2
PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA (PDT) JUVENTUDE SOCIALISTA DO CEARÁ (JS / PDT) GESTÃO 2009 / 2012 O EDUCACIONISMO E A REVOLUÇÃO REPUBLICANA DA EDUCAÇÃO O Brasil é o primeiro em futebol e o 88° em educação. A razão é simples. A bola é redonda para todos, todos começam a jogar aos quatro anos e só abandonam quando querem. A escola e redonda para alguns e quadrada para a maioria, é completamente diferente conforme a renda e local onde está. Nela, uns poucos começam aos dois anos de idade, em ambientes confortáveis e bem equipados, com professores dedicados e competentes. Estes estudam até a idade que desejam. Para a grande maioria, ela começa aos sete anos, em prédios decadentes, sem equipamento, o dia de aula não passa de duas a três horas e sem complementação. Estes normalmente abandonam antes dos 15 anos. A escola brasileira é um funil de exclusão da imensa maioria da população. Antes de tudo, devemos compreender o quadro em que se configurou a sociedade no mundo inteiro nas últimas décadas, segundo análise de Cristovam Buarque: a globalização abriu as fronteiras nacionais e uniu os ricos do mundo; transformou a desigualdade social em exclusão; substituiu os operários por operadores; incorporou e cooptou os assalariados qualificados entre os beneficiados do sistema; anulou ou corrompeu os tradicionais partidos de esquerda; acomodou os sindicatos de trabalhadores; consolidou a distância social entre os que dispõem de qualificação e os que não têm educação; desequilibrou o meio ambiente, deixando-o em situação de colapso; mostrou a impossibilidade do consumo para todos e substituiu a utopia da igualdade de renda pela igualdade de oportunidade entre classes e entre gerações; colocou o problema da ética, do emprego e da estabilidade monetária como objetivos progressistas; adotou o capital-conhecimento como vetor do progresso econômico. O sistema financeiro seqüestrou o mundo inteiro, transformando-o em um cassino global, onde poucos ganham muito e quase todos perdem. Por esse cenário podemos chegar à conclusão que caminhamos para duas catástrofes. A primeira formar-se-ia devido ao desequilíbrio ecológico que já provoca o aquecimento global ameaçando o habitat da espécie humana. Quanto à segunda, configuraria-se por meio da desigualdade social que causa sério risco de ruptura da espécie, através do surgimento de um sentimento de dessemelhança entre os seres humanos. Destarte, A humanidade e cada nação nunca foram tão desiguais e tão divididas, entre classes e entre gerações. Dessa forma, o “Educacionismo” surge como uma solução e uma forma para se evitar essas catástrofes. Essa nova ideologia acredita que a educação é a principal ferramenta para o desenvolvimento de uma sociedade igualitária e equilibrada. Trata-se de uma verdadeira revolução, não aquela proposta pelos marxistas que acreditam em uma revolução em que simplesmente o poder e a propriedade dos meios de produção passariam para as mãos do proletariado, mas sim uma revolução através do conhecimento, via educação, sendo um elemento de emancipação. E para que essa revolução ocorra deve-se dar a “mesma chance” para todos, ou melhor, garantir educação igual para todos como forma de assegurar a mesma chance entre classes. Isso significa assegurar que o mesmo nível de educação oferecido ao filho do patrão seja o mesmo oferecido ao filho do trabalhador. Para tal, faz-se necessário a elaboração de medidas consistentes, como por exemplo, a implantação de cidades-pólo, com escolas em tempo integral, com professores bem remunerados, preparados e dedicados, com equipamentos modernos para todos os seus alunos. Portanto, podemos dizer que se todos tiverem a “mesma chance” o que vai determinar o sucesso de um trabalhador então será o seu esforço em adquirir conhecimento e sua competência em utilizá-lo. Essa revolução não ocorrerá de um dia para o outro, é claro, mas o Brasil necessita de propostas para enfrentar os problemas imediatos, por isso, o educacionista deve oferecer encaminhamentos para o crescimento econômico (com ênfase no desenvolvimento sustentável), a moradia, a saúde, o emprego, a infra-estrutura, a violência, a corrupção e cada problema do momento, embora que muito desses problemas estejam inteiramente relacionados com a problemática da educação. Vale salientar que o emprego, principalmente, exige uma reocupação especial do educacionista. Não basta dinamizar a economia, é preciso ter o emprego como meta. A história dos países com elevados padrões de civilização e qualidade de vida estão claramente divididos entre o período anterior e posterior à universalização da qualidade escolar, como por exemplos, França, Alemanha, Inglaterra e o Japão. Foi graças à revolução educacional que os países realizarão suas revoluções sociais, derrubando os muros das desigualdades sociais e econômicas. Para que o Brasil possa ter um salto econômico, social e cultural é necessário se transformar em um centro de criador de capital- conhecimento através de centros de ciência e tecnologia, escolas de ótimas de qualidade e universidade com ensino público de garantia de qualidade e gratuito a todos os brasileiros. A Revolução Republicana da Educação tem como objetivo federalizar todo o ensino brasileiro, onde as escolas devem ter os mesmos padrões de ensino e estrutura de qualidade, ensino em tempo integral, valorização do professor com a criação do plano único de cargos e carreiras, qualificação continuada de todos os profissionais da educação, criando uma qualidade de ensino público e claro garantido as

Educação

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Educação

PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA (PDT)JUVENTUDE SOCIALISTA DO CEARÁ (JS / PDT)

GESTÃO 2009 / 2012O EDUCACIONISMO E A REVOLUÇÃO REPUBLICANA DA EDUCAÇÃO

O Brasil é o primeiro em futebol e o 88° em educação. A razão é simples. A bola é redonda para todos, todos começam a jogar aos quatro anos e só abandonam quando querem. A escola e redonda para alguns e quadrada para a maioria, é completamente diferente conforme a renda e local onde está. Nela, uns poucos começam aos dois anos de idade, em ambientes confortáveis e bem equipados, com professores dedicados e competentes. Estes estudam até a idade que desejam. Para a grande maioria, ela começa aos sete anos, em prédios decadentes, sem equipamento, o dia de aula não passa de duas a três horas e sem complementação. Estes normalmente abandonam antes dos 15 anos. A escola brasileira é um funil de exclusão da imensa maioria da população.

Antes de tudo, devemos compreender o quadro em que se configurou a sociedade no mundo inteiro nas últimas décadas, segundo análise de Cristovam Buarque: a globalização abriu as fronteiras nacionais e uniu os ricos do mundo; transformou a desigualdade social em exclusão; substituiu os operários por operadores; incorporou e cooptou os assalariados qualificados entre os beneficiados do sistema; anulou ou corrompeu os tradicionais partidos de esquerda; acomodou os sindicatos de trabalhadores; consolidou a distância social entre os que dispõem de qualificação e os que não têm educação; desequilibrou o meio ambiente, deixando-o em situação de colapso; mostrou a impossibilidade do consumo para todos e substituiu a utopia da igualdade de renda pela igualdade de oportunidade entre classes e entre gerações; colocou o problema da ética, do emprego e da estabilidade monetária como objetivos progressistas; adotou o capital-conhecimento como vetor do progresso econômico. O sistema financeiro seqüestrou o mundo inteiro, transformando-o em um cassino global, onde poucos ganham muito e quase todos perdem.

Por esse cenário podemos chegar à conclusão que caminhamos para duas catástrofes. A primeira formar-se-ia devido ao desequilíbrio ecológico que já provoca o aquecimento global ameaçando o habitat da espécie humana. Quanto à segunda, configuraria-se por meio da desigualdade social que causa sério risco de ruptura da espécie, através do surgimento de um sentimento de dessemelhança entre os seres humanos. Destarte, A humanidade e cada nação nunca foram tão desiguais e tão divididas, entre classes e entre gerações.

Dessa forma, o “Educacionismo” surge como uma solução e uma forma para se evitar essas catástrofes. Essa nova ideologia acredita que a educação é a principal ferramenta para o desenvolvimento de uma sociedade igualitária e equilibrada. Trata-se de uma verdadeira revolução, não aquela proposta pelos marxistas que acreditam em uma revolução em que simplesmente o poder e a propriedade dos meios de produção passariam para as mãos do proletariado, mas sim uma revolução através do conhecimento, via educação, sendo um elemento de emancipação. E para que essa revolução ocorra deve-se dar a “mesma chance” para todos, ou melhor, garantir educação igual para todos como forma de assegurar a mesma chance entre classes. Isso significa assegurar que o mesmo nível de educação oferecido ao filho do patrão seja o mesmo oferecido ao filho do trabalhador. Para tal, faz-se necessário a elaboração de medidas consistentes, como por exemplo, a implantação de cidades-pólo, com escolas em tempo integral, com professores bem remunerados, preparados e dedicados, com equipamentos modernos para todos os seus alunos. Portanto, podemos dizer que se todos tiverem a “mesma chance” o que vai determinar o sucesso de um trabalhador então será o seu esforço em adquirir conhecimento e sua competência em utilizá-lo. Essa revolução não ocorrerá de um dia para o outro, é claro, mas o Brasil necessita de propostas para enfrentar os problemas imediatos, por isso, o educacionista deve oferecer encaminhamentos para o crescimento econômico (com ênfase no desenvolvimento sustentável), a moradia, a saúde, o emprego, a infra-estrutura, a violência, a corrupção e cada problema do momento, embora que muito desses problemas estejam inteiramente relacionados com a problemática da educação. Vale salientar que o emprego, principalmente, exige uma reocupação especial do educacionista. Não basta dinamizar a economia, é preciso ter o emprego como meta.

A história dos países com elevados padrões de civilização e qualidade de vida estão claramente divididos entre o período anterior e posterior à universalização da qualidade escolar, como por exemplos, França, Alemanha, Inglaterra e o Japão. Foi graças à revolução educacional que os países realizarão suas revoluções sociais, derrubando os muros das desigualdades sociais e econômicas. Para que o Brasil possa ter um salto econômico, social e cultural é necessário se transformar em um centro de criador de capital-conhecimento através de centros de ciência e tecnologia, escolas de ótimas de qualidade e universidade com ensino público de garantia de qualidade e gratuito a todos os brasileiros.

A Revolução Republicana da Educação tem como objetivo federalizar todo o ensino brasileiro, onde as escolas devem ter os mesmos padrões de ensino e estrutura de qualidade, ensino em tempo integral, valorização do professor com a criação do plano único de cargos e carreiras, qualificação continuada de todos os profissionais da educação, criando uma qualidade de ensino público e claro garantido as

Page 2: Educação

PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA (PDT)JUVENTUDE SOCIALISTA DO CEARÁ (JS / PDT)

GESTÃO 2009 / 2012diversidades culturais e regionais, através de uma concepção ideológica e de vetor da transformação humana e social. Pois, o Brasil só terá um salto na direção aos avanços civilizatórios com a igualdade na qualidade da educação, entre todas as classes e regiões, com que todo jovem brasileiro possa concluir o Ensino Médio. Mas, é necessário de convencer o povo brasileiro da importância e necessidade do educacionismo: conscientizar os pobres de que têm direito a uma escola igual à dos ricos; e convencer os ricos de que não haverá boa educação nem futuro nacional enquanto ela fica restrita aos seus filhos. Se quisermos ser os líderes de um novo ciclo no Brasil, temos um único caminho: fazer com que em nosso País as crianças podres e ricas estudem em escolas com a mesmo qualidade.

Por último, o Educacionismo e a Revolução Republicana da Educação possuem metas de busca da eqüidade entre os cidadãos um aspecto aglutinador que traz todos para o mesmo fim, fazendo transbordar o sentimento de uma nação que anseia por uma revolução educacional que assegure a mesma oportunidade de formação para todos. Sendo assim, o Brasil somente será um país verdadeiramente soberano quando entender que a educação é o alicerce que lhe garantirá um futuro próspero e independente.

JS / PDT - CEARÁ