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Falha de Orihueca Falha San Pedro Falha Santa Marta-Bucaramanga 1100 1000 900 800 Falha Rodriguez 990.000 995.000 1'000.000 N Proteroz. Paleozoico Mesozoico Cenozoico Quaternario Era Unidades Gnaisses Anortositicos Gnaisses de Buritaca Rochas Intrusivas Xistos de Gaira Batolito de Santa Marta Depositos Coluviaies Depositos Aluvionares Metamorfitas de San Pedro de la Sierra Falha Normal Falha Inversa Falha encoberta Contato definido Contato inferido Ríos SEV4-13-25 SEV4-8-14 SEV5-4-8 SEV5-6-13 SEV6-7-7 1'695.000 1'700.000 B Falha Transcorrente 0 2 Km 5 ° 0 ' 00 '‘ N 71 ° 0 ' 00 '‘ W 0 2 Km Mar Caribe Falha de Oca Sierra Nevada Santa Marta Sevilla Falha Santa Marta-Bucaramanga Sierra Nevada de Santa Marta (SNSM) Colômbia A Falha do Cerrejon Falha de Sevilla Figura 1. Localização da área de estudo imersa no orógeno Sierra Nevada de Santa. A) províncias geotectônicas; B) Mapa geologico (INGEOMINAS, 1999) e de amostragem. Introdução Rochas deformadas são uma das poucas fontes diretas de informações disponíveis para a reconstrução da evolução tectônica de uma região. Observações sobre a geometria das estruturas registradas nas rochas devem ser analisadas com cuidado; elas são o produto final de uma evolução que pode ser reconstruída só si é interpretada corretamente na última fase de deformação (Passchier C.W., Trow R.A.J., 2005). Para determinar a influência dos mecanismos de deformação interna na evolução de rochas metamórficas, selecionaram-se cinco amostras: duas de xistos de Gaira SEV4-8-14, SEV4-13-25; e três de ortognáisses de Buritaca SEV5-4-8; SEV5-6-13; SEV6-7-7 que afloram no setor Ciénaga - Rio Frio. Unidades de rochas localizadas na província tectônica de Sevilla ao NW da Sierra Nevada de Santa Marta (SNSM), litoral Caribe, Colômbia (Figura 1). A sierra Nevada de Santa Marta e regiões adjacentes são um complexo orógeno constituído por um mosaico geotectônico e estrutural, resultante de acreções de terrenos, metamorfismo e magmatismo com processos de subducção da placa Caribe sob a placa Sulamericana. Entre as estruturas principais o alinhamento (sutura) de Sevilla, o falhamento transcorrente associado ao sistema E-W da falha de Oca e ao sistema de rumo N15°W, da zona de cisalhamento Santa Marta - Bucaramanga, compartimentam e limitam este orógeno ao norte e oeste, respetivamente. Geotectonicamente a SNSM é dividida de leste a oeste, em três províncias geotectônicas (Tschanz et al., 1969, 1974): i) Sierra Nevada, com embasamento metamórfico granulítico intrudido por plútons mesozoicos; ii) Sevilla, presentada por embasamento gnáissico precambriano e um cinturão polimetamórfico intrudido por plútons mesozóicos e cenozoicos; e iii) Santa Marta, representada por rochas metamórficas intrudidas por plútons do Paleógeno. No limite W da província de Sevilla, área de Ciénaga - Rio Frio (Figura 1), ocorrem granulitos de 940 ± 34 Ma. K-Ar em Hornblenda, gnaisses máficos de 152 ± 11 Ma K-Ar em hornblenda e muscovita, biotita, anfibólio xistos com idade de 50 ± 8 Ma K-Ar em anfibólio (Tschanz et al; 1974). As rochas do Fanerozóico apresentam deformação milonítica derivada da ativação da falha de empurrão Sevilla e da zona de cisalhamento Santa Marta - Bucaramanga. Ao SW do cinturão metamórfico de Sevilla afloram rochas de grau metamórfico médio (Tschanz et al; 1969), constituídas de mica Xistos, quartzo feldspato xistos e Anfibólio xistos, agrupados na unidade xistos de Gaira. Estas rochas estão em contato discordante com os Gnaisses estratigráficamente infra jacentes de Buritaca que afloram na parte W do orógeno, formando uma faixa contínua orientada NE-SW. Tschanz et al; (1969) incluiu sob esta designação ortogánisses e migmatítos que tem uma associação mineral em fácies anfibolito granada. St 1 Grt St 2 Ms Qtz Pl Sil Bt B Sil Grt St 1 St 2 Bt Ms Qtz A Pl Qtz Bt Ms D Bt Qtz Pl C AC Figura 2. Características da composição e deformação interna dos xistos de Gaira. A) SEV4-13-25, textura lepidoblástica mostrando estaurolita de duas gerações (St 1 e St 2 ), granada (Grt), Sillimanita (Sil), muscovita (Ms), Biotita (Bt), quartzo (Qtz). B) SEV4-13-25, inclusões de quartzo em trilas na staurolita (St 1 ) com staurolita tardia (St2). C) SEV4-8-14, deformação rúptil em feldspatos (plagioclásio Pl), dobramento de biotita em micafish e ripas de quartzo em continuidade ótica. D) SEV4-8-14, banda quartzo feldspática com textura granoblástica mostrando deformação dúctil – rúptil como maclas dobradas, fraturamento interno e extinção ondulante nos feldspatos e estiramento em ripas no quartzo. Escala: Lado maior da fotomicrogafia 4mm. IINT Resultados e Discussão Os Xistos de Gaira (SEV4-8-14; SEV4-13-25), estão constituídos por biotita, muscovita, quartzo, feldspato, granada, estaurolita, epidoto, sillimanita e actinolita. Caracterizam-se por exibir textura lepidoblastica formada por bandas de micas estiradas, distribuídas em faixas intercaladas com ripas quartzo feldspáticas segundo a atitude da foliação (Figura 2). A relação textural de porfiroblastos suhedrais de granada grossos, com inclusões heliciticas de quartzo, sugerem cristalização sin-cinemática. Porfiroblastos xenomórficos de estaurolita (St 1 ) com inclusões de quartzo em trilhas e fraturas, apresentam relação sin-cinemática com a foliação. Estaurolita tardía (St 2 ) subedral ocorre como sobre crescimento na St 1 , orientados obliquamente à atitude da foliação (Figura 2). Deformação rúptil sobreimposta com fraturamento em duas direções em alto angulo, redução de tamanho, rotação de subgrãos e maclas em cunha são os mecanismos de deformação dos feldspatos. Já no quartzo estes correspondem a geração de ripas em continuidade ótica, cristais com extinção óptica ondulante, rotação de subgrãos e deslocamento de limite. Estiramento, dobramento e rotação com geração de Mica Fish, sugerem efeitos da atividade da zona de cisalhamento Santa Marta Bucaramanga em regime frágil, nestas rochas (Figura 2). MECANISMOS DE DEFORMAÇÃO E PETROLOGIADAS ROCHAS METAMÓRFICAS DO SETOR CIÉNAGA- RIO FRIO, PROVÍNCIATECTÔNICA DE SEVILLA, SIERRA NEVADA DE SANTA MARTA, COLÔMBIA Astrid Siachoque Velandia 1 , Carlos Alejandro Salazar 1 [email protected]; [email protected] 1 Departamento de Geociências, Universidade Federal do Amazonas, Av. General Rodrigo O. J. Ramos, 3000. Coroado, 69077-000, Manaus, Amazonas Palavras-chave: Mecanismos de deformação, zonas de cisalhamento, Milonitos. Qtz Ep Pl Bt Ms C Ms Qtz Pl D Qtz Pl Ser Bt B Qtz Pl Act Ms A Cb Qtz Ep E F Figura 3. Características da composição e deformação interna dos Gnaisses de Buritaca. A) SEV6-7-7, albita geminada com inclusões de plagioclásio precoce (Pl), actinolita (Act) marcando a foliação milonítica, quartzo (Qtz) com recristalização dinâmica formando ripas em continuidade ótica, Muscovita (Ms). B) SEV6-7-7, amostra com foliação proto-milonítica, porfiroclastos sigmoides de plagioclásio com zoneamento e alterando para sericita no centro (Ser), exibe redução de tamanho com rotação nas bordas e sombras de pressão. C) SEV5-4-8, textura milonítica em microlitons mostrando alta redução de tamanho em quartzo e feldspatos, porfiroblastos euedrais de epidoto (Ep) e muscovita (Mus), porfiroclastos de plagioclásio, biotita. D) SEV5-4-8, foliação milonítica SC com porfiroclastos de feldspatos em forma de sigmoides, recristalização em sombras de pressão. E) SEV5-6-13, carbonato geminado e recristalizado nas bordas de grãos por redução de tamanho e rotação de subgrãos, porfiroblastos de epidoto, zoisita, quartzo formando ripas. F) SEV6-7-7, foliação gnáissica definida pela orientação cristalográfica de quartzo e feldspatos (S1), foliação milonítica (S2), gerando porfiroclastos de K-feldspato geminado (Ks) com formas sigmoides, e quartzo, biotita secundaria associada a S2. Escala: Lado maior da fotomicrogafia 4mm. Os Gnaisses de Buritaca (SEV5-4-8; SEV5-6-13; SEV6-7-7), estão constituídos por plagioclásio com zoneamento normal que ocorrem em variados tamanhos e como inclusões de plagioclásio precoce, K-feldspato, quartzo, biotita, minerais com orientação preferencial de forma sugerindo uma foliação S1. Processos dínamotérmicos associados com deformação dúctil parecem ter gerado minerais como granada e actinolita produto de alteração de hornblenda, muscovita, zoisita, epidoto e carbonato geminado. Deformação rúptil tardia com percolação de fluidos gerou alteração sericita (Figura 3). Estas rochas se caracterizam por exibir alta redução de tamanho e rotação de subgrão, formação de porfiroclastos de feldspatos em forma de sigmoides com extinção ondulante e recristalização em sombras de pressão, mostrando deformação milonítica definido uma foliação S2 progressiva na que se reconhecem bandas SC (Figura 3). Considerando as texturas minerais, a mineralogia metamórfica associada com deformação milonítica e a proximidade espacial das amostras com a falha de empurrão Sevilha, postila-se que houve deformação milonítica sobre imposta ao metamorfismo regional vinculada com reativações da estrutura reversa. As associações minerais nos Xistos de Gaira comprovam um metamorfismo regional em fácies anfibolito. Efeitos dinamotérmicos geraram deformação progressiva em regime frágil subatômico-intracristalino até um comportamento semidúctil com recristalização dinâmica intensa por deformação transcorrente em zona de cisalhamento. Nos gnaisses ortoderivados, efeitos de um metamorfismo dinâmico dúctil em alta taxa de deformação gerou intensa redução de tamanho e associação mineral característica de fácies anfibolito associada com a passagem de fluidos hidrotermais. Considerando que os mecanismos de deformação nas duas unidades de rochas foram gerados em regimes distintos; que as associações minerais observadas nos xistos e nos ortognáisses se derivam de processos metamórficos distintos (regional, e dinamotérmico, respetivamente) e que elas foram deformadas por estruturas distintas, ativadas em momentos diferentes da historia tectônica da província Sevilla. Interpreta-se que estas rochas registram uma historia geotectônica condizente com ambiente convergente da margem Caribe. Conclusões Descrições petrográficas definem uma composição quartzo-feldspática com biotita, muscovita e porfiroblastos de granada, estaurolita e silimanita para os Xistos de Gaira. As associações minerais em fácies anfibolito para estes Xistos, muda a classificação Xisto Quartzo-micáceo (SEV4-8-14; SEV4-13-25) postulada na literatura para estas rochas. Assim foram definidas rochas como Granada Biotita Xisto e Sillimanita Granada Estaurolita Xisto respectivamente como os constituintes principais dos Xistos de Gaira. Rotação de cristais sin-cinemáticos e tardios, sobre crescimento de estaurolitas, assim como fraturamento intracristalino e recristalização dinâmica, caracterizam os mecanismos de deformação em regime rúptil nessas rochas a qual estaria associada com reativação da zona de cisalhamento Santa Marta Bucaramanga. Os ortognáisses Quartzo feldspáticos (SEV5-4-8; SEV5-6-13; SEV6-7-7), correspondem a rochas metamórficas que foram submetidas a deformação progressiva gerando milonitos em regime principalmente dúctil durante a acresção de terreno que gerou a sutura de Sevilla no orógeno por subducção da Sierra Nevada de Santa Marta. Passagem de fluidos durante o evento milonítico teria gerado a mineralogia cálsica (epidoto, zoisita, actinolita, calcita) observada nestas rochas. Agradecimentos 3 Escola de Geologia, Universidade Industrial de Santander, Cr 27 #9-11, Bucaramanga-Santander (Colômbia) 4 Escola de Geologia, Universidade de Pamplona, Autopista Internacional Vía Los Álamos Villa Antigua, Pamplona-Norte de Santander (Colômbia) Ao Professores Carlos Alberto Rios 3 e Oscar Mauricio Castellanos Alarcon 4 pelo fornecimento do material (lâminas delgadas) Tschanz, C. M., Marvin, R. F., Cruz, B. J., Mehnert, H. H., Cebula, G. T., 1994. Geologic Evolution of the Sierra Nevada de Santa Marta, Northeastern Colombia. Geological Society of America Bulletin 85, 273-284. González H., Núñez A. & G. Paris (1988). Mapa geolóico de Colombia, escala 1:1.500.00, memoria explicativa. Ingeominas, 46-49. Ingeominas, 1999. Geologia de la plancha 18: Ciénaga (Colômbia). Passchier C.W., Trow R.A.J., 2005. Micro-tectonics, Springer, Second Edition, pg.366.

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Gnaisses Anortositicos

Gnaisses de Buritaca

Rochas Intrusivas

Xistos de Gaira

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Depositos Coluviaies

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Metamorfitas de San Pedrode la Sierra

Falha Normal

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SEV4-13-25

SEV4-8-14

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Figura 1. Localização da área de estudo imersa no orógeno Sierra Nevada de Santa. A) provínciasgeotectônicas; B) Mapa geologico (INGEOMINAS, 1999) e de amostragem.

IntroduçãoRochas deformadas são uma das poucas fontes diretas de informações disponíveis para a reconstrução da evolução tectônica de

uma região. Observações sobre a geometria das estruturas registradas nas rochas devem ser analisadas com cuidado; elas são oproduto final de uma evolução que pode ser reconstruída só si é interpretada corretamente na última fase de deformação(Passchier C.W., Trow R.A.J., 2005). Para determinar a influência dos mecanismos de deformação interna na evolução de rochasmetamórficas, selecionaram-se cinco amostras: duas de xistos de Gaira SEV4-8-14, SEV4-13-25; e três de ortognáisses de BuritacaSEV5-4-8; SEV5-6-13; SEV6-7-7 que afloram no setor Ciénaga - Rio Frio. Unidades de rochas localizadas na província tectônica deSevilla ao NW da Sierra Nevada de Santa Marta (SNSM), litoral Caribe, Colômbia (Figura 1).

A sierra Nevada de Santa Marta e regiões adjacentes são um complexo orógeno constituído por um mosaico geotectônico eestrutural, resultante de acreções de terrenos, metamorfismo e magmatismo com processos de subducção da placa Caribe sob a placaSulamericana. Entre as estruturas principais o alinhamento (sutura) de Sevilla, o falhamento transcorrente associado ao sistema E-W dafalha de Oca e ao sistema de rumo N15°W, da zona de cisalhamento Santa Marta - Bucaramanga, compartimentam e limitam esteorógeno ao norte e oeste, respetivamente. Geotectonicamente a SNSM é dividida de leste a oeste, em três províncias geotectônicas(Tschanz et al., 1969, 1974): i) Sierra Nevada, com embasamento metamórfico granulítico intrudido por plútons mesozoicos; ii) Sevilla,presentada por embasamento gnáissico precambriano e um cinturão polimetamórfico intrudido por plútons mesozóicos e cenozoicos; eiii) Santa Marta, representada por rochas metamórficas intrudidas por plútons do Paleógeno. No limite W da província de Sevilla, área deCiénaga - Rio Frio (Figura 1), ocorrem granulitos de 940 ± 34 Ma. K-Ar em Hornblenda, gnaisses máficos de 152 ± 11 Ma K-Ar emhornblenda e muscovita, biotita, anfibólio xistos com idade de 50 ± 8 Ma K-Ar em anfibólio (Tschanz et al; 1974). As rochas doFanerozóico apresentam deformação milonítica derivada da ativação da falha de empurrão Sevilla e da zona de cisalhamento SantaMarta - Bucaramanga.

Ao SW do cinturão metamórfico de Sevilla afloram rochas de grau metamórfico médio (Tschanz et al; 1969), constituídas de micaXistos, quartzo feldspato xistos e Anfibólio xistos, agrupados na unidade xistos de Gaira. Estas rochas estão em contato discordantecom os Gnaisses estratigráficamente infra jacentes de Buritaca que afloram na parte W do orógeno, formando uma faixa contínuaorientada NE-SW. Tschanz et al; (1969) incluiu sob esta designação ortogánisses e migmatítos que tem uma associação mineral emfácies anfibolito granada.

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Figura 2. Características da composição e deformação interna dos xistos de Gaira. A) SEV4-13-25, textura lepidoblástica mostrando estaurolita deduas gerações (St1 e St2), granada (Grt), Sillimanita (Sil), muscovita (Ms), Biotita (Bt), quartzo (Qtz). B) SEV4-13-25, inclusões de quartzo em trilas nastaurolita (St1) com staurolita tardia (St2). C) SEV4-8-14, deformação rúptil em feldspatos (plagioclásio Pl), dobramento de biotita em micafish e ripasde quartzo em continuidade ótica. D) SEV4-8-14, banda quartzo feldspática com textura granoblástica mostrando deformação dúctil – rúptil comomaclas dobradas, fraturamento interno e extinção ondulante nos feldspatos e estiramento em ripas no quartzo. Escala: Lado maior dafotomicrogafia 4mm.

IINT

Resultados e DiscussãoOs Xistos de Gaira (SEV4-8-14; SEV4-13-25), estão constituídos por biotita, muscovita, quartzo, feldspato, granada, estaurolita,

epidoto, sillimanita e actinolita. Caracterizam-se por exibir textura lepidoblastica formada por bandas de micas estiradas, distribuídas emfaixas intercaladas com ripas quartzo feldspáticas segundo a atitude da foliação (Figura 2).

A relação textural de porfiroblastos suhedrais de granada grossos, com inclusões heliciticas de quartzo, sugerem cristalizaçãosin-cinemática. Porfiroblastos xenomórficos de estaurolita (St1) com inclusões de quartzo em trilhas e fraturas, apresentam relaçãosin-cinemática com a foliação. Estaurolita tardía (St2) subedral ocorre como sobre crescimento na St1, orientados obliquamente à atitudeda foliação (Figura 2).

Deformação rúptil sobreimposta com fraturamento em duas direções em alto angulo, redução de tamanho, rotação de subgrãos emaclas em cunha são os mecanismos de deformação dos feldspatos. Já no quartzo estes correspondem a geração de ripas emcontinuidade ótica, cristais com extinção óptica ondulante, rotação de subgrãos e deslocamento de limite. Estiramento, dobramento erotação com geração de Mica Fish, sugerem efeitos da atividade da zona de cisalhamento Santa Marta Bucaramanga em regime frágil,nestas rochas (Figura 2).

MECANISMOS DE DEFORMAÇÃO E PETROLOGIA DAS ROCHAS METAMÓRFICAS DO SETOR CIÉNAGA -RIO FRIO, PROVÍNCIA TECTÔNICA DE SEVILLA, SIERRA NEVADA DE SANTA MARTA, COLÔMBIA

Astrid Siachoque Velandia1, Carlos Alejandro Salazar1

[email protected]; [email protected] Departamento de Geociências, Universidade Federal do Amazonas, Av. General Rodrigo O. J. Ramos, 3000. Coroado, 69077-000, Manaus, Amazonas

Palavras-chave: Mecanismos de deformação, zonas de cisalhamento, Milonitos.

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Figura 3. Características da composição e deformação interna dos Gnaisses de Buritaca. A) SEV6-7-7, albita geminada com inclusões de plagioclásio precoce (Pl), actinolita (Act) marcando a foliação milonítica, quartzo (Qtz) com recristalização dinâmica formando ripas emcontinuidade ótica, Muscovita (Ms). B) SEV6-7-7, amostra com foliação proto-milonítica, porfiroclastos sigmoides de plagioclásio com zoneamentoe alterando para sericita no centro (Ser), exibe redução de tamanho com rotação nas bordas e sombras de pressão. C) SEV5-4-8, textura miloníticaem microlitons mostrando alta redução de tamanho em quartzo e feldspatos, porfiroblastos euedrais de epidoto (Ep) e muscovita (Mus),porfiroclastos de plagioclásio, biotita. D) SEV5-4-8, foliação milonítica SC com porfiroclastos de feldspatos em forma de sigmoides, recristalizaçãoem sombras de pressão. E) SEV5-6-13, carbonato geminado e recristalizado nas bordas de grãos por redução de tamanho e rotação de subgrãos,porfiroblastos de epidoto, zoisita, quartzo formando ripas. F) SEV6-7-7, foliação gnáissica definida pela orientação cristalográfica de quartzo efeldspatos (S1), foliação milonítica (S2), gerando porfiroclastos de K-feldspato geminado (Ks) com formas sigmoides, e quartzo, biotita secundariaassociada a S2. Escala: Lado maior da fotomicrogafia 4mm.

Os Gnaisses de Buritaca (SEV5-4-8; SEV5-6-13; SEV6-7-7), estão constituídos por plagioclásio com zoneamento normal queocorrem em variados tamanhos e como inclusões de plagioclásio precoce, K-feldspato, quartzo, biotita, minerais com orientaçãopreferencial de forma sugerindo uma foliação S1. Processos dínamotérmicos associados com deformação dúctil parecem ter geradominerais como granada e actinolita produto de alteração de hornblenda, muscovita, zoisita, epidoto e carbonato geminado.

Deformação rúptil tardia com percolação de fluidos gerou alteração sericita (Figura 3). Estas rochas se caracterizam por exibir altaredução de tamanho e rotação de subgrão, formação de porfiroclastos de feldspatos em forma de sigmoides com extinção ondulante erecristalização em sombras de pressão, mostrando deformação milonítica definido uma foliação S2 progressiva na que se reconhecembandas SC (Figura 3).

Considerando as texturas minerais, a mineralogia metamórfica associada com deformação milonítica e a proximidade espacial dasamostras com a falha de empurrão Sevilha, postila-se que houve deformação milonítica sobre imposta ao metamorfismo regionalvinculada com reativações da estrutura reversa.

As associações minerais nos Xistos de Gaira comprovam um metamorfismo regional em fácies anfibolito. Efeitos dinamotérmicosgeraram deformação progressiva em regime frágil subatômico-intracristalino até um comportamento semidúctil com recristalizaçãodinâmica intensa por deformação transcorrente em zona de cisalhamento. Nos gnaisses ortoderivados, efeitos de um metamorfismodinâmico dúctil em alta taxa de deformação gerou intensa redução de tamanho e associação mineral característica de fácies anfibolitoassociada com a passagem de fluidos hidrotermais.

Considerando que os mecanismos de deformação nas duas unidades de rochas foram gerados em regimes distintos; que asassociações minerais observadas nos xistos e nos ortognáisses se derivam de processos metamórficos distintos (regional, edinamotérmico, respetivamente) e que elas foram deformadas por estruturas distintas, ativadas em momentos diferentes da historiatectônica da província Sevilla. Interpreta-se que estas rochas registram uma historia geotectônica condizente com ambiente convergenteda margem Caribe.

ConclusõesDescrições petrográficas definem uma composição quartzo-feldspática com biotita, muscovita e porfiroblastos de granada,

estaurolita e silimanita para os Xistos de Gaira. As associações minerais em fácies anfibolito para estes Xistos, muda a classificaçãoXisto Quartzo-micáceo (SEV4-8-14; SEV4-13-25) postulada na literatura para estas rochas. Assim foram definidas rochas comoGranada Biotita Xisto e Sillimanita Granada Estaurolita Xisto respectivamente como os constituintes principais dos Xistos de Gaira.Rotação de cristais sin-cinemáticos e tardios, sobre crescimento de estaurolitas, assim como fraturamento intracristalino erecristalização dinâmica, caracterizam os mecanismos de deformação em regime rúptil nessas rochas a qual estaria associada comreativação da zona de cisalhamento Santa Marta Bucaramanga.

Os ortognáisses Quartzo feldspáticos (SEV5-4-8; SEV5-6-13; SEV6-7-7), correspondem a rochas metamórficas que foramsubmetidas a deformação progressiva gerando milonitos em regime principalmente dúctil durante a acresção de terreno que gerou asutura de Sevilla no orógeno por subducção da Sierra Nevada de Santa Marta. Passagem de fluidos durante o evento milonítico teriagerado a mineralogia cálsica (epidoto, zoisita, actinolita, calcita) observada nestas rochas.

Agradecimentos3Escola de Geologia, Universidade Industrial de Santander, Cr 27 #9-11, Bucaramanga-Santander (Colômbia)4 Escola de Geologia, Universidade de Pamplona, Autopista Internacional Vía Los Álamos Villa Antigua, Pamplona-Norte de Santander (Colômbia)

Ao Professores Carlos Alberto Rios3 e Oscar Mauricio Castellanos Alarcon4 pelo fornecimento do material (lâminas delgadas)

Tschanz, C. M., Marvin, R. F., Cruz, B. J., Mehnert, H. H., Cebula, G. T., 1994. Geologic Evolution of the Sierra Nevada de Santa Marta, NortheasternColombia. Geological Society of America Bulletin 85, 273-284.González H., Núñez A. & G. Paris (1988). Mapa geolóico de Colombia, escala 1:1.500.00, memoria explicativa. Ingeominas, 46-49.Ingeominas, 1999. Geologia de la plancha 18: Ciénaga (Colômbia).Passchier C.W., Trow R.A.J., 2005. Micro-tectonics, Springer, Second Edition, pg.366.