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jornalismo impresso Professor mestre Artur Araujo
Crítica X Resenha
Acesse o site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/
Acesse o FTP: ftp://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/clc/artur.araujo/
Tema do exercício de argumentação da próxima quarta (29 de abril)• Vamos fazer na próxima quarta-
feira um exercício de argumentação. O tema do exercício será a lei de imprensa.
• No dia sortearemossortearemos quem fará a defesa e quem fará a crítica. Como será aleatória, preparem-se para os dois viesespreparem-se para os dois vieses.
Seminários sobre reportagens• Serão nos dias 11 e 15 de maio. Estamos a 19 dias do
início dos seminários.• Os estudantes devem se organizar em duplas (haverá
um trio já definido)• A meta é fazer uma “engenharia reversa” da apuração
jornalística.• A nota para a tarefa é até 3.• O sorteio das apresentações será no dia 27 de abril
(dia do exercício de diagramação).• Vamos reler as regras do seminário...
A prova• A prova será 22 de maio (sexta-feira).
Estamos a 30 dias da prova.
• Será uma prova com consulta.
• Cada um terá duas perguntas para dissertar.
• A nota máxima será 4.
Os temas da prova serão:1. A reportagem narrativa
2. A reportagem descritiva
3. A resenha e a crítica
4. A coluna jornalística
5. O jornal como modelo de negócio
6. O dilema web X papel.
7. Edição e viés ideológico
8. A coluna jornalística
9. A crônica
10. Quality papers e jornais populares
11. Categorias do jornalismo
A resenha• O gênero jornalístico que se
convencionou chamar de resenha corresponde a uma apreciação das obras de arte ou dos produtos culturais, com a finalidade de orientar a ação dos fruidores ou consumidores.
• O termo resenha ainda não se generalizou no Brasil, persistindo o emprego das palavras crítica para significar as unidades jornalísticas que cumprem aquela função e crítico para designar quem as elabora.
José Marques de M
elo
Entendendo um pouco melhor
Porque crítica e resenhase confundem?• A explicação está na transição
por que passou o jornalismo brasileiro, da fase amadorística para o período profissionalizante.
• Houve uma dupla recusa dos grandes intelectuais e dos editores culturais em relação à crítica esteticamente embasada.
José Marques de M
elo
Os motivos dos intelectuais e dos jornalistas• Os grandes intelectuais não quiseram
fazer concessões à simplificação e à generalização pretendidos pela indústria cultural.
• Os editores culturais porque entendiam indispensável ampliar o raio de influência da crítica da arte, tornando-a utilitária em relação ao grande público e evitando o seu direcionamento para as elites universitárias.
José Marques de M
elo
O refúgio da crítica• Os grandes intelectuais
continuaram a realizar exercícios críticos estruturados segundo os padrões da análise acadêmica refugiaram-se nos periódicos especializados.
José Marques de M
elo
O que vemos nos jornais• A resenha é hoje exercida, no Brasil,
por jornalistas que desempenham (ou já o fizeram no passado) atividades vinculadas ao campo privilegiado de análise, o que os torna competentes para esse trabalho.
• Isso não exclui a existência de “críticos” que, designados para cobrir determinadas áreas da produção cultural, acabaram se enfronhando nos bastidores do setor e despontaram como analistas capazes de merecer a credibilidade do público.
José Marques de M
elo
Mudanças históricas• Historicamente, a apreciação
dos produtos culturais começa na imprensa brasileira pelas áreas artísticas tradicionais: literatura, música, teatro, artes plásticas.
• Quando o jornalismo atinge escala industrial e, a partir da década de 30, começa a ampliar consideravelmente o público leitor, abrangendo também a classe média e setores do operariado qualificado, a apreciação dos bens culturais busca novos caminhos.
José Marques de M
elo
A arte como produto• A mudança ocorre não apenas na forma
a substituição da crítica pela resenha, mas também no conteúdo - o que se analisa não são mais as obras de arte e sim os novos produtos da indústria cultural.
• Assim, não é a literatura que se aprecia, mas o livro colocado no mercado. A música executada nos recintos fechados deixa de interessar aos jornais diários, cedendo lugar para o registro e avaliação dos produtos da indústria fonográfica.
José Marques de M
elo
Da essência para a conjuntura• Desaparece (ou se torna residual)
a crítica estética, dedicada a aprender o sentido profundo das obras de arte e situá-las no contexto histórico, surgindo, em seu lugar, a resenha, uma atividade mais simplificada, culturalmente despojada, adquirindo um nítido contorno conjuntural.
José Marques de M
elo
Resenha prima pela superficialidade• A resenha é atividade propriamente
jornalística que se caracteriza por ser um "comentário breve", quase sempre permanecendo "à margem" da obra ou saindo do "a propósito".
• Enquanto isso, a crítica "exige métodos e critérios que tornam o seu resultado incompatível com o exercício periódico e regular em jornal, e mais incompatível com o próprio espírito do jornalismo, que é informação, ocasional e leve".
José Marques de M
elo
Crítica (scholar) e resenha (imprensa) • A crítica (gênero literário)
destina-se a "scholars"; a resenha (gênero jornalístico) dirige-se ao "consumo popular".
• A resenha configura-se, então, como um gênero jornalístico destinado a orientar o público na escolha dos produtos culturais em circulação no mercado. Não tem a intenção de oferecer julgamento estético, mas de fazer uma apreciação ligeira, sem entrar na sua essência enquanto bem cultural.
José Marques de M
elo
Diálogo com público e produtores• A atuação dos resenhadores
(ou críticos, como continuam a ser chamado) não se restringe ao monólogo que dirigem ao público, mas procura também assumir o caráter de um "diálogo" com os produtores, oferecendo pistas para autores, diretores ou atores das obras em apreciação.
José Marques de M
elo
As funções da resenha:informar• Informa, proporcionando
conhecimento sobre o que está em circulação no mercado cultural e sobre a natureza e a qualidade das obras comercializadas;
José Marques de M
elo
As funções da resenha:elevar o nível cultural• Eleva o nível cultural, pelo
caráter didático com que aprecia os bens culturais, despertando muitas vezes o senso crítico para a sua fruição;
José Marques de M
elo
Funções da resenha:identidade• Reforça a identidade comunitária,
fazendo o julgamento das obras segundo padrões peculiares à comunidade, o que significa descobrir especialidades geoculturais em produtos que possuem destinação massiva;
José Marques de M
elo
Funções da resenha:aconselhamento• Aconselha como empregar
melhor os recursos dos consumidores, fazendo-os recusar os produtos de baixa qualidade;
José Marques de M
elo
Funções da resenha:estímulo aos artistas• Estimula e ajuda os artistas,
elogiando o bom desempenho ou enfatizando falhas e imperfeições;
José Marques de M
elo
Funções da resenha:identificar o novo• Define o que é novo,
distinguindo os produtos tradicionais dos lançamentos que fogem à tendência dominante;
José Marques de M
elo
Funções da resenha:documentação• Documenta para a história,
permitindo reconstruir momentos de uma atividade que é efêmera pela própria natureza da indústria cultural;
José Marques de M
elo
Funções da resenha:divertir• Diverte, porque resgata situações
inusitadas, cômicas ou hilariantes, desde que realizadas com humor.
José Marques de M
elo
Tipos de resenha com crítica• Marques de Melo define dois
tipos básicos: a autoritária e a “impressionista”
José Marques de M
elo
A autoritária• a) distancia o público do centro
da análise, já que a apreciação se faz a partir da obra e de sua significação no quadro histórico;
• b) cria uma atmosfera de categorização, que se torna um fim em si mesmo, impedindo ou dificultando a inclusão de novas tendências ou de novos elementos; ou seja, corre o risco de tornar-se eminentemente conservadora. ”
José Marques de M
elo
A impressionista• a) propicia a anarquia cultural,
porque não se baseia em modelos ou padrões;
• b) torna-se a-histórica, sem que o público possa ter uma perspectiva temporal sobre a produção em julgamento;
• c) contém o perigo de fomentar o ego do crítico, transformando-o em figura todo-poderosa.
José Marques de M
elo
A resenha se espraia• O âmbito de ação da resenha
contempla os produtos tradicionais, como a literatura e o livro, a música a as artes plásticas, o teatro e a dança, mas atribui ênfase aos novos produtos da indústria cultural que constituem fonte segura de receita publicitária: a televisão, o cinema, a música, e até mesmo o esporte, a gastronomia e a publicidade.
José Marques de M
elo