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Melhores Práticas Para Modelagem de Concessões Mauricio Portugal Ribeiro Andrea Azeredo Tomas Anker

Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

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Page 1: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Melhores Práticas Para Modelagem de Concessões

Mauricio Portugal RibeiroAndrea Azeredo

Tomas Anker

Page 2: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Sumário1. O IFC, BID e BNDES e as melhores práticas internacionais

e locais em concessões de serviços públicos2. Estudos necessários à realização de projetos de

concessões 3. Melhores práticas em relação a elaboração do modelo

financeiro4. O Edital e a busca de competição 5. Aspectos Contratuais6. Excurso sobre a matriz de risco e o equilíbrio econômico-

financeiro

Page 3: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

1. O IFC, BID e BNDES e as melhores práticas internacionais e locais em concessões de serviços

públicos

Page 4: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Setores e projetos (alguns exemplos)

Hospitais do Subúrbio e da Criança Rodovia BA 093 Privatização da COELCE/CE; Implantação de um projeto de geração de

eletricidade em Pecém; Concessão do Porto de Suape, em Pernambuco, a

um operador privado; Análise de opções para a reestruturação

institucional, operacional e financeira do sistema de transporte urbano em Recife;

Análise para a concessão de uma rodovia estadual em Pernambuco;

Assessoria à Municipalidade de Petrolina no processo de privatização da empresa municipal de água;

Assessoria ao Governo Federal na estruturação e concessão de um trecho rodoviário federal de mais de 600 km no estado da Bahia – BR 116/324.

Assessoria à Codevasf para estruturação do perímetro de irrigação Pontal, em Petrolina/PE.

Desestatizações dos anos 90 Sistema Telebrás Venda das distribuidoras de energia Transportes, etc.

BrazilEgypt

GabonMorocco

PhilippinesRomania

Saudi Arabia

AlbaniaBangladeshBrazilCameroonGabonLiberiaPanamaPeruPhilippinesTrinidad & TobagoVietnam

San

eam

en

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Ir

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BrazilCameroon

KenyaNigeriaSamoaSerbia

TanzaniaTonga

Uganda

KenyaMauritania

Uganda

Ferr

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Cia

s. A

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BrazilJordanMadagascarSaudi Arabia

Saúde e Educação

BotswanaLesothoRomania

Porto

s e A

ero

porto

s

Telecom

Page 5: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

FUNDO IFC/BNDES/BID

Características Gerais do Convênio

Implicações

Empréstimos a governos de

países em desenvolvimento e renda médias.

Oferece empréstimos

aos países mais pobres do mundo.

Fornece garantias a intestidores estrangeiros contra risco

não-comercial

Media disputas

comercials entre

investidores estrangeiros e

o país receptor.

IFC é o braço do Grupo do

Banco Mundial para fomento

à iniciativa privada

Page 6: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

2. Estudos necessários à realização de projetos de concessão

Page 7: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

O QUE FAZEMOS?Estudos e assessoria para implementação de projetos de infra-estrutura social e econômica, sob a forma de PPP e concessão

ESTUDOS JURÍDICOSESTUDOS TÉCNICOSESTUDOS TÉCNICOS VIABILIDADE

ECONÔMICO-FINANCEIRA

VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA

Projeto de engenharia / Programa de

investimentos

Projeto de engenharia / Programa de

investimentos

Mensuração e projeção da demanda

Mensuração e projeção da demanda Modelo

econômico- financeiro

Modelo econômico- financeiro

Análise de riscos

Análise de riscos

Modelagem jurídica,

edital e contratos

Estrutura de

financiamento

Estrutura de

financiamento

Modelo do negócio

Modelo do negócio

Estudos ambientais Estudos ambientais

Conveniência e oportunidade da contratação como PPP

Conveniência e oportunidade da contratação como PPP

Projeto Operacional / Indicadores de desempenho

Projeto Operacional / Indicadores de desempenho

Estudos sobre o impacto fiscal

Estudos sobre o impacto fiscal

Page 8: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Fundo IFC/BNDES/BID: estrutura da equipe de projeto

Utiliza recursos internos do IFC/BNDES e BID na liderança dos projetos Gerencia time de consultores:

EngenhariaDemanda

EngenhariaDemanda

Meio Ambiente,DesapropriaçãoReassentamentoAspectos Sociais

Meio Ambiente,DesapropriaçãoReassentamentoAspectos Sociais

ConsultoresLegais

ConsultoresLegais

Economia & Regulação

Economia & Regulação

Mídia/Informação

Pública

Mídia/Informação

Pública

IFC/BNDES/BIDIFC/BNDES/BID

Page 9: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

O QUE FAZEMOS?

Natureza dos projetos

Concessão e PPP

Especificação do projeto básico e projeto executivo + Financiamento+ Obra + Manutenção + Operação

Obra + Manutenção+

Operação

Obra + Manutenção

Obra Pura

Investimento na implantação/melhoria da infra-estrutura pelo setor privado

Amortização e remuneração pela exploração/operação da infra-estrutura

Necessidade de contratos de longo prazo

O serviço é operado por quem investe na infra-estrutura:

• Incentivo para aumento da eficiência• Fiscalização sobre o “output”

Page 10: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Contrato

Fasepreliminar

Inicio daformalização

Análise e enquadramento do projeto(procedimento informal)

Termo decooperação

Solicitação pelo Governo do suporte do IFC para desenvolvimento de projetos

ProjetoInovador

Inexigibilidade/ Dispensa

==

Termo deCooperação ou

Convênio

Como parte do Banco Mundial, IFC pode ser contratado por inexigibilidade pelos

seus acionistas

Suporte de orgão multilateral

projeto é considerado pela legislação (Decreto 5.151/04) parte do Acordo

Internacional firmado pelo Brasil para participar do IFC

COMO CONTRATAR O FUNDO IFC/BNDES/BID ?

Page 11: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Como pagar pelos serviços do fundo IFC/BNDES/BID?

IFC, BNDES e BID podem assumir parte do risco de sucesso do projeto

– Até 30% do custo dos estudos é pago pelo Governo; pelo menos, 70% do custo dos estudos é pago pelo parceiro privado ou concessionário vencedor da licitação para implantar o projeto

– Recursos do fundo para custear os estudos de viabilidade e é reembolsado pelo parceiro privado apenas quando do sucesso do projeto

Foco do fundo: projetos inovadores ou regiões novas (Estados e Municípios que nunca fizeram PPP ou concessões)

– Setores nos quais ainda não houve envolvimento de participação privada em contratos de longo prazo– Em projetos a serem desenvolvidos em novos ambientes institucionais ou negócios

Page 12: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

3. Melhores práticas em relação a elaboração de modelo financeiro

Page 13: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

O modelo financeiro é um elemento fundamental para a estruturação de uma concessão ou PPP

É utilizado para a avaliação da viabilidade econômico-financeira do projeto e para a avaliação das possíveis modalidades de remuneração da concessionária e/ou do poder concedente

O modelo financeiro deve refletir o modelo de negócios, as perspectivas macro e setoriais, restrições existentes e condições contratuais

A qualidade de seus resultados depende de: objetivos definidos, premissas embasadas e simplicidade

É um instrumento que possibilita a tomada de decisão, porém representa uma simplificação da realidade e seu resultado reflete fundamentalmente:

1. a qualidade de suas premissas “Trash in, Trash out”, e 2. o momento macro e setorial de sua elaboração

Modelagem Financeira

Page 14: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Modelagem Financeira

Tomada de decisão: definição sobre estrutura

a ser adotada

Planilhas de premissas, cálculos (operacional, fiscal, financeiro) e relatórios (DR, FC, BP e

indicadores) e análise de sensibilidade

Levantamento de premissas: operacionais, macro, fiscais, financeiras

Entendimento do modelo de negócios

Utilização de especialistas, literatura especializada para entendimento do modelo de negócios e principais elementos que influenciam a receita e custos

Estrutura do modelo deve ser lógica, modular, simples de compreender

Instrumentos de análise: Fluxo de Caixa Descontado (com base em uma taxa de desconto - WACC) e/ou Taxa Interna de Retorno e capacidade de endividamento

A análise de sensibilidade é uma etapa importante para se entender a viabilidade econômico-financeira do projeto

Page 15: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Modelagem Financeira

PROJETO XXX    

Modelo Financeiro    

Premissas R$ (constantes)    

     

Concessão    

Data início construção 1/1/10 

Data início operação 7/1/10 

Data fim da concessão 1/1/20 

Período pré-operacional (meses) 6  

Intervalo período (meses) 12  

Período de concessão (anos) 10 

Dias/Ano 365 

Despesas com PPP - todos projetos / RCL 0,58% 

     

Sensibilidade Contraprestação    

Peso metas quantitativas 70% 

Peso metas qualitativas 30% 

Cenário Metas Quantitativas - combinado 90 < x <= 95%  

Cenário Metas Qualitativas 1 

     

SensibilidadeNível - Remuneração médico (recomendável)  

Pessoal 0% 

Investimentos (+10%, -10%) 0% 

  Anual NPV

Contraprestação anual MAX R$ 94.242.546 R$ -

Contraprestação META R$ 90.944.057 R$ 537.535.533

Penalização R$ 3.298.489 R$ (537.535.533)

     

TIRprojeto 12,0%

acionista 23,7%

VPLprojeto R$ 10.119

acionista R$ 5.285.607

     

Indicadores Financeiros    

TIR meta 12% 

ICSD 1,23  

Liquidez Corrente 2,00  

Margem Ebitda 9,6% 

Exemplo de página de resultados

Page 16: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

METODOLOGIA DA TIR

Taxa Livre de Risco

Prêmio de Mercado

Beta (setor)

Risco País

Custo do Capital Próprio

CAPM (US$)

5,7%

5,1%

1,03

6,7%

Custo do Capital de Terceiros

Custo financiamento

do BNDES

Custo financiamento de multilateral

8,8%

12,7%

Em US$ equivalentesBNDES - 60% e Multilateral – 40%

CMPC (US$)

Custo do Capital de Terceiros

Custo do Capital Próprio

21,9%

10,3%

CMPC Nominal (US$)

13,6%

CMPC Real(R$) 11,1%

Inflação EUA: 2,5% a.a.Inflação Brasil: 4,5% a.a.

FontesBloomberg, Google Finance,JP Morgan, BNDES, IFC, BCB

Estrutura de capital

45%

X

65%

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Corporate Finance

Projeto

Financiador Investidor

Cliente / Usuário

$$Bens ou serviços

Receitas do projeto Recursos para

o projeto = dívida + equity

dívida

Juros + principal

Garantias reais ou pessoais do investidor

O financiador não assume

riscos do projeto

Page 18: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Project Finance

Projeto=

SPE

Financiador Investidor

Cliente / Usuário

$$Bens ou serviços

dividendos

equitydívida

Juros+

principal

Garantias na fase de obra

Garantias reaisCessão de recebíveisSegurosCovenants

Conta vinculada

O financiador assume riscos

do projeto

Page 19: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Vantagens do project finance para o investidor

• Em tese, não compromete sua capacidade de financiamento

– Instrução CVM nº 408/04 obriga a consolidação das SPEs controladas direta ou indiretamente por companhias abertas

– indicadores de controle• a companhia aberta tenha o poder de decisão ou os direitos suficientes à

obtenção da maioria dos benefícios das atividades da SPE, podendo, em conseqüência, estar exposta aos riscos decorrentes dessas atividades; ou

• a companhia aberta esteja exposta à maioria dos riscos relacionados à propriedade da SPE ou de seus ativos.

• Permite compartilhar riscos do projeto

Page 20: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Financiador busca proteger as receitas do projeto

• Covenants financeiros– ICD = Índice de Cobertura da Dívida ≥ 1,3– Impossibilidade de alienar ativos– Impossibilidade de distribuir dividendos

• Exigência de capital próprio ≥ 20%– Geração de caixa do projeto poderá ser considerada como parte do

capital próprio dos acionistas• Penhor de recebíveis / direitos emergentes da concessão /

ações• Step-in rights• Exigência de seguros• Contrato EPC / Turn-key

Page 21: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Requisitos do BNDES

• As operações de project finance deverão satisfazer os seguintes requisitos:

– O Índice de Cobertura do Serviço da Dívida (ICSD) projetado para cada ano da fase operacional do projeto deverá ser de no mínimo 1,3. O ICSD mínimo poderá ser de 1,2 desde que o projeto apresente Taxa Interna de Retorno (TIR) mínima de 8% ao ano em termos reais;

– O capital próprio dos acionistas deverá ser de no mínimo 20% do investimento total do projeto, excluindo-se, para efeito desse cálculo, eventuais participações societárias da BNDESPAR. A critério do BNDES, a geração de caixa do projeto poderá ser considerada como parte do capital próprio dos acionistas; e

– Os contratos da operação deverão vedar a concessão de mútuos da beneficiária aos acionistas e ainda estabelecer condições e restrições aos demais pagamentos efetuados pela beneficiária a seus sócios, a qualquer título.

Page 22: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Garantias pré-operacionais - BNDES

• Na fase de implantação do projeto, a exigência de garantia fidejussória dos controladores da beneficiária poderá ser dispensada, desde que observado o seguinte:

– Compromisso dos acionistas controladores da beneficiária de complementar o capital da empresa em montante suficiente para finalizar a implantação do projeto;

– Celebração de contratos que obriguem os empreiteiros e/ou fornecedores de equipamentos a concluir o projeto dentro do orçamento predeterminado, em data previamente especificada e conforme as especificações técnicas destinadas a assegurar a operacionalização e o desempenho eficiente do projeto; e

– Contratação de um seguro garantia, em benefício dos financiadores, contra riscos referentes à fase pré-operacional do projeto.

Page 23: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Garantias operacionais - BNDES

• Na fase operacional do projeto, a exigência de garantia fidejussória dos controladores da beneficiária poderá ser dispensada pela concessão, cumulativa, do seguinte:

– Penhor ou alienação fiduciária, em favor dos principais financiadores, das ações representativas do controle da beneficiária;

– Penhor, em favor dos principais financiadores, dos direitos emergentes do contrato de concessão, quando houver; e

– Outorga, aos principais financiadores, do direito de assumir o controle da beneficiária, quando admitido pela legislação.

Page 24: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

4. Edital de concessão e a busca de competição

Page 25: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Análise do Mercado e Foco na obtenção do investidor adequado

Verificação do perfil do investidor e operador que melhor atenderia aos interesses públicos implicados no projeto

Mapeamento do mercado e levantamento de informações sobre tais investidores e operadores

Definição dos requisitos de qualificação econômico-financeira e jurídica

Page 26: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Premissa para setores tecnicamente maduros

Definição clara dos indicadores de resultado e sistema de pagamentos e multas adequado

Contrato de longo prazo onde o ente privado tende a arcar com as consequencias da sua imperícia técnica

Suposição de que o ente privado contratará expertise técnica disponível no mercado após licitação

Desloca foco da licitação para a capacidade financeira, do licitante

Page 27: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Problemas com as licitações de técnica em setores com alguma maturidade técnica

Lei 8.666 e cultura em torno dela exige que– Qualificação técnica,

• Seja objetiva, e se reporte ao que o licitante fez no passado– Atestado técnico operacional– Atestado técnico profissional

• Problemas: – Nada diz sobre a qualidade do trabalho feito no passado

• Tendência:– Nos setores maduros tecnicamente, com expertise disseminada migrar para exigência

de atestados técnicos profissionais, de modo a evitar uso dos atestados técnicos operacionais para criar barreiras desnecessárias de mercado ; suposição de que o técnico competente será suficiente para que a empresa contrate a expertise no mercado

– Proposta técnica• Seja objetiva, se traduza em indicadores objetivos

– Não é admissível entrevistas ou informações que a comissão venha a ter for a dos estritos limites do procedimento formal sobre a qualidade técnica do proponente

• Problema: – nem sempre a boa proposta espelha a qualidade do seu futuro executor

• Tendência: – Incluir instrumentos de certificação de qualidade exterior– Exigência de qualificação formal das pessoas que trabalharão no negócio

Page 28: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Problemas com as licitações de técnica em setores com alguma maturidade técnica

Lei 8.666 e cultura em torno dela exige que– Qualificação técnica,

• Seja objetiva, e se reporte ao que o licitante fez no passado– Atestado técnico operacional– Atestado técnico profissional

• Problemas: – Nada diz sobre a qualidade do trabalho feito no passado

• Tendência:– Nos setores maduros tecnicamente, com expertise disseminada migrar para exigência

de atestados técnicos profissionais, de modo a evitar uso dos atestados técnicos operacionais para criar barreiras desnecessárias de mercado ; suposição de que o técnico competente será suficiente para que a empresa contrate a expertise no mercado

– Proposta técnica• Seja objetiva, se traduza em indicadores objetivos

– Não é admissível entrevistas ou informações que a comissão venha a ter for a dos estritos limites do procedimento formal sobre a qualidade técnica do proponente

• Problema: – nem sempre a boa proposta espelha a qualidade do seu futuro executor

• Tendência: – Incluir instrumentos de certificação de qualidade exterior– Exigência de qualificação formal das pessoas que trabalharão no negócio

Page 29: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Licitações de técnica em setores não maduros

Expertise técnica rara mas já certificada, com atores limitados– Exigir que pelo menos um membro do consórcio tenha a expertise

que é central para cumprimento do contrato– Criar limiar técnico mínimo, e a partir disso, competição por preço

Expertise técnica ainda inexistente ou de difícil certificação local– Focar a qualificação técnica nos parâmetros internacionais de

certificação; e,– Se fizer sentido estimular o mercado local, estabelecer obrigação

de formação de consórcio com empresas locais, por meio da exigência de que já operam na região

Page 30: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Qualificação econômico-financeira

Tradicionalmente– Além das certidões padrão, exigência de balanços auditados e de índices econômico-

financeiros• Liquidez geral ou corrente• Endividamento geral• Solvencia Geral

– Montante de capital social ou patrimônio líquido

Problemas em setores novos– Balanços não são auditados

• Dados não são confiáveis e não produzem uma base comum que assegure a equidade do da análise, portanto, índices não são confiáveis

– Montante de capital social e patrimônio líquido por si só não significam rigidez financeira

Outros mecanismos para garantir que o concessionário possui condições financeiras

– Aporte relevante de capital na SPE, como condição de assinatura do contrato– Apresentação de seguros de performance relevantes, como condição de assinatura do

contrato– Exigência de apresentação de carta de bancos dizendo da disposição de financiar o

concessionário

Page 31: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Outras características da licitação

Inversão de fases da licitação Realização de licitação internacional leilão em Bolsa

– Transparência, segurança e atração de empresas de todo o mundo com o objetivo de aumentar a competição

No caso de PPP– correção de erros formais– possibilidade de leilão em viva-voz entre licitantes cujos preços são

até 20% maiores que a melhor proposta escrita

Page 32: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

5. Aspectos contratuais

Page 33: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Características do Contrato

Contrato baseado em indicadores qualitativos e quantitativos– Fiscalização sobre os resultados e não sobre os insumos– Maior espaço para produção de ganhos de eficiência

Sistemas de remuneração claros e eficientes– Vinculação do sistema de remuneração aos indicadores

de resultado• Utilização da lógica da “exceção de descumprimento do contrato

ao invés das multas– Ex. desconto do reequilíbrio

– Desenvolvimento de sistemas tarifários mais eficientes• Sistema desenvolvido para o projeto da BR 116/324, baseado nos

estudos da AASHTO

Page 34: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Características do Contrato

Seguros e garantia de cumprimento do contrato– Protege o patrimônio público e a continuidade dos serviços contra

ocorrências imprevistas– Facilita a execução de multas– Valores vinculados aos valores dos bens e/ou aos valores dos

investimentos• Segue curva ascendente no final do contrato para incentivar a reversão dos

bens de acordo com as condições previstas no contrato

Gerenciamento de inadimplementos e conflitos– Intervenção– Step in rights, nos casos de

• descumprimento dos contratos de financiamento• descumprimento do contrato de concessão

– Arbitragem

Page 35: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Características do Contrato

Financiamento e garantias aos financiadores– Cessão dos créditos futuros– Proteção da dívida no caso de encampação e caducidade

Desapropriações e realocações involuntárias– Possibilidade de seguir os Princípios do Equador para as desapropriações e

realocações involuntárias

Acompanhamento das informações financeiras e contábeis da concessionária pelo poder público– Contabilidade da SPE de acordo com as regras da CVM– Provimento de informações contábeis e financeiras trimestrais– Provimento para o poder público de informações e análises financeiras dos

financiadores sobre a concessionária

Page 36: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

6. Matriz de riscos e equilíbrio econômico-financeiro

Page 37: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Características do Contrato

Matriz de riscos clara e seguindo as melhores práticas internacionais– Diretriz: repartição objetiva de riscos entre as partes– Não há critério legal

Critérios para distribuição dos riscos– Critério 1

• Quem pode, a um custo mais baixo, reduzir as chances de que o prejuízo venha a se materializar ou, não sendo isso possível, mitigar os prejuízos resultantes?

• Normalmente, essa parte é aquela que tem maior controle sobre os riscos em questão ou sobre suas conseqüências

– Critério 2• Não se deve atribuir riscos para agentes econômicos que podem externalizar suas perdas

– O Estado pode transferir todos os seus custos para os contribuintes– Perdas sofridas pelo Erário não induzem a uma administração mais eficiente de custos

– Critério 3• é mais eficiente que o Estado assuma o risco quando

– os riscos não encontrarem cobertura no mercado– os prêmios forem proibitivos

Page 38: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Um exemplo de Matriz de Riscos

Matriz de riscos simplificado do Projeto do Pontal, Petrolina, Pernambuco, de acordo com modelagem desenvolvida pelo IFC – International Finance Corporation

SPE GovernoAtraso na Construção / Tecnologia de Construção

x

Atraso no Pagamento de Tarifas x

Criação ou mudança de impostos e exigências legais, exceto imposto de renda

x

Custo de Construção x

Custos e despesas relacionadas ao reassentamento

x

Decisão (legal, administrativa ou arbitral) que impeça SPE de receber ou reajustar tarifas de acordo com o contrato

x

Descumprimento, pelo poder concedente, de obrigações contratuais ou regulamentares que causem prejuízo à SPE

x

Força Maior caso haja cobertura de seguros no Brasil

x

Força Maior caso não haja cobertura de seguros no Brasil

x

SPE GovernoInflação, taxa de câmbio, custo de dívida e taxa de juros

x

Manifestações sociais até 15 dias em 12 meses ou até 90 dias desde a assinatura do contrato (cumulativo)

x

Manifestações sociais superiores a 15 dias em 12 meses ou superiores a 90 dias desde a assinatura do contrato (cumulativo)

x

Mudança no escopo dos serviços, diretrizes técnicas mínimas ou no plano de ocupação solicitadas pelo Governo

x

Ocupação das terras x

Passivos Ambientais x

Perda/furto x

Perdas geradas por defeito oculto x

Permissões e autorizações XRecusa no pagamento de tarifas x

Page 39: Melhores praticas para modelagem de editais e contratos de desestatizacao

Características do Contrato

Equilíbrio econômico-financeiro– Reinterpretação da visão tradicional para beneficiar o setor público– Estabelecimento de mecanismos para

• Compensar os poderes extraordinários do poder público• Os eventos de compensação (“compensation events”)• A readequação a condições e preços de mercado (“benchmarking”)

Dimensão procedimental– Processos anuais de reajuste de preços – Revisões ordinárias (periódicas, por ex. a cada 2, 5 anos etc.)– Revisões extraordinárias

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Características do Contrato

Metodologia desenvolvida recentemente para reequilíbrio no setor rodoviário

– Metodologia do fluxo de caixa marginal– O concessionário só pode pedir reequilíbrio nos casos em que o risco do

evento causador do desequilíbrio estiver expressamente alocado ao poder público

– Utiliza custos e receitas incrementais produzidos pelo evento que desequilibrou o contrato

– Utiliza custos de mercado– Utiliza taxa de desconto que é um “proxy” atualizado da taxa de retorno

do projeto