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História de Ana,
sua vida,
sofrimentos e alegrias.
"...eu sou uma mulher atribulada de espírito" (1Sm 1:15).
"... e o seu semblante já não era triste" (1Sm 1:18).
Em três versículos, muda a história desta mulher.
Quem mudou este história?
Quem é esta mulher?
Ana viveu na época dos juízes em Israel, por volta de 1170 anos a.C.
Ana, seu nome significa “graciosa”. E ela era uma mulher amável, mansa e generosa.
Apesar destas características, ela vivia triste.
Ela aparece no versículo 8 como uma mulher aflita, de coração triste.
A Bíblia nos diz que Ana e Penina eram esposas de Elcana, mas enquanto Penina tinha filhos, Ana não os tinha.
Em (ISm 1: 7-10), vemos que a vida de Ana era difícil e penosa no relacionamento conjugal, coisas desagradáveis a faziam sofrer.
Elcana, seu marido, não era só dela, havia a outra esposa, Penina.
Durante o período de hegemonia do império
babilônico sobre a Mesopotâmia (1800- 1500 a.C.)
O rei Hamurabi foi responsável por uma das
mais importantes contribuições culturais daquele povo:
A compilação de um código de leis escrito quando
ainda prevalecia a tradição oral, ou seja, em época em
que as leis eram transmitidas oralmente de geração em
geração. Do código de Hamurabi foram traduzidos 281
artigos a respeito de relações de trabalho, família,
propriedade e escravidão.
Pelo código de Hamurabi se a
primeira esposa fosse esteril, o homem
podia casar-se com uma segunda mulher.
A permissão era dada em caso de
esterilidade.
Elcana subia da sua cidade todo ano
para adorar e sacrificar ao Senhor dos
Exércitos em Siló.
O Velho Testamento apresenta 32
referências a cidade de Siló, respeitantes ao
lugar onde esteve o tabernáculo até à
construção do Templo.
Siló foi a sede do governo de Josué até
Davi. Jesus o Messias, chegou a Siló, o lugar da
paz.
Jerusalém é composta por duas palavras que significam ‘cidade de paz’.
O Senhor havia cerrado a madre de Ana
e ela não podia ter filhos, ser estéril era algo
muito sério, era sinônimo de desprezo ou
maldição dentro do contexto da sua cultura e
sua época, na cultura judaica não ter filhos
significava amargura e desprezo.
Penina, sua rival, a provocava
excessivamente para a irritar,
porque ela tinha filhos e Ana não, e assim
fazia anualmente, todas as vezes que Ana
subia à Casa do Senhor, a outra a irritava,
pelo que Ana chorava e não comia.
Apesar da tristeza que carregava consigo,
ela tinha um marido que a amava, ele a via
chorando, mas numa ocasião, quando ele e toda
sua família foram para Siló adorar e fazer
sacrifícios ao Senhor, ele a viu chorando e
perguntou-lhe: “ Ana, por que choras? E por que
não comes? E por que está mal
o teu coração?
Não te sou melhor do que dez filhos?”
( I Sm1 1:8)
Nesta passagem, lemos que Elcana
declarou-se melhor do que dez filhos e
que não entendia o motivo de Ana, chorar,
não comer e estar com o coração triste.
O Senhor tem um propósito nos dons de
cada um. Ana sabia que por ser mulher,
tinha nascido para gerar filhos.
Elcana , não conhecia o anseio de toda mulher
por ter filhos.
Ana amava seu marido, mas desejava ser mãe.
É uma grande alegria para uma mulher ser
mãe, poder dar um filho a seu marido.
Ana tentou por anos e não conseguiu ter
filhos, sentia-se humilhada e desprezada por ver outra
mulher dar filhos a seu marido.
Neste contexto, todas as vezes que subia a
Casa do Senhor, tinha outra a irritando, pelo que
chorava e não comia, levantando-se extremamente
triste e com amargura da alma, orando ao Senhor e
chorando abundantemente.
Elcana era um homem bom, demonstrava
seu amor por Ana ao oferecer-lhe a “porção
dobrada”, porém isso não bastava, faltava-lhe um
filho, faltava a voz de uma criança em seu lar, seu
desejo era um filho varão, um filho homem.
Provocada pela malícia de outra mulher,
Ana se recusou a responder da mesma forma, em
vez disso derramou sua mágoa e tristeza perante
Deus.
Após ouvir de seu marido, Elcana, se ele não era
melhor que dez filhos, ela levantou-se e foi para o
templo orar e derramar a sua alma no trono do Senhor.
Sim, Ana foi adorar a Deus e orar pelos
problemas que a atribulavam, que a deixavam triste.
Ana orava e chorava com “amargura de alma”.
Mas, ela não estava só porque procurava refúgio
no Senhor.
Deus estava com ela. Ele ouviu quando ela
pediu um filho.
Ela teve uma atitude que agradou a Deus.
Levou sua angustia diretamente a Deus.
No V. 10 – Orou ao Senhor, e chorou abundantemente.
No V. 12 – Orou perante o Senhor.
Ana derramou sua alma perante o Senhor e Ele
respondeu grandiosamente às suas orações.
Ela falou com Deus de todo coração, chorando e
orando. Existem momentos que precisamos chorar perante o
Senhor, muitas vezes estamos orando e essa oração se
transforma em choro perante o Senhor.
Ana derramou a sua alma perante Deus em oração. Ela
fez do Senhor, seu amigo e confidente, colocou seu problema
em oração, diante de Deus.
O choro pode aliviar a alma, mas não traz
resposta. Elcana incomodado com as lágrimas
de sua esposa, tentava tirá-la daquele estado,
mas tal atitude não levava a lugar algum, pois
quem sofre quer solução.
A falta de realização em qualquer setor da
vida afeta todo ser.
No versículo 12 – A Bíblia diz que “demorando-se ela no orar perante o Senhor” Ana orou sem pressa, sem tempo marcado, mas com total entrega ao Senhor.
Ela orava e chorava com “amargura de alma”, já não sentia-se sozinha, porque o Senhor é seu refúgio, Deus estava com ela, ouviu quando lhe pediu um filho, e este pedido no entanto veio acompanhado de um voto, ela disse:
“ Senhor dos Exércitos! Se benignamente atentares para aflição da tua serva, e de mim lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas a tua serva deres um filho homem, ao Senhor o darei todos os dias de sua vida, e sobre a sua cabeça não passará a navalha.” ( I Sm 1:11)
Este foi o voto que Ana fez ao Senhor, não foi fácil, mas ela certamente o fez porque o Senhor estava trabalhando em seu coração e incutindo nele o desejo de ter algo mais precioso do que apenas ter um filho para dá-lo ao Senhor.
Ela fez um voto ao Senhor e pediu-lhe um filho varão.
Ana sabia que tinha que cumprir seu voto, entregar o pequeno Samuel no Templo do Senhor.
É de grande responsabilidade o ato de fazer um voto com Deus, ela engravidou e entregou Samuel a Deus, ela cumpriu a parte dela na aliança.
Nesta época a voz profética estava
calada, não havia sinais e maravilhas, tudo
estava parado, mas Ana fez a diferença, ela
cumpriu seu voto com Deus e seu filho Samuel
foi um dos maiores profetas e o ultimo juiz da
nação de Israel, suas mãos ungiram Saul e Davi
como os primeiros reis da nação.
Ela falava com Deus de todo o coração,
chorando e orando, vemos nas Escrituras que Paulo
chorou – (Filipenses 3:18) “Porque muitos há, dos
quais muitas vezes vos disse, e agora também digo,
chorando, que são inimigos da cruz de Cristo”
Pedro, chorou – (Lucas 11:35) “E, saindo
Pedro para fora, chorou amargamente”.
Jesus chorou- (João 11:35) “Jesus chorou”
Somente chora quem está quebrantado, quem está
em humilhação diante de Deus e, é isto, que toca o
coração do Pai, esse quebrantamento chama a
atenção de Deus. (Salmos 51:17) “Os sacrifícios
para Deus são o espírito quebrantado; a um coração
quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”.
Enquanto Ana chorava orava
silenciosamente, apenas seus lábios se
moviam, o sacerdote do templo, Eli, a viu e
pensou que ela estivesse embriagada.
Ele a repreendeu, mas ela
amorosamente respondeu: ( I Sm 1:15) Porém
Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma
mulher atribulada de espírito; nem vinho nem
bebida forte tenho bebido; porém tenho
derramado a minha alma perante o Senhor”.
Vejamos como Ana reagiu.
Ela falou com voz mansa,
com respeito e dizendo
exatamente o que estava sentindo.
Vemos na palavra de Deus que o sacerdote,
diante do modo respeitoso e sincero de Ana,
impetrou a benção sacerdotal dizendo:
(I Sm 1:17) Então respondeu Eli: Vai em paz; e
o Deus de Israel te conceda a petição que lhe
fizeste.”
Deus atendeu a oração de Ana por um
filho, como também seu pedido para consolá-la
em sua tristeza.
Pense na fé desta mulher para prometer
seu filho a Deus, mesmo antes dele nascer.
Deus honra este tipo de fé perante Ele,
então abençoou Ana e ela concebeu e teve
seu filho varão, o qual chamou de Samuel, que
significa “ouvido pelo Senhor”, pois ela sabia
que esse filho era resposta a sua oração.
Ana não foi a Siló no tempo de
costume, mas disse que iria esperar até
desmamar seu filho.
Então, levaria o menino consigo e o
entregaria a Deus, como havia prometido
em sua oração, depois que Samuel foi
desmamado, aproximadamente entre os
dois ou três anos, levou-o a casa de Deus,
em Siló e lá o deixou para servir ao Senhor.
Isso pode parecer estranho, uma mãe
entregar seu filho, mas agradou ao Senhor,
porque Deus tinha grandes planos para a
vida de Samuel, transformou-o num grande
profeta, que ungiu os dois primeiros reis da
história de Israel.
E Ana? Deus a abençoou muito por
sua devoção e obediência, teve ainda três
filhos e duas filhas.
Quando colocamos Deus em primeiro
lugar, Ele resolve nossos problemas.
Após orar e chorar na
presença do Senhor,
a vida dela mudou,
mesmo tendo
que:
→ Dividir seu marido com Penina;
→ Ouvir as ofensas da outra;
→ Encarar o fato que ainda era estéril;
→Lembrar que Eli a interpretou mal,
pensando que ela estava bêbada.
Quando saiu do Templo Ana estava feliz
por que a paz de Deus que ultrapassa a todo
entendimento havia-a preenchido, e ela tinha a
certeza no coração de que a sua vida iria
mudar.
Lemos no versículo (I Sm 1:18): E disse
ela: Ache a tua serva graça aos teus olhos.
Assim a mulher foi o seu caminho, e comeu, e
o seu semblante já não era triste.
O contexto nos mostra a fé de Ana,
pois ela creu e seu semblante já não era o
mesmo. Pela fé, ela acalmou a sua alma e
descansou no Senhor, esperando o dia em
que iria ter um filho em seus braços, o filho
que tanto desejava e que iria ofertar ao
Senhor.
Deus mudou a história de Ana,
transformou seu pranto em alegria, porque
para o Senhor nada é impossível.
Ana glorificou a Deus orando e
cantando – Leitura de ( I Sam. 2.1-10)
Estudando a vida de Ana,
percebemos que ela visitava
seu filho Samuel, e como mãe
dedicada que demonstrava ser,
lemos em ( I Sm 2:19): E sua mãe lhe fazia
uma túnica pequena, e de ano em ano lhe
trazia, quando com seu marido subia para
oferecer o sacrifício anual.
O ato de preparar a túnica demonstra o amor
dela pelo filho, mas a prioridade de Ana era
amar e obedecer a Deus, por isso entregou
seu filho ao Senhor.
Analisando os dois primeiros capítulos de I
Samuel, conhecemos algumas características da vida
desta mulher que fez um voto com Deus e foi ouvida
por Ele.
Recapitulando sua história, concluímos que:
→ Ana amava o Senhor e foi obediente a Ele
entregando seu filho recém desmamado ao Senhor;
→ Ela era uma mulher mansa, embora a outra a
afligia, vemos que não era rixosa, briguenta, mas
que nos momentos de angustia buscou ao Senhor e
chorou para Deus;
→ Ana foi uma mulher de oração, diante das
circunstancias, manteve sua fé em Deus;
→ Creu que sua oração foi atendida e fez
um voto com Deus;
→ Era agradecida, e fiel, voltou ao templo
para agradecer a Deus o filho que Ele lhe
deu;
→ Ela ofereceu seu melhor ao Senhor, seu
filho;
→ Glorificou a Deus orando e cantando.
Este é um exemplo a ser seguido por nós.
Quando oramos ao Senhor e, com fé,
depositamos todos os nossos problemas a
Seus pés, então devemos mudar o nosso
semblante e deixar o mundo ver em nós um
brilho que vem de um coração transformado por
confiar em Deus. Isto é fé.
O Senhor, na Sua Palavra, nos diz
em (Filipenses 4:4) : "Regozijai-vos sempre no
Senhor; outra vez digo, regozijai-vos."
Por que então ficar triste? Por que não
confiar? Regozijemo-nos e confiemos que o
Senhor é quem controla a nossa vida e é Ele
quem deseja o melhor para nós!
A fé depositada por Ana no Senhor,
finalmente foi concretizada. Ela teve um filho!
Samuel nasceu e ficou com ela apenas dois ou
três anos.
Ela amamentou seu filhinho
e o preparou para entregá-lo a Deus.
Ela foi fiel no que havia prometido ao
Senhor.
Ela ensinou os primeiros passos a Samuel
mostrando que havia um Deus que ela amava de todo o
seu coração. Com ela ele:
→ Aprendeu os caminhos de Deus, certamente, vendo
o exemplo dela e sua devoção a Aquele que o trouxe ao
mundo (Deus);
→ Aprendeu os caminhos de Deus ao ouvi-la falar do
Senhor, contando-lhe como ela conseguira engravidar;
→ Aprendeu os caminhos de Deus vendo-a corrigindo-o
e instruindo-o na Palavra de Deus.
Sigamos estes passos de Ana quando
estamos educando os nossos filhos.
Não deixemos que eles decidam que
caminhos irão seguir quando já estiverem
adultos.
Ensinemos HOJE e AGORA os caminhos
do Senhor usando a Bíblia como nossa bússola.
Entreguemos cada filho nas mãos do
Senhor.
Oremos pedindo proteção espiritual para
cada um deles e confiemos no amor de Deus
que será derramado em suas vidas.
Agora, confiantemente, coloquemos o
Senhor no centro de nossa vida e, com fé,
façamos como Ana que
“foi o seu caminho, e comeu,
e o seu semblante já não era triste”
(1Sa 1:18).
Formatação : Myrian Laste
Novembro / 2008