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Problemática
• Como se caracteriza Gondomar durante a 1ª República:
- A nível político- A nível cultural
DESCANSO SEMANAL
A República estabelece o Domingo como
dia de descanso semanal. A 3 de Abril de
1911 torna-se obrigatório que as
mercearias fechem desde o meio dia de
Domingo até segunda feira
ASSOCIAÇÕES
CENTRO DEMOCRÁTICO LUZ E ESPERANÇA PÁDUA CORREIA, EM VALBOM
Centro Democrático de Instrução Luz e Esperança Pádua Correia foi fundada em 1904, em casa de Francisco António de Campos e Silva. Em 1905 passou a chamar-se Grupo Dramático e Recreativo de Instrução Luz e Esperança, tendo como patrono Pádua Correia.
Fundação – 1905. O sócio n°1 terá sido Ferreira Calisto.
Centro democrático
Pádua Correia em Fânzeres
Fundada a 4 de Agosto de 1905,adoptou o nome “Escola Dramática Juventude Valboense” e tinha como lema “Instrução, Recreio e Beneficiência”.
Número único do 8º aniversário
Verde como o o crente vigor e a vida … vales , montanhas, planícies.
Branco da inocência, altruísmo, prudência dos anciãos simbolizada nas suas cãs.
HINO DA ESCOLA DRAMÁTICANo Céu da Pátria adoradaBrilha um astro redentorQue traz nossa alma encantadaCom seu mágico esplendor!É a Instrução, seus efeitosNós os vamos já sentindo:Mais ardor em nossos peitos,Mais luz na mente sorrindo…
Coro
Coro:
Assim brada em voz potenteA nossa linda bandeiraTremulando altivamente,Do progresso a mensageira!(…)
Em Valbom, em 1912, funda-se o Centro Republicano Radical que realiza a sua festa de inauguração na Escola Dramática na noite de 4 de Outubro, com uma crescente inscrição de sócios.
Combate, nº25 Agosto, 1912,
Centro Católico
CLUBE GONDOMARENSE
Gente desta terra amada
Que o Crasto domina altivo
Vede o esforço tão vivo
De quem a quer respeitada.
Que todo o Gondomar
pense
Em seguir nosso fanal
- O Progresso – o ideal
Do Club Gondomarense
Caminhe de amor movida
No concelho toda a gente
Junto ao nosso esforço
ingente
De a tornar amada e qu
´rida.
Gravemos deste torrão
Um nome de oiro na
História,
Cheios de luz e de glória
Juntos num só coração
Siga o nosso brado- Avante!
Avante por Gondomar;
Pela divisa lutar
O nosso labor gigante,
E o nosso Torrão natal
Grande, ilustre e respeitado
Há de ser assignado
Na história de Portugal
Por Gondomar, por
Gondomar
Sempre avante com
valor,
Por Gondomar, por
Gondomar
Cantemos cheios de
amor!
Orfeão de GondomarEm 1917, nasce, aqui, o Orfeão de GondomarO Coral do Orfeão de Gondomar fez a sua primeira apresentação em 21-11-1920, sob a direcção do maestro José Moura em colaboração com o corpo cénico e Orquestra da Escola Gondomarense
Banda de Música do MonteiroEm 1850 o reverendo Padre João Ramos das Neves, conhecido por Padre João da Torre, organista, criou um terceto para animar as festividades religiosas.
O mesmo iniciou o ensino da música.Damião Monteiro foi um seu ilustre aluno.
Tuna Musical Gondomarense
Partiu, também, do Clube Gondomarense.Já não existe.
Fundação – 1915 Tentou ligar-se ao Clube Gondomarense que declinou o convite. Possui sala de leitura e jogos.
Clube dos Caçadores de Gondomar
A Voz de Gondomar, nº 2, 6 de Setembro de 1925, p.3
Centro Democrático Recreativo da Venda Nova
Foi idealizado em 1911. Tinha biblioteca; Jogos.Fez Conferências educativas e festas. As adesões tiveram a sua primeira sede na Farmácia da Venda Nova, onde poderiam ser entregues livros instrutivos.
Surge, na Travessa de S. Veríssimo, com o nome Grupo Dramático Valboense Luz e Vida, em 1922 com fins essencialmente culturais. Hoje, localiza-se na Rua Dr. Albino Montenegro.
Grupo Dramático e de Recreio da Mocidade Valboense
Foi fundado em 31-1-1911 com finalidade beneficiente e recreativa. No ano 1928, contava com 280 sócios. Tinha a sua sede no lugar da Culmieira. Possuía um grupo de teatro.
CLUBE NAVAL INFANTE D. HENRIQUE
Fundação - 4 de Julho de 1925 em Valbom. Patrono D. Henrique Símbolo - Cruz de Cristo. Actividade - o Remo Outras - Polo Aquático e a Natação Mais tarde: o Basquetebol, a Pesca Desportiva e o Ténis de Mesa.
No Natal de 1960, o Clube inaugurou a sua Sede Social, na Rua Dr. Joaquim Manuel da Costa
O Legionário, 1.8.1915, p. 1
“Grupo de Nun´ Álvares de ValbomFundou-se em 1924.
Pretendia difundir a religião católica.Tem a sua origem no Grupo dos Jovens Católicos Valboenses Nun´Álvares Pereira, da iniciativa do padre Joaquim Nunes Barroso.No dia do seu 1º aniversário, um ofício do Grupo Radical do Porto dizia “que se ia realizar uma festa reaccionária”.Elogia, apenas o Mestre Nun´Álvares.Representa duas peças. Actua a Tuna dos Caminhos de Ferro de Portugal.
Círculo Católico de Operários – fundado a 2 de Janeiro de 1910, em casa do coadjutor do pároco. Tinha escola que funcionava das 7 às 9 horas. Possuía, também um grupo dramático e escola. Terminou com a proclamação da república.
Juventude CatólicaPartiu da reunião de um grupo de católicos no Lugar de lamas, na Quinta das Ruas. Tinha grupo cénico.Temendo um assalto, arrolaram os bens e cessaram o contrato de arrendamento.
Círculo Católico de Valbom, formado em Lamas, em 1914, onde antes funcionou o Clube 31 de Janeiro. Substitui o anterior.Tinha escola e ministrava catequese. Por vezes existia pancadaria entre os alunos do Centro Pádua Correia e estes.
No final de 1915, o Governador Civil mandou fechar todas as juventudes católicas
Mas
Centro de Instrução e Recreio – fundado a 27 de Janeiro de 1916, no lugar da Culmieira, Valbom com fins católicos. Foi destruído em 1919.
Grupo Dramático Benemérito Valboense
Grupo Dramático e Recreio da Mocidade Valboense
Gabinete Recreativo Camilo Castelo Branco
Grupo Dramático Honra e Glória Gondomarense
Centro de Instrução e Recreio Seixoense, de Fânzeres
Fundado em 1926, possuía uma escola nocturna.
Companhia Dramática Estrelas de Fânzeres no lugar da Carvalha – fundada em 1921. Chegou a ter teatro.
Tuna Musical “União de Fânzeres” - foi fundada em 1925, no lugar da Igreja.
Assembleia de Rio Tinto – foi fundada em 1921. Celebrou um brilhante festa em benefício do Dispensário para crianças de Rio Tinto.
Ideal Cinema
Ideal Cinema – em Rio TintoEm 1926, é beneficiado pela luz eléctricaTorna-se muito frequentado.
DESPORTO
Onze Trevos Valboenses; Sporting Clube Valboense; Oriente Sporting Clube
Em Gondomar havia o campo Alves Pimenta , junto ao Souto, outro em Rio Tinto e outro na Arroteia, em Valbom.
O Futbol Clube de Gondomar foi fundado em 1 de Maio de 1921 com fins de Educação física e desporto. Tinha a sua sede na Praça Manuel Guedes.
Sport Cub de Rio Tinto, em 1923. Em 1928, contava com 310 sócios. Tinha como fim o estudo e prática de exercícios físicos e jogos ao ar livre, especialmente o futebol. Também tem praticado beneficência. A sua sede ficava na Ferraria ( à Venda Nova).
Corpo de BombeirosEm S. Cosme foi fundada, em 1916 uma Corporação de Bombeiros – Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Gondomar.
VIDA POLÍTICA
O antigo presidente D. Luiz Pizarro da Cunha de Portocarrero dá posse à nova Comissão Administrativa Republicana
15- 10-1910 O novo executivo é composto por: Lucindo Martins de Oliveira; Alexandre de Barros, Doutor Agostinho Emílio de Sousa Pinto, Agostinho Silvestre Cardozo, Manuel Marques de Almeida Russo; Davide Teixeira de Sousa; Joaquim Teixeira. O Dr. Rufino Ferreira Cardoso exercerá as funções de presidente como representante da autoridade civil.
O vereador Sr. Alexandre de Barros propôs “ que, em homenagem às classes operárias que em Gondomar desfraldaram quando nos dominava um regímen opressivo, a bandeira republicana, o dia de descanso no concelho seja o primeiro de Maio sendo aprovado por unanimidade.”.
A Associação Comercial de Gondomar envia os seus cumprimentos pelo advento da República
Questão Central dos Republicanos:
“ensinar ao povo os seus direitos e os benefícios que a República em poucos
mezes lhe trouxe”
“indicar aos dirigentes republicanos do concelho o verdadeiro caminho a seguir”
e
Conferências em Valbom e Fânzeres ocorrem no 1º de Maio, depois da actuação da Banda do Monteiro que fecha com a actuação com a “Portuguesa”.
Em Fânzeres dá origem a bordoada por parte de alguns indivíduos.
É necessário a intervenção de Miguel Verdial, que com a sua voz potente explica ao povo que estão em festa devido à República.
O Combate,nº 4, 07.05. 1911, p.3
Em Valbom existia um “Gabinete de Estudos de Propaganda Social”, de antes da implantação da República.
Fonte: B.P.M. P. O Combate, nº 2, 23.04.1911
Críticas ao recenseamento
Fontes: Arquivo Municipal de Gondomar: Livros de Recenseamento Eleitoral, vários anos, sem catalogaçãoRecolha de Dr. João Carneiro e Dr. Manuel Couto sob orientação de Maria Antonieta Cruz[1]
Idem, ibidem
Idem, ibidem
Idem, ibidem
Terra Portuguesa nº 12, 20.06.1915
OPOSIÇÕESHistórico - republicano antigo.
Adesivo - adere aos novos ideais de alma e coração é “adesivo”
Talassa”, “Reacionário”, “Jesuíta”- não adereCanhotos,- facção esquerdista do Partido Democrático
Bonzos - facção moderada
O Combate, nº 10, 14.06.1911
Amigo Albino Cá estou e continuo bem de saúde.A vida não mata e como regularmente e há pinguinha. Este grupo é os de Gondomar. A cadelinha é do Sargentoque nos serve e é uma bela pessoa. Dá recados a todos os nossos amigos e aos meus e à tuaesposa e ao Parada. Teu amigo Tomé
Republicanos, na altura da Monarquia do Norte, andaram fugidos
QUESTÃO RELIGIOSA
Com a lei da Separação do Estado das Igrejas, de 20 de Abril de 1911, as igrejas matrizes e as capelas públicas passaram à categoria de bens nacionais.
Valbom – questão dos cruzeiros.
Propunha-se arrancar todos os cruzeiros. O da “Havenida Paroquial” muda de sítio.
O povo pressionou o poder para que nenhum cruzeiro mudasse de sítio, em Gondomar
A Avenida paroquial toma o nome de Avenida da Igreja
O Progresso de Gondomar, nº 36, 9 de Outubro de 1910
Apesar de tudo as festas continuam a realizar-se – como a Srª das Neves
Souto de N. SRª das Neves
Igreja de Valbom – fecha de 1912-14, porque não possui uma confraria que tomasse conta do culto
Em Valbom forma-se uma cultual para dinamizar o culto, mas muitas cerimónias são realizadas em capelas particulares.
Igreja de Fânzeres – também se matém fechada de 1912 a 1914
Capela de Santa EuláliaO culto é realizado em capelas particulares
Víático A procissão dos enfermos e
entrevados costumava sair em data variável entre o Domingo de Páscoa e a Festa da Santíssima Trindade. Os moradores enfeitavam as ruas por onde passava o Senhor.
É proibida durante a República.
FUNERAIS E ENTERRAMENTOS
O Jornal de Notícias, em cinco de Abril de 1899 noticia grande motim no enterro civil da Srª Luiza Roza d´Oliveira, mãe do propagandista das ideias sociais Sr. António D´Oliveira. Populares arremessando pedras tentaram impedir a saída do cortejo para o Cemitério do Prado do Repouso.
ACOMPANHAMENTO
Alguns funerais ainda se fazem acompanhar por muitos padres, pelos “Meninos Desamparados” e Música.
• O Combate, nº 10, 18. 06.1911
Os cemitérios tornam-se campos de igualdade, sem distinção entre espaços para católicos e não católicos
SUFRAGAÇÃO DA ALMA
Missa à Senhora da Silva
MUTUALISMO
Associação Fúnebre de S. Bento das Peras de Rio Tinto – Fundada a 14.04.1895Associação de Socorros Mútuos de Nossa Senhora do Amparo de Rio Tinto, Fânzeres e S. Pedro da Cova – fundada a 2 de Janeiro de 1897. A sua sede ficava no lugar da Venda Nova – Sociedade de Socorros Mútuos de S. Cristóvão de Rio Tinto – fundada em 12 de Junho de 1879, com sede no lugar da Boavista.
Associação de Socorros Mútuos de Rio Tinto, com sede no lugar da LourinhãA Gondomarense foi fundada em Valbom, em 1909. Tinha a sua sede na Escola Dramática. Vê os seus estatutos aprovados em 1910, no final da monarquia.Associação de Socorros Mútuos e Fúnebre familiar de S. Salvador de Fânzeres foi fundada em 2. 04. 1905.
Associação de Socorros Fúnebre para ambos
os sexos de Jovim - fundada em 24. 06.1911
Associação Fraternal e beneficiência dos
artistas e Industriais de Valbom e S. Cosme
de Gondomar - fundada a 03. 05.1875
Montepio de S. Cosme de Gondomar –
fundada em 8 de Setembro de 1909.
Associação Fúnebre de S. Bento das Peras de Rio Tinto –
A GUERRA
Monumentos aos mortos da 1ª Guerra em S. Cosme e Valbom
9 de Abril, meu amorTriste data em que eu ditei,Quando eu em ti penseiÓ minha adorada flor.São pecados da minha dorE fatalidades da vida.Ao escrever-te estas linhas.Eu só choro, meu coraçãoPor serem palavras tão minhasSó as letras as não são.Olha leva à minha mãeMuitos beijos e caríciasE diz que de mim tens notíciasQue estou vivo e estou bem
Minhas pobres irmãzinhasQue inocentes, coitadinhasQue só sentem, como tu sentes,Diz-lhes que não és tu quem mentesPorque as palavras são minhasFui ferido e perdi um braçoNuma chuva de metralhaArranja outro namoradoQue eu sou um homem mutilado E futuro algum te oferece.
Guedes de Oliveira – Rio Tinto
FESTAS RELIGIOSAS
O legionário, 3 Out. de 1925, p. 2
A procissão realizava-se no Domingo de
manhã, com a imagem da Nossa Senhora
do Rosário em destaque e os pendões das
Confrarias por ordem de importância. A
festa de S. Cosme e S. Damião juntava-lhe.
Havia música, com a banda do Monteiro e
geralmente outra de fora
Retábulo do Santíssimo Sacramento – capela-mor.
Altar de Nossa Senhora do Rosário
O legionário, 3 Out. de 1925, p. 2
1910/11 1911/12 1912/13 1913/14 1918/1919FestividadeRosário
595$700 50 $700$ 75$700 7$700 54$ 39
Pobres e doentes
89$000 89$000 11$407
FestividadeRosas
125$200 13$200 6$200 6$200 19$70
Pobres e doentes
As Confrarias transformam-se em Corporações de Assistência de Beneficência
O Sao Bento é das Pêras,O S. Lázaro dos anéis,as Marias do Antónios,e as Anas dos Manéis!
A festa de S. Bento em Rio
Tinto é também muito
concorrida com belas
armações e procissão.
Em S. Pedro da Cova, festejava-se o S. Pedro a
29 de Junho, bem como em Valbom. A Santa
Bárbara, advogada dos mineiros não tinha dia
certo. Em Belói festejava-se a Nossa Senhora
das Mercês, a 15 de Agosto.
Em Belói festejava-se a
Nossa Senhora das
Mercês, a 15 de Agosto.
A festa de Santa Justa ( em capela do concelho de
Valongo) dava origem a descantes, na espera, ou
seja quando os pedroenses esperando os
romeiros, nas imediações, onde aproveitavam para
merendar.
Menina, anda a mais eu,
Não tenhas medo à fome,
Que meu pai tem uma quinta
Que mantém a quem não come.
CONFRARIAS
A Confraria de S. Cosme
e S. Damião erecta em S.
Cosme de Gondomar, só
ao fim de cinco reuniões,
em 4 de Agosto de 1912,
decide continuar como
confraria e reformar os
estatutos .
Os estatutos reformados são
apresentados a 11 de Agosto de 1912,
por Manuel Ribeiro de Almeida Júnior,
juiz da confraria e Victorino Martins d
´Oliveira, secretário
As Confrarias transformas-se em
Corporação de Assistência de
Beneficência como é preceituado no
artigo 36 do Código Civil e no artigo 169
da Lei da Separação do Estado e da
Igreja.
Confraria de santo Eloi
Estatutos - 1913Promover o culto e devoção a Santo EloySufragar as almas dos irmãos fallecidosEmpregar a receita disponível em beneficência, socorrendo indigente, inválidos ou tuberculosos, sendo preferidos os irmãos da Confraria.As viúvas de ourives e os ourives pobres e doentes eram o principal objecto da assistência da confraria, inserindo-se desta forma nas directrizes da República, mas privilegiando os seus membros.
“ A festa principal desta Confraria é no dia
primeiro de Dezembro, quando seja dia
santificado e não o sendo no primeiro
domingo daquele mez.”
FESTAS CÍVICAS
A festa da bandeira
nacional é
comemorada a 1 de
Dezembro, aliada à
restauração da
independência
nacional.
FESTA DA ÁRVOREA Festa da Árvore é referida em vários jornais republicanos como tendo especial brilho em Valbom.Em 1913, O cortejo da Festa da Árvore é é abrilhantado com uma orquestra paga a expensas do Clube Gondomarense e a sessão solene realiza-se no salão do clube Gondomarense.São convidados todos os professores primários a entrarem na organização
Em 1916, em Valbom, a festa que teve lugar a 16 de Março, incluiu a plantação de uma árvore em Fonte Pedrinha, seguida de um cortejo até ao Souto, onde teve lugar uma sessão solene, discursos Inflamados a favor da República e recitativos e cantos escolares.
O Combate nº 4, 7 .05.1911, p1
1º de Maio
Calendário Festivo Republicano
Natal : festa da Família
1º de Janeiro consagrado à Fraternidade
Universal,
31 de Janeiro aos precursores e Mártires da
República,
5 de Outubro aos Heróis da República,
1º de Dezembro à Independência de Portugal
INSTRUÇÃO
Em 1910 Gondomar possuía um analfabetismo global de 56,5, em 1915 é de 54,5,
A reforma do ensino primário consta do Decreto-Lei de 29 de Março de 1911.
O Ensino Primário passa a ser custeado pelas Câmaras. A partir de 1918-1919, passam a ser administrados pelo Estado.
INSTRUÇÃO
Postal com a Escola do Souto, e a Capela de S.to António no Largo do Souto, actual Praça da Republica
Aspecto actual da Escola da Gandra, tal como ficou após a reconstrução.
Desenho parcial com o projecto primitivo da escola de 1886
A reforma do ensino primário consta do Decreto-Lei de 29 de Março de 1911.
O Ensino Primário passa a ser custeado pelas Câmaras. A partir de 1918-1919, passam a ser administrados pelo Estado.
São criadas escolas móveis para adultos, aos quais será ministrado o ensino da leitura, escrita, contas, rudimentos de geografia, história-pátria e educação cívica”.
Centro Democrático de instrução Luz e Esperança Pádua Correia, em Valbom
“Escola Bernardino Machado”, em Rio Tinto
Em 1918/19 existiam:3 escolas, na Foz do Sousa; S. Cosme; e Rio Tinto; 4 em S. Pedro da Cova; 2 em Valbom; Covelo; Fânzeres; Jovim; Lomba; Medas; Melres. Em Melres e S. Pedro da Cova, 2 eram masculinas. Nas restantes, 1 era masculina. Covelo, Jovim e Lomba não tinham escolas femininas.
1920
Analfabetos Sabem ler
Varões Fêmeas Varões Fêmeas
39% 51% 24% !7%
Em 1910, a média do país era de 75 %Em 1920 - 66 %
13 de Dezembro de 1921 - Escola Industrial de Gondomar, com sede em Valbom.
Cursos; de marcenaria, talha, ourivesaria e de labores femininos.
Tinha como patrono Marques Leitão.
Na escola destacam-se bons professores
sobretudo mulheres.:
Em Rio Tinto destaca-se: Maria Rosa
Pinheiro, que recebe um voto de louvor pelo
seu zelo e bons resultados”.
Em S. Cosme destaca-se: Emília Augusta
Lopes de Araújo, professora oficial do sexo
feminino do Souto que, durante a Monarquia
do Norte toma posições a favor da República.
MOVIMENTO OPERÁRIO
A 14.07.1898 é criada a Associação de Classe dos Operários Marceneiros Valboenses. Tinha a sede em Fonte Pedrinha.
2. 04 de 1898-Greve dos carreteiros contra as licenças (1 por cada carro em vez de um pagamento único).
20.08. de 1901- Pádua Correia fez conferência no Centro Socialista Oriental.
Em 29 de Setembro o centro Socialista Oriental inicia missões de propaganda rural para constituir secções em Valbom; Campanha; Rio Tinto; Águas Santas.
16 . 01. 1901 -Greve nas Minas de S. Pedro da Cova
15-09-1903 -greve dos ourives em Gondomar, por acabar a contrastaria.
Em 1906 – fazem-se grandes comícios em Torres Vedras, Labrugeira, Merceana, Atalaia, Alenquer, Lourinhã, Setúbal, Almeirim e Gondomar.17 -02-1907- reunem os Mineiros em S. Pedro
da Cova para formar associação de Classe.
20-09- 1908 -Comício de leiteiras em Valbom contra os zeladores municipais
10-15-16 - greve de carreteiros: incidentes nas barreiras, apedrejamentos
28 de Dezembro de 1909, quando o rei visita o Porto, a cidade está às escuras, porque foram roubados , 60 a 70 candeeiros de noite.
1 de Dezembro de 1910 -Greve dos funcionários da Companhia de Gás e Electricidade do Porto, e Lisboa.
1914, cria-se a Associação de Classe de Operários Mineiros e Anexos
Em 1915, a Associação dos Operários Marceneiros de Valbom não comemoram o 1º de Maio devido à “enorme crise que assoberba as classes trabalhadoras
1915, há greve mineira em S. Pedro da Cova, pela melhoria dos salários
1917 - Os mineiros de S. Pedro da Cova entram uma greve, devido aos baixos salários à carestia de vida, sobretudo do pão. Esta greve, que se arrasta por várias semanas é, duramente reprimida. Vários mineiros são mortos
1918- pede-se a suspensão do imposto sobre as mobílias que passam as barreiras da cidade do Porto devido à Crise de trabalho dos marceneiros.
1923 é marcado pela maior greve dos mineiros de S. Pedro da Cova – 11 semanas. As reivindicações são as mesmas: melhores
salários, melhores condições de vida. Desenrola-se ao longo de 11 semanas
J: N: Sexta-feira,9.11.1923
OUTRAS FORMAS DE REIVINDICAÇÃO
Conclusão:• Gondomar, um concelho rural, recebe a influência do
porto em muitos aspectos e torna-se muito dinâmico durante a 1º República, quer do ponto de vista reivindicativo , quer cultural.
• Há diferenças entre as freguesias, podendo destacar Fânzeres e Valbom como mais conflituosas, já que aqui se confrontam com denodo republicanos e monárquicos. Rio Tinto salienta-se pela qualidade dos seus cidadãos, destacando entre eles Carlos Amaral.
S. Cosme adopta uma postura moderada e pouco embarca em confrontos de monta. Quanto a S. Pedro da Cova, se a Junta está ao lado do Pároco e luta constantemente por uma sede própria já que tem que reunir na sacristia da igreja ou na escola, reivindica melhorias para a freguesia, reverenciando a Companhia das Minas capaz de ser sua parceira em tais benefícios.
De qualquer forma, Gondomar, tal como o país teve oportunidade de lutar por um ideal, praticar a intervenção cívica e aprender a tolerância.
BibliografiaFontes Manuscritas:Arquivo da Câmara Municipal de Gondomar :• Livro de Registo das Actas das Sessões de
Vereação da Câmara de Gondomar , Livro nº 13 e 14.
Arquivo da Junta de S. Cosme de Gondomar: A.J.S.G. – Actas da Junta da Paróquia de S. Cosme de Gondomar, Livro nº 3; 4; 5 e 6.
Caderno das Actas da Comissão do Recenseamento Escolar da Freguesia de São Cosme
Arquivo da Junta de S. Pedro da Cova :Actas da Junta da Paróquia da freguesias de S. Pedro da
Cova – Livro nº 5; 6; 7.Arquivo da Junta de S. Pedro da Cova :• Actas da Junta da Paróquia da freguesias de Valbom –
Livro nº 4; 5; 6.Arquivo da Confraria de S. Cosme e S. Damião e N. Srª do
Rosário:Estatutos da Confraria de S. Cosme e S. Damião da freguezia
de S. Cosme de Gondomar1882 e 19 12• Estatutos da Confraria de Nossa Senhora do Rosário da
freguezia de S. Cosme de – 1893 e 1912 • Diário Manuscrito de António Fereira
• Livro Diário de Receita e despesa da Confraria de S. Cosme e S. Damião – 1895-1921
• Registo de orçamento e contas da Confraria da Senhora do Rosário de Sam Cosme de Gondomar – 1891 – 1923
• Livro nº 2 - Registo de orçamento e contas da Confraria da Senhora do Rosário de Sam Cosme de Gondomar – 1917 – 1936
• Confraria de S. Cosme e S. Damião – Copiador da Correspondência expedida – 1896-1924
• Copiador da Correspondência da Confraria de Da Senhora do Rosário –– 1880-1925
• Livro nº 1 das Actas da Confraria de S. Cosme e S. Damião – 1895- 1913
• Livro das Actas da Confraria da Nossa Senhora da Rosa e Nossa Senhora do Rosário – 1891- 1928
• Livro de matrícula dos irmãos da Confraria de s. Cosme e S. Damião erectos na egrja parochial de S. Cosme de Gondomar
• Livro do tombo dos bens capitais, móveis e alfaias pertencentes à Confraria de S. Cosme e S. Damião erecta na igreja parochial de S. Cosme, concelho de Gondomar
• Diário de António Ferreira da Fonseca, S. Pedro da Cova.
Fontes ImpressasBiblioteca Pública Municipal do Porto• Jornal de Notícias – várias datas• Periódicos gondomarenses do período da 1ª
República
ARQUIVO CLUBE GONDOMARENSE• Clube Gondomarense – Resumo da História do
Clube – 1908 a 1958 – 1ª , ed. C. Gondomarense.
• AZEVEDO, Carlos Moreira, Dicionário de História Religiosa de Portugal, Círculo de Leitores, Ri de Mouro, 2001.
• CATROGA, Fernando, Revolução e Secularização dos Cemitérios em Portugal, Atitudes perante a Morte, Coimbra, Livraria Minerva, 1991.
• COSTA, Francisco Barbosa, Romaria de Nossa Senhora do Rosário em S. Cosme de Gondomar, ed. C. NSrª do Rosário, Gondomar , 2009
• CRUZ, Antonieta, Eleições no Porto e em Gondomar: da Monarquia para a República, Revista da Faculdade de Letras - História,III série, vol 8, Porto 2007.
• FIGUEIRAS, Paulo de Passos Figueiras, S. Veríssimo de Valbom, Subsídios para uma Monografia, 1ªed. Centro Social e Cultural da Paróquia de S. Veríssimo de Valbom, Gondomar, Gondomar 1998.
• MAGALHÃES, Albano, SILVA, Fátima, D´Armada, Fina, LOPEs, Licínia, CORREIA, Natália, CASTRO, Olga, Rio Tinto – Apontamentos Monográficos, 2 vols, ed. J.F. R. Tinto, 1999.
• MAGALHÃES, Albano, D´Armada, Fina, CORREIA, Natália, Monografia da Vila de Fânzeres, ed. J.F. Fânzeres, 2005.
• MATTOSO, História de Portugal, 6º vol. A segunda Fundação (1890-1926), Círculo de Leitores, 1994.
• GOMES, Maria de Fátima, Temendo a Morte, Alguns aspectos da vida em Gondomar, 1834-1893 – Freguesias de Fânzeres, S. Cosme, S. Pedro da Cova, Rio Tinto e Valbom, Porto FLUP 1996, Tese de Mestrado.
• OLIVEIRA, Camilo, O Concelho de Gondomar – Apontamentos Monográficos, 1ª edição, Gondomar, Imprensa Moderna, 1933-1916, 4 vols.
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ROSAS, Fernando, ROLLO, Maria Fernanda, História da primeira República Portuguesa, Tinta da China, Lisboa, 2009
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