1. GNESIS Introduo Esboo Captulo 1 Captulo 11 Captulo 21
Captulo 31 Captulo 41 Captulo 2 Captulo 12 Captulo 22 Captulo 32
Captulo 42 Captulo 3 Captulo 13 Captulo 23 Captulo 33 Captulo 43
Captulo 4 Captulo 14 Captulo 24 Captulo 34 Captulo 44 Captulo 5
Captulo 15 Captulo 25 Captulo 35 Captulo 45 Captulo 6 Captulo 16
Captulo 26 Captulo 36 Captulo 46 Captulo 7 Captulo 17 Captulo 27
Captulo 37 Captulo 47 Captulo 8 Captulo 18 Captulo 28 Captulo 38
Captulo 48 Captulo 9 Captulo 19 Captulo 29 Captulo 39 Captulo 49
Captulo 10 Captulo 20 Captulo 30 Captulo 40 Captulo 50 INTRODUO
Ttulo. A palavra Gnesis entrou para a lngua portuguesa vindo do
grego atravs do latim. Na Septuaginta (LXX), formava o sobrescrito
do primeiro livro da Bblia. A palavra significa "origem, fonte, ou
gerao". A palavra hebraica ber'eshth, traduzida para "no princpio",
a primeira palavra da Bblia Hebraica. com freqncia usada para
designar o livro de Gnesis. Natureza. Gnesis o livro das origens.
Apresenta uma narrativa majestosa do comeo de tudo o que o Criador
criou. Responde s perguntas relativas origem do mundo e da vida
vegetal, animal e humana. Fala da instituio da famlia, da origem do
pecado, da concesso da revelao divina, do crescimento e
desenvolvimento da raa e da inaugurao do plano de Deus para a
realizao da redeno por meio do Seu povo escolhido. Apresenta e
ilustra verdades eternas, e resolve enigmas, mistrios e situaes
desorientadoras, luz da vontade de Deus para o Seu povo. Em uma
linguagem clara e significativa o
2. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 2 escritor apresenta os
planos e propsitos de Deus revelados, e as maravilhas do seu
procedimento com os homens. O Gnesis leva o leitor de volta ao
momento super-importante da criao quando o Criador onipotente criou
por meio da palavra as maravilhas incomparveis do sol, da lua, das
estrelas, dos planetas, das galxias, das plantas, das criaturas
viventes e de algum que fez Sua imagem. Nestes cinqenta captulos o
inspirado escritor desdobra o drama da criao; ele fala de como o
pecado entrou sub-reptcia e implacavelmente para introduzir a runa,
o desfiguramento e a morte; revela os frutos trgicos do pecado na
derrota pattica de nossos primeiros pais e mostra como, mais tarde,
a maldade acumulada dos homens trouxe a destruio e quase a
aniquilao da sociedade humana. Logo no comeo o escritor traa o
crescimento da nova raa e finalmente as biografias emocionantes de
Abrao, Isaque, Jac e os filhos de Jac. O livro termina com a morte
de Jos na terra do Egito. Gnesis 1-11 apresenta a narrativa da vida
do homem desde a criao at ao comeo da vida de Abrao. Gnesis 12-50
conta o relacionamento de Deus com o Seu povo escolhido - Abrao,
Isaque, Jac, Jos e seus descendentes. Atravs de toda a narrativa, a
principal preocupao do autor a de apresentar o propsito de Jeov em
criar e providencialmente guiar esse povo eleito. No s o Gnesis,
mas a Bblia toda mostra que por intermdio deste povo, o Senhor
procurou revelar a Sua natureza e os Seus planos para o mundo,
estabelecer Sua santa vontade na terra e envia Suas "boas novas" da
redeno a todos os homens. Naes e indivduos so mencionados e
descritos no livro apenas quando se encaixam no sublime plano e
propsito do Senhor. Os sumerianos, hititas, babilnios e assrios,
sempre quando sua histria afeta a do povo escolhido, entram no
quadro rapidamente a fim de demonstrar o propsito de Deus para o
mundo. A cada passo, o Esprito procura tornar a revelao explcita
aos homens de todos os sculos. No drama que se desenrola
rapidamente, o plano de Deus vai sendo apresentado.
3. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 3 Autoria. Com segurana
podemos declarar que Moiss o responsvel pela autoria do livro. o
primeiro livro do Pentateuco que ambas, as Escrituras e a tradio,
atribuem a Moiss. Seria difcil descobrir um homem, em toda a srie
da vida de Israel, que fosse mais qualificado a escrever esta
histria. Educado na "sabedoria dos egpcios" (Atos 7:22), Moiss foi
providencialmente preparado para compreender os registros e
manuscritos disponveis e a narrativa oral. Como um profeta ao qual
foi concedido o incomum privilgio de longas horas de comunho com
Deus no Sinai, foi bem preparado para registrar para todas as
geraes o retrato do Senhor e das Suas atividades atravs dos sculos.
Que outro indivduo, atravs dos sculos, possuiu tais poderes e tal f
e que tenha desfrutado de uma comunho to ntima com Jeov? A
descoberta nos tempos modernos de registros to antigos como as
Cartas de Amarna, a literatura Ugartica (ou Ras Shamra), e tbuas de
barro da Mesopotmia (Mari e Nuzu), tm capacitado os mestres a
reconstrurem os antecedentes histricos e culturais dos registros
bblicos, e descobrir como era a vida no Egito, na Palestina e na
Mesopotmia nos tempos bblicos. Igualmente, muitos registros orais e
escritos, pela antiguidade adentro, estavam disposio do ilustre
mestre hebreu, cuja educao egpcia e cujos estudos superiores na
regio do Monte Sinai tornaram-no cnscio dos significativos
movimentos mundiais. De acordo com a tradio judia, quando o grande
escriba Esdras voltou da Babilnia para Jerusalm, trazendo os
manuscritos hebreus do Velho Testamento, ele se disps a trabalhar
com prodigiosa energia para preservar, copiar e editar o antigo
material que tinha em seu poder. O Gnesis e a Cincia. Se um
estudante espera encontrar no Gnesis uma narrativa cientfica de
como o mundo comeou a existir, com todas as questes referentes vida
primitiva respondidas na linguagem tcnica familiar ao professor ou
estudante de cincias, ficar desapontado. O Gnesis no uma tentativa
de responder tais perguntas
4. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 4 tcnicas. Ele trata de
assuntos muito alm do reino da cincia. O autor procura nos colocar
em contato com o Deus eterno e revelar o significado sagrado do Seu
Ser, Seu propsito e Seu relacionamento com as Suas criaturas
conforme Ele opera Sua santa vontade. Este livro, to notvel por sua
profundidade e exaltao moral, sua dignidade e grandeza, descreve o
Deus eterno na tarefa de preparar um lugar onde suas criaturas
amadas possam viver e crescer e revelar Sua divina glria. ESBOO I.
O princpio de tudo. 1:1 - 11:32. A. A criao. 1:1 - 2:25. B. A
tentao e a queda. 3:1-24. C. Os dois irmos. 4:1-26. D. Sete e seus
descendentes. 5:1-32. E. O pecado e o Dilvio. 6:1 - 8:22 F. Vida
posterior de No e seus descendentes. 9:1 - 10:32 G. A Torre de
Babel. 11:1-32. II. Os patriarcas. 12:1 - 50:26. A. Abrao. 12:1 -
25:18. 1) A Chamada de Abrao. 12:1-9. 2) O Patriarca no Egito.
12:10-20. 3) A Partida de L. 13:1-18. 4) Abrao, L, Melquisedeque.
14:1-24. 5) Abro Recebe a Promessa de um Herdeiro. 15:1-21. 6)
Ismael. 16:1-16. 7) Novas Promessas, e a Reao de Abrao. 17:1-27. 8)
Sodoma e Gomorra. 18:1 - 19:38. 9) Abrao e Abimeleque. 20:1-18. 10)
O Nascimento de Isaque; Ismael Expulso. 21:1-21. 11) Abimeleque e
Abrao. 21:22-34.
5. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 5 12) Abrao e Isaque.
22:1-19. 13) A Morte e o Sepultamento de Sara. 23:1-20. 14) Elizer,
Isaque e Rebeca. 24:1-67. 15) ltimos Dias de Abrao. 25:1-18. B.
Isaque. 25:19 - 26:35. 1) Isaque e Sua Famlia. 25:19-34. 2) Isaque
e Abimeleque. 26:1-35. C. Jac. 27:1 - 36:43. 1) Jac e Esa. 27:1-46.
2) Jac, Labo, Lia e Raquel. 28:1 - 30:43. 3) Jac Retorna a Cana.
31:1-55. 4) O Encontro de Jac com Esa. 32:1 - 33:17. 5) Jac e sua
famlia em Siqum. 33:18 34:31. 6) A Volta a Betel. 35:1-29. 7) Edom
e Seu Povo. 36:1-43. D. Jos. 37:1 - 50:26. 1) Primeiras Experincias
de Jos. 37:1-36. 2) Jud e Tamar. 38:1-30. 3) Jos e a Esposa de
Potifar. 39:1-23. 4) As Experincias de Jos na Priso. 40:1-23. 5)
Jos e Fara. 41:1-57. 6) A Primeira Visita dos Irmos. 42:1-38. 7)
Outras Experincias com os Irmos. 43:1-34. 8) A Proposta Sacrificial
de Jud. 44:1-34. 9) O Convite de Jos a Jac. 45:1-28. 10) A Migrao
para o Egito. 46:1-34. 11) Jac e Fara. 47:1-12. 12) O Administrador
do Sustento. 47:13-27. 13) Jac e os Filhos de Jos. 47:28 - 48:22.
14) A Bno Solene. 49:1-27. 15) Dias Finais. 49:28 - 50:26.
6. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 6 COMENTRIO I. O Princpio de
Tudo. 1:1 - 11:32. A. A Criao. 1:1 - 2:25. Gnesis 1 Deus o Criador
de todas as coisas. Desde o comeo no Livro de Gnesis, a poderosa
luz da revelao focaliza o Todo-Poderoso. Ele o Princpio, a Causa, a
Fonte de tudo o que existe. Ele criou todas as coisas e as pessoas
que tinham de se encaixar em Seu plano para os sculos. Todo o
material necessrio para Sua obra posterior, Ele o criou
milagrosamente. 1. No principio (ber'shith). O autor leva o leitor
para alm do limite do tempo, para a eternidade insondvel, embora
lhe faltem palavras quando procura dar uma idia do estado de coisas
antes do limite do tempo. Ele no d uma indicao de data tangvel para
este princpio. Sua narrativa retrocede no tempo que precede o
calendrio dos acontecimentos. Criou Deus. A sublime certeza da
revelao baseia se nesta grandiosa afirmativa. Deus o fez. Nada mais
pasmoso poderia ser declarado. Elohim a palavra mais usada para
"Deus" no hebraico, aramaico e rabe. Na realidade plural em sua
forma, mas usada com o verbo no singular. Talvez o plural seja
melhor explicado se dissssemos que indica "plenitude de poder" ou
dignidade excepcional e grandeza ilimitada. Neste Um esto reunidos
todos os poderes da eternidade e da infinidade. Criou. (bara) um
verbo usado exclusivamente para com Deus. O homem no poderia
atingir as alturas do poder inerente a esta palavra, por ela
descreve o milagre completo. Pelo poder soberano e criativo de Deus
algo absolutamente novo foi dado luz. Os cus e a terra. Aqui o
autor focaliza o interesse sobre todos os setores do mundo acima,
volta
7. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 7 e abaixo. Nesta frase ele
inclui o universo completo como era conhecido (ou poderia vir a ser
conhecido) pelos hebreus, e todo o material primrio necessrio para
fazer os sis, os planetas, as estrelas, as nebulosas, as galxias,
as molculas, os tomos, os eltrons e todas as coisas e seres
especficos sobre a terra. Os homens da cincia revelam que nossa
galxia contm mais do que 100 bilhes de estrelas, e que o nosso sol
fica a 240 trilhes de quilmetros do centro de nossa galxia. Nossa
galxia apenas uma das que compem um pequeno agrupamento de 19
galxias, ficando a mais prxima a 30 milhes de anos-luz (240 milhes
de trilhes de quilmetros). Nossos cientistas pesquisadores, por mo
de poderosos telescpios, certificaram-se razoavelmente de que
existem mais de um bilho de galxias. Eles calculam o nmero das
estrelas destas galxias em aproximadamente 100 quintilhes. O poder
das velas de uma dessas galxias igual ao de 400 milhes de sis.
Quando um homem volta os olhos para esta imensa criao e compara o
que v com a narrativa inspirada do escritor sobre a sua origem, seu
corao tem de se encher de espanto. Ele conhece a mo de Deus na
beleza e ordem do sistema solar e no poder do tomo. Quer olhe para
o sol (positivamente carregado) atraindo os planetas (negativamente
carregados) ou examine o ncleo (positivamente carregado) no corao
do tomo, atraindo cada eltron (negativamente carregado) no seu
equilbrio, sente a sabedoria, o poder e a grandeza de Deus. luz de
tudo isso, um homem reverente inclina-se diante do seu Criador em
espanto e genuna dedicao, e explode em adorao, culto, ao de graas e
incontido louvor. A sublime criao do Senhor este ser, grandemente
amado, que Ele escolheu para criar Sua prpria imagem, 2. A terra,
porm, era sem forma e vazia. (th wbh). O inspirado autor
rapidamente volta sua ateno para a terra, pois sua histria se
relaciona com os planos e provises divinas para a vida humana neste
planeta. Ele descreve a terra em seu estado incompleto. Havia
plenitude de material disposio para cada obra que Deus
8. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 8 planejou criar, embora em
estado catico ermo, vazio, escuro. Seis dias cheios de criatividade
fariam mudanas fenomenais. O propsito de Deus no poderia ser
satisfeito at que Seu toque milagroso fizesse algo com este caos.
At mesmo as trevas (freqentemente associadas, nas Escrituras, com o
mal) seriam subjugadas a Sua vontade. O Esprito de Deus pairava
(rh. . . merahepet). As palavras descrevem a presena de Deus,
transmissora de energia, envolvendo e acariciando o caos e a terra
incompleta enquanto se preparava para completar a Sua criao. Como
uma devotada ave volta do seu ninho, Ele se movia prodigalizando o
Seu amor ao mundo recm-criado. 3. Disse Deus: Haja luz. O autor
apresenta a primeira palavra criativa de Deus. Com facilidade
incrvel e ao deliberada, o Deus onipotente criou a luz. Ele
enunciou a Sua palavra, e instantaneamente Sua vontade foi
realizada (Sl. 33:6, 9). A luz foi a resposta de Deus ao domnio das
trevas. Foi a primeira ao positiva do Senhor para concluir seu
integral programa da criao. Sem ela, os passos seguintes seriam sem
significado. O Apstolo Joo nos conta que "Deus luz" (1 Jo. 1:5). 4.
E viu Deus que . . . era boa. Quando o Criador olhou para o produto
de Sua vontade, encontrou-o perfeitamente completo e admirvel;
ficou satisfeito. Esta declarao foi feita sete vezes. Cada um dos
atos criativos de Deus era perfeito, completo, agradvel,
satisfatrio. bom lembrar que esta foi a mesma luz que o homem v e
desfruta hoje. 5. Tarde e manh. No livro de Gnesis, a tarde sempre
precede a manh. A criao da luz acabou com o reino das trevas e
comeou o primeiro dia. Uma vez que isto aconteceu antes da criao do
sol e da lua, incorreto falarmos de dias de vinte e quatro horas at
chegarmos a esse ponto no programa do Criador. A referncia aqui a
um dia de Deus, e no ao dia comum limitado por minutos e horas. O
comeo de cada ato da criao chamado manh, e a concluso desse
especfico ato divino chamado tarde.
9. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 9 6. Firmamento (expanso) no
meio das guas. A palavra hebraica rqu'a representa algo que foi
batido ou pressionado para cobrir uma superfcie extensa. O escritor
sugere aqui uma expanso acima da terra retendo grandes reservatrios
de gua a serem soltos para a chuva. 9. Aparea a poro seca. Em um
certo ponto, a gua cobria tudo. No terceiro dia, contudo, o Senhor
criou a terra e o reino vegetal. Por meio do Seu divino poder fez a
terra emergir de dentro da grande massa de guas e formou a poro
seca (cons. Sl. 104:6-8; J 38:8-11). Do solo, sob ordem expressa de
Deus, brotou vegetao viva, e logo cobriu a terra com beleza e
providenciou alimento para as criaturas vivas. 14. Haja luzeiros. A
palavra hebraica mrt descreve os luminares ou instrumentos de luz.
Por meio desses luminares, a terra recebeu a luz necessria para
sustento da vida. Eles deviam governar o dia e a noite (v. 16),
servirem de sinais para as estaes e dar luz terra. A narrativa
torna fato que Deus os fez e ento os colocou no devido lugar. De
acordo com o esquema divino, o sol, a luz e as estrelas, todos
foram criados para a execuo de Sua vontade especfica. 20. Povoem-se
as guas de enxames de seres viventes. Este versculo descreve o
aparecimento sbito de hostes de peixes e seres alados. Tinham o
propsito de fornecer outra demonstrao visvel do poder do Criador.
Com o seu aparecimento, havia vida e tambm atividade sobre a terra.
E havia, alm disso, uma sucesso infinita de criaturas vivas, todas
feitas pela poderosa mo de Deus. 21. Grandes animais marinhos
(E.R.C., grandes baleias). Literalmente, animais estirados que
rastejam, ou deslizara sobre a terra, dentro ou fora da gua, tais
como as serpentes, enguias, peixes e lagartos. 22. O Senhor
pronunciou sobre eles a Sua bno e ordenou que fossem fecundos e se
multiplicassem. O progresso da atividade criadora de Deus subia na
direo da criao do homem. 26. Faamos o homem. O momento supremo da
criao chegou quando Deus criou o homem. A narrativa apresenta Deus
convocando a
10. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 10 corte celestial, ou dos
outros dois membros da Trindade, a fim de que toda a ateno fosse
dada a este acontecimento. Alguns comentadores, entretanto,
interpretam o plural como um "plural de majestade", indicando
dignidade e grandeza. A forma plural da palavra Deus, Elohim, pode
ser explicada mais ou menos da mesma forma. O Senhor est
representado concedendo ateno fora do comum a um assunto cheio de
muito significado. nossa imagem (selem), conforme a nossa semelhana
(demt). Embora estes dois sinnimos tenham significados separados,
aqui no h necessidade nenhuma de se fazer algum esforo para
apresentar os diferentes aspectos do ser divino. Est claro que o
homem, como Deus o criou, era distintamente diferente dos animais j
criados. Ele estava em um plat muito mais alto, pois Deus o criou
para ser imortal, e fez dele uma imagem especial de Sua prpria
eternidade. O homem era uma criatura que o seu Criador podia
visitar e ter amizade e comunho com ele. De outro lado, o Senhor
podia esperar que o homem Lhe correspondesse e fosse digno de Sua
confiana. O homem foi constitudo possuidor do privilgio da escolha,
at o ponto de desobedecer o Seu Criador, Ele tinha de ser o
representante e mordomo responsvel de Deus sobre a terra, fazendo a
vontade do seu Criador e cumprindo o propsito divino. O domnio do
mundo seria entregue a esta nova criatura (cons. Sl. 8:5-7). Ele
foi comissionado a subjugar (kbash, "pisar sobre") a terra, e a
seguir o plano de Deus e ench-la com sua gente. Esta sublime
criatura, com seus incrveis privilgios e pesadas responsabilidades,
tinha de viver e movimentar-se regiamente. 31. Muito bom (tb med).
Quando o Senhor olhou para o resultado final de seus atos
criadores, expressou deleite peculiar e satisfao extrema. Tudo no
universo, desde a maior das estrelas at a menor das folhinhas,
produziu alegria no Seu corao. Era uma linda sinfonia. A satisfao
do Criador aqui se expressa em linguagem concisa ainda que
vvida.
11. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 11 Gnesis 2 2:1,2. Acabados
(keilh) . . . descansou (sheibat) . . . santificou (keidash).
Quando o Criador pronunciou Sua aprovao sobre tudo o que tinha
feito, inclusive o homem, a coroa da criao, declarou a concluso da
obra. No momento no daria incio a mais nada. Entretanto, Ele
santificou um dia de completo descanso. A palavra hebraica,
sheibat, pode ser traduzida para "desistiu" ou "cessou" ou
"interrompeu". Durante este perodo at Deus descansaria das
atividades criadoras (cons. x. 20:11; 31:17). 3. O dia stimo foi
separado para ser santificado e respeitado atravs dos anos como um
lembrete de que Deus designou uma estao de descanso, refrigrio e
completa cessao de todo trabalho ordinrio, labuta e luta. 4. Esta a
gnese (tledt). A palavra hebraica vem de um verbo significando
procriar ou gerar filhos. Poderia ser traduzido para "geraes". Esta
declarao pode ser uma referncia a Gnesis 1. A LXX traduz assim:
Este o Livro do Gnesis. Alguns o traduziriam para: A histria dos
cus e da terra. A descendncia do cu e da terra foi assim descrita.
O Senhor Deus (Jeov). Pela primeira vez apresenta-se o nome Yahweh,
ou Jeov (cons. x. 6:2,3). Jeov o Deus da aliana pessoal com Israel,
que ao mesmo tempo o Deus do cu e da terra. O nome transporta a
idia de auto-existncia eterna do Autor de toda a existncia. a
expresso da amorosa benignidade, graa, misericrdia, autoridade e
eterno relacionamento de Deus com os seus escolhidos que foram
criados Sua imagem. O relacionamento especial de Jeov com Israel
seria descrito mais detalhadamente quando Ele aparecesse na sara
ardente perto do Sinai. Aqui o Autor da vida est identificado com o
divino Criador de Gnesis 1. 6. Uma neblina subia... e regava. A fim
de preparar o solo para a realizao de Sua tarefa, o Criador
forneceu a umidade. A traduo costumeira refere-se a um
chuvisqueiro, ou neblina. possvel que a
12. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 12 palavra traduzida para
neblina na E.R.A. (id) poderia ser traduzida para "rio" ou
"correnteza". A primeira forma a prefervel. De qualquer forma, a
neblina foi a maneira que Deus usou para realizar a Sua vontade em
relao ao solo. Ao contnua est expressa. 7. Formou (yeiseir) o
Senhor Deus ao homem do p da terra. Novamente os dois nomes para
Deus esto ligados em antecipao ao acontecimento que marcou poca. A
palavra yeiseir foi usada para dar a idia de um oleiro trabalhando,
moldando com suas mos o material plstico que tinha nas mos (cons.
Jr. 18:3, 4). O mesmo verbo foi usado para descrever o quadro da
formao de um povo ou nao. O corpo do homem foi feito do p da terra,
enquanto o seu esprito veio do prprio "flego" de Deus. Ele ,
literalmente, uma criatura de dois mundos; ambos, a terra e os cus,
tm direitos sobre ele. Observe as trs declaraes: Formou (yeiseir)
Jeov ao homem do p ... e lhe soprou (neipah) nas narinas o flego de
vida, e o homem passou a ser (heiyeih) alma vivente. O primeiro
passo foi importantssimo, mas o p umedecido estava longe de ser um
homem at que o segundo milagre se completasse. Deus comunicou a Sua
prpria vida a essa massa inerte de substncia que Ele j criara e lhe
deu forma. O flego divino permeou o material e o transformou em um
ser vivente. Esta estranha combinao de p e divindade deu lugar a
uma criao maravilhosa (cons. I Co. 15:47-49) feita prpria imagem de
Deus. Como ser vivente, o homem estava destinado a revelar as
qualidades do Doador da vida. Esta linguagem das Escrituras no
sugere que o homem tivesse semelhana fsica com Deus. Antes, ele foi
feito semelhante a Deus nos poderes espirituais. Ele recebeu os
poderes de pensar e sentir, de se comunicar com os outros, de
discernir e discriminar, e, at um certo ponto de determinar o seu
prprio carter. 8. Um jardim (gan) no den (bi'den). O autor
apresenta Deus plantando um lindo jardim para Suas novas criaturas.
A palavra significa um cercado ou um parque. A LXX usa, aqui, um
termo que d base para a nossa palavra "paraso". O trabalho do homem
neste jardim era o de
13. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 13 exercer domnio servindo
uma boa combinao. As obrigaes provavelmente eram rigorosas mas
agradveis. O den, ou a terra do den, ficava provavelmente na parte
baixa do vale da Babilnia. Embora tenha se reivindicado outras
localizaes para o den, as evidncias parecem apontar para o setor
entre o Tigre e o Eufrates como o bero da civilizao. A palavra
hebraica den provavelmente significa "encantamento", "prazer", ou
"deleite". Neste sossegado lugar de indescritvel beleza, o homem
devia desfrutar da comunho e do companheirismo do Criador, e
trabalhar de acordo com o esquema divino para a realizao de Sua
vontade perfeita. rvores magnficas forneciam alimento para o
sustento, mas o homem teria de trabalhar para cuidar delas. Um
adequado suprimento de gua era fornecido por um vasto sistema de
irrigao, um emaranhado de rios que brotavam dentro e volta do
jardim, dando-lhe vida. A fim de orientar o homem no pleno
desenvolvimento moral e espiritual, Deus lhe deu ordens especficas
e uma proibio especfica para governar seu comportamento. Tambm lhe
deu o poder de escolher e apresentou-lhe o privilgio de crescer no
favor divino. Assim comeou a disciplina moral do homem. 18. Uma
auxiliadora que lhe seja idnea ('izer kenegd). O inspirado autor
revela indiretamente a natural solido do homem e a sua insatisfao.
Embora muito se fizesse por ele, ainda estava consciente de uma
falta. O Criador no terminara ainda. Ele tinha planos de fornecer
uma companheira que pudesse satisfazer os anseios incumpridos do
corao do homem. Criado para a comunho e o companheirismo, o homem s
poderia desfrutar inteiramente da vida se pudesse partilhar do
amor, da confiana e da devoo no ntimo crculo do relacionamento
familiar. Jeov tornou possvel que o homem tivesse uma
auxiliadora... idnea. Literalmente, uma auxiliadora que o atenda.
Ela teria de partilhar das responsabilidades do homem, corresponder
natureza dele com amor e compreenso, e cooperar de todo o corao com
ele na execuo do plano de Deus.
14. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 14 21. Fez cair (bein)
pesado sono (tardim). Hoje em dia os mdicos usam diversos
anestsicos para produzirem sono profundo. No sabemos que meios ou
mtodos o Criador usou para induzir Ado nesse pesado sono que o
deixou inconsciente dos acontecimentos. Isto permanece um mistrio.
Certamente a misericrdia divina foi exibida neste milagre. O Eterno
estava criando no apenas um outro indivduo, mas um indivduo novo,
totalmente diferente, com outro sexo. Algum j disse que "a mulher
foi tirada no da cabea do homem para governar sobre ele, no dos
seus ps para ser pisada por ele, mas do seu lado, de sob o seu
brao, para ser protegida, e de perto do seu corao, para ser amada".
Na histria da criao ela tambm est representada dependendo
inteiramente de seu marido e incompleta sem ele. Do mesmo modo, o
homem jamais inteiramente completo sem a mulher. Essa a vontade de
Deus. Uma vez que a mulher foi formada do lado do homem, ela tem a
obrigao de permanecer ao seu lado e de ajud-lo. Ele tem a obrigao
de lhe dar a proteo e defend-la com o seu brao. Os dois seres
formam um todo completo, a coroa da criao. O autor do Gnesis
declara que Deus transformou (bein) a costela que tirou do homem em
uma mulher. A mo que moldou o barro para fazer o corpo do homem,
pegou uma parte do corpo vivo do homem e transformou-o em uma
mulher. 22. E lha trouxe. Quando Deus terminou essa nova criao, Ele
"a deu" em casamento ao seu marido, estabelecendo assim a
eternamente significativa instituio do casamento. Uma vez que o
Criador instituiu o casamento, este constitui um relacionamento
sagrado do homem com a mulher, envolvendo profundo mistrio e
proclamando sua origem divina. O amoroso corao de Deus sem dvida se
regozijou com a instituio de um relacionamento que devia ser
sublime, puro, santo e agradvel para a humanidade. 23. Esta,
afinal, . . . carne da minha carne. O homem reconheceu nesta nova
criao uma companheira divinamente criada para atender a todos os
anseios do seu faminto corao para a execuo
15. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 15 da santa vontade de
Deus. Varoa ('ishsh) . . . varo (ish). Estas duas palavras
hebraicas so muito parecidas, at mesmo no som. A nica diferena
entre elas que a palavra "mulher" tem um sufixo feminino. Lxicos
mais recentes declaram que estas palavras no so etimologicamente
relacionadas. No h, entretanto, nenhuma base para rejeitarmos a
opinio anterior de que a palavra "mulher" vem da palavra "homem".
24. Por isso . . . o homem. . . se une (deibaq) sua mulher. O
Criador estabeleceu a base completa para o casamento monogmico.
Rashi, o grande comentador hebreu, declara que estas palavras so um
comentrio especfico do Esprito Santo. O comentrio final sobre a
unio de marido e mulher foi feito por nosso Senhor Jesus Cristo,
quando disse: "Por isso deixar o homem a seu pai e a sua me, e
unir- se- a sua mulher. E sero os dois uma s carne; e assim j no
sero dois, mas uma s carne. Portanto o que Deus ajuntou no o separe
o homem" (Mc. 10:7-9). Deus planejou que os laos matrimoniais
deveriam ser terminantemente indissolveis. Se une (deibaq)
significa "colar-se a" sua esposa (sua prpria esposa). A palavra
"mulher" est no singular. O homem, que o mais forte, o que deve
unir-se a ela. A esposa ficar segura ao marido, se ele exercer
sobre ela o tipo de poder amoroso descrito neste versculo. "O que
Deus ajuntou no o separe o homem". Esta uma declarao antiga, mas
verdadeiramente a palavra de Deus para todos os coraes da
atualidade e para sempre. Como notvel que um relacionamento to
exatamente descrito por Moiss h sculos atrs, continue enraizado na
verdade eterna e no decreto divino! A santidade do casamento
fundamenta-se no prprio corao das Escrituras, e ficou eternamente
destacada pelo Esprito Santo, como necessidade bsica. Deus quis que
as criaturas feitas Sua imagem fossem Seus vasos escolhidos para a
edificao de um lar que Lhe fosse agradvel. No N.T. o Esprito
revela: o relacionamento divinamente estabelecido entre o homem e a
mulher, baseia-se na ordem da criao; na liderana da famlia exercida
pelo marido; na santidade
16. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 16 eterna dos votos
matrimoniais; no tipo de amor que deveria unir o esposo esposa; e
na pureza que deveria caracterizar aquelas que tipificam a Esposa
por quem Cristo deu a Sua vida. Gnesis 3 B. A Tentao e a Queda.
3:1-24. O autor do Gnesis faz aqui uma lista dos passos que levaram
entrada do pecado nos coraes daqueles indivduos divinamente
criados, que comearam suas vidas com coraes to puros e tantas
promessas. A desobedincia e o pecado obscureceram o quadro. Embora
estes seres fossem moralmente honestos, receberam o poder da
escolha; e estavam sujeitos ao poder do tentador a qualquer
momento. Por isso o teste foi inevitvel. O jardim era uma criao
primorosa, cheia de provises abundantes. O meio ambiente do homem
nada deixava a desejar. Uma proibio, contudo, fora feita ao homem e
mulher. Todas as rvores, arbustos e guloseimas seriam deles, com
exceo do fruto da "rvore do conhecimento do bem e do mal". Esta
proibio parece que formou a atmosfera na qual as mentes humanas
acolheram o apelo do tentador. 1. A serpente (neiheish). A
narrativa apresenta o sedutor como um dos animais, que era muito
mais sagaz do que os outros. A palavra hebraica contm a idia de
astcia excepcional. (As lendas rabnicas dizem que a serpente andava
ereta.) Ela tinha o poder de falar e falava livremente com sua
vtima. Ela era ardilosa, insidiosa, maliciosa. Mais tarde a exegese
identificar a serpente com Satans ou o diabo. luz de verdades
bblicas posteriores, estamos justificados em concluir que a
serpente foi um instrumento especialmente escolhido por Satans para
este teste. Em Ap. 12:9 o tentador chamado de "o grande drago, a
velha serpente, chamada o diabo e Satans" (cons. Milton, Paradise
Lost, Livro IX). A palavra neiheish, que significa sibilante, sem
dvida se refere espcie de ser que conhecemos como a serpente. Paulo
declara
17. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 17 que Satans mascara-se de
"anjo de luz" (II Co. 11:14). Ele escolheu o animal mais malicioso,
mais sutil, mais cauteloso e controlou-o inteiramente para executar
sua tarefa desastrosa. Jesus disse referindo-se a Satans: "
mentiroso, e pai da mentira" (Jo. 8:44, cons. Rm. 16:20; II Co.
11:3; I Tm. 2:14; Ap. 20: 2). O mtodo de engano que a serpente usou
com Eva foi o de distorcer o significado da proibio de Deus e ento
ridiculariz-la em sua nova forma. O tentador fingiu surpresa diante
de tal ordem vinda de Deus. Ento procurou abalar a f da mulher
semeando em sua mente dvidas, suspeitas e falsos quadros do
Todo-poderoso e seus motivos. Foi uma tentativa deliberada de
desacreditar a Deus. Quando a f falha, o firme fundamento da
conduta moral entra em colapso. S falta um pequenino passo da
incredulidade para o pecado e a desgraa. 2:3. Respondeu-lhe a
mulher. Conversar com o tentador sempre perigoso. Inconsciente, a
mulher estava revelando um desejo de entrar num acordo com o
tentador. Ela no tinha a vantagem das palavras usadas por Jesus em
Mt. 4:10 e a advertncia de Tg. 4:7. Ela era inocente, ingnua e
confiante; no servia de parceiro para o ardiloso antagonista. Ela
no quis ficar de lado e ver Deus sendo deturpado; ento tentou
corajosamente corrigir a declarao da serpente. Mas citou a proibio
de Deus de maneira errada, acrescentando a palavra tocareis. 5.
Como Deus, sereis. Agora que Eva entrara na conversa, o sedutor
avanou com seu argumento mais poderoso. Mais do que depressa ele
deu a entender que o grande desejo do homem de ser igual a Deus foi
deliberadamente frustrado por ordem divina. Ele acusou o Criador de
egosmo e falsidade maliciosa, apresentando-O como se tivesse inveja
e no desejasse que Suas criaturas tivessem algo que as tornasse
iguais ao Onisciente. (A palavra 'Elohim pode ser traduzida para
Deus ou deuses, uma vez que se encontra no plural. A primeira forma
a preferida.) 6. Vendo a mulher . . . tomou. . . comeu, e deu. Os
fortes verbos contam a histria de maneira viva e clara. Algo
aconteceu no raciocnio
18. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 18 da mulher. Gradualmente
o fruto tomou novo significado. Era atraente aos olhos, de bom
paladar, e poderoso para conceder nova sabedoria. Ela deu mais um
passo no campo da auto-decepo. Alm de querer provar o alimento que
era delicioso e atraente, queria tambm o poder. Ela cria que este
fruto poderia satisfazer todos os seus desejos. O prximo passo foi
automtico e imediato. Tomou ... comeu. O tentador j no era mais
necessrio a partir desse momento. Eva assumiu a tarefa de
apresentar o bem recomendado fruto a seu marido, e ele comeu. 7.
Abriram-se. . . os olhos (peikah) . . . percebendo. A palavra
peikah descreve um sbito milagre. A promessa do tentador cumpriu-se
imediatamente; receberam percepo instantnea. Viram e perceberam.
Mas o que viram foi muito diferente do quadro colorido pintado pela
serpente. Houve um rude despertar da conscincia. Viram a sua nudez,
espiritual e fsica. Nasceu a vergonha e o medo. Quando Ado e Eva
perceberam que tinham perdido o contato com Deus, uma terrvel
solido apossou-se deles. Seguiram-se o remorso e suas inevitveis
misrias. Sua falta de f sujeitou-os a todos infortnios resultantes.
Apressadamente fizeram para si cintas ou aventais para fornecer
algum tipo de ocultamento, segundo seu parecer, para o seu medo,
solido e complexo de culpa. 8. A voz do Senhor Deus... pela virao
do dia. (Kol, "voz" , lit., som; lerah, "virao", vento ou brisa.)
Podiam esconder-se de Deus, mas no podiam escapar dEle. O amoroso
Criador no passaria por cima de sua desobedincia, nem abandonaria
pecadores trmulos dentro de sua pungente necessidade. Eles eram
Seus. Sua santidade tinha de vir revestida de amor, para busc-los,
encontr-los e julg-los. Comumente a aproximao de Deus lhes trazia
alegria. Agora, terror e pavor os paralisaram, embora o Senhor no
se aproximasse deles com troves nem os chamasse asperamente. 9.
fcil imaginar-se a doura da voz divina, quando ecoou atravs das
rvores, na quietude da tarde, chamando: "Onde ests?" claro que Deus
sabia onde estavam o homem e a mulher. Mas apelava para eles,
19. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 19 procurando com ternura e
amor obter uma reao favorvel. E procurou levar os transgressores
gentilmente at a plena convico dos seus pecados. Embora a Justia
estivesse ditando o procedimento, a Misericrdia eram quem dirigia.
O Juiz daria a deciso e pronunciaria a sentena. 12. A mulher... me
deu da rvore, e eu comi. As perguntas divinas foram diretas e
incomumente especficas. Em vez de confessar abertamente, rogando
por misericrdia, Ado e Eva comearam a apresentar desculpas,
passando a responsabilidade de um para o outro. O homem um tanto
temerariamente jogou parte da culpa sobre Deus - que (tu) me deste.
13. A mulher, recusando assumir a responsabilidade, jogou-a toda
sobre a serpente. A serpente no tinha modos de pass-la adiante.
Enganou (hish-shiani). O verbo carrega a idia de engano (cons. o
uso que Paulo faz do conceito em II Co. 11:3 ; I Tm. 2:14). 14.
Maldita ('eirur) s. O Senhor destacou a origem e a instigao da
tentao para condenao e degradao incomuns. Daquele momento em diante
passou a rastejar no p e at alimentar-se dele. Rastejaria pela vida
afora na desgraa, e o dio seria a sua poro vindo de todas as
direes. Muitos a considerariam para sempre como o smbolo da
degradao daquele que tinha injuriado a Deus (cons. Is. 65:25). Alm
de representar a raa da serpente, tambm representaria o poder do
reino do mal. Enquanto houvesse vida, os homens a odiariam e
procurariam destru-la. 15. Porei inimizade. A palavra 'eb indica a
inimizade feudal profundamente enraizada no corao do homem (cons.
Nm. 35:19, 20; Ez. 25:15-17; 35:5, 6). Tu lhe ferirs (shup).
Profecia de luta contnua entre os descendentes da mulher e os da
serpente para se destrurem mutuamente. O verbo shup raro (cons. J
9:17; Sl. 139:11). o mesmo em ambas as clusulas. Quando traduzido
para esmagar, parece apropriado para a referncia relativa cabea da
serpente, mas no to exato ao descrever o ataque da Serpente ao
calcanhar do homem.
20. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 20 Tambm foi traduzido para
espreitar, mirar ou (LXX) vigiar. A Vulgata o traduz para conteret,
"ferir", no primeiro exemplo, e insidiaberis, "espreitar" na
segunda clusula. Assim, temos nesta famosa passagem, chamada
protevangelium, "primeiro evangelho", o anncio de uma luta
prolongada, antagonismo perptuo, feridas de ambos os lados, e
vitria final para a semente da mulher. A promessa de Deus de que a
cabea da serpente seria esmagada apontava para a vinda do Messias e
a vitria garantida. Esta certeza entrou pelos ouvidos das primeiras
criaturas de Deus como uma bendita esperana de redeno. Uma traduo
infeliz da Vulgata muda o pronome lhe (dele, v. 15c) para o
feminino, fornecendo apoio esprio para as reivindicaes infundadas
relativas "Bendita Virgem Maria". 16. E mulher disse. Para a
mulher, Deus predisse sujeio ao homem, e sofrimento. Gravidez e
parto seriam acompanhadas de dores. A palavra 'asvon descreve dores
fsicas e mentais. Eva realizaria seus anseios e desejos femininos,
mas no sem agonia. Em outras palavras, como esposa e me, estaria
sujeita disciplina de Jeov. O amor da mulher e o governo masculino,
ambos esto apresentados na viva descrio. No podemos compreender
inteiramente a natureza de tais juzos do Senhor. 17. E a Ado disse.
Dificuldades fsicas, labuta rdua, aborrecimentos frustrantes e luta
violenta foram concedidas por quinho ao homem, que foi
definitivamente julgado pecador culpado. Antes disso a terra
produzia facilmente e livremente para o homem, com grande
abundncia. Ado tinha, antes, apenas de "cultivar" o jardim (2:15) a
fim de desfrutar de sua abundante produo. Mas agora Deus pronunciou
uma maldio especial sobre o solo. Dali para frente produziria suas
colheitas com relutncia. O homem teria de trabalhar muito
cultivando o solo a fira de que produzisse o necessrio para a vida.
E ele teria de lutar com espinhos e ervas daninhas que antes no se
destacavam. Trabalho enfadonho, dificuldades e canseira seriam o
seu quinho dirio. Para Ado, como tambm para Eva, o pecado cobrou
pesado tributo.
21. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 21 20. Eva (hauu). A
palavra hebraica relaciona-se com a vida, e o verbo ao qual est
ligada fala da vida. Toda a vida originou-se da primeira mulher.
Ela foi a me de todas as pessoas e, portanto, a me de cada cl e
cada povo. De acordo com o propsito divino, a vida deve continuar,
ainda que a sentena de morte tenha sido declarada e ao p tornars
(v. 19). 22-24a. O Senhor...o lanou (geirash) fora. Um ato
necessrio e misericordioso. O Senhor no permitiria que o homem
rebelde tivesse acesso rvore da vida. Com cuidado amoroso afastou
Ado e Eva do fruto que os tomariam imortais, perpetuando assim, a
terrvel condio para a qual o pecado os levara. Do agradvel jardim
foram expulsos para o deserto inamistoso. 24b. Querubins . . . e o
refulgir de uma espada. Rashi, o intrprete hebreu, declarou que
esses instrumentos foram "anjos da destruio", com o propsito de
destruir qualquer um que procurasse entrar. A palavra hebraica
kerubim indica figuras divinamente formadas para servirem como
mensageiros da divindade ou como guardies especiais das coisas
sagradas. Em um exemplo eles so mostrados sustentando o trono sobre
o qual Deus est assentado. Em outro, foram usados para descrever a
terrvel inacessibilidade de Jeov. Em geral, sua funo parece ser a
de guardar a sagrada habitao de Deus contra a usurpao e a
contaminao. A rvore da vida estava perfeitamente segura com os
querubins a guard-la no porto. E o homem pecador estava
perfeitamente seguro do perigo que adviria se no tivesse o
majestoso protetor. 24c. O refulgir de uma espada que se revolvia
(mithhapeket). O caminho de volta ao den estava guardado no s pelos
querubins mas tambm por uma espada refulgente que se revolvia. Isso
servia de garantia de que o homem no tentaria se aproximar da rvore
da vida. Embora o paraso do homem lhe fosse fechado por causa do
pecado, Jeov no se esqueceu de Suas criaturas. Ele j fizera
provises para a sua triunfante volta.
22. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 22 Gnesis 4 C. Os Dois
Irmos. 4:1-26. 1. Caim (Qayin). A palavra Caim est geralmente
associada com qein do hebreu, "adquirir" ou "obter". A derivao est
baseada na semelhana do som, mais do que por causa da etimologia
bsica, Poderamos dizer que um jogo de palavras. O verdadeiro
significado da palavra possivelmente veio do rabe ("lanceiro" ou
"ferreiro"). Eva encheu-se de alegria com o nascimento do seu
filho. Ela exclamou: "Obtive um homem". 2. Abel (Hebel). O nome
dado ao segundo filho indica "um hlito fugaz" ou "um vapor". Aplu,
a palavra acadiana cognata, significa filho. Abel deu origem vida
pastoral, enquanto Caim seguiu a seu pai na agricultura. 4a. Uma
oferta (minh). Cada homem trouxe um presente especial ou uma oferta
a Jeov. No se faz nenhuma meno de altar ou lugar de culto
religioso. Minh, como os antigos o conheciam, servia para expressar
gratido, o efeito da reconciliao com o Senhor, e para adorao. Esta
narrativa descreve o primeiro ato de adorao registrado na histria
humana. Em cada exemplo o adorador trouxe algo que era seu como
oblao ao Senhor. 4b. Agradou-se o Senhor (shei'). O presente
oferecido por Caim no foi recebido pelo Senhor. Aqui no se explica
o porqu da rejeio. E as Escrituras no nos contam como Deus indicou
a Sua desaprovao. Talvez fogo casse do cu e consumisse a oferta que
foi aceita, mas deixasse a outra intocada. H quem pense que a
oferta de Caim foi rejeitada porque Caim deixou de realizar o
ritual adequado. Outros tm explicado que a natureza das ofertas que
fez a diferena - uma sendo de carne e envolvendo morte e
derramamento de sangue, e a outra de vegetais, sem derramamento de
sangue (cons. Hb. 9:22). O autor da Epstola aos hebreus d-nos uma
explicao inspirada da diferena entre as duas ofertas: "Pela f Abel
ofereceu a Deus maior sacrifcio do que Caim . . , dando Deus
testemunho dos seus dons " (Hb.
23. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 23 11:4). Esta explicao
centraliza-se sobre a diferena do esprito manifestado pelos dois
homens. Sendo Abel um homem de f, veio com o esprito correto e
adorou de maneira agradvel a Deus. No temos motivos para crer que
Abel tinha algum conhecimento de sua necessidade da expiao
substitutiva. Pelas aparncias ambas as ofertas expressavam gratido,
ao de graas e devoo a Deus. Mas o homem que tinha falta de f genuna
no seu corao no podia agradar a Deus, embora sua oferta material
fosse imaculada. Deus no se agradou de Caim porque j olhara para
ele e vira o que havia no seu corao. Abel veio a Deus com a atitude
certa de um corao disposto a adorar e pela nica maneira em que os
homens pecadores podem se aproximar de um Deus santo. Caim no. 5b.
A ira incontida de Caim exibiu-se imediatamente. Sua fria logo se
acendeu, revelando o esprito que se aliava em seu corao. Caim
tornou-se um inimigo de Deus e hostil para com seu irmo. Assim, o
orgulho ferido produziu a inveja e o esprito de vingana. E estes
deram luz ao dio consumidor e violncia que torna possvel o
homicdio. 6,7a. Descaiu o teu semblante . . . sers aceito. O dio
que o queimava por dentro fez descair o seu semblante. Produziu um
esprito taciturno, desagradvel e mal-humorado. Com gentileza e
pacincia Deus lidou com Caim, tentando salvar o pecador rebelde.
Assegurou-lhe que caso se arrependesse sinceramente, readquiriria
sua alegria e seria aceito por Deus. Neisei, "levantar", empresta a
idia de perdo. Jeov misericordiosamente estendeu, assim, a Caim a
esperana do perdo e da vitria diante de sua deciso momentosa. 7b.
Pecado (hatt'at) jaz (reibas). Logo em cima da promessa animadora.
Jeov pronunciou uma advertncia severa, insistindo com o pecador a
que controlasse seu gnio e tomasse cuidado para que uma besta
pronta a saltar sobre ele (o pecado) no o devorasse. O perigo era
real. A besta mortal estava exatamente naquele momento pronta a
domin-lo. A palavra de Deus exigia ao imediata e forte esforo para
repelir o provvel conquistador. Caim no devia permitir que
esses
24. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 24 pensamentos agitados e
esses impulsos o conduzissem a atitudes ruinosas. Deus apelou
fortemente para a vontade de Caim. A vontade tinha de ser posta em
ao para se obter a vitria completa sobre o pecado (hatt'at).
Dependia do prprio Caim vencer o pecado em si mesmo, para controlar
e no ser controlado. O seu destino estava em suas mos. No era tarde
demais para escolher o caminho de Deus. 9. Onde est Abel, teu irmo?
Falhando no domnio do selvagem monstro, Caim logo encontrou-se merc
de uma fora que o controlou completamente. Quase imediatamente um
dos filhos veio a ser um homicida e o outro um mrtir. Rapidamente
Jeov confrontou o homicida com uma pergunta. Ao que parece, Ele
quis obter uma confisso de culpa que preparasse o caminho para a
misericrdia e o perdo completo. Embora Caim tivesse cometido o
pecado de livre e espontnea vontade, descobriu-se perseguido por um
Deus amoroso, rico em graa. Sou eu tutor de meu irmo? (shomer). Que
resposta desavergonhada para a pergunta de um Pai amoroso!
Petulantemente, desafiadoramente, Caim deu a sua resposta. O pecado
j o tinha agarrado em seu domnio. Ele renunciava os direitos
demandantes da fraternidade. Recusou-se a demonstrar respeito ao
Deus eterno. Descaradamente apoiou-se em sua rebeldia egosta e
falou coisas que ningum teria coragem de pronunciar. 10. A voz (ql)
do sangue do teu irmo clama (s'qim) da terra a mim. Sangue
derramado por um homicida, embora coberto pela terra, estava
clamando a Deus. Jeov podia ouvi-lo, e Ele compreendia o
significado do grito, pois Ele conhecia a culpa de Caim. Com que
melancolia aquele sangue gritava por vingana! O autor de Hebreus
refere-se a esta experincia na frase "o sangue da asperso, que fala
melhor do que o de Abel" (12:24). 12. Fugitivo (nei') e errante
(neid). A maldio pronunciada sobre o homicida envolvia banimento do
solo produtivo para o deserto estril. O solo, disse Deus, seria
hostil para o homicida, de modo que ele no conseguiria obter
sustento do cultivo do solo. Em busca do sustento ele
25. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 25 se tornaria um beduno
nas terras desertas, vagando cansado e desesperado. Insegurana,
inquietao, luta, culpa e temores seriam seus "companheiros"
constantes. A palavra fugitivo d idia de algum cambaleando, andando
em ziguezague, tropeando, sem segurana, em busca infrutfera de uma
satisfao. Era um projeto lgubre e desencorajador. 13. O meu castigo
('awon). Embora a vida de Caim fosse poupada, ele tremia sob o peso
do seu pecado, da sua culpa, do seu castigo e das conseqncias
infinitas que assomavam diante dele. A palavra hebraica 'awon
refere-se literalmente a sua iniqidade, mas tambm contm um
pensamento das conseqncias do seu pecado. Caim estava muito mais
preocupado com sua sentena do que com o seu pecado. J no posso
suport-lo. Seu grito amargo dirigido a Deus chamava ateno para o
peso insuportvel do seu castigo. Era mais pesado do que podia
levantar e carregar. A palavra neisa d a idia de "remover" (perdo)
e "levantar" (expiao). Novamente, parece claro que o apavorado
homicida estava pensando no castigo que estava para ser executado
sobre ele. 14b. Quem... me matar. Terror e desalento comearam a
acabrunhar o pecador quando pensava nos perigos do deserto.
Imaginava que cruis inimigos se deleitariam em mat-lo. J sentia o
hlito quente do vingador em sua nuca. Sua conscincia ativa j estava
em ao. No seu temor, tinha certeza de que a destruio estava a sua
espera, pois sentia que estava completamente fora do crculo do
cuidado divino. 15. Um sinal ('ot) em Caim. Mas Jeov, em sua
misericrdia, assegurou a Caim que a Sua presena seria contnua e Sua
proteo infinita. Colocou um sinal sobre ele evidentemente um sinal
ou indicao de que Caim pertencia ao Senhor Deus e devia ser
fisicamente poupado. No h nenhuma evidncia de que o "sinal de Caim"
fosse um sinal para avisar o mundo de que ele era um homicida. Era,
antes, um sinal especial de cuidado amoroso e proteo. Caim
continuaria sempre dentro da proteo da aliana divina. Embora um
assassino, era um recipiente dos favores divinos.
26. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 26 16. Terra de Node (nd).
Literalmente, terra da peregrinao ou fuga (cons. 4:12, 14). No h
meio de localizarmos esta rea geograficamente, exceto em falarmos
dela como situada ao oriente do den. Caim apenas cumpriu a predio
que Deus fez quanto a sua futura existncia. Pateticamente e
estoicamente ele partiu para os ermos sem trilhas. A idia de "fuga"
e "misria" so discernveis na palavra hebraica para retirou-se. 17.
Sua mulher ('isht). O livro de Gnesis no responde a to freqente
pergunta: Onde Caim arranjou uma esposa? Est claro que Ado e Eva
tiveram muitos outros filhos e filhas. Antes de Caim se casar, um
lapso de muitos anos se passou (talvez centenas deles). Uma vez que
toda a vida veio pelo casal humano divinamente criado, preciso
concluir que num certo perodo da histria irmos e irms casaram-se
entre si. Na ocasio quando Caim estava pronto a estabelecer um lar,
Ado e Eva tinham numerosos descendentes. No preciso que imaginemos
uma outra raa de pessoas j estabelecida no mundo. A esposa de Caim
foi algum da famlia de Ado e Eva. 25. Sete (Sht). A narrativa
divina preservou o nome de Sete como o do terceiro filho da
linhagem de Ado. A palavra hebraica tem marcada semelhana palavra
sht, traduzida para "destinado" ou "estabelecido". Na realidade,
Sete veio a ser aquele de quem Deus pde depender para o
estabelecimento da pedra fundamental de Sua famlia. Ele foi
"estabelecido" ou "destinado" a assumir o trabalho e a misso de
Abel. Caim perdeu o seu direito de levar adiante a sublime esperana
divina. Sete assumiria a responsabilidade e o privilgio sobre os
seus ombros. Atravs de sua linhagem Deus realizaria Suas promessas.
26. Da se comeou a invocar o nome do Senhor. Foi uma experincia
para nunca mais ser esquecida, quando, sob o estmulo de Enos, os
homens comearam a invocar o nome de Jeov, o Deus da aliana. Enos,
que se destacou na linhagem de Sete, foi o originador da orao
pblica e da adorao espiritual. Nela se usava o inefvel nome
27. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 27 do Deus eterno. Atravs
dos descendentes de Sete havia uma esperana para dias melhores.
Gnesis 5 D. Sete e Seus Descendentes. 5:1-32. 22. Andou Enoque
(Hank) com Deus. No meio da narrativa de nascimentos, existncias
montonas e mortes resultantes, o autor subitamente introduz um
carter sublime, Enoque, que agradou o Senhor e viveu em Sua presena
imediata. Em um perodo de deteriorao, Enoque deu notvel demonstrao
de piedade recomendvel. Em pensamentos, palavras, feitos e atitudes
ele viveu de acordo com a vontade divina; e levou alegria ao corao
do seu Criador. A LXX diz a seu respeito: "Enoque agradou a Deus".
Uma declarao extraordinria d-nos uma indicao de quando Enoque
comeou a andar com Deus (cons. 22a). Talvez fosse no momento em que
se deu o nascimento de seu filho, sem dvida um ponto alto de sua
vida, que ele determinou em seu corao viver em ntima comunho com
Deus. Sua ntima associao em tal atmosfera deu-lhe sabedoria
celestial, a qual o capacitou a compreender e apreciar as ricas
coisas de Deus. 24. E j no era, porque Deus o tomou para si. Por
conta de sua piedade genuna e sua assimilao da sabedoria divina,
foi levado desta terra para continuar sua caminhada nas sagradas
regies do alm. Seu desaparecimento foi sbito e completamente sem
aviso, e a morte nada tem a ver com ele. A LXX diz: Ele no foi
encontrado, porque Deus o trasladou. "Pela f Enoque foi
trasladado", diz o escritor de Hebreus, "para no ver a morte, e no
foi achado, porque Deus o trasladara" (Hb. 11:5). Um lindo e
significativo milagre foi realizado de modo que o homem que
aprendera a amar a Deus e a andar com Ele pudesse continuar nessa
comunho sem interrupo. E. O Pecado e o Dilvio. 6:1 - 8:22.
28. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 28 Gnesis 6 6:2. Os filhos
de Deus (ben 'Elohim) . . . as filhas dos homens. A maldade
aumentava a todo instante. Os descendentes de Caim ficaram
excessivamente mpios e pagos. Uma poderosa raa de gigantes, chamada
"nefilins", destacou-se. O verbo neipal, "cair", tem sido
considerado a fonte do nome, e por isso estas gigantescas criaturas
tm sido conhecidas como "os que decaram". A referncia ao ben
'Elohim tem ocasionado marcadas diferenas de opinio entre os
mestres, 'Elohim plural na forma. Normalmente traduzido para
"Deus". Mas pode ser traduzido para "deuses", como, por exemplo,
quando se refere aos deuses dos vizinhos pagos de Israel. Pode,
tambm, indicar o crculo celestial de seres em ntima comunho com
Jeov, habitantes do cu, com obrigaes especficas na qualidade de
assistentes de Deus (veja J 1:6). Em alguns casos nas Escrituras os
"filhos de Deus" podem ser identificados com os "anjos" ou
"mensageiros". Jesus o Filho de Deus em um sentido nico. Os crentes
so chamados "filhos de Deus" por causa do Seu relacionamento com
Ele. No V.T., entretanto, "filhos de Deus" so uma classe especial
de seres que formam a corte celestial. A referncia ao casamento dos
ben 'Elohim com as filhas dos homens tem sido examinada de maneiras
diversas. Para traduzi-la literalmente, diramos que aqueles membros
da sociedade celeste escolheram mulheres de escol na terra e
estabeleceram com elas, literal e verdadeiramente, relacionamento
conjugal. Esta pode ser a nica interpretao de J 1:6. Ali, os ben
'Elohim eram declaradamente membros da corte de Deus. S.R. Driver
sustenta que este o nico sentido legtimo e correto que pode ser
aceito. A resposta que Jesus deu aos saduceus, em Mt. 22:30, parece
tornar insustentvel este ponto de vista. Ele disse que os anjos
"nem casam nem so dados em casamento". A declarao em Gn. 6:2 torna
claro que est se falando de casamento permanente. Mulheres eram
escolhidas e foradas a se tornarem participantes do relacionamento
anormal. Os estudiosos da Bblia que
29. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 29 tm rejeitado esta soluo
recorreram a outras explicaes. Alguns tm dito que uma ligao entre a
linhagem piedosa de Sete com os mpios descendentes de Caim a que
est sendo descrita. Outros ainda sustentam que estas palavras se
referem ao casamento entre pessoas da classe mais alta da sociedade
com elementos da classe mais baixa e menos digna. luz dos fatos e
da traduo exata das palavras do texto, conclumos que alguns homens
do grupo celeste (anjos ou mensageiros) realmente tomaram por
esposas as mulheres terrestres. Usaram de fora superior para
domin-las, para que a conquista fosse completa. Os "filhos de Deus"
eram irresistveis (cons. II Pe. 2: 4; Judas 6). 3. O meu Esprito
(rah) no agir para sempre (veidn) no homem. Este verbo hebraico
pode ser traduzido para lutar com ou permanecer com. A primeira
traduo representaria Deus usando continuamente de fora para com os
homens rebeldes, para mant-los em linha e para evitar que se
destruam completamente como resultado de seu comportamento pecador.
O segundo ponto de vista representaria Deus como tomando a
determinao de afastar seu flego vital da vida do homem, resultando,
claro, na morte. A palavra hebraica dn (ou din) indica vida
expressando-se na ao ou na evidncia do poder. Na primeira
interpretao, o esprito (rah) considerado um princpio tico usado
para restringir ou controlar as criaturas, resultando em
comportamento tico. Na outra, o esprito (rah) considerado como
princpio vital dado ao pedacinho de barro inanimado para fornecer
vida, motivao e poder para viver. Quando esse rah retirado pela mo
divina, o julgamento inescapvel. Este aviso divino veio de Jeov
quando Ele encontrou Suas criaturas dominadas pelo pecado. Deus
declarou que tinha de abandonar o homem ao destino da morte. O
pecado ativara aquilo que garantiria a morte. 5,6. Maldade
(rei'eit) ... se arrependeu (heiham) ... pesou ('eisab). A depravao
era muito difundida. E era interna, contnua e habitual. O homem era
inteiramente corrupto, mau de corao e na conduta. No havia nada de
bom nele. Toda a inclinao dos Seus pensamentos e
30. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 30 imaginao era
completamente fora da linha da vontade de Jeov. A carne estava no
trono. Deus foi esquecido e francamente desafiado. Neiham na forma
nifal descreve o amor de Deus, que sofreu desapontamento de fazer
partir o corao. Literalmente, fala de suspirar devido dor profunda.
Os propsitos e planos de Deus falharam na produo do precioso fruto
que Ele antecipou, por causa do homem pecador que impediu sua
frutificao completa. 'Eisab na forma hithpael significa ferir-se ou
experimentar um ferimento. A declarao diz, ento, que Deus
experimentou tristeza que Lhe feriu o corao quando olhou para a
trgica devastao que o pecado produzira. A obra de Suas mos fora
distorcida e arruinada. Atravs de tudo isto, o amor de Deus
brilhava claramente, mesmo quando o retumbar do juzo divino comeou
a ameaar os habitantes da terra. 7. Desaparecer (mah; E.R.C.,
destruirei). O verbo indica um movimento que extermina ou risca
alguma coisa completamente. A operao tulha a inteno de destruir
cada ser vivo que estivesse pela frente. Destruio completa tinha de
ser executada. Nada devia ser poupado. 8. Porm No achou graa (hn).
Um homem entre toda a incontvel multido que havia sobre a terra
estava capacitado a receber o dom da graa de Deus. A palavra graa
certamente significa "favor" ou "aceitao", de qualquer modo, e
provavelmente tem um sentido muito mais rico. Era o amor e a
misericrdia em ao. Estendendo Deus a Sua graa sobre No significava
que havia vida e nova esperana para a humanidade nos dias pela
frente. 9. No era homem justo e ntegro. . . No andava com Deus. Com
estas palavras o autor descreve trs caractersticas de uma vida
piedosa justia, pureza e santidade (cons. 6:8 - ele achou graa
diante do Senhor). A palavra justo, do hebraico saddiq, descreve o
carter de No conforme se manifestava em relao aos outros seres
humanos: "honestidade" ou "honra" era evidente em seu
comportamento. Toda a
31. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 31 sua conduta revelava
esta justia moral e tica (cons. Ez. 14:14, 20). A palavra hebraica
tmim, ntegro, descreve o produto perfeito de um construtor sbio;
inteiro, completo e perfeito. Visto objetivamente, a palavra
imaculado descreve o carter. No reino da tica, a idia de
"integridade" a sua derivada (cons. J 1:1). A declarao, ele andava
com Deus, abre um outro setor do pensamento. Ao andar com Deus, No
demonstrou um esprito, uma atitude e um carter que o tornava aceito
e aprovado para um relacionamento espiritual mais ntimo. Ele
manifestava qualidades de alma que o tomavam querido ao Senhor
(cons. Gn. 5:22 ; Mq. 6: 8; Ml. 2: 6). 14-16. Uma arca (tb). A
nossa palavra arca vem do latim arca, "um ba ou cofre". A palavra
usada para a "arca" da aliana uma palavra diferente eirn. Tb
provavelmente de origem egpcia. A arca de No era muito
provavelmente uma espcie de jangada grande e coberta, construda com
madeira leve e resinosa. Com seus trs andares, chegava a um total
de 13,85ms de altura. Tinha 138,46ms de comprimento por 23,08ms de
largura. (O cbito tinha 45cms.) Celas, cabines ou pequenos quartos
foram construdos ao longo dos lados dos trs andares. Para que a
embarcao fosse prova de gua, usou-se um poderoso betume por dentro
e por fora, para sua calafetao. A palavra hebraica shar fica melhor
traduzida para luz ou janela. Tinha aproximadamente 45crns de
altura e estendia-se em toda a volta da arca; deixava entrar luz e
ar. 17-22. Dilvio (mabbl). Esta palavra no tem etimologia hebraica.
S foi usada em relao inundao do tempo de No. Talvez viesse da
palavra assria nabalu, "destruir". De acordo com o autor do Gnesis,
o propsito de Deus era certamente exterminar os seres vivos de Sua
criao. Durante 120 anos que No levou para completar o seu trabalho;
ele pregou ao povo num esforo urgente de lev-lo ao arrependimento.
Viram a arca tomando forma diante de seus olhos enquanto o pregador
transmitia o sermo. Os parentes prximos de No, incluindo sua
esposa, trs filhos e respectivas esposas, entraram com ele no
seguro abrigo. Em
32. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 32 obedincia ordem de Deus,
levaram consigo pares de representantes de todos os animais da
terra. Gnesis 7 7:11a,b. Romperam-se (beiqa') todas as fontes do
grande abismo. Enormes reservatrios de gua estavam armazenados sob
a terra. Esta enorme quantidade de gua foi chamada de tehm, "o
grande abismo" (cons. Gn. 1:2). Estas guas subterrneas confinadas
ali pelo poder criativo no segundo dia da criao, foram
desencadeadas com volume e violncia alm da descrio. No foi uma
enchente comum, mas uma gigantesca mar que subitamente assombrou a
populao estarrecida. Beiqa' indica uma convulso terrestre que
destruiu toda barreira restritiva que existia. Foi um tumultuoso
desprender-se de indescritvel destruio. O homem no pode imaginar a
fria e o poder destruidor da erupo, nem o horror da exibio do poder
de Deus para destruir os seres pecadores, A completa corrupo do
homem era muito pior do que qualquer um de ns pode imaginar. A
destruio foi necessria, 11c,12. As comportas dos cus se abriram
(peitah), Alm da terrvel sublevao que vinha de baixo, os povos da
terra testemunharam a abertura das comportas dos gigantescos
reservatrios de guas acima da terra. Todas as guas que estavam
acumuladas explodiram em torrentes. Resistente e continuamente,
durante quarenta dias e quarenta noites, aS gigantescas nuvens
derramara gua sobre a terra. O efeito do dilvio sobre os homens,
mulheres, crianas, animais e plantas, e sobre a superfcie da terra
no pode ser completamente imaginado. 16-18. E o Senhor fechou
(seigar) a porta aps ele . . . Predominaram as guas (geibar). No
meio da violenta tempestade e das torrentes que tudo cobriram,
Jeov, o Deus da aliana, estendeu o brao da misericrdia e fechou a
porta da arca para guardar o seu povo em segurana. Mas Ele derramou
torrentes de gua para destruir completamente os pecadores sobre a
terra. Os inquilinos da casa
33. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 33 flutuante podiam viajar
sobre aS guas com senso de segurana e proteo, pois confiavam em
Deus. A mo divina que fizera transbordar o abismo e abrira as
janelas do cu para derramar destruio, tambm demonstrou a amorosa
preocupao de Deus por aqueles que seriam o ncleo de Seu novo comeo.
Enquanto os escolhidos de Deus se aninhavam em segurana na arca, as
guas continuaram a subir e cobrir toda a terra. O verbo geibar
indica poderio, sujeio e poder que prevalece. Sem cessar as guas
foram assumindo o controle e continuaram dominando at que as mais
altas montanhas ficaram completamente submersas. Novamente, a
majestade, grandeza e propsito competidor do Todo-poderoso mostrou-
se cada vez mais aParente. O propsito divino estava se realizando
sobre toda a terra. A vontade de Deus se realizava. Gnesis 8 8:4.
As montanhas de Ararate. Depois de 150 dias, a arca repousou sobre
um dos picos de uma alta cordilheira na Armnia. Urartu, palavra
acadiana cognata de Ararate, usada em antigos documentos para
designar a Armnia. A montanha atualmente chamada Ararate tem
5.204,92 ms. A histria do dilvio babilnico, que faz parte da pica
Gilgamesh, conta que o seu heri, tal como o No bblico, construiu
uma arca, introduziu nela espcimes do reino animal e, depois do
dilvio ancorou no Monte Nisir, a leste do rio Tigre. 20. Levantou
No um altar (mizbah) ao Senhor. Quando No saiu para a claridade do
novo dia, a coisa mais natural que tinha a fazer foi encontrar um
local de terreno elevado para edificar um mizbah. Foi o primeiro
altar edificado sobre a terra purificada. No reconheceu o fim do
trgico juzo e o despontar de um novo dia de esperanas e promessas.
Edificar o altar foi sua maneira de expressar seu louvor e ao de
graas a Jeov.
34. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 34 Ele ofereceu holocaustos
(l). A palavra holocaustos deriva-se do verbo 'eileih, "subir". A
sugesto aqui que, quando o sacrifcio consumido, a fumaa sobe a
Deus, levando, em certo sentido, a gratido e a adorao do ofertante.
Foi um sacrifcio verdadeiramente propiciatrio (cons. II Sm. 24:25),
oferecido em sincera adorao, partindo de profunda gratido. E assim
o Deus eterno foi agradado. No encontrou favor diante dEle. F. Vida
Posterior de No e Seus Descendentes. 9:1 - 10:32. Gnesis 9 9:9-15.
Eis que estabeleo (mqim) a minha aliana . . . Porei (neitan) nas
nuvens o meu arco. De maneira solene Jeov confirmou as promessas da
aliana que j fizera antes. A formao de uma aliana envolve a solene
juno de duas partes, at ento livres de obrigaes mtuas. A ligao de
Deus com este grupo familiar foi um ato voluntrio de livre graa. No
e sua famlia nada tinham que merecesse o relacionamento da aliana,
e Deus no tulha obrigaes para com eles. Mais ainda, esta foi uma
aliana feita com toda a humanidade. Aceitando os termos e
obedecendo, o homem se unta ao seu Criador aceitando os termos
divinos e observando seu esprito interior. A aliana precisava de um
sinal externo e visvel que servisse de lembrete constante do acordo
sagrado. Este sinal ('t) seria um penhor do lao espiritual
interior, garantindo sua segurana eterna. O tempo perfeito do
hebraico pode ser traduzido para Eu estabeleci, ou Neste momento
estabeleo. O arco nas nuvens seria o "sinal". Deus poderia ter
criado o arco-ris naquele momento, investindo-o deste significado.
provvel, entretanto, que o dito arco j estivesse nas nuvens,
indicando que a partir daquele momento assumia um novo significado,
dando a certeza da Sua graa e misericrdia; seria um lembrete visvel
do Seu amor. Ele disse: Ento me lembrarei (v. 15).
35. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 35 18. Sem, Co e Jaf. O
autor do Gnesis esclarece que estes trs filhos de No foram os pais
das trs grandes famlias da humanidade. Sem foi o primeiro
mencionado, ocupando o lugar da liderana e destaque nos planos
divinos para os povos. Os semitas seriam os lderes espirituais dos
homens. Os escolhidos de Deus dentro dessa linhagem ensinariam a
religio de Jeov ao mundo. Sabemos que o Messias devia vir atravs
dos descendentes de Sem. Jaf seria o pai de um grande ramo do mundo
gentio. Seus descendentes se espalhariam por toda parte em busca de
lucros e poder material. Seriam prsperos e excessivamente
poderosos. Co seria o pai de outro ramo dos gentios, incluindo os
egpcios, etopes, abissnios e grupos afins. Seu filho Cana, foi o
pai dos grupos chamados cananitas, habitantes de Cana, mais tarde
desalojados pelos hebreus. A maldio pronunciada sobre Cana por No
no foi, de maneira nenhuma, destinada a ser prova textual da
escravido ou segregao racial. Gnesis 10 10:4. Trsis. A famosa
cidade espanhola procurada pelos comerciantes fencios. Sculos mais
tarde o profeta Jonas tomou um navio com destino a esta distante
cidade. Os gregos a chamavam de Tartessus. 6. Mizraim. A palavra
hebraica correta para o Egito, incluindo as divises inferior e
superior daquela terra. As duas capitais do Egito foram Mnfis e
Tebas. 8,9. Ninrode, Filho de Cuxe. Fundou o antigo imprio
babilnico e edificou a cidade de Nnive. Foi um grandioso caador e
notvel lder de exrcitos. Seu poder estendeu-se por sobre as cidades
da Mesopotmia, 11,12. Nnive. Conhecida desde 2800 A.C. foi o centro
do poderoso reino assrio, que alcanou suas alturas sob o governo de
Senaqueribe, Esaradom e Assurbanipal. Estava situada sobre o rio
Tigre, cerca de 250 milhas da cidade de Babilnia. Foi contra esta
fortaleza que Jonas e Naum dirigiram suas profecias.
36. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 36 14. Os filisteus recebem
o crdito de terem dado seu nome terra da "Palestina". Ams e
Jeremias referem-se a eles como vindos de Caftor. Suas cinco
principais cidades eram Asdode, Asquelom, Gaza, Gade e Ecrom. Os
filisteus foram durante sculos um espinho na carne dos israelitas.
15. Hete. Ancestral dos hititas, cujo grande imprio dominou desde
1600 a 700 A.C. As principais cidades dos hititas foram Carquemis
sobre o Eufrates e Cades sobre o Orontes. Estes povos se
estabeleceram nas cercanias do Hebrom, e testemunharam a compra que
Abrao fez da Caverna de Macpela que pertencia a Edom (23.8-10). Esa
casou-se com uma mulher dessa tribo. Os hititas so encontrados nas
inscries assrias e egpcias. Os arquelogos tm encontrado restos
valiosos da civilizao desse poderoso imprio. 21. Os filhos de ber
compreendiam muitos e diferentes grupos entre os filhos de Sem. O
nome ber tem sido associado com a palavra hebreu, o nome pelo qual
os israelitas tm sido conhecidos pelos outros povos. Foram os que
possuam o conhecimento do verdadeiro Deus. O termo "hebreu" racial,
enquanto "israelita" nacional. Mais tarde essas palavras passaram a
ser sinnimas. 22. Ar, o povo aramaico ou o stio, formando o grupo
volta e inclusive Damasco. Destacaram-se na histria do povo de
Israel. A lngua aramaica tornou-se a lngua comercial e diplomtica.
Gradualmente deslocou a lngua hebraica at que, no tempo de nosso
Senhor, o aramaico era a lngua usada na conversa e na escrita. 28.
Sab, freqentemente mencionada no V.T., indicando um povo rico cuja
principal ocupao era a extrao de ouro, perfumes e pedias preciosas
para exportar para a Palestina e o Egito. So identificados com os
sabeus, que destacavam-se no comrcio e nas realizaes
governamentais. At onde interessa aos estudiosos da Bblia, a rainha
de Sab foi a mais famosa dentre o povo de Sab. 29. Ofir era famosa
pelo seu ouro fino. Salomo enviou seus homens sob a direo de Hiro
para extra-lo e transport-lo para a
37. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 37 Palestina. Alm do ouro,
descobriram preciosos metais e pedras Preciosas em grandes
quantidades. Logo o reino de Salomo rivalizava com todas as terras
vizinhas em riqueza. Ofir era provavelmente um porto martimo no
litoral da Arbia. Tem sido localizada na distante foz do Indus.
Grande parte do ouro que revestia o Templo de Salomo veio de Ofir.
Gnesis 11 G. A Torre de Babel. 11:1-32. 1,2. Ora em toda a terra
havia apenas uma linguagem. Gnesis descreve No e seus filhos saindo
da arca e falando uma s lngua com um s vocabulrio. Quando os
descendentes de No se multiplicaram, naturalmente continuaram com
essa mesma lngua, uma vez que em suficiente. Viveram no vale do
Eufrates e nas redondezas do mesmo, local comumente considerado
como o bero da civilizao. Sinear. Os hebreus usavam o nome Sinear,
originalmente uma regio ao norte da Mesopotmia, para designar toda
a regio da Mesopotmia. Nmades, vaguearam ao longo das montanhas do
Ararate at as bem regadas plancies da Babilnia. 3,4. Vinde,
edifiquemos para ns uma cidade, e uma torre . . . e tornemos clebre
o nosso nome. Quando os descendentes de No que se dirigiram para o
leste encontraram um local onde acharam que poderiam se estabelecer
definitivamente, decidiram construir uma cidade. Construiriam uma
gigantesca torre, to alta que o seu topo ferida a "abbada" acima
deles. Esta grandiosa estrutura lhes concederia a vantagem de se
colocarem em posio de importncia diante dos outros homens, e at
mesmo diante de Deus. O propsito do empreendimento era duplo.
Primeiro, queriam se assegurar da fora que vem da unidade. A cidade
e a torre os manteriam unidos em um grupo slido, de modo que seriam
poderosos - at mesmo sem a ajuda de Deus. Diziam: Para que no
sejamos espalhados. Por outro lado, estavam determinados a se
tomarem conhecidos tornemos
38. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 38 clebre o nosso nome.
Estes pecados de auto-suficincia e orgulho predominavam em seus
pensamentos. Queriam se assegurar de que no seriam esquecidos. A
torre os manteria unidos e asseguraria que seus nomes no cassem no
esquecimento. Desafiaram a Deus e resolveram provar a sua
auto-suficincia. Sua estrutura elevada seria um monumento sua
energia, coragem, gnio e recursos. Muitas cidades grandes, tais
como a Babilnia, Sodoma, Gomorra, Sidom, Tiro e Roma experimentaram
de tudo, menos uma estrutura piedosa. Quando os homens desprezam a
lei e a graa de Deus, e exaltam a si mesmo, a catstrofe inevitvel.
7-9. Confundamos ali a sua linguagem. Jeov entendeu o esprito, a
motivao e os planos egostas do povo rebelde. Imediatamente resolveu
atrapalhar seus tolos esquemas. Aquela coisa que eles tentavam
afastar caiu subitamente sobre eles. Deus interveio providenciando
que ningum entendesse mais a ningum. O hebraico beilal,
"confundir", indica que houve uma perturbao especfica que deixou o
povo grandemente confuso. A palavra Babel est traduzida para
Babilnia. Os melhores lexicgrafos hebraicos declaram que no poderia
ter vindo do hebraico beilal, "confundir" ou "misturar", mas que
significa "porto de Deus". Por meio de um jogo de palavras passou a
significar "confuso". A palavra aramaica bailel significa
"confuso". Alan Richardson nos lembra que a concesso do dom de
lnguas no Pentecostes (Atos 2:5-11) pode ser aceito como o reverso
da confuso de lnguas em Babel. Ele diz: "Quando os homens se
vangloriavam de suas prprias realizaes, o resultado s podia ser a
diviso, confuso e falta de compreenso; mas quando as maravilhosas
operaes de Deus so proclamadas, ento cada homem pode ouvir o
evangelho apostlico em sua prpria lngua" (Gnesis 1-11, pg. 126).
27. Ter. Filho de Naor (um descendente de Sete) e pai de Abro, Har
e Naor. Seu primeiro lar foi em Ur dos Caldeus, mas passou seus
ltimos anos de vida em Har, onde morreu.
39. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 39 28. Ur dos Caldeus. Uma
antiga cidade do antigo reino sumeriano, localizada cerca de 125
milhas da anual foz do Eufrates, 100 milhas a sudeste da Babilnia,
830 milhas de Damasco e 550 milhas de Har. Era a capital da Sumria.
Nos dias de Abro era uma florescente cidade comercial, com padres
culturais incomumente desenvolvidos. Os edifcios da rea do templo
eram os mais elaborados. Seus habitantes adoravam Sin, a deusa lua.
Arquelogos tm escavado fabulosos tesouros desta antiga cidade. O
cemitrio real tem revelado tesouros artsticos datados de 2900 A.C.
O Instituto Oriental de Chicago tem uma placa de Ur que est datada
de 3000 A.C. Foi nesse antigo mundo que Abrao nasceu e atingiu a
idade adulta. Tinha uma rica herana. 31. Har (ou Harr). Uma
importante cidade na antiga Mesopotmia. Estava situada cerca de 550
milhas ao nordeste de Ur e 280 milhas ao norte de Damasco. As
principais rotas convergiam a. Estradas para Nnive, Babilnia e
Damasco partiam da. Ficava a apenas 60 milhas da fortaleza de
Carquemis, a capital do imprio hitita. Har era um dos principais
centros de adorao de Sin, a deusa lua. Ter e sua famlia mudou-se
para Har, e o registro diz que morreu ali. Rebeca, a esposa de
Isaque, e Raquel, a esposa de Jac, cresceram em Har. Ainda existe a
como pequeno vilarejo rabe. II. Os Patriarcas. 12:1 - 50:26. A.
Abrao. 12:1 - 25:18. Na segunda principal diviso do livro de
Gnesis, est evidente que na nova dispensao os escolhidos de Deus
devero reconhecer a comunicao direta e a liderana direta do Senhor.
Nos captulos 12.50, quatro personagens Se destacam como homens que
ouviram a voz de Deus, entenderam Suas diretrizes, e orientaram
seus carrinhos de acordo com a vontade dEle. O propsito de Jeov
ainda continua sendo o de chamar pessoas que executem a Sua vontade
na terra. Com No Ele comeou tudo de novo. Sem foi o escolhido para
transmitir a verdadeira religio. Os semitas (descendentes de Sem)
seriam os missionrios aos
40. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 40 outros povos da terra.
No captulo 12 Abrao comea a aparecer na linhagem de Sem como o
representante escolhido de Jeov. Sobre ele Jeov colocaria toda a
responsabilidade de receber e passar adiante a Sua revelao para
todos. Do cenrio pago de Ur e Har saiu o homem de Deus para a
estratgica hora da primitiva revelao do V.T. Gnesis 12 1) A Chamada
de Abrao. 12:1-9. 1. Ora disse o Senhor a Abro: Sai da tua terra,
da tua parentela e da casa de teu pai. A narrativa bblica esclarece
que antes de migrar para a Palestina, Abro teve duas residncias.
Passou seus primeiros anos de vida em Ur e ento um longo perodo em
Har. Cada uma dessas comunidades foi o seu lar. Ele teve de deixar
amigos, vizinhos, e parentes quando saiu de Ur e outros tais quando
partiu de Har. Em cada caso, o triplo lao de terra, povo e parentes
foi seccionado. O Bispo Ryle diz que Abro recebeu a ordem de "a)
renunciar s certezas do passado, b) enfrentar as incertezas do
futuro, c) olhar e seguir a direo da vontade de Deus" (Gnesis na
Cambridge Bible, pg. 155). Foi uma grande exigncia (cons. Hb.
11:8). Provaes severas estavam espera dele Este chamado deve lhe
ter sido feito enquanto ele ainda vivia em Ur (Atos 7:2). Foi
renovado muitos anos mais tarde em Har. Para a terra que te
mostrarei. Nesta ocasio Jeov no disse o nome da terra nem a
descreveu. Assim, Abro teve de enfrentar um novo teste de f. O
Senhor encontrou o homem para o Seu propsito, algum que podia ser
colocado sob fortes tenses, um homem que desejaria fazer a vontade
de Deus como a coisa mais importante de sua vida. 2,3. S tu uma bno
(bereik). A forma imperativa expressa realmente uma conseqncia
"para que sejas uma bno". O ilustre viajante que partiu da
Mesopotmia politesta fora divinamente comissionado a entrar no mo
de pessoas completamente estranhas de
41. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 41 alguma nova terra. Ele e
seus descendentes constituiriam um canal pelo qual Deus abenoaria
todos os povos da terra. De ti farei uma grande nao, e te
abenoarei, e te engrandecerei o nome. Deus fortaleceu grandemente
Abro com as promessas da aliana prosperidade, abundante posteridade
e importncia. A promessa da divina bno garantia a Abro tudo o que
ele pudesse desejar. Cada necessidade seria suprida. At vizinhos
hostis viriam a consider-lo como o lder do povo de Deus. Atravs
dele todos os povos da terra receberiam bnos. E seu nome seria
respeitado e reverenciado por toda parte. Hoje, Abro reconhecido e
respeitado como o "pai" dos cristos, judeus e maometanos. Deus
escolheu Abro e seus descendentes para levar o Seu Evangelho ao
mundo. Da linhagem de Abro, viria Cristo, para cumprir os propsitos
divinos. E atravs dos homens e mulheres "nascidos de novo", Seus
ideais seriam cumpridos. O plano de Deus estava tomando forma. 5. A
terra de Cana. Abro interpretou o chamado de Deus envolvendo
partida imediata para Cana. Como ele soube que Cana era o seu
destino, no ficou explicado. Mas Deus disse: "Sai. .. para a terra
que te mostrarei". E ele obedeceu. Sem hesitao reuniu sua famlia e
deu incio a um importante movimento migratrio. Ao que parece ele no
temeu, no duvidou, no vacilou. Viajou para Carquemis sobre o
Eufrates e voltou-se para o sul atravs de Hamate na direo de
Damasco, na Sria. Josefo apresenta Abro durante sua estada nesta
capital agindo como um rei sobre o povo de Damasco. A terra de Cana
foi descrita nas Escrituras como abrangendo todo o territrio desde
o Jordo ao Mediterrneo e da Sria ao Egito. Moabe e Edom a limitava
ao sudeste. Na Bblia a palavra "cananeus" costuma se referir aos
primeiros habitantes da terra, incluindo todos os grupos que
viveram l antes da entrada dos hebreus. 6. Siqum. Esta antiga
cidade era provavelmente um santurio ou lugar sagrado. Era uma
colnia importante na juno das principais estradas comerciais.
Ficava entre o Monte Gerizim e o Monte Ebal, cerca
42. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 42 de quarenta e uma milhas
ao norte de Jerusalm. Anos mais tarde, o poo de Jac ficaria nas
vizinhanas. Em tempos mais recentes, Siqum foi chamada Nablus. Abro
caminhou at o carvalho de Mor. Provavelmente era uma rvore sagrada,
sob a qual um sacerdote, ou mestre, ou adivinho, dava instrues ou
ensinava. Mor provavelmente um particpio do verbo yeir, "ensinar".
O carvalho e o terebinto so rvores que se parecem. Siqum foi a
primeira parada de Abro em Cana. Aqui recebeu uma mensagem especial
de certeza e promessa do Senhor. Deus lhe deu a terra como possesso
e prometeu que seus descendentes a possuiriam depois dele. Com
tribos guerreiras por todos os lados, Abro encontraria dificuldades
em estabelecer seus direitos na nova terra. Fez um bom comeo,
entretanto, levantando imediatamente um altar e oferecendo
sacrifcios a Jeov. Conforme sua vida na Palestina foi tomando
forma, ele declarou total dependncia do Senhor e sua sincera
dedicao. 8. Betel (Bt-'l). Este antigo santurio data do sculo vinte
e cinco A.C., e foi mencionado mais vezes nas Escrituras do que
qualquer outra cidade com exceo de Jerusalm. Ele est situado na
estrada de Siqum, cerca de dez ou onze milhas ao norte de Jerusalm.
Edificando um altar, o patriarca proclamou sua submisso a Jeov, e
armando suas tendas, declarou publicamente a todos os observadores
que estava tomando posse permanente da terra. Nesses dois atos
simblicos, Abrao revelou sua f resoluta no poder de Jeov dos
exrcitos, para a execuo de todas as Suas promessas. A palavra Betel
significa, literalmente, casa de Deus. Uma narrativa posterior
indica que Jac deu a este lugar este nome depois de sua experincia
com Jeov ali (28:19). Abro invocou o nome do Senhor. Em seu ato de
adorao genuna. ele usou o liame de Jeov na invocao (cons. 4:26). 9.
Seguiu (neisei') Abro dali, indo sempre para o Neguebe. Neisei'
significa avanar ou desarraigar estacas de tendas. Refere-se
partida de Abro para o sul. Ele arrancou as estacas e viajou pai
etapas. O Neguebe, terra seca, uma seo definida da Palestina do
sul, entre
43. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 43 Cades-Barnia e Berseba.
Durante o vero bastante seca para ser considerada um deserto, sem
gua ou vegetao. Com todos os seus rebanhos, Abro achou necessrio
procurar abundncia de gua e pasto. O Neguebe de nada lhe
adiantaria. 2) O Patriarca no Egito. 12:10-20. 10. Desceu, pois,
Abro ao Egito, para a ficar. As fomes eram freqentes em Cana. Nada
se podia fazer para evit-las. O nico remdio era mudar-se para o
Egito, onde o Nilo fornecia gua para o gado e plantaes. Abro e seu
grande grupo foram para o Egito. A palavra hebraica gr, ficar,
indica que se antecipava uma permanncia temporria. To logo a fome
abrandasse, Abro estaria de volta Palestina. Nenhuma indicao foi
feita para determinar qual o Fara que governava o Egito naquela
ocasio. 11-16. O medo tomou conta do corao do patriarca quando se
aproximou do palcio do monarca. Imaginou que Fara o mataria para
colocar Sarai em seu harm. Por causa disso, Abro imaginou um plano
de passar a esposa por sua irm, aquietando sua conscincia com o
pensamento de que ela era realmente sua meia irm. Foi um expediente
vergonhoso. Como resultado, a me dos futuros lderes da nao hebria
foi levada para o harm egpcio"! 17-20. Por causa disso, Fara foi
afligido com pragas, at que percebeu que alguma coisa estava errada
e expulsou seus visitantes da terra. Abro tomou Sara, seus
acompanhantes e suas propriedades grandemente aumentadas com sua
passagem pelo Egito e voltou pelo caminho do Neguebe at Cana. Tal
comportamento, como o de Abro no Egito, no foi nada digno da alma
majestosa do especial embaixador de Jeov junto s naes. Ele tinha de
crescer se quisesse se aproximar do padro divino estabelecido para
a sua vida. Precisou voltar a Betel e reconstruir o altar a
Jeov.
44. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 44 Gnesis 13 3) A Partida
de L. 13:1-18. 1-4. Saiu, pois, Abro do Egito. Quando Abro renovou
a sua comunho com Deus, estava pronto para uma vida nova. Era
imensamente rico. Gado, ouro e prata, ele os possua em abundncia.
Seu grupo de acompanhantes crescera tanto que surgiu um srio
problema entre eles. Com tanto gado e ovelhas, precisava
movimentar-se rapidamente para que houvesse suficincia de gua e
pasto. 5-8. Logo o grupo de L teve dificuldades com o grupo de
Abrao, A palavra hebraica merib, contenda, indica discusso, luta e
desacordo. O tio justo no podia permitir que tal conduta indecente
continuasse. Disse: Somos parentes (v. 8). Tal comportamento no era
necessrio, nem til e completamente fora,de lugar na vida dos
representantes de Deus. 9-13. No interesse da paz e harmonia, Abro
fez uma generosa sugesto a L, dizendo que escolhesse qualquer seo
de terra que preferisse e que se dirigisse para l, deixando o
restante do territrio para Abro. A natureza egosta e avara de L
manifestou-se imediatamente; ele escolheu o vale do Jordo que era
bem suprido de gua. Ali, a vegetao tropical abundava junto s guas
prdigas do rio. O vale (kikr) do Jordo era suficientemente largo e
frtil para garantir a prosperidade e abundncia por todos os dias
que estavam pela frente. Entretanto, as cidades de Sodoma e Gomorra
estavam dentro da rea que L escolheu e elas eram extremamente
corruptas. Como poderia uma religio espiritual crescer entre os
espinhos do egosmo e da corrupo naquele lugar? A escolha de L
comprovou-se desastrada. E ia armando suas tendas at Sodoma (v.
12). Primeiro ele olhou para Sodoma. Depois armou suas tendas at
Sodoma. Mais tarde habitou em Sodoma. Esses so os passos pelos
quais o homem e sua famlia caminham para a degenerao e destruio
certas. 14-17. Disse o Senhor a Abro... Ergue os olhos e olha.
Nesta notvel comunicao, L e Abro so colocados em contraste direto.
O
45. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 45 pecador fraco, egosta e
ganancioso escolheu para si aquilo que considerou demais valor.
Jeov escolheu para Abro. Como recompensa por seu altrusmo raro, o
patriarca recebeu a terra de Cana. Deus lhe deu o ttulo de
propriedade da terra e convidou-o a abrir bem os olhos e apreciar
os tesouros que se estendiam diante dele em todas as direes. Da
colina perto de Betel, ele pede descortinar lindos panoramas de
beleza incomum. Tudo era Seul Para tomar o presente mais atraente,
o Senhor prometeu a Abro muitos descendentes, mais numerosos que a
areia do mar. Esta profecia deve ter confundido o patriarca, que no
tinha filhos. Mas ele a aceitou pela f. 18. Hebrom. Uma cidade
antiga ao sul de Jud, dezenove milhas a sudoeste de Jerusalm, na
juno de todas as principais estradas da regio. Destacava-se na
paisagem, a 935,38ms acima do nvel do mar. Josefo fala dela como
sendo mais antiga do que a cidade de Mnfis no Egito. Ele tambm diz
que um velho carvalho estava ali desde a criao do mundo. volta da
cidade havia oliveiras, parreiras, fontes, poos e pastos. A caverna
de Macpela, mais tarde comprada por Abrao para servir de sepultura
a Sara, ficava muito perto. Foi, no s o lugar do sepultamento de
Sara, mas tambm de Abrao, Isaque, Jac, Rebeca e Lia. Gnesis 14 4)
Abrao, L, Melquisedeque. 14:1-24. 14:1-14. Em vez de desfrutar de
paz, prosperidade e alegria, L e Abro encontraram-se no meio de uma
guerra. Poderosos exrcitos combativos vindos do oriente invadiram a
terra da Palestina, e causaram muitos estragos. Abro se envolveu
profundamente por causa do amor que tinha por L, e logo se revelou
um guerreiro a ser considerado quando os invasores procuraram
espoliar a terra. L foi feito prisioneiro de guerra quando sua
cidade, Sodoma, e os reinos vizinhos foram derrotados pelos
invasores. Ele se arriscara quando escolhera desfrutar das
facilidades e privilgios de Sodoma, tomando-se um dos
habitantes
46. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 46 dessa cidade mpia. Agora
descobriu que tinha de participar dos perigos e da tragdia da
cidade. Rapidamente Abro reagiu com 318 homens numa misso de
salvamento, comprovando ser uma fora poderosa a bem da justia na
terra. 1. Anrafel, rei de Sinear. Um dos quatro que compunham o
exrcito invasor. Sinear, localizada ao norte da Mesopotmia, deu seu
nome a toda rea entre o Tigre e o Eufrates, incluindo a Babilnia. A
baixa Mesopotmia foi o centro da civilizao sumeriana, datando de
cerca de 3500 A.C. Anrafel era o rei dessa regio. Bem recentemente
os estudiosos o identificaram como Hamurbi, um dos primeiros reis
de Babilnia. Contudo, descobertas mais recentes nas tbuas de barro
tendem a colocar a vida de Hamurbi em data mais recente - 1700 A.C.
Anrafel foi rei muito antes. Arioque foi rei de Elasar, Babilnica
Larsa, e provavelmente controlava uma regio muito maior ao sul da
Babilnia. Quedorlaomer. Rei de Elo, uma bem conhecida regio
montanhosa perto da cabea do Golfo Prsico. Parece que era o mais
poderoso dos quatro reis que fizeram esta expedio. Controlava os
outros reis da Babilnia e Palestina. Seu nome Kudur-Lagamer
significa "servo de Lagamer", um dos deuses do Elo. A capital do
Elo era Susa. Tidal, outro dos reis confederados, era chamado de
rei de Goim, isto , das naes ou povos. Seu ttulo pode indicar que
ele controlava diversos reinos individuais, ou que estivesse cabea
de um forte grupo de gente nmade que se ocupava em fazer incurses
para pilhagens. 2. Estes reis, com suas tropas seletas, vieram da
regio alm do Damasco, e arremeteram contra as terras a leste do
Jordo at o extremo sul do Mar Morto. Depois voltaram-se para o
norte e rapidamente subiram pelo lado oriental do Jordo. A batalha
decisiva realizou-se nas terras baixas alm do Mar Morto (o vale de
Sidim, v. 3), com os cinco reis desta regio imediata que se
rebelaram contra seus senhores do oriente. 3. O Mar Salgado (Mar
Morto) tem 76kms de comprimento por 15kms de largura. Uma vez que
sua superfcie fica a 397ms abaixo (o
47. Gnesis (Comentrio Bblico Moody) 47 mar Mediterrneo, e as
guas tm uma profundidade de 369ms, este mar o "lenol de gua mais
baixo no mundo". Suas guas so cinco vezes mais densas em contedo
salino do que a gua comum do mar. Estudiosos afirmam que as runas
de Sodoma e Gomorra ficaram sob as guas do extremo sul deste mar.
Adm e Zeboim (cons. v. 2) foram as outras cidades destrudas pelo
golpe destruidor da mo de Deus. Os reis do oriente derrotaram
completamente os guerreiros confederados, fizeram prisioneiros e
saquearam tudo em sua volta. L estava entre os capturados. 6. E aos
horeus no seu monte Seir. A arqueologia tem contribudo muit