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PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDOS (PAIR)
Universidade Federal de Rondônia Curso de Medicina
Disciplina de Saúde do Trabalhador
Docentes: Janne MonteiroJandra Leite
Discentes:• Carina Costa• Gabriela Toledo • Martins Honorato• Rafael Bortolato• Vanderson Pereira
Ruído
RUÍDO
“Sinal acústico aperiódico, originado da superposição de vários movimentos de vibração com diferentes freqüências que não apresentam relação entre si”
FELDMAN; GRIMES, 1985
RUÍDO “Perda auditiva ocupacional” perda auditiva
induzida por ruído, exposições a solventes aromáticos, metais e alguns asfixiantes e vibração
Esse protocolo é destinado a toda rede de atenção à saúde do SUS, que deverá iniciar um trabalho de identificação e notificação dos casos de perdas auditivas relacionadas ao trabalho
Restrição a Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair)
RUÍDO A Pair agravo mais freqüente à saúde dos
trabalhadores, estando presente principalmente siderurgia, metalurgia, gráfica, têxteis, papel e papelão, vidraria
Gestantes que trabalham expostas a níveis elevados de ruído:
Lesões auditivas irreversíveis no feto Problemas na gestação: hipertensão,
hiperemese gravídica, parto prematuro e bebês de baixo peso
RUÍDO Conferência da Terra (ECO 92)
Ruído considerado a terceira maior causa de poluição ambiental, atrás da poluição da água e do ar
O ruído risco de agravo à saúde que atinge maior número de trabalhadores
Mais perigoso quando se trata de ruído no ambiente de trabalho pela sua intensidade, tempo de exposição e efeitos combinados com outros fatores de risco, como produtos químicos ou vibração
ESCOPO Definição
Perda provocada pela exposição por tempo prolongado ao ruído
Neurossensorial, geralmente bilateral, irreversível e progressiva com o tempo de exposição ao ruído
Tem como sinônimos: perda auditiva ocupacional, surdez profissional, disacusia ocupacional
PERDA AUDITIVA POR RUIDO (PAIR) Tipo de protocolo
Função: articulação de ações de prevenção, promoção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e vigilância em saúde do trabalhador
Público-Alvo Profissionais de saúde da rede SUS Outros: auditores fiscais, engenheiros, peritos, químicos
Objetivo Auxiliar os profissionais da rede do SUS a identificar e
notificar os casos de Pair Dar subsídios aos órgãos de vigilância para intervenções
nos ambientes de trabalho
PERDA AUDITIVA POR RUIDO (PAIR) Benefícios
A adoção do protocolo permite a uniformidade no tratamento e na leitura epidemiológica dos dados Contribuirá para a identificação da real magnitude de
casos de perda auditiva
Com a notificação será possível fazer planejamento adequado das ações de prevenção e diagnóstico da Pair
PERDA AUDITIVA POR RUIDO (PAIR) Epidemiologia
Os dados no Brasil são escassos
Não há registros epidemiológicos que caracterizem a reação
Estima-se que 25% da população trabalhadora exposta seja portadora de Pair em algum grau
PERDA AUDITIVA POR RUIDO (PAIR)
Metodologia de elaboração do protocolo Elaboração, envio e análise de questionário
enviado aos Cerests, para conhecer suas experiências e necessidades em relação aos casos de Pair
Revisão bibliográfica e elaboração do texto-base Reunião com especialistas para avaliação do
documento-base Envio para publicação e consulta pública Revisão pós-consulta pública Redação final.
PERDA AUDITIVA POR RUIDO (PAIR) Avaliação da Pair
Constitui a avaliação clínica e ocupacional Pesquisa-se a exposição ao risco, pregressa e atual,
considerando-se os sintomas característicos
A anamnese ocupacional, ao fazer detalhamento da exposição, configura-se como instrumento fundamental para a identificação do risco
PERDA AUDITIVA POR RUIDO (PAIR) Avaliação dos efeitos auditivos da Pair
Avaliação audiológica: Audiometria tonal por via aérea Audiometria tonal por via óssea Logoaudiometria Imitanciometria
Condições para realização da avaliação Utilização de cabina acústica Utilização de equipamento calibrado Repouso acústico de 14 horas Profissional qualificado para a realização do exame
(médico ou fonoaudiólogo)
PERDA AUDITIVA POR RUIDO (PAIR) Avaliação dos efeitos não-auditivos da Pair
Faz a relação da perda auditiva com as consequências na vida diária do indivíduo
Busca entender de que forma e quanto essa perda auditiva está interferindo na vida pessoal e profissional do paciente
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICOEfeitos auditivos da exposição ao ruído
PAIR: degeneração das células ciliadas de Corti Excesso de estimulação sonora ou presença de
agentes químicos Formação de radicais livres Oxidação Lesão auditiva
Características da PAIR: Perda aditiva sensório-neural com comprometimento
das células ciliadas da orelha interna Exposições contínuas são piores do que as
intermitentes, porém curtas exposições a ruídos intensos também podem desencadear perdas auditivas
DIAGNÓSTICOA exposição continuada a ruído pode provocar:
Alteração da seletividade de frequência que provoca limitação na capacidade em reconhecer sons
Alteração neurossensorial levando ao aumento da sensação de desconforto
Zumbido
Dificuldades de compreensão de fala
DIAGNÓSTICOA exposição não auditiva da exposição ao
ruído Estresse – o ruído é um agente de risco
potencialmente estressor que pode trazer efeitos nocivos auditivos e uma sintomatologia relacionada ao estresse
Nervosismo Irritabilidade Cefaleia Insônia
Alteração da visãoAlteração gastrointestinais e circulatórias
DIAGNÓSTICO Consequências da PAIR:
Percepção ambiental: dificuldade para ouvir sons de alarme,sons domésticos, alto volume na televisão
Problemas com comunicação: Esforço e fadiga, Ansiedade, Dificuldade nas relações familiares, Isolamento, Autoimagem negativa
DIAGNÓSTICO
a) Auditivos: Perda auditiva. Zumbidos. Dificuldades no
entendimento de fala. Outros sintomas auditivosmenos frequentes: Algiacusia. Sensação de audição“abafada”. Dificuldade na localizaçãoda fonte sonora.
b) Não-auditivos: Transtornos da comunicação. Alterações do sono. Transtornos neurológicos. Transtornos vestibulares. Transtornos digestivos. Transtornos
comportamentais.
c) Outros efeitos do ruído Transtornos cardiovasculares Transtornos hormonais
Sieligman (2001) indica como sinais e sintomas da Pair:
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Trauma acústico “É uma perda auditiva súbita, decorrente de uma única exposição a ruído intenso.” (HUNGRIA, 1995)
Intensidade sonora: 120 dB ou 140 dB
Explosão de fogos, disparos de armas de fogo, ruído de motores a explosão e máquinas de grande impacto
Trauma acústico Quadro clínico:
Dor
Distúrbios vestibulares (vertigem e perturbações do equilíbrio)
Lesões simultâneas da orelha média (rotura da membrana timpânica e /ou desarticulação dos ossículos)
Zumbido
Realização de avaliação audiológica imediata após o trauma
Melhora dos sintomas após alguns dias
Repetição em intervalos aumentados
Mudança Transitória de Limiar (MTL) TTS (Temporary Treshold Shift)
Elevação do limiar de audibilidade que se recupera gradualmente
Os ruídos de alta frequência são mais nocivos, principalmente na faixa entre 2kHz a 6kHz
Tem início a partir de uma exposição a 75dB Aumenta proporcionalmente ao aumento de
intensidade e duração do ruído Exposição contínua é mais nociva
Mudança Transitória de Limiar (MTL) Merluzzi (1981)
A maior parte da MTL é recuperada nas primeiras duas a três horas
O restante pode levar até 16 horas e depende da intensidade do estímulo
Alterações intracelulares levam a redução na capacidade das células em perceberem a energia sonora que as atingem
Fadiga auditiva anormal quando a mudança de limiar permanece por mais de 16 horas após o término da exposição
Exposição ao ruído não relacionada ao trabalho
Hábitos exagerados
Música
Prática de tiro e caça
Esportes que envolvem motores
Oficinas caseiras
TRATAMENTO
TRATAMENTO Até o momento: não existe
Fundamental: acompanhamento da progressão da perda auditiva
Avaliações audiológicas periódicas
Notificação: início ao processo de vigilância
REABILITAÇÃO Ações terapêuticas requerem análise da avaliação
audiológica do trabalhador
Níveis de atenção à saúde: secundário e terciário
Profissional capacitado: fonoaudiólogo
Importante Perda auditiva induzida por ruídos não provoca
incapacidade para o trabalhador, mas pode ocasionar limitações na realização de tarefas
Cada caso deve ser avaliado em suas respectivas dificuldades e adequações
PREVENÇÃO A melhor forma de prevenção é a informação
O trabalhador deve ter conhecimento dos riscos provocados pela exposição aos ruídos
Existem limites de exposição preconizados legalmente Cada empresa deve seguir programas de
prevenção e controle de riscos
PREVENÇÃO
Ministério do
Trabalho
Delegacias regionais do
trabalho
Serviço de
vigilância à saúde
Fiscalização do
cumprimento das leis
PREVENÇÃO A empresa deve fazer levantamento e documentação do
processo produtivo:
Localização dos pontos de maior risco Tipo e características do ruído Tempo de exposição
Medidas de controle do ruído Exposição na fonte Na trajetória No indivíduo
Medidas organizacionais: redução de jornada, pausas e mudança de função
PREVENÇÃO As empresas também devem manter um
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA-NR9)
Identificação e quantificação dos riscos para direcionar as ações do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO-NR7)
PREVENÇÃO
Avaliação audiológica periódica:
acompanhamento da
progressão da perda auditiva
A velocidade da progressão da perda auditiva determinará a eficácia das medidas de proteção tomadas e a necessidade de aplicação de outras
PREVENÇÃO Todos os níveis de atenção à saúde devem
acolher, informar, dar início ao diagnóstico, notificação e acompanhamento do caso
A perda auditiva é progressiva e irreversível:
Todo caso de Pair
Fiscalização
Intervenção
NOTIFICAÇÃO
Todo caso de Perda Auditiva Induzida por Ruído é passível de notificação compulsória pelo SUS , segundo parâmetro da Portaria GM/MS Nº 777, de 28 de abril de 2004. Todos os casos também devem ser comunicados à Previdência Social por meio de abertura de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT)
OBRIGADO