O Pantanal Mato-grossense uma das maiores extenses midas
contnuas do planeta e est localizado no centro da Amrica do Sul, na
bacia hidrogrfica do Alto Paraguai. Sua rea de 138.183 km2, com 65%
de seu territrio no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato
Grosso. A regio uma plancie aluvial influenciada por rios que
drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se desenvolve uma fauna e
flora de rara beleza e abundncia, influenciada por quatro grandes
biomas: Amaznia, Cerrado, Chaco e Mata Atlntica .
6.
Pelas suas caractersticas e importncia esta rea foi reconhecida
pela UNESCO, no ano 2000, como Reserva da Biosfera, por ser uma das
mais exuberantes e diversificadas reservas naturais da Terra.
O rio Paraguai e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando
extensas reas inundadas que servem de abrigo para muitos peixes,
como o pintado, o dourado, o pacu, e tambm de animais, como os
jacars, as capivaras e ariranhas, entre outras espcies. Muitos
animais ameaados de extino em outras partes do Brasil ainda possuem
populaes vigorosas na regio pantaneira, como o cervo-do-Pantanal, a
capivara, o tuiui e o jacar.
7.
Devido a baixa declividade desta plancie no sentido norte-sul e
leste-oeste, a gua que cai nas cabeceiras do rio Paraguai, chega a
gastar quatro meses ou mais para atravessar todo o Pantanal. Os
ecossistemas so caracterizados por cerrados e cerraes sem
alagamento peridico, campos inundveis e ambientes aquticos, como
lagoas de gua doce ou salobra, rios, vazantes e corixos. .
8. Fauna
9.
A vida selvagem do Pantanal De todas as caractersticas do
Pantanal, a que mais causa admirao a quem o visita, a abundncia e
riqueza de sua vida selvagem (Coutinho et al. 1997). Nmero de
espcies inventariadas:
Mamferos: 95
Aves: 665
Rpteis: 162 Anfbios40
10. Veado-campeiro ( Ozotocerus bezoarticus )
Vivem em grupos de geralmente de dois a cinco indivduos, mas
grupos de at mais de 20 indivduos j foram avistados. Entretanto,
dependendo da poca do ano, pode ocorrer uma alta porcentagem de
indivduos solitrios. Alimentam-se principalmente de gramneas, mas
tambm ingerem ervas, arbustos e at de flores. No Pantanal, as
plantas aquticas e outras que crescem sobre ambientes midos so
muito importantes na dieta do veado-campeiro. Durante a alimentao o
deslocamento do grupo lento. Geralmente, um dos animais do grupo
permanece vigiando e, ao primeiro alarme, interrompem sua atividade
e fogem levantando a cauda (cuja parte inferior branca contrastando
com a cor parda do corpo). O perodo de atividade de pastoreio do
veado-campeiro pode ser tanto diurno quanto noturno, com variao
individual no ritmo de atividade. Os machos perdem os chifres no
incio do inverno, mas at a poca de acasalamento (agosto a setembro)
eles j estaro crescidos. O perodo de gestao de cerca de 210 dias e,
em geral nasce apenas uma cria, mas j foram relatados casos de
nascimento de gmeos. Quando vai parir, a fmea se separa do grupo e
fica isolada em local escondido at o nascimento do filhote. As
populaes da espcie esto diminuindo devido a vrios fatores como a
alterao do hbitat, introduo de animais domsticos e fauna extica e
caa. A espcie est ameaada de extino, embora ainda seja
relativamente abundante no Pantanal.
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12. Ariranha Pteronura brasiliensis
A ariranha o maior musteldeo conhecido. Sua distribuio original
cobre a bacia Amaznica, do So Francisco e a Alta Bacia do Paraguai
e do Paran. No Pantanal, vivem ao longo de rios, corixos e lagoas,
preferindo os corpos d'gua de margens expostas, onde escavam suas
tocas. Vivem em grupos familiares de 5 a 9 indivduos, so raramente
solitrias e so especializadas em pescar e comer peixes grandes, mas
provavelmente tambm podem comer crustceos, moluscos ou outros
vertebrados como cobras e filhotes de jacars. Os indivduos so
facilmente identificados devido suas manchas brancas na pelagem
preta do pescoo.
Em cativeiro, o perodo de gestao registrado esteve entre 65 a
70 dias. As ariranhas defendem seus filhotes atacando bravamente em
grupo.
Por causa de sua pele macia e sedosa, foram intensivamente
caadas em dcadas passadas e como resultado desta caa associada
destruio de seu hbitat, a ariranha encontra-se ameaada de extino.
No Pantanal, ainda h locais onde se pode avistar grupos de
ariranhas com relativa facilidade, como na regio do Rio Negro, onde
foi feita a imagem ao lado. A espcie citada como vulnervel na Lista
Nacional das Espcies da Fauna Brasileira Ameaadas de Extino do
IBAMA, atualizada em 2003 .
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14. Phyllomedusa sauvagii
Pererecas em geral muito lentas, raramente saltam. Constroem
seus ninhos dobrando folhas de rvores e arbustos que crescem sobre
poas d'gua, onde depositam seus ovos. Quando ocorre a ecloso, os
girinos "gotejam" sobre o corpo d'gua. Esta estratgia interpretada
como uma forma de diminuir a predao dos ovos pelos peixes .
15.
16. Tatu-peba (Euphractus sexcinctus)
O tatu-peba um animal solitrio. Ocupa campos, cerrados e bordas
de floresta onde escava tneis para se esconder. Ao contrrio de
muitas outras espcies de tatus, esta freqentemente reutiliza suas
tocas. uma espcie vista com freqncia no Pantanal.
Possui hbitos diurnos e crepusculares, e ocasionalmente tem
atividade durante a noite. Alimenta-se de uma ampla variedade de
itens, incluindo muito material vegetal como razes e frutos, e
tambm insetos como formigas, pequenos vertebrados e at carnia. Tem
a viso relativamente pouco desenvolvida, mas possui um bom olfato
que utilizado para procurar seu alimento.
Quando manuseado, o tatu-peba pode morder para se
defender.
17.
18. Arara azul Anadorhynchus hyacinthinus
A arara-azul a maior arara do mundo. A espcie citada como
vulnervel na Lista Nacional das Espcies da Fauna Brasileira
Ameaadas de Extino do IBAMA, atualizada em 2003, mas ainda comum no
Pantanal, especialmente nas proximidades das sedes das fazendas.
Alimenta-se principalmente de castanhas da palmeira acuri (
Scheelea phalerata ), quebrando a dura casca do coco com seu
poderoso bico. Tambm pode comer sementes e polpas de frutas que
encontra nas copas das rvores e em arbustos frutferos e s vezes so
vistas lambendo sal que os fazendeiros colocam nos coxos do gado.
Algumas araras que ainda no esto em reproduo voam em grupos que
podem passar de dez a mais componentes. Na poca de reproduo
(setembro), separam-se em casais e nidificam em ocos de grandes
rvores, especialmente em manduvis ( Sterculia apetala ). Por este
motivo, pode-se dizer que a sobrevivncia das araras-azuis no
Pantanal depende da conservao das populaes desta grande rvore.
19.
20. Tamandu-bandeira Myrmecophaga tridactyla
O tamandu-bandeira possui uma cauda longa e coberta de pelos e
geralmente dorme com ela sobre o corpo Entretanto, em dias mais
frios j foi encontrado dormindo com a cauda estirada ao cho,
aumentando sua superfcie de exposio ao sol. Pode ser encontrado em
atividade durante o perodo diurno e/ou noturno, e sua atividade est
principalmente relacionada temperatura ambiente.
difcil distinguir o tamandu-bandeira macho da fmea, pois a
genitlia masculina interna e, portanto a identificao do sexo s
possvel atravs de exame criterioso. A fmea tem um filhote por vez
depois de um perodo de gestao de cerca de 183 a 190 dias. O filhote
carregado no dorso da me por cerca de seis a nove meses, e pode ser
deixado em abrigo sob arbustos enquanto a me se alimenta. um animal
solitrio, com exceo da fmea com filhote e da poca reprodutiva
quando ocorre a formao de parceiros.
Alimenta-se de formigas e cupins. Normalmente vagaroso, mas
quando perseguido pode fugir em galope ou utilizar as garras
dianteiras para se defender. Entretanto, as garras dianteiras so
utilizadas freqentemente na atividade de alimentao, auxiliando na
abertura de cupinzeiros e formigueiros.
A rarefao das populaes desta espcie est relacionada destruio de
seu hbitat natural pelas atividades agropecurias, caa, aos incndios
florestais e aos atropelamentos rodovirios. A espcie citada como
vulnervel na Lista Nacional das Espcies da Fauna Brasileira
Ameaadas de Extino do IBAMA, atualizada em 2003.