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Pedagogiada Autonomia
Capítulo 2
Ensinar não é
transferir conhecime
ntoMas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção.
Ensinar exige consciência do inacabamento
“Onde há vida, há
inacabamento.”
Ensinar exige o reconhecimento de ser
condicionado
“Minha presença no mundo não é a de quem a ele se
adapta, mas a de quem nele se insere”
Na prática educativa devemos estar abertos à procura,
programados a aprender e cientes que exercitaremos mais e melhor nossa capacidade de aprender e de ensinar quanto mais sujeitos e não objetos do
processo.
Ensinar exige respeito à autonomia do ser do
educando“O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros.”
Ensinar exige bom senso
“O professor autoritário, o professor licencioso, o professor
competente, sério, o professor incompetente,
irresponsável, o professor amoroso da vida e
das gentes, o professor mal-amado,
sempre com raiva do mundo e das
pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum desses passa pelos
alunos sem deixar sua marca.”
Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores.“A luta dos professores em
defesa de seus direitos e de sua dignidade deve ser
entendida como um momento importante de sua prática docente, enquanto prática
ética.”
A capacidade de aprender, não apenas para nos adaptar, mas sobretudo para transformar a realidade, para nela intervir,
recriando-a,A prática educativa demanda a
existência de sujeitos, um que, ensinando, aprende, outro que
aprendendo, ensina.
Ensinar exige apreensão da realidade
Ensinar exige alegria eEsperança! Há uma relação entre a alegria
necessária à atividade educativa e a esperança. A esperança de que professor
e alunos juntos possam aprender, ensinar, inquietar-se, produzir e juntos resistir aos obstáculos à nossa alegria.
O mundo não é! O mundo está sendo. Não sou apenas objeto da
História, mas seu sujeito. No mundo de História, da cultura, da política, constato não para me adaptar, mas
para mudar. Constatando, nos tomamos capazes de intervir na
realidade.Ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma
neutra.
Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível
Ensinar exige curiosidade
Devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na
busca, não aprendo nem, ensino. A construção ou a produção do
conhecimento implica o exercício da curiosidade.
O bom professor é o que consegue enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade
do movimento do seu pensamento.
A prática educativa é tudo isso:
afetividade, alegria, capacidade científica,
domínio técnico a serviço da mudança.