Upload
itsufpr
View
64.232
Download
14
Embed Size (px)
Citation preview
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Keite NogueiraHC - UFPR - NEBaC
Abordagem temática
Infecções do Trato Genital Feminino e seus agentes etiológicos. Orientações específicas para a coleta, transporte e armazenamento das amostras biológicas de interesse à Ginecologia e Obstetrícia. Metodologias realizadas para o diagnóstico microbiológico e interpretação dos resultados.
Urocultura Exame a fresco Bacterioscopia (Método de Gram) Pesquisa de Neisseria gonohrroeae Pesquisa de Streptococcus agalactiae Pesquisa de Micoplasmas Urogenitais Pesquisa de Chlamydia trachomatis Pesquisa de Bactérias Anaeróbias
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES DO TRATO INFECÇÕES DO TRATO GENITAL FEMININO E SEUS GENITAL FEMININO E SEUS
AGENTES ETIOLÓGICOSAGENTES ETIOLÓGICOS
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
MICROBIOTA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO
Microbiota vaginal predominante em mulheres saudáveis
Microrganismos Incidência %
Lactobacilos 68
ENPC 66
Prevotella spp 52
Peptostreptococcus 42
Streptococcus 38
Ureaplasma urealyticum
78
BGN anaeróbios pigmentados
25
Microrganismos Incidência %
Enterococcus 25
Gardnerella vaginalis
45
Escherichia coli 21
BGP corineforme 19
Fusobactéria 18
Veillonella spp 15
Candida spp 12
Grupo Bacteroides fragilis
11
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
MICROBIOTA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININOMicrobiota vaginal predominante em mulheres saudáveis
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
• Varia entre as mulheres;
• entre os diferentes sítios anatômicos;
• com a influência hormonal;
• com a idade;
• com o ciclo menstrual;
• na gestação;
• com o uso de contraceptivo;
• com as condições imunes da paciente;
• com o tratamento médico.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES DO TRATO GENITAL FEMININO
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
Infecções no Trato Genital Inferior
Infecções associadas a lesões
genitais Bartolinite Infecções
vaginais Cervicites
Síndrome do choque
tóxico
Herpes simples Chlamydiatrachomatis
HPVCandidíase
TricomoníaseCancro
Sífilis
Linfogranulomavenéreo
Granuloma Inguinal
Vaginose Bacteriana
Infecções por Mycoplasmas
Infecções por GBS
Neisseriagonorrhoeae
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES DO TRATO GENITAL FEMININO
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
Infecções no Trato Genital Superior
Endometrite-SalpingiteDoença Inflamatória
Pélvica
Infecções no Líquido Amniótico
Listeriose
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
AGENTES ETIOLÓGICOS DAS ITGFI
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
VAGINOSE BACTERIANA• Sinônimos: vaginose anaeróbica, vaginose inespecífica, bacteriose vaginal;
• O QUE É A VB?
• ↑ 100x Concentração de Gardnerella vaginalis
• ↑ 1000x Concentração de bactérias anaeróbias, Mobiluncus spp e Mycoplasma hominis
• ↓ Concentração de Lactobacillus
• Ausência de reação inflamatória e infiltrado leucocitário
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.*OYARZUN E, et al. Vaginosis bacteriana: Diagnostico y prevalencia. Rev Chil Obstet Ginecol, 61: 28-33, 1996.
VAGINOSE BACTERIANA
• IMPORTÂNCIA CLÍNICA
• Endometrite pós-parto
• Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
• Pós procedimento cirúrgico
• Pós aborto
• Parto prematuro (*Prevalência de 10 a 30% em gestantes)
• Infecção no Líquido Amniótico
• Corioamnionite
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
VAGINOSE BACTERIANA
• ACHADOS CLÍNICOS
• Secreção discreta ou moderada, bolhosa, coloração cinza, homogênea, aderente às paredes vaginais
• Forte odor de amina (principal/ após adição KOH 10%)
• pH vaginal > 4,5
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
CANDIDÍASE
• Estima-se que 25% das consultas ginecológicas são devidas a infecção por Candida spp
• Candida albicans
• Microbiota normal em algumas mulheres
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
CANDIDÍASE
• IMPORTÂNCIA CLÍNICA
• Vulvovaginite
• Fatores de risco
• Gravidez
• Diabetes Mellitus (descompensado)
• Obesidade
• Falta de higiene pessoal
• Roupas íntimas sintéticas
• Uso de alguns medicamentos
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
CANDIDÍASE
• ACHADOS CLÍNICOS
• Prurido vaginal, queimação, eritema
• Corrimento de coloração branco-amarelada, lembrando leite coalhado
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
TRICOMONÍASE
• Trichomonas vaginalis protozoário flagelado
• Maior incidência da tricomoníase ocorre mulheres com idade entre 16 a 35 anos
• Apresenta uma prevalência de 15 a 30% em Clínicas de DST nos EUA
• Período médio de incubação = 7 dias
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.*MCGREGOR J A, et al. Prevention of premature birth by screening and treatment for common genital tract infection: results of aprospective controlled evaluation. Am J Obstet Gynecol, 173:157-67, 1995.
TRICOMONÍASE• IMPORTÂNCIA CLÍNICA
• Mais freqüente vulvovaginite na mulher adulta
• Homens: assintomáticos ou quadro de uretrite não-gonocócica
• Mulheres: freqüente/ assintomáticas (mais de 25%)
• Estudos demonstram uma associação da tricomoníase com parto prematuro*
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
TRICOMONÍASE
• ACHADOS CLÍNICOS
• Produz corrimento vaginal mucopurulento abundante, amarelo-esverdeado ou cinzento, espumoso e com odor fétido
• Pequenas lesões avermelhadas na mucosa
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
INFECÇÕES POR MICOPLASMAS
• Membros da classe Mollicutes
• Menores MOs conhecidos capazes de crescer em meios de cultura
• Não possuem parede celular (resistência aos beta-lactâmicos)
• Microbiota normal
• Podem estar associados a Gardnerella vaginalis
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
INFECÇÕES POR MICOPLASMAS• IMPORTÂNCIA CLÍNICA
• Infecções são muitas vezes assintomáticas
• Espécies conhecidamente causadoras de infecção geniturinária:
• Mycoplasma hominis: isolado em 21 a 53%
• Ureaplasma urealyticum: isolado em 40 a 80%
• ↑ Taxa de colonização: Mulheres jovens, baixo nível sócio-econômico, promiscuidade, raça e uso de contraceptivo oral
• 40% dos RNs podem ser infectados por suas mães
♀ sexual/ ativas e assintomáticas
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
INFECÇÕES POR MICOPLASMAS• IMPORTÂNCIA CLÍNICA
• Mycoplasma hominis
• Febre pós-parto (oportunistas da CS em decorrência dos procedimentos iatrogênicos no parto)
• Meningite, pneumonia e bacteremia neonatal
• Pielonefrite
• DIP
• Abscessos subcutâneos em RN
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.*MCDONALD H M, et al. Vaginal infection an preterm labour. Br J Obst Gynecol, 98:427-35, 1991.
INFECÇÕES POR MICOPLASMAS
• IMPORTÂNCIA CLÍNICA
• Ureaplasma urealyticum
• Meningite, bacteremia e pneumonia neonatal
• Uretrite não-gonocócica em homens
• Infertilidade
• Aborto espontâneo
• ↑ Taxa de colonização pode ser um fator de risco ao parto prematuro
• Corioamnionite*
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.
INFECÇÕES POR MICOPLASMAS• IMPORTÂNCIA CLÍNICA
• Outras espécies que podem causar infecções (mais raro)
• Mycoplasma genitalium
• Homens: uretrite
• Mulheres: DIP
• Mycoplasma fermentans
• Uretrite em pacientes imunodeprimidos
Mais estudos são necessários
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
CERVICITES
Chlamydia trachomatis• Bactéria intracelular obrigatória (Não é capaz de produzir ATP)
• OMS estimou (1999) que 340 milhões de novos casos de sífilis, gonorréia, clamídia e tricomoníase ocorreram no mundo em homens e mulheres entre 15 a 49 anos.
• Chlamydia trachomatis é a mais freqüente DST no mundo
• Mundialmente, estima-se 90 milhões de novos casos/ ano
• EUA: 1 milhão de casos de DIP/ ano, pelo menos 25% pode ser atribuído a infecção clamidial.
• América Latina são 9,5 milhões de novos casos por infecção clamidial
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
CERVICITES
Chlamydia trachomatis• Devido a presença de diferentes antígenos na MOMP (“Major Outer Membrane Proteins”) atualmente diversos sorotipos são conhecidos:
Doença Sorotipo mais freqüente
Tracoma A, B, Ba, C
Conjuntivite D, Da, E, F, G, H, I, Ia, J, K
Uretrite, cervicite, salpingite
B, C, D, E, F, G, H, I, K, L3
Linfogranuloma venéreo L1, L2, L2a, L3
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
CERVICITES
Chlamydia trachomatis• ACHADOS CLÍNICOS
• Os sintomas são discretos, mas normalmente as mulheres são mais assintomáticas
• Provoca um inflamação no colo uterino – secreção transparente (“clara de ovo”)
• Uretrite (geralmente assintomática) → Cervicite → Endometrite →
→ DIP (Salpingite e Peritonite) → Peri-hepatite (Síndrome de Fitz-Hugh-
Curtis)
• Neonato: oftalmite e pneumonia
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
CERVICITES
Neisseria gonorrhoeae
• Agente etiológico descrito em 1879 por Neisser
• A quantidade de casos é maior nos jovens (entre 15 e 30 anos), sexualmente ativos e sem parceiros fixos (as).
• Continua sendo de difícil controle.
• É a segunda DST mais notificada nos EUA com 339.593 casos em 2005.
CUMITECH 17A Laboratory diagnosis of female genital tract infection. Coord. ASM.1993.CDC, Update to CDC's Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2006: Fluoroquinolones No Longer Recommended for Treatment of Gonococcal Infections. April, 2007.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
CERVICITES
Neisseria gonorrhoeae• IMPORTÂNCIA CLÍNICA
• A gonorréia é normalmente aguda no homem e assintomática na mulher
• Infecções graves:
• Septicemia
• Artrite séptica
• DIP
• A incidência de ruptura prematura de membranas e parto prematuro é significativamente mais freqüente em pacientes com Neisseria gonorrhoeae*
*ELLIOT B, et al. Maternal gonococcal infection as a preventable risk factor for low birth weight. J Infect Dis, 161: 531-6,
1990.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
CERVICITES
Neisseria gonorrhoeae
• ACHADOS CLÍNICOS
• Possui período de incubação de 4 a 7 dias
• Apresenta corrimento purulento e abundante
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES ASSOCIADAS À LESÕES GENITAIS
HERPES SIMPLES• Causada por HSV-1 ou HSV-2
• HSV-1 causa do primeiro episódio de herpes genital
• HSV-2 agente mais predominante e causa de herpes genital recorrente
• EUA pelo menos 50 milhões de pessoas têm HSV genital*
• Características das lesões: pústulas ou lesões ulceradas
• Aparecem entre 2 a 7 dias depois da infecção primária
• Podem acometer vulva, períneo, glúteos, cérvice e vagina
• Complicações severas: pacientes imunodeprimidos e gestantes
*CDC. Sexually Transmitted Disease Treatment Guidelines 2006. Diseases Characterized by Genital Ulcers.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES ASSOCIADAS À LESÕES GENITAIS
HPV• Papiloma Vírus Humano - Condiloma acuminado - Verruga genital, crista de galo
• Vírus DNA com 100 tipos já conhecidos, 40 dos quais podem infectar o trato genital (MEISELS; MORIN, 1997)
• Infecta principalmente os epitélios escamosos da região genital
• Associado aos fatores
• Nº de parceiros sexuais
• Primeiro intercurso sexual precoce
• Fumo
• Uso de contraceptivo oral
• Fatores genéticos e imunológicos
HPV x CÂNCER
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES ASSOCIADAS À LESÕES GENITAIS
HPV• 20 milhões de pessoas são constantemente infectadas
• Cerca de 50 a 75% de homens e mulheres sexualmente ativos adquirem HPV em alguma fase de suas vidas
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES ASSOCIADAS À LESÕES GENITAIS
CANCRO MOLE
• Agente etiológico: Haemophilus ducreyi
• Nos EUA, aproximadamente 10% das pessoas com cancro apresentam coinfecção com T. pallidum ou HSV.
• Há altas taxas de soropositivos com diagnóstico de cancro
• Aparecem múltiplas úlceras dolorosas combinadas com adenopatia inguinal
*CDC. Sexually Transmitted Disease Treatment Guidelines 2006. Diseases Characterized by Genital Ulcers.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES ASSOCIADAS À LESÕES GENITAIS
SÍFILIS
• Doença sistêmica causada pelo Treponema pallidum
• Úlcera única e indolor
• Lesões subcutâneas e linfoadenopatia
• Manifestações cardíacas, oftálmicas, distúrbio auditivo
Sífilis primária
Sífilis secundária
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
SÍFILIS CONGÊNITAHospital Materno Infantil La Paz (Madri). Dr. Félix Omeñaca Terés.
RN de 36 semanas e 2,5 kg. Com sífilis fetal, com hepatoesplenomegalia e problemas cardíacos. Observa-se lesões bolhosas nas mãos e pés, resultante de um penfigo palmoplantar.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES ASSOCIADAS À LESÕES GENITAIS
LINFOGRANULOMA VENÉREO
• Causado pela Chlamydia trachomatis sorotipos L1, L2 e L3
• Aparecem lesões no sulco balano-prepucial e na face interna dos pequenos lábios
• Adenopatia inguinal unilateral
• Pontos de flutuação (abscessos) fistulizam
• Secreção é purulenta e espessa
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES ASSOCIADAS À LESÕES GENITAIS
GRANULOMA INGUINAL
• Donovanose – é rara
• Klebsiella granulomatis (Calymmatobacterium granulomatis – taxonomia antiga)
• Endêmica na Índia, Austrália parte central e sul da África.
• Aparecem lesões granulomatosas, ulceradas, indolores na pele e tecido subcutâneo da genitália, região perianal e inguinal
• Há ausência de sintomas gerais e adenopatia
*CDC. Sexually Transmitted Disease Treatment Guidelines 2006. Diseases Characterized by Genital Ulcers.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
INFECÇÕES POR GBS• Streptococcus agalactiae ou Streptococcus do Grupo B de Lancefield
• Microbiota gastrointestinal e geniturinária
• 1887: 1ª. Vez descrito como agente etiológico da Mastite bovina
• 1930 foi relacionado às infecções humanas
• 1960-70 apareceu como causador de doença neonatal
• Principal causa de morbi-mortalidade neonatal nos EUA
• 1996 Guidelines de Prevenção à Doença Perinatal causada pelo GBS
• 2002 Guidelines mais atual
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
INFECÇÕES POR GBS• IMPORTÂNCIA CLÍNICA
• Ocasionalmente pode causar vaginite purulenta (mulheres menopausa)
• Em gestantes: abortamento, prematuridade, ITU, corioamnionite e endometrite puerperal
• Taxa de colonização das gestantes varia de 10 a 40%
• Doença invasiva perinatal e neonatal: Septicemia, meningite, pneumonia, endocardite, seqüelas e morte
• Cerca de 50 a 75% dos RNs expostos tornam-se colonizados
• 1 a 2% podem desenvolver a doença invasiva
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
INFECÇÕES VAGINAIS
INFECÇÕES POR GBS• IMPORTÂNCIA CLÍNICA
• Doença invasiva precoce (4%)
• Ocorre em 24h até a 1ª. semana de vida
• Manifestações mais comuns sepse e pneumonia
• Doença invasiva tardia
• Ocorre a partir da 1ª. semana até 3 meses de vida
• Meningite ocorre em maior proporção
• Em adultos: infecções de pele e tecidos moles, bacteremia, infecção genitourinária, pneumonia, peritonite, meningite, osteomielite e artrite séptica
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIACOLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
DOENÇA PERINATAL POR GBS
Dr. Carol Baker Baylor College of Medicine, Houston, TX
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Orientações específicas para a coleta, transporte e armazenamento das amostras
biológicas de interesse à Ginecologia e Obstetrícia.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Relação dos exames realizados no setor de Bacteriologia de interesse à área de Ginecologia e Obstetrícia
Exame Amostra Finalidade
Exame a fresco Secreção vaginal e fundo de saco (fórnix)
Pesquisa de Trichomonas vaginalis, leveduras, leucócitos e hemácias
Bacterioscopia (Gram) Secreção vaginal, fórnix e endocervical
Diagnóstico de DSTs e Vaginose Bacteriana
Pesquisa de Neisseria gonohrroeae
Secreção endocervical Diagnóstico de Gonorréia
Cultura para micoplasmas urogenitais (Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum)
Secreção endocervical e uretral
Diagnóstico de uretrites e cervicites
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Relação dos exames realizados no setor de Bacteriologia de interesse à área de Ginecologia e Obstetrícia
Exame Amostra Finalidade
Imunofluorescência Direta (IFD)
Raspado uretral e endocervical
Diagnóstico de Chlamydia trachomatis
Cultura para Estreptococo do Grupo B (EGB ou GBS)
Secreção anorretal e vaginal
Colonização por S. agalactiae (GBS) – importante em gestantes
Urocultura e parcial de urina
Urina de jato médio Diagnóstico de ITU
Cultura de abscessos ou exsudatos
Punção de abscessos e exsudatos
Pesquisa de anaeróbios, Treponema pallidum, H. ducreyi, herpes simples
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
• Cuidados básicos na coleta de materiais:
Coletar antes da antibioticoterapia Evitar contaminação com microbiota normal do
paciente Usar recipientes e meios de transporte (MT)
apropriados Observar as instruções do rótulo do frasco de
transporte e o prazo de validade MT devem estar à TA antes de receber a amostra
e assim devem ficar até serem levados ao laboratório
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
• Cuidados básicos na coleta de materiais:
Proceder a anti-sepsia da pele ou mucosa e do frasco de transporte, em coletas por punção
Identificar claramente a amostra e fornecer todos os dados necessários (na requisição)
Secreções acondicionadas em meio de transporte devem ser acompanhadas de lâminas para a bacterioscopia
Enviar o material ao laboratório o mais breve possível
Utilizar swabs sem inibidor
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
• Materiais que podem ser utilizados:
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
• Por que utilizar MT?
Minimiza riscos ao pessoal técnico Manutenção das amostras o mais próximo possível
do seu estado original Preservam viabilidade das bactérias sem permitir
sua multiplicação Soluções tampões com carboidratos e peptonas
(outros nutrientes são excluídos) Ágar (em pequena quantidade) previne a
oxigenação excessiva e deterioração
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
• Meios de transporte:
Meio de transporte de Stuart ou Amies: usado para cultura de germes facultativos para secreções em geral - se a amostra não puder chegar dentro de 3 a 8 horas à Seção de Bacteriologia
Temperatura ambiente Meio de transporte para anaeróbios: usado se o material
não puder chegar ao laboratório dentro de 15 minutos. Temperatura ambiente
Tioglicolato de sódio agente redutor (melhora o isolamento de anaeróbios).
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Ectocérvice ÂnusUretra
Endocérvice Fundo de saco
Canal vaginal
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
• Seqüência para coleta de amostras (não-gestantes):
1. SECREÇÃO URETRAL
2. SECREÇÃO VAGINAL
3. SECREÇÃOENDOCERVICAL
CLAMÍDIAIFD/ELISA
EXAME AFRESCO
GRAM
CULTURA GONOCOCO
CLAMÍDIAIFD/ELISA
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
• Seqüência para coleta de amostras ( gestantes):
1. Secreção Uretral
2. Secreção Anorretal
3. Secreção vaginal/ fundo de saco
4. Secreção endocervical
5. Urina
1. Clamídia
2. Screening para GBS
4. Exame a fresco
5. Bacterioscopia
6. Cultura Gonococo
3. Screening para GBS
7. Cultura Micoplasmas
8. Clamídia
9. Urocultura e Parcial de urina
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS PARA A COLETA, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DAS AMOSTRAS
PESQUISA DE Chlamydia trachomatis – Secreção uretral
Alguns cuidados primários antes da coleta
• A coleta de amostra de secreção uretral deve ser feita de preferência pela manhã, antes do paciente urinar. Caso isso não seja possível, espere pelo menos três horas após a última micção.
• O paciente não deve estar sob o efeito de tratamento com antibiótico.
• Jamais coletar a secreção emergente.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
PESQUISA DE Chlamydia trachomatis
Como realizar a coleta – secreção uretral:
• Limpar a secreção emergente;
• Fazer a expressão das glândulas para-uretrais pressionando a parede vaginal com o dedo médio;
• Introduzir o swab cerca de 2 cm na uretra;
• Coletar a secreção pressionando e girando delicadamente o swab de 8 a 10 vezes.
*** Se for realizar IF e RT-PCR realizar duas coletas. Primeiro coleta para IF. Verificar swab específico para PCR
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
PESQUISA DE Chlamydia trachomatis
• Fazer um esfregaço fino e homogêneo em lâmina de clamídia para Imunofluorecência direta;
• deixar secar ao ar e enviar ao laboratório imediatamente ou até 2h após a coleta.
Atenção com o lado certo da lâmina! Caixa com gelo• Agitar vigorosamente o swab dentro do meio de
transporte apropriado (PCR)
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
CULTURA PARA ESTREPTOCOCO DO GRUPO B
Como realizar a coleta – secreção anorretal:
• Coletar a secreção do orifício anal, inserindo o swab de rayon cerca de 1cm do canal anal;
• fazer movimentos de lado a lado para coletar material das criptas anais;
• introduzir o swab em meio de transporte Amies ou Stuart;
• enviar a amostra ao laboratório até 5h TA.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
CULTURA PARA ESTREPTOCOCO DO GRUPO B
Como realizar a coleta – secreção vaginal:
• Sem introduzir o espéculo;
• coletar a secreção do intróito vaginal, inserindo o swab de rayon cerca de 1cm;
• girar o swab delicadamente em 360°;
• introduzi-lo em meio de transporte Amies ou Stuart;
• enviar a amostra ao laboratório até 5h TA.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
EXAME A FRESCO
Como realizar a coleta:
• Introduzir o espéculo;
• Coletar a amostra do saco vaginal (ou do terço distal da parede vaginal) com auxílio de um swab;
• Retirar o swab e agitá-lo vigorosamente em tubo de ensaio contendo 1,0 mL de salina estéril;
• Enviar imediatamente ao laboratório.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
EXAME A FRESCO
Como realizar a coleta:
• Introduzir o espéculo;
• Coletar a amostra do saco vaginal (ou do terço distal da parede vaginal) com auxílio de um swab;
• Retirar o swab e agitá-lo vigorosamente em tubo de ensaio contendo 1,0 mL de salina estéril;
• Enviar imediatamente ao laboratório.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
EXAME A FRESCO
Seria recomendável:
coletar a secreção do fundo do saco vaginal com swab, colocar sobre uma lâmina contendo uma gota de salina, homogeneizar e visualizar em aumento de 400x imediatamente após a coleta.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
• Coletar com uma espátula de Ayre ou swab a secreção do fundo de saco vaginal;
• fazer um esfregaço fino e homogêneo sobre duas lâminas de vidro limpas e desengorduradas.
Sempre que possível utilizar lâminas novas;
• deslizar a espátula ou girar o swab delicadamente sobre a superfície central da lâmina;
BACTERIOSCOPIA
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
BACTERIOSCOPIA
• colocar as lâminas, preferencialmente no porta-lâminas e deixar o esfregaço secar ao ar;
• enviar a amostra imediatamente ao laboratório ou até 2h após coleta
Não esfregue o swab sobre a lâmina, pois isto destrói as estruturas celulares impedindo a diferenciação das estruturas celulares e bacterianas.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
PESQUISA DE Neisseria gonohrroeae
Como realizar a coleta – secreção endocervical:
• Introduzir cerca de 1cm swab de rayon no canal endocervical;
• pressionar e girar o swab delicadamente de 8 a 10 vezes e retirá-lo do canal sem tocar as paredes vaginais;
• introduzi-lo em meio de transporte Stuart ou Amies com ou sem carvão;
• enviar a amostra imediatamente ou até 8h após coleta ao laboratório (TA).
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Orientações específicas para a coleta, transporte e armazenamento das amostras
Como realizar a coleta – secreção endocervical:
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
PESQUISA DE Neisseria gonohrroeae
Cuidados:
• Só coletar 7 dias após o término do tratamento
• Não coletar a secreção emergente
• Não utilizar espéculo com lubrificante
• Jamais utilizar alça bacteriológica para coleta de endocérvix, devido ao risco de traumatismo
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
CULTURA PARA MICOPLASMAS UROGENITAIS
Como realizar a coleta – secreção endocervical:
• Introduzir cerca de 1cm um swab de rayon no canal endocervical;
• pressionar e girar o swab delicadamente de 8 a 10 vezes e retirá-lo do canal sem tocar as paredes vaginais;
• agitar vigorosamente o swab no meio de transporte apropriado (A3xB ou 2SP) e em seguida descartá-lo;
• enviar a amostra imediatamente ou até 5h ao laboratório (TA).
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
PESQUISA DE Chlamydia trachomatis
Como realizar a coleta – secreção endocervical:
• Introduzir o swab de rayon cerca de 1cm no canal endocervical;
• pressionar e girar delicadamente de 8 a 10 vezes, para absorver a secreção.
• retirar o swab sem tocar as paredes vaginais;• fazer um esfregaço fino e homogêneo em lâmina de clamídia para Imunofluorecência direta fornecida pelo laboratório.
• Enviar em caixa com gelo imediatamente ou até 2h
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Coleta para Urocultura e Parcial de urina
• 1a urina da manhã ou 3 a 4 h da última micção
• As pacientes devem lavar e secar bem as mãos;
• devem submeter-se a higiene cuidadosa da região genital com água e sabão;
• enxaguar e secar bem os genitais externos (evitando a utilização de anti-sépticos de ação residual);
• desprezar o primeiro e último jato (aprox. 2 segundos da micção);
• colher o jato médio em frasco esterilizado de boca larga, aproximadamente 30mL.
• Enviar ao laboratório em até 2h após coleta (refrigerada)
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
UROCULTURA E PARCIAL DE URINA
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
CULTURA DE ABSCESSOS ou EXSUDATOS
Como realizar a coleta – Abscesso fechado:
• Um abscesso fechado é o local ideal para a coleta.
• Coleta é realizada por culdocentese.
• Fazer anti-sepsia do fundo de saco vaginal ou orifício cervical com produto adequado (PVPI com salina 1:1 e proceder nova limpeza com salina).
• Coletar as amostras por aspiração com seringa e agulha.
• Injetar a amostra em MT Amies Ana.
• Enviar imediatamente ou dentro de 15’.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
ABSCESSO FECHADO
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Como realizar a coleta – Lesão aberta:
• Não é recomendado cultura de lesões secas ou crostas.
• Descontaminar as margens e a superfície da lesão com solução fisiológica, álcool a 70%, solução de PVPI ou clorexidina a 0,2% solução aquosa, dependendo do tipo de lesão.
• Proceder nova limpeza com solução fisiológica estéril.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Como realizar a coleta – Lesão aberta:
• Remover crostas, raspando com gaze seca
• Enxugar o sangue (se presente), espremer a base da lesão entre dois dedos até o aparecimento de exsudato livre de sangue, tocar o fluido com uma lâmina e cobrir com uma lamínula.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Como realizar a coleta – Lesão aberta:
• Descontaminar as margens e a superfície da lesão com solução fisiológica e secar bem com gaze estéril.
• Irrigar com 0,5 mL de salina, aspirar com seringa de insulina ou...
(Meio de transporte Stuart ou direto em meio de cultura)
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Como realizar a coleta – Lesão aberta:
• Coletar da base da úlcera, obtendo-se a maior quantidade possível de secreção ou pus.
• Com o próprio swab da coleta preparar esfregaços em lâminas novas, limpas e desengorduradas.
• Deixar secar ao ar.
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Como realizar a coleta – Pústula ou vesícula:
• Selecionar uma pústula intacta. Fazer anti-sepsia com produto adequado e puncionar. Se a lesão for seca, com crosta, sem vesícula ou pústula evidente, remover o material superficial após anti-sepsia e passar firmemente o swab estéril sobre a lesão. É possível realizar uma raspagem com bisturi ou swab.
• Transporte depende da metodologia a ser realizada
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Como realizar a coleta – Biópsia:
• Limpar cuidadosamente uma área de tecido de granulação junto à periferia da lesão, com gaze e salina. Secar.
• Com um “punch” de biópsia ou cureta retirar um fragmento de tecido (cabeça de fósforo)
• OBS: O sangramento não compromete a qualidade da amostra.
• Formalina 10%
MUITO OBRIGADA PELA ATENÇÃO
Bom dia!
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
• Metodologias realizadas para o diagnóstico microbiológico e interpretação dos resultados.
• Exame a fresco• Bacterioscopia (Método de Gram)• Pesquisa de Neisseria gonorrhoeae• Pesquisa de Chlamydia trachomatis
EXAME A FRESCO
50 L do material
M.O. x 400
SALINAESTÉRIL
Swab
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO E INTERPRETAÇÃO
Limites dos métodos
• Exame a fresco
• Trichomonas vaginalis
• Viabilidade das tricomonas
• 50% ♀ apresentam resultado falso-
negativo
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO E INTERPRETAÇÃO
Limites dos métodos
• Coloração de Gram e Papanicolau
• Trichomonas vaginalis
• Difícil identificação
• Cultura
• Candida spp
• Não diferencia infecção de colonização
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO E INTERPRETAÇÃO
INFECÇÕES VAGINAIS
Gardnerella vaginalis,
Mobiluncus sp,
Bacteroides sp,
Peptostreptococcus,
Prevotella sp
Suspeita de vaginose bacteriana
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO E INTERPRETAÇÃO
INFECÇÕES VAGINAIS
Suspeita de vaginose bacteriana
• Exame a fresco (presença de “clue-cells”)
• pH (> 4,5)
• Teste das aminas (positivo com KOH 10%)
• Bacterioscopia pelo Gram, Papanicolau
M.O. X 1000
Lâmina contendo o material, previamentefixada
Violeta de gencianaLugol, Fucsina
BACTERIOSCOPIA
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO E INTERPRETAÇÃO
VAGINOSE BACTERIANA
CRITÉRIOS DE NUGENT
BACTÉRIAS N.º DE BACTÉRIAS
SCORE
Lactobacilos >30 5-30 1-4 <1 0
0 1 2 3 4
Mobiluncus >5 1-4 0
2 1 0
Gardnerella/ Bacteroides
>30 5-30 1-4 <1 0
4 3 2 1 0
Score Interpretação0-3 Normal4-6 Intermediário, rep.7-10 Vaginose bact.
Coloração de Gram
Apresenta 62 a 100% de sensibilidade
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO E INTERPRETAÇÃO
Limites dos métodos
• Exame a fresco (presença de “clue-cells”)
• Dificuldade na visualização
• pH (> 4,5)
• Presença de sangue na amostra
• Teste das aminas
• Falso-negativo
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO E INTERPRETAÇÃO
Limites dos métodos• Bacterioscopia pelo Gram, Papanicolau
Escasso Espesso
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO E INTERPRETAÇÃO
Suspeita de cervicite
• Neisseria gonorrhoeae
• Bacterioscopia
• Cultura em meio enriquecido e em meio seletivo
• Ágar-chocolate
• Thayer-Martin Modificado (TMM)
• VCNT = Vancomicina (CGP) + Colistina (BGN)
+ Nistatina (Fungos – Candida spp) +
Trimetoprim (CGP e BGN)
48 h 37ºC + CO2
Avaliação da morfologia colonialTestes PresuntivosFermentação de CarboidratosProdução de Beta-lactamase
AChTMM
CULTURA
Até 48h
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO E INTERPRETAÇÃO
Limites dos métodos• Bacterioscopia pelo Gram
• Sensibilidade de 98% no homem e 50% na mulher
• Especificidade entre 80 e 95%
• Cultura
• Sensibilidade de 90 a 95% e especificidade de 100%
• O gonococo é uma bactéria frágil
• A bactéria se auto-lisa com muita facilidade e é sensível a
variações de temperatura
• As amostras devem ser semeadas imediatamente
COLETA E INTERPRETAÇÃO DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO E INTERPRETAÇÃO
Suspeita de cervicite
• Chlamydia trachomatis
• Imunofluorescência Direta (IFD)
• PCR
• Outros métodos:
• Coloração de Giemsa/ Papanicolau
• Cultura (células Mac Coy) – “Padrão Ouro”
• EIA
• Hibridização
Microscópiode IF x 400
Lâmina com Ag previamente fixada com metanol
FONTE: bula de reagentePathfinder® Chlamydia trachomatis Direct Specimen
25 a 30 l de Ac monoclonal fluorescente
Visualização dos corpúsculosde inclusão clamidial
IMUNOFLUORESCÊNCIA DIRETA (IFD)
Incubação 15a 30’, TA ou37ºC
IFD
• Detecção da MOMP (específico) ou LPS (não-específico)
• Anti-MOMP
• Sensibilidade de 80-90%
• Especificidade 97-98%
• Quando realizada por técnico experiente
• Técnica adequada para Laboratórios ↓ demanda
• Procedimento cansativo e demorado
• Coleta dependente
PCR
• Alvo: Plasmídio Críptico
• Bem conservado e sem mutações significativas
• Limite de detecção: 8 moléculas de DNA alvo em 5μL de DNA extraído
• Sensibilidade 92,5%
• Especificidade 98,25%
• Método recomendado pelo CDC
Vantagens e desvantagens da PCR
• ↑ Sensibilidade ↑ Especificidade
• Não requer MOs viáveis
• Possibilidade de falso-positivo devido à contaminação
• Melhor performance quando comparada a outros métodos
Vantagens e desvantagens de outros métodos
• CULTURA – Standard Method
• ↑ Especificidade
• Único método em que é possível realizar o TSA
• ↓ Sensibilidade
• Técnica demorada, trabalhosa, ↑ custo
• EIA
• Detecção do LPS clamidial
• Pode ser transportado e armazenado sem refrigeração
• Resultados falso-positivos (reação cruzada com LPS de outros MOs)
MUITO OBRIGADA PELA ATENÇÃO
Bom dia!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBARON, E.J., CASSEL, G.H., DUFFY, L.B. et al. CUMITECH 17A Laboratorydiagnosis of female genital tract infection. Coord. Ed. E.J. Baron. ASM.Washington, D.C. 1993.
ESCHENBACH, D.A., POLLOCK, H.M., SCHACHTER, J. CUMITECH 17. Laboratorydiagnosis of female genital tract infection. Coord. Ed. S.J. Rubin. ASM.Washington, D.C., 1983.
EVANGELISTA, E.T.; BEILSTEIN, H.R. CUMITECH 4A . Laboratory diagnosis ofgonorrhoea. Coord. Ed. C. Abramson. ASM. Washington, D.C. 1993.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, PN-DST/AIDS. Técnicas para coleta de secreções. Brasília, 2001.
SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Saúde. Laboratório Central de Saúde Pública. Manual de Orientações para coleta, preparo e transporte de materiais biológicos. Florianópolis, 2006.
WARFORD, D.A., CHERNESK, M., PETERSON, E.M. CUMITECH 19A . Laboratorydiagnosis of Chlamydia trachomatis infections. Coord. Ed. C.A. Gleaves. ASM.Washington, D.C. 1999.