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Depressão na Infância e Adolescência Marcelo da Rocha Carvalho

Depressão Infância e Adolescência

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Depressão na Infância e Adolescência

Marcelo da Rocha Carvalho

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Marcelo da Rocha Carvalho

Psicoterapeuta Comportamental e Cognitivo, Especialista pela USP, Professor Convidado da Pós-Graduação em Terapia Comportamental e

Cognitiva pela FMUSP/AMBAN/HC. Especialista em Terapia Racional Emotiva

Comportamental pelo Albert Ellis [email protected]

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Não acontece…

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A Vida e incontrolabilidade

“Aceite o fato de que a existência humana decorre de acordo com as leis das probabilidades e do acaso, e de que um certo grau de risco ou de aventura é inevitável nesta vida.”

(A Realização Pessoal, Dryden & Gordon, 1993.Pg.49)

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“Poucos psicólogos experimentais não podem hoje negar que comportamentos, sentimentos e sensações são o resultado de eventos fisiológicos no organismo e estes eventos são o resultado de interações complexas entre fatores hereditários que se expressam através de sistemas bioquímicos controlados geneticamente e fatores ambientais passados e presentes.”(In.: The psychology of fear and stress, Jeffrey A. Gray)

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• “As crianças nunca foram muito boas em ouvir os mais velhos, mas nunca falharam em imitá-los”.

James Baldwin

Comportamento vicário

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Regras importantes na Terapia Infantil

1. O centro do foco da TCC infantil e promoção do comportamento social.

2. Não há diferença entre o que sustenta o comportamento adequado e inadequado.

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Um clássico.

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Microestressores

• Mclean(1976) sugere que pequenos eventos do dia-a-dia(microestressores) podem agir de maneira acumulativa e se transformar em grandes fontes de stress.

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• Desenvolvimento e a maior característica humana: dependência.

• “Parenting”: um momento delicado para sermos pais e filhos.

• Modernidade e expulsão do tempo de ser criança.

• Stress infantil só aumentando.

TCC infantil é terapia indireta dos pais?

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Quem atende bem um adulto atende bem uma criança na mesma abordagem?

• Em parte, não: • Material trazido a terapia é menos verbal

estratégias de coleta de dados e intervenção precisam ser diferentes

• Alguns aspectos éticos e ligados a relação terapêutica são especiais (sigilo, quem buscou terapia, etc.)

• Habilidades especiais: brincar, linguagem apropriada a criança, humor específico etc.

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História• Para a maioria das pessoas a infância é

um tempo mágico de felicidade e brincadeiras. – Muitas crianças sofrem com depressão sem

sequer terem os recursos mentais de um adulto para lidar com essa situação.

• 1º relatos – séc. XVII• 1970 – aceitação do dx– Estruturas egóicas imaturas

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História ainda…•Até anos 70, questionamento sobre a depressão infantil •Atualmente, considerada um dos “problemas emocionais” mais frequentes. •Grandes confusões devido a diferenças topográficas.•Predominância de agressividade e queixas somáticas – A criança “boazinha” •Importância do caráter preventivo (dados estatísticos) .

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Comportamentos frequentemente observados em crianças deprimidas (Wilkes et al, 1994)

• Irritabilidade.• “Intolerância a frustração”, brigas frequentes,

‘desrespeito’ aos pais e professores.• Humor deprimido .• Relata tristeza com frequência, aparência triste,

chora com facilidade, isola-se socialmente.• Perda ou ganho significativo de peso Insônia ou

hipersonia.• Medos difusos aparecidos “do nada” Retomada

de enurese ou encoprese.

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Epidemiologia• 1-3% das crianças tem depressão• Adolescentes, a incidência é estimada em 3-9%. • Infância: até 1H:1M• Adolescência: até 1H:2M

Dulcan and Lake 2012

• Menor nível social, maior tx de depressão• Santiago do Chile (N=792 crianças e adolescentes)

– Incidência = 6.4% (3.4% em meninos e 9.4% em meninas)

– 3.8% em crianças de 4 a 11 anos– 9.3% em adolescentes de 12 a 18 anos

Vicente, Saldivia et al. 2012• Taubaté

– 1% das crianças entre 7-14 anos (H=M)Fleitlich-Bilyk and Goodman 2004

• São Gonçalo (RJ)– 6 a 8 anos era de 9.6%– 9 e 10 anos de 13%

Avanci, Assis et al. 2012

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Fatores de risco• Idade escolar

– fortemente associada a fatores psicosociais• estrutura familiar• relacionamento ruim com o pai ou a mãe• problemas financeiros• problema de saúde sério na família• divórcio,• violência física entre os pais ou dos pais contra a criança• violência psicológica (quando, por exemplo, por exemplo, a criança

que é humilhada ou frequentemente chamada de estúpida, idiota ou doida pelos pais)

• Alcoolismo• criminalidade• discórdia familiar

Avanci, Assis et al. 2012, Harrington, Rutter et al. 1997

• Essas associações têm implicações para a abordagem do tratamento da depressão nas diferentes faixas etárias.

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Fatores de risco• Cronificação e a gravidade da depressão nas

mães– ligadas ao maior risco de conflitos entre mães e filhos– aumenta a propensão das crianças aos sintomas

depressivos.

• Abuso físico e abuso sexual – entre os mais sérios fatores– predispõem crianças ao início e recorrência de

depressão– associados a outros transtornos psiquiátricos.

• Bullying Reijntjes, Kamphuis et al. 2010

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Fatores de risco• Início na adolescência– alto risco de recorrência na idade adulta–mais comum nas meninas.

• As famílias de adolescentes deprimidos – incidência maior de transtornos de humor

em parentes de primeiro grau– fatores genéticos têm peso maior quando

a depressão ocorre na adolescênciaBrent and Weersins 2008

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Dx• Não há diferença nos critérios de crianças e adultos

– Humor irritável ao invés de triste– Desinteresse por esportes/brincadeiras em vez de anedonia– Fala monótona/hiperatividade em vez de lentificação– Idéia de não ser amado/ser um peso em vez de culpa/desvalia– Repercussão no rendimento escolar em vez de baixa

concentração/raciocínio/indecisão– Vontade de dormir/sumir/fugir ao invés de ideação suicida

• 20 – 40% dos pré-púberes serão TAB em 5 anos– Atenção a depressões duplas

• Menor capacidade de expressar sentimentos– < 5 anos, dificuldade maior.

• Sinais ñ verbais.– Quanto mais velhos, mais se expressam.

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Critérios do DSM-5Episódio depressivoA. Graves explosões de temperamento recorrentes manifestado verbalmente (ex, raivas verbais) e/ou

comportamental (ex, a agressão física contra pessoas ou bens) que são grosseiramente fora de proporção em intensidade ou duração da situação ou provocação.

B. As explosões temperamentais são incompatíveis com o nível de desenvolvimento .C. As explosões temperamentais ocorrer , em média, três ou mais vezes por semana.D. O clima entre explosões de temperamento é persistentemente irritado ou com raiva na maior parte

do dia, quase todos os dias , e é observável por outras pessoas (por exemplo , pais, professores , colegas).

E. Critérios AD estão presentes há 12 ou mais meses. Durante todo esse tempo, o indivíduo não tem um período de duração de três ou mais meses consecutivos sem toda a sintomas dos Critérios A-D .

F. Critérios A e D estão presentes em pelo menos dois dos três configurações ( ou seja , em casa , na escola, com pares ) e é particularmente grave em, pelo menos, um destes.

G. O diagnóstico não deve ser feito pela primeira vez antes de 6 anos de idade ou depois dos 18 anos.

H. Pela história ou observação, a idade de início dos Critérios de AE é antes dos 10 anos .I. Nunca houve um período distinto que dura mais de 1 dia durante o qual o pleno critérios de

sintomas, com exceção de duração, para um episódio maníaco ou hipomania foram cumpridos. Nota: elevação do modo de desenvolvimento apropriadas, tal como ocorre no contexto de um evento altamente positivo ou sua antecipação , não deve ser considerado como um sintoma de mania ou hipomania .

J. Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante um episódio de transtorno depressivo maior e não são melhor explicados por outro transtorno mental (por exemplo, do TEA, TEPT, TAS, Distimia). Nota: Este diagnóstico não pode coexistir com TOD, ex intermitente transtorno explosivo , ou transtorno bipolar , embora possa coexistir com outros, incluindo o TDM, TDAH, TC e TUS. Os indivíduos cujos sintomas satisfazem os critérios para TDDH e TOD só deve ser dado o diagnóstico de transtorno de desregulação do humor perturbador . Se um indivíduo já experimentou um episódio maníaco ou hipomania, não deve ser atribuído o diagnóstico de TDDH.

K. Os sintomas não são atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a uma outra condição médica ou neurológica.

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Frank Furedi: sociólogo e crítico da Saúde Mental

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Dificuldades no Dx por características próprias da adolescência que é, por si, um processo de crise.Diferença na intensidade, prejuízo e freqüência.

Variação dos sintomas com a idade

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Pré-escolares• Culpa e vergonha podem estar presentes em crianças de

até 3 anos• Idade pré-escolar

– Não cooperam muito – Podem recusar comida. – Incapacidade de se divertir com brincadeiras– Dificuldades para se concentrar

• Sintomas atípicos:– Somatizações– Isolamento– Déficit de crescimento.

• Estado mental da criança– Assustada– Insegura– Infeliz

• Brincadeiras com tema de suicídioLuby, Belden et al. 2009, Luby, Heffelfinger et al. 2003

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Escolares• Raramente

– Apatia, retardo motor ou perda de apetite• Entediadas e de falta de interesse

– Baixa autoestima, baixa autoconfiança. • visão negativa de si mesmas, desesperança

– chances de mudança são percebidas como remotas ou impossíveis• eventos são percebidos como fora do controle

– se culpam pelos eventos negativos • acredita que ela não é digna de receber amor e nunca será aceita.

– Perda na flexibilidade do pensamento • Queixa somática:

– Cefaleia, Dor abdominal, náusea, enjoos e vômitos• Frequentes idas ao pronto-socorro

– Problema de visão não corrigido com óculos,– Rashes ou outros problemas de pele– 6 anos já conseguem dizer se estão tristes

• A tristeza pode está por trás de uma criança muito quieta

Turk, Graham et al. 2007, McCauley, Carlson et al. 1991

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Adolescência• A partir dos 13-14 anos Depressão se assemelha a de

adultos– Episódio pode durar de 6 a 9 meses– Adolescentes apresentam mais queixas que as crianças– Preocupações com o corpo e com a aparência– Pensamentos de suicídio são mais comuns em adolescentes

• Meninas – descrevem baixa autoestima e autoimagem negativa.

• Meninos – Negam tristeza, porém se apresentam irritados ou de mau-

humor. – Se envolvem em brigas e outras confusões na vida escolar.

• Abuso de drogas é comum em adolescentes deprimidos– Grupo com quem anda fará bastante diferença neste aspecto– Adolescente tem direito a confidencialidade

Sacks and Westwood 2003; Turk, Graham et al. 2007.

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Neurobiologia• Neurobiologia difere muito do adulto• Papel dos sist. Neuroendócrinos– Hiperatividade do eixo HHA

• Mais implicado em quem passou por eventos vitais

• Trauma intenso sensibilização de vias cerebrais– T. supress. de Dexamet.

• Mais sensível em crianças, mais específico em adolescentes

– Hipersecreção de cortisol noturna e DHEA diurna

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Neurobiologia• Papel do sist. Serotoninérgico

– Resposta a ISRS, mas não a ADT– Menor nível sérico de total de 5-HT– Nível de 5-HIAA correlação negativa com

comportamentos disruptivos– Níveis mais baixos de recaptura de 5-HT plaquetária

• Papel dos sinalizadores intracelulares– Modificação da transdução intracelular (fosforilação

de enzimas, AMPc, diacilglicerol, proteina cinase A e C)

– Alteração do padrão da expressão gênica– Vulnerabilidade a estressores

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Neurobiologia• Neuroimagem– Redução do Córtex PF e dos gânglios da base– Aumento dos ventrículos– Menor relação volume CF/volume cerebral total– Maior relação volume ventrículos/v cerebral total– Redução de hipocampo e amígdala

• Estudos sobre o sono– Em crianças, achados da PSG são inconsistentes– Em adolescentes, padrão da PSG similar a adultos– Hipersensibilidade colinérgica (????)

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Neurobiologia• Estresse– Genes interferem na vulnerabilidade ao

estresse– Suporte social protege– Negligência ou abuso aumentam risco

de DM

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Diagnósticos diferenciais

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Tratamento• Psicoeducação• Psicoterapia– TCC– Terapia Interpessoal– Psicodinâmica (relatos de casos)

• Psicofarmacologia– Iniciar com baixas doses, aumentos

gradativos, tempo adequado, redução gradual

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Livros, indicações para leitura.

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Tratamento• ADT– Sem eficácia em crianças

• ISRS– Fluoxetina, citalopram, sertralina– Paroxetina, Venlafaxina Mais comp suicidas (?)

• Fxt + TCC > Fxt > TCC– AD e Suicídio ???

• Atenção ao aumento de irritabilidade, ideação, tentativas

• ECT sem evidências• EMT – idem.

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Desamparo Aprendido• Situações de incontrolabilidade:– Não importa quanto estude, a nota não

aumenta.– Não importa como se comporte, os pais só

dão atenção para o caçula. – Não importa quanto eu me esforce para me

dar bem no novo bairro, a qualquer hora posso me mudar e não tenho nenhum poder de escolha.

– Não importa quanta graça eu faça, não consigo fazer um só amigo.

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Metáfora do

Reforço

Metáfora do

Déficits das

Habilidades Sociais

Metáfora do

Desamparo

Aprendido

Metáfora da

Distorção Cognitiva

Metáfora do Auto-Manejo

Metáfora da

Modelagem Social

Adaptação as Metáforas frente a clínicaSharp, um foco “Multimodal” (1999)

Avaliação Comportamental e Cognitiva

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Manejo Social do Comporta

mento

Cognições

Assertividade

Análise Funcional

Controle Ambienta

l

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• “Modificar hábitos que não são adaptativos” (Wolpe, 1976), através do fortalecimento e manutenção, ou da eliciação de comportamentos incompatíveis com tais hábitos.– Ex.: Instalar na crianca, respostas de

contracontrole, face as pressoes inadequadas do seu meio familiar, ou de seu meio social.

• Aumentar a probabilidade de ocorrência de comportamento, que garantam a criança maior número de reforçamento positivos, ou seja, maior satisfação.– Ex.: Melhorar a qualidade de seu

relacionamento social.

Objetivos ligados a um trabalho focalizando diretamente a criança.

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• Ajudar a criança a reconhecer as variáveis que controlam seu comportamento, especialmente as variáveis internas, de seu próprio sistema de respostas, como suas necessidades, prioridades;

• Ensiná-las a manipular, ou contra controlar, essas variáveis e, assim sucessivamente, a cada nova habilidade e novo objetivo.

• A satisfação das necessidades é vista como motivador intrínseco e extrínseco, (pré-condição ou consequência para determinada mudança).– Ex.; percepcão e satisfacão de suas necessidades e

aumento da probabilidade de comportamentos, que garantam a consequência positiva desejada.

Objetivos ligados a um trabalho focalizando diretamente a criança.

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•Levar a criança a efetividade lidar com variáveis que afetam seu comportamento, permitindo uma generalização do aprendizado, para outras situações e outras categorias de comportamento, além daquelas abordadas na terapia. Isto garante o termino da terapia, uma vez que a criança passa a conduzir o seu processo de desenvolvimento que afeta, não só comportamento “problema”, mas todo seu repertorio, havendo uma maximização do seu potencial.

Objetivos ligados a um trabalho focalizando diretamente a criança.

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• Ser um “intermediário” do comportamento de mudança para todos os envolvidos, mas principalmente a criança envolvida.

• Numa equipe multidisciplinar, o papel do psicólogo cognitivo-comportamental é geralmente o de centralizador, dado seu maior conhecimento dos comportamentos da criança.

Psicólogos e Psiquiatras como maestros.

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• Análise funcional abrangente dos comportamentos problemas.

• Orientação aos pais sobre controle comportamental: observar como aderem as orientações.

• Controle ambiental.

# Sessões Função

Anamnese 06 Linha de base

Psicodiagnóstico 04

Aproximação sucessiva e

avalição sobre a

distância dos pais

Terapia propriamente

dita20

Sessões semanais

com a criança e

orientação dos pais a

cada 15 dias

Fases da TCC infantil

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Tipos de Atividades1. Atividades que favorecem o levantamento de

dados sobre as contingências ambientais, as quais apresentam maior probabilidade de exercer controle sobre os comportamentos adequados e inadequados da criança e colaborar com sua manutenção;

2. Atividades que favorecem a aplicação de procedimentos e intervenções pelo terapeuta, para produzir mudanças de comportamentais na criança e em alguns membros de sua comunidade;

3. Atividades que favorecem a avaliação.

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Como iniciar o trabalho com a criança

• Entrevista com os pais.• Levantamento de hipóteses iniciais.• Operacionalização dos termos.• Levantamento dos antecedentes e

consequentes.• Levantamento dos comportamentos

adequados.

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Análise Funcional• Entrevista inicial com pais e/ou responsáveis

* Observações sobre o comportamento dos pais • Motivo de procura por terapia

Identificação dos comportamentos-problema • Busca por estabelecer primeiras relações funcionais a

partir de questões: • Desde quando o comportamento é notado? • Em quais circunstâncias? • O que costuma acontecer quando a criança apresenta

o comportamento-problema? • Em quais circunstâncias a criança não apresenta o

comportamento? • São identificados picos de piora ou melhora?

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AF• O que já foi feito para tentar solucionar o(s)

problema(s)? (dicas sobre possível história de punição e/ou reforçamento justamente ao comportamento-problema)

• “Rastreamento” sobre algumas áreas da vida (identificação de problemas não descritos):

• Saúde geral:– Sono– Alimentação– Relacionamento com os pais– Relacionamento fraterno– Relacionamento com pessoas da família não-nuclear– Relacionamento com adultos fora da família

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AF• Relacionamento com pares – Escola – Vizinhança, cursos extras, clube etc.

• Desempenho escolar • Atividades preferidas (útil no planejamento

da sessão e identificação de reforçadores) • Atividades aversivas • História de tratamentos • O que a criança sabe sobre a procura dos

pais por terapia? • Explicação sobre proposta de trabalho

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Entrevista inicial com a criança

1. especificação do motivo que veio a consulta (o que os pais lhe disseram) e qual a queixa da criança.

2. informações sobre o sigilo;3. informações sobre o que é psicoterapia;4. explicações sobre o atendimento

quinzenal do grupo familiar, ressaltando que cada um pode mudar um pouco e não somente a criança eleita para o atendimento.

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O Processo terapêutico, como sugere Wolberg (1967) pode ser dividido em três fases operacionais: 1. Fase inicial:– estruturacão da terapia, diagnostico

funcional e planejamento terapêutico.2. Fase intermediaria:– implementacão do plano terapêutico.

3. Fase terminal:– avaliacão, termino da terapia e

acompanhamento.

Sistematização do processo

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Behaviorismo

• “O organismo é o palco das interações”.– Skinner, 1989

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• Dos 6 aos 18 anos – permanecem no mínimo ¼ da vida na escola.

• A escola é o eixo em torno do qual ocorre o desenvolvimento e o crescimento cognitivo, emocional, interpessoal e de personalidade.

• Maioria das crises estão associadas ou são detectadas na escola.

• Há necessidade de instrumentalização para o pessoal da escola.

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Bullying• Bullying são atos repetidos de

intimidação, deliberados, de um indivíduo mais forte contra outro mais fraco, objetivando dominação. Pode ser físico (com ou sem contato), verbal, emocional, racista ou sexual.

• Bullying é uma forma de abuso de poder, de crianças contra crianças.

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• Bullying-Bully-Bullied (victim/target)• Agression in School: Bullies and

Whipping Boys - Dan Olweus, 1978 (Scapegoat - Bode Expiatório)

• Mobbing in the School(anos 60)• Mobbing in the Worplace(anos 80)• Bullying in the School

Nomenclatura

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Indicadores de pessoas alvo de Bullying

• Demonstrar falta de vontade de ir a escola.• Sentir-se mal perto da hora de sair de casa.• Pedir para trocar de escola.• Revelar medo de ir ou voltar da escola.• Pedir sempre para ser levado a escola.• Mudar frequentemente o trajeto entre a casa

e a escola.• Apresentar baixo rendimento escolar.• Voltar da escola, repetidamente, com roupas

ou livros rasgados.• Chegar muitas vezes em casa com

machucados inexplicáveis.

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Indicadores de pessoas alvo de Bullying 

• Tornar-se uma pessoa fechada, arredia.• Parecer angustiado, ansioso, deprimido.• Apresentar manifestações de baixa autoestima.• Ter pesadelos frequentes, chegando a gritar

"socorro" ou "me deixa" durante o sono.• "Perder", repetidas vezes, seus pertences, seu

dinheiro.• Pedir sempre mais dinheiro ou tirar dinheiro da

família.• Evitar falar sobre o que está acontecendo, ou

dar desculpas pouco convincentes para tudo.• Tentar ou cometer suicídio.

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•Bullying na escola é muito mais comum do que pensam professores e pais.•Bullying não é um problema novo, mas a sua extensão só começou a ser pesquisada e divulgado nos últimos anos.

A Escola

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Respeito Social

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O que é o Bullying?• É a intimidação física ou psicológica que

ocorre de forma repetitiva por um longo período, normalmente em ambiente educacional.

• O Bullying pode ser um comportamento aberto: ridicularizar, humilhar, bater ou roubar, sendo mais visível nos meninos.

• Mas pode ser também encoberto: espalhando rumores ou mentiras e causando exclusão, quase sempre silenciosa. Estes comportamentos são mais frequentes nas meninas.

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Quem faz o Bullying?

• Crianças que aparentam forte senso de autoestima.

• Que gostam de se sentir poderosos e no controle, procurando ser um modelo social de força e destaque para o grupo.

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Quem são as vítimas?• São crianças ou adolescentes

inseguros, com baixas habilidades sociais, que procuram isolamento a integração e demonstram baixa estima.

• Tem dificuldade para se defender e lidar com retaliações.

• Tendência a ser mais vulneráveis fisicamente que seus pares ou com dificuldades destacáveis(uma miopia importante, p.ex.).

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Mais sobre as vítimas…

• Apresentam cuidadores ou responsáveis superprotetores e não estimulam sua independência.

• Estes acreditam que os adultos são ineficientes para intervir em seus problemas com as pessoas de sua idade. Acreditam também que é vergonhoso pedir ajuda.

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Como os adultos lidam com o Bullying?

• Eles vem como inofensivo e passageiro, onde todos passam por isso enquanto crianças ou adolescentes.

• Alguns acreditam que é uma forma de aprender a ser mais forte no grupo social e perder a “inocência” da educação do seio familiar(pois o mundo é cruel).

• Adultos também acreditam que crianças e jovens devem resolver entre si, sem a intervenção deles.

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Implicações no longo prazo para quem sofre de Bullying

•Problemas com autoestima, desamparo, depressão, ansiedade social, Transtorno do Corpo Dismórfico, Transtornos Alimentares e mesmo características de TEPT na vida adulta.•Percebem a escola como um lugar inseguro, são propensas a perder mais aulas que seus pares, a problemas escolares, aumentam seus comportamentos de fuga e esquiva(perdendo aprendizagem de estratégias sociais) e seus resultados escolares são impactados negativamente.•Suicídio.

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Livros, indicações para leitura.

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Livros, indicações para leitura.

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Livros TRI – Terapia da Reciclagem Infantil

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Livros, indicações para leitura.