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O SEGREDO
DO RIO
De Miguel Sousa Tavares
Era uma vez um rapaz que morava numa casa no campo.
O sítio preferido do rapaz era o ribeiro onde ele nadava.
Um dia viu um enorme peixe que dava um
salto imenso.
Olá rapaz!
Tu vives
aqui?
Vivo. E tu,
falas?!
O peixe contou-lhe a sua história.
Eu sou uma carpa e fui
criado num aquário. O meu
dono falava muito comigo.
Com ele aprendi a falar.
Quando cresci deitaram-me
no rio.
Tornaram-se amigos. Conversavam muito e
nadavam no ribeiro, fazendo animadas
brincadeiras.
Quando queria brincar, o rapaz atirava uma
pedrinhas ao rio. O peixe vinha para a
brincadeira. Como o tempo ia muito seco,
cada vez tinham menos que comer.
Um dia, o rapaz ouviu os pais a
conversar.
Já quase não temos que
comer.
Não sei o que vamos dar
de comer aos nossos
filhos...
No outro dia vi uma carpa gigantesca no
ribeiro. Pesava aí uns 50 quilos. Dava comida
para uns dois meses.
Vou apanhá-la
amanhã.
O rapaz ficou muito aflito.
O rapaz foi avisar o peixe para se ir
embora nessa mesma noite.
Despediu-se do seu amigo muito triste...
Adeus, adeus! Não
chores.
Tudo continuou triste nos dias e nas semanas seguintes.
Passado duas semanas, viu da janela
do quarto o peixe no ribeiro.
Correu para o ribeiro.
Olá amigo! Que
fazes aqui?
O peixe contou-lhe que tinha subido
o ribeiro até ao rio.
Disse também que encontrou um barco afundado onde
havia muitas latas de comida e que colocou as latas
numa rede.
As raposas ajudaram a trazer a rede. Mas já se tinham
ido embora. A rede estava cheia de comida para o rapaz
e para a sua família.
O rapaz só tinha de dizer aos pais que tinha sido
o peixe que tinha arranjado a comida. E que o
peixe deveria ficar ali a morar no ribeiro.
Toda a manhã, os pais e os filhos carregaram as
latas de comida e arrumaram tudo.
E assim tiveram comida para o inverno inteiro.
Proibido pescar
neste local.
Fim
Escola de JUGUEIROS
Ano letivo: 2011 / 2012