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ARTE EGÍPCIA
Professora: Cristiane Seibt
Encontramos no Egito uma das principais civilizações da Antiguidade no que diz respeito ao seu desenvolvimento. A sociedade egípcia apresentou opulência, abundância e complexidade fabulosas em suas realizações culturais e na sua organização social. E é graças à estruturação da escrita produzida pelos egípcios que temos uma compreensão bastante íntegra sobre a produção dessa cultura.
Arte Para a eternidadeOs egípcios eram norteados pela religiosidade, pela crença em deuses e por acreditarem na vida após a morte, considerando esta mais importante do que a vida terrena. A grande preocupação do povo egípcio era garantir conforto, em especial aos seus soberanos, após sua morte. É bem possível encontrarmos na religião a grande força da arte egípcia. Colossais obras de arte, assim como a arquitetura, existiram com a finalidade de render glórias e eternizar esses espíritos após a sua morte. Todos os bens terrenos eram depositados em suas câmaras mortuárias, com a intenção de desfrutá-los na eternidade. Considerando o faraó como o grande chefe religioso e político, uma espécie de príncipe e sacerdote, um verdadeiro representante do deus na Terra, entendemos que viviam sob o escudo do clero. Acredita-se que o faraó representava os homens junto aos deuses e os deuses junto aos homens.
Frente à obsessão pela imortalidade, não é de se admirar que a arte não tenha se modificado por cerca de 3.000 anos. Foi através da busca por essa permanência que o povo egípcio definiu a alta matemática, a literatura e as ciências médicas como fundamentais para a grandiosidade de sua civilização.
A combinação da regularidade geométrica e da profunda observação da natureza é característica de toda a arte egípcia. E apesar de estática, sua produção cultural apresentou-se maravilhosamente.
Localização
A região onde se iniciou o desenvolvimento da civilização egípcia está situada no nordeste da África, com seu antigo território cortado pelo grande rio Nilo (6.500 km e 6 cataratas), ladeado por dois desertos (deserto da Líbia e da Arábia). Ao norte, o mar Mediterrâneo favorecia a navegação e o comércio com outros povos. A leste, o mar Vermelho, outra via de comunicação.
Sociedade EgípciaUma das principais civilizações da antiguidade - em desenvolvimento;Opulência, abundancia e complexidade fabulosas em suas realizações culturais e na sua organização social;Estruturação da escrita;Faraó - um verdadeiro representante do deus na Terra;Questão da permanência da arte por 3.000 anos.
Arte Egípcia
Arte Egípcia
As divisões da história
Egípcia na Antiguidade
Período Duração
Antigo Império cerca de 3200 a.C. a 2200 a.C.
Médio Império cerca de 2000 a.C. a 1750 a.C.
Novo Império cerca de 1580 a.C. a 1085 a.C.
Arte Para a eternidadeReligiosidade;Crença nos Deuses;Vida após a morte – mais importante do que a terrena – colossais obras de arte – render glórias e eternizar esses espíritos após a morte. A estática de suas figuras, a regularidade geométrica e a profunda observação da natureza foram características de toda a arte egípcia.
ArquiteturaEm virtude da religiosidade do povo egípcio, monumentais construções arquitetônicas foram produzidas. As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas, construídas por importantes reis do Antigo Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Próximo a essas três pirâmides localiza-se a esfinge mais célebre de todo o Egito, uma metáfora ao faraó Quéfren; entretanto, a ação corrosiva do vento e das areias do deserto deram-lhe, ao longo dos séculos, um novo e enigmático aspecto.
Como características gerais da arquitetura egípcia encontraremos: • Conservação e solidez;• Perpetuidade;• Regularidade geométrica;• Apropriação de elementos da
natureza;• Enigmabilidade e inacessibilidade.•
Arquitetura
Conservação e solidezPerpetuidadeRegularidade GeométricaApropriação de elementos da naturezaEnigmalidade e inacessibilidadeOs Túmulos e os templos – Divididos em três estilos:Pirâmides – túmulo real destinado aos faraós;Mastaba – túmulo para a nobrezaHipogeu – Túmulo destinado a gente do povo
As bases das pirâmides possuem formato quadrangular, produzidas com enormes pedras que chegam a pesar em torno de vinte toneladas e atingem a altura de dez metros, por dez metros de largura, além de serem espantosamente lapidadas. A porta dianteira da pirâmide aponta para a estrela polar, com o propósito de que a influência de sua força se concentrasse sobre a múmia. Os caminhos que levam à câmara funerária, onde repousa a múmia e seus pertences, são um verdadeiro labirinto.
Carnac e Luxor são os templos mais significativos, ambos dedicados ao deus Amon e construídos no Novo Império, fase na qual ocorreu o apogeu do poder e da cultura egípcia. Como aspecto artístico mais importante, novos tipos de colunas decoradas com motivos da natureza, como a flor de lótus e a flor de papiro. Antes delas, as colunas construídas assemelhavam-se às colunas gregas do estilo dórico, sendo muito simples: apresentavam pouco trabalho no capitel, o tronco formado por sulcos e não havia base.
Carnac
Luxor
As construções mais significativas e emblemáticas da arte egípcia são os túmulos e os templos e apresentam-se divididos em três categorias:• Pirâmide – túmulo real, destinado ao
faraó; • Mastaba – túmulo para a nobreza e os
sacerdotes; • Hipogeu – túmulo destinado às pessoas
comuns do povo.
Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididos conforme seu capitel. Palmiforme – flores de palmeira Papiriforme – flores de papiro Lotiforme – flor de lótus
As categorias das colunas dos templos egípcios são divididas de acordo com seu capitel:• Palmiforme – flores de palmeira;• Papiriforme – flores de papiro;• Lotiforme – flor de lótus.
Pirâmides de Gizé
Mastaba – túmulo para a nobreza
Hipogeu – Túmulo destinado a gente do povo
As esfinges foram concebidas com o corpo de leão (força) e com cabeça humana (sabedoria). Foram colocadas na alameda de entrada do templo para afastar os maus espíritos.
Os obeliscos foram erigidos à frente dos templos com o propósito de
materializar a luz solar.
EsculturasCom a necessidade de imprimir na pedra a ilusão da
imortalidade para atender propósitos religiosos, a escultura egípcia foi produzida em sua grande maioria numa atitude serena, geralmente de frente, não deixando transparecer qualquer sinal de emoção. Estimulados pela intenção da permanência, uma vez que sua arte serviria à eternidade, evitavam formas protuberantes e as construíam com materiais muito resistentes como o diorito e o granito, para que não houvesse quebra e danos. Mantinham uma expressão carregada de força e majestade e as proporções do corpo eram exageradas, apresentando sempre regularidade geométrica em suas formas.
...Os egípcios acreditavam que apenas preservar o corpo não era bastante, mas que se uma fiel imagem do rei fosse preservada, não havia a menor dúvida de que ele continuaria vivendo para sempre. Assim, faziam com que artistas esculpissem a cabeça do rei em imperecível granito e a colocavam na tumba, onde ninguém a via, a fim de aí exercer sua magia e ajudar a alma a manter-se viva na imagem e por meio dela. Um nome egípcio para designar o escultor, era de fato: aquele que mantém vivo. GOMBRICH, E. H., A História da Arte
EsculturasProporções exageradas do corpo;Lei da Frontalidade;Regularidade Geométrica;Na busca pela permanência, utilizaram materiais duradouros, como rochas;Inexistência de emoção;
Principe Rahotep e sua esposa Nofret ( museu egípcio do cairo)
Escriba sentado(museu do Louvre. Paris)
Produziram as Usciabtis, miniaturas das imagens funerárias, frequentemente esmaltadas de verde e azul, cuja função era substituir o faraó morto nas tarefas mais árduas do além. Apresentavam-se por vezes cobertas de inscrições. Também demonstraram superioridade na qualidade de seu trabalho ao realizarem os baixo-relevos, que em sua grande maioria eram pintados. Também recobriram as paredes e as colunas imprimindo seu estilo por todos os lugares. Muitas vezes, os hieróglifos eram reproduzidos, em baixo-relevo.
Pintura
A ornamentação colorida desempenhou uma poderosa função como complemento da postura mística e religiosa desse povo. Os pintores egípcios estabeleceram diversas regras bastante rígidas, que foram seguidas ao longo de muito tempo (busca da permanência).
Como suas propriedades gerais, encontraremos:
inexistência das três dimensões;• desconhecimento da profundidade;• pintura “chapada”, aplicando-se uma cor de cada vez, • sem matizes de claro-escuro, consequentemente sem sinal de volume;uso da “lei da frontalidade” que estabelece a repre• sentação da figura com o tronco e olhos de frente, cabeça, pernas e pés de perfil.
Os egípcios ficaram conhecidos por sua organização, e nas artes isso não foi diferente; assim sendo, a pintura também foi produzida de forma hierarquizada. Representavam em tamanho maior aqueles de maior importância social, na seguinte ordem de grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os soldados e o povo. As imagens femininas eram pintadas em ocre, por exemplo, enquanto as masculinas, em vermelho.
Pintura que exemplifica a lei da frontalidade
Desenho do período do faraó Tutankhamon
O povo egípcio desenvolveu e organizou a escrita graças à utilização de desenhos, pois diferentemente de nós não utilizavam letras. Desenvolveram três formatos para a escrita:hieróglifos • – considerados uma escrita sagrada; hierática• – uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes; demótica• – uma escrita popular.
CURIOSIDADEAs pirâmides de Gizé Três majestosas pirâmides foram construídas como tumbas dos reis: Kufu (ou Quéops), Quéfren, e Menkaure ou Miquerinos (pai, filho e neto).
Queóps é a maior das três pirâmides, tinha originalmente 146 metros de altura, o equivalente a um prédio de 48 andares. Nove metros já se foram, graças principalmente à ação corrosiva da poluição vinda do Cairo. Para edificá-la, foram precisos cerca de 2 milhões de blocos de pedras e o trabalho de cem mil homens, durante vinte anos.
A construção da pirâmide foi feita com pedras justapostas, ou seja, “encaixadas”, sem auxílio de cimento ou qualquer material colante, e alguns blocos estão tão bem unidos que não é possível passar entre eles uma folha de papel ou até mesmo uma agulha.
Para os egípcios, a pirâmide representava os raios do Sol, brilhando em direção à Terra. Todas as pirâmides do Egito foram construídas na margem oeste do Nilo, na direção do sol poente.
É por intermédio da arte encontrada nos templos que o Faraó demonstrava seu poder político em comemoração às suas conquistas, que pelo gigantismo de suas colunas e estátuas o imortalizariam. Foi quando os hieróglifos tornaram-se elementos de decoração na arquitetura ao serem esculpidos nas colunas e fachadas dos templos, a fim de eternizarem feitos históricos dos Faraós.