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Psicologia
Interacção e Influência Social
Sumário
• Conformidade à maioria
• Influência da minoria
• Obediência à autoridade
• O poder das situações
• Rebelião
Conformidade à Maioria
Obediência e ResistênciaConformidade à maioria
Obediência e ResistênciaConformidade à maioria
Solomon Asch realizou uma série de estudos sobre este assunto
• O sujeito da experiência senta-se à mesa na companhia de sete a nove participantes cúmplices do experimentador
• Apresenta-se ao grupo três linhas verticais com diferentes comprimentos
Obediência e ResistênciaConformidade à maioria
Pede-se ao sujeitos que indiquem a linha de b
que tem o mesmo comprimento da linha
em a
Obediência e ResistênciaConformidade à maioria
• Cada pessoa anuncia a sua decisão na sua vez
• O sujeito da experiência é sempre o último a pronunciar-se
• Na maioria das tentativas todos dão a mesma resposta (que é óbvia)
Obediência e ResistênciaConformidade à maioria
• No entanto, em algumas tentativas, previamente combinadas pelo experimentador, os participantes cúmplices dão respostas erradas
• A questão é a de saber até que ponto o sujeito é influenciado pela opinião unânime, mas errada, do grupo.
Obediência e ResistênciaConformidade à maioria
Os resultados da experiência de Asch foram surpreendentes:
• 75% dos sujeitos conformaram-se à opinião errada da maioria pelo menos uma vez.
• O número de elementos do grupo não era determinante (com 16 ou com 4 elementos, os resultados eram os mesmos)
Obediência e ResistênciaConformidade à maioria
Porque será que o facto de a resposta correcta ser óbvia não foi suficiente para garantir a independência da maioria?
• Segundo alguns autores, a conformidade à maioria resulta precisamente do carácter óbvio da resposta. (Na vida real, discordamos com mais frequência quando as soluções não são óbvias: qual a melhor política para combater a crise, que quadro é mais bonito, etc.)
Obediência e ResistênciaConformidade à maioria
No entanto, a situação experimental provocada por Asch é mais radical:
• Trata-se de uma discordância unânime sobre um simples facto físico.
• Não é necessário grande esforço para ser detectado o erro da maioria.
Obediência e ResistênciaConformidade à maioria
• O sujeito experimental pensará que a resposta unânime do grupo é incompreensível;
• Mas pensará também que a sua discordância será incompreensível para o grupo.
Obediência e ResistênciaConformidade à maioria
• Os membros do grupo podem pensar que o sujeito é incapaz ou que está fora da realidade.
• Por outro lado, a discordância sistemática do sujeito pode ser interpretada como insultuosa ou provocatória.
Obediência e ResistênciaConformidade à maioria
O problema para o sujeito é:
• O que pensam os outros de mim?
• O que acham eles que eu penso deles?
Este duplo problema inibe a divergência e gera forte pressão para que o sujeito se conforme.
Obediência e ResistênciaConformidade à maioria
Esta interpretação é reforçada pelo facto de a presença de um dissidente no grupo baixar drasticamente o nível de conformidade de 32% para 6% das tentativas.
Pouco importa o estatuto do dissidente:• Até pode ser um participante que não inspire muita
confiança.
Influência da Minoria
Obediência e ResistênciaInfluência da Minoria
Obediência e ResistênciaInfluência da Minoria
Moscovici e outros investigadores europeus realizaram experiências laboratoriais idênticas às de Asch.
• Pediu-se aos sujeitos que fizessem juízos perceptivos simples na presença de cúmplices do experimentador que davam sempre respostas erradas.
Obediência e ResistênciaInfluência da Minoria
• Em vez de um único sujeito no meio de um grupo de cúmplices, os investigadores decidiram colocar quatro sujeitos num grupo com mais dois cúmplices (que davam sempre respostas incorrectas).
• Os participantes cúmplices estavam em minoria, portanto.
Obediência e ResistênciaInfluência da Minoria
Obediência e ResistênciaInfluência da Minoria
Obediência e ResistênciaInfluência da Minoria
Obediência e ResistênciaInfluência da Minoria
Obediência e ResistênciaInfluência da Minoria
Em resumo:
• As maiorias têm poder social para aprovar, reprovar, aceitar ou rejeitar;
• O poder das maiorias produz obediência e conformidade pública (raramente a privada).
Obediência e ResistênciaInfluência da Minoria
Em resumo:
• As minorias raramente têm poder social;
• O poder das minorias, percebidas como credíveis, é o de produzir mudanças genuínas de atitude e, consequentemente, inovação, mudança social e até revolução.
Obediência e Autoridade
Obediência e ResistênciaObediência e Autoridade
Na Alemanha Nazi de 1933 a 1945, milhões de pessoas inocentes foram levadas à morte em campos de concentração.
Podemos pensar, com boas razões, que Hitler era um psicopata.
Mas será que podemos dizer o mesmo das pessoas que obedeceram a Hitler?
Obediência e ResistênciaObediência e Autoridade
Obediência e ResistênciaObediência e Autoridade
Hannah Arendt, que assistiu ao julgamento de Eichmann, julgado e condenado pelo tribunal de Nuremberga pelo crimes nazis que cometeu, acha que não.
Na sua opinião, Eichmann era um burocrata estúpido e muito vulgar. (ler: Relatório sobre a banalidade do mal, de Hannah Arendt)
Obediência e ResistênciaObediência e Autoridade
“Em determinadas circunstâncias, a pessoa mais vulgar pode tornar-se num criminoso”. Hannah Arendt
Obediência e ResistênciaObediência e Autoridade
Obediência e ResistênciaObediência e Autoridade
Esta questão da obediência à autoridade foi estudada empiricamente numa série de estudos importantes e polémicos conduzidos por Stanley Milgram (1963, 1974) na Universidade de Yale.
(Ver texto de apoio sobre experiência de Milgram e trabalho de grupo realizado na sala de aula)
Obediência e ResistênciaObediência e Autoridade
As experiências de Milgram foram muito criticadas por gerarem situações artificiais.
Vejamos então uma experiência de obediência à autoridade numa situação do quotidiano (Hofling et al., 1966):
Obediência e ResistênciaObediência e Autoridade
• Uma enfermeira recebe uma chamada telefónica de um médico que ela conhecia de nome mas não pessoalmente;
• O médico diz-lhe que gostaria que um determinado doente tomasse a medicação, de forma a poder ver o resultado quando chegasse à enfermaria
Obediência e ResistênciaObediência e Autoridade
• Diz-lhe que o nome do medicamento é Astroten, e que se encontra no armário dos medicamentos.
• A caixa dos comprimidos diz: Astroten, cápsulas de 5mg; dose normal: 5mg; dose máxima diária: 10mg.
Obediência e ResistênciaObediência e Autoridade
• O médico pede à enfermeira que dê uma dose de 20mg ao doente e diz:
Estarei aí dentro de dez minutos e, nessa altura assino a receita, mas gostaria que o remédio já tivesse começado a fazer efeito.
• Nestas condições, 95% das enfermeiras testadas deram o medicamento ao doente.
Obediência e ResistênciaObediência e Autoridade
A obediência das enfermeiras viola várias regras hospitalares:
• A receita não podia ser feita por telefone;
• A dose era excessiva;
• A medicação não era autorizada, isto é, não fazia parte da lista dos remédios que podiam ser utilizados na enfermaria.
Obediência e ResistênciaObediência e Autoridade
• O pedido tinha sido feito por uma pessoa desconhecida.
• As enfermeiras só sabiam o nome do médico e que ele trabalhava no hospital.
O Poder das Situações
Obediência e ResistênciaO Poder das Situações
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