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O Brasil durante a primeira metade do século XIX: a família real portuguesa na colônia à Independência do Brasil. No início do século XIX, a Europa atravessava um período de guerras. O exército francês, comandado por Napoleão Bonaparte, dominava diversos países. Sem conseguir submeter os ingleses, o governo francês decretou o Bloqueio Continental. Esse bloqueio determinava que todos os países do continente europeu deveriam fechar os portos ao comércio com os ingleses. O governo português, porém, não acatou essa proibição. Por causa disso, o reino de Portugal foi invadido pelos franceses. Naquela época Portugal era governado pelo príncipe dom João, pois a sua mãe, a rainha Maria I, sofria de problemas mentais. Sem condições de resistir à invasão franco-espanhola, dom João e a corte portuguesa (cerca de 15 mil pessoas) vieram para o Brasil-sua principal colônia-apoiados pelos ingleses. O governo inglês tirou proveito da proteção militar que deu aos portugueses em fuga. Interessado em expandir o mercado para seus produtos industriais, pressionou pelo fim do monopólio do comércio colonial. Assim, em 28 de janeiro de 1808, seis dias após o desembarque na Bahia, dom João decretou a abertura dos portos ao comércio internacional. Na prática, isso significou que os comerciantes coloniais tinham conseguido liberdade de comércio. O Brasil, sede da Coroa portuguesa: Depois de passar pela Bahia, dom João viajou para o Rio de Janeiro, onde a administração foi instalada, em 1808. Foram nomeados ministros de Estado e diversos órgãos públicos começaram a funcionar entre eles o Banco do Brasil. Ainda em 1808, diversas fábricas foram autorizadas a se instalar no Brasil. Mas o desenvolvimento industrial enfrentava vários obstáculos: faltava capital para investir em máquinas, mão de obra especializada e tecnologia industrial. A monarquia portuguesa também criou as primeiras universidades no Brasil, com o curso de medicina. Em 1816 artistas e professores estrangeiros contratados pela corte, chegaram ao país. Faziam parte desse grupo: Jean-Baptiste Debret, que pintou diversos quadros sobre a realidade da sociedade desta época. Diversas transformações ocorridas durante a estadia da família real beneficiaram a população, principalmente as elites coloniais e a sua corte, que foi obrigada a deixar Portugal. A principal foi a ampliação do tráfico de escravos africanos.

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O Brasil durante a primeira metade do século XIX: a família real portuguesa na colônia à Independência do Brasil.

No início do século XIX, a Europa atravessava um período de guerras. O exército francês, comandado por Napoleão Bonaparte, dominava diversos países. Sem conseguir submeter os ingleses, o governo francês decretou o Bloqueio Continental. Esse bloqueio determinava que todos os países do continente europeu deveriam fechar os portos ao comércio com os ingleses.

O governo português, porém, não acatou essa proibição. Por causa disso, o reino de Portugal foi invadido pelos franceses. Naquela época Portugal era governado pelo príncipe dom João, pois a sua mãe, a rainha Maria I, sofria de problemas mentais. Sem condições de resistir à invasão franco-espanhola, dom João e a corte portuguesa (cerca de 15 mil pessoas) vieram para o Brasil-sua principal colônia-apoiados pelos ingleses.

O governo inglês tirou proveito da proteção militar que deu aos portugueses em fuga. Interessado em expandir o mercado para seus produtos industriais, pressionou pelo fim do monopólio do comércio colonial. Assim, em 28 de janeiro de 1808, seis dias após o desembarque na Bahia, dom João decretou a abertura dos portos ao comércio internacional. Na prática, isso significou que os comerciantes coloniais tinham conseguido liberdade de comércio.

O Brasil, sede da Coroa portuguesa: Depois de passar pela Bahia, dom João viajou para o Rio de Janeiro, onde a administração foi instalada, em 1808. Foram nomeados ministros de Estado e diversos órgãos públicos começaram a funcionar entre eles o Banco do Brasil. Ainda em 1808, diversas fábricas foram autorizadas a se instalar no Brasil. Mas o desenvolvimento industrial enfrentava vários obstáculos: faltava capital para investir em máquinas, mão de obra especializada e tecnologia industrial.

A monarquia portuguesa também criou as primeiras universidades no Brasil, com o curso de medicina. Em 1816 artistas e professores estrangeiros contratados pela corte, chegaram ao país. Faziam parte desse grupo: Jean-Baptiste Debret, que pintou diversos quadros sobre a realidade da sociedade desta época. Diversas transformações ocorridas durante a estadia da família real beneficiaram a população, principalmente as elites coloniais e a sua corte, que foi obrigada a deixar Portugal. A principal foi a ampliação do tráfico de escravos africanos.