2. BLOCO DE ALFABETIZAO RESOLUO CNE/CEB N 7/2010
FixaDiretrizesCurricularesNacionaisparao
EnsinoFundamentalde9(nove)anos.
3. Art. 30 Os trs anos iniciais do Ensino Fundamental devem
assegurar: I a alfabetizao e o letramento; II o desenvolvimento das
diversas formas de expresso, incluindo o aprendizado da Lngua
Portuguesa, a Literatura, a Msica e demais artes, a Educao Fsica,
assim como o aprendizado da Matemtica, da Cincia, da Histria e da
Geografia; III a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a
complexidade do processo de alfabetizao e os prejuzos que a
repetncia pode causar no Ensino Fundamental como um todo e,
particularmente, na passagem do primeiro para o segundo ano de
escolaridade e deste para o terceiro.
4. Os trs anos iniciais do ensino fundamental de nove anos
constituem o ciclo da alfabetizao e letramento e no devem ser
passveis de interrupo;
5. A complexidade do processo de alfabetizao requer a
continuidade do aprendizado para que sejam respeitados os
diferentes tempos de desenvolvimento das crianas de seis a oito
anos de idade. Ao final do bloco, a criana deve estar
alfabetizada.
6. Na organizao escolar em bloco parte-se de outra concepo de
aprendizagem e de avaliao que traz desdobramentos significativos a
reorganizao dos tempos e espaos escolares, alm de exigir novas
prticas e novas posturas docentes. Os ciclos de aprendizagem
apresentam uma estrutura de dois ou trs anos de durao e prev ao
final desse perodo a reteno do estudante que no atingir os
objetivos do ciclo.
7. Do ponto de vista poltico-pedaggico as propostas de blocos
ou ciclos deslocam o foco da avaliao de rendimento do aluno
isoladamente no final do processo, para recair sobre a perspectiva
de avaliao diagnstica e dos acmulos obtidos durante o processo de
ensino
9. Aprovao automtica quer dizer sem avaliao, sem orientao, sem
cobrana, sem algum apoio. Sendo assim, sem nenhum critrio, o aluno
empurrado adiante; Progresso continuada, ao contrrio, um
alargamento do conceito de perodo escolar, pois prev, em vez de ano
letivo, um perodo maior para se alcanar determinada
aprendizagem;
10. A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, em sua Seo
III, Art. 32, Inciso IV, prev que: IV . (...). 1. facultado aos
sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos. 2. Os
estabelecimentos que utilizam progresso regular por srie podem
adotar no ensino fundamental o regime de progresso continuada, sem
prejuzo da avaliao do processo de ensino-aprendizagem, observadas
as normas do respectivo sistema de ensino..
11. A progresso continuada, rompe com a prtica vigente durante
o regime militar, na qual a avaliao dos alunos era utilizada para
reafirmao da autoridade do professor sobre os alunos.
12. Assim, Bloco de Alfabetizao uma organizao escolar em ciclos
de aprendizagem que pressupe mudanas nas concepes de ensino,
aprendizagem e avaliao, e, consequentemente, na organizao do
trabalho pedaggico e na formao de seus professores. O professor
protagonista nesse processo de ressignificao dos espaos e dos
tempos de ensino e de aprendizagens na alfabetizao.
13. O Bloco prope um repensar na organizao do tempo escolar,
transformando o tempo cronolgico, rgido, em tempo pedaggico,
circular, dinmico, buscando a retomada de aspectos importantes do
processo de ensino e de aprendizagem. Deve-se lembrar, tambm, que
as pessoas tm tempos diferentes de aprendizagem e,
consequentemente, aprendem de formas diferentes.
14. A organizao da prtica requer: Planejamento: O planejamento
organiza o tempo pedaggico e assegura a realizao dos princpios do
Bloco, como forma de atender as necessidades de aprendizagem dos
estudantes ou de um determinado grupo de estudantes. Deve, ainda,
garantir a otimizao do uso dos diversos espaos escolares, ousando
outras formas de fazer/viver a alfabetizao.
15. Rotina: A rotina representa, tambm, a estrutura sobre a
qual ser organizado o tempo didtico, ou seja, o tempo de trabalho
educativo realizado com os estudantes. Assim, necessrio resgatar as
estruturas didticas que contemplam as mltiplas estratgias
organizadas em funo das intenes educativas expressas no projeto de
trabalho de cada turma, ano e/ou unidade escolar, constituindo-se
em um instrumento para o planejamento do professor. Ressalta-se,
que em toda rotina pedaggica, o ambiente e as atividades
desenvolvidas devem ser ldicas e conciliadas com a Alfabetizao e os
Letramentos, que sero ampliados no captulo dos eixos do Bloco.
16. Que estruturas didticas? Essas estruturas didticas podem
ser agrupadas em trs grandes modalidades de organizao de tempo. So
elas: 1. As atividades permanentes; 2. A sequncia didtica; 3. Os
projetos de trabalho.
17. Atividades permanentes: So as atividades em que os contedos
necessitam de uma constncia, um tempo maior de vivncia, onde o
alfabetizador trabalha com os contedos numa interligao com a prtica
social. Consideram-se atividades permanentes, entre outras:
brincadeiras no espao interno e externo, a roda de histria, a roda
de conversas, os atelis ou oficinas de desenho, de pintura, de
modelagem e de msica, as atividades diversificadas ou ambientes
organizados por temas ou materiais escolha da criana, incluindo os
momentos para que os estudantes possam ficar sozinhos, se assim o
desejarem, exercitando a autonomia, bem como os cuidados com o
corpo, alm da necessria vivncia da corporeidade, pelo estmulo
expresso humana.
18. Sequncias didticas: As sequncias didticas so planejadas e
orientadas com o objetivo de promover uma aprendizagem especfica e
definida. FOCO
19. PROJETOS DIDTICOS Os projetos de trabalho so atividades que
trabalham com conhecimentos especficos, construdos a partir de um
dos eixos de trabalho, que se organizam ao redor de um problema
para resolver ou de um produto final que se quer obter. uma
concreta possibilidade de dilogo entre as reas do
conhecimento.
20. CARACTERSTICAS ESTRUTURAIS Sequncias didticas Projetos
didticos Objetivo a ser alcanado (necessidade dos alunos); Definir
eixo de articulao; Etapas de desenvolvimento (recursos didticos):
1. Apresentao da situao; 2. Produo inicial; 3. Mdulo 1, mdulo 2,
mdulo n; 4. Produo final; - Avaliao somativa. Escolha do tema;
Justificativa; Objetivos Claros Gerais e Especficos; Dimenso de
tempo; Recursos: materiais e de fontes de informao; Diviso de
tarefas; Prev um produto final; Avaliao final. Registro durante
todo o processo.
21. ANA AVALIAO NACIONAL DA ALFABETIZAO Ser realizada
anualmente e ter como objetivos principais: i) Avaliar o nvel de
alfabetizao dos educandos no 3 ano do ensino fundamental. ii)
Produzir indicadores sobre as condies de oferta de ensino. iii)
Concorrer para a melhoria da qualidade do ensino e reduo das
desigualdades, em consonncia com as metas e polticas estabelecidas
pelas diretrizes da educao nacional.
22. A ANA pretende fazer um diagnstico amplo do processo de
alfabetizao nas escolas pblicas brasileiras, indo alm de testar a
aquisio de saberes pelas crianas nas reas de Lngua Portuguesa e
Matemtica ao longo do Ciclo de Alfabetizao. Espera-se avaliar
aspectos de contexto que envolvam a gesto escolar, a
infraestrutura, a formao docente e a organizao do trabalho
pedaggico.
23. A ANA constituda por cinco eixos que procuram verificar
dados relativos s condies de oferta e ao nvel de alfabetizao e
letramento em Lngua Portuguesa e alfabetizao em Matemtica. Para a
coleta de informaes a respeito das condies de oferta, sero
aplicados questionrios voltados aos professores e gestores das
instituies de ensino que atendem ao Ciclo de Alfabetizao. O foco
desses questionrios aferir informaes sobre as condies de
infraestrutura, formao de professores, gesto da unidade escolar,
organizao do trabalho pedaggico, entre outras.
24. Para aferir os nveis de alfabetizao e letramento, sero
aplicados testes aos alunos matriculados na ltima etapa do Ciclo de
Alfabetizao, isto , no 3 ano do ensino fundamental. Os testes
destinados a aferir os nveis de alfabetizao e o desempenho em
alfabetizao e letramento em Lngua Portuguesa e alfabetizao em
Matemtica sero compostos por 20 itens. No caso de Lngua Portuguesa,
o teste ser composto de 17 itens objetivos de mltipla escolha e 3
itens de produo escrita. No caso de Matemtica, sero aplicados aos
estudantes 20 itens objetivos de mltipla escolha.
25. Os resultados sero informados por Instituio de Ensino,
Municpio e Unidade Federativa, e ser publicado um ndice de
alfabetizao referente s condies aferidas em nvel nacional. As
informaes a serem divulgadas sero concernentes: (i) s condies de
oferta; e (ii) aos resultados relativos aos nveis de alfabetizao e
letramento em Lngua Portuguesa (leitura e produo escrita) e
alfabetizao em Matemtica
26. Com base nesses pressupostos, a matriz de Lngua Portuguesa
est organizada em dois eixos estruturantes: o da Leitura e o da
Escrita, abrangendo diferentes nveis que vo desde a avaliao da
leitura e escrita de palavras at a avaliao da leitura e escrita de
textos, incluindo- se um conjunto de conhecimentos e habilidades
lingusticas necessrias proficincia na leitura e na escrita,
esperadas para a faixa etria qual o instrumento se destina, alunos
de 7 e 8/9 anos de idade
27. Para avaliar a alfabetizao em Matemtica, esto contemplados
diversos aspectos relevantes da construo do conhecimento matemtico
da criana, tais como o reconhecimento de padres de uma sequncia
para identificao dos prximos elementos e a identificao de mudanas
de direo e de sentido na movimentao de objetos no espao a partir de
um referente. Esto delimitadas as dificuldades e possibilidades de
incluso desses aspectos e as limitaes causadas pelo modelo de itens
utilizado em avaliaes de larga escala para a elaborao de itens que
envolvam tais conhecimentos.
28. Com base em todos esses pressupostos, a Matriz de Matemtica
est estruturada em quatro eixos: Eixo Numrico e Algbrico, Eixo de
Geometria, Eixo de Grandezas e Medidas e Eixo de Tratamento da
Informao. A partir deles, foi definido um conjunto de conhecimentos
e habilidades matemticas necessrias alfabetizao em Matemtica,
esperada para a faixa etria qual o instrumento se destina.