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É um processo de refino que visa a aumentar a produção de produtos de maior valor comercial, tais como gasolina e GLP, através da conversão de cortes pesados provenientes da destilação do petróleo (gasóleo e resíduos) em frações mais leves.
É um processo largamente utilizado em todo o mundo, uma vez que, em vários países, a demanda de gasolina é superior à dos óleos combustíveis.
Craqueamento Catalítico
Os processos de craqueamento surgiram da necessidade de produção de gasolina em quantidade e qualidade suficientes para atender à crescente demanda desse combustível, nos Estados Unidos, em face do crescimento da indústria automobilística, no início do século XX.
Até 1913, toda a gasolina produzida era obtida por destilação direta do petróleo.
Histórico
O método de craqueamento utilizado no princípio foi o craqueamento térmico.
Porém, este método apresentava algumas desvantagens, tais como:
tempos de campanha extremamente reduzidos devido à formação de coque nos tubos do forno e na câmara de reação;
altas pressões de operação;
baixas conversões;
produção de uma grande quantidade de coque e gás combustível, em detrimento da produção de GLP e nafta;
naftas com altos teores de olefinas e diolefinas.
O processo era totalmente contínuo;
As reações de craqueamento deveriam ocorrer num vaso denominado reator, e a regeneração deveria dar-se em outro vaso, chamado regenerador;
Presença de circulação do catalisador entre os dois vasos;
O catalisador deveria ser constituído de partículas que pudessem ser transportadas entre o reator e o regenerador .
Características que o reator de leito fluidizado apresentava:
Composição da UFCC
Seção de Reação e Regeneração
Seção de Fracionamento
Seção de Recuperação de Gases
Seção de Tratamentos
Seção Complementar = UAR e URE
Seção de Craqueamento
RiserReatorStripperRegeneradorStand-pipeVálvulas corrediçasCiclonesCâmara de OrifíciosBorrifadores óleo e águaForno de pré-aquecimento do ar
A carga a ser processada é preaquecida e entra no conversor pela base do RISER.
Neste ponto, é misturada com o catalisador quente proveniente do regenerador e ambos seguem pelo riser, onde, efetivamente, se passam as reações de craqueamento, até o vaso separador, onde os produtos do craqueamento são separados do catalisador.
Funcionamento do processo de craqueamento catalítico
Funcionamento do processo de craqueamento catalítico
O catalisador, ainda quente, agora exausto pela deposição do coque formado sobre sua superfície, segue para o regenerador, onde, por intermédio de uma injeção de ar e elevadas temperaturas, ocorre a queima do coque.
Assim, com sua atividade restabelecida, o catalisador é novamente enviado à base do riser. O conjunto riser-vaso separador-regenerador é denominado conversor .
Caldeira de CO
É o equipamento onde o monóxido de carbono produzido na combustão parcial do coque é queimado produzindo vapor d’água de alta pressão, sendo os gases resfriados antes de ser lançados à atmosfera.
O vapor produzido é consumido no acionamento das grandes máquinas da unidade (blower e compressores de gás) ou fornecido às demais unidades da refinaria.
Válvula hidráulica de descarga dos gases da combustão
Fluxograma típico do processo de craqueamento catalítico
Pré aquecimentoCarga Riser/Vaso Separador
Fracionadora Principal
Recuperação de Gases
Gás Combustível
GLP
Nafta de Craqueamento
Resíduo (óleo decantado)
Óleo Leve (LCO)
Catalisador
Regenerador Cadeira de CO
Água Vapor
Gases de CombustãoAr
Carga para o conversor
A qualidade da carga é determinada pela sua composição, a qual é influenciada pelas características do petróleo original e pelo processo de refino que a gerou.
A carga é constituída de hidrocarbonetos parafínicos, olefínicos, naftênicos e aromáticos, nas suas diversas formas e arranjos.
Os olefínicos são oriundos dos processos de degradação térmica, não aparecendo no petróleo.
Influência da Qualidade na Carga no Processo
Cargas parafínicas são melhores que cargas aromáticas, porque produzem mais gasolina para um determinado rendimento de coque, embora sua octanagem seja menor.
Cargas isoparafínicas produzem grande quantidade de gasolina leve e de alta octanagem.
Os tipos de hidrocarbonetos encontrados nas frações de petróleo apresentam a seguinte ordem decrescente de velocidade reacional:
Olefínicos > naftênicos e isoparafínicos > parafínicos > aromáticos
Influência da Qualidade na Carga nos Produtos Obtidos
Parafinas: são transformadas, principalmente, em propeno, butenos, butanos e gasolina leve (C5–C8), gerando muito pouco coque;
Naftênicos: são transformados, principalmente, em olefinas, parafinas ramificadas e aromáticos, gerando assim gasolina de alta octanagem, e algum coque.
Influência da Qualidade na Carga nos Produtos Obtidos
Aromáticos: são transformados, principalmente, em óleos de reciclo (LCO e decantado) e coque, gerando ainda gás (C1-C4) e muito pouca gasolina. No máximo, cerca de 30% são convertidos em produtos, e o restante, em coque;
Olefinas: são transformadas, principalmente, em produtos de baixo peso molecular, gerando ainda razoável quantidade de coque.
Aromáticos: são transformados, principalmente, em óleos de reciclo (LCO e decantado) e coque, gerando ainda gás (C1-C4) e muito pouca gasolina. No máximo, cerca de 30% são convertidos em produtos, e o restante, em coque;
Olefinas: são transformadas, principalmente, em produtos de baixo peso molecular, gerando ainda razoável quantidade de coque.
Influência da Qualidade na Carga nos Produtos Obtidos
Bateria de pré-aquecimento de carga
Curvas de destilação de cargas típicas de UFCC’s
Cortes longitudinais e radiais de um regenerador
Ciclones de duplo estágio para recuperação do catalisador
Tipos de FCC
O arranjo relativo entre o riser, o vaso de separação e o regenerador depende do tipo de conversor de FCC. Existem hoje no Brasil 14 conversores FCC dos seguintes modelos:
Modelos UOP:Stacked: REGAP I, REFAP e REMANSide by side: REDUC e IPIRANGASide by side HTR: REGAP II
Modelos Kellogg:Orthoflow B: RLAMOrthoflow C: RPBC e REPLANOrthoflow F: REPAR, REVAP e REPLAN I
Modelo PETROBRAS (Petrobras Advanced Convertor – PAC):RFCC (Craqueamento Catalítico Fluido de Resíduo): RECAP e RLAM
Tipos de FCC
Conversor UOP stacked
Cadeira de CO
Riser
Entrada de carga
Ar para combustão
Regenerador
Vaso separador
Fracionadora
Conversor UOPside by side
Petrobras Advanced Covertor - PAC
Conversor
Catalisador
É o elemento fundamental no processo de craqueamento catalítico;
O catalisador utilizado em unidades de craqueamento é um material sólido particulado, com características ácidas, responsáveis pelas reações de craqueamento;
Os catalisadores mais utilizados têm como principal componente a zeólita (ou zeólito), um aluminossilicato cristalino.
Principais atribuições do catalisador
Promotor das reações de craqueamento;
Agente de transporte do coque;
Agente de transferência de calor.
Constituição do catalisador
Componente ativo (zeólita) ;
Matriz ativa (alumina);
Matriz inerte (caulim);
Matriz sintética ou binder (sílica);
Ingredientes funcionais.
Composição típica de um catalisador de craqueamento
Catalisador
Zeolítico = Forma de cristalComposição: SiO2+AlO3=Sílica+Alumina
Antes: - AmorfosHoje: - CristalinosFunções: - Promover as reações - Transportar “K” - Fornecer energia p/ reaçãoPropriedades:Atividade, Seletividade, Estabilidade e Regenerabilidade.
Propriedades físico-químicas dos catalisadores
Atividade
É a medida da capacidade do catalisador de promover as reações de craqueamento.
É caracterizada pelos rendimentos dos produtos para uma mesma quantidade e qualidade de carga e de temperatura de reação, em relação à quantidade de catalisador utilizado.
É uma propriedade que depende da composição química do catalisador e de sua área específica.
Seletividade
É a capacidade do catalisador de orientar as reações para a obtenção do máximo rendimento de um determinado produto, dentro de determinadas condições operacionais e qualidade da carga.
No craqueamento, o objetivo é maximizar o rendimento de gasolina e GLP, ao invés de gerar coque e gás combustível.
A seletividade depende da composição química do catalisador, mas é alterada pela ação de contaminantes presentes na carga (tais como níquel, vanádio, cobre e ferro).
Propriedades físico-químicas dos catalisadores
Estabilidade
É a capacidade do catalisador de manter sua atividade e sua seletividade ao longo do tempo, sendo também influenciada pela composição química do catalisador.
Área Superficial Específica
É a área de contato disponível, oferecida pelo catalisador à carga.
Propriedades físico-químicas dos catalisadores
Reposição de catalisador virgem
A taxa de reposição de catalisador virgem para o regenerador é função de:
Teor de metais na carga;
Teor de metais no catalisador de equilíbrio;
Sintomas da unidade, tais como conversão e rendimentos dos produtos.
Válvula de admissão do catalisador
Conceito básico de craqueamento
O craqueamento envolve a ruptura da ligação C-C das moléculas de hidrocarbonetos.
R2
C
R3
C
C
R1CCCCR
Isoparafinas
R2
C
R1CCCCRIsolefinas
C
C C
CC
C RIsonaftênicos
CC
CC
C
C C
C
R
R1Isoaromáticos
Conceito básico de craqueamento
As reações de craqueamento são endotérmicas.
O processo de craqueamento pode ser:
Térmico (pressões entre 20-60 kgf/cm2, temperaturas entre 400-600ºC);
Catalítico (pressões pouco acima da atmosférica, temperaturas entre 490-590ºC).
Reações primárias
Craqueamento de parafinas:
C CC CC CC CC C
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H H
H
HH
CCCC
H
H
H
H
H
H H
H
C C C C C C
H
H
H
H
H
H
H
H
H H
H
HH
H
decano
C CC CC CC CC C
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H H
H
HH
CCCC
H
H
H
H
H
H H
H
C C C C C C
H
H
H
H
H
H
H
H
H H
H
HH
H
+buteno
hexano
Craqueamento de olefinas:
CCCC
H
H
H
H
H
H H
HC CC CC CC CC C
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H H H
H
H
H
H H
H
HH
C C C C C C
H
H
H
H
H
H
H
H
H H
HH
Reações primárias
decano
+buteno
hexano
Craqueamento de naftênicos:
Reações primárias
C
C
C
C
C
C
HH
H H
H
H
H
H
H
H
H
C C C
H
H
H
H
H
H
H
C
C
C
C
C
C
HH
H H
H
H
H
H
H
H
H
H
CCC HH
H
H
H H
+
iso-naftênico(propicicloxano)
naftênico(cicloexano)
olefina(propeno)
Craqueamento de aromáticos:
+C
CC
C
CC
CC
CC
H
H
H
H H
H
H
C C
H
H
C
H
H
C
H
H
H
H
H
C
CC
C
CC
CC
CC
H
H H
H
H
H H
H
C C
H
C
H
C
H
H
H
H
H
H+
C
C
CC
CC
H
H
H
C C CH
HH
HHH
H
+ C C CH
H
H
H
H
H
H
H
C
C
CC
CC
H
H
H
C C C CH
H
C C H
H
H
H
HHHHH
HHHH
C
C
CC
CC
H
H
H
C C C CH
H
C C H
H
H
H
HHHHH
HHHH+
Reações primárias
Resumo das reações de craqueamento
Tipo de Hidrocarboneto
ReaçõesPredominantes
Produtos obtidos
Parafinas normaisRuptura em diversos pontos
da cadeia. IsomerizaçãoParafinas e olefinas
normais e ramificadas
Parafinas ramificadasRuptura em diversos pontos
da cadeia. IsomerizaçãoParafinas e olefinas
normais e ramificadas
OlefinasRuptura em diversos pontos
da cadeia. IsomerizaçãoParafinas e olefinas
normais e ramificadas
Tipo de Hidrocarboneto
ReaçõesPredominantes
Produtos obtidos
Anéis naftênicos (ramificados ou não)
Ruptura de anel naftênico e cadeias laterais. Aromatização do anel
naftênico
Parafinas e olefinas ramificadas. Aromáticos
AromáticosRuptura de cadeias laterais próxima
ao núcleo aromáticoParafinas, olefinas e
aromáticos
Aromáticos polinucleados
com cadeias laterais
Ruptura de cadeias laterais próxima ao núcleo aromático
Parafinas, olefinas e aromáticos
Aromáticos polinucleados sem
cadeias laterais
Refratários ao craqueamento, porém são passíveis de desidrogenação
Coque e hidrogênio
Resumo das reações de craqueamento
CoqueReação de formação de coque:
8H
C C
H H
R'R4 8H+ C
H
R R'
H
CH H
4
C
CC
C
CC
CC
CC
CC
CC
CC
CC
CC
CCC
CC
H H H H
H
H
H
HHH
H
H
H
C
CC
C
CC
CC
CC
CC
CC
CC
CC
CC
C
H
H
H
H
HHHH
H
H
H HH
C
CC
C
CC
CC
CC
CC
CC
CC
CC
CC
C
CC
C CCC
CC
CC
CC
CC
C
C
CC
CC
CC
CC
C
H
HHHH
H
H
H
H
H
H H H
H
H
H
H
H
Coque
Composição do coque
Carbono – 88 a 90% em peso Hidrogênio – 5 a 9% em peso Enxofre – 0,2 a 3,5% em peso Nitrogênio – 0,1 a 0,5% em peso Metais pesados – Ni/ Cu/ V/ Fe Metal alcalino – Na
Combustão do coque
Prover ao aquecimento da carga e às reações de craqueamento, noriser, com a energia necessária;
Prover ao aquecimento do ar de combustão, no regenerador, coma energia necessária;
Compensar as perdas térmicas em todo o conjunto do conversor.
A energia liberada pela combustão do coque é utilizada,principalmente, para:
Produtos do craqueamento
Gás Combustível (GC): o rendimento de gás combustível no craqueamento oscila entre 3,0 e 7,5% em peso;
Gás Liquefeito de Petróleo (GLP): o rendimento de GLP no craqueamento é da ordem de 15 a 25% em peso, correspondendo a 28 – 42% em volume, em relação à carga;
Nafta de Craqueamento: em geral, é a maior fonte de gasolina das refinarias. O rendimento da gasolina no craqueamento varia de 44 a 55% em peso (50 a 65% em volume);
Produtos do craqueamento
Óleo Leve de Craqueamento (LCO): O rendimento de LCO produzido oscila entre 10 e 15% em peso, correspondendo a 9 a 16% em volume;
Óleo Decantado: É o produto líquido mais pesado das reações de craqueamento, riquíssimo em hidrocarbonetos aromáticos polinucleados. O rendimento do óleo decantado oscila entre 5 e 10% em peso, correspondendo a 4,5 – 9,8% em volume .
Recuperação de Gases
Objetivo:Separar GC do GLP e da NC
Divide-se em:CompressãoAbsorçãoRetificaçãoEstabilização
Seções do Tratamento
Compressão: Comprimir GC e recuperar GLP+NC Absorção: Recuperar as frações pesadas, GLP arrastadas pelo GC Retificação: Remover H2S e outros (Etano, GC) da corrente de NC+GLP Estabilização: Separar o GLP da NC
Seção de Estabilização
Variáveis:Quantidade de calor no fundoRazão de refluxoPressão de operaçãoTemperatura de topoTemperatura do refluxo
Tratamentos
Objetivo:Remover H2S do GC, GLP e NC
Tipos de Tratamento:DEA e Merox (Soda) GC = DEA GLP = DEA + Merox NC = Merox
Etapas do Tratamento Merox - GLP
Merox: (Mercaptan Oxidation)Converter R-SH em R-S-S-R
Duas Etapas:Extração: R-SH + NaOH = R-SNa+H2O
Regeneração da Soda: 2RSNa+O2+H2O+Catalisador=
RSSR + NaOH (Regenerada)
Tipos de Tratamento Merox
Adoçamento:Na Gasolina, são duas etapas no mesmo equipamento
Extrativo:No GLP, são duas etapas em equipamentos diferentes
UAR - Unidade de Águas Residuais
Objetivo:Remover H2S e NH3 da água do processo. (Vapores e Lavagem)
Funcionamento:Fervendo água no fundo de uma torre, os vapores do topo são gases residuais e vão para incinerador;
A água que fica no fundo é retificada e vai para dessalgadora e esgoto.
URE - Unidade de Recuperação de Enxofre
Objetivo:Converter o H2S do GA em enxofre sólido
Processo utilizado:Processo Clauss = H2S + 2 O2 = H2O + S
Etapas:Térmica = Combustão do GACatalítica = Nos reatores
Partida de um Conversor UFCC
Testes e Partida do Soprador de Ar Teste de Pressão do Conjunto Conversor/Fracionadora Aquecimento do Conversor Carregamento de Catalisador Admissão e Circulação de Gasóleo na Fracionadora Acendimento de Torch-Oil no Regenerador Partida do Compressor de Gases Aquecimento Final do Reator Admissão de Carga