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Didáxis Cooperativa de Ensino, RA Teste de HCA Módulo III Cotação da questão Cotação da questão 1. Texto A - “A fundação de um quadro mental unificador, através da recolha das heranças do conhecimento antigo, como forma de estruturar uma sociedade arrasada, territorialmente disseminada e culturalmente debilitada, que os homens medievais encetaram implicou a necessidade de desenvolver formas, instituições, que assegurassem a busca, a guarda, a manutenção e a multiplicação desse bem precioso - o saber. Estas instituições foram os Mosteiros, onde a custódia do saber era confiada aos Monges que tinham como obrigação cultivar a leitura da Bíblia e a oração; a "regula de San Benedicti", redigida por Bento de Núrsia no ano de 529, foi a base das regras monásticas durante a organização do Império de Carlo Magno, no século IX.” Hugo Lopes, Os mosteiros medievais como edifícios de saber 1.1 Justifica a importância dos mosteiros beneditinos na unificação cultural do Ocidente. Os mosteiros beneditinos e os seus monges copistas, ao assumirem o papel de guardiães do saber, ao serviço da difusão do Evangelho e da conservação da herança cultural greco-latina, tiveram um papel fundamental na unificação cultural do ocidente, recolhendo as heranças do conhecimento antigoe procurando estruturar uma sociedade arrasada, territorialmente disseminada e culturalmente debilitada. Neste processo, o papel dos monges beneditinos foi essencial, obrigados que estavam, pela regra, não só à oração e à leitura das Escrituras, mas também ao trabalho intelectual. 1.2 Refere a importância económica das abadias e mosteiros. A importância económica das abadias, ao modificarem o seu espaço circundante, fazendo o arroteamento de matas, a secagem de pântanos, ao aplicarem e experimentarem novas técnicas agrícolas e ao incentivarem a criação de ofícios artesanais, foi essencial para a conformação de uma Europa que viria a emergir com o Renascimento. 1.3 Explica o papel da Igreja após as invasões. Face à desorganização administrativa, económica e social e à fragmentação do Império Romano produzida pelas invasões germânicas, praticamente apenas a Igreja conseguiu manter-se como instituição, ajudando e protegendo as populações. Consolidando sua estrutura religiosa, foi difundindo o Cristianismo entre os povos “bárbaros”, enquanto preservava muitos elementos da cultura greco-romana, criando normas de comportamento social, religioso e moral através de uma intensa atividade pedagógica. 1.4 Identifica a nova época histórica iniciada com as invasões bárbaras ou germânicas. A nova época histórica iniciada com as invasões foia Idade Média. 2. Observa a Figura 1 e lê o Texto B. Texto B «A planta das igrejas de peregrinação parece desenhada pelas multidões que as percorrem, pela ordem da sua marcha e das suas estações, pelos seus pontos de paragem e seu escoamento. Por vezes, um vasto nártex, lembrança da antiga igreja dos catecúmenos, precede a igreja e serve-lhe de vestíbulo, igreja ela própria, com a sua nave principal, as suas naves secundárias e o seu andar. A igreja propriamente dita é de três e por vezes cinco naves. Alberga assim a multidão que se acumula e impõe-lhe uma ordem, abrindo nessa matéria movediça sulcos paralelos. Um transepto simples ou duplo, para o qual se abrem capelas orientadas, desenha na planta duas ou quatro saliências, e os braços monumentais têm as proporções de uma igreja transversal que se insere na igreja principal. Mas não interrompem o percurso do peregrino. Oferecendo à multidão acesso e saídas secundárias, pertencem também a essa topografia arquitetónica da peregrinação que permite um percurso contínuo no interior do edifício, desde a fachada ocidental até às capelas da abside e das capelas da abside à fachada ocidental.» Henri Focillon, Arte do Ocidente, Lisboa, Editorial Estampa, 1993 2.1 Refere quatro das características da planta da catedral românica de peregrinação, recorrendo à observação da Figura 1 e à leitura do Texto B. Na arquitetura românica pretendia-se que a igreja constituísse a representação de toda a criação divina sobre a Terra: a planta de cruz latina (alusão simbólica à imagem de Cristo na Cruz), a cobertura em abóbadas de canhão e as naves laterais em arcadas de meio ponto, constituem os elementos principais, com a cabeceira (lugar do altar) e o portal (espaço para esculturas e baixos-relevos) de um templo românico. O texto refere algumas caraterísticas próprias de um templo românico, tais como por vezes, um vasto nártex, a sua nave principal, as suas naves secundárias, três e por vezes cinco naves, transepto simples ou duplo, capelas da abside. 2.2 Faz a legenda dos pontos assinalados na figura 1. 5 DEPARTAMENTO CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS ANO LETIVO 2012 /2013 TESTE DE HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES MÓDULO III A CULTURA DO MOSTEIRO 2TAAR1114 ALUNO ____________________________________ N.º _____ FEVEREIRO DE 2013 PROFESSORA: TERESA GONÇALVES A. Torre sineira B. Nave central C. Nave lateral D. Cruzeiro E. Transepto F. Absidíolos G. Abside Figura 1

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1. Texto A - “A fundação de um quadro mental unificador, através da recolha das

heranças do conhecimento antigo, como forma de estruturar uma sociedade arrasada, territorialmente disseminada e culturalmente debilitada, que os homens medievais encetaram implicou a necessidade de desenvolver formas, instituições, que assegurassem a busca, a guarda, a manutenção e a multiplicação desse bem precioso - o saber. Estas instituições foram os Mosteiros, onde a custódia do saber era confiada aos Monges que tinham como obrigação cultivar a leitura da Bíblia e a oração; a "regula de San Benedicti", redigida por Bento de Núrsia no ano de 529, foi a base das regras monásticas durante a organização do Império de Carlo Magno, no século IX.” Hugo Lopes, Os mosteiros medievais como edifícios de saber

1.1 Justifica a importância dos mosteiros beneditinos na unificação cultural do Ocidente.

Os mosteiros beneditinos e os seus monges copistas, ao assumirem o papel de guardiães do saber, ao serviço da difusão do Evangelho e da conservação da herança cultural greco-latina, tiveram um papel fundamental na unificação cultural do ocidente, recolhendo as “ heranças do conhecimento antigo” e procurando “estruturar uma sociedade arrasada, territorialmente disseminada e culturalmente debilitada”. Neste processo, o papel dos monges beneditinos foi essencial, obrigados que estavam, pela regra, não só à oração e à leitura das Escrituras, mas também ao trabalho intelectual.

1.2 Refere a importância económica das abadias e mosteiros.

A importância económica das abadias, ao modificarem o seu espaço circundante, fazendo o arroteamento de matas, a secagem de pântanos, ao aplicarem e experimentarem novas técnicas agrícolas e ao incentivarem a criação de ofícios artesanais, foi essencial para a conformação de uma Europa que viria a emergir com o Renascimento.

1.3 Explica o papel da Igreja após as invasões.

Face à desorganização administrativa, económica e social e à fragmentação do Império Romano produzida pelas invasões germânicas, praticamente apenas a Igreja conseguiu manter-se como instituição, ajudando e protegendo as populações. Consolidando sua estrutura religiosa, foi difundindo o Cristianismo entre os povos “bárbaros”, enquanto preservava muitos elementos da cultura greco-romana, criando normas de comportamento social, religioso e moral através de uma intensa atividade pedagógica.

1.4 Identifica a nova época histórica iniciada com as invasões bárbaras ou germânicas.

A nova época histórica iniciada com as invasões foia Idade Média.

2. Observa a Figura 1 e lê o Texto B.

Texto B «A planta das igrejas de peregrinação parece desenhada pelas multidões que as percorrem, pela ordem da sua marcha e das suas estações, pelos seus pontos de paragem e seu escoamento. Por vezes, um vasto nártex, lembrança da antiga igreja dos catecúmenos, precede a igreja e serve-lhe de vestíbulo, igreja ela própria, com a sua nave principal, as suas naves secundárias e o seu andar. A igreja propriamente dita é de três e por vezes cinco naves. Alberga assim a multidão que se acumula e impõe-lhe uma ordem, abrindo nessa matéria movediça sulcos paralelos. Um transepto simples ou duplo, para o qual se abrem capelas orientadas, desenha na planta duas ou quatro saliências, e os braços monumentais têm as proporções de uma igreja transversal que se insere na igreja principal. Mas não interrompem o percurso do peregrino. Oferecendo à multidão acesso e saídas secundárias, pertencem também a essa topografia arquitetónica da peregrinação que permite um percurso contínuo no interior do edifício, desde a fachada ocidental até às capelas da abside e das capelas da abside à fachada ocidental.»

Henri Focillon, Arte do Ocidente, Lisboa, Editorial Estampa, 1993

2.1 Refere quatro das características da planta da catedral românica de peregrinação,

recorrendo à observação da Figura 1 e à leitura do Texto B. Na arquitetura românica pretendia-se que a igreja constituísse a representação de toda a

criação divina sobre a Terra: a planta de cruz latina (alusão simbólica à imagem de Cristo na Cruz), a cobertura em abóbadas de canhão e as naves laterais em arcadas de meio ponto, constituem os elementos principais, com a cabeceira (lugar do altar) e o portal (espaço para esculturas e baixos-relevos) de um templo românico.

O texto refere algumas caraterísticas próprias de um templo românico, tais como “por vezes, um vasto nártex”, “a sua nave principal”, “as suas naves secundárias”, “três e por vezes cinco naves”, “transepto simples ou duplo”, “capelas da abside”. 2.2 Faz a legenda dos pontos assinalados na figura 1.

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DEPARTAMENTO CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

ANO LETIVO

2012 /2013

TESTE DE HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES

MÓDULO III – A CULTURA DO MOSTEIRO 2TAAR1114

ALUNO ____________________________________ N.º _____ FEVEREIRO DE 2013 PROFESSORA: TERESA GONÇALVES

A. Torre sineira B. Nave central C. Nave lateral D. Cruzeiro

E. Transepto F. Absidíolos G. Abside

Figura 1

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3. Em finais do século XI, já existiam, no nosso país, mosteiros beneditinos de arquitetura românica.

3.1 Identifica o templo representado na Figura 2.

A figura 2 representa a igreja de S. Pedro de Rates, no concelho da Póvoa de Varzim. 3.2 Carateriza a fachada deste edifício.

A fachada da igreja de S. Pedro de Rates é assimétrica e apresenta um pórtico bem dimensionado, franqueado por dois robustos contrafortes e estruturado em cinco arquivoltas assentes em colunelos profusamente decorados.

3.3 Identifica o estilo arquitetónico a que corresponde.

Esta igreja insere-se na arquitetura românica.

3.4 Seleciona a alternativa que identifica as características desta igreja:

A. Inscrição da igreja em zona urbana, fachada assimétrica e portal com arquivoltas. B. Inscrição da igreja em zona rural, fachada simétrica e portal sem arquivoltas. C. Inscrição da igreja em zona rural, fachada assimétrica e portal com arquivoltas. D. Inscrição da igreja em zona urbana, fachada simétrica e portal sem arquivoltas.

4. Lê os textos C e D e observa a figura 3. Texto C - “Quando Gregório I, O Grande, Papa de 590 a

604, constatando a dificuldade de fazer chegar a palavra de Deus a uma população sobretudo analfabeta, proclamou que a imagem é a escrita dos iletrados, fez dessa imagem, da figuração sacra, um texto para ser lido e entendido por toda a vasta cristandade, desde a regência ao povo - um processo de evangelização que tinha como suporte os muros sagrados dos edifícios de Deus. (…)

Esta abertura fez comungar todo o povo medieval nos ensinamentos sagrados e nos mais simbólicos quadros dos textos litúrgicos, contribuiu para a explosão do riquíssimo léxico figurativo sagrado que se constata no gosto pela diversidade do homem medieval, tão patente no livro figural das paredes das Igrejas e dos Mosteiros.

Hugo Lopes, Os mosteiros medievais como edifícios de saber

Texto D - «A pintura estava, na verdade, a caminho de se tornar uma forma de escrita

através de imagens.» E.H. Gombrich, A História da Arte, Londres, Phaidon, 2005

4.1 Tendo em conta o texto C, refere a subordinação da pintura e da escultura românica

em relação à arquitetura. De acordo com o texto C, o papa Gregório Magno impôs que “os muros sagrados

dos edifícios de Deus” se tornassem um suporte “da figuração sacra, um texto para ser lido e entendido por toda a vasta Cristandade”, uma vez que a esmagadora maioria da população era analfabeta – daí necessitar das imagens pintadas e esculpidas dos templos para melhor compreender a mensagem divina.

Desta forma, a escultura e a pintura românicas aparecem subordinadas à arquitetura. Isto significa que o escultor é obrigado a adaptar-se aos elementos arquitetónicos – tímpanos, capitéis, etc. – e a uma lógica geométrica própria, que impõe uma distorção das formas dos animais, plantas e pessoas esculpidas.

A pintura decora paredes, frontais de altar e retábulos, abóbadas e tetos. Divide-se em frisos horizontais, como se fosse uma banda desenhada e tem também fins didáticos e catequéticos

4.2 Explica a frase sublinhada.

Gregório Magno – o papa Gregório I, o Grande – ao afirmar que “ a imagem é a escrita dos iletrados” pretendia que a decoração dos templos fosse como que a ilustração do evangelho, uma vez que a esmagadora maioria da população era analfabeta. Tanto as paredes do templo, como os seus elementos essenciais (a cabeceira e o portal) servem de suporte a toda uma iconografia cujo objetivo é ensinar aos fiéis a Verdade da palavra de Deus.

4.3 Baseando-te no texto D, diz o que sabes sobre a pintura medieval.

A pintura medieval, sempre subordinada à arquitetura, tem finalidade didática - além de decorativa. A cor é intensa, pura e as figuras são contornadas com uma linha negra Os temas são os mesmos da escultura: Cristo em majestade (Pantocrator), os Tetramorfos, a Virgem com o Menino, temas do Antigo e Novo Testamento, dos Evangelhos apócrifos e o “Agnus Dei”. É uma pintura anti naturalista e simbólica, em que as figuras são solenes, hieráticas, distantes e severas. São figuras planas, pois não têm volume, perspetiva ou profundidade. Os fundos são neutros ou em faixas policromas para dar a impressão de intemporalidade. É uma arte feita com a mente, não com os sentidos. Não procura a beleza, mas o expressionismo.

5. Numa época em que a voz do sacerdote não possuía qualquer auxiliar, o canto desempenhou funções ministeriais: exprimia a oração de forma mais suave, favorecia o caráter comunitário da mesma e conferia amplitude e solenidade à palavra das escrituras e aos ritos. Derivado dos cantos da sinagoga judaica, e provavelmente também influenciado pelas músicas grega e romana, o canto gregoriano é uma música monódica, de ritmo livre, destinada a acompanhar os textos latinos retirados da Bíblia, enquadrados no sistema diatónico.

Figura 2

Figura 3 – O Trono de Deus, iluminura do séc XI

Figura 4 – S. Gregório Magno, iluminura do século XII.

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5.1 Baseando-te no texto, refere as funções do canto gregoriano.

O canto gregoriano é uma oração cantada, em que a palavra é superior à nota musical. Este canto, também conhecido como canto chão, foi implementado pelo papa Gregório Magno (na imagem ao lado) no ritual cristão no séc. VI – daí lhe advém o nome.

5.2 Menciona as principais caraterísticas desta expressão musical sacra.

As principais características do canto gregoriano são: as melodias são cantadas em uníssono (monódico), sem predominância de vozes, ou seja, é um canto rigorosamente homofónico; de ritmo livre, sem compasso, baseado apenas na acentuação e na palavra; cantado "à capella", isto é, sem acompanhamento de instrumentos musicais; as letras são em latim, retiradas dos textos bíblicos, sobretudo salmos.

6. Carlos Magno ampliou o Reino Franco por meio de uma política expansionista. A Igreja Católica, representada pelo Papa Leão III, vai coroá-lo imperador do Sacro Império Romano no Natal do ano 800.

6.1 Explica o significado da Coroação de Carlos Magno.

Em Dezembro de 800, Carlos Magno recebeu a coroa de imperador do Ocidente. Este acontecimento revestiu-se de grande importância politica visto que:

concedeu a Carlos Magno a qualidade de legítimo herdeiro dos imperadores romanos;

restabeleceu o Império Romano do Ocidente, transferindo a

dignidade imperial para o rei dos Francos;

unificou o Ocidente sob o mesmo poder político e também o mesmo poder espiritual - o do Cristianismo e dos papas de Roma.

6.2 Caracteriza a ação cultural deste Imperador Cristão do Ocidente.

Na época de Carlos Magno houve um certo desenvolvimento cultural, o chamado Renascimento Carolíngio, caracterizado pela promoção das atividades culturais, através da

criação de escolas, e pela vinda de sábios de várias partes da Europa, tais como Paulo Diácono, Eginardo e Alcuíno - monge fundador da escola palatina. Este rei executou reformas na educação que ajudaram a preparar o caminho para o Renascimento do século XII. Este "renascimento" contribuiu para a preservação e a transmissão de valores da cultura clássica (greco-romana), com destaque para a ação dos mosteiros, responsáveis pela tradução e cópia de manuscritos antigos.

7. Associa, corretamente, os elementos da coluna A com os elementos da coluna B.

8. Texto E - "O teu Senhor - revela o Alcorão - ...

ensinou com o cálamo, ensinou ao homem o que ele não conhecia.” Daí a caligrafia ser a mais sublime das artes islâmicas e a expressão mais típica do espírito muçulmano.

8.1 A partir do texto E, diz por que razão a caligrafia foi elevada à categoria de arte

para os Muçulmanos.

Como Deus, por intermédio do anjo Gabriel, falou em árabe e as Suas palavras foram escritas em árabe, a língua e a escrita são consideradas tesouro inestimável por todos os muçulmanos, até porque a imagem assume, para eles, contornos de idolatria. Só entendendo-as os homens poderiam esperar compreender o pensamento de Deus. Os Muçulmanos não podiam ter uma missão mais importante que a de conservar e transmitir tesouro tão valioso, tornando a caligrafia a mais sublime das artes islâmicas e a expressão mais típica do espírito muçulmano.

8.2 Justifica o aniconismo da arte islâmica.

A arte islâmica é anicónica, uma vez que rejeita a representação figurativa na sua totalidade, devido ao perigo de idolatria. Pelo nomadismo das tribos beduínas, a arte nunca teve espaço para se desenvolver entre esta cultura. Assim, a palavra toma o espaço deixado livre: a transmissão oral ganha a maior importância. Desta maneira, a palavra, na cultura islâmica, ganha um valor idêntico ao da imagem na cultura cristã e, visualmente, a caligrafia adquire um carácter iconográfico, substituindo as imagens e entranhando-se no sistema decorativo da arte islâmica.

A B A. Contraforte 8 B. Nave central 3 C. Abóbada de berço

9 D. Pilar cruciforme 11 E. Zimbório 1 F. Deambulatório 4 G. Absidíolo 5 H. Pórtico lateral 7 I. Arquivoltas 2 J. Cruzeiro 10 K. Nártex 6

1. Torre lanterna que encima o cruzeiro 2. Arcos concêntricos em recuo que compõem um portal 3. Corredor mais largo e com a cobertura mais elevada 4. Espécie de nave curvilínea que contorna em semicírculo a abside 5. Pequena abside 6. Pórtico coberto, para abrigar catecúmenos, energúmenos e

penitentes 7. Pequeno pórtico coberto, contíguo ao transepto 8. Pilares que reforçam uma parede exteriormente 9. Cobertura resultante da sucessão de arcos de volta perfeita 10. Ponto de cruzamento do transepto com as outras naves 11. Substitui a coluna

Figura 5 - Carlos Magno, representado por Durer, usando a coroa imperial de Otão o Grande

Figura 6 – caligrafia islâmica