21

Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras
Page 2: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

2 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE

ORGANIZAÇÃO: Alessandra Mathyas, Baltazar D’Andrade Guerra, Camilo López, Fátima Martins, Mauro Passos, Ricardo Rüther

PRODUÇÃO: Quorum ComunicaçãoCoordenação: Gastão Cassel Reportagem e texto: Edson Burg e Galeno LimaEdição: Alessandra MathyasTradução: Pedra Rosetta Tradutores Ltda. Fotografia do evento: Sônia VillProjeto Gráfico: Audrey Schmitz Schveitzer

IMPRESSÃO: Gráfica FloriprintTiragem: 1.000 exemplares

Confira os slides das palestras em www.institutoideal.orgEcha un vistazo a las diapositivas de las conversaciones en www.institutoideal.org

Seminário MERCOSULPÓS COPENHAGUERelatório das palestrasInforme de las conferencias

SUMÁRIO - rESUMENO Mercosul e as Mudanças Climáticas / Mercosur and Climate ChangeEl Mercosur y los Cambios Climáticos ................................................................................. 5Mauro Passos (Instituto Ideal)

O que restou de Copenhague / Lo que restó de Copenhague ......................................... 8

Propostas para integração regional / Propuestas para la integración regional ............. 10Camilo López Burian (Cefir)

O Brasil em Copenhague / Brasil en Copenhague .......................................................... 12Cícero Bley (Itaipu)

Ações do Parlasul para mitigar consequências climáticas / Acciones del Parlasurpara mitigar consecuencias climáticas............................................................................... 14Carmelo Benítez (Parlasul)

Mudanças Climáticas no Legislativo Brasileiro / Cambios Climáticos en el Legislativo Brasileño ........................................................................................................... 16Ideli Salvatti (Senado - Brasil)

Evento Carbono Zero / Evento Carbono Cero ................................................................. 18Flávia Hila (Carbon Clean)

A produção de energia a partir do uso de biomassa / La producción de energía a partir del uso de biomasa ................................................................................................... 20Leonardo de León (Alcoholes Uruguai)

A energia eólica na matriz energética brasileira / La energía eólica en la matriz energética brasileña ............................................................................................................ 22Antonio Vituri (Eletrosul)

Potencial da energia solar fotovoltaica no Brasil e projetos vitrine: Estádios Solares e Aeroportos Solares / Posibilidades de la energía solar fotovoltaica en Brasil y proyectos en exposición: Estadios Solares y Aeropuertos Solares ....................... 24Ricardo Rüther (Instituto Ideal / UFSC)

Desafios e oportunidades para a geração distribuída na região / Desafíos y oportunidades para la generación distribuida en la región ................................................ 26Georg Hille (Ecovision)

Incentivo à microgeração e sua integração à rede / Incentivo a la microgeneracióny su integración a la red ...................................................................................................... 28Cícero Bley (Itaipu)

Empregos Verdes: A Experiência Alemã / Empleos Verdes: La Experiencia Alemana ... 30Dirk Assman (GTZ)

A COP 15 e o Brasil: reflexos e iniciativas nacionais / La COP 15 y Brasil: Reflejose iniciativas nacionales ....................................................................................................... 32Luís Eduardo Tinoco - (Ministério do Meio Ambiente - Brasil)

Bioenergia e criação de empregos / Bioenergía y creación de empleos ...................... 34Guilherme Cassel (Ministério do Desenvolvimento Agrário - Brasil

Visita técnica às instalações de energia solar na Ilha de Ratones / Visita técnica alas instalaciones de energía solar en la Isla de Ratones .................................................... 36

Registro Fotográfico / Registro Fotográfico ..................................................................... 38

Page 3: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 54 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE

É possível que o Mercosul, a exemplo da Comunidade Europeia, aprove medidas que ampliem o uso das energias de fontes renováveis como forma de enfrentar as mudan-ças climáticas? Sim, é possível, mas para isso é necessário que os paí-ses integrantes consigam elaborar legislações de abrangência regional e que visualizem o todo do bloco e não cada país individualmente. Essa foi uma das conclusões do Seminário Mercosul Pós Copenha-gue, realizado nos dias 19 e 20 de março em Florianópolis. O encontro evidenciou as potencialidades da energia limpa em nosso continente, aproximou experiências e motivou a tomada de ações para mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

As principais idéias dos exposito-res do encontro estão apresentadas nesta publicação bilíngüe (Português e Espanhol). Nela a Conferência do Clima de Copenhague é avaliada em seus pontos positivos e negativos a as energias renováveis são apresen-tadas como fundamentais para os novos tempos que virão.

A expectativa agora é que, em 2011, possamos novamente realizar esse evento, verificar os avanços e propor ações de integração ener-gética para o nosso continente. As entidades promotoras do seminário e todos os participantes, com essa iniciativa, mostraram que estão comprometidas com a causa.

MAURO PASSOS - Presidente do Instituto Ideal

O MERCOSUL E ASMUDANÇAS CLIMÁtICAS

Page 4: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 7

Is it possible that Mercosur, fol-lowing the example of European Community, will adopt measures broadening the use of renewable energy sources as an alternative for facing climate change? Yes, it is possible – but in order for that to happen it is necessary that constitu-ent countries are able to formulate regional regulations and to visualize the trade zone as a whole, instead of each country separately. That was one of the conclusions brought in during the Post-Copenhagen Merco-sur Seminar on March 19-20 in Flori-anopolis, Brazil. The meeting made evident the potentialities of clean energy in South America, made pos-sible to share experiences and moti-

vated decision making for mitigating and adapting to climate change.

The main ideas set forth by the meeting’s panelists are presented herein in English, Portuguese, and Spanish. In this publication, Co-penhagen Summit is evaluated as regards to its positive and negative aspects and renewable energy is presented as critical in the long run.

Expectations are that we can once again hold this event in 2011, evalu-ate advances made and propose actions for energy integration in our continent. Organizations promoting the seminar, as well as all delegates, have shown through this initiative their commitment with the cause.

Mauro Passos - President - Instituto IDEAL

MErcoSUr aNdcliMatE chaNgE

¿Es posible que el Mercosur, si-guiendo el ejemplo de la Comuni-dad Europea, apruebe medidas que aumenten el uso de las energías de fuentes renovables como una forma de enfrentar los cambios climáticos? Sí, es posible, pero para eso es ne-cesario que los países integrantes lo-gren sancionar leyes de alcance re-gional y que consideren todo el blo-que y no cada país individualmente. Esa fue una de las conclusiones del Seminario Mercosur Post Copenha-gue, realizado el 19 y el 20 de marzo en Florianópolis. El encuentro des-tacó las posibilidades de la energía limpia en nuestro continente, aproxi-mó experiencias y motivó acciones para la mitigación y adaptación a los cambios climáticos.

En esta publicación bilingüe (Portugués y Español) se presentan las principales ideas de los exposito-res del encuentro. Se evalúa la Con-ferencia del Clima de Copenhague en sus puntos positivos y negativos y las energías renovables se presen-tan como fundamentales para los nuevos tiempos que vendrán.

La expectativa ahora es que, en 2011, podamos nuevamente realizar este evento, verificar los avances y proponer acciones de integración energética para nuestro continente. Las entidades promotoras del semi-nario y todos los participantes, con esta iniciativa, mostraron que están comprometidos con la causa.

Mauro Passos - Presidente del Instituto IDEAL

El MErcoSUr y loScaMbioS cliMáticoS

6 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE

Page 5: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

8 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 9

O QUE REStOU DE COPENHAGUE

lo QUE rEStÓ dE coPENhagUE

Três meses após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expor sua frustração em discurso na 15ª Con-ferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-15), em Copenha-gue, o reitor da Universidade Fede-ral de Santa Catarina (UFSC), Álvaro Prata, saudava os participantes do Seminário Mercosul Pós Copenha-gue, realizado em 19 de março em Florianópolis: “esse auditório lotado mostra a importância e o interesse dessa temática”.

A declaração do reitor sintetizou o sucesso do evento, que atraiu mais de 500 pessoas para os painéis de discussão sobre desenvolvimen-to sustentável e projetos de uso de energias renováveis no Mercosul. E mostrou como o suposto impasse de Copenhague deve ser mantido em evidência, como um alerta para o pouco avanço nos debates sobre questões ambientais.

À mesa de abertura do Seminário Mercosul Pós Copenhague, além do reitor Álvaro Prata, discursaram Carla Pereira, diretora da InWent, Federico Gomensoro, secretário executivo do Centro de Formação para Integração Regional (Cefir), Baltazar D´Andrade Guerre, professor da Unisul e mem-bro do Joint European-Latin Ameri-can Universities Renewable Energy (Jelare), Antonio Vituri, diretor da Eletrosul, e Mauro Passos, presiden-te do Instituto Ideal, organizador do evento. Em comum, todos ressalta-ram a importância de se discutir a questão ambiental em nível Mercosul e a participação coletiva em projetos de desenvolvimento sustentável.

O que restou da COP-15 serviu de vértice para o Seminário Mer-cosul Pós Copenhague. A posição estratégica de Brasil, Argentina, Pa-raguai e Uruguai nesse debate em escala mundial comprova a impor-tância do evento e justifica o interes-se dos participantes, conferencistas e público, que se propuseram a dar prosseguimento ao impasse não resolvido na capital dinamarquesa: como preservar o futuro do plane-ta sem macular o desenvolvimento econômico e industrial. “Esse é um assunto que precisa continuidade, que têm que estar na pauta política, econômica e ambiental do Merco-sul”, afirma Federico Gomensoro, do Cefir. Por isso, conclui Mauro Passos, presidente do Instituto Ide-al, “em 2011 vamos retomar a inicia-tiva e verificar os avanços obtidos a partir desse nosso encontro”.

Tres meses después de que el presidente Luiz Inácio Lula da Silva expuso su frustración en un discurso en la 15ª Conferencia de las Partes de la Convención de las Naciones Unidas sobre Cambio del Clima (COP-15), en Copenhague, el rector de la Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Álvaro Prata, salu-daba a los participantes del Semi-nario Mercosur Post Copenhague, realizado el 19 de marzo en Florianó-polis: “este salón lleno muestra la im-portancia y el interés de este tema”.

La declaración del rector sintetizó el éxito del evento, que atrajo más de 500 personas a los paneles de discusión sobre desarrollo sustentable y proyec-tos de uso de energías renovables en el Mercosur. Y mostró que el supuesto punto muerto de Copenhague se debe mantener en evidencia, como un alerta sobre el poco avance en los debates sobre asuntos ambientales.

En la mesa de abertura del Semina-rio Mercosur Post Copenhague, ade-más del rector Álvaro Prata, discursa-ron Carla Pereira, directora de InWent, Federico Gomensoro, secretario eje-cutivo del Centro de Formación para la Integración Regional (Cefir), Baltazar

D´Andrade Guerre, profesor de la Uni-sul y miembro del Joint European-Latin American Universities Renewable Ener-gy (Jelare), Antonio Vituri, director de Eletrosul y Mauro Passos, presidente del Instituto Ideal, organizador del even-to. Todos destacaron la importancia de discutir la cuestión ambiental a nivel del Mercosur y la participación colectiva en proyectos de desarrollo sustentable.

Lo que restó de la COP-15 sirvió de vértice para el Seminario Mercosur Post Copenhague. La posición estratégica de Brasil, Argentina, Paraguay y Uru-guay en este debate en escala mundial comprueba la importancia del evento y justifica el interés de los participantes, conferencistas y público, que se pro-pusieron salir del punto muerto al que llegaron en la capital dinamarquesa: cómo preservar o futuro del planeta sin perjudicar el desarrollo económico e industrial. “Este es un asunto que nece-sita continuidad, que tiene que estar en la pauta política, económica y ambiental del Mercosur”, afirmó Federico Gomen-soro, del Cefir. Por eso, concluyó Mauro Passos, presidente del Instituto Ideal, “en 2011 vamos a retomar la iniciativa y verificar los avances obtenidos a partir de este encuentro nuestro”.

Mais de 500 pessoas participaram dos paineis sobre desenvolvimento sustentável no auditório da UFSC / Más de 500 personas participaron en los paneles sobre el desarrollo sostenible en el auditorio de la UFSC

Mesa de abertura: Prof. Baltazar/Unisul, Carla Pereira/Inwent, Federico Gomensoro/Cefir, Prof. Álvaro Prata/

UFSC, Mauro Passos/Ideal, Antonio Vituri/Eletrosul

Page 6: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

10 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 11

Como trabalhar regionalmente as questões relativas às mudanças climáticas mantendo as prioridades do Estado? A pergunta deixada em

aberto motivou o discurso de Cami-lo López Burian: para o coordena-dor de projetos do Centro de For-mação para Integração Regional (Cefir), as causas e consequências dos impactos ambientais são de conhecimento público, mas ainda há pouca reação frente aos aconte-cimentos recentes.

Para Burian, qualquer ação de desenvolvimento sustentável passa obrigatoriamente por uma integra-ção regional. “É momento de pen-sar em políticas públicas e estra-tégias de desenvolvimento, e vejo como impossível dividir esse debate entre fronteiras”, salientou.

Até agora, segundo ele, os dis-cursos sobre desenvolvimento sus-tentável não estão alinhados nos países do Mercosul e cada Estado tem definido suas metas e estraté-gias sem acordar conteúdos em escala regional. “É preciso uma co-laboração mútua, só assim haverá uma ação com resultados efetivos.”

PROPOStAS PARAINtEGRAÇÃO REGIONALCAMILO LÓPEZ BURIAN - Coordenador de Projetos do Centro de Formação para Integração Regional (Cefir)

¿Cómo trabajar regionalmente las cuestiones relativas a los cambios climáticos manteniendo las priori-dades del Estado? La pregunta que quedó abierta motivó el discurso de Camilo López Burian: Para el coor-dinador de proyectos del Centro de Formación para Integración Regio-nal (Cefir), las causas y consecuen-cias de los impactos ambientales son conocidas públicamente, pero todavía hay poca reacción frente a los acontecimientos recientes.

Para Burian, cualquier acción de desarrollo sustentable exige

obligatoriamente una integración regional. “Es el momento de pen-sar en políticas públicas y estra-tegias de desarrollo, y veo como imposible dividir este debate entre fronteras”, destacó.

Hasta ahora, según él, los dis-cursos sobre desarrollo sustentable no están alineados en los países del Mercosur y cada Estado ha definido sus metas y estrategias sin combinar contenidos en escala regional. “Es necesaria una colaboración mutua, sólo así habrá una acción con resul-tados efectivos.”

ProPUEStaS Para la iNtEgraciÓN rEgioNalCAMILO LÓPEZ BURIAN - Coordinador de Proyectos del Centro de Formación para Integración Regional (Cefir)

Para palestrantes, presença do público mostrou a importância e o interesse da temática ambiental / Para los palestrantes, la presencia del público mostró interés y la importancia de temas ambientales

Page 7: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

12 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 13

A serviço da Associação Inter-nacional de Hidroeletricidade, o co-ordenador de energias renováveis de Itaipu, Cícero Bley, esteve na COP-15. E trouxe para o Seminário Mercosul Pós Copenhague uma vi-são bem mais otimista do encontro. “Muita gente diz que Copenhague foi um fracasso, mas esta conferên-cia esteve muito mais inflada do que todas as 14 anteriores”, ressaltou.

A frustração, avaliou Cícero Bley, é consequência da falsa expectativa criada acerca da COP-15, um encon-tro superestimado e no qual se espe-rava resultados efetivos em projetos sobre mudanças climáticas, o que não era a prerrogativa dos chefes de Estado reunidos em Copenhague.

Para o coordenador de energias renováveis de Itaipu, o destaque mun-dial e a participação dos movimentos sociais na COP-15 são salutares e mereciam maior destaque. “O recinto tinha espaço para 15 mil pessoas, e vieram mais de 30 mil. Enquanto as ONGs co-habitavam com a diploma-cia e os governos, os movimentos populares ficaram no lado de fora, exigindo as mudanças. Foram eles que fizeram a grande diferença.”

O saldo positivo foi justamente esse envolvimento da sociedade, de órgãos não-oficiais, no debate sobre mudanças climáticas. Ou, como salientou Cícero Bley, o des-taque foi o grande interesse social

na discussão, o que, em parte, pas-sa despercebido quando se avalia os resultados da COP-15. “A mes-ma surpresa que tivemos aqui, com esse auditório cheio para o Seminá-rio, os organizadores tiveram com a COP-15. Não se esperava tanto en-volvimento. E tenho certeza que na COP-16, se houver espaço para 50 mil haverá outros 50 mil do lado de fora do recinto.”

Por fim, Cícero Bley apontou que esse envolvimento foi sintomá-tico para que os líderes de Estado tenham consciência da necessida-de de políticas efetivas para o de-senvolvimento sustentável. “O que foi feito lá não pode ser abandona-do. Os líderes voltaram aos seus países sabendo que o mundo está exigindo respostas sobre essas questões ambientais, exigindo-as como direito humano fundamental. A militância é o começo desse pro-cesso de mudança”

Questionado sobre o uso do tema do aquecimento global apenas como freio para o desenvolvimento de países emergentes, que teriam que se adaptar às novas condições para obterem crescimento econômi-co, Cícero alertou para que não se desvie o foco principal das discus-sões de mudanças climáticas. “Não podemos entrar nessa cantilhena. O aquecimento global não é baseado em suposições.”

O BRASIL EM COPENHAGUECÍCERO BLEY - Superintendente da Coordenadoria de Energias Renováveis de Itaipu e Coordenador do Observatório Brasil de Energias Renováveis para América Latina e Caribe

Al servicio de la Asociación In-ternacional de Hidroelectricidad, el coordinador de energías renovables de Itaipú, Cícero Bley, estuvo en la COP-15. Y trajo al Seminario Mer-cosur Post Copenhague una visión bastante más optimista del encuen-tro. “Mucha gente dice que Copen-hague fue un fracaso, pero esta con-ferencia estuvo mucho más inflada que las 14 anteriores”, destacó.

La frustración, evaluó Cícero Bley, es consecuencia de la falsa expecta-tiva creada acerca de la COP-15, un encuentro sobrestimado y en el cual se esperaban resultados efectivos en proyectos sobre cambios climáticos, lo que no era la prioridad de los jefes de Estado reunidos en Copenhague.

Para el coordinador de energías renovables de Itaipú, el destaque mundial y la participación de los mo-vimientos sociales en la COP-15 son sanos y merecerían mayor destaque. “El salón tenía espacio para 15 mil personas y vinieron más de 30 mil. Mientras las ONGs convivían con la diplomacia y los gobiernos, los mo-vimientos populares quedaron del lado de afuera, exigiendo los cam-bios. Ellos fueron el gran destaque.”

El saldo positivo fue justamente esa participación de la sociedad, de órganos no oficiales, en el debate sobre cambios climáticos. O, como destacó Cícero Bley, el destaque fue

el gran interés social en la discusión, lo que, en parte, pasa desapercibido cuando se evalúan los resultados de la COP-15. “La misma sorpresa que tuvimos aquí, con este salón lleno para el Seminario, tuvieron los orga-nizadores con la COP-15. No se es-peraba tanto interés. Y estoy seguro de que en la COP-16, si hay espacio para 50 mil habrá otros 50 mil del lado de afuera del recinto.”

Finalmente, Cícero Bley seña-ló que este interés fue sintomático para que los líderes de Estado ten-gan consciencia de la necesidad de políticas efectivas para el desarrollo sustentable. “Lo que se hizo allá no se puede abandonar. Los líderes volvieron a sus países sabiendo que el mundo está exigiendo respuestas sobre estas cuestiones ambientales, exigiéndolas como derecho humano fundamental. La militancia es el co-mienzo de ese proceso de cambio.”

Al preguntarle sobre el uso del tema del calentamiento global sólo como freno para el desarrollo de paí-ses emergentes, que tendrían que adaptarse a las nuevas condiciones para obtener crecimiento económi-co, Cícero alertó que no se debe desviar el foco principal de las dis-cusiones sobre cambios climáticos. “No podemos entrar en esa canti-nela. El calentamiento global no se basa en suposiciones.”

braSil EN coPENhagUECÍCERO BLEY - Superintendente en la Coordinación de Energías Renovables de Itaipú y Coordinador del Observatorio Brasil de Energías Renovables para América Latina y Caribe

Page 8: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 1514 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE

Com um discurso crítico, o mem-bro do Parlamento do Mercosul (Parlasul), Carmelo Benítez, do Para-guai, fez um apelo pela necessidade de maior integração entre os países do bloco na discussão de projetos ambientais. “É preciso pensar numa integração política para o debate so-bre desenvolvimento sustentável no Mercosul, não apenas uma integra-ção econômica.”

Numa linha oposta a de Cícero Bley, Carmelo Benítez considerou a COP-15 um fracasso e alertou pela atuação apática dos líderes de Esta-do num encontro que deveria trazer resultados efetivos. Para Benítez, “muitos foram a Copenhague ape-nas para fazer turismo e ver neve”, sem a intenção de realmente discu-tir as mudanças climáticas.

O membro do Parlasul embasou sua crítica ao citar os esforços do Parlamento do Mercosul em enviar um representante à COP-15, mas que não recebeu o aceite dos orga-nizadores do evento. Segundo Car-

melo Benítez,isso foi um sinal de que os países da América do Sul ainda são vistos com pouca representati-vidade em discussões de nível mun-dial. “Somente 3% da água em todo o mundo pode ser usada para con-sumo, e 66% dela está em países da América. Não podemos deixar que os países desenvolvidos tratem essa nossa riqueza como ‘águas in-ternacionais’”, apontou. Outro alerta fez referência às discussões sobre a internacionalização do Aqüífero Guarani, o maior manancial de água doce subterrânea transfronteiriço do mundo, localizado na região centro-leste da América do Sul.

O papel do Parlasul, concluiu, é de fomentar essa política de integração entre os países do Mercosul e fortale-cer o bloco continental. Falta apenas maior união entre os integrantes des-te bloco. “Temos que nos unir para enfrentarmos o Parlamento Europeu. O Brasil tem muita importância nesse cenário. É o nosso país-irmão com maior representatividade mundial.”

AÇõES DO PARLASUL PARA MItIGAR CONSEQUêNCIAS CLIMÁtICASCARMELO BENÍTEZ - membro do Parlamento do Mercosul (Parlasul)

Con un discurso crítico, el miem-bro del Parlamento del Mercosur (Parlasur), Carmelo Benítez, de Pa-raguay, mostró la necesidad de ma-yor integración entre los países del bloque en la discusión de proyectos ambientales. “Es necesario pensar en una integración política para el debate sobre desarrollo sustentable en el Mercosur, no sólo una integra-ción económica.”

En una línea opuesta a la de Cíce-ro Bley, Carmelo Benítez consideró que la COP-15 fue un fracaso y alertó por la actuación apática de los líderes de Estado en un encuentro que de-bería traer resultados efectivos. Para Benítez, “muchos fueron a Copen-hague sólo para hacer turismo y ver nieve”, sin la intención de realmente discutir los cambios climáticos.

El miembro del Parlasur funda-mentó su crítica al citar los esfuerzos del Parlamento del Mercosur para enviar un representante a la COP-15, pero que no recibió la aceptación de los organizadores del evento. Según Carmelo Benítez, eso fue una señal de que los países de Sudamérica to-davía se ven con poca representativi-dad en discusiones de nivel mundial. “Solamente el 3% del agua en todo el mundo se puede usar para con-sumo, y el 66% de la misma está en países de América. No podemos de-jar que los países desarrollados tra-ten esa riqueza nuestra como ‘aguas internacionales’”, señaló. Otro alerta

fue referente a las discusiones sobre la internacionalización del Acuífero Guaraní, la mayor fuente de agua dulce subterránea transnacional del mundo, ubicada en la región centro Este de Sudamérica.

El papel del Parlasur, concluyó, es fomentar esa política de integra-ción entre los países del Mercosur y fortalecer el bloque continental. Sólo falta más unión entre los integran-tes de este bloque. “Tenemos que unirnos para enfrentar al Parlamento Europeo. Brasil tiene mucha impor-tancia en ese escenario. Es nuestro país hermano con mayor representa-tividad mundial.”

accioNES dEl ParlaSUr Para Mitigar coNSEcUENciaS cliMáticaSCARMELO BENÍTEZ - miembro del Parlamento del Mercosur (Parlasur)

Page 9: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

16 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 17

A senadora Ideli Salvatti trouxe ao Seminário Mercosul Pós Cope-nhague a experiência de um ano à frente do órgão que acompanha os debates no Congresso Nacional de temas relevantes sobre questões ambientais, como o mau uso de terras por latifundiários e desmata-mento da Mata Atlântica.

Para a senadora, o primeiro ano de atuação da Comissão Mista foi

“pulsante”, justamente na elabora-ção de propostas levadas para a COP-15, em dezembro. “Foi um tra-balho muito importante. O Brasil foi um dos poucos países a levar me-tas e projetos de legislação sobre mudanças climáticas a Copenha-gue. Mostramos que temos esse compromisso alinhado”, salientou. Entre essas propostas, a senadora ressaltou os estudos de impacto ambiental na retirada de petróleo da camada pré-sal e os projetos de energias renováveis e alternativas, que podem gradualmente substi-tuir o petróleo.

Ainda sobre a COP-15, Ideli Sal-vatti argumentou que a prioridade em cumprir metas de impacto am-biental é dos países desenvolvidos por já terem maculado o planeta com seus processos industriais. “Esse debate da questão climática é perigoso porque há um interesse financeiro. E são justamente os paí-ses desenvolvidos que já se aprovei-taram dos recursos naturais, que já poluíram.” Para a senadora, o tema do desenvolvimento sustentável é controverso porque pode ser redu-zido ao simples debate de quem tem o direito de estragar a nature-za. “Não é apenas um assunto da moda, precisa ser levado a sério.”

MUDANÇAS CLIMÁtICAS NO LEGISLAtIvO BRASILEIROSenadora IDELI SALVATTI - Presidente da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas do Congresso Nacional do Brasil

La senadora Ideli Salvatti trajo al Seminario Mercosur Post Copenha-gue la experiencia de un año al fren-te del órgano que sigue los debates en el Congreso Nacional de temas importantes sobre cuestiones am-bientales, como el mal uso de tierras por parte de los dueños de grandes extensiones y deforestación de la Mata Atlántica.

Para la senadora, el primer año de actuación de la Comisión Mix-ta fue “palpitante”, justamente en la elaboración de propuestas lle-vadas a la COP-15, en Diciembre. “Fue un trabajo muy importante. Brasil fue uno de los pocos países a llevar metas y proyectos de legis-lación sobre cambios climáticos a Copenhague. Mostramos que te-nemos ese compromiso alineado”, destacó. Entre esas propuestas, la senadora destacó los estudios de

impacto ambiental en la extracción de petróleo de la capa presal y los proyectos de energías renovables y alternativas que pueden reemplazar gradualmente al petróleo.

Todavía sobre la COP-15, Ideli Salvatti explicó que la prioridad en cumplir metas de impacto ambiental es de los países desarrollados por haber contaminado el planeta con sus procesos industriales. “Este de-bate de la cuestión climática es pe-ligroso porque hay un interés finan-ciero. Y son justamente los países desarrollados los que ya aprovecha-ron los recursos naturales, los que ya contaminaron.” Para la senadora, el tema del desarrollo sustentable es polémico porque puede ser reduci-do al simple debate sobre quién tie-ne derecho de arruinar la naturaleza. “No es sólo un asunto de moda, es necesario considerarlo seriamente.”

caMbioS cliMáticoS EN El lEgiSlativo braSilEñoSenadora IDELI SALVATTI - Presidente de la Comisión Mixta Permanente sobre Cambios Climáticos del Congreso Nacional de Brasil

Page 10: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 19

A preservação do meio-ambiente também foi preocupação na organi-zação do Seminário Mercosul Pós Copenhague. A consultoria ambien-tal do evento ficou a cargo da ge-rente de projetos da Carbon Clean, Flávia Hila, que apresentou dados sobre a compensação pelo impacto negativo gerado pelas ações huma-nas, empresas e eventos.

Segundo Flávia Hila, a realização do Seminário Mercosul Pós Cope-nhague emite gases de efeito estufa no transporte aéreo e terrestre, con-sumo de energia elétrica e resíduos. A Carbon Clean fez a inventariação dos gases gerados pelo evento e a com-pensação do montante equivalente,

como uma devolução à natureza dos recursos utilizados para a promoção do Seminário. O cálculo de compen-sação é elaborado através de uma calculadora certificada pela (Bureau Veritas Certificacion) BVQI.

Como explicou a gerente de projetos da Carbon Clean, essa compensação se dá através do plantio de árvores por parceiros do terceiro setor e cessão de créditos de carbono gerados em projetos de reflorestamento ou eficiência energética. Os benefícios com essa ação são melhoria na qualidade de vida, offset de impactos ambientais, eco-marketing e responsabilidade sócio-ambiental.

EvENtO CARBONO ZEROFLÁVIA HILA - Gerente de Projetos da Carbon Clean

La preservación del medio am-biente también fue preocupación en la organización del Seminario Mercosur Post Copenhague. La ase-soría ambiental del evento quedó a cargo de la gerente de proyectos de Carbon Clean, Flávia Hila, que pre-sentó datos sobre la compensación por el impacto negativo generado por las acciones humanas, empre-sas y eventos.

Según Flávia Hila, la realización del Seminario Mercosur Post Co-penhague emite gases de efecto invernadero en el transporte aéreo y terrestre, consumo de energía eléc-trica y residuos. Carbon Clean calcu-ló los gases generados por el even-to y la compensación de la cantidad

equivalente, como una devolución a la naturaleza de los recursos utiliza-dos para la promoción del Semina-rio. El cálculo de compensación es elaborado a través de una calcula-dora certificada por la BVQI (Bureau Veritas Certification).

Como explicó la gerente de pro-yectos de Carbon Clean, esa com-pensación ocurre a través de la plantación de árboles por parte de aliados del tercer sector y cesión de créditos de carbono generados en proyectos de reforestación o eficien-cia energética. Los beneficios con esa acción son la mejora en la ca-lidad de vida, compensación de im-pactos ambientales, eco marketing y responsabilidad socio/ambiental.

EvENtO CARBONO CEROFLÁVIA HILA - Gerente de Proyectos de Carbon Clean

18 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE

Page 11: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

20 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 21

O presidente da Alcoholes Uru-guay, Leonardo de León, trouxe ao Seminário Mercosul Pós Cope-nhague a experiência da empresa agro-industrial uruguaia que atua na produção de açúcar, etanol, biodie-sel, energia e alimentação animal, além de dados sobre a produção de energia a partir do uso de biomas-sa e as políticas de incentivo para a energia renovável no Uruguai.

De León iniciou a apresentação com um apanhado histórico da polí-tica energética no Uruguai, desde a criação de uma agência nacional de administração de combustíveis (AN-CAP) em 1931, até as metas para o desenvolvimento de novas cadeias agroindustriais no país. Segundo ele, o Uruguai tem papel estratégico no desenvolvimento agroecológi-co do Mercosul por sua riqueza na produção de organismos vivos uti-lizados como combustíveis, como cana-de-açúcar, sorgo doce e sor-go, girassol e soja.

Esse desenvolvimento, apontou o presidente da Alcoholes Uruguay, passa pela criação da Lei 18.195, de 2007, que prevê metas de substitui-ção gradativa de combustíveis deri-vados de petróleo. Pela lei, a gaso-lina uruguaia deve ter 5% de etanol até 2014, enquanto o diesel deve ter

em sua mistura pelo menos 5% de biodiesel até 2012.

Segundo Leonardo de León, a efetivação dessas metas passa pelas políticas de incentivo como a inte-gração na cadeia de produção para garantir matéria-prima sustentável e a integração da agroprodução de culturas energéticas para os siste-mas de produção atual de alimentos. O estabelecimento de parcerias pú-blico-privadas também é uma meta que poderia permitir a produção, criação de cadeias agroindustriais para promover o desenvolvimento, além da geração de emprego local e um modelo agrícola que proteja os pequenos e médios produtores.

Leonardo de León exemplificou essa cadeia de produção da Alcoho-les Uruguay, que atua na produção de biocombustíveis e de alimentos para animais. A Alcoholes Uruguay possui três grandes empreendimen-tos agroindustriais. No norte do País funciona um complexo industrial agroenergético para produção de etanol, açúcar, alimentação animal e eletricidade. O sul do País abrange a produção de biodiesel, glicerina e farinhas de sementes oleaginosas, enquanto em Paysandu, no litoral uruguaio, o foco está na produção de álcool potável e industrial.

A PRODUÇÃO DE ENERGIA A PARtIR DO USO DE BIOMASSALEONARDO DE LEÓN - Presidente de Alcoholes Uruguay

El presidente de Alcoholes Uru-guay, Leonardo de León, trajo al Se-minario Mercosur Post Copenhague la experiencia de la empresa agroin-dustrial uruguaya que actúa en la pro-ducción de azúcar, etanol, biodiesel, energía y alimentación animal, ade-más de datos sobre la producción de energía a partir del uso de bioma-sa y las políticas de incentivo para la energía renovable en Uruguay.

De León comenzó la presenta-ción con un resumen histórico de la política energética en Uruguay, desde la creación de una agencia nacional de administración de combustibles (ANCAP) en 1931, hasta las metas para el desarrollo de nuevas cadenas agroindustriales en el país. Según él, Uruguay tiene un papel estratégico en el desarrollo agroecológico del Mer-cosur por su riqueza en la producción de organismos vivos utilizados como combustibles, como caña de azúcar, sorgo dulce y sorgo, girasol y soja.

Ese desarrollo, señaló el presi-dente de Alcoholes Uruguay, ocurre por la creación de la Ley 18.195, de 2007, que señala metas de sus-titución gradual de combustibles derivados de petróleo. Por la ley, la gasolina uruguaya debe tener 5% de etanol hasta 2014, mientras el diesel debe tener en su mezcla por lo me-nos 5% de biodiesel até 2012.

Según Leonardo de León, el cumplimiento de esas metas de-pende de las políticas de incentivo como la integración en la cadena de producción para asegurar materia

prima sustentable y la integración de la agroproducción de cultivos energéticos para los sistemas de producción actual de alimentos. La formación de alianzas público/priva-das también es una meta que podría permitir la producción, creación de cadenas agroindustriales para pro-mover el desarrollo, además de ge-nerar empleos locales y un modelo agrícola que proteja a los producto-res medianos y pequeños.

Leonardo de León ejemplifi-có esa cadena de producción de Alcoholes Uruguay, que produce biocombustibles y alimentos para animales. Alcoholes Uruguay posee tres grandes empresas agroindus-triales. En el norte del país funciona un complejo industrial agroenergé-tico para producir etanol, azúcar, alimentación animal y electricidad. El sur del país abarca la producción de biodiesel, glicerina y harinas de semillas oleaginosas, mientras en Paysandú, en el litoral uruguayo, la concentración está en la producción de alcohol potable e industrial.

la ProdUcciÓN dE ENErgía a Partir dEl USo dE bioMaSaLEONARDO DE LEÓN - Presidente de Alcoholes Uruguay

Page 12: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

22 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 23

“A matriz energética brasileira é um exemplo para o mundo”. Dessa forma, Antonio Vituri, iniciou a apre-sentação de projetos de energia eó-lica no Brasil. Para o diretor da Ele-trosul, os números mostram como o Brasil está à frente de outros países no desenvolvimento de energias sus-tentáveis: 45,9% da matriz energética brasileira é renovável, enquanto no mundo esse número estaciona em 12,7%, segundo dados da Key World Energy Statistics de 2009.

A energia eólica é uma das ener-gias renováveis em expansão. Em 2010, a capacidade instalada é de 130 mil MW – a previsão é que esse número chegue a 210 mil MW em quatro anos. “É um número signifi-cativo, mas ainda pequeno se con-siderarmos o potencial de produção de energia eólica”, salientou.

O diretor da Eletrosul citou o Lei-lão de Energia de Reserva (LER) de 2009, que estabeleceu um contrato de 20 anos para empreendedores investirem nessa matriz energética a partir de 1º de julho de 2012. Serão 71 empreendimentos, num montan-

te financeiro transacionado de R$ 19,6 bilhões. “É um avanço. Seria difícil um empreendedor não inves-tir sem ter certeza de retorno”, ex-plicou. Atualmente, são 39 parques eólicos em operação no Brasil. Oito estão em construção. Segundo An-tonio, a Eletrosul possui pontos de medição em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, para levanta-mento de novos parques eólicos.

O crescimento em investimen-tos e desenvolvimento de projetos, aponta o diretor da Eletrosul, tem tornado a energia eólica mais atra-tiva e competitiva, ainda que não se compare à hidroeletricidade. Até o LER, o preço inicial era de R$ 189 por MW/h – agora, o preço mé-dio para venda é de R$ 148,39 por MW/h, um deságio de 21,5%.

Para Antonio Vituri, a expansão da energia eólica passa pelo desafio da criação de uma política permanente de inclusão e fomento das fontes alternativas no Brasil e o desenvolvi-mento de tecnologias de produção de energia com baixo impacto sócio-ambiental e a custos competitivos.

A ENERGIA EóLICA NA MAtRIZ ENERGétICA BRASILEIRAANTONIO VITURI - Diretor da Eletrosul

“La matriz energética brasileña es un ejemplo para el mundo”. De esta forma, Antonio Vituri, comenzó la pre-sentación de proyectos de energía eólica en Brasil. Para el director de Eletrosul, los números muestran que Brasil está adelante de otros países en el desarrollo de energías susten-tables: El 45,9% de la matriz energé-tica brasileña es renovable, mientras en el mundo este número se estanca en 12,7%, según datos del Key World Energy Statistics de 2009.

La energía eólica es una de las energías renovables en crecimiento. En 2010, la capacidad instalada es de 130 mil MW – la previsión es que ese número llegue a 210 mil MW en cuatro años. “Es un número impor-tante, pero todavía pequeño si con-

sideramos las posibilidades de pro-ducción de energía eólica”, destacó.

El director de Eletrosul mencionó el LER (Leilão de Energia de Reser-va, remate de energía de reserva) de 2009, que estableció un contrato de 20 años para que los empresarios inviertan en esa matriz energética a partir del 1º de julio de 2012. Serán 71 proyectos, con un total de tran-sacciones financieras de R$ 19,6 mil millones. “Es un progreso. Sería difícil que un empresario invirtiera sin tener seguridad de retorno”, ex-plicó. Actualmente, hay 39 parques eólicos funcionando en Brasil. Hay ocho en construcción. Según Anto-nio, Eletrosul posee puntos de me-dición en Santa Catarina, Paraná y Mato Grosso do Sul, para cálculo de nuevos parques eólicos.

El aumento en las inversiones y desarrollo de proyectos, apunta el director de Eletrosul, ha hecho que la energía eólica sea más atractiva y competitiva, aunque no se compare a la hidroelectricidad. Hasta el LER, el precio inicial era de R$ 189 por MW/h – ahora, el precio promedio para la venta es de R$ 148,39 por MW/h, una disminución del 21,5%.

Para Antonio Vituri, la expansión de la energía eólica exige enfren-tar el desafío de la creación de una política permanente de inclusión y fomento de las fuentes alternativas en Brasil y el desarrollo de tecnolo-gías de producción de energía con bajo impacto socio/ambiental y a costos competitivos.

la ENErgía EÓlica EN la Matriz ENErgética braSilEñaANTONIO VITURI - Director de Eletrosul

Page 13: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

24 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 25

A eficiência e confiabilidade da energia solar através da geração fotovoltaica foram analisadas na apresentação do Dr. Ricardo Rüther, diretor técnico do Instituto Ideal e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Para o palestrante, a solar é a mais abun-dante e menos utilizada de todas as energias renováveis. E isso aconte-ce porque é precisotornar o preço competitivo para incentivar a explo-ração desse potencial energético.

“A intenção não é mostrar qual energia seria melhor, mas sim expor as vantagens da geração fotovoltai-ca”, argumentou. Como exemplo, Ricardo Rüther citou os 1350 Km² da Usina Hidrelétrica de Itaipu, respon-sável por 25% da energia consumida no Brasil. Se o lago de Itaipu fosse coberto com gerador solar fotovoltai-co, haveria capacidade de produção de 50% de toda a energia do País.

O professor apresentou dados que mostram a estimativa de crescimento do mercado de módulos fotovoltaicos. Por esses estudos, segundo ele, no fu-turo o preço da energia gerada por um sistema solar poderá ser menor que o preço da energia convencional, dando ao consumidor a oportunidade de op-tar pela alternativa de menor custo.

Enquanto esse dia não chega, explicou Ricardo Rüther, a UFSC e o Instituto Ideal apostam em projetos vitrine de energia fotovoltaica. Um deles é o protótipo do estacionamen-to da Eletrosul, instalado em 2009 e a instalação de um gerador de 1MW no telhado da estatal, o que a tornará a primeira empresa pública do Brasil autossuficiente em energia. Outros projetos destacados pelo pesquisa-dor são os Estádios Solares, opção sustentável para a Copa de 2014. Projetos em andamento já são rea-lidade para os estádios do Mineirão, Pituaçu, em Salvador e no Maraca-nã. Além desses, Rüther acredita na viabilidade dos aeroportos solares e apresentou o projeto para o Aeropor-to Solar de Florianópolis.

POtENCIAL DA ENERGIA SOLAR fOtOvOLtAICA NO BRASIL E PROjEtOS vItRINE: ESTÁDIOS SOLARES E AEROPORTOS SOLARESDr. RICARDO RÜTHER - Diretor técnico do Instituto Ideal e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

La eficiencia y la confiabilidad de la energía solar a través de la gene-ración fotovoltaica fueron analizadas en la presentación del Dr. Ricardo Rüther, director técnico del Instituto Ideal y profesor de la Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Para el panelista, la solar es la más abundante y menos utilizada de to-das las energías renovables. Y eso ocurre porque se necesita un precio competitivo para incentivar el uso de ese recurso energético.

“La intención no es mostrar cuál energía sería mejor, sino exponer las ventajas de la generación fotovoltai-ca”, explicó. Como ejemplo, Ricar-do Rüther citó los 1.350 Km² de la Usina Hidroeléctrica de Itaipú, que produce el 25% de la energía con-sumida en Brasil. Si el lago de Itaipú fuera cubierto con generador solar fotovoltaico, habría una capacidad de producción del 50% de toda la energía del País.

El profesor presentó datos que muestran la estimativa de crecimien-to del mercado de módulos fotovol-

taicos. Por estos estudios, según él, en el futuro el precio de la energía generada por un sistema solar podrá ser menor que el precio de la ener-gía convencional, dando al consu-midor la oportunidad de optar por la alternativa de menor costo.

Mientras ese día no llega, explicó Ricardo Rüther, la UFSC y el Institu-to Ideal apuestan en proyectos de exposición de energía fotovoltaica. Uno de ellos es el prototipo del esta-cionamiento de Eletrosul, instalado en 2009 y la instalación de un ge-nerador de 1 MW en el techo de la compañía estatal, lo que la conver-tirá en la primera empresa pública de Brasil autosuficiente en energía. Otros proyectos destacados por el investigador son los Estadios Sola-res, opción sustentable para la Copa de 2014. Proyectos en ejecución ya son realidad para los estadios del Mineirão, Pituaçu, en Salvador, y en el Maracanã. Además, Rüther cree en la viabilidad de los aeropuertos solares y presentó el proyecto para el Aeropuerto Solar de Florianópolis.

PoSibilidadES dE la ENErgía Solar fotovoltaica EN braSil y ProyEctoS EN ExPoSiciÓN: ESTADIOS SOLARES Y AEROPUERTOS SOLARESDr. RICARDO RÜTHER - Director técnico del Instituto Ideal y profesor de la Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Page 14: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

26 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 27

O alemão Georg Hille é diretor da Ecovision, uma empresa com experiência em investimentos na área de energias renováveis, em diversos empreendimentos como parques eólicos e usinas de energia solar. A Ecovision está focada em projetos de energias renováveis que tenham preços competitivos e que consigam se pagar num período de tempo razoavelmente curto.

No contexto europeu, Hille ex-plicou que apenas Noruega e Suíça têm participações significativas de hidrelétricas em suas matrizes ener-géticas. Quando à energia nuclear, além das preocupações com se-gurança, explicou que elas são de difícil financiamento, precisam de

muitos subsídios governamentais para dar lucro e geram dejetos que duram milhares de anos.

Hille mostrou ainda a evolução nos investimentos eólicos na Ale-manha. Em 1985 o país produzia 50 KW de energia nessa modalida-de; em 2001 já eram 4500KW. “É uma tecnologia complicada, mas que teve um grande desenvolvi-mento na última década”, sinteti-zou. E finalizou sua apresentação mostrando as aplicações e dife-renças entre as modalidades ener-géticas, suas vantagens e desvan-tagens, deixando claro o grande potencial que ainda pode ser ex-plorado, especialmente quanto à energia eólica e solar.

DESAfIOS E OPORtUNIDADES PARA A GERAÇÃO DIStRIBUíDA NA REGIÃODr. GEORG HILLE - Diretor da Ecovision/ Alemanha

El alemán Georg Hille es el di-rector de Ecovision, una empresa con experiencia en inversiones en el área de energías renovables, en diversos proyectos como parques eólicos y usinas de energía solar. Ecovision está concentrada en pro-yectos de energías renovables que tengan precios competitivos y que se puedan pagar en un periodo de tiempo razonablemente corto.

En el contexto europeo, Hille explicó que sólo Noruega y Suiza tienen participaciones importantes de hidroeléctricas en sus matrices energéticas. En cuanto a la energía nuclear, además de las preocupa-ciones con la seguridad, explicó que son de difícil financiación, necesitan muchos subsidios gubernamentales para dar lucro y generan residuos que duran miles de años.

Hille mostró también la evolu-ción en las inversiones eólicas en Alemania. En 1985, el país producía 50 KW de energía en esa modali-dad; en 2001 ya eran 4.500 KW. “Es una tecnología complicada, pero que tuvo un gran desarrollo en la última década”, sintetizó. Y conclu-

yó su presentación mostrando las aplicaciones y diferencias entre las modalidades energéticas, sus ven-tajas y desventajas, dejando claro las grandes posibilidades que to-davía pueden ser aprovechadas, especialmente en cuanto a la ener-gía eólica y solar.

dESafíoS y oPortUNidadES Para la gENEraciÓN diStribUida EN la rEgiÓNDr. GEORG HILLE - Director de Ecovision/ Alemania

Page 15: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

28 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 29

Em sua segunda participação no evento, Cícero Bley falou sobre a Plataforma Itaipu de Energias Reno-váveis, exemplificada no projeto de microgeração via biogás, integrada à rede. O projeto teve início há dois anos, após as definições e marcos legais para geração distribuída. Mais tarde houve o mapeamento de pequenos produtores na microba-cia Ribeirão Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon, no Paraná.

Foi próximo àquela região que Pedro Köhler, na época com 20 anos, estudou de forma autodidata sobre as tecnologias de biogás e implementou sozinho um biodiges-tor na propriedade da família, adap-tando caixas d’agua. Hoje ele é só-cio da Köhler Biodigestores, empre-sa incubada no Parque Tecnológico de Itaipu, que produz biodigestores de fibra de vidro, acessíveis a pe-quenas propriedades.

Sua atitude chamou a atenção e serviu de exemplo para a criação de cinco protótipos em diferentes proprie-dades, entre eles a Granja Colomba-ri, com três mil porcos, e o Frigorífico Aves Lar, com 160 mil aves. Hoje 41 pequenas propriedades da microba-cia, com renda de até 50 mil dólares anuais, têm seus biodigestores conec-tados por um gasoduto. Isso também

diminui a quantidade de dejetos sem tratamento lançados no ambiente, re-duzindo a poluição. O biogás alimenta os geradores de energia elétrica. Essa energia é vendida para a Companhia Paranaense de Energia (Copel), um dos parceiros no projeto.

O processo tem como subprodu-to o biofertilizante, que será utilizado nas pastagens e lavouras, aumen-tando a produtividade. Além disso, contribui no controle do aquecimen-to global, já que o metano é 21 vezes mais poluente que o gás carbônico.

INCENtIvO à MICROGERAÇÃO E SUA INtEGRAÇÃO à REDECÍCERO BLEY - Superintendente da Coordenadoria de Energias Renováveis de Itaipu e Coordenador do Observatório Brasil de Energias Renováveis para América Latina e Caribe

En su segunda participación en el evento, Cícero Bley habló sobre la Plataforma Itaipú de Energías Renova-bles, ejemplificada en el proyecto de microgeneración mediante el biogás, integrada a la red. El proyecto comen-zó hace dos años, después de las de-finiciones y marcos legales para gene-ración distribuida. Más tarde se realizó el mapeo de pequeños productores en la micro cuenca Ribeirão Ajuricaba, en Marechal Cândido Rondon, en Paraná.

Cerca de aquella región, Pedro Köhler, a los 20 años de edad, es-tudió de manera autodidacta sobre las tecnologías de biogás e imple-mentó sin ayuda un biodigestor en la propiedad de la familia, adaptan-do tanques de agua. Hoy es socio de la empresa Köhler Biodigestores, incubada en el Parque Tecnológico de Itaipú, que produce biodigesto-res de fibra de vidrio, accesibles a pequeñas propiedades.

Su actitud llamó la atención y sir-vió de ejemplo para la creación de

cinco prototipos en diferentes pro-piedades, entre ellos la Granja Co-lombari, con tres mil cerdos y el Fri-gorífico Aves Lar, con 160 mil aves. Hoy, 41 propiedades pequeñas de la micro cuenca, con ingresos de hasta 50 mil dólares anuales, tienen sus biodigestores conectados por un gasoducto. Eso también dismi-nuye la cantidad de deyecciones sin tratamiento lanzadas al ambien-te, reduciendo la contaminación. El biogás alimenta los generadores de energía eléctrica. Esa energía es vendida a la Companhia Paranaen-se de Energia (Copel), uno de los aliados del proyecto.

El proceso produce biofertilizan-te como subproducto, el que será utilizado en los pastos y agricultura, aumentando la productividad. Ade-más, contribuye para el control del calentamiento global, ya que el me-tano es 21 veces más contaminante que el gas carbónico.

iNcENtivo a la MicrogENEraciÓN y SU iNtEgraciÓN a la rEdCÍCERO BLEY - Superintendente en la Coordinación de Energías Renovables de Itaipú y Coordinador del Observatorio Brasil de Energías Renovables para América Latina y Caribe

Page 16: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

30 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 31

Às 17h, abrindo o segundo bloco do painel de Energias Renováveis, Dirk Assman, da GTZ – Agência de Cooperação Técnica Alemã, trouxe aos presentes a experiência bem-sucedida da agência como braço técnico do governo alemão, indis-pensável na elaboração de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável. A GTZ é uma empresa pública de direito privado, com mais de 14 mil funcionários e atuação em mais de 130 países.

Em 2006, o faturamento global da agência ficou em torno de 1,3 bilhão de euros. A atuação da agência se dá através de acordos bilaterais ou multilaterais. No Brasil, a GTZ dá apoio técnico para os projetos de aquecimento solar em alguns esta-dos e também dá apoio na gestão de programas nacionais, como o Procel. Além disso, auxilia em programas de capacitação técnica, na introdução de tecnologias inovadoras e como mediadora no intercâmbio entre in-dústrias alemãs e brasileiras. No Bra-sil a GTZ é parceira ainda de proje-tos para os Estádios Solares para a Copa do Mundo do Brasil, em 2014,

juntamente com o Instituto Ideal e o banco de fomento alemão – KfW.

A busca pelo desenvolvimento sustentável é também um fator de peso na economia: o faturamento glo-bal em tecnologias verdes movimenta cerca de R$3,5 bilhões anualmente. Os empregos gerados por essa indús-tria foram apelidados de “empregos verdes”. São profissionais que atuam em diferentes frentes como a busca pela eficiência energética, transporte público, agricultura sustentável, reci-clagem, redução da poluição, restau-ração de ecossistemas e redução de gases de efeito estufa.

Essas atividades correspondem a cerca de 19% do capital investido atu-almente na economia chinesa e juntas perfazem o terceiro maior mercado nos EUA. Na Alemanha movimentam o equivalente a R$550 bilhões por ano e são responsáveis por 1,8 milhão de empregos - 4,5% do total no país. A maior parte (92%) deles vêm da in-dústria de biomassa, energia eólica e solar. “A expectativa é de que até 2020 isso corresponda a uma faixa entre 15 a 30 por cento da produção industrial do planeta”, explica Dirk Assman.

EMPREGOS vERDES:A ExPERIêNCIA ALEMÃDIRK ASSMAN – GTZ – Agência de Cooperação Técnica Alemã

A las 17 hs, abriendo el segundo bloque del panel de Energías Re-novables, Dirk Assman, de la GTZ – Agencia de Cooperación Técnica Alemana, trajo a los presentes la experiencia de éxito de la agencia como brazo técnico del gobierno alemán, indispensable en la elabo-ración de políticas públicas para el desarrollo sustentable. GTZ es una empresa pública de derecho priva-do, con más de 14 mil empleados y actuación en más de 130 países.

En 2006, la facturación global de la agencia fue de cerca de 1,3 mil millones de euros. La actuación de la agencia ocurre a través de acuer-dos bilaterales o multilaterales. En Brasil, GTZ da apoyo técnico a los proyectos de calefacción solar en algunos estados y también da apoyo en la gestión de programas naciona-les, como el Procel. Además, ayuda en programas de capacitación téc-nica, en la introducción de tecnolo-gías innovadoras y como mediadora en el intercambio entre industrias alemanas y brasileñas. En Brasil, la GTZ es aliada también de proyec-tos para los Estadios Solares para la Copa del Mundo de Brasil, en 2014, juntamente con el Instituto Ideal y el banco de fomento alemán – KfW.

La búsqueda del desarrollo sus-tentable también es un factor de peso en la economía: la facturación global en tecnologías verdes mueve cerca de R$3,5 mil millones anual-mente. Los empleos generados por esa industria son llamados “empleos

verdes”. Son profesionales que ac-túan en diferentes frentes como la búsqueda de la eficiencia energé-tica, transporte público, agricultura sustentable, reciclaje, reducción de la contaminación, restauración de ecosistemas y reducción de gases de efecto invernadero.

Esas actividades corresponden a casi el 19% del capital invertido actualmente en la economía china y juntas forman el tercer mercado en los EEUU. En Alemania mueven el equivalente a R$ 550 mil millones por año y mantienen 1,8 millón de empleos (4,5% del total del país). La mayor parte (92%) de los mismos viene de la industria de biomasa, energía eólica y solar. “La expectati-va es que hasta 2020 eso correspon-da a una parte entre el 15 y el 30 por ciento de la producción industrial del planeta”, explica Dirk Assman.

EMPlEoS vErdES:la ExPEriENcia alEMaNaDirk Assman – GTZ – Agencia de Cooperación Técnica Alemana

Page 17: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

32 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 33

Representando o Ministro Carlos Minc, que não pôde comparecer ao evento, Luis Tinoco veio mostrar um panorama das propostas brasileiras apresentadas em Copenhague para a redução das emissões de gases que contribuem para o aquecimento glo-bal. O governo brasileiro se propôs a efetuar uma redução 36% a 38% nas emissões desses gases até 2020.

Para que essas promessas não caiam no vazio, o governo já apro-vou, no ano passado, a lei de Política Nacional sobre a Mudança do Clima, que terá financiamento do Fundo Na-cional sobre Mudança do Clima, tam-bém aprovado em lei. Além disso, a última medição do desmatamento da Amazônia constatou um desmata-mento de 7 mil km², ainda alto, mas o menor índice em 21 anos.

O Plano Nacional sobre Mudan-ça do Clima prevê quatro eixos de ação: mitigação das mudanças cli-máticas; adaptação a elas; pesquisa e desenvolvimento para lidar com as alterações; educação, capacita-ção e comunicação da população.

Atualmente o Brasil possui 438 projetos em alguma fase do ciclo de projetos do Mecanismo de Desenvol-vimento Limpo, criado pelo Protocolo de Quioto para auxiliar na redução dos gases de efeito estufa. Estima-se que isso cause uma redução de 48 mi-lhões de toneladas de CO2 por ano.

Agora, com o COP15, apesar de insatisfatória com relação a avanços políticos, trouxe o tema definitiva-mente para a esfera de alto nível dos governos, garantindo um consenso político a longo prazo, com promes-sas de redução de 55 países e in-vestimentos de 30 bilhões de dóla-res entre 2010 e 2012. Além disso, houve avanços em diversos pontos, como a transferência de tecnologia.

Luis Tinoco ressaltou também o fortalecimento do grupo BASIC (Bra-sil, África do Sul, Índia e China), que agora fará reuniões trimestrais sobre o assunto. “Existe uma boa perspec-tiva para a próxima convenção do clima em Cancún, no México, espe-cialmente porque até lá os EUA já devem ter sancionado sua própria lei sobre o clima”, conclui Tinoco.

A COP 15 E O BRASIL: REfLExOS E INICIAtIvAS NACIONAISLUÍS EDUARDO TINOCO - Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente

Representando al Ministro Carlos Minc, que no pudo estar presente en el evento, Luis Tinoco vino a mostrar un panorama de las propuestas bra-sileñas presentadas en Copenha-gue para reducir las emisiones de gases que contribuyen al calenta-miento global. El gobierno brasileño se propuso efectuar una reducción del 36% al 38% en las emisiones de esos gases hasta 2020.

Para no olvidar esas promesas, el año pasado el gobierno aprobó la ley de Política Nacional sobre Cambio del Clima, que tendrá financiación del Fondo Nacional sobre Cambio del Clima, también aprobado por ley. Además, la última medición de defo-restación de Amazonia constató una deforestación de 7 mil km²; a pesar de alto, es el menor índice en 21 años.

El Plan Nacional sobre Cambio del Clima señala cuatro ejes de acción: mitigación de los cambios climáticos; adaptación a los mismos; investiga-ción y desarrollo para enfrentar los cambios; educación, capacitación y comunicación de la población.

Actualmente, Brasil posee 438 proyectos en alguna fase del ciclo

de proyectos del Mecanismo de Desarrollo Limpio, creado por el Protocolo de Kyoto para ayudar en la reducción de los gases de efec-to invernadero. Se calcula que eso causará una reducción de 48 millo-nes de toneladas de CO2 por año.

Ahora, la COP15, a pesar de insatisfactoria en lo que se refiere a avances políticos, trajo el tema definitivamente para la esfera de alto nivel de los gobiernos, asegu-rando un consenso político a largo plazo, con promesas de reducción de 55 países e inversiones de 30 mil millones de dólares entre 2010 y 2012. Además, hubo avances en diversos puntos, como la transfe-rencia de tecnología.

Luis Tinoco destacó también el fortalecimiento del grupo BASIC (Brasil, África del Sur, India y China), que ahora realizará reuniones trimes-trales sobre el asunto. “Existe una buena perspectiva para la próxima convención del clima en Cancún, en México, especialmente porque has-ta entonces los EEUU ya deberán haber sancionado su propia ley so-bre el clima”, concluye Tinoco.

la coP 15 y braSil: rEflEjoS E iNiciativaS NacioNalESLUÍS EDUARDO TINOCO - Secretaría de Cambios Climáticos y Calidad Ambiental del Ministerio de Medio Ambiente

Page 18: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

34 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 35

No encerramento do seminário, o ministro Guilherme Cassel falou so-bre o panorama atual do meio rural no Brasil e sua importância estra-tégica nas três agendas do século XXI: sustentabilidade ambiental, com uma nova matriz energética, e segu-rança alimentar. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que em 2007, 31,3 milhões de pessoas viviam em áreas rurais. “É complicado definir exata-mente o que é uma zona rural, já que as leis determinam apenas o períme-tro urbano”, pondera o ministro.

Para Cassel, o rural é hoje con-siderado “o resto”, erroneamente as-sociado com a pobreza. Essa visão corrobora a ideia do meio rural como secundário no desenvolvimento do Brasil. “De acordo com a definição do economista José Eli da Veiga, o meio rural inclui os municípios com menos de 50 mil habitantes.” Usan-do essa definição, temos quase 60 milhões de pessoas morando no campo, mais de 30% da população do Brasil. E ela também está dividi-da. De um lado, a agricultura familiar, de outro, os latifúndios e o agrone-gócio com suas cifras milionárias.

Os números mais recentes da primeira pesquisa feita pelo INCRA mostram que 85% dos estabeleci-mentos rurais do Brasil são de agri-cultura familiar. Eles ocupam 30,5% da área e produzem de cerca de 70% dos alimentos da cesta básica, sendo responsáveis por quase 10% do PIB

do país, devido à sua alta taxa de pro-dutividade (89%). Na região Nordes-te, metade das propriedades rurais são de agricultura familiar, enquanto no Centro-Oeste essas propriedades correspondem a apenas 5% do total.

Nos demais países do Mercosul as propriedades de agricultura fami-liar representam 80% das ocupações produtivas. Para discutir o tema, os países do bloco organizam semes-tralmente, desde 2004, o REAF (Reu-nião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercosul), fruto da inicia-tiva do governo brasileiro. O objetivo é mapear propriedades e constituir um fundo para o financiamento de políticas públicas conjuntas.

Ao fim, o ministro mostrou da-dos sobre o Programa de Biodiesel brasileiro, baseado no trabalho de pequenos produtores. Desde o início de 2010, o diesel brasileiro já contém 5% de biodiesel. Essa meta, prevista apenas para 2013, foi antecipada.

BIOENERGIA E CRIAÇÃODE EMPREGOSGUILHERME CASSEL - Ministro do Desenvolvimento Agrário do Brasil

En la conclusión del seminario, el ministro Guilherme Cassel habló sobre el panorama actual del medio rural en Brasil y su importancia estra-tégica en las tres agendas del siglo XXI: Sustentabilidad ambiental, con una nueva matriz energética y segu-ridad alimenticia. Una investigación del Instituto Brasileño de Geografía y Estadísticas (IBGE) mostró que en 2007, 31,3 millones de personas (más del 17% de la población) vivían en zonas rurales. “Es difícil definir exactamente cuáles son las zonas rurales, ya que las leyes determinan sólo el perímetro urbano”, explica el ministro brasileño.

Para Cassel, las zonas rurales hoy son consideradas “el resto”, erróneamente asociadas a la po-breza, sinónimo de atraso y exclu-sión, residuo de lo urbano. Esa visión corrobora la idea del me-dio rural como secundario en el desarrollo de Brasil. “De acuerdo con la definición del importante economista brasileño José Eli da Veiga, el medio rural incluye to-dos los municipios de menos de 50 mil habitantes”, explica Cassel. Usando esa definición, tenemos casi 60 millones de personas vi-viendo en el campo, más del 30% de la población de Brasil. Y tam-bién está dividida. Por un lado, la agricultura familiar; por el otro, los latifundios y el agro/negocio con sus cifras millonarias.

Los números más recientes, resultantes de la primera investiga-ción hecha por el Instituto Nacional

de Colonización y Reforma Agraria (INCRA), sobre la población en el campo muestran que el 85% de los establecimientos rurales de Bra-sil son de agricultura familiar. Ellos ocupan el 30,5% de la superficie, producen cerca del 70% de los ali-mentos de la canasta familiar y son responsables de casi el 10% del PBI del país, debido a su alta tasa de productividad (89%). En la re-gión Nordeste, la mitad de las pro-piedades rurales son de agricultura familiar, mientras en el Centro Oeste esas propiedades corresponden a sólo el 5% del total.

La situación en los demás paí-ses del Mercosur no difiere mucho de la brasileña. En los mismos, las propiedades de agricultura familiar representan el 80% de las ocupa-ciones productivas en el campo. Para discutir el tema, los países del bloque organizan semestralmente, desde 2004, la REAF (Reunión Es-pecializada sobre Agricultura Fa-miliar del Mercosur), producto de la iniciativa del gobierno brasileño. El objetivo es hacer un mapa de las propiedades y constituir un fondo para la financiación de políticas pú-blicas conjuntas.

Al final de su presentación, Guil-herme Cassel mostró datos sobre el Programa de Biodiesel brasileño, basado en gran parte en el trabajo de pequeños productores. Desde el comienzo de 2010, el diesel brasile-ño ya contiene un 5% de biodiesel. Esa meta estaba prevista sólo para 2013, pero fue anticipada.

bioENErgía y crEaciÓNdE EMPlEoSGUILHERME CASSEL - Ministro de Desarrollo Agrario de Brasil

Page 19: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

36 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE _ 37

Florianópolis, no século XVIII, era rota de navegação da Europa com o sul do continente americano. Na ca-pital catarinense, então chamada de Desterro, foi construído pelo Gover-no Imperial brasileiro um sistema de fortalezas para impedir invasões es-panholas. No entanto, nenhuma das fortificações construídas para este fim chegou a ser utilizada. Agora integram o patrimônio artístico e histórico nacio-nal. E na Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, na ilha de Ratones Gran-de, a tecnologia limpa está dando sua contribuição à sustentabilidade.

Distante a 40 minutos de barco do centro de Florianópolis, a fortifi-cação é mantida por energia solar fotovoltaica. Essa experiência foi conhecida de perto por participan-tes do Seminário Mercosul Pós Co-penhague, no sábado, dia 20 de março. Os 76 módulos fotovoltaicos de silício policristalino alimentam 32 baterias que fornecem para a ilha quase 5 kilowatts de energia em 110 volts, o que seriam suficientes para o consumo de duas residências. Os módulos conseguem converter 12% da energia solar, enquanto as baterias podem suprir até cinco dias de abastecimento e têm vida útil de cinco anos. Além desse sistema, existem outros quatro módulos fo-

tovoltaicos que alimentam o motor da bomba de água potável para a ilha. A água vem de uma cisterna, que acumula água da chuva e de um riacho natural.

O sistema foi pensado de forma a harmonizar eficiência com a adequa-ção e respeito ao patrimônio históri-co. Por isso, os painéis não foram co-locados no teto da construção, mas no terreno mais a frente, próximo ao trapiche de acesso à Ilha e meio es-condido entre a vegetação local. Até 1999 a energia da ilha era fornecida por um motor que consumia 1200 li-tros de diesel por mês.

vISItA téCNICA àS INStALAÇõES DE ENERGIA SOLAR NA ILHA DE RAtONESHISTÓRIA E TECNOLOGIA ALIADASDA SUSTENTABILIDADE

Florianópolis, en el siglo XVIII, era ruta de navegación entre Euro-pa y el sur del continente america-no. En la capital de Santa Catarina, antiguamente llamada Desterro, el Gobierno Imperial brasileño cons-truyó un sistema de fortalezas para impedir invasiones de los españo-les. Sin embargo, ninguna de las fortificaciones construidas para ese fin llegó a ser utilizada. Ahora inte-gran el patrimonio artístico e histó-rico nacional. Y en la Fortaleza de Santo Antonio de Ratones, en la isla de Ratones Grande, la tecnología limpia está dando su contribución a la sustentabilidad.

A 40 minutos de barco del cen-tro de Florianópolis, la fortificación se mantiene con energía solar foto-voltaica. Los participantes del Semi-nario Mercosur Post Copenhague conocieron esta experiencia de cer-ca, el día sábado, 20 de marzo. Los 76 módulos fotovoltaicos de silicio policristalino alimentan 32 baterías que suministran casi 5 kilowatts de energía en 110 voltios para la isla, que serían suficientes para el con-sumo de dos residencias. Los mó-dulos consiguen convertir un 12% de la energía solar, mientras las baterías pueden suplir hasta cin-co días de abastecimiento y tienen vida útil de cinco años. Además de ese sistema, existen otros cuatro módulos fotovoltaicos que alimen-tan el motor de la bomba de agua potable para la isla. El agua viene de una cisterna, que acumula agua de la lluvia y de un río natural.

El sistema fue pensado para ar-monizar la eficiencia con la adecua-ción y el respeto al patrimonio histó-rico. Pensando en eso, los paneles no fueron colocados en el techo de la construcción, sino en el terreno más adelante, cerca del muelle de acceso a la isla y medio escondidos entre la vegetación local. Hasta 1999 la energía de la isla era suministrada por un motor que consumía 1200 li-tros de diesel por mes.

viSita técNica a laS iNStalacioNES dE ENErgía Solar EN la iSla dE ratoNESHISTORIA Y TECNOLOGÍA, ALIADAS DELA SUSTENTABILIDAD

Page 20: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

38 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE

REGIStRO fOtOGRÁfICO

Page 21: Seminário MERCOSUL Pós Copenhague: Relatório das palestras

40 _ Seminário MERCOSUL PÓS COPENHAGUE