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Protocolo de Normotermia, um sinal vital para o paciente cirúrgico
– relato de experiência
Enfª Swamy Jacobini Marconi
NORMOTERMIA: Temperatura corpórea na faixa de 36°C a 37,5°C.
Alterações de 0,2°C a 0,4°C
HIPOTERMIA: Temperatura corpórea
< 36ºC
DEFINIÇÃO
LEVE: 35,9°C e 34°C - hipertensão, tremor, taquicardia,taquipnéia.
MODERADA: 33,9°C e 30°C Arritmia atrial, redução de FC eFR, do nível de consciência.
GRAVE: abaixo 29,9ºC apnéia, coma, redução de atividadesdo ECG e assistolia.
Não Intencional x Terapêutica
CLASSIFICAÇÃO
1- Condução - Transferência de energia térmica por contato direto comsuperfície fria ( 5%)
2- Evaporação – Perda de água por evaporação da superfície corporal (15%) 3- Convecção - Remoção de calor do corpo por correntes frias (30%) 4- Radiação – Organismo perde calor para o ambiente mais frio que o corpo
(60%)
Como perdemos calor?
Baixa T° da sala operatória (19° e 24°C – MS)
Cirurgias abdominais e torácicas
Infusão intravenosa de líquidos e hemoderivados frios
Uso de soluções para irrigação
Preparações para a pele frias
Tempo de duração da cirurgia
Agentes anestésicos
Como perdemos calor?
Extremos de idade
Morfologia corporal – extremos de peso
Estado pré operatório
Condições pré existentes – distúrbios neurológicos, doenças crônicas e trauma
Grupo de Risco
ALTERAÇÕES CARDIOLÓGICAS: Taquicardia, HAS,vasoconstrição sistêmica, desiquilíbrio entre demandae a oferta de O² ao miocardio e arritmias cardíacas.
ALTERAÇÕES DO SISTEMA DE COAGULAÇÃO:Redução na velocidade da cascata de coagulaçãoassociada a maior risco de sangramento e perdasanguínea.
Complicações da hipotermia não intencional
ALTERAÇÕES DO SISTEMA IMUNOLÓGICO: Aumento deInfecções de Sítio Cirúrgico devido a vasoconstriçãoperiférica e diminuição da oferta de O² causando mortecelular.
ALTERAÇÕES NA CINÉTICA E AÇÃO DE ALGUMAS DROGASANESTÉSICAS. Aumento da duração da ação debloqueadores neuro-musculares, aumento daconcentração plasmática de propofol e dacardiotoxicidade da bupivacaína.
Complicações da hipotermia não intencional
DESCONFORTO TÉRMICO.
DEMORA NA RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA.
AUMENTO DA MORBIMORTALIDADE.
Complicações da hipotermia não intencional
Institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dáoutras providências.
X - segurança do paciente: redução, a um mínimo aceitável, do riscode dano desnecessário associado à atenção à saúde;
XI - serviço de saúde: estabelecimento destinado aodesenvolvimento de ações relacionadas à promoção, proteção,manutenção e recuperação da saúde, qualquer que seja o seu nívelde complexidade, em regime de internação ou não, incluindo aatenção realizada em consultórios, domicílios e unidades móveis;
XII - tecnologias em saúde: conjunto de equipamentos,medicamentos, insumos e procedimentos utilizados na atenção àsaúde, bem como os processos de trabalho, a infraestrutura e aorganização do serviço de saúde.
Legislações RDC 36/ 2013
Dispõe sobre a prática do ato anestésico.
ANEXO II - Equipamentos básicos para a administração da anestesiae suporte cardiorrespiratório:
1. Em cada sala onde se administra anestesia: secção de fluxocontínuo de gases, sistema respiratório e ventilatório completo esistema de aspiração.
2. Na unidade onde se administra anestesia: desfibrilador, marca-passo transcutâneo (incluindo gerador e cabo).
3. Recomenda-se a monitoração da temperatura e sistemas paraaquecimento de pacientes em anestesia pediátrica e geriátrica,bem como em procedimentos com duração superior a duas horas,nas demais situações.
4. Recomenda-se a adoção de sistemas automáticos de infusãopara administração contínua de fármacos vasoativos e anestesiaintravenosa contínua.
Resolução CFM nº 1.802/ 2006
MÉDICOS
•Educação Continuada
•Divulgação do Protocolo
ENFERMAGEM
•Educação Continuada
•Divulgação e Treinamento do Protocolo
•Cartões de Fluxo
EQUIPAMENTOS
•Adequação das quantidades
•Calibração dos monitores
• Instalação de controle manual ar condicionado
Protocolo de Normotermia
OBJETIVO: Prevenir e atenuar as complicaçõesocasionadas pela H N I promovendo a segurança e obem estar do pcte cirúrgico.
ABRANGÊNCIA: Todos os pacientes que atendem osrequisitos do protocolo.
INTERFACES: Anestesistas, Cirurgiões e Enfermagem.
Protocolo de Normotermia
PROTOCOLO /CONDUTA TERAPÊUTICA
- Evitar ligar ar condicionado na indução anestésica, até o paciente estar coberto
- Manter o paciente com mínima exposição corpórea (área descoberta) possível
- Monitorizar o paciente continuamente, quando intubado usando termômetros em oro ou nasofaringe, se acordado aferir temperatura cutânea em axila ou oral
- Utilizar manta térmica quando procedimento for acima de 60 minutos e nos extremos etários
PROTOCOLO CLÍNICO
- O uso de soluções aquecidas tem maior impacto quando a reposição volêmica for maior ou igual a 10ml/kg/h por tempo maior que 2 horas
- Manter a temperatura da sala em pelo menos 21° C
- Aferir a temperatura na Sala de Recuperação Anestésica (RPA) continuamente ou a cada 15 minutos e questionar sobre seu “bem estar térmico”
- Aquecer ativamente o paciente (manta térmica) até atingir 36°C
- Tratar tremores na RPA com meperidina (Dolantina®) 25 mg ev e oxigênio
- Liberar paciente para enfermaria, somente após atingir 36°C
PROTOCOLO CLÍNICO
Aquecer soluções de infusão intravenosa emequipamento específico, a 37Cº quando o volume deinfusão for de igual ou maior que 1000ml/hr.
Aquecer as bolsas de soluções fisiológicas utilizadasem cavidades abdominais.
Trans-Operatório
Realizar a troca de campos e roupas molhadas
Encaminhar o pcte para a RPA com a mesma mantatérmica utilizada em sala.
Trans-Operatório
Usar a manta térmica descartável se temperaturacorporal <36Cº.
Controlar a temperatura corporal de 15/15minutos naprimeira hora.
Pós-Operatório
Garantir que a temperatura corporal do pacientecirúrgico se mantenha = ou >36Cº
Minimizar complicações no período perioperatório
Resultados Esperados
CC Ambulatorial – 3 salas Xxx cirurgias/ mês
Centro Obstétrico – 3 salas 147 partos/ mês
CC 8 salas – RPA 9 leitos 590cirurgias/ mês
1º semstre 2015 - TOTAL: 3622 procedimentos
EXPERIÊNCIA HVC
EXPERIÊNCIA HVC
2 1
28 29
início protocolo 6 meses depois
Alta da RPA
ALTA DA RPA T° <36
ALTA DA RPA T° >36
Adequação planta CC – sala pré anestésica – OK
Implantação CO
Identificação risco e alertas
Pré Aquecimento do paciente
Adicionar risco para hipotermia no check list
PRÓXIMOS PASSOS
Proporcionem discussões
Projetos de protocolos
Verificar os recursos disponíveis
Traçar estratégias de implementação
Ajustar quantidades de dispositivos
Priorizar
Treinamentos da equipe
Conscientização
DICAS
“A hipotermia possui dois efeitos fisiológicos evidentes: prolongar a vida ou encurtá-la”
Adolph, 1956
BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada 36 de 25 de julhode 2013. D.O.U. Institui ações para a segurança do pacienteem serviços de saúde e dá outras providências. Brasília,2013.
OMS. Organização Mundial da Saúde. Segundo desafioglobal para a segurança do paciente: cirurgias segurassalvam vidas. Geneva, 2009.
AORN. Association of periOperative Registered Nurses.Recommended practices for sterilization in theperioperative practice setting. In: Conner R, editor.Perioperative standards and recommended practices.Denver (CO): AORN, 2008.
Referências bibliográficas