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Wilhelm Wilhelm Dilthey Dilthey (1833-1911)(1833-1911)
Dilthey: professor em Berlim, onde sucedeu na cátedra a Lotze.
Seu propósito consiste antes de tudo em completar a obra de Kant com uma epistemologia das ciências do espíritoo, através de uma “crítica da razão histórica”, paralela à “crítica da razão pura”.
RUDOLF HERMANN LOTZERUDOLF HERMANN LOTZE
•(1817-1881) foi um filósofo e lógico alemão.•Também contava com uma graduação de médico e era muito versado em biologia. •Os seus estudos contribuiram para o campo da psicologia científica.
OBRAS HISTÓRICASOBRAS HISTÓRICASVida de Schleiermacher (1867-70)A intuição da vida no Renascimento e na
Reforma (1891-1900)A história do jovem Hegel (1905-1906)Experiência vivida e poesia, (1905)As três etapas da estética moderna, (1892)
OBRAS FILOSÓFICASOBRAS FILOSÓFICASIntrodução às ciências do espírito (1883)Idéias para uma psicologia descritiva e analítica (1894)Contribuição para o estudo da individualidade (1896)Estudos sobre os fundamentos das ciências do espírito
(1905)A construção do mundo histórico e as ciências e no
espírito (1910)Os tipos de intuição do mundo (1911)Novos estudos sobre a construção do mundo histórico
nas ciências e no espírito (póstumo)
Os últimos escritos - os Os últimos escritos - os posteriores a 1905, são os mais posteriores a 1905, são os mais importantes visto conterem a importantes visto conterem a
expressão mais amadurecida do expressão mais amadurecida do pensamento de Dilthey.pensamento de Dilthey.
HISTORICISMOHISTORICISMOtoda a filosofia que reconhece
como sua tarefa exclusiva ou fundamental a determinação da natureza e da validade dos instrumentos do saber histórico
OBJETIVOOBJETIVOdeterminar os instrumentos do
conhecimento histórico e, portanto, os objetos possíveis desses instrumentos
CARACTERÍSTICASCARACTERÍSTICAS1) Supõe que os objetos do
conhecimento histórico tem um caráter específico que os distingue dos objetos do conhecimento natural.
A diferença entre história e natureza é portanto óbvia, e desenvolveu-se paralelamente à fase positivista das ciências naturais.
CARACTERÍSTICASCARACTERÍSTICAS2) O historicismo supõe que os
instrumentos do conhecimento histórico são, pela sua natureza ou, quanto mais não seja, pela sua modalidade, diferentes dos utilizados pelo conhecimento natural.
Surge aqui (como em Kant), o problema de remontar do conhecimento histórico às condições que o tornam possível, ou seja, que estão na base da sua validade.
RESUMORESUMOcaracterizar a
natureza específica do objeto do conhecimento histórico (ou em geral das ciências culturais)
esclarecer quais os seus instrumentos
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS DO ESPÍRITO
TESES FUNDAMENTAIS
1ª) O objeto das ciências do espírito é, em primeiro lugar, o homem nas suas relações sociais, ou seja, na sua história. A historicidade essencial ou historicidade essencial ou constitutiva do homem constitutiva do homem e, em geral, do mundo humano
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS DO ESPÍRITO
TESES FUNDAMENTAIS
2ª) O mundo histórico é constituído por indivíduos que, enquanto “unidades psicofísicas vivas”, são os elementos fundamentais da sociedade: é por isso que o objetivo das ciências do espírito é “o de reunir o singular e o individual na realidade histórico-social, de observar como as concordâncias (sociais) agem na formação do singular”.
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS DO ESPÍRITO
TESES FUNDAMENTAIS
3ª) Objeto das ciências do espírito não é externo ao homem mas interno: não é conhecido, como o objeto natural, através da experiência externa, mas sim através da experiência interna, a única pela qual o homem se apreende a si mesmo.
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS DO ESPÍRITO
TESES FUNDAMENTAIS
4ª) Dilthey chama de Erlebnis (experiência vivida) a esta experiência interna e considera-a como a fonte donde o mundo externo retira “a sua origem autônoma e o seu material”
EXPERIÊNCIA EXPERIÊNCIA INTERNAINTERNA
JOHN LOCKE (1632-1704)
WILHELM DILTHEY (1833-1911)
REFLEXÃO É a segunda fonte das
idéias (a primeira é a sensação)
Percepção das experiências internas
São oriundas das São oriundas das sensações do mundo sensações do mundo exteriorexterior
percepção, pensar, duvidar, acreditar, raciocinar, conhecer, querer e de todas as diversas ações do nosso próprio espírito...
ERLEBNISÉ a fonte donde o É a fonte donde o
mundo externo retira “a mundo externo retira “a sua origem autônoma e sua origem autônoma e o seu materialo seu material
Possui não só o caráter de uma representação mas, também, o do sentimento e da vontade
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS DO ESPÍRITO
TESES FUNDAMENTAIS
4a) Distinção fundamental entre ciência da natureza e ciência do espírito (Geisteswissenshaften): as primeiras têm um caráter exclusivamente teórico: as segundas, devido ao órgão que lhes é próprio (a experiência vivida), têm simultaneamente caráter teórico, sentimental e prático.
Nos Nos Estudos para a fundação das ciências do espírito (1910) e (1910) e A
construção do mundo histórico nas ciências do espírito (1910), ele (1910), ele
apresenta em forma definitiva o seu apresenta em forma definitiva o seu projeto de fundamentação das projeto de fundamentação das
ciências do espíritociências do espírito. .
Erlebnis e ErlebenErlebnis e ErlebenErlebnis: (experiência vivida)
é uma etapa do ErlebenErleben: (vida) aquilo que é
comum às ciências do espírito, ou seja, o que constitui o seu domínio, é “que todas elas estão baseadas no Erleben
Em outras palavras, a corrente da Em outras palavras, a corrente da vida se realiza em complexo de vida se realiza em complexo de
objetivações cujo significado deve objetivações cujo significado deve ser entendido graças ao esforço de ser entendido graças ao esforço de
compreensão: : ““Os estados de consciência se
expressam continuamente em sons, em gestos de vulto, em palavras e
têm sua objetividade em instituições, estados, igrejas e
institutos científicos – e precisamente nessas conexões é
que se move a história”.”.
AUTONOMIA DAS CIÊNCIAS AUTONOMIA DAS CIÊNCIAS DO ESPÍRITODO ESPÍRITOÉ o nexo entre Erleben, expressão e
entender que institui a peculiaridade do mundo humano e fundamenta a autonomia das ciências do espírito.
Esse nexo não pode ser encontrado na natureza nem nas ciências naturais.
Dilthey viu na expressão e no entender os elementos que, unidos à experiência vivida, dão a esta última universalidade, comunicabilidade e objetividade, constituindo portanto, juntamente com ela, a atitude fundamental das ciências do espírito.
ATITUDE FUNDAMENTALATITUDE FUNDAMENTALEsta atitude torna-se possível
pelo fato de essa experiência vivida estar sempre ligada ao entendimento ou compreensão de outras experiências vividas que nos dão dadas sob a forma de expressão
EXPRESSÃOEXPRESSÃOExpressão: um “processo em que,
de forma externa, reconhecemos algo interno”.
O homem deixa de estar isolado, a sua vida deixa de estar fechada na intimidade do seu eu, pois encontra em si mesma uma existência autônoma e um desenvolvimento próprio.
As relações com a natureza externa e com os outros homens pertencem à sua vida e encontram o seu órgão fundamental no compreender.
A VIDA (ERLEBEN)A VIDA (ERLEBEN) torna-se espírito objetivo, isto é, se objetiva
em instituições (Estados, igrejas, sistemas jurídicos, movimentos religiosos, filosóficos, literários e artísticos, sistemas éticos etc.)
E o entender, na referência retrospectiva, dá origem às ciências do espírito: tais disciplinas são a história, a economia política, as ciências do direito e do Estado, a ciência da religião, o estudo da literatura e da poesia, da arte figurativa e da música, das intuições do mundo e dos sistemas filosóficos e, por fim, a psicologia.
Todas essas ciências se referem ao mesmo grande fato: o gênero humano, isto é, a realidade histórico-social do homem.
GEISTESWISSENSCHAFTGEISTESWISSENSCHAFT Uma realidade que tem um lado externo
investigável pelas ciências naturais, claro, mas cujo lado interno – o significado ou essência – só pode ser alcançado pelas ciências do espírito.
E pode ser alcançado porque, através do entender – que é “um encontro do eu no tu” -, o homem pode compreender as obras e as instituições dos homens.
O entender é, deste ponto de vista, o reviver e o reproduzir a experiência de outrem: é assim possível um sentir em conjunto com os outros e um participar das suas emoções.
No compreender realiza-se pois a unidade do sujeito e do objeto que é característica das ciências do espírito.
““Aqui, o sujeito do saber é Aqui, o sujeito do saber é idêntico ao seu objeto”, pois idêntico ao seu objeto”, pois
“aqui a vida capta a vida”. Em “aqui a vida capta a vida”. Em suma, o entender é possível suma, o entender é possível porque “a alma anda pelos porque “a alma anda pelos
caminhos habituais, nos quais já caminhos habituais, nos quais já gozou e sofreu, sofreu e agiu gozou e sofreu, sofreu e agiu
em situações de vida em situações de vida semelhantes. Há infinitas semelhantes. Há infinitas
estradas no passado e nos estradas no passado e nos sonhos do futuro”. sonhos do futuro”.
Através de uma “Através de uma “transferência interior”, uma ”, uma ““empatia” (” (MitfühlenMitfühlen) e uma “) e uma “penetração
simpatética”, o homem pode reviver várias ”, o homem pode reviver várias outras existências: outras existências:
““Diante dos confins impostos pelas Diante dos confins impostos pelas circunstâncias, abrem-se para ele outras circunstâncias, abrem-se para ele outras
belezas do mundo e outras regiões da vida belezas do mundo e outras regiões da vida (...) Em termos gerais, ligado às realidades e (...) Em termos gerais, ligado às realidades e
por elas determinado, o homem vem a se por elas determinado, o homem vem a se libertar não somente mediante a arte – o libertar não somente mediante a arte – o que tem ocorrido com maior freqüência -, que tem ocorrido com maior freqüência -,
mas também através da compreensão mas também através da compreensão daquilo que é históricodaquilo que é histórico”.”.
CATEGORIAS DA RAZÃO CATEGORIAS DA RAZÃO HISTÓRICAHISTÓRICAo compreender realiza-se através
de diversos instrumentos que constituem as categorias da razão histórica
os modos de apreensão do mundo histórico e as estruturas fundamentais do mundo histórico.
CATEGORIAS DA RAZÃO CATEGORIAS DA RAZÃO HISTÓRICAHISTÓRICA1a) sobre a qual se baseiam
todas as outras, é a vida vida não é, para Dilthey,
nem uma noção biológica nem um conceito metafísico, mas sim a existência do indivíduo singular nas suas relações com os outros indivíduos.
Ela é pois a própria situação do homem no mundo, sempre determinada espacial e temporalmente, pelo que compreende inclusive todos os produtos da atividade humana associada e o modo como os indivíduos os executam ou os avaliam.
2a) conexão dinâmica A conexão dinâmica
distingue-se da conexão causal da natureza na medida em que “produz valores e realiza fins”
Dilthey fala por isso do caráter “teleológico-imanente” da conexão dinâmica e considera como conexões dinâmicas (ou ‘estruturais’, como também afirma) os indivíduos, as instituições, a comunidade, a civilização, a época histórica e a própria totalidade do mundo histórico que é constituída por um número infinito de conexões estruturais..
AUTO-CENTRALIDADEAUTO-CENTRALIDADEO traço característico da estrutura
é a auto-centralidade: toda a estrutura tem o seu centro em si própria.
Assim como o indivíduo, afirma Dilthey, também qualquer sistema cultural, ou qualquer comunidade, tem o seu centro em si mesmo
Nele se ligam num todo único a interpretação da realidade, a valorização e a produção de bens”.
SIGNIFICADOSIGNIFICADOEsta auto-centralidade
estabelece entre as partes e o todo de uma estrutura uma relação que constitui o seu significado
O significado de uma estrutura qualquer pode por isso ser determinado a partir dos valores e dos fins em que ela se centra.
Assim, Dilthey busca o Assim, Dilthey busca o fundamental de sua fundamental de sua
epistemologia numa psicologia epistemologia numa psicologia que, longe de possuir a que, longe de possuir a
estrutura própria das ciências estrutura própria das ciências naturais, permita compreender naturais, permita compreender
ao homem como entidade ao homem como entidade histórica e não como um ente histórica e não como um ente
imutável, uma natureza ou uma imutável, uma natureza ou uma substância. substância.