : analise da construção de modos de coordinação adaptados a partir de differente tipos de iniciativas coletivas de commercialização de produtos organicos e locais

a noção de sistema agri-alimentar territorial

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conclusão

Metodologia

Reconhecer a importância das formas mistas

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referências

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Evénement enfant-santé

Consommer local

Engagement citoyen

Influence de proches

Engagement dans d’autres modes de consommation alternatifs

Consommation bio antérieure

Le bio vient après le local

Le bio vient après les types de circuit

Implication dans l’Amap

Plutôt dans la délégation

S’impliquent progressivement

Impliqués au départ

Varient entre délégation et implication