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1
DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAESCOLA POLITÉCNICA
MESTRADO PROFISSIONAL EMGERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS
AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO
CLÉA NOBRE DE OLIVEIRA
INDICADORES DE CONSUMO E PROPOSTAS PARA RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA EM
INSTALAÇÕES DE EMPREITEIRAS: CASO DA REFINARIA LANDULPHO ALVES DE MATARIPE
SALVADOR 2009
3
CLÉA NOBRE DE OLIVEIRA
INDICADORES DE CONSUMO E PROPOSTAS PARA RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA EM INSTALAÇÕES DE EMPREITEIRAS: CASO DA REFINARIA LANDULPHO ALVES
DE MATARIPE
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre.
Orientador: Prof. Asher Kiperstok
Salvador 2009
4
OLIVEIRA, Cléa Nobre de
Indicadores de consumo e propostas para racionalização do uso da água em instalações de empreiteiras: caso da Refinaria Landulpho Alves de Mataripe/ Cléa Nobre de Oliveira, 2009.
153 il. Orientador: : Prof. Asher Kiperstok Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo) - Universidade Federal da Bahia 1. Indicador de consumo de água potável 2. Instalações provisórias 3. Uso
racional de água 4. Conservação da água 5. Refinaria I. Kiperstok, Asher II. Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica III. Título
CDD: 628.13 CDU:628.17
TERMO DE APROVAÇÃO
CLÉA NOBRE DE OLIVEIRA
"INDICADORES DE CONSUMO E PROPOSTAS PARA RACIONALIZAÇÃO DOUSO DA ÁGUA EM INSTALAÇÕES DE EMPREITEIRAS: CASO DA
REFINARIA LANDULPHO ALVES DE MATARIPE".
Dissertação aprovada como requisito para obtenção do grau de Mestre emGerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo - Ênfase em Produção
Limpa, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora:
Asher KiperstokDoutorado em Engenharia Química Iecnologias Ambientais, University Of.Manchester, Institute Of Science and Technology, UMIST, Inglaterra, 1996.
Karla Patrícia Santos Esquerre ~ jtt~ ~~~~ ~-f~Doutorado em Engenharia Química, Universidade Estadual De Campinas,UNICAMP, 2003.
RicardoFranciGonçalves"../ --r c- ~e/Doutorado em Engenharia do Tratam to de Águas. Institut National DesSciences Appliquées Toulouse, INSA - T ulouse, França, 1993.
Salvador, 27 de janeiro 2009.
5
Aos meus pais, Alexandre e Creusa.
6
AGRADECIMENTOS A Deus, pela oportunidade da existência e iluminação constante.
Aos meus pais, irmãs e sobrinhos pela paciência nas ausências e apoio em todos os
momentos.
Aos amigos, pelo encorajamento e tolerância às minhas ausências.
Ao meu orientador, professor Asher, pelo incentivo, orientação e ensinamentos.
À gerencia da Rlam por ter oportunizado a realização deste trabalho.
À Lucidalva pelo incentivo e revisão normativa do trabalho.
Aos técnicos de segurança das empresas contratadas que contribuíram de boa vontade na
distribuição dos questionários.
À empresa FOZ pela boa vontade na disponibilização de informações nas Instalações de
Empreiteiras da RLAM.
Ao colega Vladimir pela grande ajuda nos levantamentos de campo.
A todos os colegas da Rlam que me ofereceram suporte e apoio.
7
RESUMO
O presente trabalho proporcionou, de forma exploratória, a estimativa de indicadores de
consumo de água para uma tipologia que não tem sido explorada em estudos de racionalização
do uso da água. As Instalações de Empreiteiras, objeto deste estudo, podem ser comparadas
com instalações provisórias de obra e estão localizadas na Refinaria Landulpho Alves de
Mataripe (Rlam). O local consta de prédio de escritórios, vestiários, almoxarifados, oficinas de
montagem industrial, manutenção predial e construção civil, além de refeitório, e é utilizado
por trabalhadores das diversas atividades que prestam serviços de rotina na Refinaria. Foi
realizada uma pesquisa com esses trabalhadores visando o levantamento de parâmetros para
estimativa do consumo de água, bem como o conhecimento de hábitos em relação ao uso dos
aparelhos sanitários e percepção para a racionalização do uso da água. O questionário aplicado
foi respondido por uma amostra de 378 pessoas, correspondendo a um erro amostral de 4,6%.
Foram conhecidos, dentre outros dados, os sanitários que são utilizados pelos trabalhadores, a
freqüência, duração e procedimentos no uso de vasos sanitários, mictórios, lavatórios e
chuveiros, que, em consonância com estudos efetuados em outras tipologias, subsidiaram os
cálculos para a estimativa de indicadores de consumo no local. O indicador geral obtido de 77
litros/usuário/dia ficou na faixa dos valores indicados na literatura. A estimativa apresentou o
chuveiro como responsável por 56% do consumo total, representando 43 litros diários para
cada trabalhador local. A distribuição de consumo do prédio de escritórios e o resultado de 29
l/usuários/dia, se mostraram próximas às que foram encontradas no estudo realizado em um
prédio público, com características semelhantes. Foram apresentadas propostas de
racionalização do uso da água, referentes à instalação de equipamentos economizadores, reuso
de águas cinzas e aproveitamento de água de chuva, que retornaram uma economia de 65% no
consumo total de água potável e apontaram para um indicador de uso racional de 27
litros/usuário/dia. Foi sugerido que estas propostas sejam reforçadas com programas de
educação e medidas de detecção e combate a vazamentos. Os indicadores determinados neste
estudo podem ser balizadores para o planejamento de novos empreendimentos similares, ou
mesmo de uma determinada edificação aqui estudada.
Palavras-chave: Indicador de consumo de água potável; instalações provisórias; vestiários;
refinaria; uso racional de água; conservação da água.
8
ABSTRACT This work provided, so exploratory, the estimation of indicators of water consumption to a
typology that has not been exploited to studies by rationalization of water use. The Locations
Contractors, object of this study, can be compared with temporary locations for work and are
located in Refinery Landulpho Alves de Mataripe (Rlam). The site consists of building of
offices, locker rooms, storage facilities, industrial workshops, maintenance and construction
civil, in addition to refectory, and is used by workers in various activities that provide routine
services in Refinery. It was performed research with those employees seeking the lifting of
parameters for estimating consumption of water, and a knowledge of habits in relation to the
use of sanitary appliances and perception for the rationalization of water use. The questionnaire
used was answered by a sample of 378 people, representing a sampling error of 4.6%. Were
known, among other data, bathroom which are used by workers, the frequency, duration and
procedures in the use of bathroom fittings, urinals, washbasins and showers, which, in line with
studies done in other types, subsidized the calculations to estimate indicators of consumption
on the premises. The overall indicator obtained from 77 liters / person / day was in the range of
values in the literature. The estimate presented the shower as responsible for 56% of total
consumption, representing 43 liters per day for each worker location. The distribution of
consumption of the building for offices and the result of 29 l / users / day, were close to those
found in the study conducted in a public building, with similar characteristics. Proposals have
been made to rationalize the use of water, relating to the installation of saving technology,
reuse of gray water and use of rainwater, which returned a saving of 65% in the total
consumption of drinking water and pointed to an indicator of rational use of 27 liter / trab /
day. It was suggested that these proposals are reinforced with educational programs and
measures to detect and combat the leaks. The indicators determined in this study may be based
in the planning of new ventures like, or even a particular building studied here.
Keywords: indicator of water consumption; locations facilities; locker rooms; refinery;
rational use of water; water conservation.
9
LISTA DE FIGURAS
GRÁFICOS
Gráfico 1: Fontes de água doce ................................................................................................19 Gráfico 2: Porcentagem da população mundial com diferentes disponibilidades de água ......20 Gráfico 3: Relação de retirada e consumo de água no Brasil...................................................23 Gráfico 4: Usos finais de água em prédio público....................................................................64 Gráfico 5: Hábitos dos Usuários com os Registros ..................................................................97 Gráfico 6: Relação entre as Respostas de Percepção à Racionalização ...................................98 Gráfico 7: Distribuição geral do consumo nas Instalações de Empreiteiras ..........................109 Gráfico 8: Volume do reservatório x Atendimento da demanda............................................115
FLUXOGRAMAS
Fluxograma 1: Representação da estrutura do PGUAE ...........................................................31 Fluxograma 2: Visão macro de um Programa de Conservação de Água .................................32 Fluxograma 3: Esquema de telemedição ..................................................................................46 Fluxograma 4: Sistema da ETAC da UFES .............................................................................52 Fluxograma 5: Fluxograma de alimentação de Água das Instalações de Empreiteiras............76
FOTOGRAFIAS
Foto 1: Vista do Prédio de Escritórios......................................................................................69 Foto 2: Vista dos Módulos 7 e 8 de Vestiários.........................................................................70 Foto 3: Vista do Prédio de Ferramentarias e Almoxarifados ...................................................71 Foto 4: Vista da Oficina de Montagem Industrial ....................................................................72 Foto 5: Vista do Canteiro de Construção Civil ........................................................................72 Foto 6: Vista do Prédio de Manutenção Predial .......................................................................73 Foto 7: Vista do Refeitório .......................................................................................................73 Foto 8: Vista do Anexo do Refeitório ......................................................................................74 Foto 9: Vista do Reservatório Elevado.....................................................................................76 Foto 10: Vista do Reservatório Inferior....................................................................................76 Foto 11: Lavagem de Utensílios no Refeitório.........................................................................81
10
ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1: Esquema de reuso intradomiciliar .......................................................................49 Ilustração 2 Sistema de captação de água de chuva .................................................................54 Ilustração 3: Instalações de Empreiteiras da RLAM................................................................67
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição de água doce no mundo .......................................................................20 Tabela 2: Países com maiores disponibilidades hídricas..........................................................21 Tabela 3: Estimativas e projeções de água retirada e consumida por Continente....................23 Tabela 4: Percentual de aumento de terras irrigadas (1961 – 1999) ........................................24 Tabela 5: Incidência de ações nos estudos de caso americanos ...............................................35 Tabela 6: Redução de consumo com correção de vazamentos.................................................37 Tabela 7: Volumes estimados perdidos em vazamentos ..........................................................37 Tabela 8: Redução de consumo com a instalação de tecnologias economizadoras .................41 Tabela 9: Categorias de reuso de água e aplicações típicas .....................................................47 Tabela 10: Percentual aproximado de águas residuárias geradas em um domicílio ................51 Tabela 11: Diferentes qualidades de água para diferentes aplicações......................................55 Tabela 12: Coeficientes de runoff adotados para aproveitamento de água de chuva...............56 Tabela 13: Exemplos de agentes consumidores .......................................................................60 Tabela 14: Indicadores de consumo de água por tipologia de edificação ................................62 Tabela 15: Comparação da distribuição de consumos de água em edificações domiciliares...63 Tabela 16: Caracterização dos Prédios das Instalações de Empreiteiras..................................68 Tabela 17: Local de trabalho dos usuários das instalações de empreiteiras.............................75 Tabela 18: Pontos de Consumo por Prédio ..............................................................................78 Tabela 19: Média das vazões nos pontos de utilização ............................................................80 Tabela 20: Tamanho da amostra obtido na pesquisa................................................................83 Tabela 21: Fórmulas para cálculo das estimativas de consumo de água..................................88 Tabela 22: Descrição dos Tipos de Indicadores de Consumo..................................................89 Tabela 23: Pergunta 1 – Locais que você costuma fazer uso dos sanitários ............................91 Tabela 24: Pergunta 2 - Finalidades para uso das torneiras dos lavatórios ..............................92 Tabela 25: Pergunta 07 - De 10 vezes que você vai ao sanitário para urinar...........................92 Tabela 26: Pergunta 12 - Você hoje utilizou algum sanitário da Rlam para defecar? .............93 Tabela 27: Pergunta 13c - Informe o local que você utilizou o sanitário para defecar ............93 Tabela 28: Pergunta 9 - Quantas vezes, por dia, você toma banho no vestiário?.....................94 Tabela 29: Tempos de uso dos chuveiros e lavatórios ...........................................................94 Tabela 30: Freqüências de Usos dos Lavatórios, Mictórios e Vasos para Urinar ....................95 Tabela 31: Número de usos de chuveiros e vasos para defecar................................................96 Tabela 32: Pergunta 8 - Indique a resposta que mais se aplica a você .....................................97 Tabela 33: Ações relativas às mudanças de hábitos para redução do consumo de água..........98 Tabela 34: Consumo de água nos lavatórios ..........................................................................100 Tabela 35: Tempo médio para lavatórios ...............................................................................100 Tabela 36: Consumo de água nos chuveiros ..........................................................................101 Tabela 37: Tempo médio para chuveiros ...............................................................................101 Tabela 38: Consumo de água nas duchas higiênicas..............................................................102 Tabela 39: Consumo de água nos vasos sanitários.................................................................103
11
Tabela 40: Consumo de água nos mictórios Tabela 41: Número de usos e de acionamentos nos vasos 103 Tabela 42: Consumo de água nas pias do refeitório...............................................................104 Tabela 43: Consumo de água na limpeza ...............................................................................105 Tabela 44: Comparativo da distribuição do consumo do prédio de escritórios......................106 Tabela 45: Consumo total de água nas Instalações de Empreiteiras ......................................107 Tabela 46: Comparativo do indicador de consumo das Instalações de Empreiteiras.............108 Tabela 47: Indicadores com Substituição dos Sanitários Químicos por Sanitários Convencionais ........................................................................................................................110 Tabela 48: Simulação de Cenários para Racionalização do Uso da Água .............................112 Tabela 49: Águas Cinzas e Residuárias Geradas nos vestiários, escritórios e almoxarifados (cenário1)................................................................................................................................113 Tabela 50: Parâmetros de Entrada para o Sistema de Dimensionamento do Reservatório....114
12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ÁGUAPURA Programa de Uso Racional da Água da UFBA ANA Agência Nacional de Águas AQRM Avaliação Quantitativa de Risco Microbiológico CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CTAHR College of Tropical Agriculture and Human Resources CUASO Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira DDSMS Diálogo Diário de Segurança Meio Ambiente e Saúde DTA Documento Técnico de Apoio DTBASA Dutos e Terminais da Bahia, Sergipe e Alagoas EMBASA Empresa Baiana de Águas e Saneamento ETAC Estação de Tratamento de Águas Cinzas FAPEX Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão IC Indicador de Consumo FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas ITDG Intermediate Technology Development Group
LIPURA Laboratório Institucional do Programa do Uso Racional da Água em Edifícios
MIU Meter Interface Unit NBR Normas Brasileiras NSW New South Wales Government OMS Organização Mundial de Saúde PCA Programa de Conservação de Água PERH-BA Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado da Bahia PETROBRAS Petróleo Brasileiro SA PGUAE Programa de Gestão do Uso da Água em Edificações PNCDA Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água PRO-AGUA Programa de conservação de Água da UNICAMP PROSAB Programa de Pesquisa em Saneamento Básico PURA Programa de Uso Racional da Água PVC Poli cloreto de vinila SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo SHI State Hydrologic Institute SINDUSCON-SP Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo SISPAT Semana Interna de Prevenção Acidentes de Trabalho TECLIM Rede de Tecnologias Limpas TRANSPETRO Petrobras Transporte S.A. UFBA Universidade Federal da Bahia UFES Universidade Federal do Espírito Santo UNICAMP Universidade Estadual de Campinas UN-RLAM Unidade de Negócio Refinaria Landulpho Alves de Mataripe
13
USEPA United States Environmental Protection Agency USP Universidade de São Paulo WHO World Health Organization
14
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................16
1.1. Objetivos...................................................................................................................16
1.2. Estrutura do Trabalho ............................................................................................17
2. A SITUAÇÃO DA ÁGUA ..............................................................................................18 2.1. Disponibilidade Hídrica ..........................................................................................19
2.2. O Uso da Água .........................................................................................................22
3. RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA .................................................................26 3.1. Combate a Perdas e Desperdícios ..........................................................................36
3.2. Tecnologias Economizadoras nos Pontos de Consumo ........................................38
3.3. Medição Setorizada .................................................................................................42
3.4. Reuso.........................................................................................................................46
3.4.1. Qualidade e Tratamento das Águas Cinzas .................................................49
3.4.2. Quantificação de Águas Cinzas .....................................................................50
3.4.3. Aplicações do Reuso em Edificações .............................................................51
3.5. Aproveitamento da Água de Chuva.......................................................................53
3.5.1. Qualidade e Tratamento ................................................................................54
3.5.2. Armazenamento..............................................................................................56
3.5.3. Resultados de Experiências............................................................................57
3.6. Campanhas de Educação ........................................................................................58
3.7. Caracterização do Consumo de Água....................................................................60
4. ESTUDO DE CASO: INSTALAÇÕES DE EMPREITEIRAS DA REFINARIA LANDULPHO ALVES DE MATARIPE (RLAM) .............................................................65
4.1. Apresentação da RLAM .........................................................................................65
4.2. Caracterização das Instalações de Empreiteiras ..................................................66
4.2.1. Aspectos Físicos e Funcionais ........................................................................68
4.2.2. Distribuição dos Usuários nos Locais de Trabalho .....................................74
4.2.3. Sistema Hidro-Sanitário ................................................................................75
4.2.3.1. Pontos de Consumo ......................................................................77
4.2.3.2. Vazões dos Aparelhos Sanitários ................................................79
4.2.3.3. Atividades Consumidoras de Água .............................................80
4.3. Metodologia ..............................................................................................................82
4.3.1. Pesquisa de Opinião .......................................................................................82
4.3.1.1. Seleção da Amostra ......................................................................83
4.3.1.2. Distribuição dos Questionários ...................................................84
15
4.3.1.3. Análise das Respostas ...................................................................84
4.3.2. Estimativa do Consumo de Água ..................................................................88
4.3.3. Determinação de Indicadores de Consumo de Água...................................89
4.3.4. Propostas para Racionalização do Uso da Água .........................................90
5. ANÁLISES E RESULTADOS.......................................................................................90 5.1. Parâmetros para estimativa dos consumos de água .............................................90
5.1.1. Número de usuários........................................................................................90
5.1.2. Tempo de uso dos aparelhos sanitários ........................................................94
5.1.3. Freqüência de Uso dos Aparelhos Sanitários...............................................95
5.2. Comportamento dos Usuários em Relação aos Aparelhos Sanitários ................96
5.3. Percepção para Racionalização do Uso da Água ..................................................97
5.4. Indicadores de Consumo de Água..........................................................................99
5.4.1. Indicadores por Tipo de Uso .........................................................................99
5.4.1.1. Lavatórios......................................................................................99
5.4.1.2. Chuveiros.....................................................................................101
5.4.1.3. Duchas Higiênicas.......................................................................101
5.4.1.4. Vasos Sanitários e Mictórios......................................................102
5.4.1.5. Pias de Cozinha ...........................................................................104
5.4.1.6. Limpeza .......................................................................................104
5.4.2. Indicadores por Prédio.................................................................................105
5.4.3. Indicadores nas Instalações de Empreiteiras.............................................108
5.4.3.1. Simulação de Indicadores com Substituição dos Sanitários Químicos .....................................................................................................109
5.5. Propostas para Racionalização do Uso da Água ................................................110
5.5.1. Instalação de Tecnologias Economizadoras ...............................................111
5.5.2. Reuso de Água...............................................................................................113
5.5.3. Uso de Água de Chuva .................................................................................113
5.5.4. Combate a Perdas e Desperdícios ...............................................................115
5.5.5. Implementação de Medição Setorizada ......................................................116
5.5.6. Implementação de Campanhas de Educação.............................................116
6. CONCLUSÃO ...............................................................................................................117
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................121
ANEXOS ...............................................................................................................................129
16
1. INTRODUÇÃO
Os levantamentos científicos sobre os impactos negativos que têm acometido os recursos
hídricos e levado várias localidades a vivenciarem situações de escassez de água, como
também alertado outras para um estado limite de uso desse recurso devido à sua qualidade,
têm proporcionado uma mobilização de diversas esferas de atuação para uma racionalização
do uso da água.
Dentre essas mobilizações têm sido criados programas que apresentam medidas para um
melhor uso desse insumo, como também indicação de alternativas de fontes de abastecimento
visando uma redução no consumo de água potável em atividades que podem ser realizadas
com uma água de qualidade inferior.
No meio urbano, escolas, universidades, residências e edifícios comerciais têm sido
estudados, conseguindo-se resultados significativos nas suas intervenções, e têm trazido
valores de indicadores de consumo de água que podem ser utilizados em levantamentos de
tipologias similares, resguardando-se características de clima, cultura, hábitos de uso e outros.
Estudos nesse sentido envolvendo instalações provisórias, como as dos canteiros de obras,
não têm sido encontrados na literatura. Nestas instalações, além do consumo inerente ao
processo produtivo, existe uma parcela de uso doméstico referente ao uso de vestiários pelos
trabalhadores, preparo de refeições, uso de sanitários e outros usos em conformidade com as
edificações existentes.
Considerando a similaridade das Instalações de Empreiteiras da Refinaria Landulpho Alves de
Mataripe (Rlam), em termos de suas edificações e rotina de funcionamento, com as
instalações provisórias que são utilizadas em implantação de obras, esse estudo vem
contribuir com mais essa tipologia no conhecimento das suas características quanto à
utilização da água e proposição da racionalização do seu uso.
1.1. Objetivos
O presente estudo tem o seguinte objetivo geral:
• Definir indicadores de consumo de água em instalações provisórias de obras.
Enquanto objetivos específicos estão:
• Estimar o consumo de água nas instalações em estudo.
• Comparar os indicadores definidos com os valores encontrados na literatura.
17
• Caracterizar a distribuição do consumo de água por tipos de uso.
• Propor medidas de racionalização do uso da água.
• Simular retornos de economia de água a partir da implementação da racionalização do uso
da água.
1.2. Estrutura do Trabalho
O trabalho foi estruturado em 6 capítulos, sendo que no capitulo 1 é realizada uma introdução
com apresentação dos objetivos e da estrutura desenvolvida.
No capitulo 2 é apresentado um panorama sobre a situação da água no Brasil e no mundo,
destacando sua disponibilidade e formas de uso, a fim de contextualizar o tema e sensibilizar
ações com vistas à redução do consumo de água no planeta. São destacados os usos da água
que mais impactam nesse cenário crítico e os quantitativos de água disponível e consumida.
O Capítulo 3 aborda a racionalização do uso da água, com a apresentação de alguns
programas nacionais e internacionais, e seus resultados, bem como são descritas as ações que
têm sido utilizadas para melhoria do uso da água. Neste capítulo também é dedicado um item
específico para caracterização do consumo de água, onde é destacada a importância da
determinação de indicadores de consumo de água e são apresentados alguns valores para
subsidiar os resultados encontrados neste estudo.
O Capítulo 4 dedica-se à apresentação da área de estudo e da metodologia seguida. São
descritas as instalações prediais quanto à distribuição física e funcionamento, bem como a
distribuição da população que utiliza o local e seus horários de atividades. Em seguida, são
analisadas as instalações hidro-sanitárias, compreendendo a distribuição de alimentação de
água nas edificações e seus pontos de consumo, detalhando as atividades que envolvem o uso
de água.
Ainda na metodologia, são detalhadas a pesquisa de opinião, realizada junto aos usuários, e os
procedimentos utilizados para obtenção dos parâmetros para cálculo dos consumos de água,
bem como para a determinação dos indicadores.
Os consumos calculados e respectivos indicadores encontram-se apresentados no Capítulo 5,
onde são analisados por tipo de uso, por prédios e para as Instalações como um todo.
No Capítulo 5 também são apresentadas propostas para redução do consumo de água nas
instalações em estudo, procurando-se a indicação de medidas de racionalização nas áreas que
apresentaram maiores impactos de consumo e que contenham condições favoráveis para sua
18
implementação. Uma simulação integrada das propostas mostra a economia total a ser
atingida com a introdução das ações.
No Capítulo 6 estão as conclusões deste trabalho, ressaltando alguns valores encontrados e
sua validação. As sugestões e recomendações de aprofundamentos enfocam a necessidade de
instalação de monitoramento do consumo de água nas Instalações de Empreiteiras.
2. A SITUAÇÃO DA ÁGUA
A temática em torno da crise mundial de água tem sido relatada em muitos trabalhos e
diversos alertas têm sido feitos sobre uma grande carência de água, nas próximas décadas,
caso não sejam tomadas medidas urgentes para uma melhor gestão deste recurso
imprescindível à vida do planeta. Clarke e King (2005) afirmam que “o abastecimento de
água no mundo está em crise” e que, com o crescente aumento da população e de suas
necessidades, cada vez haverá menor quantidade de água disponível por pessoa. Gore (1993)
faz menção às grandes mudanças na relação do homem com a terra, desde a Revolução
Industrial, que têm promovido danos críticos ao sistema hídrico do planeta e cita as seguintes
“ameaças estratégicas ao sistema hídrico global”: a redistribuição das reservas de água doce; a
elevação do nível dos mares e a perda de áreas litorâneas baixas; mudanças nos padrões de
uso da terra, a exemplo dos desmatamentos; a contaminação de todas as reservas de água
pelos poluentes químicos produzidos pela civilização industrial; pressão do rápido aumento da
população e sistemas de irrigação inadequados.
Em United Nations (2003) é observado que houve uma evolução no gerenciamento da água,
mas registros indicam que 25 000 pessoas morriam, a cada dia, em 2003, vítimas de
desnutrição, e que 6 000, a maioria crianças com menos de cinco anos, morriam de doenças
relacionadas à água. Desta forma, é reforçado que a crise deste recurso é representada todos
os dias na vida de bilhões de pessoas, nas mais diversas maneiras e lugares, pela perda de
vidas.
No Brasil, Rebouças (2003) informa que 110 milhões de pessoas não têm esgoto tratado e que
quase 11 milhões não têm acesso à água limpa para beber, mesmo sendo um país considerado
rico em água doce. Ele observa, também, os altos índices de perdas totais da água tratada nas
redes de distribuição, que variam de 40% a 60%, enquanto em países desenvolvidos esses
valores estão abaixo do limite de 15%.
19
Conforme United Nations (2003), em termos mundiais no ano de 2003, mais de 2 bilhões de
pessoas, em mais de 40 países, eram afetadas pela escassez de água, sendo que 1,1 bilhão não
tinham água potável suficiente e 2.4 bilhões não dispunham de saneamento básico. Estes
resultados podem levar a um aumento de doenças, deficiência na segurança alimentar,
divergências entre consumidores e limitações no modo de vida das pessoas e dos setores
produtivos.
2.1. Disponibilidade Hídrica
Existe disponível no planeta, aproximadamente, 1,386 bilhão de km3 de água, sendo que
97,5% (1,351 bilhão de km3) desse montante equivalem à água salgada distribuída pelos
oceanos, mares, lagos salgados e aqüíferos salinos (CLARKE e KING; 2005). No Gráfico 1
pode ser observado que, do total correspondente à água doce (2,5% - 35 milhões de km3),
mais de dois terços não estão disponíveis para consumo humano, pois se apresentam na forma
sólida.
Disponível30,1%
Indisponível69,5%
Disponível0,4%
(lagos; umidade do solo; umidade do ar; zonas úmidas; rios; plantas
e animais - 135 mil km3)
(águas de subsolo - 10,5 milhões de km3)
(geleiras; neves; gelos e subsolos congelados - 24,4 milhões de km3)
Gráfico 1: Fontes de água doce Fonte: CLARK, KING; 2005
Nos levantamentos efetuados por Clarke e King (2005), “cerca de 500 milhões de pessoas
viviam em países com escassez crônica de água, e outras 2,4 bilhões moravam em países onde
o sistema hídrico estava ameaçado”.
No Gráfico 2 estão representadas as disponibilidades de água e o percentual da população
mundial inserida em cada situação. Projeções indicavam para o ano 2 050 uma população de
20
8,9 bilhões de pessoas, sendo que talvez 4 bilhões, em países com escassez crônica de água
(CLARKE e KING; 2005).
Água escassa 7,8%
Água no limite 26,7%
Água insuficiente
34,7%
Abundância 16,8%
Suficiência relativa 17,9%
Gráfico 2: Porcentagem da população mundial com diferentes disponibilidades de água
Fonte: CLARK e KING; 2005 Neste contexto, os países da América do Sul estão inseridos na classificação de países com
abundância de suprimento de água, com exceção da Argentina, que foi colocada na posição de
país com suficiência relativa de água.
Segundo Shiklomanov (1998), o valor estimado para fontes mundiais de águas renováveis era
de 42 700 km3 por ano, considerando uma grande variação espacial e temporal. Em termos
percentuais, nos continentes, esta distribuição está representada na Tabela 1.
Tabela 1: Distribuição de água doce no mundo
Região Parcela (%) África 9,7
Américas 39,6 Ásia 31,8
Europa 15,0 Oceania 3,9
Fonte: Adaptado de ANA (2007)
Sob a ótica global, a quantidade de água doce é suficiente para atendimento a toda à
população, mas existe irregularidade na sua distribuição territorial e na demanda de uso que
vai variar em função do desenvolvimento do país. A existência de uma crescente degradação
da qualidade da água também vem contribuindo para o atual cenário de escassez, como
informa Tundisi (2003), ao revelar que os estoques de águas superficiais e subterrâneas têm
sofrido grandes alterações.
21
Postel e Vickers (2004) informam que Brasil, Rússia, Canadá, Indonésia, China e Colômbia
representam metade do suprimento renovável total de água doce, apenas considerando o
escoamento de rios e águas subterrâneas, sem a evaporação e transpiração vegetal. Juntando-
se a esses países a Índia, República Democrática do Congo e Estados Unidos, tem-se a
representação de 60% da concentração de água do planeta. Na Tabela 2 estão evidenciados
esses valores como, também, o legado em relação à sua população para disponibilidades
relativas a águas superficiais e subterrâneas.
Tabela 2: Países com maiores disponibilidades hídricas
País Disponibilidade em km3/ano Disponibilidade em m3/hab./ano Brasil 8 233 45 570 Rússia 4 507 3 165 Estados Unidos 3 051 10 270 Canadá 2 902 91 420 Indonésia 2 838 12 750 China 2 830 2 140 Colômbia 2 132 47 470 Índia 1 897 1 750 Rep. Dem. Congo 1 283 23 580
Fonte: Adaptado de United Nations, 2006
O Brasil é considerado um país abastado em água com, aproximadamente, 12% da
disponibilidade de recursos hídricos do mundo. Acontece que essa disponibilidade está de
forma mal distribuída, considerando que regiões com menor percentual de população
apresentam uma disponibilidade hídrica muito maior do que aquelas com grande contingente
populacional (AGÊNCIA, 2007).
A região Norte apresenta a mais baixa densidade populacional e é a que possui maior
quantidade de recursos hídricos. As regiões Sul e Sudeste apresentam quantidades
consideráveis, mas o que promove a escassez em alguns pontos é o elevado grau de
urbanização, a taxa populacional e os diversos usos da água. A menor contribuição está na
região Nordeste que conta ainda com problemas relativos a saneamento básico e
contaminação por vetores de doenças. A região Centro Oeste dispõe de grandes ecossistemas
aquáticos, mas apresenta problemas relacionados à criação de gado, agricultura, hidrovias,
atividades turísticas inadequadas, pesca predatória e urbanização (CLARKE e KING; 2005).
Em análise à situação do Brasil, Tucci, Hespanhol e Netto (2000) informam que o excesso de
cargas de poluição doméstica e industrial, a ocorrência de enchentes urbanas e a grande
demanda de água têm contribuído para uma tendência de redução da disponibilidade hídrica
22
dos grandes centros urbanos. Eles citam, como exemplo, os freqüentes racionamentos que já
ocorrem em Recife e São Paulo.
Segundo o Plano Estadual de Recursos Hídricos da Bahia (PERH-BA), o estado da Bahia
apresenta duas situações distintas em relação aos recursos hídricos. De um lado, representado
pelo semi-árido, que ocupa em torno de 69% do estado, a situação é de escassez de recursos
hídricos, já na outra vertente, está uma região mais úmida com uma oferta hídrica mais
confortável, mesmo com a concentração de grandes demandas hídricas. Neste segundo caso
está inserida a bacia hidrográfica Recôncavo Norte que abriga o local de estudo deste
trabalho, onde, como estratégia de gerenciamento, o PERH-BA recomenda a racionalização
do uso da água e o controle de atividades que impactam na qualidade das fontes de água
(PERH-BA, 2003).
2.2. O Uso da Água Os recursos hídricos sempre receberam considerável pressão, à medida que há aumento do
desenvolvimento econômico e da renda per capita. Como a água é um fator inerente ao
desenvolvimento e está relacionada com a economia, os seus diversos usos tendem a crescer
com a diversificação das atividades econômicas, bem como com a demanda exigida para
atingir níveis de sustentação correlatos com a demanda da sociedade de consumo e da
produção industrial e agrícola (TUNDISI, 2003).
Para ilustração do crescimento do consumo de água, em termos mundiais, são apresentados na
Tabela 3 dados resultantes de uma pesquisa realizada por pesquisadores do State Hydrologic
Institute (SHI) de São Petersburgo. Na tabela são apresentados valores para vários períodos
relativos à água captada e consumida em necessidades urbanas, industriais, agrícolas e
inclusive perdas de evaporação. Os dados representam estimativas e projeções referentes a
aproximadamente 150 países e estão organizados por continentes.
Os dados mostram que o consumo de água nos diversos continentes não é homogêneo e
indicam o grande e dramático crescimento de água retirada e consumida no século 20. Gleick
(2003) comenta que no início do século 20 a América do Norte e a Europa contabilizavam
19% do total estimado de água retirada. Já por volta de 1 995 esses continentes representavam
30% do total, refletindo o crescimento da industrialização.
23
Tabela 3: Estimativas e projeções de água retirada e consumida por Continente
Histórico de Estimativas (km3/ano) Projeção de consumo(km3/ano) Continente
1900 1940 1950 1960 1970 1980 1990 1995 2000 2010 2025 Europa
37,5a 17,6b
71 29,8
93,8 38,4
185 53,9
294 81,8
445 158
491 183
511 187
534 191
578 202
619 217
América do Norte
70 29,2
221 83,8
286 104
410 138
555 181
677 221
652 221
685 238
705 243
744 255
786 269
África
41,0 34,0
49,0 39,0
56,0 44,0
86,0 66,0
116 88,0
168 129
199 151
215 160
230 169
270 190
331 216
Ásia
414 322
689 528
860 654
1222 932
1499 1116
1784 1324
2067 1529
2157 1565
2245 1603
2483 1721
3104 1971
América do sul
15,2 11,3
27,7 20,6
59,4 41,7
68,5 44,4
85,2 57,8
111 71,0
152 91,4
166 97,7
180 104
213 112
257 122
Austrália e Oceania
1,6 0,6
6,8 3,4
10,3 5,1
17,4 9,0
23,3 11,9
29,4 14,6
28,5 16,4
30,5 17,6
32,6 18,9
35,6 21
39,6 23,1
Total (aprox.)
579 415
1065 704
1366 887
1989 1243
2573 1536
3214 1918
3590 2192
3765 2265
3927 2329
4324 2501
5137 2818
a Números sublinhados referem-se à estimativa de água retirada b Números itálicos referem-se à estimativa de água consumida
Fonte: Gleick, 2003
Segundo a ANA, a vazão de retirada no Brasil, tendo como base o ano 2000, é de 1 592 m3/s
(50,2 km3/ano), para um consumo na faixa de 841 m3/s (26,5 km3/ano). Desse total, a região
hidrográfica do Paraná é responsável por 30% da retirada, seguida da região Atlântico Sul
com 15%. A região Atlântico Leste, onde se localiza o estado da Bahia, contribui com 4% do
total, com uma retirada de 68 m3/s (2,1 km3/ano) (AGÊNCIA, 2007a).
No Gráfico 3 é apresentado um perfil das contribuições de retirada e consumo no Brasil, por
tipo de utilização. Observa-se que há um predomínio de vazão de contribuição na atividade de
irrigação, em relação às outras.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Perc
entu
al d
e C
onsu
mo
Retirada Consumo
IrrigaçãoIndustrialAnimalRuralUrbano
Gráfico 3: Relação de retirada e consumo de água no Brasil
Fonte: AGÊNCIA (2007a)
24
Em termos globais a agricultura é também a responsável pela maior taxa de consumo, em
função da irrigação, conforme afirmam Postel e Vickers (2004), com uma contribuição em
torno de 70%. Os outros dois setores que representam os usos da água, em termos mundiais,
são a indústria (22%) e o consumo doméstico (8%).
Gleick (2003) informa que o consumo de água é função de diversos fatores, ao longo do
mundo, como extensão e forma do desenvolvimento socioeconômico; condições climáticas;
tamanho da população e natureza física da região. Sendo assim, observa-se que as taxas de
consumo para os diversos usos variam para cada local.
Algumas considerações, para cada tipo de consumo, serão apresentadas a seguir,
considerando-se o agrupamento dos usos em termos doméstico, industrial e agrícola.
Uso na Agricultura
Conforme já visto, este uso se caracteriza na irrigação de plantações que, segundo
Shiklomanov (1998), teve sua maior expansão no século vinte quando se tornou o principal
consumidor de água em muitos países. Ele aponta que 15% de toda a terra cultivada são
irrigadas. Em função desse alto consumo na agricultura, onde a água é vital para a produção
de alimentos, Gleick (2003) considera que este setor deve receber uma atenção especial
quando se trata de aperfeiçoamentos do uso da água.
Os países industrializados são responsáveis por cerca de 25% das lavouras irrigadas, sendo
que de 1961 a 1999 houve um aumento significativo de terras irrigadas em todo o mundo
(Tabela 4).
Tabela 4: Percentual de aumento de terras irrigadas (1961 – 1999)
Ásia Ocidental América Latina e Caribe
Europa Ásia e Pacífico
África América do Norte
256% 188% 178% 166% 151% 142% Fonte: Adaptado de Clarke e King , 2005
Nas metodologias de irrigação de superfície e por aspersão, mais de 25% da água pode se
perder pela evaporação. Já na irrigação por gotejamento, a perda é de apenas cinco por cento.
Em Selborne (2001) o aperfeiçoamento da eficiência do uso da água na irrigação é apontado
como uma questão tecnicamente possível e que teriam que ser levados em conta os problemas
de encharcamento e salinização provenientes do uso excessivo da água e de sistemas de
drenagem inadequados. Para redução dos impactos da irrigação na extração de recursos
25
hídricos, são apresentadas as seguintes possibilidades de melhorias por Clarke e King (2005):
manejo mais eficiente da água, reciclagem das águas usadas e melhoria na drenagem.
O Brasil apresenta em torno de 3,7 milhões de hectares irrigados representando 6% do total de
área plantada. O percentual mundial equivalente é de 18% (ANA, 2007).
Uso Industrial
A água na indústria é um componente vital sendo utilizada para resfriamento, lavagem,
processamento e aquecimento, bem como para solvente e na composição do produto acabado
(matéria prima). A água utilizada na indústria tem como seus maiores representantes as usinas
hidrelétricas (embora estas retornem a água para suas fontes), as indústrias química e
petrolífera, as de metal, as de madeira, papel e celulose, as de processamento de alimentos e
as de máquinas (CLARKE e KING; 2005).
Este consumo tem maior participação em países industrializados do que nos países em
desenvolvimento (SHIKLOMANOV, 1998; POSTEL e VICKERS, 2004). Embora o
crescimento do uso de água na indústria não tenha apresentado uma grande evolução, Clarke e
King (2005) informam que nos próximos 25 anos há uma tendência de grandes avanços, em
função da demanda que será requerida pelos paises em industrialização. Este fato traz uma
significativa preocupação com relação ao problema poluição, visto que países em
desenvolvimento lançam resíduos industriais sem tratamento nas águas, comprometendo o
suprimento subterrâneo e o de superfície.
Selborne (2001) informa que durante as duas últimas décadas houve uma diminuição, em
muitos países industrializados, do volume de água consumido pela indústria. No caso da
indústria brasileira, Agência (2007) informa que a redução do consumo de água em algumas
unidades da indústria têxtil em São Paulo chegou até 30%. No setor petroquímico a
racionalização do uso de água nos processos industriais variou de 15% a 25%.
Uso Doméstico
O uso doméstico de água varia sensivelmente em todo o mundo e está fortemente relacionado
com as diferenças de riqueza e cultura. O volume de água utilizado nas residências, ou pelo
município, para abastecer as áreas residenciais, varia de mais de 800 litros diários, por pessoa,
no Canadá, a apenas um litro na Etiópia, conforme relatado em Clarke e King (2005). Outro
26
exemplo é apresentado em Postel e Vickers (2004): no Reino Unido o consumo doméstico é
de apenas 70% da água consumida pelo americano mais poupador.
Diante da crítica situação mundial da água, seguem algumas medidas que Shiklomanov
(1998) indica como necessárias a serem aplicadas no presente e no futuro:
• Economia no uso de água e proteção dos recursos de água a partir de uma redução
drástica no consumo, especialmente nas áreas agrícolas e industriais.
• Redução ou eliminação de descarga de efluentes nos sistemas hidrológicos.
• Mais uso de água salgada.
• Uso de águas subterrâneas e glaciares, aqüíferos e águas estocadas em lagos.
• Redistribuição espacial e temporal dos recursos de água.
3. RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA
A fim de subsidiar a necessidade de implantação de medidas de racionalização do uso da
água, na área de abrangência desse estudo, serão aqui apresentados alguns programas, em
nível nacional e internacional, que têm mobilizado as diversas esferas de atuação em
diferentes tipologias de edificações.
Esses programas se baseiam em ações envolvendo oferta e demanda de água voltados para um
melhor uso da água, seja no meio urbano ou rural, desde edificações isoladas até indústrias,
áreas agrícolas e cidades e têm apresentado resultados que justificam a ampliação de suas
aplicações.
Embora não se tenha encontrado referências que contemplem de forma integral a tipologia em
estudo, pois a maioria dos programas encontrados na literatura é destinada às edificações dos
tipos residencial, escolar e comercial, as ações propostas nos programas, segundo os autores
podem ser adequadas a outras tipologias.
Com base em Agência (2005), um conceito para programa de conservação da água seria
qualquer ação que reduza a quantidade extraída em fontes de suprimento, reduza o consumo e
o desperdício, aumente a eficiência do uso ou aumente a reciclagem e o reuso de água.
A fim de preservarem-se os recursos hídricos, Oliveira (1999) informa que o gerenciamento
da utilização da água deve abranger os três níveis sistêmicos citados a seguir:
Nível macro – sistemas hidrográficos;
27
Nível meso – sistemas públicos urbanos de abastecimento de água e de coleta de esgoto
sanitário;
Nível micro – sistemas prediais.
As ações de racionalização de água a serem estudadas neste trabalho se situam no nível micro,
pois, conforme definido em Oliveira (1999), a sua implantação se dará pelo proprietário das
instalações.
A seguir serão apresentados alguns programas já implementados, abordando-se suas
estruturas e ações, bem como alguns resultados globais obtidos.
Programa de Uso Racional da Água - PURA
Este programa foi criado em 1995 através de um convênio entre a Escola Politécnica da USP,
a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) e o Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT), voltado para o uso racional de água nos sistemas prediais.
Segundo Santos (2006), o PURA tem as seguintes metas básicas:
• Quantificar a eficiência no uso de aparelhos economizadores de água;
• Desenvolver e disponibilizar produtos integrados com o uso racional e conservativo da
água;
• Gerar documentos técnicos e institucionais relativos às ações do programa.
O programa é estruturado em seis macroprogramas integrados, a saber:
• Projeto 1) Banco de dados sobre tecnologias, documentos técnicos e estudos de caso –
objetiva disponibilizar informações diversas ao público em geral;
• Projeto 2) Laboratório Institucional do Programa do Uso Racional da Água em
Edifícios (LIPURA) – refere-se a um conjunto de laboratórios institucionais e privados
que objetivam avaliar a eficiência de produtos, processos, componentes e sistemas
voltados para o uso racional da água;
• Projeto 3) Programa de avaliação e adequação de tecnologias – aqui são previstas
ações de checagem de tecnologias, objetivando a não permanência no mercado de
produtos inadequados;
• Projeto 4) Caracterização da demanda e o impacto das ações de economia no setor
residencial – são previstas ações para caracterização e definição de modelo para a
demanda de água.
• Projeto 5) Documentos relacionados às leis, regulamentos e programas de garantia de
qualidade – estabelece bases documentais para a implementação do PURA e
28
• Projeto 6) Programas de consumo reduzido de água em edificações não residenciais.
As ações deste Programa estão voltadas basicamente para o combate ao desperdício
quantitativo, conforme as seguintes que são listadas em Santos (2002):
• Utilização de aparelhos economizadores de água
• Incentivo da adoção da medição individualizada
• Conscientização do usuário quanto ao desperdício no uso da água
• Detecção e controle de perdas de água no sistema predial de água fria e
• Estabelecimento de tarifas inibidoras do desperdício.
Em análise ao programa PURA, instalado no campus da Universidade de São Paulo, e
considerando positiva e viável a implantação dessa sistemática, Silva (2004) apresentou as
seguintes conclusões, após seis anos de implantação:
Alem da redução de consumo de água, o PURA acarretou um elevado benefício econômico
para a Universidade no valor total líquido de R$ 46,61 milhões.
De 1998 a 2003 houve uma redução de 36% no consumo mensal de água na USP. Em
algumas unidades, após realização de intervenções em eliminações de vazamentos e
substituição de aparelhos, esse valor chegou a 48%.
Para a população fixa chegou-se a uma redução de 38% no consumo diário per capta.
Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água – PNCDA
O Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água (PNCDA) foi criado na esfera
federal em abril de 1997 para atuar com o combate ao desperdício da água no nível das bacias
hidrográficas, dos sistemas de abastecimento público de água e dos sistemas prediais
hidráulicos sanitários. Para este programa foram elaborados Documentos Técnicos de Apoio
(DTA) nas áreas de planejamento das ações de conservação, tecnologia dos sistemas públicos
de abastecimento de água, tecnologia dos sistemas prediais de água e esgoto e campanhas de
educação (SILVA, CONEJO e GONÇALVES; 1999). Dentre os DTA’s estão listados a
seguir aqueles que subsidiarão o presente trabalho:
DTA 1 (Apresentação do PNCDA) – apresenta a estratégia geral do programa e descreve o
conteúdo dos documentos técnicos.
DTA B2 (Subsídios às campanhas de educação pública voltadas à economia de água) –
apresenta uma análise da evolução prática e conceitual destas campanhas, a partir de estudos e
pesquisas embasados na experiência norte-americana.
29
DTA F1 (Tecnologias poupadoras nos sistemas prediais) – apresenta as diversas tecnologias
poupadoras de água, disponíveis em nível mundial, e com base nas experiências
internacionais, cientificas e tecnológicas, sugere ações que podem ser implementadas em
nível nacional.
DTA D3 (Micromedição) – apresenta os sistemas de micromedição englobando os principais
tipos de micromedidores, critérios de seleção e aquisição, processos de instalação e
monitoramento e enfatiza sua importância em programas de conservação de água.
Programa de Conservação de Água da UNICAMP - PRO-ÁGUA/UNICAMP
Programa desenvolvido pela Universidade Estadual de Campinas pela equipe do Laboratório
de Ensino e Pesquisas em Sistemas Prediais do departamento de Arquitetura e Construção da
Faculdade de Engenharia civil da UNICAMP.
Segundo Programa (200-?), o Pro-água/Unicamp teve inicio em 1999 tendo como principal
objetivo a implantação de medidas que levem ao uso racional de água e a conscientização dos
usuários sobre a importância da conservação desse recurso nos edifícios localizados na
Cidade Universitária Professor Zeferino Vaz.
O PRÓ-ÁGUA / UNICAMP contempla as duas fases descritas a seguir:
Fase I:
• Levantamento cadastral,
• Detecção e conserto de vazamentos,
• Implantação de telemedição,
• Instalação de componentes economizadores e
• Avaliação do desempenho pelos usuários.
Fase II:
• Análise de tecnologias economizadoras para usos específicos e
• Implantação de sistema de gestão dos sistemas prediais no campus.
Antes da implantação do programa o consumo médio mensal de água da UNICAMP estava na
faixa de 98.000 a 100.000 m³. Em 2001, este número encontrava-se em torno de 80.000 m³
(PROGRAMA, 200-?).
Programa de Uso Racional da Água da UFBA - ÁGUAPURA
Programa desenvolvido pela Universidade Federal da Bahia, através da Rede de Tecnologias
Limpas – TECLIM em 2002 e segundo TECLIM (200-?), tem os seguintes objetivos:
30
• Reduzir o consumo de água na UFBA através da minimização das perdas e
desperdícios;
• Difundir em toda a comunidade UFBA conceitos do uso racional da água;
• Implantação de Tecnologias Limpas.
O programa está em andamento e consiste de três etapas, conforme a seguir:
• Etapa 1 (Ação Emergencial): minimização das perdas e desperdícios:
• Consolidar e ampliar o trabalho da equipe de campo.
• Redução do consumo de água e valores pagos à Embasa para 70% do valor 2003
até o final da etapa;
• Etapa 2: Manutenção e aprimoramento da redução obtida:
• Redução do consumo de água e valores pagos a Embasa para 50% do valor 2003
até o final da etapa;
• Inserção do programa nas Unidades;
• Redução do tempo de atendimento a chamadas para conserto de perdas para
metade do atingido na Etapa1;
• Captação de financiamentos para pesquisa / projetos cooperativos.
• Etapa 3: Implantação de (TL & P+L)
• Consolidação e manutenção dos programas implantados nas etapas 1 e 2;
• Redução do consumo de água da UFBA para 25% do consumo de 2003;
• Implantação de Tecnologias Limpas: Tratamento de efluentes e reuso da água
recuperada; Implantação de redes duplas de água; Aproveitamento da água de
chuva; Uso de água de poço.
Desde o inicio do programa, o consumo da Universidade foi reduzido 43%, passando de um
histórico de 290 mil m3 para 164 mil m3, alcançados em 2007.
Outros Programas e Iniciativas
Em seu projeto de pesquisa, encaminhado ao CNPQ, Santos (2006) apresenta o Programa de
Gestão do Uso da Água em Edificações (PGUAE), no Paraná, que tem enfoque na previsão da
gestão qualitativa e quantitativa da água. A esquematização desse programa está apresentada
no Fluxograma 1.
31
Fluxograma 1: Representação da estrutura do PGUAE
Fonte: Santos , 2002
O programa se propõe às seguintes metas:
• Caracterização do consumo de água – este item contempla 03 fases, a saber:
Descrição do cenário – consta de levantamento de dados do ambiente
construído, histórico de consumo e conhecimento dos hábitos dos
usuários de água.
Prospecção de relações entre o consumo de água e variáveis diversas –
verifica a influência de variáveis como a sazonalidade, temperatura,
dias do mês, etc., sobre o consumo de água.
Parametrização do consumo – utilizada a ferramenta Teste AQUA para
parametrizar o consumo de água.
• Caracterização das ações de economia de água – prevê a pré-seleção e
definição das ações de conservação de água, direcionadas para o uso racional e
o aproveitamento das fontes alternativas de água, e caracteriza estas ações em
seus aspectos qualitativos e quantitativos.
• Avaliação da aplicabilidade integrada das ações de economia de água – avalia
a aplicabilidade das ações de conservação de água em função dos requisitos
qualitativos e quantitativos definidos pelo seu uso, bem como sua viabilidade
econômica. Nesta etapa é também realizada uma hierarquização das ações ao
longo do tempo.
• Confecção do plano de gestão de uso de água – apresenta as diretrizes para
gestão do uso da água em edifícios.
32
No trabalho de Sautchúk (2004) é apresentado o Programa de Conservação de Água (PCA)
que visa a otimização do uso da água e a utilização de fontes alternativas, observando-se os
diferentes níveis de potabilidade necessários ao uso. Ela reforça que essa otimização implica
em uma redução do volume de efluentes gerados.
No Fluxograma 2 está representada a esquematização de um PCA para edificações existentes,
conforme concepção de Sautchúk (2004).
Fluxograma 2: Visão macro de um Programa de Conservação de Água
Fonte: Sautchúk, 2004 Observa-se que há uma indicação de uso de fontes alternativas para suprimento do sistema,
bem como uma preocupação com a reutilização do efluente gerado.
Em 2005 foi lançado o Manual de Conservação e Reuso da água em Edificações, que teve a
parceria da ANA (Agência Nacional de Águas), Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo) e do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São
Paulo). Em Agência (2005) é sugerida a ênfase em conservação de água, uma vez que esta
cuida da gestão da demanda e da oferta de água preocupando-se também com a destinação
que é dada em função da qualidade com que ela se apresenta. Ao conjunto dessas ações eles
denominam de Programa de Conservação de Água (PCA).
Dentre as práticas já em uso, Agência (2005) recomenda o reuso, a reciclagem, a gestão da
demanda, a redução de perdas e minimização da geração de efluentes como instrumentos para
gerir os recursos hídricos e reduzir a poluição. Apoiando essa posição, Santos (2006)
33
acrescenta que a conservação de água propicia a economia e preservação de água, seja nos
mananciais, no sistema publico ou nas edificações, abrangendo ações de uso racional voltadas
para o combate ao desperdício, e ações que utilizem fontes alternativas como a água de chuva
e o reuso.
Como objetivos da implantação de um PCA, Agência (2005) informa os seguintes:
Redução da quantidade de água extraída em fontes de suprimento;
Redução do consumo de água;
Redução do desperdício de água;
Aumento da eficiência do uso de água;
Aumento da reciclagem e do reuso de água.
E como fatores motivadores são citados:
Economia gerada pela redução do consumo de água;
Economia criada pela redução dos efluentes gerados;
Conseqüente economia de outros insumos como energia e produtos químicos;
Redução dos custos operacionais e de manutenção dos sistemas hidráulicos e
equipamentos da edificação;
Aumento da disponibilidade de água;
Agregação de valor ao produto;
Redução do efeito da cobrança pelo uso da água;
Melhoria da visão da organização na sociedade.
Segundo Agência (2005), um Programa de Conservação de Água requer, inicialmente, o
conhecimento da distribuição do consumo que vai depender de cada tipo de edificação, uma
vez que os usos de água para residências, edificações públicas e privadas são variados. É
necessário, portanto, a implantação de um sistema de medição e monitoramento, por um
determinado período, para essa identificação inicial.
Em seguida deve-se partir para a auditoria de consumo que envolve a análise dos dados
coletados e o cálculo do indicador de consumo, buscando o conhecimento da utilização da
água na edificação. Para identificação do perfil de consumo de água no sistema, devem ser
34
estudados e levantados dados de todo o sistema hidráulico da unidade em análise, incluindo
detecção de vazamentos e comportamento dos usuários.
A partir do diagnóstico realizado, parte-se para a elaboração do plano de intervenção que vai
abranger ações voltadas para a redução de desperdícios, correção de vazamentos, redução de
perdas, realização de campanhas de sensibilização e educativas, bem como a instalação de
tecnologias economizadoras nos pontos de consumo.
Especificamente para alojamentos provisórios, como um canteiro de construção civil, ANA
(2005) apresenta sugestões visando uma melhor otimização do uso da água. Como as
instalações do presente trabalho têm semelhança com essa tipologia, a seguir são listadas
essas propostas:
• Implantação de um sistema de gestão da água com o monitoramento do consumo a
partir da instalação de hidrômetro específico para as áreas de uso doméstico de água,
como as áreas de ambientes sanitários, refeitórios e torneiras de lavagem para uso dos
alojamentos;
• Especificação adequada dos equipamentos hidráulicos a serem implementados.
• Realização de palestras de conscientização e capacitação dos funcionários para
redução do desperdício de água nos usos domésticos e em processos que utilizam água
(por exemplo, limpeza de ambientes);
• Divulgação do consumo mensal de água para conscientização dos funcionários.
• Uso de fontes alternativas (água de drenagem de terreno, água de chuva, águas
subterrâneas), desde que sejam observados a caracterização da água e o atendimento à
qualidade para o uso em questão;
Em nível internacional, Usepa (2002) informa que programas de conservação de água e de
reuso têm tido um grande crescimento nos últimos dez anos nos Estados Unidos e que
abrangem não só usuários do tipo residencial, mas também, comercial, institucional e
industrial.
Usepa (2002) apresenta uma compilação de estudos de casos verificados em 17 cidades dos
Estados Unidos, cujos sistemas variam em tamanhos de pequenos a grandes e envolvem uma
grande variedade de tecnologias aplicadas para o alcance das metas de gerenciamento de
água.
Na Tabela 5 são listadas as ações implementadas e a quantidade de cidades que adotaram as
medidas. Verifica-se que instalação de equipamentos economizadores, bem como emprego de
35
tarifas e educação pública são as ações que mais tiveram incidência de uso nos estudos
apresentados.
No Anexo A é apresentada uma tabela contendo os fatores motivadores, bem como as ações e
resultados em termos de reduções de água e custo, para cada cidade.
Tabela 5: Incidência de ações nos estudos de caso americanos
Ações Incidência Instalação de equipamentos economizadores 12 Emprego de tarifas 10 Educação pública 9 Melhorias na irrigação 6 Detecção de conserto e vazamentos 5 Implantação de sistema de medição 3 Reaproveitamento de água 2 Implantação de subsídios de incentivo 2 Otimização do uso da água em paisagismo 2 Implementação de auditorias 2
Fonte: Adaptado de Usepa (2002)
Segundo Oliveira (1999), as ações a serem adotadas em um programa de conservação de água
podem ser agrupadas conforme a seguir:
Ações econômicas – aqui se incluem os incentivos que podem ser subsídios para aquisição de
sistemas e componentes economizadores de água e redução de tarifas, como também, os
desincentivos econômicos dados a partir da elevação de tarifas de água.
Ações sociais – nestas ações estão as campanhas educativas e de conscientização do usuário,
em que se procura uma adequação de procedimentos no uso da água e uma mudança de
comportamento individual.
Ações tecnológicas – aqui estão a substituição de sistemas e componentes convencionais por
economizadores, a implantação de sistemas de medição setorizada, a detecção e correção de
vazamentos, o reaproveitamento de água e o reuso de água servida.
A partir dos programas estudados, foram selecionadas as seguintes ações que serão avaliadas
para o estudo de caso deste trabalho e que se enquadram nos agrupamentos acima:
Campanhas de educação Combate a perdas e desperdícios Tecnologias economizadoras nos pontos de consumo Medição setorizada Reuso e
36
Aproveitamento de água de chuva
Nos próximos itens serão apresentados conceitos e considerações sobre essas ações, bem
como alguns resultados obtidos em programas e outras iniciativas.
3.1. Combate a Perdas e Desperdícios
Segundo Agência (2005), o consumo total de água em uma edificação, independente de sua
tipologia, é a soma de dois componentes representados pela água efetivamente utilizada e pelo
desperdício. O desperdício seria composto por perdas referentes à água que escapa do sistema
antes de sua finalidade prevista e pelo uso excessivo decorrente da utilização inadequada e
mau funcionamento do sistema.
Oliveira (1999) informa que o combate ao desperdício de água nos sistemas hidráulicos
prediais visa evitar-se o pagamento de uma água que não foi utilizada devidamente, segundo a
sua finalidade como, também, patologias decorrentes de vazamentos. Ela informa que a ação
mais recomendada para o combate às perdas de água, depois da prevenção, é a detecção de
vazamentos, que será mais eficaz a depender do nível em que se realize a manutenção do
sistema. Além dos vazamentos, também são responsáveis pelas perdas o mau desempenho do
sistema e ações decorrentes de negligência do usuário, como torneiras mal fechadas.
Os vazamentos podem ser classificados como visíveis e não-visíveis, sendo os primeiros
aqueles que podem ser detectados de imediato pelos usuários e são identificados pelo
escoamento ou gotejamento de água. Estes vazamentos ocorrem em tubulações, registros,
pontos de consumo e em reservatórios. Os vazamentos não-visíveis são aqueles que se
apresentam a partir de fatores como manchas de umidade, som de escoamento de água e
entrada constante de água em reservatórios (OLIVEIRA, 1999).
Oliveira (1999) apresenta as reduções de consumo obtidas a partir de intervenções realizadas
no Instituto do Coração do Complexo do Hospital das Clinicas de São Paulo (PURA InCor) e
na Escola Estadual de primeiro e segundo graus Fernão Dias Paes (PURA EE).
No PURA InCor a intervenção consistiu da substituição de trechos de tubulação de água e
hidrantes que apresentavam corrosão e vazamentos, em vários ambientes do hospital. Foram
também eliminados vazamentos visíveis em peças de utilização como torneiras e válvulas de
descarga. A correção dos vazamentos proporcionou uma redução no consumo médio mensal
de 15 242 m3 para 10 908 m3.
37
No PURA EE foram corrigidos vazamentos nos sistemas interno e externo da escola,
reduzindo o consumo de água de 81,1 l/aluno/dia para 4,5 l/aluno/dia.
Um resumo desses dados, incluindo um resultado apresentado por Sabesp (2004) apud
Ywashima (2005) está representado na Tabela 6.
Verifica-se que mesmo para uma mesma tipologia os indicadores de redução apresentam
grande variação, uma vez que para cada caso estudado são detectadas situações diferenciadas
de vazamentos. Outro fator, que pode ser analisado é que a relação de redução vai depender,
também, do valor total de consumo, não podendo ser utilizado como parâmetro de
comparação para qualquer caso.
Tabela 6: Redução de consumo com correção de vazamentos
Indicadores PURA (InCor) (1) PURA (EE) (1) PURA (Toufic Jouliam) (2)
Redução do consumo mensal (%) 28 94 78 Economia mensal (R$) 39.352,72 37.409,60 12.614,80 Investimento (R$) 33.118,84 2.645,95 2.500,00 Retorno (dias) 27 3 6
Fonte: (1) Adaptado de Oliveira (1999) e (2) Sabesp(2004) apud Ywashima (2005)
Em Agência (2005) são apresentados valores estimados de volumes produzidos por perdas em
componentes das instalações prediais (Tabela 7).
Tabela 7: Volumes estimados perdidos em vazamentos
Aparelho / Equipamento Sanitário
Perda Estimada (litros/dia)
Gotejamento lento 6 a 10 Gotejamento médio 10 a 20 Gotejamento rápido 2 a 32 Gotejamento muito rápido > 32 Filete Ø 2 mm > 114 Filete Ø 4 mm > 333
Torneira (de lavatório, de pia, de uso geral).
Vazamento no flexível 0,86 Filetes visíveis 144 Vazamento no flexível 0,86 Mictório Vazamento no registro 0,86 Filetes visíveis 144 Vazamento no tubo de alimentação da louça 144 Bacia sanitária com
válvula de descarga Válvula disparada quando acionada * Vazamento no registro 0,86 Chuveiro Vazamento no tubo de alimentação junto da parede 0,86
* 40,8 litros (supondo válvula aberta por um período de 30 segundos, a uma vazão de 1,6 litros/segundo).
Fonte: Oliveira (1999) e Gonçalves et al. (2005) apud ANA (2005)
38
Estes valores podem ser utilizados para cálculo do índice de perdas por vazamento (IP) que é
obtido pela relação entre o volume total estimado perdido em vazamentos, em um
determinado período de tempo, e o consumo total de água nesse mesmo período, expresso em
porcentagem.
3.2. Tecnologias Economizadoras nos Pontos de Consumo
Inseridas no contexto de uso racional de água estão a utilização de aparelhos economizadores
de água ou a introdução de tecnologias que levem a um menor consumo de água nestes pontos
de utilização. Hespanhol (2004) comenta que o Brasil ainda está muito aquém nessa prática se
comparado a outros paises, mas Alves, Rocha e Gonçalves (2006) observam que em prédios
de uso público como shopping centers, teatros, cinemas, estádios, aeroportos, escolas e outros
o uso desses equipamentos vem crescendo de forma acelerada. Já para uso residencial, em
especial edificações populares, eles ressaltam que há uma tendência menor na adoção dos
equipamentos.
Hespanhol (2004) cita como boa medida o uso de caixas de descarga com menor volume e
chuveiros com uma entrada de ar gastando metade da água de um chuveiro tradicional.
Apesar das várias alternativas existentes para um melhor uso da água, ele salienta que se faz
necessário uma mudança cultural para que efetivamente as pessoas passem a adotá-las e a
problemática seja minimizada.
Pode-se, também, acrescentar que mesmo a adoção dessas tecnologias, pela sociedade, o
registro de uma significativa redução do consumo de água estará relacionado à forma com que
se fará uso destas. Isto porque, mesmo utilizando-se equipamentos convencionais, a
conscientização do usuário para a necessidade de economia no consumo o levará a tomar
medidas que trarão uma boa resposta, sem que seja realizada a substituição do equipamento.
Algumas tecnologias de processo e produtos propostas por Gonçalves; Ioshimoto e Oliveira
(1999) são apresentadas a seguir:
Bacias sanitárias e dispositivos de descarga – neste grupo estão as opções de descargas com
volume reduzido:
• Flushmate: bacia com caixa acoplada, que utiliza a pressão da água para controlar o volume
de descarga dentro de uma câmara no reservatório.
39
• Microflush: constituído de 2 fases onde na primeira o dejeto, após acionamento da
descarga, fica retido em um compartimento no fundo da bacia e em um segundo momento
uma quantidade de água limpa é lançada e promove o descarte para o sistema de esgoto.
• Bacia com caixa acoplada e alimentação lateral: este conjunto proporciona a reutilização de
água, levando primeiramente a água de alimentação da caixa para um lavabo e depois
reutilizando na caixa de descarga.
• Bacia com caixa acoplada dual: neste conjunto há a possibilidade de escolha ente dois
volumes de descarga, sendo o maior indicado para dejetos sólidos e o outro para líquidos.
Pode ser encontrado com volume de 9 e 4,5 litros e 6 e 3 litros.
Torneiras de lavatórios e cozinhas – neste grupo estão as opções de introdução de
dispositivos às torneiras para redução da vazão e do tempo de duração do uso a um valor
mínimo:
• Arejador: ele é fixado na saída da torneira reduzindo a seção de passagem de água. São
utilizadas peças perfuradas ou telas finas com orifícios na superfície lateral para entrada de
ar. Ele funciona como controlador da dispersão do jato e como elemento de perda de carga.
Reduzem em torno de 50% o jato das torneiras.
• Pulverizador: é também fixado na saída da torneira, mas não tem os orifícios para entrada
de ar, funcionando como um chuveirinho. Reduzem a vazão em torno de 0,06 l/s a 0,12 l/s
(3,6 a 7,2 l/min).
• Atomizador: muito utilizado em edificações públicas e comerciais, fornece uma vazão na
faixa de 0,01 l/s (0,6 l/min).
• Prolongador: são equipamentos que permitem a aproximação e direcionamento do jato ao
objeto a ser lavado, permitindo economia de água.
Torneiras acionadas por sensor infravermelho – o sensor detecta o anteparo (as mãos) e
aciona a válvula solenóide que libera a água. O fluxo cessa com a retirada das mãos. O
sistema controla o tempo de uso da água.
Torneiras com tempo de fluxo determinado – a torneira é dotada de um dispositivo
mecânico que, ao ser acionado, libera o fluxo de água. Ele se fecha automaticamente após um
tempo determinado.
40
Mictórios – as opções para estes aparelhos são válvulas com controle de fluxo, descarga com
temporizador, descarga acionada por sensor vermelho e sensor de acidez de urina.
Chuveiros – nos chuveiros podem ser utilizados dispositivos limitadores de vazão que são
instalados a montante do aparelho, e reduzem a vazão a partir de determinada pressão. Alves, Rocha e Gonçalves (2006) informam que os custos de investimentos provenientes da
adoção de aparelhos economizadores não diferem muito em relação a aparelhos
convencionais e que a grande variabilidade de preços se dá em função da marca e dos
modelos e não especificamente pelo fato de disporem de dispositivos economizadores.
A seguir são apresentados exemplos de resultados positivos a partir da substituição de
equipamentos convencionais por tecnologias economizadoras.
No estudo de Oliveira (1999) é informado que a instalação de equipamentos economizadores
no programa PURA proporcionou uma redução de 15,3% no consumo do Hospital das
Clínicas. Na escola Fernão Dias Paes, nesse mesmo programa, foram substituídas 31 torneiras
convencionais por hidromecânicas.
Também no programa PURA, Sabesp (2004) apud Ywashima (2005) apresenta que a
instalação de 16 torneiras de fechamento automático resultou em uma redução de 25% no
consumo de água da escola Vera Cruz.
Observa-se que a instalação de tecnologias economizadoras retornam a pretendida redução de
consumo de água, mas os valores informados nas pesquisas apresentam variação na
integração das tecnologias, como também, trazem reduções com base no consumo mensal das
edificações, que não podem ser comparadas com outras tipologias e soluções de intervenções.
Desta forma, para efeito de obtenção de dados comparativos, para o estudo de caso deste
trabalho, serão apresentados os resultados de experiências que informaram as reduções de
consumo relativas aos pontos de consumo, para cada tipo de intervenção. O resumo desses
estudos está representado na Tabela 9.
Deca (2004) apud Ywashima (2005) apresenta as economias obtidas em uma avaliação
realizada em um banheiro feminino e um banheiro masculino de uma escola municipal de São
Paulo. As tecnologias estudadas consistiram de torneiras de lavatório e válvulas de mictório
com fechamento automático (hidromecânicos) e bacias sanitárias de volume reduzido. Na
Tabela 8 só estão os resultados para os lavatórios e mictórios.
No estudo de Carvalho e Gusmão (2008), uma construtora avaliou a economia de tecnologias
economizadoras em um edifício de grande porte localizado em Recife, dentro de um plano de
41
ação denominado “Edifícios Sustentáveis”. Foram analisados reguladores de vazão para
lavatórios, chuveiros e duchinhas, bem como torneiras hidromecânicas, todos da marca
Fabrimar.
Tabela 8: Redução de consumo com a instalação de tecnologias economizadoras
Economia de água (%) Equipamentos economizadores
Escola de São Paulo (1) Edifício de Recife (2)
Regulador de vazão para lavatório - 80
Regulador de vazão para chuveiro - 70
Torneira hidromecânica - 70
Torneira hidromecânica para lavatório + válvula hidromecânica para mictório 99,8 -
Fonte: (1) Adaptado de Deca (2004) apud Ywashima (2005); (2) Carvalho e Gusmão (2008)
Carvalho e Gusmão (2007) revelam que as reduções obtidas estavam compatíveis com os
valores informados nas especificações técnicas dos equipamentos analisados.
Ainda como alternativa para racionalização do uso da água, estão os sanitários secos que têm
a seguinte conceituação resumida, conforme introduzido em Teixeira e Motta (2008):
Sanitário seco - é uma adaptação moderna da antiga prática de gestão de dejetos, pois não
utiliza água para diluir nem transportar as fezes. Os dejetos vão para uma câmara onde a
matéria orgânica se decompõe e o produto final pode ser utilizado como adubo, não havendo
contaminação do sub-solo nem dos cursos d’água. Tem como principais objetivos a
compostagem, que reduz o risco de infecção humana para níveis aceitáveis; a eliminação do
uso de água potável para diluição dos dejetos e é uma solução para áreas que não possuem
tratamento de esgoto.
Os seus vários modelos, tamanhos e marcas podem ser utilizados em áreas internas e externas,
com ou sem separador de urina, e são aplicáveis em vários tipos de clima, de relevo e para
diferentes necessidades de uso.
42
3.3. Medição Setorizada Segundo Alves (1999), a avaliação de todo um sistema de abastecimento requer um sistema
de medição envolvendo macro e micro medição e esta abordagem é indispensável em um
programa de conservação de água.
Como conceituação geral tem-se que a macromedição é o conjunto de medições realizadas
desde a captação de água bruta até os pontos de entrada para distribuição. Já a micromedição
abrange a medição do consumo realizada no ponto de abastecimento de um determinado
usuário, independente de sua categoria (residencial, comercial, industrial, etc.) ou faixa de
consumo (ALVES, 1999).
A medição de consumo subsidia a gestão da água através do conhecimento e monitoramento
dessa grandeza, que pode ser feita ao longo da vida útil da edificação (MAY, 2004). Pode ser
utilizado um único medidor ou implementado um sistema mais complexo com medidores que
podem ser de leitura visual ou eletrônica.
A instalação de medidores em unidades constituintes de um conjunto maior, objetivando
conhecer o consumo individual de cada unidade e não apenas do sistema como um todo, é
conhecido por medição setorizada. Desta forma, é possível a obtenção de melhores
informações a respeito do consumo de água de uma determinada área, edifício ou
equipamento (TAMAKI, 2004).
São listados, a seguir, alguns objetivos a serem alcançados com a medição setorizada,
segundo Tamaki (2004):
• Domínio do consumo de sistemas específicos, uma vez que pode ser realizado o
acompanhamento das medições e seu controle;
• Economia de recursos financeiros e/ou da água a partir da redução das irregularidades
apresentadas no perfil de consumo.
• Possibilidade de cobrança pela água consumida pelos usuários.
Outra questão importante, a ser analisada, é o nível que se almeja para a realização da
setorização, pois esta esquematização física vai ser em função de aspectos ocupacionais,
funcionais e físicos das instalações prediais que sofrerão a intervenção. No estudo de Tamaki
(2004) foi apresentada a seguinte distribuição crescente para os níveis de setorização:
• Entidade: referente a toda a infra-estrutura contemplada em determinada área (ex:
indústria, universidade, etc.);
43
• Conjunto de edifícios: conjunto que compõe uma unidade da entidade e possui
identidade em comum de acordo com aspectos funcionais, administrativos, etc.
• Edifício/bloco: a edificação e as partes que venham a compor a estrutura;
• Ambiente: sala, sanitário, laboratório, cozinha, piscina, etc.;
• Equipamento: cada equipamento que consome água, podendo ser comum ou especial.
Dentre as tecnologias disponíveis de medição de água, os hidrômetros são os mais utilizados e
são empregados para medir o consumo de água nas instalações prediais e industriais,
apresentando a quantidade de água que escoa em intervalos de tempo relativamente longos
(GONÇALVES JÚNIOR, 1997; NETTO, 1998).
Eles são classificados em volumétricos (tipos de discos e de pistão) e velocimétricos ou
taquimétricos (tipos de turbina unijato e multijato, Woltmann e de hélice). Conforme o seu
desempenho, especialmente em baixas vazões, para as quais valores limites de vazão mínima
e de transição devem ser atendidos, os hidrômetros são agrupados em três classes
metrológicas: A, B, C. Os hidrômetros classe C têm maior capacidade de medição de vazões
baixas que os de classe B e estes em relação aos de classe A (TAMAKI, 2004; ALVES et al.,
1999).
Tamaki (2004) observa que para a obtenção de um bom desempenho metrológico do
hidrômetro, deve ser considerada a posição de instalação do equipamento, pois a precisão e a
durabilidade podem ser afetadas devido a um posicionamento inadequado.
Os pontos para instalação dos medidores podem se localizar desde o ramal predial até um
ramal do subsistema de distribuição, que atenda a um determinado ponto de consumo que se
queira monitorar (MAY, 2004).
Selecionar e dimensionar os medidores corretamente, ou seja, determinar o tamanho, ou vazão
nominal do aparelho, é um ato de relevante importância comercial e operacional. O correto
dimensionamento do medidor permite escolher seu tamanho, a partir das vazões de pico e
permanente do sistema, e a classe metrológica (que define a vazão mínima), a partir da menor
vazão em que há necessidade de medir (NILSEN, 2005; ALVES, 1999).
A instalação de um medidor de capacidade menor que a adequada em uma instalação pode ser
uma causa importante de submedição, uma vez que um medidor que trabalha forçado nas
vazões de pico sofrerá mais desgaste e passará a medir com erros elevados nas vazões mais
baixas (ALVES et al., 1999). Os erros em medições podem causar perdas de água oriundas
dos seguintes fatores: desgaste e envelhecimento dos equipamentos, instalação incorreta e
inadequada seleção e dimensionamento dos medidores (NILSEN, 2005).
44
Para a seleção do hidrômetro é importante que as condições reais de operação do medidor
estejam dentro das faixas e condições de trabalho para as quais ele foi projetado e devem ser
observados os seguintes fatores:
Qualidade da água;
Temperatura e pressão da água;
Condições de instalação;
Vazões de consumo.
Os hidrômetros, conforme descrito em Rozas (2002), são constituídos de câmara hidráulica
(carcaça do aparelho resistente a pressões da rede a às condições de campo) e relojoaria ou
circuito eletrônico. Os hidrômetros de relojoaria mecânica apresentam a leitura de consumo
acumulado e os eletrônicos apresentam facilidades como leituras instantâneas, data, hora, etc.
No Anexo B estão apresentadas as vantagens e desvantagens dos tipos de hidrômetros,
extraídas de Gonçalves Júnior (1997), Alves et al. (1999) e Nielsen (2005).
A telemedição, conforme definido em AMRA (2001) apud Tamaki (2004), é “uma tecnologia
da automatização da medição e da transmissão de dados de fontes remotas para estações de
recebimento”. A partir do uso de um software os dados são processados, analisados,
arquivados e gerenciados.
Com este sistema os dados podem ser obtidos de forma mais rápida e segura, bem como
podem ser obtidos novos parâmetros para gerenciamento das informações. Em Rozas (2002) e
Tamaki (2004) são apresentados os componentes de um sistema de telemedição, conforme
abaixo:
• Unidade de medição e leitura – se configura pelo equipamento de medição
(hidrômetro), o qual contabiliza e armazena os valores de consumo. Medidores de
relojoaria mecânica têm que ser adaptados com contadores de pulso, enquanto os
eletrônicos já possuem circuito eletrônico que possibilitam o recebimento dos pulsos e
processam a informação. A saída de sinais dos medidores para o sistema de
telemedição pode ser pulsada, eletrônica analógica ou digital.
• Unidade de interface de medidores – este equipamento é conhecido como MIU (Meter
Interface Unit) e é o responsável pela comunicação entre o hidrômetro e a rede de
comunicação. Ele recebe os dados fornecidos pelos medidores e os converte de forma
adequada para transporte pela rede de comunicação até a central de gerenciamento.
45
• Rede de comunicação – referente ao meio de transmissão dos dados dos medidores (e
unidades de interface dos medidores) à central de gerenciamento. Entre os exemplos
destes meios estão: radiofreqüência, power line carrier, rede pública de telefonia fixa e
móvel, TV a cabo, satélite, barramento de campo e sistemas híbridos.
• Central de gerenciamento – é a responsável pelo recebimento, processamento,
armazenamento e aplicação dos dados dos diversos hidrômetros. Ela pode ser local ou
remota.
As leituras realizadas a partir desse sistema apresentam as seguintes vantagens:
• Obtenção de leituras em tempo real e com alta freqüência de recebimento,
favorecendo perfis de consumo mais precisos;
• Levantamento de curvas de vazão de abastecimento que permitem a visualização dos
picos de vazão, das vazões mínimas diárias, do consumo diário, etc.;
• Utilização das curvas de vazão para a criação de parâmetros de controle (dados de
consumo).
Um exemplo de implementação de uma rede de comunicação M-BUS está representado no
fluxograma apresentado no Anexo C.
Na Universidade de São Paulo foi realizada a instalação de medição setorizada dentro do
Programa PURA-USP como instrumento de gestão da demanda de água. As ações
aconteceram no campus Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira (CUASO) no
período de 1998 a 2002 (TAMAKI, 2004).
O sistema teve os seguintes objetivos:
• Necessidade de uma melhor informação sobre a demanda de água;
• Avaliação do impacto das intervenções do PURA-USP;
• Identificação de anomalias de consumo;
• Possibilidade de monitoramento, em tempo real, de um grande número de
consumidores simultaneamente.
Ainda segundo Tamaki (2004), o sistema de telemedição adotado é o padrão M-BUS
(protocolo alemão) e os hidrômetros são de relojoaria eletrônica da marca Hydrometer, do
tipo velocimétrico multijato ou Woltman, DN 15 a DN 100, com vazões nominais de 1,5 m3/h
a 60m3/h das classes B e C. Para a rede de comunicação foi utilizada a rede existente de
telefonia fixa da USP. A estrutura montada segue a configuração apresentada no Fluxograma
3.
46
Fluxograma 3: Esquema de telemedição
Fonte: Tamaki (2004) Em um dos edifícios (EPUSP Engenharia Elétrica), composto por 04 (quatro) blocos, foi
possível a identificação da seguinte anomalia, a partir da utilização do sistema de
telemedição: um aumento de consumo registrado no medidor principal, às 22:30h do dia 09 de
junho de 2002, permitiu a agilização da correção de um vazamento. A medição esperada no
período era de 1 m3/h, mas a indicada foi de 15 m3/h, o que segundo características locais
representava o rompimento de uma tubulação. A leitura indicava a localização da ocorrência
em trecho compreendido entre o medidor principal e os de setorização. A equipe de
manutenção pôde localizar o vazamento e executar o reparo de imediato, evidenciando os
benefícios do sistema.
3.4. Reuso Sendo um termo que abrange várias definições, encontrou-se em Mancuso (2003) a
apresentação abrangente de reuso como um instrumento de gestão, com tecnologia em níveis
variáveis, a depender do fim a que se destina a água e do seu uso anterior, podendo ser dos
tipos potável e não potável.
Segundo WHO (2006), o reuso de águas residuárias é uma das melhores opções para
conservação de água, disponíveis para regiões áridas. Asano et al (2005) acrescentam que esta
alternativa é a solução para situações em que o suprimento de água já está crítico e devem ser
tomadas medidas imediatas para atendimento à demanda de comunidades em crescimento.
Crook (1993) informa que a prática planejada de reuso de águas residuárias tem sido utilizada
há muitos anos em todo o mundo, sendo que os critérios de qualidade exigidos variam em
47
função do nível de desenvolvimento do país. Esta variação pode estar embasada em fatores
como viabilidade econômica, tecnologia disponível, nível geral da saúde das populações e
características políticas e sociais (CROOK, 1993). Da mesma forma, as finalidades de
aplicação e as opções tecnológicas são influenciadas por fatores como: questões
socioeconômicas, estrutura industrial, clima, cultura, preferência religiosa, bem como por
questões políticas (UNITED NATIONS, 2005).
Tabela 9: Categorias de reuso de água e aplicações típicas
Categoria do reuso Exemplo de Aplicação
Irrigação na área agrícola
• Irrigação de forrageiras, plantas fibrosas e de grãos, flores, pastagens. • Irrigação de colheitas cultivadas para consumo humano.
Irrigação de áreas paisagísticas
• Parques • Quadras escolares • Faixas verdes de ruas e estradas • Campos de golfe • Cemitérios • Cinturões verdes • Gramados residenciais
Reciclagem e reuso industrial
• Refrigeração • Alimentação de caldeiras • Água de processamento • Uso na construção civil
Recarga de aqüíferos • Recarga de aqüíferos potáveis • Controle de intrusão marinha • Controle de recalques de subsolo
Usos recreativos e ambientais
• Lagos e espelhos de água • Aumento de vazão • Aumento do fluxo de água • Pesca
Usos urbanos não potáveis
• Proteção de incêndio • Ar condicionado • Descarga de vasos sanitários • Lavagem de pisos
Reuso potável • Combinado com a rede pública de suprimento • Combinado com águas subterrâneas • Direto do suprimento
Fonte: Adaptado de Asano (2006)
Asano et al. (2006) apontam que a maioria dos projetos para reuso de água têm sido
direcionados para aplicações não potáveis, mais notadamente para irrigações paisagísticas,
agricultura e usos industriais. Na Tabela 9 são apresentadas, em ordem decrescente, as áreas
de aplicação das categorias de reuso, segundo o volume de uso.
As aplicações de reuso em ambientes urbanos ainda não se apresentam com grande volume de
adesão, em relação à irrigação que, como foi apresentado no inicio, é a atividade de maior
48
consumo de água na maioria das regiões e por isso deve ser um alvo de maior interesse para a
aplicação do reuso.
No Brasil, segundo Gonçalves et al (2006), ainda não existe uma regulamentação para o reuso
e as experiências no gerenciamento de águas cinzas são pouco consistentes para que sejam
universalizadas. Ele cita os seguintes benefícios da prática do reuso, considerando o âmbito
das edificações:
• Economia de água potável
• Redução na produção de esgoto sanitário
• Redução do consumo de energia elétrica
Mesmo indicando o reuso como forma de reduzir o consumo de água e o volume de efluentes
lançados no meio ambiente, Mierzwa (2002) destaca que esta prática “apresenta limitação e,
se não for planejada de forma adequada, pode por em risco os processos nos quais esta prática
esteja sendo aplicada ou inviabilizar o lançamento do efluente remanescente para o meio
ambiente”.
Crook (1993) informa que para aceitabilidade do reuso da água, é necessário uma análise da
sua qualidade física, química e microbiológica, independente do fim a que se destina. Já
Mancuso (2003) acresce, como premissas para o reuso, a aceitação da água pelo usuário e a
preservação do ambiente.
Considerando a questão cultural como um forte fator a ser trabalhado para uma implantação
mais ampla da alternativa de reuso da água, Hespanhol (2004) relata que em uma pesquisa
realizada, com potenciais moradores de um prédio, houve rejeição para a utilização de água
em descargas que fosse resultante de outros processos.
Já na pesquisa desenvolvida por Cohim e Cohim (2007), com professores de nível médio de
uma escola pública em Salvador, houve indicativos de disponibilidade ao reuso, sendo esta
decrescente, na medida em que o reuso estava mais próximo do contato humano. Eles
recomendam que, antes da aplicação de novas tecnologias, a comunidade impactada seja
observada, conhecendo-se os seus saberes e valores, a fim de tornar possível a sua
mobilização e envolvimento no processo.
Ornelas (2004) salienta que algumas dificuldades têm impactado a implantação de reuso
urbano no Brasil. Dentre elas ele cita: falta de divulgação da técnica devido à falta de
conscientização da população relativa à preservação dos recursos hídricos e energéticos;
pouco esclarecimento da população quanto à segurança dos sistemas de tratamento; ausência
de legislação e normas técnicas sobre o assunto e inexistência de motivação para o
empreendedor, por parte dos poderes públicos.
49
No presente trabalho serão enfocados os aspectos relativos à aplicação de reuso no ambiente
urbano, mais precisamente no que se refere às águas residuárias originárias de edificações
com caracterização doméstica.
As águas residuárias domésticas podem ser divididas em águas cinzas e águas negras. As
águas negras são caracterizadas pela presença de coliformes fecais e alta concentração de
matéria orgânica, provenientes de descargas sanitárias e pias de cozinha. As águas cinzas são
aquelas que não são contaminadas por fezes e urina e são originárias de lavatórios, chuveiros,
banheiras, máquinas de lavar roupas e louças, lavanderias e pias de cozinha (WHO, 2006).
A Ilustração 1 apresenta uma configuração de reuso intradomiciliar, onde a coleta das águas
residuárias cinza, provenientes dos banhos, lavatórios e lavagens de roupas, é recuperada
através de tratamento adequado e tem o seu reuso em descargas de vasos sanitários, lavagens
de pisos, veículos, rega de jardins e outras aplicações (ORNELAS, 2004).
Ilustração 1: Esquema de reuso intradomiciliar Fonte: Ornelas , 2004
3.4.1. Qualidade e Tratamento das Águas Cinzas
Na sua composição, com base em estudos realizados no Brasil e no exterior, as águas cinzas
apresentam teores elevados de matéria orgânica, de sulfatos, turbidez e contaminantes fecais
em níveis moderados, não sendo, dessa forma, recomendada a sua aplicação direta sem um
tratamento prévio (DIXON et al., 1999 apud GONÇALVES et al, 2006).
50
WHO (2006) comenta que em uma residência há uma variação diária da qualidade, em função
das atividades dos seus ocupantes e da fonte de água, podendo essas águas apresentar em sua
composição os seguintes itens: sabão, detergentes, cabelos, óleos de banho, sujeiras, produtos
químicos oriundos dos cosméticos e mesmo urina. Apesar das águas cinzas conterem
bactérias, parasitas e viroses, WHO (2006) destaca que o poluente de maior impacto é o
detergente com altas concentrações de sódio e fósforo.
Em função da destinação, a que se propõe a água cinza, haverá um tipo de tratamento
adequado, a fim de obterem-se níveis de qualidade apropriados para o uso requerido (NSW
HEALTH, 2000; ORNELAS, 2004).
O tratamento das águas residuárias pode abranger diferentes níveis, classificados como
primário, secundário e terciário, conforme informado em Gonçalves et al (2006), sendo que os
processos de tratamento podem ser similares aos utilizados para esgoto sanitário, ressalvando-
se as exigências de qualidade em se tratando de reuso em edificações.
Cohim e Kiperstok (2007) informam, que do ponto de vista energético, é mais vantajoso tratar
a água cinza junto à fonte geradora, pois evita-se os grandes percursos que seriam necessários
no processo de condução da água, a partir de uma unidade centralizada.
Estudando a avaliação do risco de reuso da água cinza, com base em dados de literatura,
Cohim e Kiperstok (2007), se utilizaram da ferramenta AQRM (Avaliação Quantitativa de
Risco Microbiológico), para definição da qualidade da água de reuso requerida para descarga
de vaso sanitário, lavagem de roupa e irrigação de jardim. Eles modelaram o sistema para as
espécies Rotavirus, Campylobacteria e Cryptosporidium que representam os piores casos de
risco.
Foram obtidos os seguintes resultados: a probabilidade de infecção em uma exposição tem
maior potencial de risco para o rotavirus; para o Cryptosporidium o risco para todos os usos
se mostrou menor do que os valores de referência; o risco de infecção por rotavirus é superior
ao recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), mesmo para usos de menor
exposição e foi concluído que ele, por suas características, é o organismo de referência para a
AQRM.
3.4.2. Quantificação de Águas Cinzas
A quantidade de águas cinzas geradas em uma residência é influenciada por fatores como
quantidade de habitantes, faixa etária dos ocupantes, características do estilo de vida, padrões
de uso da água, custo da água e clima (NSW HEALTH, 2000; WHO, 2006).
51
Na Tabela 10, obtida em NswHealth (2000), está uma representação aproximada do total de
águas cinzas em relação ao total de águas residuárias geradas em uma residência. Os dados
foram obtidos com base em média estimada em diferentes países.
Tabela 10: Percentual aproximado de águas residuárias geradas em um domicílio
Total de Água Residuária Total de Água CinzaOrigem da Água Residuária% L/dia % L/dia
Toalete 32 186 - - Lavatório 5 28 7 28
Banho / chuveiro 33 193 48 193 Cozinha 7 44 11 44
Lavanderia 23 135 34 135 Total 100 586 100 400
Fonte: NswHealth (2000)
Observa-se que o total de águas cinzas representa 68% das águas residuárias e que o maior
quantitativo gerado de águas cinzas está no uso de água para banho. Pode-se inferir que para
edificações públicas comerciais, que não possuem chuveiros, a demanda de águas cinzas
tende a ser acrescida de outra fonte alternativa para substituir a água potável.
Gonçalves et al (2006) informa que a adoção de águas cinzas para usos não potáveis não traz
riscos consideráveis de falta da água de reuso, uma vez que, enquanto houver pessoas
utilizando as instalações hidro-sanitárias haverá a geração do efluente a ser reusado.
Acrescenta que mesmo havendo uma diferença temporal na produção da água de reuso, esta
pode ser armazenada para o momento do uso.
3.4.3. Aplicações do Reuso em Edificações
No Fluxograma 4 é apresentado o sistema utilizado na estação de tratamento de águas cinzas
(ETAC) em um prédio localizado na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), como
experiência do PROSAB (Programa de Pesquisa em Saneamento Básico).
52
Fluxograma 4: Sistema da ETAC da UFES
Fonte: Gonçalves, Simões e Wanke (2008)
A ETAC foi construída em fibra de vidro, tendo os processos de tratamento distribuídos em
compartimentos internos. No processo foi utilizada a combinação de reator anaeróbio
compartimentado (RAC) e filtro biológico aerado submerso (FBAS), seguido de filtração
terciária (filtro terciário com tela de aço inox) e desinfecção com pastilha de cloro. O sistema
foi projetado para uma população de 60 pessoas (24 l/hab/dia), com reuso destinado a
descargas de vasos sanitários. Os resultados do monitoramento de parâmetros indicou que a
maior parte dos compostos presentes na água cinza bruta foi removida no tratamento
biológico (GONÇALVES et al, 2006).
No estudo de Gonçalves, Simões e Wanke (2008) são apresentados exemplos de aplicação de
reuso em 03 empreendimentos do tipo “edifícios verdes”, que são edificações concebidas com
características ecologicamente corretas. Nesses edifícios são projetadas a segregação das
águas residuárias em águas cinzas e negras, bem como duas linhas independentes para o
abastecimento de águas de reuso e potável.
O estudo foi realizado em um hotel localizado no Rio de Janeiro e em dois prédios
residenciais de luxo, localizados em Vitória, com estações de tratamento (ETAC) instaladas
nas áreas dos empreendimentos.
No hotel o consumo médio de água é de 44 m3/dia e a demanda dos vasos sanitários é de 13,3
m3/dia, tendo sido obtida uma redução de 29% no consumo de água, após a implantação do
sistema de reuso.
Os prédios residenciais ainda estavam em fase de conclusão, na época do estudo, mas havia
uma previsão de redução de 30% do consumo de água potável. Do total de águas residuárias,
foram previstos 55% de águas cinzas para os dois prédios.
53
3.5. Aproveitamento da Água de Chuva
O aproveitamento de água de chuva para diversos fins é uma prática que vem desde a
antiguidade quando se utilizavam armazenamentos temporários em reservatórios naturais
construídos nas depressões entre rochas, como também em contêineres ou cisternas (GOULD,
1999). Com a evolução dos tempos, as técnicas de captação de água de chuva foram
aprimoradas e passaram a serem utilizadas não só em locais onde se verificam real escassez
de recursos hídricos ou ausência do abastecimento de água tratada.
Atualmente, segundo Philippi et al. (2006), diversos setores da sociedade, como indústrias,
instituições de ensino e estabelecimentos comerciais têm adotado a prática do aproveitamento
de água de chuva visando fins rentáveis e estratégias de marketing, uma vez que assim serão
inseridas no grupo de empresas com responsabilidade social e ambiental ou ecológica.
Com essa prática, conforme Philippi et al. (2006), as empresas estão contribuindo para a
redução do consumo de água potável e do volume de água nas galerias pluviais, como
também com a diminuição da contaminação das águas de escoamento superficial.
Os sistemas de água de chuva consistem basicamente da captação, distribuição e
armazenamento da água de chuva, para uma variedade de propósitos como irrigação, uso
doméstico, incluindo consumo potável, recarga de aqüíferos e redução da contribuição de
água para enchentes (MAY, 2004; BROWN, 2006).
Philippi et al. (2006) orientam que nas áreas urbanas deve-se direcionar o uso da água da
chuva para fins não potáveis, como lavagem de roupas, descarga de sanitários, rega de jardins,
lavagem de pisos e automóveis. Estes usos estão previstos na NBR 15527 (ASSOCIAÇÃO...,
2007) que entrou em vigor no dia 24 de outubro de 2007 e era uma das lacunas para o uso da
água de chuva no Brasil, observada por diversos autores. Ainda assim, a norma brasileira só
fornece os requisitos para o aproveitamento de água de chuva de coberturas em áreas urbanas
para fins não potáveis, ficando a pendência de normalizações para direcionamento do seu uso
para fins potáveis.
São muitos os modelos que têm sido utilizados para a construção de um sistema de captação e
aproveitamento da água de chuva (RAINDROPS GROUP, 2002), ficando a cargo de cada
projetista montar o modelo mais adequado para a situação em vista.
O telhado é normalmente a área utilizada para captação, mas outras áreas impermeabilizadas
como pátios, lajes, estacionamentos e calçadas também podem ser úteis, a depender da
destinação da água. Na Ilustração 2 é apresentada uma forma de captação utilizando-se
telhado cerâmico e reservatório de auto-limpeza.
54
Ilustração 2 Sistema de captação de água de chuva
Fonte: Tomaz (1998) apud May (2004)
O tipo de material a ser utilizado na área de captação vai influenciar na quantidade de água a
ser aproveitada, em função da textura que vai determinar a capacidade de fluxo. A escolha do
tipo de telhado vai ser determinante, também, na qualidade desejada para a água captada, pois
alguns materiais podem conter toxinas que não tornam o uso adequado para consumo humano
(MAY, 2004; BROWN, 2005).
Para transporte da água captada para os reservatórios de armazenamento são utilizados
condutores horizontais, que são as calhas constituintes do telhado, e condutores verticais que
são tubos para o transporte gravitacional ou bombeado da água coletada. Os materiais mais
utilizados para estes condutores são o PVC, o alumínio e o aço galvanizado.
3.5.1. Qualidade e Tratamento
Segundo Philippi et al. (2006), um sistema de aproveitamento de água de chuva deve
considerar a qualidade da água da chuva nas seguintes situações:
• Chuva atmosférica – sua composição vai ser influenciada pelas atividades que podem estar
sendo desenvolvidas na área de influência do projeto, ou seja, instalações industriais,
atividades agrícolas e obras de construção civil podem emanar poluentes que alterem as
características da água de chuva.
55
• Passagem da água de chuva pela área de captação - as características da água de chuva
podem sofrer alterações em função de contato com contaminantes existentes na superfície
de captação, como fezes de passarinhos.
• Armazenamento em cisternas e reservatórios – materiais carreados para o fundo do tanque
de armazenamento podem comprometer a qualidade da água de chuva, devendo-se
proceder a limpezas periódicas para remoção de impurezas.
Considerando que o volume inicial de chuva captado contém maior concentração de
poluentes, tanto do ar quanto do contato com a superfície de coleta, Gould (1999) e May
(2004) aconselham que uma determinada quantidade desse volume seja desviada e não venha
a ser lançada no tanque de armazenamento. Este procedimento pode ser feito com a utilização
de um reservatório de auto-limpeza, como o apresentado em May (2004), que só libera o
fluxo para o tanque de armazenamento quando a torneira de bóia indica o volume máximo
permitido no reservatório de auto-limpeza.
Quando se contempla o uso de água de chuva para fins potáveis, as opiniões se divergem
quanto a esta possibilidade devido à qualidade da água que pode ser afetada pelas condições
descritas acima (BROWN, GERSTON, COLLEY, 2005). Gould (1999) informa que nenhuma
fonte de água é 100% segura e que um conjunto de fatores associados é que vão determinar o
nível de risco para o consumo humano. São eles: a concentração de elementos patogênicos e
toxinas presentes na água, o nível de exposição e o impacto dos agentes de infecção, bem
como a vulnerabilidade da população em questão.
Segundo Group Raindrops (1995) apud Philippi et al. (2006), os requisitos de qualidade
dependem do tipo de uso a ser feito da água (Tabela 11).
Tabela 11: Diferentes qualidades de água para diferentes aplicações
Uso requerido pela água Tratamento necessário Irrigação de jardins Nenhum tratamento
Prevenção de incêndio, condicionamento de ar Cuidados para manter o equipamento de estocagem e distribuição em condições de uso
Fontes e lagoas, descargas de banheiros, lavação de roupas e lavação de carros
Tratamento higiênico, devido o possível contato do corpo humano com a água
Piscina/banho, consumo humano e no preparo de alimentos
Desinfecção, para a água ser consumida direta ou indiretamente
Fonte: Group Raindrops (1995) apud Philippi et al. (2006)
56
3.5.2. Armazenamento
O reservatório para armazenar a água captada, que vai ser distribuída para as destinações
concebidas, é considerado um dos itens mais dispendiosos do sistema, em função do seu
dimensionamento (MAY, 2004).
Dados pluviométricos locais, padrões climáticos, dimensões da área de coleta, coeficiente de
runoff, número de usuários e índices de consumo são alguns fatores citados em ITDG (2005)
que influenciam na determinação de um tanque de armazenamento de água de chuva. Os
volumes de reservação podem ser reduzidos, caso a região apresente altos índices
pluviométricos e uma distribuição equilibrada de chuvas ao longo do ano (COHIM,
ALMEIDA e KIPERSTOK, 2007).
De forma similar aos tanques de água potável, os tanques de armazenamento devem ser bem
conservados e mantidos em áreas com boas condições sanitárias, devendo-se programar
inspeções rotineiras para verificação de aberturas que comprometam a qualidade da água
armazenada (CTAHR, 2000).
O volume de água de chuva que pode ser aproveitado, após captação, não é o mesmo volume
precipitado (TOMAZ, 2003). Para determinação desse volume é utilizado um coeficiente de
escoamento superficial obtido pelo quociente entre a água que escoa superficialmente pelo
total da água precipitada. Este indicador é denominado de Coeficiente de Runoff e é
encontrado na literatura com diferentes valores, influenciados pela declividade da área de
captação, pelo material e pela região.
Na Tabela 12 estão valores para o coeficiente de runoff, adotados em alguns países, conforme
apresentado em Tomaz (2003).
Tabela 12: Coeficientes de runoff adotados para aproveitamento de água de chuva
Local Coeficiente de runoff (C) Flórida 0,67 Alemanha 0,75 Austrália 0,80 Arnold Pacey e Adian Cullins 0,80 Ilhas Virgens 0,85
Fonte: Tomaz (2003)
A disponibilidade de área para coleta, a precipitação atmosférica do local e o coeficiente de
runoff são fatores representativos no cálculo da quantidade de água de chuva a ser
57
armazenada (CUNHA, 2004). Tomaz (2003) indica a adoção do valor de 0,80 para o
coeficiente de runoff.
Existem diferentes métodos para dimensionamento de um tanque de armazenamento que
variam em sofisticação e complexidade, sendo que a escolha será feita em função do tamanho
e sofisticação do sistema e seus componentes, da viabilidade de ferramentas para uso de
determinado método e da habilidade do projetista (ITDG, 2005).
No estudo de Cohim, Almeida e Kiperstok (2007) foi desenvolvido um modelo para
dimensionamento econômico de reservatório de água de pluvial que utiliza uma planilha
eletrônica onde são inseridos os seguintes dados: dados de consumo, série de precipitação
diária, área de captação e coeficiente de captação. O sistema permite a obtenção da taxa de
atendimento à demanda anual para diferentes volumes de reservatórios e é possível também,
acompanhar o balanço hídrico diário calculado a partir de gráficos.
O sistema desenvolvido considera o abastecimento público funcionando em paralelo com o de
água de chuva, mas de forma separada, de tal modo que o reservatório de água de chuva,
quando cheio, atenderá a demanda não potável, ficando o abastecimento público para os
períodos de estiagem.
O modelo introduzido por Cohim, Almeida e Kiperstok (2007), para o cálculo do balanço
hídrico diário, utiliza dois métodos de cálculo em que no Método I é considerado que a
entrada e saída de água pluvial no sistema ocorrem de forma simultânea, e no Método II estas
ocorrem em momentos distintos. Um fluxograma apresentando esse modelo encontra-se no
Anexo D.
3.5.3. Resultados de Experiências
Tanto Ayub (2005) quanto Southface (2002) afirmam que os custos iniciais para implantação
de um sistema de água de chuva são altos, mas que o retorno ocorre em espaço de tempo
satisfatório.
O estudo de Coombes (2002), realizado em um condomínio residencial de Newcastle
(Austrália), apresentou resultados interessantes em relação aos itens discutidos sobre os
sistemas de captação de água de chuva. Ele analisou o uso da água de chuva para suprimento
residencial de água quente para higiene e usos externos e concluiu o seguinte:
• O uso de armazenamento de água de chuva traz grandes benefícios econômicos para a
comunidade e reduz impactos ambientais;
58
• Na analise da qualidade da água de chuva dos telhados, os resultados para concentrações de
amônia, ferro e chumbo excederam os parâmetros locais, mas todas as amostras coletadas
no tanque de armazenamento e no sistema foram concordantes com os parâmetros do local.
• O uso da água de chuva reduziu de 11% a 40% a utilização do sistema principal.
Heyworth et al. (1998) apud Philippi et al. (2006) comentam que estudos obtidos na Austrália,
com sistemas de aproveitamento da água de chuva, indicam uma economia no consumo de
água nas residências de 45% e de até 60% na agricultura.
Philippi et al. (2006) apresentam uma experiência do PROSAB, realizada em um prédio no
Parque Experimental do Núcleo Água, localizado no Campus Universitário de Goiabeiras em
Vitória (ES). A caracterização da água de chuva, em pontos distintos do processo de
captação, concluiu que um tratamento simplificado, baseado na retenção de folhas e
eliminação de, pelos menos, 1,0 mm de chuva, resulta uma água com qualidade compatível
para ser utilizadas para fins não potáveis.
3.6. Campanhas de Educação
Em análise às primeiras campanhas realizadas com vistas à implementação de programas de
conservação de água, Cárdia e Alucci (1999) avaliaram que naquele primeiro momento não
houve um sucesso na abordagem e citam fatores como os listados a seguir, que influenciaram
esse resultado:
As campanhas apresentavam programas de conservação voltados, basicamente, para
a racionalidade econômica do consumidor e suportadas em incentivos e
desincentivos econômicos, como subsídios para a aquisição de equipamentos de
menor consumo, redução de impostos, tarifas progressivas, multas, etc.
Não consideraram fatores que influenciam na tomada de decisões das pessoas, como
a busca de maximização de status, segurança e conforto.
Considerou-se que apenas informar às pessoas sobre os problemas sócio-ambientais
relativos à escassez de água seria suficiente para motivá-las à adoção de mudança de
comportamento quanto ao combate aos desperdícios, vazamentos, etc.
Dentro de um outro enfoque, mais atual, as campanhas de programas de conservação de água
devem estar voltadas para soluções que não sejam dependentes da colaboração contínua dos
cidadãos (via mudanças de hábitos), e estarem mais voltadas para a adoção de equipamentos
de alta eficiência, que garantam uma redução automática e duradoura no consumo de água,
59
independentemente da maneira como são utilizados. Dentre as recomendações listadas por
Cárdia e Alucci (1999) estão:
As campanhas devem ter continuidade e não acontecerem apenas em momentos de
crise.
A educação para a conservação de água deve começar de preferência nas escolas,
sensibilizando as crianças.
O perfil da população vai influenciar nos resultados e, portanto, o formato das
campanhas deve estar direcionado para o tipo de escolaridade, faixa etária e outros
aspectos relevantes.
Os meios de comunicação utilizados devem considerar o tipo de público, atentando-
se para as diferentes habilidades cognitivas, motivações e capacidade de atenção.
As informações veiculadas devem ter formato atraente e conteúdo mínimo objetivo
para que possam ser convidativas e envolver a audiência.
As campanhas de informação e educação devem enfatizar de maneira clara e
simplificada os argumentos econômicos em favor da conservação de água,
mostrando que as pessoas não ganham, mas deixam de perder dinheiro com ela.
Como reforço e acréscimo na sensibilização para adoção de programas de conservação de
água, Agência (2005) cita que também devem ser abordadas questões referentes a objetivo da
conservação da água; vantagens econômicas e ambientais da redução de volume de água e de
esgoto tratado; redução de gastos com as contas de água e de energia e possibilidade de
atendimento a um maior número de usuários.
Como fator motivador, Oliveira (1999) sugere a premiação para usuários, decorrente da
participação efetiva na redução do consumo de água, que pode ser avaliada por ações de
mudança comportamental ou agente no processo, informando irregularidades nos sistemas.
A fim de que os resultados de uma campanha de educação possam ter um alcance além da
área restrita de implantação do programa de conservação de água, ANA (2005) propõe que os
usuários sejam estimulados a levar as informações e conhecimentos obtidos para suas
residências e demais ambientes de convívio.
60
3.7. Caracterização do Consumo de Água
Um dos resultados almejados para o presente trabalho é a determinação de indicadores de
consumo de água para as instalações em estudo, que contemplam as informações que podem
ser obtidas, a partir do conhecimento dos consumos específicos de água de determinada
edificação. Rocha, Barreto e Ioshimoto (1998) informam que esse conhecimento é
denominado de caracterização do consumo de água de uma determinada tipologia predial e
que esta varia, dentre outros aspectos, em função do clima e de fatores culturais.
Segundo Oliveira (1999), antes da implementação de quaisquer ações para redução de
desperdícios e dos volumes de água utilizados em um sistema, é importante a análise de como
a água é consumida e quais são os pontos de maior consumo que variam em função da
tipologia predial.
Neste item são apresentados dados da literatura que podem ser confrontados com os
levantamentos do estudo, uma vez que para a tipologia em estudo não foram identificados
trabalhos que pudessem ser utilizados como referência.
Oliveira (1999) propõe que a auditoria do consumo envolva as etapas de determinação do
histórico do indicador de consumo de água e a realização de levantamento das características
físicas e funcionais do sistema hidráulico e das atividades desenvolvidas no edifício. Neste
caso, o indicador de consumo é obtido da relação entre o volume de água consumido, em um
determinado período, e o número de agentes consumidores nesse mesmo período, que são
definidos em função da tipologia e das atividades desenvolvidas na edificação.
Agência (2005) informa que “o agente consumidor é a variável mais representativa do
consumo em uma determinada tipologia de edificação” e que as unidades que expressam os
indicadores de consumo variam conforme a edificação, podendo assumir, dentre outros, os
seguintes valores: litros/pessoa.dia, litros/aluno.dia, litros/leito.dia e litros/m2.dia. Na Tabela
13 estão alguns exemplos de agentes consumidores, conforme a edificação em estudo.
Tabela 13: Exemplos de agentes consumidores
Tipologia Agente Consumidor Unidade Edifício residencial Pessoas (moradores) Litros/pessoa/dia
Edifício de escritórios Pessoas (ocupantes) Litros/pessoa/dia Escola Alunos Litros/aluno/dia
Hospital Leitos funcionantes Litros/leito/dia Restaurante (cozinha industrial) Refeições preparadas Litros/refeição preparada
Fonte: Adaptado de Oliveira (1999)
61
Como para um grande número de tipologias, os agentes consumidores são representados pela
população, Oliveira (1999) alerta para o tipo de população a ser definida, uma vez que ela
pode ser fixa ou flutuante. A população fixa é aquela que faz uso da edificação em termos de
permanência contínua e a flutuante não tem freqüência e horário fixos.
Em consonância com o que já foi exposto, mas acrescentando outros fatores, Agência (2005)
informa os seguintes aspectos que devem ser considerados para a definição do indicador de
consumo:
• Tempo de permanência do agente consumidor no local;
• Caracterização dos agentes consumidores;
• Desconsideração de valores atípicos no período de levantamento do consumo;
• Para consumos sazonais calcular a média aritmética e o desvio padrão do
consumo e analisar se os valores estão na faixa pretendida;
• Para um mesmo tipo de edificação pode ocorrer variação no valor do indicador
de consumo, em função de hábitos dos usuários;
De acordo com Gonçalves et al (2005), o indicador de consumo não deve se ater apenas à
quantidade de água por agente consumidor em um determinado período, devendo ser utilizado
para estimativas iniciais e como valor de referência para avaliação da sustentabilidade de
novas e/ou existentes edificações. Desta forma, o indicador deve ser utilizado, também, para
definição de ações a serem empregadas em programas de uso racional da água.
Resultados de pesquisas, a maioria de outros países, definiram uma média de consumo diário
para diferentes tipos de edificações e foram compilados por Tomaz (2000). Na tabela 14 estão
alguns valores selecionados, com suas correspondentes fontes, para análise no presente
trabalho. No Anexo E estão contemplados outros indicadores resultantes da referida
compilação. Estes indicadores servem de referência para projetos, mas devem ser adotados
com critério, visto que foram obtidos em diferentes países com costumes, hábitos e climas
variados.
Além da determinação de indicadores, as distribuições de consumo de água nas diversas
atividades e pontos de consumo também fazem parte da caracterização de consumo de uma
edificação.
62
Tabela 14: Indicadores de consumo de água por tipologia de edificação
Tipologia Unidade Valores Origem
Alojamento provisório de obra
Litros/dia/pessoa
80 151 80
Macintyre, 1982 Salvato, 1982 Melo e Netto, 1998
Canteiro de obras Litros/operário/dia 60 a 100 Melo e Netto, 1998
Edifício de escritórios Litros/dia/empregado
Litros/dia/ocupante efetivo Litros/dia/m2
65 50 a 80
4
Syed R. Qasim, 1994 Macintyre, 1982 Hoddinot, M., 1981
Fábricas (excluído o processo industrial)
Litros/dia/empregado
50 DMAE, 1988
Sala de refeições Litros/dia/refeição servida 26 Salvato, 1982
Lavagem de pátios e calçadas Litros/dia/m2 1 a 2 Melo e Netto, 1998
Fonte: Adaptado de Tomaz (2000)
Na Tabela 15 estão apresentados resultados de estudos que trazem as distribuições de
consumo de água em edificações do tipo residencial. Os estudos selecionados são referentes a
levantamentos realizados no Brasil e no exterior e servem como ilustração para comprovar
que hábitos, climas, culturas e outros parâmetros influenciam na caracterização do consumo,
mesmo em se tratando de uma mesma tipologia predial.
Os dados do IPT são resultados de um monitoramento piloto realizado em, apenas, um
apartamento de um conjunto residencial de baixa renda na cidade de São Paulo. Para obtenção
dos consumos foram utilizados hidrômetros instrumentados e data-logger, com medições
realizadas em um período de 10 dias. O apartamento possuía bacia sanitária com caixa
acoplada, com volume de descarga maior que 8 litros, e chuveiro elétrico.
Como informações adicionais, a residência era ocupada por 4 moradores e não foram
identificados pontos de consumo que configurassem o uso externo de água (ROCHA;
BARRETO e IOSHIMOTO, 1998).
Na pesquisa da UFBA, Cohim, Kiperstok e Almeida (2008) realizaram levantamentos em
nove residências de um condomínio para população de baixa renda localizado em Simões
Filho, Região Metropolitana de Salvador, objetivando a caracterização do consumo nessa
tipologia. Para as medições foram instalados hidrômetros nos pontos de consumo e na entrada
das residências, com leituras diárias realizadas pelos próprios moradores. As casas possuíam
uma média de 3,3 habitantes e os vasos sanitários eram do tipo sobrepor com volume útil de
6,8 litros.
63
Tabela 15: Comparação da distribuição de consumos de água em edificações domiciliares
Fonte: (1) Rocha, Barreto e Ioshimoto (1998); (2) Cohim, Kiperstok e Almeida (2008); (3) Heinrich (2007)
Os resultados apresentados para a Nova Zelândia foram obtidos a partir de um estudo
apresentado em Heinrich (2007), onde 12 residências serviram de amostra para
desenvolvimento de metodologia que objetivava monitorar os usos finais de água. Neste
trabalho foi utilizado o armazenador tipo data-logger, configurado para pulsos a cada dez
segundos, tendo a medição durado oito meses, compreendendo períodos de inverno e verão.
Segundo Heinrich (2007), as residências possuíam uma média de 2,7 moradores e as
descargas tinham volume médio de 6,2 litros.
Comparando os resultados da UFBA com os dados do IPT, observa-se que apesar de serem
residências de baixa renda, há grande divergência na distribuição de consumos dos pontos em
comum, e que o chuveiro é o maior contribuinte na residência do IPT, contra a pia de cozinha
no estudo da UFBA. Isso pode ser justificado pelos hábitos dos moradores em relação ao
tempo de permanência nas residências, que proporciona uma variação de uso desses
equipamentos. Outro fator pode ser a vazão de cada equipamento, uma vez que as descargas
do estudo do IPT têm maior volume e apresentam um percentual menor de consumo, em
relação às residências da UFBA.
Uma grande semelhança foi encontrada entre os valores relativos da Nova Zelândia e os
resultados da UFBA, principalmente para caixas de descarga, considerando que o número de
moradores situa-se em uma mesma faixa, bem como os volumes das caixas de descarga.
Nova Zelândia (3) (%) Pontos de Consumo IPT (1)
(%) UFBA(2)
(%) Verão Inverno
Bacia Sanitária 5 18 17 19
Chuveiro 55 21 22 27
Lavatório 8 10 12 14
Pia de Cozinha 18 31 - -
Tanque 3 20 - -
Máquina de Lavar Roupa 11 - 20 24
Máquina de Lavar Louça - - 1 1
Banheira - - 2 3
Diversos - - 0 0,4
Uso externo - - 22 8
Total 100 100 100 100
Consumo per capita (l/habitante.dia) 109 64±19 204 168
64
Já em termos de consumo per capita, os estudos apresentam valores bem divergentes,
devendo, para melhor análise, serem necessários mais dados referentes às unidades estudadas
para que se possam definir parâmetros de comparação de consumo.
Como exemplos de composição de consumos de água que podem ser utilizados para
comparação com as edificações deste estudo, serão apresentados os levantamentos realizados
em edifícios comerciais, no trabalho apresentado por Kammers (2004). O estudo foi realizado
na cidade de Florianópolis e tinha como objetivo a obtenção dos usos finais de água em
edifícios públicos, a partir de uma amostra de dez prédios.
Para efeito de comparação, foi selecionado apenas um dos prédios do referido estudo por este
possuir características mais próximas dos prédios de escritórios a serem analisados no
presente trabalho.
Desta forma, a distribuição de consumos de água representada no Gráfico 4 é referente a um
prédio de dois andares, com população de 165 pessoas, constando dos seguintes pontos de
consumo: 2 torneiras comuns, 21 torneiras de fechamento automático, 15 caixas de descarga
com caixa acoplada de 12 litros e dois mictórios com válvula de fechamento automático.
Nos levantamentos de campo as vazões das torneiras apresentaram uma média de 0,14 l/s,
com uma freqüência de uso de 3,25 vezes ao dia e duração de 11,67 segundos. Os vasos
sanitários obtiveram freqüência de uso de 2,13 vezes ao dia, e os mictórios apenas uma vez.
Foi definido para os mictórios uma vazão de 0,07 l/s.
56%14%
18% 9%2% 1% Vaso Sanitário
Mictório
Torneira
Limpeza
Cafeteiras
Irrigação Jardim
Gráfico 4: Usos finais de água em prédio público
Fonte: Kammers (2004) Verifica-se que as distribuições de consumo de água nessa tipologia são bem diferenciadas
das tipologias residenciais, tendo um peso maior nos vasos sanitários e torneiras,
65
considerando-se a inexistência de chuveiros e sistemas de refrigeração, que são grandes
consumidores de água.
4. ESTUDO DE CASO: INSTALAÇÕES DE EMPREITEIRAS DA REFINARIA LANDULPHO ALVES DE MATARIPE (RLAM)
Este capítulo dedica-se à caracterização das Instalações de Empreiteiras, objeto de estudo do
presente trabalho, quanto à sua distribuição física e funcional e sistema hidro-sanitário, bem
como à apresentação da Refinaria Landulpho Alves de Mataripe (Rlam), onde estão inseridas
estas Instalações.
4.1. Apresentação da RLAM A RLAM é uma das unidades de refino da empresa Petróleo Brasileiro SA (Petrobras) e está
situada às margens da Baía de Todos os Santos, em seu extremo norte, na região denominada
de Bacia do Recôncavo Norte.
Distante 56 Km de Salvador, a RLAM localiza-se no Km 4 da rodovia BA-523, no distrito
denominado de Mataripe, pertencente ao município de São Francisco do Conde no Estado da
Bahia.
Classificada como um complexo industrial de grande porte ocupa uma área total de 6 400.000
m2, sendo que, aproximadamente, 2 300 000 m2 são de área construída.
A RLAM processa petróleo de diversas regiões do país, sendo que 65% do petróleo é
produzido nas regiões Norte e Nordeste. Desde dezembro de 1997, ela ocupa o segundo lugar
como a maior unidade de refino do Brasil, em capacidade de processamento, do Sistema
Petrobras. Isto se deve às diversas ampliações por que passou, possibilitando que sua
produção chegasse a 306 mil barris diários de petróleo.
Na sua produção estão cerca de 35 derivados comerciais, como a gasolina, o diesel e o
querosene. Além destes, estão outros produtos, como naftas, alguns solventes, fluido para
isqueiro, asfaltos, lubrificantes para várias aplicações, gases industriais e de uso doméstico, e
produtos para a indústria alimentícia e petroquímica.
A RLAM está localizada entre dois rios: o Rio dos Papagaios e o Rio São Paulo, na área de
uma antiga fazenda.
66
O total de água consumida na RLAM é de 16 800 m3/dia (700 m3/h), sendo que o suprimento
de água é realizado através da captação em três mananciais:
Rio Catu – está localizado a 40 km da RLAM e está inserido na bacia hidrográfica do rio
Pojuca. O fornecimento de água deste manancial apresenta um valor médio de 10 750 m3/dia
(448,00 m3/h).
Represa Pedra do Cavalo – esta represa é operada pela EMBASA (Empresa Baiana de Águas
e Saneamento) e está localizada na bacia do rio Paraguaçu com uma contribuição aproximada
de 6 050 m3/dia (252,00 m3/h).
Represa São Paulo (Coréia) – está localizada a 6 km da RLAM.
Existem duas Unidades de Tratamento de Águas (ETA) na RLAM (U-52A e U-52B) que
atendem, atualmente, as seguintes demandas:
• RLAM: Água desmineralizada / água polida, água clarificada, água filtrada, água industrial, água potável, água de máquinas e água de resfriamento.
• DTBASA / TRANSPETRO: Água industrial • TERMOBAHIA: Água polida
4.2. Caracterização das Instalações de Empreiteiras
As Instalações de Empreiteiras da RLAM foram construídas no ano de 2002, em uma área
afastada do ambiente industrial, com o objetivo de concentrar a infra-estrutura necessária para
as empresas que prestam serviços de rotina, evitando a distribuição irregular de instalações
provisórias nas áreas da Refinaria.
Essas instalações ocupam uma área de 36.400 m2, contemplando os seguintes prédios: oito
Módulos de Vestiários, um Prédio de Escritórios, um Refeitório, uma Oficina de Montagem
Industrial, uma Oficina de Manutenção Predial, uma Oficina de Construção Civil e um Prédio
de Ferramentarias e Almoxarifados (Ilustração 3).
Essa estrutura é similar às instalações, normalmente montadas de forma provisória, para
suporte à indústria da construção, variando nas tipologias prediais, em função do porte do
empreendimento.
As empresas que são contratadas para prestação de serviços extraordinários, como paradas de
manutenção, ocupam instalações em área externa à RLAM.
A população usuária, estimada em 1 967 pessoas, é composta basicamente de trabalhadores da
área de montagem industrial, envolvendo encanadores, caldeireiros, eletricistas e
instrumentistas; da área de construção civil com pedreiros, carpinteiros, armadores, etc., bem
67
como das áreas de limpeza, apoio administrativo e demais atividades de manutenção predial e
industrial.
Ilustração 3: Instalações de Empreiteiras da RLAM
Foi levantada a existência de um total de 24 empresas, distribuídas nas Instalações de
Empreiteiras, sendo que uma empresa pode estar relacionada a mais de um contrato de
serviço. Embora possa haver mudança das empresas que prestam os serviços, as demandas de
usuários e de contratos apresentam pouca variação, caracterizando um local com certa
constância no seu funcionamento.
1 – Oficina de Construção Civil 2 – Vestiários 3 – Prédio de Escritórios 4 – Ferramentarias / Almoxarifados 5 – Oficina de Montagem Industrial 6 – Refeitório 7 – Anexo do Refeitório 8 – Oficina de Manutenção Predial
68
Na Tabela 16 está indicada a composição de cada prédio e respectivas áreas, sendo, em
seguida, apresentada uma descrição de seu funcionamento.
4.2.1. Aspectos Físicos e Funcionais
Tabela 16: Caracterização dos Prédios das Instalações de Empreiteiras
Prédio Caracterização Área (m2)
Prédio de escritórios 30 salas + 2 sanitários femininos + 2 sanitários masculinos 422,7
Módulo de vestiários 1 5 vestiários masculinos 307,5
Módulo de vestiários 2 6 vestiários masculinos 307,5
Módulo de vestiários 3 6 vestiários masculinos 307,5
Módulo de vestiários 4 5 vestiários masculinos 307,5
Módulo de vestiários 5 5 vestiários masculinos 307,5
Módulo de vestiários 6 3 vestiários femininos + 3 vestiários masculinos 307,5
Módulo de vestiários 7 5 vestiários masculinos 307,5
Módulo de vestiários 8 5 vestiários masculinos 307,5
Ferramentarias / Almoxarifados
salas + 1 sanitário masculino + 1 sanitário feminino + 1 copa 611,5
Oficina de Montagem Industrial
oficinas + depósitos + salas + 2 sanitários femininos + 2 sanitários masculinos 2 715,0
Oficina de Construção Civil
5 salas + 1 carpintaria + baias de materiais + depósitos de materiais 458,7
Oficina de Manutenção Predial
2 depósitos + 7 salas + 1 carpintaria + 1 oficina + 1 sanitário masculino + 1 sanitário feminino 858,6
Anexo do Refeitório 1 sanitário masculino + 1 sanitário feminino 87,6
Refeitório 1 salão + 1 sala de lavagem + 5 box’s de distribuição de alimentos 1 563,0
Área Total 9 176, 7
Em relação à área total, as instalações prediais ocupam o equivalente a 25 %, sendo o restante
equivalente a áreas de estacionamentos, vias de tráfego e áreas verdes.
69
Dados relativos ao sistema hidro-sanitário estão apresentados no item 4.2.3.
Prédio de Escritórios
Este prédio (Foto 2) consta de 2 (dois) pavimentos onde ficam os funcionários dos serviços
administrativos das empresas, que no período de realização desta pesquisa contava com um
total de 84 pessoas, distribuídos em 18 empresas. Observou-se que algumas empresas fazem
uso de mais de 1 sala, pelo fato de atenderem a mais de um contrato de serviço.
As empresas que não têm funcionários neste prédio utilizam as salas da oficina de
manutenção predial e a oficina de construção civil.
Foi registrado que muitos usuários do prédio de escritórios, além de fazerem uso das salas e
sanitários locais, também utilizam outras instalações sanitárias fora das Instalações de
Empreiteiras, em função de deslocamentos à RLAM, para contato com fiscais de contratos e
outras necessidades administrativas.
Outro fato a ser considerado é que o prédio foi construído em duas etapas, sendo que a
primeira contou com 16 salas e 4 sanitários, e na segunda etapa foi construído o restante das
salas (16). Estas novas salas receberam uma especificação de piso diferente, que por suas
características passou a absorver mais sujeira, gerando uma maior periodicidade no processo
de limpeza, e maior consumo de água, conforme informado pela equipe responsável.
Foto 1: Vista do Prédio de Escritórios
Módulos de Vestiários
Os módulos de vestiários (Foto 3) são em número de oito, totalizando 40 vestiários
masculinos e 3 femininos, que são distribuídos para as empresas, em conformidade com o
70
número de empregados, sendo que em função desse número, algumas empresas podem
compartilhar um mesmo vestiário.
Os módulos de números 6, 7 e 8 foram construídos em uma segunda etapa da obra, tendo
recebido especificações de piso e aparelhos sanitários diferentes dos primeiros cinco módulos,
que passaram a influenciar nas atividades de consumo de água, como será visto.
Os vestiários são utilizados por trabalhadores que, em sua maioria, exercem atividades nas
oficinas e nas áreas da RLAM, podendo, também, ter acesso de pessoas das equipes
administrativas das empresas.
Segundo levantamento efetuado, a população usuária dos vestiários é estimada em 1 450
pessoas.
Os horários de maior concentração de uso são no início da jornada de trabalho e no final da
tarde para banho. Durante o restante do dia os vestiários são mantidos fechados, sendo
abertos, também, no horário de almoço.
Foto 2: Vista dos Módulos 7 e 8 de Vestiários
Prédio de Ferramentarias e Almoxarifados
Neste prédio (Foto 4) ficam armazenados pequenos materiais, ferramentas e equipamentos de
proteção individual, que são distribuídos por funcionários das empresas, estimados em
número de 28 pessoas.
71
Foto 3: Vista do Prédio de Ferramentarias e
Almoxarifados
Nem todas essas pessoas ficam em tempo integral no prédio, uma vez que pela manhã ocorre
o maior pico de movimento, quando os empregados se dirigem ao local para reposição de
equipamentos e ferramentas. Desta forma, alguns funcionários do prédio são transferidos para
apoio em outros serviços administrativos.
No prédio existe uma sala utilizada pela equipe de segurança patrimonial da RLAM, onde são
transmitidos os vídeos de segurança para visitantes.
Dos dois sanitários existentes no prédio, um é de acesso exclusivo dos funcionários do
almoxarifado, sendo que as pessoas que vão obter algum insumo no local, podem também
fazer uso do sanitário. O outro sanitário fica fechado, sendo de uso esporádico da equipe de
segurança patrimonial.
A copa somente é utilizada nos horários de refeição dos vigilantes da portaria, que fica
próxima ao prédio.
Oficina de Montagem Industrial (Foto 5)
Neste local, durante todo o dia, são realizados serviços de pré-fabricação de peças envolvendo
80 pessoas nas funções de eletricistas, instrumentistas, caldeireiros e mecânicos.
Nas salas e depósitos estão as equipes administrativas, sendo que há um constante
deslocamento das pessoas para as instalações da RLAM, a fim de darem apoio nas frentes de
serviços e manterem contatos com a fiscalização.
Alem dos sanitários existentes no local, os usuários deste prédio também podem fazer uso de
outras instalações sanitárias durante seus deslocamentos a áreas da RLAM.
72
Foto 4: Vista da Oficina de Montagem Industrial
Oficina de Construção Civil
Esta oficina (Foto 6) foi construída para apoio às atividades de carpintaria e armação de
ferragens dos serviços que são realizados na área da RLAM.
São 35 pessoas, entre carpinteiros, armadores e equipe administrativa, sendo que os
executantes também se deslocam para a montagem nas frentes de serviço.
No local também existem salas de apoio administrativo, depósitos, ferramentarias e baias para
armazenamento de materiais.
Nesta oficina não existem sanitários, sendo feito uso das instalações do prédio da oficina de
manutenção predial, que fica ao lado, e também de outros sanitários existentes na área da
RLAM.
Foto 5: Vista do Canteiro de Construção Civil
73
Prédio de Manutenção Predial
A oficina de manutenção predial (Foto 7) foi construída para as empresas que prestam serviço
à gerência de Suporte Operacional (SOP), possuindo uma oficina de apoio aos serviços de
refrigeração predial, uma carpintaria para pequenos serviços, bem como salas para apoio
administrativo.
Os sanitários deste prédio são utilizados apenas pelas pessoas do prédio e da oficina de
construção civil.
Foto 6: Vista do Prédio de Manutenção Predial
Foto 7: Vista do Refeitório
74
Refeitório (Foto 8)
O refeitório tem horário de funcionamento das 6:00 às 14:00h. No horário inicial são servidos
os cafés da manhã aos trabalhadores e, a partir das 11:45h, os almoços. As refeições não são
preparadas no local, existindo 5 empresas que trazem os alimentos prontos e os servem em
bandejas nas baias existentes.
Segundo informado pelas empresas, são servidas em torno de 1 720 refeições por dia normal
de jornada de trabalho.
Anexo do Refeitório (Foto 9)
Ao lado do refeitório foi construído um anexo com sanitários feminino e masculino, para
apoio aos usuários que almoçam no local. Esses sanitários são abertos, apenas, nos horários
do café da manhã e almoço.
Foto 8: Vista do Anexo do Refeitório
4.2.2. Distribuição dos Usuários nos Locais de Trabalho
Na Tabela 17 é apresentada uma distribuição geral dos usuários, em relação aos locais em que
eles realizam suas atividades. Além dos prédios existentes nas Instalações de Empreiteiras, o
local “Área da Rlam” está representando os ambientes industrial e administrativo da
Refinaria, onde estão as frentes de serviços.
75
Tabela 17: Local de trabalho dos usuários das instalações de empreiteiras Número de Usuários
Local de trabalho Mulheres Homens Total
Prédio de Escritórios 25 59 84 4% Ferramentarias / Almoxarifados 0 28 28 1% Oficina de Montagem Industrial 4 76 80 4% Oficina de Construção Civil 3 32 35 2% Oficina de Manutenção Predial 5 15 20 1% Área da Rlam 95 1 621 1 720 88%
Total 132 1 835 1 967 100% 7% 93%
Observa-se que quase 90% dos usuários das Instalações de Empreiteiras têm seu local de
trabalho localizado na Área da Rlam, ou seja, a maior parte das pessoas passa o dia fora
dessas instalações, só retornando nos horários de almoço e saída do trabalho.
Verifica-se, também, que o número de mulheres é bem reduzido (7%) quando comparado com
o número de homens (93%), sendo que no prédio de Ferramentarias e Almoxarifados não há
representação fixa de público feminino.
A dinâmica diária de trânsito dos usuários nas Instalações de Empreiteiras, segue a seguinte
distribuição:
• Pela manhã – troca de roupa e outros usos nos vestiários e café da manhã no refeitório. • Meio dia – almoço no refeitório com uso dos sanitários ao lado do refeitório e
vestiários. • Final da tarde – banho e outros usos nos vestiários.
4.2.3. Sistema Hidro-Sanitário
O fornecimento de água para as Instalações de Empreiteiras é proveniente da Estação de
Tratamento de Água da Rlam (ETA), de onde parte uma tubulação de polietileno de alta
densidade (PEAD) de 3”, com aproximadamente 2 200 metros de extensão, que alimenta por
gravidade um reservatório inferior localizado próximo ao local.
A partir do reservatório inferior, um conjunto de bombas eleva a água até o reservatório
superior (Fluxograma 5).
76
Pedra do Cavalo Rio Catú
Vestiários
Oficinas
Poçode
ColetaEfluente
Cor
po R
ecep
toReservatório Inferior
ETA
ETD
I
Refeitório
Almoxarifados
Cen
tral
de
Empr
eite
iras
Prédio ADM
Reservatório Superior
Fluxograma 5: Fluxograma de alimentação de Água das Instalações de Empreiteiras
Os 2 reservatórios dispõem de 2 câmaras, cada um, sendo, conforme concepção de projeto,
uma destinada para uso potável e a outra para uso não potável. Observou-se que desde a sua
entrada em operação, os dois reservatórios só são abastecidos com água potável.
O reservatório superior está localizado a uma altura de 9,00m do nível do solo (Foto 10) e
cada câmara de reservação tem capacidade para 38 360 litros. As câmaras de reservação do
tanque inferior (Foto 11) têm capacidade para 74 320 litros, cada uma.
Foto 9: Vista do Reservatório Elevado
Foto 10: Vista do Reservatório Inferior
Dos reservatórios elevados partem redes de distribuição independentes para os vestiários,
escritórios, oficinas, refeitório e almoxarifados, sendo que para as alimentações dos vestiários,
almoxarifados, oficina de montagem industrial e prédio de escritórios partem linhas
separadas, previstas em projeto para abastecimento potável e não potável. Ou seja, para estes
77
prédios as alimentações de vasos e mictórios são independentes das linhas para lavatórios e
chuveiros.
Os efluentes oriundos de lavatórios, lavagem de pisos e chuveiros também são segregados dos
efluentes gerados em vasos sanitários e mictórios, atendendo as premissas de projeto. Por
outro lado, o projeto não definiu destinações diferenciadas para esses efluentes que hoje são
conduzidos, por gravidade, para um poço de coleta sanitário (PCS) de onde são bombeados
para a Estação de Tratamento de Despejos Industriais da Rlam (ETDI).
Apesar das instalações hidro-sanitárias não estarem operando segundo as possibilidades de
utilização de uma água não potável para usos menos nobres, bem como não estarem sendo
reutilizadas as águas cinzas já segregadas, verifica-se que a implementação dessas práticas
não necessitarão de maiores intervenções nas instalações, que é uma das dificuldades quando
se trata de edificações já existentes.
4.2.3.1. Pontos de Consumo
Os pontos de consumo dos prédios foram consultados nos projetos de instalações hidro-
sanitárias e confirmados em visitas aos locais, visando a verificação de alguma intervenção
não registrada (Tabela 18).
As torneiras avulsas, registradas na tabela, não constavam nos projetos analisados, tendo sido
instaladas por necessidades dos usuários, sem registro de documentação.
No prédio de escritórios, oficina de construção civil e refeitório essas torneiras são utilizadas
para limpeza dos pisos, já na oficina de manutenção predial, sua instalação foi para diluição
de produtos de limpeza.
Verifica-se que as maiores concentrações de pontos de consumo encontram-se nos módulos
de vestiários, principalmente quanto a chuveiros e vasos sanitários.
Os lavatórios, vasos e mictórios dos módulos de vestiários 1 ao 5, prédios de escritórios,
oficina de manutenção predial e almoxarifado são da marca Celite. Já os aparelhos dos novos
módulos de vestiários (6 ao 8), anexo do refeitório e sanitários da oficina de montagem
industrial são da marca Deca. Estes prédios foram construídos em outra etapa.
78
Tabela 18: Pontos de Consumo por Prédio
Pontos de Consumo
Prédios VS LV MIC CH PIA DCH TOR
Prédio de Escritórios 10 12 8 - - 4 2
Módulo de Vestiários 1 12 9 10 30 - - -
Módulo de Vestiários 2 12 9 10 30 - - -
Módulo de Vestiários 3 12 9 10 30 - - -
Módulo de Vestiários 4 11 9 12 31 - - -
Módulo de Vestiários 5 11 9 12 31 - - -
Módulo de Vestiários 6 12 9 10 28 - - -
Módulo de Vestiários 7 12 9 10 30 - - -
Módulo de Vestiários 8 12 9 10 30 - - -
Ferramentarias / Almoxarifados 7 6 3 - 1 1 -
Oficina de Montagem Industrial 8 8 4 - - 2 -
Oficina de Construção Civil - - - - - - 1
Anexo do Refeitório 9 10 4 - - 2 -
Oficina de Manutenção Predial 3 2 2 - - 1 1
Refeitório - 4 - - 10 - 1
Total 128 111 105 240 11 10 5 VS: vaso sanitário LV: lavatório MIC: mictório CH: chuveiro
PIA: pia de cozinha DCH: ducha higiênica TOR: torneira avulsa
Todos os mictórios são individuais de louça, sendo que os da oficina de montagem industrial
e os do anexo do refeitório têm válvula de acionamento manual com fechamento automático e
sifão integrado. Os demais mictórios têm registro de pressão com fechamento manual e sifão
tipo copo. Nas visitas realizadas não foram encontrados registros abertos.
Os vasos sanitários de todos os prédios são do tipo caixa de descarga com caixa acoplada
Com exceção do refeitório, que tem torneiras de lavatório com acionamento manual e
fechamento automático, todos os demais prédios possuem dispositivos comuns, sem nenhuma
tecnologia economizadora instalada.
Observa-se, também, que a quantidade de vasos sanitários é superior à de mictórios em todos
os prédios, sendo que nos vestiários a relação não apresenta grande desproporção.
Sabendo-se que os vasos sanitários apresentam consumos bastante superiores em relação aos
mictórios, a partir dos resultados da pesquisa será analisada a receptividade dos usuários para
o uso de mictórios, bem como estimada a redução de consumo com a priorização do seu uso.
79
No Anexo F encontra-se um resumo das especificações desses aparelhos sanitários, bem como
fotos para os diferentes tipos existentes nos prédios.
4.2.3.2. Vazões dos Aparelhos Sanitários
As estimativas das vazões dos aparelhos sanitários, para utilização na determinação do
consumo de água, foram obtidas a partir da observação do tempo gasto para enchimento com
água de vasilhames com volumes conhecidos, obtendo-se uma média para cada ponto de
consumo, em cada prédio.
Foram utilizados vasilhames de 500 ml, medindo-se o seu tempo de enchimento com os
dispositivos abertos em meia volta. Foram realizadas três medições, em cada ponto, para cada
prédio, sendo que para os chuveiros e vasos sanitários dos vestiários foram efetuadas seis
medições.
Os volumes das caixas de descargas dos vasos sanitários foram obtidos medindo-se as
dimensões internas das caixas, considerando-se para limite de altura a marcação da água no
aparelho.
Com a obtenção dos valores das vazões foram calculadas as médias aritméticas para cada
ponto, bem como o desvio padrão equivalente, para sua melhor representação.
Na Tabela 19 estão apresentados os resultados encontrados, bem como a indicação dos
valores de projeto fornecidos pela NBR 5626 (Normas Brasileiras), para dimensionamento de
instalações hidráulicas prediais.
As vazões das torneiras avulsas não foram levantadas, pois as atividades realizadas nesses
pontos tiveram seus consumos estimados com base nas informações obtidas pela equipe de
limpeza. Desta forma, a oficina de construção civil não foi contemplada nesta tabela.
Não foram encontrados valores de desvios muito altos entre os aparelhos, mesmo para aqueles
de marcas diferentes, como também para as vazões dos vestiários novos e os da primeira
etapa, que por isso foram apresentados em uma mesma média.
Para os mictórios da oficina de montagem e anexo do refeitório foi assumida a média das
medições dos outros prédios, em função do tipo de sifão, e por se tratar de um quantitativo
não significativo (8 aparelhos) para os resultados do estudo.
O mesmo procedimento foi utilizado para caracterização dos aparelhos sanitários da área, por
não ser possível a sua identificação.
80
Tabela 19: Média das vazões nos pontos de utilização
Vazão (l/s) Edificação
Mictório Torneira Lavatório Chuveiro Pia de
cozinha Ducha
Higiênica Caixa de Descarga
Prédio de Escritórios 0,13 ± 0,03 0,11 ± 0,01 - - 0,05 ± 0,01
Vestiários 0,12 ± 0,02 0,14 ± 0,02 0,13 ± 0,02 - - 11,0 ± 0,01 Ferrament. /Almoxarif. 0,13 ± 0,00 0,10 ± 0,03 - - 0,05 ± 0,01 -
Oficina Montagem Industrial
0,12± 0,01 0,08 ± 0,02 - - 0,05 ± 0,01 -
Anexo do Refeitório 0,12± 0,01 0,10 ± 0,01 - - 0,05 ± 0,01 -
Oficina Manut. Predial
0,11 ± 0,01 0,10 ± 0,01 - - 0,05 ± 0,01 -
Sanitários Área 0,12± 0,01 0,10 ± 0,02 - - 0,05 ± 0,01 -
Refeitório - 0,03 ±0,01 - 0,06 ± 0,01 - - NBR 5626 0,15 0,15 0,20 0,25 - -
Todas as vazões encontradas ficaram abaixo dos valores indicados para projeto, tendo sido
observado no local que as vazões existentes atendiam aos propósitos de uso. Da mesma
forma, não foram identificadas ocorrências de reclamação por parte dos usuários para o
funcionamento dos aparelhos.
Observa-se que foi importante o levantamento das vazões no próprio local de estudo, que
apresenta características próprias de modelos de aparelhos e regulagens de vazões, que irão
proporcionar uma estimativa de consumo mais próxima da realidade das Instalações de
Empreiteiras da RLAM.
4.2.3.3. Atividades Consumidoras de Água
As atividades que consomem água nas Instalações de Empreiteiras foram agrupadas de acordo
com as seguintes finalidades:
Higienização pessoal (lavagem de mãos; lavagem de rosto; higienização bucal; banho de
chuveiro; uso de ducha higiênica).
As informações para estas atividades foram obtidas na pesquisa de opinião e estão
explicitadas no item 4.3.1.3, referente à análise das respostas da pesquisa.
81
Limpeza e higienização dos ambientes (lavagem do piso das salas, oficinas e refeitório;
lavagem dos sanitários e vestiários; lavagem de áreas externas).
A limpeza dos ambientes das Instalações de Empreiteiras é realizada por uma empresa
contratada pelo condomínio local, que também se responsabiliza pela manutenção das
instalações hidro-sanitárias, realizando pequenos reparos.
Nas visitas realizadas não foram encontrados equipamentos com vazamentos, nem registros
abertos, tendo sido informado que os aparelhos sanitários com defeito são isolados, até
providências de reparo ou substituição.
A limpeza é realizada com baldes de 15 litros e para cada ambiente a empresa já tem uma
estimativa da quantidade de baldes que é utilizada. Para conhecimento da periodicidade para
cada ambiente e da quantidade de água consumida, foi elaborada uma planilha para ser
preenchida pela empresa, com base nos procedimentos seguidos pelos funcionários da
limpeza. A planilha está apresentada no Anexo G.
Higienização de utensílios do refeitório (higienização de bandejas, talheres e outros
utensílios).
Estas atividades são realizadas pelos empregados das empresas que fornecem alimentação no
refeitório, tendo sido observado no local que cada empresa dispõe de sua bancada na sala de
lavagem e se utilizam de vasilhames plásticos para ensaboar e enxaguar as bandejas.
As empresas informaram que, em média, utilizam 16 vasilhames de 173 litros para a
higienização dos utensílios (Foto 12).
Foto 11: Lavagem de Utensílios no Refeitório
82
Transporte de excretas (descargas de vasos sanitários e mictórios).
Similar às atividades de higienização pessoal, estas atividades estão descritas no item 4.3.1.3.
Usos específicos (Diluição de produtos de limpeza).
Em uma das salas do prédio da oficina de manutenção predial existem 4 recipientes de 200
litros, cada, para diluição de produtos de limpeza. O processo é realizado pela empresa que
presta serviços de limpeza predial na RLAM e, segundo seu representante, há a estimativa de
um consumo de 800 litros de água por semana para as necessidades gerais de limpeza.
4.3. Metodologia As etapas delineadas, para atendimento aos objetivos deste trabalho, estão detalhadas a seguir,
sendo que a caracterização da área de estudo, que também se insere como etapa metodológica,
já foi apresentada no item 4.2.
Inicialmente a pesquisa previa a montagem de um sistema de monitoramento de consumo de
água no local de estudo, mas devido a inconsistências nas especificações dos equipamentos a
serem adquiridos, o processo sofreu grande atraso e conseqüente cancelamento. Esses dados
que seriam utilizados para comparação com os valores estimados neste estudo serão obtidos
em um trabalho futuro.
4.3.1. Pesquisa de Opinião
A pesquisa teve como objetivos o conhecimento dos hábitos dos usuários na utilização dos
aparelhos sanitários e a sua percepção em relação à racionalização do uso da água.
Foi elaborado um questionário (Anexo H) com perguntas de 3 tipos:
1 – Perguntas para obtenção dos parâmetros para cálculo das estimativas de consumo de água
(Quadro 1);
2 – Perguntas para análise do comportamento dos usuários (Quadro 3);
3 – Perguntas para análise da percepção à racionalização do uso da água (Quadro 4).
83
4.3.1.1. Seleção da Amostra
A determinação da amostra foi obtida a partir de parâmetros estatísticos que apresentaram o
número de questionários representativos da população, para um erro máximo previsto de 5%.
O tamanho da amostra (n), a ser pesquisada, teve como base a Equação 1 obtida em Barbetta
(2006), que utiliza como parâmetros uma amostra aproximada (n0), calculada a partir da
Equação 2, e a população (N) que foi considerada como o total de usuários do local.
N. n0 n = ―― Equação 1 N + n0 1 n0 = — Equação 2 E0
2 Para um erro amostral (E0) de 5%, foi obtida uma amostra aproximada de 400 que aplicada na
Equação 1, para uma população de 1 967 pessoas, resultou em um tamanho de amostra de 332
pessoas.
Foi distribuído um número de questionários em quantidade maior, considerando-se a
possibilidade de não haver retorno para todos os formulários distribuídos, sendo que os
técnicos das empresas informaram ter havido boa aceitação por parte dos trabalhadores no
preenchimento dos questionários.
A quantidade de questionários validados resultou em um erro amostral de 4,6%, ou seja,
menor do que o máximo pretendido para os objetivos do presente trabalho. Na Tabela 20
estão apresentados os dados obtidos para a amostra analisada.
Do total dos 378 questionários, 328 foram respondidos por homens e 50 por mulheres,
representando um total de 19% dos usuários da Central de Empreiteiras.
Tabela 20: Tamanho da amostra obtido na pesquisa
Amostra obtida População
(N)
Homens Mulheres Total
Percentual da população
(%)
Erro amostral
(%)
1 967 328 50 378 19 4,6
84
4.3.1.2. Distribuição dos Questionários
Antes da aplicação dos questionários, representantes de algumas empresas foram consultados
para avaliar as questões elaboradas, em relação ao nível de conhecimento dos seus
trabalhadores, tendo sido dado um retorno positivo para a sua aplicação.
Considerando que quase 90% dos trabalhadores das contratadas passam os dias distribuídos
em várias frentes de serviços na área da Rlam, verificou-se a necessidade de que os
questionários fossem repassados às equipes por pessoas que tivessem oportunidade de estar
nos locais e com condições de auxiliar nas respostas.
Desta forma, foram convidados os técnicos em SMS (segurança, saúde e meio ambiente) das
empresas contratadas, que foram orientados quanto aos objetivos e forma de preenchimento
dos formulários. Cada técnico realizou a coleta dos dados junto a suas respectivas equipes.
4.3.1.3. Análise das Respostas
As respostas obtidas nos questionários foram compiladas em planilha eletrônica e as análises
foram realizadas com o agrupamento das questões, conforme os tópicos almejados com a
pesquisa.
• Parâmetros para cálculo das estimativas dos consumos de água
Os usuários das Instalações de Empreiteiras fazem uso de instalações sanitárias que
necessariamente não são as mesmas do seu local de trabalho. Desta forma, o número de
usuários, as durações e freqüências de uso dos aparelhos sanitários vão variar para cada
sanitário, em função dos hábitos dos trabalhadores.
Os procedimentos para obtenção desses parâmetros, nas perguntas da pesquisa, estão descritos
no Quadro 2, sendo que no Quadro 1 estão listadas as perguntas realizadas.
85
Quadro 1: Perguntas para obtenção dos parâmetros para cálculo das estimativas dos consumos de água N0 Perguntas
1 Assinale abaixo os locais que você costuma fazer uso dos sanitários, no seu dia de trabalho. a)vestiário b)anexo do refeitório c)oficina de montagem industrial d)almoxarifados e)oficina de manutenção predial f)prédio de escritórios g)sanitário químico h)outros sanitários da Rlam
2 Assinale abaixo as finalidades para as quais você faz uso das torneiras dos lavatórios, no seu ambiente de trabalho. a) Lavar as mãos b) Lavar o rosto c) Escovar os dentes d)Outros (citar)
3 Quantas vezes, no horário de trabalho, você utiliza cada local abaixo para lavar as mãos? a)vestiário b)anexo do refeitório c)oficina de montagem industrial d)almoxarifados e)oficina de manutenção predial f)prédio de escritórios g)sanitário químico h)outros sanitários da Rlam
5 Se for somado o tempo total em que a torneira fica aberta, enquanto você lava as mãos ou escova os dentes, qual a única alternativa abaixo que mais se aplica ao seu caso? a) menor do que 10seg b) 10seg c) 15seg d) 20seg e) mais do que 20seg
6 Quantas vezes, no horário de trabalho, você utiliza cada local abaixo para urinar? a)vestiário b)anexo do refeitório c)oficina de montagem industrial d)almoxarifados e)oficina de manutenção predial f)prédio de escritórios g)sanitário químico h)outros sanitários da Rlam
7 De 10 vezes que você vai ao sanitário para urinar: a)todas as 10 vezes você utiliza o mictório b) todas as 10 vezes você utiliza o vaso sanitário c) usa o mictório pelo menos até 8 vezes d) usa o vaso sanitário pelo menos até 8 vezes
9 Quantas vezes, por dia de trabalho, você toma banho no vestiário? a) 1 vez b) 2 vezes c) mais de 2 vezes d) Não uso o vestiário
11 Se for somado o tempo total em que o registro do chuveiro fica aberto, durante o seu banho, qual a única alternativa abaixo que mais se aplica ao seu caso? a) menor do que 5 min b) 5min c) 10min d) 15min e) mais do que 15min f) não uso o vestiário
12 Você hoje utilizou algum sanitário da RLAM para defecar? a) Sim b)Não
13 Caso sua resposta acima tenha sido “SIM”, responda as questões abaixo: a) Qual o número de vezes? ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) Mais de 2 vezes b) Quantas vezes você acionou a descarga do vaso sanitário, para cada uso? ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) Mais de 2 vezes c) Informe o local que você utilizou o sanitário para defecar: a)vestiário b)anexo do refeitório c)oficina de montagem industrial d)almoxarifados e)oficina de manutenção predial f)prédio de escritórios g)sanitário químico h)outros sanitários da Rlam
86
Quadro 2: Procedimentos para obtenção dos parâmetros
Aparelhos Número de Usuários (N) Tempo de Uso
(T)
Freqüência
(F)
O total de usuários (fixos e flutuantes) para cada sanitário, foi obtido na questão 1: N= (% de cada local x 1 967), p/ Homens = % x 1 835 e Mulheres = % x 132 Para cada aparelho foi realizado um parcelamento de cada uso sobre o total de cada local.
Lavatórios N= (% de cada opção de uso na questão 2) x (N da questão 01).
T= (soma das parcelas dos tempos na questão 5)
F = razão do número de usos de cada local na questão 3 pelo respectivo número de usuários.
Vasos
Sanitários
P/ urinar: N= (Parcela de usuários (P) obtida na questão 7) x (N da questão 1). P= (% da opção “b” + % da opção “c” x 0,2 + % da opção “d” x 0,8) P/ defecar: N= (Parcela (P) obtida na questão 12) x (N da questão 1).
Parâmetro utilizado = número de acionamentos (Ac). P/ urinar: Ac = adotado 1 por descarga P/ defecar: Ac = soma das parcelas do número de acionamentos na questão 13b.
P/ urinar: F = razão do número de usos de cada local na questão 6 pelo respectivo número de usuários. P/ defecar: F = soma das parcelas do número de usos na questão 13ª.
Mictórios
N= (Parcela de usuários (P) obtida na questão 7) x (N da questão 1). P= (% da opção “a” + % da opção “c” x 0,8 + % da opção “d” x 0,2).
T = adotado 5 seg F = razão do número de usos de cada local na questão 6 pelo respectivo número de usuários.
Chuveiros N = (% de cada opção de uso do chuveiro) x total da população (1 967)
T= (soma das parcelas dos tempos na questão 11).
F = número de usos indicados na questão 9
Duchas
Higiênicas N = (% de cada opção de local na questão 1) x 132
T = adotado 7 seg F = razão do número de usos de cada local na questão 6 pelo respectivo número de usuários.
Pia de
Cozinha Estimativa dos usuários do refeitório: 120 min de usos diários para cada pia e 173 recipientes de 16 litros para lavagem das bandejas e talheres
87
• Comportamento dos usuários em relação ao uso dos aparelhos sanitários
As perguntas 4 e 10 foram relacionadas para análise do comportamento dos usuários em
relação ao tempo em que as torneiras dos lavatórios e registros dos chuveiros são mantidos
abertos. Os resultados foram confrontados, verificando a coerência de hábitos no uso dos dois
aparelhos.
Na pergunta 8 a preferência de uso entre mictórios e vasos sanitários foi analisada com
relação à privacidade e disponibilidade do aparelho, sinalizando as possibilidades de
intervenção para redução do consumo de água.
Quadro 3: Perguntas para análise do comportamento dos usuários
N0 Perguntas 4 Qual o seu procedimento ao lavar as mãos ou escovar os dentes?
a)enquanto ensaboa as mãos ou passa a pasta, você fecha a torneira b)a torneira fica todo o tempo aberta
8 Indique a resposta que mais se aplica a você: a)só uso o mictório quando não tem vaso sanitário disponível b)não uso o mictório porque as divisórias não me dão privacidade c)sempre uso o mictório e não tenho problema com privacidade
10 Qual o seu procedimento ao tomar banho no vestiário? a)não faço uso do vestiário b)enquanto se ensaboa você fecha o registro c)o registro do chuveiro fica todo o tempo aberto
• Percepção em relação à racionalização do uso da água
As perguntas 15 e 16 procuraram identificar a receptividade a um programa de racionalização
do uso da água e ao reuso de águas cinzas.
As iniciativas dos usuários para a redução do consumo de água foram agrupadas em
categorias de ações de racionalização do uso da água, tendo sido analisado as ações de maior
predominância entre esses usuários.
88
Quadro 4: Perguntas para análise da percepção à racionalização do uso da água
N0 Perguntas 14 Em sua opinião, a quantidade de água que você consome diariamente
poderia ser menor e atender às suas necessidades? a)sim b)não
15 Você estaria disposto a contribuir com um programa de redução do consumo de água no seu ambiente de trabalho? a)sim b)não
16 Em sua opinião, a água potável, que hoje é utilizada nas descargas sanitárias e na lavagem dos pisos, poderia ser substituída por uma água tratada, que já tenha sido utilizada no banho e nas torneiras de lavatórios? a)sim b)não
17 Você já realizou alguma mudança nos seus hábitos para redução do consumo de água? a)sim b)não
18 Se a resposta anterior foi “Sim”, descreva a mudança.
4.3.2. Estimativa do Consumo de Água
Nesta etapa foram calculadas as estimativas de consumo de água utilizando os parâmetros
obtidos na pesquisa de opinião e nos levantamentos realizados no local de estudo.
As estimativas foram realizadas para cada tipo de uso, que foram agrupados por aparelhos,
utilizando-se as relações da Tabela 21.
Tabela 21: Fórmulas para cálculo das estimativas de consumo de água
Chuveiros e
Duchas Vasos Sanitários
Pia de
Cozinha Limpeza
Lavatórios e
Mictórios
C = N x F x V x T C = N x F x Ac x Vd x P C= N x T x V C = Nr x Vr C = N x F x V x T x P
C = estimativa de consumo (l) N = número de usuários F = freqüência (número de usos por usuário/local) P = parcela de usos (%) V = vazão do aparelho (l/s) / (l/min) T = tempo de duração de cada uso (s)
T = tempo de duração de cada uso (s) Vd = volume de uma descarga (l) Ac = número de acionamentos por uso Nr = número de recipientes Vr = volume do recipiente (l)
89
4.3.3. Determinação de Indicadores de Consumo de Água
Foram calculados indicadores para os tipos de uso de consumo de água, bem como para cada
prédio e para as Instalações de Empreiteiras como um todo. Da mesma forma, após simulação
das propostas de racionalização do consumo da água, também foram obtidos indicadores de
uso racional.
Os indicadores de consumo, para um dia normal de trabalho, foram obtidos conforme critérios
mostrados na Tabela 22.
Tabela 22: Descrição dos Tipos de Indicadores de Consumo
Tipo Descrição Agentes
Consumidores Unidade
Estimativa de Consumo de Água Indicador de Consumo = ——————————————
Número de Agentes Consumidores Prédio de escritórios
+ Oficinas + Almoxarifados +
Sanitários
Número de usuários do prédio (fixos +
flutuantes) Litros/usuário/dia
Refeitório Número de refeições Litros/refeição/dia
Indicador de Consumo por
Prédio
Vestiários Número de usuários dos sanitários dos
vestiários Litros/usuário/dia
Usos nos lavatórios, duchas, vasos e
mictórios
Número de usuários do prédio (fixos +
flutuantes Litros/usuário/dia
Limpeza Área de piso dos ambientes Litros/m2/dia
Indicador de Consumo por Uso
em cada prédio
Banho Número de usuários dos chuveiros dos
vestiários Litros/usuário/dia
Usos nos lavatórios, duchas, vasos,
mictórios e chuveiros
Total de usuários das Instalações Litros/usuário/dia Indicador de
Consumo por Uso nas Instalações
Limpeza Área total de piso dos ambientes Litros/m2/dia
Indicador de Consumo nas Instalações
Total do consumo de água nas Instalações
Total de usuários das Instalações Litros/usuário/dia
90
4.3.4. Propostas para Racionalização do Uso da Água
Nesta etapa foram montadas simulações de cenários com ações de racionalização do uso da
água, analisando-se os ganhos em redução de consumo de água. Os cenários constaram de
pequenas intervenções nos aparelhos sanitários, utilização de tecnologias economizadoras,
aproveitamento de água de chuva e reuso de águas cinzas.
5. ANÁLISES E RESULTADOS
Os resultados referentes à compilação das respostas da pesquisa encontram-se no Anexo I.
5.1. Parâmetros para estimativa dos consumos de água
Serão aqui analisados os parâmetros que foram calculados com base nas respostas obtidas na
pesquisa de opinião.
5.1.1. Número de usuários
Na Tabela 23 estão os valores encontrados na pesquisa (Pergunta 1) quanto às parcelas de
usuários em cada sanitário, bem como a estimativa do número de usuários, utilizando os totais
das populações masculina e feminina.
Observa-se que 70% dos trabalhadores indicaram fazer uso de sanitários que se encontram
fora das Instalações de Empreiteiras, ou seja, nas áreas administrativa e industrial da Rlam,
onde realizam suas atividades.
52% dos trabalhadores informaram utilizar os sanitários dos vestiários e apenas 3% utilizam o
prédio da oficina de manutenção predial. Esperava-se um número maior de usuários nos
sanitários dos vestiários, uma vez que a maioria das pessoas utiliza o local para trocar de
roupa
91
Tabela 23: Pergunta 1 – Locais que você costuma fazer uso dos sanitários
Homens Mulheres Total Local do Sanitário (ver Ilustração 3)
% Qtde (x1 835) % Qtde
(x 132) % Qtde
Vestiários 52% 962 52% 69 52% 1 030 Anexo do Refeitório 15% 269 0% 0 13% 269 Oficina de Montagem Industrial 22% 397 0% 0 19% 397 Almoxarifados/Ferramentarias 6% 117 4% 5 6% 123 Oficina de Manutenção Predial 3% 56 2% 3 3% 59 Prédio de Escritórios 17% 308 24% 32 18% 339 Sanitário Químico 44% 806 4% 5 39% 811 Outros Sanitários da Área 30% 543 42% 55 31% 598
Já em relação à oficina de manutenção predial, a baixa utilização pode estar relacionada à
localização do prédio, onde não há grande circulação de pessoas e ao fato dos sanitários terem
uso prioritário dos trabalhadores locais e da oficina de construção civil.
Não houve representação de mulheres nos sanitários do anexo do refeitório e oficina de
montagem industrial. Neste último prédio, conforme mostrado na Tabela 17, só trabalham 4
mulheres, apresentando uma representatividade inexpressível para os resultados do trabalho.
O outro sanitário só abre no horário do café da manhã e almoço, e o impacto para o número
total de mulheres também é pequeno.
Os sanitários da área da Rlam tiveram uma indicação maior das mulheres (42%) em relação
aos homens (30%), os quais fazem maior uso dos sanitários químicos (44%), enquanto as
mulheres praticamente não o utilizam (4%).
Os sanitários das oficinas, almoxarifados e do prédio de escritórios apresentaram número de
usuários superior ao de pessoas lotadas no local, evidenciando que há grande circulação de
pessoas nos prédios fazendo uso dos sanitários.
Para os usos realizados nas torneiras de lavatório estão representadas na Tabela 24 as parcelas
que foram obtidas na pesquisa (Pergunta 2), para cada uso.
Foram desconsideradas, em relação ao total, as respostas referentes aos usuários que não
responderam à pergunta (5 pessoas) ou que indicaram a realização de outros usos (11
pessoas). As parcelas representaram 1% e 2%, respectivamente.
92
Tabela 24: Pergunta 2 - Finalidades para uso das torneiras dos lavatórios
Finalidades Número de respostas % de Usuários
Lavar as mãos 359 53% 95% Escovar os dentes 167 24% 44% Lavar o rosto 156 23% 41% Total 682 100%
Verificou-se que do total da amostra (378 pessoas), nem todos os usuários indicaram realizar
todas as três atividades, sendo a lavagem de mãos a opção mais utilizada, com 53% dos usos,
representados por 95% dos usuários. A escovação de dentes e lavagem de rosto obtiveram
24% e 23%, respectivamente, das finalidades de uso das torneiras de lavatórios.
A preferência pelo uso dos mictórios e vasos sanitários para urinar, está apresentado na
Tabela 25, conforme respostas obtidas na Pergunta 7, para a amostra de homens (328
pessoas). 18 pessoas não responderam à pergunta, sendo consideradas as 311 respostas
válidas.
Quando perguntados, 46% dos usuários responderam que sempre usam o mictório para urinar,
37% o utilizam pelo menos 80% das vezes e 11% dos usuários ficaram com os outros 20%
dos usos de vasos sanitários. Sendo assim, o uso de mictórios apresentou uma parcela total de
77% dos usos, contra 23% dos vasos sanitários.
Tabela 25: Pergunta 07 - De 10 vezes que você vai ao sanitário para urinar
Opções de uso Número de respostas
Todas as 10 vezes você utiliza o mictório 142 46% Todas as 10 vezes você utiliza o vaso sanitário 19 6% Usa o mictório pelo menos até 8 vezes 115 37% Usa o vaso sanitário pelo menos até 8 vezes 35 11% Total 311 100%
Na Pergunta 12 foi obtido que 53% dos trabalhadores defecam no local (Tabela 26).
Considerando que a maior parte desses trabalhadores realizam atividades de esforço e têm
alimentação mais reforçada, esse indicador sinaliza que, nesta tipologia em estudo, este
parâmetro é importante para estimativa de consumo de água nas descargas de vaso sanitários.
93
Não houve grande variação entre homens e mulheres para esta amostra, que teve 218
respostas, resultando um erro amostral de 6%.
Tabela 26: Pergunta 12 - Você hoje utilizou algum sanitário da Rlam para defecar?
Quantidade de Usuários
Homens Mulheres Total Sim 99 54% 17 49% 116 53% Não 84 46% 18 51% 102 47%
Total 183 100,0% 35 100,0% 218
Na Pergunta 13c (Tabela 27) foram obtidas as parcelas de usuários para defecar, em cada
sanitário.
Tabela 27: Pergunta 13c - Informe o local que você utilizou o sanitário para defecar
Local do sanitário Números de usos (A)
% de Usuários
(A/116) Vestiários 31 27% Anexo Refeitório 12 10% Oficina Mont. Industrial 14 12% Almoxarif/ Ferram. 4 3% Oficina Manut. Predial 6 5% Prédio Escritórios 5 4% Sanitário Químico 27 23% Outros Sanitários 25 22%
TOTAL 124
Conforme já visto, os sanitários externos e os vestiários são os locais mais utilizados, sendo
que 23% dos trabalhadores utilizam os sanitários químicos que não têm descargas com
consumo de água, estando esta ligada ao processo químico de limpeza.
O número de usuários que utilizam os chuveiros dos vestiários representaram 71% que, em
relação à população total, resulta em 1 119 pessoas para 1 uso e 281 para 2 usos diários dos
chuveiros (Tabela 28).
Conforme respostas, 40% das mulheres e 25% dos homens não utilizam os chuveiros dos
vestiários.
94
Tabela 28: Pergunta 9 - Quantas vezes, por dia, você toma banho no vestiário?
Quantidade de usuários Número de vezes
Homens Mulheres Total (A) (A%) x 1 967 1 vez 195 59% 20 40% 215 57% 1 119 2 vezes 46 14% 8 16% 54 14% 281 Mais de 2 vezes 1 0% 0 0% 1 0% 5 Não uso vestiário 82 25% 20 40% 102 27% 531 Não respondeu 4 1% 2 4% 6 2% 31
TOTAL 328 100% 50 100% 378 100% 1 967 5.1.2. Tempo de uso dos aparelhos sanitários
Tabela 29: Tempos de uso dos chuveiros e lavatórios
Tempo Homens Mulheres Total
Chuveiros (Pergunta 11) Menor do que 5 minutos 105 32% 7 14% 112 30% 5 minutos 89 27% 10 20% 99 26% 10 minutos 39 12% 8 16% 47 12% 15 minutos 7 2% 0 0% 7 2% Mais do que 15 minutos 4 1% 1 2% 5 1% Não faço uso do vestiário 80 24% 22 44% 102 27% Não respondeu 4 1% 2 4% 6 2%
Total 328 100% 50 100% 378 100%
Lavatórios (Pergunta 5) Menor do que 10 segundos 126 38% 19 38% 145 39% 10 segundos 100 30% 16 32% 116 31% 15 segundos 46 14% 7 14% 53 14% 20 segundos 27 8% 2 4% 29 8% Mais do que 20 segundos 26 8% 4 8% 30 8%
Não respondeu 3 1 2 4 5 1
Total 328 100% 50 100% 378 100,0%
Os tempos de uso dos chuveiros e lavatórios estão apresentados na Tabela 29 e indicam que a
maioria dos usuários utilizam os menores tempos sugeridos para usos desses aparelhos. 56%
dos usuários gastam 5 minutos, ou menos para tomar banho, e 70% usam até 10 segundos no
uso das torneiras.
95
Esse valores se mostram coerentes com a realidade do local, em que os banhos ocorrem nos
mesmos horários e os usuários têm que se apressar para iniciar as atividades, ou para pegar o
transporte na saída.
Nos tempos de uso para lavatórios as proporções para homens e mulheres tiveram bastante
semelhança, para todas as opções. Já nos chuveiros, os menores tempos de banho
apresentaram maiores índices entre os homens.
5.1.3. Freqüência de Uso dos Aparelhos Sanitários
As freqüências de uso dos aparelhos obtidas nas Perguntas 3 e 6 para lavatórios, vasos
sanitários para urinar e mictórios encontram-se na Tabela 30.
Não houve para cada prédio, uma significativa variação entre as freqüências de usos dos
lavatórios e vasos para urinar, tendo-se maiores valores nos sanitários da área.
Verifica-se, entretanto, que a relação entre o número total de usos diários e o número de
pesquisados, resulta uma freqüência de 3,5 para usos dos lavatórios e 3,2 para urinar, que são
referentes ao número de usos, por trabalhador, em um dia de trabalho.
Tabela 30: Freqüências de Usos dos Lavatórios, Mictórios e Vasos para Urinar
Lavatórios (usos diários)
Vasos e Mictórios (usos diários)
Local do sanitário Núm. usuários
Num.Usos
Usos p/ usuário
Núm. usuários
Num. Usos
Usos p/ usuário
Vestiários 168 363 2,2 158 313 2,0 Anexo do Refeitório 119 190 1,6 53 75 1,4 Oficina de Montagem Industrial 60 147 2,5 55 143 2,6 Almoxarifados/Ferramentarias 21 35 1,7 17 32 1,9 Oficina de Manutenção Predial 17 40 2,4 12 26 2,2 Prédio de Escritórios 59 154 2,6 50 118 2,4 Sanitário Químico - - - 109 285 2,6 Outros Sanitários da Área 136 384 2,8 91 226 2,5
Total 580 1.313 2,3 545 1.218 2,2 Para total de pesquisados 378 3,5 378 3,2
A Tabela 31 mostra que há um significativo número de pessoas (14%) que utilizam mais de 1
vez os chuveiros para banho. Era esperado que apenas no final da tarde houvesse esse uso,
96
mas, conforme os resultados, alguns trabalhadores tomam banho, também, no início do
trabalho ou no horário de almoço, que são os horários de liberação de uso dos vestiários.
No total, 71% dos trabalhadores informaram utilizar os chuveiros. Isto pode ser devido ao fato
de algumas pessoas já fazerem uso de sanitários em outros locais, antes da ida aos vestiários
para o banho.
Também foi significativo o número de usuários que usam o vaso sanitário para defecar (53%),
levando a uma consideração sobre esse uso em ambientes de trabalho, que deve variar em
função do tempo de permanência no local, alimentação, atividade realizada, predisposição
orgânica da pessoa e qualidade da manutenção das instalações.
Tabela 31: Número de usos de chuveiros e vasos para defecar
Chuveiros Vasos para defecar
Número de Usos Num. Usuários % Num.
Usuários %
1 vez 215 57% 85 39% 2 vezes 54 14% 23 10% Mais de 2 vezes 1 0% 8 4% Não usa vestiário ou não usa o vaso para defecar 102 27% 102 47% Não respondeu 6 2% 0 0
Total 378 100% 218 100%
5.2. Comportamento dos Usuários em Relação aos Aparelhos Sanitários
A relação entre os resultados das perguntas 4 e 10 (Gráfico 5) se mostra bastante coerente,
indicando que os mesmos procedimentos são utilizados em torneiras e chuveiros por esses
usuários.
Foi bastante alto o índice de pessoas que declarou manter os registros fechados enquanto se
ensaboam, apresentando um cenário de trabalhadores envolvidos com as questões de consumo
de água.
97
90%
10%
94%
6%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
Enquanto se ensaboa você fechao registro
O registro fica todo o tempoaberto
Chuveiro
Lavatório
Gráfico 5: Hábitos dos Usuários com os Registros
73% dos pesquisados responderam que sempre fazem uso dos mictórios e não têm problemas
com relação à privacidade no uso, mas verifica-se que para 24% a privacidade é importante
no uso do aparelho sanitário (Tabela 32).
Considerando que há uma grande economia de água com a redução do uso de descargas
sanitárias, deve ser observada a viabilidade de se manter alguns mictórios mais protegidos,
para atender a essa demanda.
Tabela 32: Pergunta 8 - Indique a resposta que mais se aplica a você
Opções Número
de respostas
Só uso o mictório quando não tem vaso sanitário disponível 60 18% Não uso o mictório porque as divisórias não me dão privacidade 21 6% Sempre uso o mictório e não tenho problema com privacidade 239 73% Não respondeu 8 2%
5.3. Percepção para Racionalização do Uso da Água
Observa-se no Gráfico 6 que, apesar dos 93% de adesão para contribuição em programas de
redução de consumo no trabalho (Pergunta 15), apenas 60% informaram que podem reduzir o
seu atual consumo de água (Pergunta 14). Para esta questão alguns usuários disseram já estar
utilizando o mínimo de água possível para as suas necessidades.
O alto índice de disposição para participação em programas, já sinaliza boas oportunidades de
ganhos no local, visto ser muito importante o envolvimento do usuário.
98
A receptividade ao reuso também ficou em um alto patamar, sendo uma alternativa
promissora no local, em função de já haver uma estrutura física que permite a segregação de
águas cinzas.
67%
32%
1%
93%
4% 3%
83%
14%
3%
60%
38%
2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Sim Não Não respondeu
Recptividade à redução doconsumo
Contribuição emprograma de uso racional
Receptividade ao reuso
Iniciativa na redução doconsumo de água
Gráfico 6: Relação entre as Respostas de Percepção à Racionalização
As mudanças adotadas entre os usuários que responderam já terem realizado alguma mudança
de hábito, para redução de consumo, estão apresentadas na Tabela 33.
Tabela 33: Ações relativas às mudanças de hábitos para redução do consumo de água
Categoria Descrição das ações Número de respostas
Utilização de dispositivos economizadores de água
Uso de arejadores Uso de descargas econômicas 5
Utilização de fonte alternativa de suprimento de água Uso de água de água de chuva 3
Prática do reuso de água Reaproveitamento de água de lavagem de roupas 15
Combate a perdas e desperdícios Conserto de tubulações com vazamento 9
Mudança no procedimento de uso da água
Redução do tempo de banho e uso de torneiras Fechamento de torneiras e chuveiros ao se ensaboar e escovar os dentes Lavagem de carros e pisos com balde
143
Iniciativas de educação Conscientização de familiares Envolvimento de colegas de trabalho para a redução
7
99
Observa-se que, conforme o entendimento e condições de cada trabalhador, as ações que são
usualmente aplicadas em programas de racionalização do uso da água, já têm sido inseridas
nos hábitos desses usuários.
Os entrevistados informaram que estas ações se devem a fatores de economia, como também
à conscientização para uma redução do consumo.
5.4. Indicadores de Consumo de Água Os valores obtidos estão apresentados nas tabelas de números 35 a 46, onde constam os
resultados das estimativas de consumo de água e os indicadores por tipo de uso, por prédio e
os indicadores gerais das Instalações de Empreiteiras.
5.4.1. Indicadores por Tipo de Uso
Os usos estão agrupados nos respectivos pontos de consumo, com tabelas independentes para
análises.
5.4.1.1. Lavatórios Os resultados de consumo para os usos dos lavatórios encontram-se na Tabela 34, tendo sido
destacado na Tabela 35 o cálculo do tempo médio considerado.
Os vestiários apresentaram a maior representação desse consumo (42%), seguidos pelos
sanitários das áreas administrativa e industrial. Ou seja, 23% do consumo de água em
lavatórios, segundo respostas da pesquisa, encontram-se nos sanitários próximos do local de
trabalho dos usuários.
As torneiras do refeitório, por serem automáticas e com regulagem de vazão inferior às
demais, apresentaram o menor consumo das instalações. Estas torneiras atendem bem ao uso e
retornaram um consumo 3 vezes menor em relação às demais.
Observa-se que o total de 5 litros diários estimados por trabalhador, nas atividades de
lavatórios, está 80% representado no uso dos vestiários.
100
Tabela 34: Consumo de água nos lavatórios
Consumo (l/dia) C= NxFxVxTxP
Lavar Mãos (a)
Lavar Rosto (b)
Escovar Dentes (c)
Parcelas de usos (P) (%)
Consumo Total
(a)+(b)+(c) Prédio NO de
Usuários (N)
NO de Usos (F)
Vazão (l/s) (V)
Tempo (T) (s)
53% 23% 24% (l/dia) %
Indicador de Consumo
(l/usuário/dia)
Vestiários 1 031 2,2 0,14 1 956 850 910 3 716 42% 4 Anexo Refeitório 269 1,6 0,10 269 117 125 511 6% 2 Oficina Montagem Industrial 397 2,5 0,08 488 212 227 928 10% 2 Almoxarifados / Ferramentarias 123 1,7 0,10 128 56 60 244 3% 2 Oficina Manutenção Predial 59 2,4 0,10 86 38 40 164 2% 3 Prédio Escritórios 339 2,6 0,11 611 266 284 1 161 13% 3 Outros Sanitários da Área 598 2,8 0,10 1 059 460 493 2 012 23% 3 Refeitório 516 2,0 0,03
12
194 0 0 194 2% 0,4 4 793 1998 2 139 8 931 100% 5
Tabela 35: Tempo médio para lavatórios
Tempo (T) (s) Σ(TxP) (s) 8 10 15 20 25
* (P) (%) 39% 31% 14% 8% 8%
12
* Participações dos usuários para cada tempo informado na Pergunta 5.
101
5.4.1.2. Chuveiros
Na Tabela 36 estão mostrados os consumos estimados para os chuveiros. Obteve-se um tempo
médio de uso de 6 min, conforme Tabela 37.
Já era esperado um consumo elevado neste uso, considerando o grande volume de pessoas
que o realizam, devendo os chuveiros receber uma maior atenção nas oportunidades de
redução de consumo de água nessas Instalações.
O indicador de consumo para os chuveiros está na faixa encontrada no estudo da UFBA
(Cohim, Kiperstok e Almeida, 2008), para residências de baixa renda, no município de
Simões Filho. O valor obtido para todas as atividades na residência foi de 64 ± 19 litros por
habitante.
Tabela 36: Consumo de água nos chuveiros
NO de Usuários
(N)
NO de Usos (F)
Vazão (V)
(l/min)
Tempo (T)
(min)
ConsumoTotal (l/dia) C=NxFxVxT
1119 1 56.164 281 2 28.212
5 3 9 6
784
Indicador de Consumo
(l/usuário/dia)
85.160 43
Tabela 37: Tempo médio para chuveiros
Tempo (T) (s) Σ(TxP) (min)
3 5 10 15 20 * (P) (%)
41% 37% 17% 3% 2%6
* Participações dos usuários para cada tempo informado na Pergunta 11.
5.4.1.3. Duchas Higiênicas
Os resultados para as duchas higiênicas apresentados na Tabela 38 indicam uma pequena
participação desse consumo nas Instalações, mesmo porque, nos vestiários, onde tem maior
volume de pessoas, não existem estes aparelhos.
102
Tabela 38: Consumo de água nas duchas higiênicas
Prédio / Sanitário
N0 d
e U
suár
ias
(N)
N0 d
e U
sos (
F)
Tem
po (T
) (s)
Vaz
ão (V
) (l/s
)
Consumo (l/dia)
C=NxFxTxV
Dis
trib
uiçã
o
Indicador de Consumo
(l/usuário/dia)
Anexo Refeitório 0 1,4 0 0% - Oficina Mont. Industrial 0 2,6 0 0% - Almoxarif/ Ferram. 5 1,9 3,5 4% 1 Oficina Manut. Predial 3 2,2 2,0 3% 1 Prédio Escritórios 32 2,4 26,2 33% 1 Outros Sanitários 55 2,5
7 0,05
48,2 60% 1 80 100% 0,04
5.4.1.4. Vasos Sanitários e Mictórios Os resultados de consumo para os usos dos vasos sanitários e mictórios encontram-se nas
Tabelas 39 e 40, respectivamente, estando destacado na Tabela 41 as participações dos
usuários para os números de usos e acionamentos, considerados nos cálculos.
Apesar dos mictórios terem ficado com 77% dos usos para urinar, o seu consumo total foi 5
vezes menor do que os usos realizados nos vasos sanitários. Mantendo-se esse padrão de uso,
com descargas de volume reduzido (6 litros), esse consumo ainda estaria alto, representando
03 vezes mais o consumo dos mictórios.
Do resultado total nos vasos sanitários, o consumo para defecar representou 63%, com um
valor significativo, em função dos 53% dos trabalhadores que informaram realizar esta
atividade, com uma freqüência média de 1,2 vezes, ao dia, nos sanitários do trabalho.
Uma média de 23% dos usos de vasos sanitários e mictórios ocorrem em sanitários externos
às Instalações de Empreiteiras e 34% se verificam nos vestiários.
Esses valores levaram a um consumo de água de 21 litros diários, por trabalhador, nos vasos
sanitários, para apenas 1 litro nos mictórios.
103 Tabela 39: Consumo de água nos vasos sanitários
Urinar
C=NxFxPxAcxV Defecar
C=NxFxPxAcxV
Prédio / Sanitário
N0 U
suár
ios
(N)
N0 U
sos (
F)
Parc
ela
p/
Uso
(P)
N0 A
cion
. (A
c)
Vaz
ão (V
) (l/
acio
n.)
Consumo (l/dia)
Parc
ela
de
Usu
ário
s (P)
N0 U
sos (
F)
N0 a
cion
. (A
c)
Vaz
ão (
V)
(l/ac
ion.
)
Consumo (l/dia)
Consumo Total (l/dia)
Dis
trib
uiçã
o
Indicador de Consumo
(l/usuário/dia)
Vestiários 1 031 2,0 5 056 9 314 14 370 35% 14 Anexo Refeitório 269 1,4 941 2 426 3 367 8% 13 Oficina Mont. Industrial 397 2,6 2 557 3 589 6 146 15% 15 Almoxarif/ Ferram. 123 1,9 572 1 109 1 681 4% 14 Oficina Manut. Predial 59 2,2 314 529 844 2% 14 Prédio Escritórios 339 2,4 1 983 3 066 5 049 12% 15 Outros Sanitários 598 2,5
23% 1 11
3 678
53% 1,3 1,2 11
5 404 9 081 22% 15 15 101 25 437 40 538 100% 21 37% 63% 100%
Tabela 40: Consumo de água nos mictórios Tabela 41: Número de usos e de acionamentos nos vasos
N0 Usos (F) N0 Acionam. (Ac)
1 2 3 1 2 3 (P) (%)
73% 20% 7% 88% 9% 3%Σ(FxP) Σ(AcxP)
1,3 1,2
Prédio/Sanitário
N0 U
suár
ios (
N)
N0 U
sos (
F)
Parc
ela
p/ U
so (P
)
Vaz
ão (V
) (l/
acio
n.)
Tem
po (s
) Consumo
(l/dia)
Dis
trib
uiçã
o
Indicador de Consumo
(l/usuário/dia)
Vestiários 1 031 2,0 0,12 950 33% 1 Anexo Refeitório 269 1,4 0,12 177 6% 1 Oficina Mont. Industrial 397 2,6 0,12 480 17% 1 Almoxarif/ Ferram. 123 1,9 0,13 116 4% 1 Oficina Manut. Predial 59 2,2 0,11 54 2% 1 Prédio Escritórios 339 2,4 0,13 403 14% 1 Outros Sanitários 598 2,5
77%
0,12
5
691 24% 1 2 871 100% 1
104
5.4.1.5. Pias de Cozinha
A Tabela 42 mostra que o consumo nas pias do refeitório, para higienização dos utensílios, é
pequeno, em relação aos demais, devendo ser considerado a forma de limpeza, com utilização
de recipientes, e que as panelas e outros itens de preparo não são higienizados no local.
Tabela 42: Consumo de água nas pias do refeitório
Salas de Lavagem (Bandejas e Talheres)
Box's de Distribuição de Alimentos (Usos Diversos)
N0 d
e re
cipi
ente
s (N
)
Vol
ume
do
reci
pien
te (V
r)
(l) Consumo
(l/dia) C=NxVr
N0 d
e Pi
as (N
)
Tem
po (T
) (m
in)
Vaz
ão (V
) (l/
min
) Consumo (l/dia)
C=NxTxV
Consumo Total (l/dia)
Indicador de Consumo
(l/refeição/dia)
(1 720 refeições)
16 173 2 768 6 120 4 2 695 5 463 3
5.4.1.6. Limpeza
A Tabela 43 apresenta as estimativas de consumo para limpeza, com base nas informações do
Anexo G.
O canteiro de construção só possui um ponto de água que é o responsável pelo consumo da
limpeza e tem a menor representatividade no consumo de água.
Os vestiários apresentam a maior área para limpeza e conseqüente consumo, devendo ser
observado que este consumo poderia ser menor, caso não houvesse uma maior periodicidade
nos novos vestiários, conforme indicado pela equipe de limpeza, em função do tipo de piso
adotado. O mesmo ocorre nas salas de escritórios, e estes ambientes são os que tiveram
maiores indicadores.
Estes indicadores ficaram equiparados com os valores trazidos por Melo e Netto (1998) apud
Tomaz (2000) que são de 1 a 2 litros/m2 para lavagem de pátios e calçadas.
105
Tabela 43: Consumo de água na limpeza
Indicador de
ConsumoPrédio Área de Piso (m2)
Consumo (l/dia) Distrib.
l/m2 Vestiários (sanit. + passeios) 2 460 5 673 68% 2 Anexo Refeitório (sanit.) 88 72 1% 1 Oficina Mont. Industrial (salas + sanit.) 493 174 2% 0,4 Almoxarif. / Ferram. (salas + sanit.) 612 135 2% 0,2 Oficina Manut. Predial (salas + sanit.) 148 250 3% 1,7 Prédio Escritórios (salas + sanit. + passeios) 423 654 8% 2 Oficina Construção Civil (salas) 50 15 0% 0,3 Refeitório (geral) 1 563 1 414 17% 1
Total 5 688 8 387 100% 1
5.4.2. Indicadores por Prédio
Comparando a distribuição de consumo do prédio de escritórios das instalações de
empreiteiras com o Gráfico 4, apresentado no item 2.2, referente a um prédio público de
Florianópolis (Kammers, 2004), verifica-se na Tabela 44 que para as torneiras de lavatório os
valores estão bem próximos. Ou seja, as torneiras do prédio de escritórios tiveram 16% do
consumo do prédio, com vazões médias de 0,12 l/s, enquanto no trabalho de Kammers (2004),
para o edifico de escritórios, as vazões foram de 0,14 l/s, apresentando participação total de
18% no consumo de água.
Com relação aos vasos sanitários, a contribuição de 56% indicada em Kammers (2004), foi
menor do que os 69% encontrados neste estudo, levando em conta que naquele as descargas
eram de 12litros e neste de 11 litros, e que não houve segregação dos usos para urinar em
mictórios. Por outro lado, não foi levantada a freqüência de usos para defecar, que daria um
incremento nesta contribuição.
Para os mictórios, Kammers (2004) utilizou vazões de 0,07 l/s (fecho automático), mas
considerou toda a população do prédio no seu uso, resultando em uma participação maior do
que a encontrada neste estudo. Os mictórios do prédio de escritórios representaram 6% do
total do consumo, com vazões médias de 0,12 l/s.
106
Os valores de Kammers (2004) para o consumo per capita foi de 29 l/pessoa/dia, bem
próximo dos 22 l/usuário/dia do prédio de escritórios, mas distante dos 65 l/empregado/dia,
informado por Qasim (1994) apud Tomaz (2000), na Tabela 14.
Tabela 44: Comparativo da distribuição do consumo do prédio de escritórios
Pontos de Consumo Prédio de Escritórios /
Instalações de Empreiteiras
Edifício Público /
Kammers (2004)
Vaso sanitário 69% 56% Mictório 6% 14% Lavatório 16% 18% Limpeza 9% 2% Cafeteiras - 1% Irrigação de jardim - 9% Total 100% 100% Indicador de Consumo (l/usuário/dia) 22 29
Na Tabela 45 encontram-se os valores gerais de consumos estimados e indicadores para as
Instalações de Empreiteiras.
Os prédios de escritórios, almoxarifado e oficinas, com exceção da construção civil,
apresentaram contribuições diferenciadas, em relação ao consumo total, mas os valores dos
indicadores se mostraram bastante próximos.
O consumo total nos vestiários apresentou o valor de 109.869 litros, representando um
indicador de 85 litros/usuário/dia, sendo que só os usos dos chuveiros representaram 56% do
total do consumo das Instalações.
O consumo de 4 l/refeição/dia para o refeitório é inferior ao valor de 26 l/refeição/dia
indicado em Melo e Netto (1998) apud Tomaz (2000), conforme Tabela 14. Como não foram
informados maiores detalhes para este indicador, a diferença pode estar no preparo de
alimentos na área estudada que levou a um maior consumo de água. No presente estudo os
alimentos são trazidos prontos para serem servidos.
Os sanitários das áreas de trabalho (“outros sanitários”) representaram 8% do total do
consumo, contra os 31% representados pelos sanitários existentes nas Instalações de
Empreiteiras.
107
Tabela 45: Consumo total de água nas Instalações de Empreiteiras
Lavatório Vaso SanitárioPrédio
Usu
ário
s
Chu
veir
o
Lavar mãos
Lavar rosto
Escovar dentes L
impe
za G
eral
Pia
de C
ozin
ha
Urinar Defecar
Mic
tóri
o
Duc
ha H
igiê
nica
Consumo Total por
Prédio (l/dia)
Dis
trib
uiçã
o po
r Pr
édio
s Indicador de Consumo por
Prédio (l/usuário/dia)
Vestiários (Sanitários) 1 031 0 1 956 850 910 5 673 0 5 056 9 314 950 0 24 709 16% 24
Vestiários (Banho) 1 405 85 160 0 0 0 0 0 0 0 0 0 85 160 56% 61
Anexo Refeitório 269 0 269 117 125 72 0 941 2 426 177 0 4 127 3% 15
Oficina Mont. Industrial 397 0 488 212 227 174 0 2 557 3 589 480 0 7 728 5% 19
Almoxarifados / Ferram. 123 0 128 56 60 135 0 572 1 109 116 3 2 180 1% 18
Oficina Manut. Predial 59 0 86 38 40 250 0 314 529 54 2 1 314 1% 22
Prédio Escritórios 339 0 611 266 284 654 0 1 983 3 066 403 26 7 294 5% 22
Outros Sanitários 598 0 1 059 460 493 0 0 3 678 5 404 691 48 11 833 8% 20
Refeitório 1 720 0 194 0 0 1 414 5 463 0 0 0 0 7 070 5% 4
Oficina de Const. Civil 35 0 0 0 0 15 0 0 0 0 0 15 0% 0
Consumo Total por Uso (l/dia) 85 160 4 793 1 998 2 139 8 387 5 463 15 101 25 437 2 871 80 151 429 100% 77
Distribuição por Usos 57% 3% 1% 1% 6% 4% 10% 17% 2% 0%
Indicador de Consumo por Uso (l/usuário/dia) 43 2 1 1 4 3 8 13 1 0
108
5.4.3. Indicadores nas Instalações de Empreiteiras
O consumo total estimado para as Instalações de Empreiteiras resultou um valor que equivale
ao consumo diário de, aproximadamente, 717 residências populares do tipo estudado por,
Cohim, Kiperstok e Almeida (2008). Já o consumo diário por pessoa, que no referido estudo
resultou 64 litros com um desvio na faixa de 19 litros, não ficou muito distante dos 77 litros
encontrados no presente trabalho. Os valores encontrados por Cohim, Kiperstok e Almeida
(2008) resultaram do levantamento de 9 residências com média de 3,3 habitantes.
Na Tabela 46 encontram-se dados comparativos para o indicador encontrado, com base nos
valores apresentados na tabela do Anexo E.
Tabela 46: Comparativo do indicador de consumo das Instalações de Empreiteiras Local do Estudo Referência Indicador de Consumo
Canteiro de obra Melo e Netto (1998) apud Tomaz (2000) 60 a 100 l/operário/dia
Alojamento provisório de obra Macintyre (1982) apud Tomaz (2000) 80 l/pessoa/dia
Instalações de Empreiteiras Presente estudo 77 l/usuário/dia
O indicador de consumo de água para as Instalações de Empreiteiras ficou na faixa de 60 a
100 l/operário/dia apresentado em Melo e Netto (1998) apud Tomaz (2000) e bem próximo
dos 80 l/pessoa/dia, segundo Macintyre (1982) apud Tomaz (2000), para alojamento
provisório de obra. Deve ser observado que houve um minucioso detalhamento de
informações para a obtenção desse valor, observando os hábitos dos usuários locais,
principalmente no que se refere à segregação de usos em vasos e mictórios.
O uso do vaso sanitário para defecar representou 17% do total do consumo, indicando que a
ausência desse dado resultaria um valor bem abaixo do encontrado. O indicador de consumo
para esse uso foi de 13 l/usuário/dia.
A distribuição geral dos consumos (Gráfico 7) apresenta, para a estimativa deste estudo de
caso, um consumo nos chuveiros com mais da metade do total de consumos e vasos e
mictórios com quase um quarto do consumo total. Essa distribuição é bem diferenciada de
uma tipologia residencial, em que chuveiros, pias de cozinha e vasos sanitários concorrem, a
depender do tempo de permanência dos moradores na casa. Ou seja, as atividades de cozinhar
e lavar roupas não ocorrem nas instalações em estudo.
109
0%2%4%5%6%
27%
56%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Chuveiro VasoSanitário
Limpeza Lavatório Pia deCozinha
Mictório DuchaHigiênica
Gráfico 7: Distribuição geral do consumo nas Instalações de Empreiteiras
O consumo de água para as duchas higiênicas não apresentaram representatividade
significativa, em função da baixa quantidade desses aparelhos, uma vez que nos vestiários não
foram instaladas duchas higiênicas.
Considerando a variedade de tipologias prediais existentes nas Instalações de Empreiteiras, as
distribuições aqui apresentadas podem subsidiar outras edificações com características físicas
e funcionamentos semelhantes, não se atendo apenas à análise do complexo como um todo.
Os indicadores encontrados podem servir para implantação de outros empreendimentos
industriais que visem agregar, em determinado site, as instalações de apoio para empresas
prestadoras de serviço, em condições similares.
5.4.3.1. Simulação de Indicadores com Substituição dos Sanitários Químicos Conforme já informado, os sanitários químicos não têm descargas com consumo de água, uma
vez que sua limpeza é realizada através de processo químico.
Entretanto, os resultados da pesquisa (ver Tabela 27) retornaram que, diariamente, 23% dos
usuários fazem uso desses sanitários para defecar, e que para urinar há uma freqüência de 2,6
usos por pessoa nos sanitários químicos (Tabela 30).
Desta forma, apresenta-se aqui uma simulação do total de consumo de água considerando-se a
substituição desses por sanitários convencionais, uma vez que o seu uso está agregado à rotina
110
dos trabalhadores e são importantes para comparação com outras instalações provisórias que
não disponham sanitários químicos.
Para o cálculo da estimativa foi utilizado o mesmo procedimento demonstrado nas Tabelas
39, 40 e 41, estando o resultado final apresentado na Tabela 47.
Tabela 47: Indicadores com Substituição dos Sanitários Químicos por Sanitários Convencionais
Prédio
Chu
veir
o
Lav
atór
io
Lim
peza
G
eral
Hig
ieni
z.
Ute
nsíli
os
Vas
o Sa
nitá
rio
Mic
tóri
o
Duc
ha
Hig
iên.
Consumo Total (l/dia)
Indicador de Consumo
Total l/usuário/dia
Consumo Total por uso
(l/dia) 85.160 8.931 8.387 5.463 53.086 2.871 80 163.992 83
Distribuição por Usos 52% 5% 5% 3% 32% 2% 0% - -
Indicador de Consumo por
Uso (l/usuário/dia)
43 5 4 3 27 1 0 - -
Observa-se que o consumo total estimado inicialmente em 151 429 litros/dia, teria um
acréscimo diário de 12 548 litros no consumo de água, caso estes usos fossem realizados em
sanitários com as mesmas especificações dos existentes nas Instalações de Empreiteiras. O
indicador de consumo de água passaria de 77 litros/usuário/dia para 83 litros/usuário/dia, ou
seja, 8% acima do valor estimado sem esse consumo de água.
A contribuição dos vasos sanitários que era de 27%, considerando usos para defecar e urinar,
iria para 32%, ficando a contribuição dos chuveiros reduzida de 56% para 52%.
Deve ser considerando que para o valor estimado ainda podem ser adicionadas perdas, não
levantadas neste trabalho, e que para a comparação com tipologias de instalações provisórias
de obra, também podem ser acrescidas as atividades relacionadas à obra.
5.5. Propostas para Racionalização do Uso da Água Na Tabela 48 estão apresentadas as economias que poderão ser obtidas com as ações de
racionalização do consumo de água, considerando a aplicação de forma integrada em 3
cenários para as estimativas de consumos sem contribuição dos sanitários químicos. Para cada
intervenção proposta, estão indicadas as economias de consumo a serem obtidas.
111
Com este novo consumo seria atingido um indicador de consumo racional de água nas
Instalações de Empreiteiras no valor de 27 litros/usuário/dia, ressaltando não estarem inclusas
as possíveis perdas no sistema e tendo como maior contribuinte a redução de consumo nos
chuveiros, a partir da instalação de reguladores de vazão.
Observa-se que os percentuais de redução são bastante significativos, considerando que foram
propostas ações localizadas, sem necessariamente alterar a rotina dos trabalhadores, já que o
reuso de água e a água de chuva serão utilizados em descargas e os reguladores de vazão não
alteram a sensação do volume de água que atinge o corpo.
As informações referentes a cada cenário proposto estão descritos na seqüência, bem como as
análises para as demais ações introduzidas no capítulo 3.
5.5.1. Instalação de Tecnologias Economizadoras
Em função de seu alto consumo, verificou-se que os chuveiros mereciam receber alguma
intervenção para redução do seu consumo. Desta forma, foi proposta a instalação de chuveiros
com reguladores de vazão, que conforme apresentado na Tabela 8, no estudo de Carvalho e
Gusmão (2008), proporcionam a redução do consumo de água, neste ponto, em 70%.
Com esta ação, a estimativa dos chuveiros ficou na faixa de 25 500 litros, representando 13
litros diários, por trabalhador.
Em relação aos consumos nas descargas, a substituição dos vasos sanitários de 11 litros por
modelos mais novos, com volume de 6 litros, apresentou uma economia de água de 55%.
A intervenção nos mictórios se limitou à regulagem de suas vazões, reduzindo o volume de
limpeza do aparelho de 0,6 litros para 0,35 litros, com uma vazão de 0,07 l/s.
As ações agrupadas no Cenário 1 resultaram uma economia de 55% no consumo total
estimado de água, reduzindo o indicador das Instalações de Empreiteiras para 35 l/usuário/dia.
112 Tabela 48: Simulação de Cenários para Racionalização do Uso da Água
(a1) = 70% x (A) (a3) = (A) /0,12 l/s x 0,07 l/s (c1) = demanda atendida para oficina montagem industrial, atualizada com valores do Cenário 2
(a2) = (A)/11 litros x 6 litros (b1) = consumo de vasos e mictórios no Cenário 1
CENÁRIO 1 CENÁRIO 2 CENÁRIO 3
Instalação de Tecnologias Economizadoras Cenário 1 + Reuso de Águas
Cinzas
Cenário 2 + Aproveitamento de
Água de Chuva
Res
trito
r de
vazã
o no
s ch
uvei
ros
Vas
os c
om V
DR
(6 li
tros)
Reg
ulag
em v
azão
mic
tório
s p/
0,0
7l/s
Consumo (B) (B)=(A-a1-a2-a3)
Reu
so e
m v
asos
e m
ictó
rios
dos v
estiá
rios,
escr
itório
s e
alm
oxar
ifado
s
Consumo (C) (C)=(B-b1)
Uso
nos
vas
os d
a of
icin
a de
m
onta
gem
indu
stria
l
Consumo (D) (D)=(C-c1)
Consumo Atual (A)
(l/dia)
(a1) (a2) (a3) (l/dia) Economia (a1+a2+a3)/(A) (b1) (l/dia) Economia
(b1/(B) (c1) (l/dia) Economia (c1/(C)
Eco
nom
ia T
otal
Indi
cado
r R
acio
nal
(L/u
suár
io/d
ia)
Chuveiros 85 160 59 612 0 0 25 548 70% 0 25 548 0% 0 25 548 0% 70% 13 Lavatórios 8 931 0 0 0 8 931 0% 0 8 931 0% 0 8 931 0% 0% 5 Vasos Sanitários 40 538 0 22 112 0 18 427 55% 11 509 6 917 62% 2 388 4 529 35% 89% 2 Mictórios 2 871 0 0 1 675 1 196 58% 857 339 72% 0 339 0% 88% 0 Duchas higiênicas 80 0 0 0 80 0% 0 80 0% 0 80 0% 0% 0 Pia de Cozinha 5 463 0 0 0 5 463 0% 0 5 463 0% 0 5 463 0% 0% 3 Limpeza 8 387 0 0 0 8 387 0% 0 8 387 0% 0 8 387 0% 0% 4 Total (l/dia) 151 429 59 612 22 112 1 675 68 031 55% 12 367 55 664 18% 2 388 53 276 4% 65% Indicador Racional (l/usuário/dia) 77 35 28 27
113
5.5.2. Reuso de Água
Considerando que os prédios de escritórios, vestiários e almoxarifados já possuem instalações
sanitárias com segregação de águas cinzas , bem como sua proximidade permite a instalação
de unidade de tratamento no local, o cenário 2, com opções de reuso, foi direcionado para
esses prédios.
Na Tabela 49 estão apresentados os valores de águas cinzas geradas, em relação ao total de
águas residuárias nesses prédios, após aplicação do cenário 1.
Tabela 49: Águas Cinzas e Residuárias Geradas nos vestiários, escritórios e almoxarifados (cenário1) Total de Água Residuária Total de Água CinzaOrigem da Água Residuária
% L/dia % L/dia Vasos Sanitários 27 11 509 - -
Mictórios 2 857 - - Duchas Higiênicas 0 30 - -
Lavatórios 12 5 121 17 5 121 Chuveiros 59 25 548 83 25 548
Total 100 43 065 100 30 699 Verifica-se que o total de águas cinzas representa 71% das águas residuárias, nesses prédios,
tendo o chuveiro como seu maior contribuinte, com um valor que atende o seu reuso nas
descargas de vasos e mictórios. Sendo assim, os consumos desses aparelhos foram incluídos
na Tabela 48, resultando um acréscimo de economia de água de 18%.
Verifica-se, que após essa intervenção ainda haverá um excedente de água cinza gerada, em
torno de 18 000 l/dia.
5.5.3. Uso de Água de Chuva
No cenário 3 foi proposta a utilização de água de chuva no prédio da oficina de montagem
industrial, que apresenta uma estrutura de cobertura que propicia a instalação de um sistema
de captação de água pluvial, sem que sejam necessárias grandes intervenções, além da
construção do reservatório. No prédio já existe uma calha de fibra de vidro coletando as
precipitações sobre as águas centrais do telhado, que são desaguadas, através de tubulação,
114
para uma caixa interligada ao corpo receptor. Faz-se necessário, apenas, a instalação de calhas
nas laterais dos telhados a fim de reunir o total de água precipitado nessa cobertura.
Para dimensionamento do reservatório e identificação das taxas de redução, será utilizado o
sistema introduzido por Kiperstok, Almeida e Cohim (2007), que tem sua tela de entrada de
dados apresentada no Anexo J. Os parâmetros de entrada, referentes ao presente trabalho,
estão apresentados na Tabela 50.
Tabela 50: Parâmetros de Entrada para o Sistema de Dimensionamento do Reservatório
Parâmetros Valores Demanda total
Número de pessoas 397 Consumo per capta total 12 litros/pessoa/dia
Demanda para água de chuva Consumo per capta a ser atendido com água de chuva 9 litros/pessoa/dia Área do telhado 2 715 m2 Coeficiente de captação 0,80
Os dados referentes à serie de precipitação diária foram obtidos na Coordenação de Meio
Ambiente da RLAM que repassou os valores medidos nos equipamentos existentes na
Refinaria para o período de 1 999 a 2 007. Observou-se que para os anos de 1 999 e 2 004 não
havia medições para a maioria dos meses, tendo esses dados sido descartados e introduzidos
no sistema apenas os valores a partir do ano 2 000, excetuando-se 2 004, que resultou em um
valor anual de precipitação de 1 465 mm.
O sistema forneceu algumas capacidades de reservação com o valor da demanda anual
atendida, bem como indicadores a serem atingidos com a sua aplicação. Ou seja, foram
calculadas as relações da demanda anual e do transbordo com a produção anual do telhado e
apresentado um gráfico apresentando a relação do volume do reservatório com o atendimento
da demanda (Gráfico 8).
115
Volume do Reservatório x Atendimento da Demanda
y = 0,1419Ln(x) + 0,2398R2 = 0,9971
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00
Volume do Reservatório (m³)
Demanda Atendida (M I) Demanda Atendida (M II) "Transbordo/Prod. Do Telhado"
Gráfico 8: Volume do reservatório x Atendimento da demanda
Fonte: Kiperstok, Almeida e Cohim (2007)
Com base nos indicadores fornecidos, foi selecionado um reservatório com capacidade de
reservação de 20 000 litros para armazenar as águas pluviais da oficina.
A adoção desse dimensionamento vai permitir o atendimento de 63% da demanda total de
água no prédio.
5.5.4. Combate a Perdas e Desperdícios
Conforme observado durante as visitas às Instalações de Empreiteiras, já existe no local uma
iniciativa da empresa que presta serviços de limpeza que visa identificar diariamente os
pontos de consumo que apresentam vazamentos. Segundo o gerente da empresa, os
empregados são orientados a providenciarem a correção, realizando a substituição de alguma
peça, ou caso não se tenha estoque, os aparelhos são bloqueados, evitando que apresentem
vazamentos por longos períodos.
Esta iniciativa foi evidenciada durante as visitas, tendo sido encontrado um mictório no
almoxarifado e dois lavatórios sendo um no almoxarifado e um no vestiário que estavam
interditados, enquanto se aguardava a substituição de peças. A empresa não tinha registro da
incidência dessas ocorrências, uma vez que os funcionários de limpeza realizam de imediato
as pequenas não conformidades encontradas.
Não foram identificadas perdas oriundas de vazamentos em tubulações, mas em duas visitas
realizadas observou-se um grande transbordamento de água vindo do reservatório superior,
que levou uma média de 30 minutos antes que fosse acionado o setor responsável. Quando
116
consultado, o setor informou que estava ocorrendo problemas com a bóia que não havia sido
acionada.
Vazamentos dessa ordem tendem a promover grandes perdas de água no sistema, antes de sua
utilização, mas que devido à não existência de monitoramento, não se conhece o volume
perdido.
5.5.5. Implementação de Medição Setorizada
A medição setorizada é mais uma ação que se propõe para as Instalações de Empreiteiras, a
fim de, conforme mencionado em Tamaki (2004), proporcionar um domínio do consumo das
edificações e pontos de utilização, bem como obter uma economia em termos financeiros e no
próprio consumo de água, em função da redução de irregularidades que podem ser observadas
no perfil de consumo.
Outro fator que pode vir a ser considerado é a cobrança pelo uso da água nessas instalações,
que vindo a ser implementada deverão ser conhecidos os valores de consumo. Os dirigentes
das empresas conhecendo seus consumos de água tendem a promover ações com suas equipes
visando a redução do consumo.
Pela distribuição de alimentação de água existente, a instalação de medidores de vazão para
cada edificação se verifica favorável, podendo ser conhecidos para vestiários, almoxarifados e
prédio de escritórios, os consumos separados de usos potáveis e não potáveis.
A medição proposta poderia constar de um monitoramento remoto, uma vez que já existe no
local uma alimentação de rede de voz e dados que pode receber o cabeamento necessário para
transmissão dos dados de telemetria enviados por medidores com saída pulsada.
5.5.6. Implementação de Campanhas de Educação
Com base nos estudos já apresentados sobre campanhas de educação, estas devem ter caráter
permanente e com motivações capazes de envolver a comunidade local para adoção de um
programa de racionalização ou adequação a alguma inovação que leve a uma redução do
consumo de água.
Apesar de se tratar deste item separadamente, as campanhas estarão presentes em todas as
ações que aqui serão apresentadas, servindo para conhecer a receptividade às mudanças, bem
como incentivando e divulgando os progressos durante as implementações.
117
Especificamente nas Instalações em estudo, identifica-se que eventos já existentes como a
SISPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho) podem introduzir
atividades como gincanas e concursos, que proporcionem aos trabalhadores um maior
envolvimento com as questões que levem a um menor consumo de água.
Com base no programa “Você Vale Mais” da Petrobras foram distribuídos livretos de bolso a
todos os trabalhadores, onde constam recomendações práticas sobre o uso de água, efluentes e
qualidade da água. Nos encontros diários, antes do início das atividades, denominado Diálogo
Diário de Segurança Meio Ambiente e Saúde (DDSMS) que acontece em todas as frentes de
serviço, pode-se tratar em dias predeterminados de aspectos referentes aos objetivos que se
pretenda atingir, relacionado ao conteúdo dos guias de bolso.
Considerando que o local é ocupado por empresas contratadas pela Rlam, podem ser incluídas
cláusulas nos instrumentos contratuais visando a obtenção de metas objetivas para redução do
consumo de água, durante a vigência de cada contrato. Dessa forma, as empresas teriam um
maior compromisso para junto a seus trabalhadores definirem planos que atendam as metas
estabelecidas.
6. CONCLUSÃO Com o presente trabalho foi possível a obtenção de informações sobre o perfil de consumo de
água nas Instalações de Empreiteiras da Rlam, que foi apresentada como uma tipologia
similar às instalações provisórias de obra, e que não tem registro de estudos dessa natureza.
Os dados obtidos permitiram a estimativa de consumo de água, bem como a determinação de
indicadores que podem ser utilizados no planejamento de empreendimentos similares.
A situação crítica apresentada para o recurso água sinalizou para a necessidade de tomada de
medidas, em todas as esferas de atuação, visando a um menor consumo e maximização do seu
potencial.
Os programas de uso racional de água, já implementados, mostraram que em tipologias
residenciais, comerciais, industriais, escolares e outras, podem ser obtidos resultados bastante
positivos de redução do consumo de água. Todavia, as ações utilizadas nesses programas
foram indicadas, também, para outras tipologias, desde que observadas as características
próprias de cada situação.
Em referência aos dados que foram obtidos em campo, para subsidiar o trabalho, a consulta
direta àqueles que prestam os serviços de limpeza no local retornou informações valiosas para
118
os levantamentos, uma vez que estas representaram a realidade vivenciada na forma de
utilização da água para cada ambiente.
Ficou evidenciada nas visitas ao local, a existência de rotinas de inspeção dos pontos de
consumo, visando atenuar o volume de perda de água oriunda de vazamentos, sendo estas
consideradas como uma prática positiva no combate a perdas e desperdícios de água.
Foram aplicados 378 questionários considerados representativos com um erro amostral de
4,6%, inferior ao pretendido de 5%.
A disposição para redução do consumo de água consumido diariamente foi verificada para
67% dos trabalhadores, tendo 93% informado que contribuiria com um programa voltado para
esse fim. Desta forma, vislumbra-se uma boa receptividade à implantação de programas de
uso racional de água no local.
Identificou-se, com a pesquisa, um público já envolvido com as questões ligadas à situação da
água, tendo sido obtido que 60% dos trabalhadores já realizaram alguma mudança em seus
hábitos visando uma redução no consumo, destacando-se a redução do tempo de uso de
aparelhos sanitários, e a reutilização de água de lavagem de roupas para uso nas descargas
sanitárias.
Foi mostrada, também, uma preferência dos usuários locais para o uso de mictórios, apesar da
existência de um número maior de vasos sanitários, tendo sido alegado não haver rejeição ao
uso dos mictórios, em função de privacidades.
Observou-se a importância do levantamento de informações sobre o uso dos vasos sanitários
para defecar, uma vez que os valores encontrados foram significativos para os resultados do
consumo de água nesses aparelhos.
Os chuveiros se mostraram como os maiores contribuintes no consumo de água das
Instalações de Empreiteiras, representando 56% do consumo total. Dessa forma, os vestiários
representaram 85% do total do consumo, enquanto o refeitório obteve uma participação de
4%, considerando que não são realizadas atividades de preparo de alimentos no local.
Conforme a estimativa realizada, o indicador de consumo de água obtido para as Instalações
de Empreiteiras foi de 77 litros/usuário/dia, que ficou na faixa dos valores encontrados em
literatura para instalações provisórias e canteiros de obra.
Os indicadores de consumo de água obtidos para o prédio de escritórios e para a limpeza,
resultaram valores bem similares aos indicados em dados da literatura apresentada.
A simulação de consumo substituindo os usos dos sanitários químicos para vasos sanitários e
mictórios, acresceu em 8% o valor do indicador, passando este para 83 litros/usuário/dia.
119
Foi observado que para os valores estimados ainda podem ser adicionadas perdas, não
levantadas neste trabalho, bem como, para comparação de consumos com canteiros de obras,
podem ser acrescidas as atividades relacionadas à própria obra.
As análises das medidas voltadas para a racionalização de água, propostas a partir de
simulações de cenários para o local, indicaram haver muitas possibilidades de aplicação,
tendo sido obtido para as ações propostas, uma redução total de 65% no consumo de água,
passando a um indicador de 27 l/usuário/dia.
Na simulação referente às intervenções nos equipamentos sanitários, obteve-se uma redução
de 55% do total de água consumido nas Instalações de Empreiteiras, sem afetar a rotina dos
trabalhadores.
O reuso de água foi analisado na demanda dos vestiários, prédio de escritórios e de
almoxarifados, em virtude do grande volume de águas cinzas gerado pelos chuveiros, que
junto com os lavatórios representaram 71% das águas residuárias nesses prédios, e pela
proximidade das edificações. Sendo assim, a proposta de uso dessas águas nas descargas de
vasos e mictórios, indicaram uma redução de 18% do total do consumo, após aplicação das
intervenções nos aparelhos sanitários.
Com a redução obtida com as propostas de reuso, foi analisado o uso de água de chuva no
prédio da oficina de montagem industrial, onde já existe uma estrutura que favorece a
implantação desse sistema. O uso das águas pluviais em vasos sanitários e mictórios do prédio
apresentou uma economia de 4% do consumo de água potável.
A medição setorizada também foi vista com grandes possibilidades de implantação, em face
da existência de infra-estrutura instalada no local que reduziria custos de investimentos. Esta
medição se torna de grande importância no local, em função da redução de irregularidades
que podem ser observadas no perfil de consumo, bem como, pelo fato de poder ser realizada
cobrança pelo uso da água nessas instalações.
Foram sugeridas campanhas de educação com base nos programas já existentes no local,
como também, foi observado que as campanhas devem ter caráter permanente e com
motivações capazes de envolver a comunidade local para adoção de um programa de
racionalização do uso da água.
Sendo assim, puderam ser obtidas informações ainda não encontradas na literatura para a
tipologia em estudo, com análise das instalações sob o ponto de vista da racionalização do uso
da água.
120
Considera-se que este trabalho foi um passo introdutório no estudo de instalações utilizadas
por trabalhadores de empresas da área de construção e que os dados aqui apresentados já
podem ser utilizados para estimativas de consumo de água em instalações similares.
Enquanto sugestões para trabalhos futuros são destacadas as seguintes:
• Instalação de instrumentos de medição nas edificações e pontos de consumo, para o traçado
de um perfil de consumo detalhado do local, possibilitando melhores análises comparativas;
• Elaboração de um novo questionário, buscando informações sobre durações reais de uso dos
aparelhos, bem como freqüências de usos para todas as atividades;
• Inclusão do uso de sanitários secos nas propostas de racionalização do consumo de água;
• Levantamento do consumo de água das atividades inerentes a determinadas obras, para
acréscimo aos valores estimados e
• Simulação de economia de consumo incluindo todas as ações possíveis de racionalização do
uso da água nos prédios.
121
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ANEXOS
ANEXO A - Experiências internacionais com conservação de água
Cidade Situação
Geradora Ações Resultados
Albuquerque, Novo México
Clima seco e aumento da população geraram um stress no abastecimento de água
Emprego de tarifa incentivando a conservação de água, educação pública, uso de equipamentos eficientes, mudanças no paisagismo e no uso água nas áreas externas e otimização do uso da água industrial, comercial e institucional, entre outras.
- Instalação de 39.303 equipamentos economizadores; - Economia de 45 galões/pessoa/dia (1995 a 2001); e, - Redução da demanda de pico em 14%.
Ashland, Oregon
Aumento da população nos anos 80 e a discussão pelo direito sobre as águas geraram um problema de suprimento
Detecção e conserto de vazamentos, tarifa de água incentivando a conservação, programa de substituição de chuveiros convencionais por economizadores e instalação de bacias economizadoras, entre outras.
- Economia de cerca de 395.000 galões/dia (2001); - Redução de 16% do uso de água no inverno; - Redução do esgoto gerado em 58 milhões de galões (2001).
Cary, Carolina do Norte
Aumento da população e aumento na demanda de água na estação seca, fazendo com que a cidade passasse por diversas restrições
Educação pública, estabelecimento de procedimentos para irrigação e rega, subsídios para substituição de obturadores das caixas de descarga, realização de auditorias do consumo residencial; emprego de tarifa incentivando o uso racional de água; uso de sistemas de reaproveitamento de água, entre outras.
- Previsão de uma economia de 4,6 milhões de galões/dia (16%) na produção de água até o final de 2028, o que reduzirá os custos de operação e permitirá postergar ampliações do sistema atual.
Gallitzin, Pensilvânia
Grandes perdas de água no sistema, com vazamentos constantes, altos custos operacionais, abastecimento de água instável
Implementação de sistema de medição; mapeamento do sistema; programa de detecção e conserto de vazamentos, entre outras.
- Redução de 59% na produção de água (entre 1994 e 1998); - Em 1994, a parcela de água não contabilizada era de 70% da produção, passando para 9% em 1994, o que representou uma redução de 87%.
Gilbert, Crescimento da Inserção de requisitos nos - Sucesso devido ao
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Arizona
população nos anos 80 e clima árido
códigos de edificações (uso de equipamentos economizadores e reúso de água), estrutura tarifária crescente, programa de monitoramento, educação pública e programa para irrigação com baixo consumo de água, entre outras
reuso de água; - Nova estação de tratamento de esgoto foi construída em 1986 e os tanques de recarga são utilizados como habitat para diversas espécies.
Goleta, Califórnia
Crescimento da cidade e possibilidade de escassez de água no futuro
Substituição dos equipamentos convencionais, incluindo instalação de bacias de volume de descarga reduzido e restritores de vazão em chuveiros; aumento das tarifas, entre outras.
- 50% de redução no Consumo residencial; - 30% de redução no consumo de água do distrito; - Postergação da ampliação da estação de tratamento.
Houston, Texas
Aumento de problemas no suprimento de água subterrânea em função dos deslizamentos de terra, intrusão de água salgada no sistema de abastecimento e inundações.
Programas educativos, substituição de equipamentos, realização de auditorias, detecção e conserto de vazamentos, estrutura tarifária crescente, entre outras.
- A partir dos resultados do projeto piloto prevê-se uma redução na demanda de água de 7,3% em 2.006, com uma economia de mais de US$260 milhões.
Irvine Ranch Water District, Califórnia
Crescimento da população no final dos anos 80 e início dos 90 e aumento na demanda de água potável
Instituição de nova estrutura tarifária com 5 faixas, que recompensa o uso racional da água e penaliza onde a mesma está sendo desperdiçada, entre outras.
- Após 5 anos, com a nova estrutura tarifária, o consumo diminuiu em 19%; - Entre 1991 e 1997, houve uma economia de cerca de US$33,2 milhões.
Massachusetts Water Resources Authority
Fornece água para 2,2 milhões de pessoas. De 1969 a 1988, ultrapassou em mais de 10% o consumo de 300 milhões de galões/dia
Detecção e correção de vazamentos, substituição de equipamentos, estabelecimento de programa de gerenciamento de água, programa de educação e melhoria na medição, entre outras.
- A redução da demanda de 336 para 256 milhões de galões/dia (1987 a 1997), permitiu postergar a expansão e diminuiu a capacidade de tratamento, resultando numa economia de US$1,91 milhões de galões/dia.
Metropolitan Water District
Maior distribuidora de
Substituição de equipamentos, pesquisa de equipamentos
- Redução de 59 milhões de galões/dia
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da Califórnia do Sul
água em nível municipal dos Estados Unidos
eficientes, melhorias na irrigação, programas de treinamento e projetos de pesquisa relacionados à conservação, entre outras.
Cidade de Nova York
Aumento da demanda no início dos anos 90
Educação, medição, detecção de vazamentos, regulamentação do uso da água e programa de substituição em massa de bacias sanitárias, entre outras.
- Redução do consumo per capita de195 galões/dia em 1991 para 167 galões/dia em 1998, o que gerou uma economia de 20 a 40% nas contas de água e esgoto.
.Phoenix, Arizona
Grande aumento na população e baixa quantidade de chuva. A legislação estadual exige que depois de 2025 a água subterrânea não seja retirada mais rápido do que reposta.
Reforma tarifária, implementação da conservação de água no setor residencial, comercial e industrial e implementação de sistema de irrigação eficiente, entre outras.
- Economia de 40 milhões de galões/dia; - Redução no consumo devido à alteração da tarifa.
Santa �ônica, Califórnia
Por causa do crescimento da população; da escassez no suprimento de água e contaminação das fontes de suprimento, a cidade precisou aumentar a compra de água
Pesquisa do uso da água, educação, implementação de uso racional na irrigação, substituição de bacias sanitárias, entre outras.
- Redução de 14% do uso da água e 21% no esgoto; - Programa de substituição de bacias obteve uma redução de 1,9 milhões de galões/dia e uma economia de US$9,5 milhões de 1990 a 1995.
Seatle, Washington
Crescimento da população, verão seco e falta de reservatórios com capacidades maiores forçaram a cidade a escolher entre reduzir o consumo e buscar novos recursos para
Tarifa de água sazonal, códigos para equipamentos sanitários, redução de perdas, incentivo para tecnologias economizadoras de água e educação pública.
- Consumo per capita de água reduziu 20% nos anos 90; - Estrutura tarifária sazonal, códigos para equipamentos sanitários e melhoria na eficiência são os maiores responsáveis pelo sucesso; - Estima-se que o programa de conservação no setor
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água
comercial economizará cerca de 8 milhões de galões/dia.
Tampa, Flórida
Rápido crescimento econômico e da população residencial; aumento da população sazonal geraram stress no suprimento de água da cidade
Substituição de equipamentos eficientes e estrutura tarifária crescente, restrições para irrigação, medidas para paisagismos e educação pública, entre outras
- Programa irrigação gerou uma redução de 25% no consumo de água; - O programa piloto obteve 15% de redução do uso da água; - Apesar da população ter aumentado em 20%, entre 1989 e 2001, o consumo per capita diminuiu em 26%.
Wichita, Kansas .
Analistas indicaram que a água poderia não ser suficiente e que algo deveria ser feito para a primeira década do séc. XXI.
Planejamento integrado do recurso que inclui: implementação da conservação de água, avaliação das fontes de água existentes, avaliação dos recursos hídricos não convencionais, otimização de todos os recursos hídricos avaliados, entre outras.
- Análise das opções de recursos para a cidade resultam em uma ampla matriz com 27 opções de recursos convencionais e não-convencionais.
Barrie, Ontario
Crescimento da população forçou o sistema de água e esgoto da cidade, sendo necessário considerar novas opções de suprimento e desenvolvimento de infraestrutura
Plano de conservação focado na substituição de chuveiros convencionais por economizadores e instalação de bacias sanitárias eficientes.
- Economia de 55 Litros (14,5 galões) por pessoa por dia; - Economia estimada de 17 milhões de dólares canadenses.
Fonte: USEPA (2002)
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ANEXO B – Vantagens e desvantagens de hidrômetros
Medidores tipo Volumétrico – os mais utilizados mundialmente são os medidores tipo
pistão rotativo e os de disco nutante. Os primeiros têm funcionamento eficiente em
vazões muito baixas com grande dinâmica de medição e facilidade de instalação de
dispositivos como emissores de pulsos e encoders de leitura remota. Têm como
desvantagem o fato de que o pistão rotativo e a câmara trabalham com folgas muito
controladas, o que sujeita o medidor a travamentos freqüentes caso a água medida
possua sólidos em suspensão; outra desvantagem é que seu custo, principalmente se for
usada carcaça em liga de cobre, é bem mais alto que um medidor de turbina tradicional.
Os medidores de disco nutante têm os mesmos prós e contras que os medidores de
pistão. Estes medidores não são mais utilizados, a não ser para aplicações especiais que
exijam posição de montagem vertical ou grande exatidão de medição em vazões baixas.
Os medidores volumétricos não são normalizados no Brasil e nem estão cobertos pela
regulamentação nacional.
Medidores tipo Turbina - Os medidores tipo turbina, velocimétricos ou taquimétricos,
são hoje a quase totalidade dos medidores instalados no país e seu funcionamento se
baseia na movimentação de uma turbina ou rotor, introduzido no escoamento de água, que
gira proporcionalmente à vazão que o atravessa. São conhecidos também como
hidrômetros de velocidade, pois o número de revoluções produzido depende unicamente
da velocidade da água ao fluir através do órgão móvel. Existem diversos modelos
construtivos atualmente no mercado, mas os mais conhecidos são os hidrômetros tipo
multijato, os tipo monojato e os tipo hélice ou Woltmann.
Medidor tipo Multijato - é o medidor mais tradicional no Brasil com transmissão
magnética, também chamado de extra-seco, permite melhor resistência ao desgaste
provocado por partículas em suspensão na água. Tem como pontos positivos que a
qualidade da medição quase não é afetada pela carcaça, sendo definida pela qualidade do
kit interno e são também, em princípio, mais resistentes e duráveis que os monojato.
Como pontos negativos dos medidores multijato, cita-se seu custo superior em relação aos
monojatos e a grande sensibilidade à montagem inclinada, não tão marcante no caso dos
multijatos úmidos.
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Medidores tipo Monojato - são mais compactos e simples, tendo como pontos positivos,
em relação ao multijato, um custo cerca de 20% mais baixo para medidores novos, e seu
tamanho compacto, que facilita a instalação, principalmente em edifícios. Ainda como
vantagem, apresenta a maior resistência a sólidos em suspensão na água e a possibilidade,
em alguns modelos, de instalação inclinada e até vertical. Tem como pontos negativos,
em relação aos medidores multijato, a dificuldade de manutenção, a menor robustez, a
sensibilidade metrológica a perturbações na entrada e o fato de não serem produzidos em
classes metrológicas melhores.
Medidor Woltmann - é um medidor tipo turbina helicoidal utilizado em diâmetros acima
de 50 mm (2”). Possui perda de carga e maior resistência ao funcionamento contínuo em
vazões maiores;
Medidores Eletrônicos – são medidores de vazão dotados de conversores que totalizam o
volume de líquido através da contagem de pulsos eletrônicos. Têm como um de seus
diferenciais a adoção de um principio de medição com padrão distinto dos atualmente
empregados na maioria dos hidrômetros velocimétricos, onde o ângulo de ataque do fluxo do
liquido é radial ao rotor ao invés de tangencial. Eles podem ser medidores com totalizador
eletrônico e medidores estáticos com sensor eletrônico. A grande vantagem dos primeiros é
permitir a incorporação de diversas funções em seu totalizador, tais como: vazão instantânea,
volume acumulado por intervalos, volume escoado em sentido inverso, alarmes, etc. Também
se torna mais fácil a incorporação de funções de comunicação remota (telemetria), inclusive
bidirecional (programação remota). As desvantagens dos medidores com totalizador
eletrônico estão no preço, na necessidade de baterias que devem ser trocadas periodicamente,
na maior sensibilidade a intempéries, umidade e altas temperaturas ambientes. Os medidores
totalmente estáticos já são uma realidade operacional para medidores de diâmetros nominais
acima de 100 mm, mas estão rapidamente se tornando viáveis para medidores menores.
Podem ser encontrados medidores estáticos com princípios eletromagnéticos, ultra-sônicos e
fluídicos. Todos possuem interface totalmente eletrônica e recursos de programação e
comunicação, bem como recursos de alarme, medição seletiva (volume acumulado por
horário, direção de fluxo e vazão) e programação remota. Apesar de já existirem modelos à
bateria, a maioria necessita de alimentação elétrica externa.
135
ANEXO C - Fluxograma para rede M-BUS
a) Determinação dos pontos a serem lidos remotamente
b) Definição da topologia da rede
c) Dutos e cabos
d) Aterramento
e) Central de gerenciamento da telemedição
f) Amplificadores e regeneradores de sinal Fonte – Tamaki, 2004
a) Determinação dos pontos a serem lidos remotamente - Inclui a verificação da adequação
dos hidrômetros ao tipo de sistema adotado e a determinação exata do local onde está cada
hidrômetro, de preferência de maneira gráfica (i.e. em planta), para facilitar a definição da
topologia da rede.
b) Definição da topologia da rede - Para a definição da topologia é necessário conhecer a
localização exata dos hidrômetros, da infra-estrutura já disponível (por exemplo, os dutos,
cabos e painéis de distribuição utilizados pelo sistema de telefonia) e de onde será a central de
gerenciamento. Dessa maneira pode-se estruturar a rede da maneira mais simples possível. É
importante manter um controle de toda a topologia, tanto graficamente como em forma de
planilhas, para orientar serviços de manutenção ou ampliação.
c) Dutos e cabos - Quando a infra-estrutura disponível não é suficiente, torna-se necessária a
passagem de dutos e cabos adicionais, devendo o traçado otimizar os comprimentos da rede.
Deve-se ter o devido cuidado para evitar a interferência com outros sistemas, assim como para
obedecer aos padrões de segurança para tubulações enterradas. Normalmente demanda
escavação de solo, instalação do duto, reconstituição do local e por fim passagem dos cabos, o
que exige tempo. Portanto, é importante iniciar esta etapa o quanto antes.
d) Aterramento - Devido à possibilidade de queima de hidrômetros (principalmente por
descargas atmosféricas), cada um deles deve ser aterrado. Esta proteção tem que ser feita
antes da ligação do ponto à rede, para evitar que outros pontos possam ser eventualmente
danificados, podendo incluir medição de resistividade do solo, cravação de hastes metálicas,
136
interligação por fios de cobre, tratamento do solo e instalação de protetores contra surtos
elétricos transitórios.
e) Central de gerenciamento da telemedição - Devem ser realizados testes para verificação
da estabilidade de comunicação entre os hidrômetros instalados e a central de telemedição,
após a conclusão das conexões. Os pontos conectados devem ser adicionados à rotina de
leituras desejadas, através de programa específico.
f) Amplificadores e regeneradores de sinal - Devido ao número de hidrômetros conectados
à rede e à sua extensão, pode ocorrer uma queda da tensão, atingindo-se um valor inferior ao
mínimo necessário para se estabelecer a comunicação. Neste caso, deve-se dividir a rede em
circuitos menores, sendo cada um deles atendido por um amplificador/regenerador de sinais.
O critério mais apropriado para a determinação dos circuitos é a distribuição geográfica dos
hidrômetros, agrupando aqueles mais próximos entre si, eliminando assim as grandes
distâncias e o aumento de impedância causado por elas.
137
ANEXO D – Modelo para dimensionamento de reservatório
Fonte: Kiperstok, Almeida e Cohim (2007)
138
ANEXO E - Indicadores de consumo de água por tipologia de edificação
Tipologia Unidade Valores Origem
Aeroporto
Litros/dia/passageiro
11 11 10 12
Dziegielewski, 1996 in Mays Metcalf & Eddy, 1991 Syed R. Qasim, 1994 Melo e Netto, 1998
Alojamento provisório de obra
Litros/dia/pessoa
80
Macintyre, 1982
Alojamento de operários
Litros/dia/pessoa
151
Salvato, 1982
Apartamento
Litros/dia/pessoa
200 378 230
Macintyre, 1982 Metcalf & Eddy, 1991 Syed R. Qasim, 1994
Apartamento de luxo Litros/dia/pessoa 300 a 400 Macintyre, 1982
Canteiro de obras Litros/operário/dia 60 a 100 Melo e Netto, 1998
Edifício de escritórios
Litros/dia/empregado Litros/dia/ocupante efetivo
Litros/dia/m2
65 50 a 80
4
Syed R. Qasim, 1994 Macintyre, 1982 Hoddinot, M., 1981
Escola internato
Litros/dia/estudante Litros/dia/per capta Litros/dia/estudante Litros/dia/per capta
284 150 300 200
Geyer e Lentz, 1962 Macintyre, 1982 Syed R. Qasim, 1994 DMAE P. Alegre, 1988
Escola de um turno Litros/dia/aluno 10 a 30 Melo e Netto, 1998
Escola externato
Litros/dia/aluno Litros/dia/per capta Litros/dia/per capta Litros/dia/estudante
50 50 50 76
Macintyre, 1982 DMAE P. Alegre, 1988 SABESP, 1983 Syed R. Qasim, 1994
Hospitais Litros/dia/leito
250 567 250
300 a 600 950
DMAE P. Alegre, 1988 Metcalf & Eddy, 1991 SABESP, 1983 Melo e Netto, 1998 Syed R. Qasim, 1994
Indústria de petróleo e produtos de carvão
Litros/dia/empregado
3 950 Dziegielewski, 1996 in Mays
Jardins rega com mangueira Litros/dia/hora 300 a 600 Melo e Netto, 1998
Residência de luxo Litros/dia/per capta 150 Macintyre, 1982
Restaurantes Litros/dia/cliente 30 Syed R. Qasim, 1994
Média das indústrias
Litros/dia/empregado
2 151 2 920
Archibald, 1981 Portugal, LNEC,1984
Fonte: Adaptado de Tomaz (2000)
139
ANEXO F – Características dos Aparelhos Sanitários
Vaso Sanitário Mictório Lavatório Aparelho /
Local Marca Característica Marca Característica Marca Característica
Celite Caixa acoplada Celite
Registro de
pressão / sifão
integrado
Celite Registro de
pressão
Ves
tiári
os d
e 1
a 5
Ferr
amen
tari
as/A
lmox
arifa
dos /
Préd
io d
e E
scri
tóri
os /
Préd
io
Man
uten
ção
Pred
ial
Deca Caixa acoplada Deca
Registro de
pressão / sifão
tipo copo
Deca Registro de
pressão
Ves
tiári
os d
e 6
a 8
Deca Caixa acoplada Deca Acionamento
manual autom. Deca
Registro de
Pressão
Ofic
ina
Mon
tage
m In
dust
rial
/
Ane
xo R
efei
tóri
o
140
Ducha Higiênica Aparelho / Local Característica
Acionam. manual
Ferr
amen
tari
as/A
lmox
arifa
dos /
Préd
io d
e E
scri
tóri
os /
Préd
io
Man
uten
ção
Pred
ial
Pia de Cozinha Lavatório Aparelho / Local Marca Característica Marca Característica
- Registro de
pressão Deca
Acionamento
manual autom.
Ref
eitó
rio
Aparelho / Local Chuveiros
Ves
tiári
os d
e 1
a 8
Aparelho / Local Sanitários Químicos
Áre
as d
e T
raba
lho
141
ANEXO G – Procedimentos para limpeza dos ambientes
Edificação Periodicidade Quantidade de baldes (15 litros)
Prédio de Escritórios Sanitários dos escritórios 5 vezes /semana 50 Salas novas 1 vez / semana 90 Salas antigas 1 vez / semana 64 Passeios 1 vez / semana 14 Vestiários Novos 02 vezes / dia (cada um) 8 Antigos 1 vez / dia (cada um) 5
Passeios 1 vez / semana 16
Pipe-Shop Sanitários 5 vezes / semana 40 Salas 1 vez / semana 18 Canteiro de Civil Salas 1 vez / semana 5 Almoxarifado Sanitário masculino 5 vezes / semana 10 Salas 5 vezes / semana 35 Refeitório Salas de lavagem 5 vezes / semana 270 Box´s de distribuição 5 vezes / semana 150 Salão 1 vez / semana 15 Corredor rampa 5 vezes / semana 30 Lavagem geral 01 vez / mês 25 Anexo do Refeitório Sanitário masculino 5 vezes / semana 10 Sanitário feminino 5 vezes / semana 10 Oficina de Manutenção Predial Salas 1 vez / semana 14 Sanitário masculino 5 vezes / semana 8 Sanitário feminino 5 vezes / semana 8 Diluição de produtos 1 vez / semana 800
142
ANEXO H – Questionário utilizado na pesquisa
RLAM / CENTRAL DE EMPREITEIRAS
PESQUISA DE OPINIÃO
Pesquisador: Cléa N. de Oliveira (RLAM/EN/MT) Orientador: Asher Kiperstok (UFBA/TECLIM)
Empresa:_____________________________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Local de Trabalho:
( ) Pipe-shop ( ) Almoxarifados ( ) Prédio da SOP ( ) Prédio de Escritórios
( ) Canteiro de civil ( ) Área da Rlam
Caro colega, Gostaria de contar com a sua colaboração para preencher este questionário, que faz parte de uma pesquisa com o objetivo de conhecer o perfil dos usuários da Central de Empreiteiras, quanto à percepção no uso da água e dos equipamentos sanitários.
1. Assinale abaixo os locais que você costuma fazer uso dos sanitários, no seu dia de trabalho.
( ) Vestiário ( ) Anexo do Refeitório ( ) Pipe-shop ( ) Almoxarifados ( ) Prédio da SOP
( ) Prédio de Escritórios ( ) Sanitário químico ( ) Outros Sanitários da Rlam
2. Assinale abaixo as finalidades para as quais você faz uso das torneiras dos lavatórios, no seu ambiente de trabalho.
( ) Lavar as mãos ( ) Lavar o rosto ( ) Escovar os dentes ( ) Outros (citar) ___________
3. Quantas vezes, no horário de trabalho, você utiliza cada local abaixo para lavar as mãos? Indique o número de vezes ao lado de cada local utilizado.
( ) Vestiário ( ) Anexo do Refeitório ( ) Pipe-shop ( ) Almoxarifados ( ) Prédio da SOP
( ) Prédio de Escritórios ( ) Sanitário químico ( ) Outros Sanitários da Rlam
4. Qual o seu procedimento ao lavar as mãos ou escovar os dentes?
( ) Enquanto ensaboa as mãos ou passa a pasta, você fecha a torneira
( ) A torneira fica todo o tempo aberta
5. Se for somado o tempo total em que a torneira fica aberta, enquanto você lava as mãos ou escova os dentes, qual a única alternativa abaixo que mais se aplica ao seu caso?
( ) Menor do que 10 seg ( ) 10 seg ( ) 15 seg ( ) 20 seg ( ) Mais do que 20 seg
143
6. Quantas vezes, no horário de trabalho, você utiliza cada local abaixo para urinar? Indique o número de vezes ao lado de cada local utilizado.
( ) Vestiário ( ) Anexo do Refeitório ( ) Pipe-shop ( ) Almoxarifados ( ) Prédio da SOP
( ) Prédio de Escritórios ( ) Sanitário químico ( ) Outros Sanitários da Rlam
7. De 10 vezes que você vai ao sanitário para urinar:
( ) Todas as 10 vezes você utiliza o mictório ( ) Todas as 10 vezes você utiliza o vaso sanitário
( ) Usa o mictório pelo menos até 8 vezes ( ) Usa o vaso sanitário pelo menos até 8 vezes
8. Indique a resposta que mais se aplica a você:
( ) Só uso o mictório quando não tem vaso sanitário disponível
( ) Não uso o mictório porque as divisórias não me dão privacidade
( ) Sempre uso o mictório e não tenho problema com privacidade
9. Quantas vezes, por dia de trabalho, você toma banho no vestiário?
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) Mais de 2 vezes ( ) Não faço uso do vestiário
10. Qual o seu procedimento ao tomar banho no vestiário?
( ) Não faço uso do vestiário ( ) Enquanto se ensaboa você fecha o registro
( ) O registro do chuveiro fica todo o tempo aberto
11. Se for somado o tempo total em que o registro do chuveiro fica aberto, durante o seu banho, qual a única alternativa abaixo que mais se aplica ao seu caso?
( ) Menor do que 5 min ( ) 5 min ( ) 10 min ( ) 15 min ( ) Mais do que 15 min
( ) Não faço uso do vestiário
12. Você hoje utilizou algum sanitário da RLAM para defecar?
( ) Sim ( ) Não
13. Caso sua resposta acima tenha sido “SIM”, responda as questões abaixo:
a) Qual o número de vezes? ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) Mais de 2 vezes
b) Quantas vezes você acionou a descarga do vaso sanitário, para cada uso? ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) Mais de 2 vezes
c) Informe o local que você utilizou o sanitário para defecar:
( ) Vestiário ( ) Anexo do Refeitório ( ) Pipe-shop ( ) Almoxarifados ( ) Prédio da SOP
( ) Prédio de Escritórios ( ) Sanitário químico ( ) Outros Sanitários da RLAM
14. Em sua opinião, a quantidade de água que você consome diariamente poderia ser menor e atender às suas necessidades?
( ) Sim ( ) Não
144
15. Você estaria disposto a contribuir com um programa de redução do consumo de água no seu ambiente de trabalho?
( ) Sim ( ) Não
16. Em sua opinião, a água potável, que hoje é utilizada nas descargas sanitárias e na lavagem dos pisos, poderia ser substituída por uma água tratada, que já tenha sido utilizada no banho e nas torneiras de lavatórios?
( ) Sim ( ) Não
17. Você já realizou alguma mudança nos seus hábitos para redução do consumo de água?
( ) Sim ( ) Não
18. Se a resposta anterior foi “Sim”, descreva a mudança:
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Agradecemos a sua colaboração!
145
ANEXO I – Tabelas com os resultados obtidos nas questões da pesquisa
Questão 01 – Participação dos ambientes no uso dos sanitários
Número de pessoas
Homens Mulheres Local
Qtde % Qtde % Vestiários 172 52% 26 52% Anexo Refeitório 48 15% 0 0% Oficina Mont. Industrial 71 22% 0 0% Almoxarif/ Ferram. 21 6% 2 4% Oficina Manut. Predial 10 3% 1 2% Prédio Escritórios 55 17% 12 24% Sanitário Químico 144 44% 2 4% Outros Sanitários 97 30% 21 42%
Questão 02 – Finalidades de usos das torneiras de lavatórios
Finalidades de uso Quantidade de
usuários que utilizam a opção por dia
Relação de uso da opção (%)
Lavar as mãos 359 52%
Lavar o rosto 156 23%
Escovar os dentes 167 24%
Outros 11 2% Não respondeu 5 1%
146
Questão 03– Uso do local para lavar as mãos
Local Número de Usos Total de
usuários no local
Vestiários 363 168
Anexo do Refeitório 190 119
Pipe-Shop 147 60
Almoxarifado 35 21
Prédio da SOP 40 17
Prédio de Escritórios 154 59
Sanitário Químico 0 0
Outros Sanitários da Rlam 384 136
Questão 04 - Procedimentos de usos das torneiras de lavatórios
Finalidades de uso Quantidade de
usuários que utilizam a opção por dia
Relação de uso da opção
Enquanto ensaboa as mãos ou passa a pasta, fecha a torneira. 350 93%
A torneira fica todo o tempo aberta 24 6% Não respondeu 4 1%
TOTAL 378 100
Questão 05 – Tempo de uso das torneiras de lavatório
Tempos de uso Quantidade de
usuários que utilizam a opção por dia
Relação de uso da opção
Menor do que 10 seg 145 38% 10 segundos 116 31% 15 segundos 53 14% 20 segundos 29 8% Mais do que 20 segundos 30 8% Não respondeu 5 1%
TOTAL 378 100
147
Questão 06 – Uso do local para urinar
Local Número de Usos Total de
usuários no local
Vestiários 313 158
Anexo do Refeitório 75 53
Pipe-Shop 143 55
Almoxarifado 32 17
Prédio da SOP 26 12
Prédio de Escritórios 118 50
Sanitário Químico 285 109
Outros Sanitários da Rlam 226 91
Questão 07 – Quantidade de uso de vasos e mictórios para urinar
Quantidade de usos Quantidade de usos da opção
por dia
Relação de uso da opção (%)
Todas as 10 vezes você utiliza o mictório 142 43%
Todas as 10 vezes você utiliza o vaso sanitário 19 6%
Usa o mictório pelo menos até 08 vezes 115 35% Usa o vaso sanitário pelo menos até 08 vezes 35 11% Não respondeu 17 5%
TOTAL 328 100
148
Questão 08 – Receptividade ao uso de mictórios
Opções de uso Quantidade de usuários para a
opção
Relação de usuários para a
opção Só uso o mictório quando não tem vaso sanitário disponível 60 18%
Não uso o mictório porque as divisórias não me dão privacidade 21 6%
Sempre uso o mictório e não tenho problema com privacidade 239 73%
Não respondeu 8 2%
TOTAL 328 100
Questão 09 – Quantidade diária de usos dos chuveiros
Quantidade de usos dos chuveiros Número de
usuários para a opção
Relação de usuários para a
opção
01 vez 215 57%
02 vezes 54 14%
Mais de 02 vezes 1 0% Não faço uso do vestiário 102 27% Não respondeu 6 2%
TOTAL 378 100 Questão 10 – Procedimento no uso dos chuveiros
Opções de procedimento Número de
usuários para a opção
Relação de usuários para a
opção
Não faço uso do vestiário 106 28%
Enquanto se ensaboa você fecha o registro 237 63%
O registro do chuveiro fica todo o tempo aberto 27 7% Não respondeu 8 2%
TOTAL 378 100
149
Questão 11 – Tempo de uso dos chuveiros dos vestiários
Opções de tempo Número de usuários para a opção
Relação de usuários para a
opção
Menor do que 5 minutos 112 30%
5 minutos 99 26%
10 minutos 47 12%
15 minutos 7 2%
Mais do que 15 minutos 5 1%
Não faço uso do vestiário 102 27%
Não respondeu 6 2%
TOTAL 378 100
Questão 12 – Uso do vaso para defecar
Opções Número de usuários para a opção
Relação de usuários para a
opção
Sim 116 53%
Não 102 47%
Não respondeu 0 0%
TOTAL 378 100
Questão 13a – Quantidade diária de usos dos vasos para defecar
Opções Número de
usuários para a opção
Relação de usuários para a
opção
01 vez 85 73%
02 vezes 23 20%
Mais de 02 vezes 8 7% Não respondeu 0 0%
150
Questão 13b – Quantidade de acionamentos da descarga para defecar
Opções Número de usuários para a opção
Relação de usuários para a
opção
01 vez 102 88%
02 vezes 10 9%
Mais de 02 vezes 4 3% Não respondeu 0 0%
Questão 13c – Local utilizado para uso do vaso para defecar
Local Quantidade de usuários
Parcela de usuários (%)
Vestiários 31 27% Anexo Refeitório 12 10% Oficina Mont. Industrial 14 12% Almoxarif/ Ferram. 4 3% Oficina Manut. Predial 6 5% Prédio Escritórios 5 4% Sanitário Químico 27 23% Outros Sanitários 25 22%
Questão 14 – Disposição para redução do consumo de água
Opções Número de usuários para a opção
Relação de usuários para a
opção
Sim 252 67%
Não 122 32%
Não respondeu 4 1%
TOTAL 378 100
151
Questão 15 – Disposição para contribuição em programa de redução de consumo de
água
Opções Número de usuários para a opção
Relação de usuários para a
opção
Sim 354 93%
Não 14 4%
Não respondeu 10 3%
TOTAL 378 100 Questão 16 – Receptividade ao reuso de água
Opções Número de usuários para a opção
Relação de usuários para a
opção
Sim 314 83%
Não 52 14%
Não respondeu 12 3%
TOTAL 378 100 Questão 17 – Mudança de hábitos em relação ao consumo de água
Opções Número de usuários para a opção
Relação de usuários para a
opção
Sim 224 60%
Não 145 38%
Não respondeu 9 2%
TOTAL 378 100
152
ANEXO J – Tela de entrada do sistema de dimensionamento do reservatório de água de chuva
Demanda Total OFERTA numero de pessoas 397,0 Área de telhado 2.715,0 m² Consumo per capita 12,0 litros/dia Chuva Anual Total 1.464,6 mm Consumo Total 4.764,0 litros/dia 4,8 m³ Coef de captaçao 0,80
Demanda para água de chuva INDICADORES
Consumo anual Total: 1.738,9 m³ Consumo per capita a ser atendido com chuva 9,0 litros/dia Demanda anual para chuva: 1.304,1 m³ Consumo a ser atendido com chuva 3.573,0 litros/dia 3,6 m³ Produçao anual do telhado: 3.181,0 m³ Relação Prod telhado/Demanda 243,9%
Reservatórios Transbordo anual (médio) 2.312,1 m³ Capacidade do Reservatório 20,00 m³ 20.000,0 litros Rel transbordo/prod telhado 73% Percentual da demanda anual atendida 65,5% a 68,2%
Demanda anual atendida (média) 66,8% Volume total da rede: 867,1 m³ Volume substituído: 871,8 m³ Volume anual da rede para suprir deficit 449,6 m³ a 415,1 m³ Demanda total atendida: 50,1%
Média 432,3 m³ dias atendidos integralmente 63,4% Defict/ Demanda anual 34,5% a 31,8% dias atendidos parcialmente 7,4% Volume inicial de água no reservatorio 20,0 m³ 20.000,0 litros Retorno do investimento: 4,8 anos
Cohim, Almeida, Kiperstok, (2007)
153
ANEXO K – Vazões e pesos relativos nos pontos de utilização. Método da ABNT
Aparelho Sanitário Peças de Utilização Vazão de Projeto (l/s) Peso Relativo
Bacia sanitária Caixa de descarga Válvula de descarga
0,15 1,70
0,3 3,2
Banheira Misturador (água fria) 0,30 1
Bebedouro Registro de pressão 0,10 0,1
Bidê Misturador (água fria) 0,10 0,1
Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 0,20 0,4
Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,10 0,1
Lavadora de pratos ou de roupas Registro de pressão 0,30 1
Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 0,15 0,3
Mictório cerâmico com sifão integrado Válvula de descarga 0,50 2,8
Mictório cerâmico sem sifão integrado
Caixa de descarga, registro de pressão ou válvula de descarga de
0,15 0,3
Mictório tipo calha Caixa de descarga ou registro de pressão 0,15 / m de calha 0,3
Pia Torneira ou misturador (água fria) Torneira elétrica
0,25 0,10
0,7 0,1
Tanque Torneira 0,25 0,7
Torneira de jardim ou lavagem em geral Torneira 0,20 0,4
NBR 5626 (1998)
2
UFBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
PROGRAMA DE ENGENHARIA INDUSTRIAL - PEI
MESTRADO PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS
AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO
Rua Aristides Novis, 02, 6º andar, Federação, Salvador BA CEP: 40.210-630
Tels: (71) 3283-9800 E-mail: [email protected]
Home page: http://www.pei.ufba.br