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CORRENTES PEDAGÓGICAS CONTEMPORÂNEAS: CORRENTE RACIONAL- TECNOLÓGICA MARIA LUCIVÂNIA SOUZA DOS SANTOS PÓS-GRADUANDA EM NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) CONFINS-MG, 28 DE FEVEREIRO DE 2016

Correntes Pedagógicas Contemporâneas

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CORRENTES PEDAGÓGICAS CONTEMPORÂNEAS:

CORRENTE RACIONAL-TECNOLÓGICA

MARIA LUCIVÂNIA SOUZA DOS SANTOSPÓS-GRADUANDA EM NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)CONFINS-MG, 28 DE FEVEREIRO DE 2016

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CORRENTE PEDAGÓGICA RACIONAL-TECNOLÓGICA

• A corrente pedagógica racional-tecnológica corresponde à concepção que associa a educação como elemento a serviço de uma formação voltada para o sistema produtivo.

Foto: FATEC Itapetininga

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CORRENTE PEDAGÓGICA RACIONAL-TECNOLÓGICA

• Envolve os conceitos de neotecnicismo, teoria do capital humano, pedagogia da exclusão e pedagogia das competências.

• Além disso, pressupõe a formulação de objetivos e conteúdos, padrões de desempenho, competências e habilidades com base em critérios científicos e técnicos.

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CONTEXTO HISTÓRICO: REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA

• De acordo com Saviani (2014), a crise da sociedade capitalista, que despontou na década de 1970, norteou a reestruturação dos processos produtivos, revolucionando a base técnica da produção e conduzindo à substituição do fordismo pelo toyotismo.

• O modelo toyotista, que envolve a ideia de qualidade total, flexibilidade, entre outros conceitos, pressupõe “métodos que buscam otimizar o tempo, espaço, energia, materiais, trabalho vivo, aumentar a produtividade, a qualidade dos produtos e, consequentemente, o nível de competitividade e a taxa de lucro.” (FRIGOTTO, 2013, p. 93).

Foto: Pensar, Comunicar, Debater

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NOVO PAPEL DA ESCOLA E TEORIA DO CAPITAL HUMANO

• Diante dessa realidade, se tornou essencial que as escolas formassem esses trabalhadores polivalentes, responsabilizados por manter a sua empregabilidade.

• Essa crença de que a educação pode contribuir para o processo econômico-produtivo, segundo Saviani (2014), é um ponto central da “teoria do capital humano”, teoria que surgiu no período dominado pela economia keynesiana e pela política do Estado de bem-estar, que, na chamada era de ouro do capitalismo, preconizavam o pleno emprego.

Foto: ACOM sistemas

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PEDAGOGIA DA EXCLUSÃO: EM BUSCA DA QUALIDADE TOTAL

• Essa responsabilização está assentada na ideia de exclusão, pressuposta ao se admitir que nem todos terão lugar dentro da ordem econômica capitalista vigente, além disso, cada vez mais vem se dispensando mão de obra diante da diminuição das vagas de emprego, agora substituídas por máquinas (desemprego estrutural).

Foto: Semana On

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LEMA “APRENDER A APRENDER”

• No mesmo ritmo incentivado pelo neoprodutivismo e a “pedagogia da exclusão”, é criado o lema “aprender a aprender”, tão difundido na atualidade, e que remete ao núcleo das ideias pedagógicas escolanovistas.

• De acordo com Saviani (2014), o “aprender a aprender” passa a ser relacionado com a necessidade de formação continuada ou atualização para que o indivíduo consiga ampliar o seu campo de empregabilidade.

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LEMA “APRENDER A APRENDER”

• Duarte (2006) aponta o papel ideológico desempenhado pela apropriação das ideias de Vigotski pelo universo ideológico neoliberal e pós-moderno, como mantenedora da hegemonia burguesa no campo educacional, destacando que, “mais do que um lema, o ‘aprender a aprender’ significa, para uma ampla parcela dos intelectuais da educação na atualidade, um verdadeiro símbolo das posições pedagógicas mais inovadoras, progressistas [...]” (p. 1).

Foto: UOL

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LEMA “APRENDER A APRENDER”

• Segundo Duarte (2006), nesse contexto, o lema “aprender a aprender” passa a ser disseminado nos meios educacionais, pregando que à escola não caberia a tarefa de transmitir o saber objetivo, mas preparar os indivíduos para aprenderem aquilo que deles venha ser exigido no seu processo de adaptação às relações sociais assentadas no capitalismo contemporâneo.• Essa ideia deve ser tomada para reflexão, uma vez que as orientações

que seguem desse lema são, inclusive, propagadas nas orientações curriculares nacionais (PCN) elaboradas por iniciativa do MEC para servir de referência à organização dos currículos de todas as escolas do país.

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CORRENTE RACIONAL-TECNOLÓGICA: IMPLICAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO

• A apropriação da corrente racional-tecnológica e suas diversas variantes (pedagogia da exclusão, pedagogia das competências, “aprender a aprender”) aproxima, cada vez mais, a escola à lógica de mercado. • A ideia é ofertar uma educação que atenda às exigências do mundo

empresarial, indo na contramão de uma formação geral e crítica. • Como consequência temos um ensino voltado para resultados

quantitativos, voltado para os interesses do mercado, deixando de priorizar uma formação mais ampla do indivíduo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• DUARTE, Newton. Vigotski e o "aprender a aprender": crítica às apropriações neoliberais e pós-modernas da teoria Vigotskiana. Autores Associados, 2006.• FRIGOTTO, Gaudêncio. Os delírios da razão: Crise do capital e

metamorfose conceitual no campo educacional. In.: GENTILI, P. (org.). Pedagogia da exclusão: critica ao neoliberalismo em educação. 19 ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. • SAVIANI, Demerval. História das ideias pedagógicas no

Brasil. 4. Ed. Campinas-SP: Autores Associados, 2014.