A TEORIA É UM MITO, IV - A CAUSA FINAL DA GRAVITAÇÃO, por Artur Felisberto. Da física de Aristóteles apenas podemos aprender o óbvio: que a gravidade impele os corpos a procurar o seus «lugar natural». Em resumo, de acordo com Aristóteles, todos os movimentos eram devidos ou à natureza do objeto movente (movimento natural) ou a algum empurrão ou puxão constante (movimento violento). Se um objeto se encontra em seu lugar natural, ele não se move a não ser forçado pela ação de algum agente externo. Desta forma, o estado natural de um corpo é o de repouso, exceto para os corpos celestes. -- -- Uma pequena história do movimento, Valdir Aguilera De facto, em princípio e sem muito mais delongas especulativos relativas a paradoxos físico matemáticos, podemos retomar o senso comum do realismo aristotélico e afirmar que a gravidade universal resulta da tendência que os corpos têm para ocuparem o seu «estado natural», que é o de equilíbrio dinâmico. Um corpo suspenso em equilíbrio instável não cai enquanto estiver preso e seguro segundo o princípio das velocidades virtuais que permite afirmar que as “forças estão em equilíbrio quando estão em razão inversa das respectivas velocidades virtuais estimadas segundo a direcção destas forças”. Um corpo em equilíbrio estável é uma massa inerte em que a resultante das forças internas, da vis incita, é igual a zero...por estar inteiramente apoiada em base segura e estável. A massa inercial é, na verdade, a própria massa gravitacional. Um corpo em total desequilíbrio cai por ter perdido os pontos de apoio que a natureza proporciona aos corpos no seu caminho e ficar sujeito à sua própria “vis incita”, que passa a ser igual ao seu peso. E até aqui poderíamos ter ido com Aristóteles e Descartes sem precisar do apoio de Newton. O paradigma do “estado natural”permitiria também entender o movimento dos corpos sujeitos a forças
1. A TEORIA UM MITO, IV - A CAUSA FINAL DA GRAVITAO, por Artur
Felisberto. Da fsica de Aristteles apenas podemos aprender o bvio:
que a gravidade impele os corpos a procurar o seus lugar natural.
Em resumo, de acordo com Aristteles, todos os movimentos eram
devidos ou natureza do objeto movente (movimento natural) ou a
algum empurro ou puxo constante (movimento violento). Se um objeto
se encontra em seu lugar natural, ele no se move a no ser forado
pela ao de algum agente externo. Desta forma, o estado natural de
um corpo o de repouso, exceto para os corpos celestes. -- -- Uma
pequena histria do movimento, Valdir Aguilera De facto, em princpio
e sem muito mais delongas especulativos relativas a paradoxos fsico
matemticos, podemos retomar o senso comum do realismo aristotlico e
afirmar que a gravidade universal resulta da tendncia que os corpos
tm para ocuparem o seu estado natural, que o de equilbrio dinmico.
Um corpo suspenso em equilbrio instvel no cai enquanto estiver
preso e seguro segundo o princpio das velocidades virtuais que
permite afirmar que as foras esto em equilbrio quando esto em razo
inversa das respectivas velocidades virtuais estimadas segundo a
direco destas foras. Um corpo em equilbrio estvel uma massa inerte
em que a resultante das foras internas, da vis incita, igual a
zero...por estar inteiramente apoiada em base segura e estvel. A
massa inercial , na verdade, a prpria massa gravitacional. Um corpo
em total desequilbrio cai por ter perdido os pontos de apoio que a
natureza proporciona aos corpos no seu caminho e ficar sujeito sua
prpria vis incita, que passa a ser igual ao seu peso. E at aqui
poderamos ter ido com Aristteles e Descartes sem precisar do apoio
de Newton. O paradigma do estado naturalpermitiria tambm entender o
movimento dos corpos sujeitos a foras locais de presso, seja qual
fosse o meio ambiente onde essas foras se manifestassem. [A presso
] o esforo que as partes contguas fazem para penetrar umas nas
dimenses das outras. [...] A presso s existe entre partes contguas
at que a presso seja transmitida s partes mais longnquas de um
determinado corpo, quer seja duro, mole ou fluido. (NEWTON, 1974,
p. 54). (Lat. pressione), s. f. acto ou efeito de apertar ou de
comprimir; (fig.) coaco; violncia; influncia que coage; fora que
actua sobre uma superfcie; (Fs.) grandeza fsica definida pelo
quociente entre a fora e a rea da superfcie onde essa fora se
exerce. Na verdade o conceito de presso de Newton limitado e
limitador porque deriva dos processos de trabalho numa prensa pr
industrial para espremer os sucos e leos de frutos pisados e
portanto o seu uso em fsica deve-se tanto as analogias como aos
conhecimentos mecnicos adquiridos entretanto no aperfeioamento
destes ofcios. De qualquer modo, quando Newton refere que a presso
s existe entre partes contguas at que a presso seja transmitida s
partes mais longnquas de um determinado corpo est a usar um
conceito de fora de presso retirado de uma anlise cuidadosa da sua
realidade fsica que
2. deveria ter levado o mesmo cientista, por analogia
incontornvel, a negar a possibilidade de a gravidade se poder
transmitir distncia sem meio substancial entre partes contguas,
tanto mais que as foras de presso passivas da natureza como as do
meio atmosfrico, por exemplo, mais no so do que o resultado do peso
das partes contguas que assim fazem esforo para penetrar umas nas
dimenses das outras. Mantendo a analogia do gradiente da presso
atmosfrica com o da gravidade verificamos que tanto o peso como a
presso so menores com a altitude. Se parece ocorrer algo inverso
com a profundidade martima pura aparncia porque o aumento da
profundidade na gua equivalente a uma diminuio da altitude
atmosfrica. Quando se d conta de que o peso diminui com a acelerao
da gravidade a simples verificao de que esta depende da massa do
planeta devia levar-nos concluso intuitiva de que tambm a presso do
ter menor num planeta pequeno por ser menor a presso que este
exerce sobre o espao-tempo, o seja sobre a substancia real do espao
sideral equivalente res extensa celestial dos antigos e de
Descartes. Foi a lgica da existncia inevitvel de uma gradiente
gravitacional que levou a mecnica hamiltoniana a criar o conceito
de campo de foras que nos formalismos matemticos da relatividade de
Einstein acabou nas deformaes do espao-tempo. Figura 1: Campo de
foras de gravidade. Para actualizar o racionalismo lapaliciana de
Aristteles do lugar natural das coisas Descartes decidiu passar a
falar do estado natural das coisas afirmando que cada coisa
permanece no seu estado, se nada o alterar; assim, aquilo que uma
vez foi posto em movimento continuar sempre a mover-se. [21] De
facto, hoje em dia sabemos que a Fsica de Aristteles era uma cincia
qualitativa, uma gramtica do movimento da natureza e um estudo da
realidade que podia ser percebida pelos sentidos de uma pessoa com
o bom senso da sua poca. Pelo contrrio, a fsica de Descartes tendia
a ser o estudo de toda a realidade extensa mas acabou por ter pouco
ou nenhum valor cientfico, tirando meia dzia de intuies geniais
para a poca como a da fora centrfuga. 22. Em que consiste a leveza
da matria celeste. Mas como o vazio no existe volta da Terra e como
esta no tem em si a fora que a faz girar sobre o seu eixo durante
as vinte e quatro horas, pois impelida pelo trajecto da matria
celeste que a circunda e que a penetra por todos os seus poros,
ento devemos considerar a Terra como um corpo sem qualquer
movimento; e igualmente devemos pensar que,
3. relativamente a ela, a matria do cu no seria leve nem pesada
se tivesse apenas a agitao que a faz girar em vinte e quatro horas
com a Terra. Na verdade, parece que Descartes teve alguns sculos
antes do tempo a intuio da existncia da matria escura que parece
corresponder a 90% da matria do universo. Como que Descartes sabia
tanto a respeito da matria celeste? Que provas empricas ou que
argumentos racionais levavam Descartes a especular sobre o
movimento dos cus de uma forma to categrica sem sequer nos dar
argumentos intermdios para seguirmos o seu racionalismo?
Explicitamente muito! Primeiro, a aceitao da impossibilidade do
vazio como um dos aspectos da tradio clssica mais fceis de aceitar
no apenas por ser tambm dos mais difceis de contrariar
empiricamente como sobretudo porque iam ao encontro do seu
postulado da substncia absoluta da res extensa. Depois, porque pela
sua segunda lei da Natureza (recebida de Galileu): todo o corpo que
se move tende a continuar o seu movimento em linha recta. Vejamos
algumas das simples, mas geniais, experincias realizadas por
Galileu e que provaram a sua teoria do movimento. Ele considerou
vrios objetos movendo-se em dois planos inclinados. Notou que bolas
descendo pelo plano em declive ganhavam velocidade enquanto que
bolas subindo pelo plano em aclive perdiam velocidade (Ver Figura
2). Figura 2: Galileu mostrou que bolas ganham velocidade ao descer
e perdem ao subir. Concluiu, dessa simples experincia, que se o
plano for horizontal as bolas no ganham nem perdem velocidade.
Certamente, na prtica, as bolas diminuem sua velocidade at atingir
a condio de repouso. Isso, porm, no era devido sua "natureza", e
sim, ao atrito com a superfcie. Essa concluso foi apoiada por
experincias realizadas com superfcies cada vez mais lisas. Quanto
mais lisa era a superfcie, mais tempo demoravam as bolas para
parar. Se no houvesse nenhum atrito, concluiu, as bolas nunca
parariam. -- Uma pequena histria do movimento, Valdir Aguilera.
Esta lei da inrcia decorre dos esforos da fsica medieval para
compreender o impulso dos projcteis e a tendncia natural para a
conservao da energia de que Descartes iria fazer a primeira lei
universal da conservao da energia e da quantidade de movimento. No
entanto esta lei viria a ser posta em causa de forma categrica e
matemtica no sculo dezanove pelo Princpio natural da Degradao da
Energia que afirma que impossvel converter totalmente calor em
trabalho...ou seja, impossvel a reciclagem perfeita do movimento de
forma a cumprir com o princpio da conservao til da Energia. Por
isso o determinismo esbarra com a possibilidade de haver sempre
em
4. qualquer processo de busca da razo pura um desperdcio
aleatrio de racionalidade real. Transformaes reversveis: so aquelas
que se realizam em ambos os sentidos, podendo voltar ao estado
inicial, passando pelas mesmas situaes intermedirias, sem
influncias do meio externo. Isso ocorre geralmente em transformaes
mecnicas sem atrito. Na verdade a experincia de Galileu apenas
prova o que se encontra nos limites dos termos do enunciado: se no
houvesse nenhum atrito, os corpos fsicos nunca parariam...e os
corpos teriam movimento eterno como os anjos porque seriam
transformaes irreversveis como os astros celestes...porque o atrito
existe por toda a parte, incontornvel e sem ele no existe movimento
real. Na realidade, na natureza todas as transformaes termodinmicas
espontneas so irreversveis. A fora de atrito uma fora de importncia
indiscutvel. Sem atrito nada se altera e tudo desliza e escorrega e
nada para ou anda. Sem atrito um carro fica sem aderncia estrada
como que em roda livre; desliza, patina e deixa de obedecer direco
do condutor. O atrito uma fora de resistncia ao movimento relativo
entre as superfcies em contato e que s existe porque as superfcies
no so completamente lisas. importante tambm assinalar que a fora de
atrito depende da fora de compresso que o objeto faz com a
superfcie de apoio (Fora Normal). Ento, fica fcil entender que
quanto mais o objeto pressionar essa superfcie, maior ser a fora de
atrito. Ou seja, o atrito ser tanto maior quanto maior for a massa
e o contacto. Para superfcies rgidas, a fora de atrito no depende
muito da rea de contacto mas em superfcies lquidas, pastosas ou
gasosas, quanto maior a rea de contato, maior a fora de atrito.
Basicamente, existem dois tipos de fora de atrito: fora de atrito
esttico e fora de atrito cintico. Tanto um quanto o outro esto
sempre contrrios tendncia de movimento ou movimentao dos corpos.
Assim, de repente damos conta de que o realismo de Aristteles
poderia ser exagerado mas nenhum movimento possvel sem a fora
adicional que mantm a velocidade constante para vencer as foras de
atrito. De facto, o atrito funciona como um travo constante, ou
seja um acelerao negativa constante que tem que ser compensada com
uma acelerao constante razo pela qual o movimento real em
velocidade uniforme no possvel sem motor de traco constante...tal
como previa Aristteles. Onde este sbio realista e honesto falhou
foi na compreenso do impulso que mais no do que uma salto contra o
atrito s possvel com uma grande fora potencial inicial por um
processo de acumulao de energia potencial capaz de uma grande
acelerao instantnea capaz de saltar por cima das foras de atrito
durante algum tempo. Mas a grande lio que o atrito nos d a de que
no possvel desprezar por muito tempo pequenas foras por razes
didcticas ou formais porque estas com o tempo acumulam-se como lixo
debaixo do tapete que no caso das leis do movimento acabam por
revelar-se inultrapassveis em processos a
5. altas velocidades como foi o caso do relativismo em que o
meio ambiente sem atrito veio a ser reposto na forma de
espao-tempo. Na verdade, a primeira lei do movimento clssico
despreza sobranceiramente o meio de interaco que levou Leibniz a
propor uma fsica relacional. Obviamente que o mundo relacional da
fsica no poderia ser o da famlia humana, tratado na
psicossociologia, mas seguramente o das cincias naturais onde o
meio ambiente fornece as condies de atrito. Por isso a 1 lei de
Newton em vez de dizer que todo corpo continua em seu estado de
repouso ou de movimento uniforme em linha recta, a menos que seja
forado a mudar aquele estado por foras aplicadas sobre ele deveria
dizer algo mais simples, ao estilo do racionalismo cartesiano:
Todos os corpos fsicos tendem a manter o seu estado natural, ou
seja manter-se-o em repouso ou movimento conforme as condies
ambientais em que se encontram. O movimento natural, na ausncia de
foras externas constrangedoras, tender a ser o uniforme em linha
recta, mas, em qualquer dos casos ser sempre o mais adequado ou
seja, o que em boas condies ambientais melhor respeitar o princpio
da economia de meios e a lei do menor esforo reconhecido em fsica
como principio da mnima aco. Referem-se as boas condies ambientais
porque na prtica as condicionantes externas podem ser complexas e
redundarem em situaes complicadas e caticas, difceis de equacionar.
Como corolrios implcitos deduzimos que os movimentos circulares so
sempre situao quase contra natura. As condies do movimento violento
de Aristteles poderia com mais propriedade ser assim aplicado aos
corpos sujeitos artificialmente ao movimento circular tal como aos
que naturalmente so forados pela gravidade. Como qualquer corpo que
gira a terra teria que ser arrastada por algo como a substancia
celeste porque no passou pela cabea de Descarte que o sistema Sol /
Terra pudesse estar sujeita a um binrio qualquer resultante de uma
desequilbrio dinmico no seu estado natural por uma causa qualquer
especfica do sistema planetrio. Porm, e uma vez que tem muito mais
do que a necessria para o efeito, emprega a que tem em excesso para
girar mais depressa do que a Terra no mesmo sentido, e tambm faz
outros movimentos diferentes para todos os lados; ora, como estes
movimentos no podem continuar em linhas to rectas como aconteceria
se a Terra no estivesse no seu caminho, por isso [no s fazem um
esforo para a tomar redonda ou esfrica, como se disse a respeito
das gotas de gua, como tambm esta matria celeste tem mais fora para
se afastar do centro volta do qual gira do que algumas partes da
Terra], o que faz com que seja leve em relao a ela. Como soube este
filsofo sem deduzir de outras informaes, que a matria celeste tem
fora muito mais do que a necessria para o efeito e depois o resto,
tal como tambm esta matria celeste tem mais fora para se afastar do
centro volta do qual gira do que algumas partes da Terra], o que
faz com que seja leve em relao a ela? Obviamente que o racionalismo
especulativo de Descartes teria que entrar em rbita! Se, mesmo com
falta de dados empricos, a fsica de Descartes tivesse sido
argumentada com um sistema rigoroso de provas (se no geomtricas e
matemticas pelo menos silogsticas) possivelmente o melhor do seu
pensamento
6. teria derrotado o idealismo ingnuo de Newton! No entanto, o
papel da matria celeste no movimento dos astros e na gravidade
carecia de uma explicao mais clara que, pela sua semelhana com a
substancia extensa e com o espao, beneficiaria muito mais da
matemtica e da geometria que foi o que Newton acabou por fazer com
muito mais eficcia. 23. a leveza desta matria celeste que torna os
corpos terrestres pesados. H que notar [Fig. 26] que a fora com que
a matria celeste tende a afastar- se do centro da Terra s far
efeito se as partculas que nela se afastam subirem para o lugar de
algumas partes terrestres que descem ao mesmo tempo para o lugar
delas. Como todo o espao volta da Terra est preenchido pela sua
matria ou pela celeste, e como todas as partculas do segundo
elemento que constituem as celestes tm fora semelhante, no se
expulsam mutuamente dos seus lugares. Mas dado que a mesma fora no
existe na Terra quando alguma das suas partculas se encontra mais
afastada do seu centro do que as partes do cu que podem subir no
seu lugar, claro que ento devem subir e, consequentemente, faz-la
descer para o seu lugar. Assim, cada um dos corpos que chamamos
pesados no impelido para o centro da Terra por toda a matria
celeste que a circunda, mas apenas pelas partes desta matria que
sobem para o seu lugar quando esta desce; e consequentemente, todas
em conjunto so portanto to volumosas como ele. Por exemplo, se B um
corpo terrestre cujas partculas so mais espessas do que as do ar
que o rodeia, de modo que os seus poros contm menos matria celeste
do que os da poro deste ar que deve subir para o seu lugar caso
desa, evidente que a matria celeste - que mais abundante nesta poro
do ar do que neste corpo B - tende a afastar-se do centro da Terra
e tem fora suficiente para fazer com que se aproxime dele
[dando-lhe, assim, a qualidade que se chama peso]. De facto, ideia
de entender a gravidade como uma mera aplicao do princpio de
Arquimedes ao universo fascinante e tentadora. A matria celeste
faria de super fluido etreo que actuando constantemente como vis a
tergo explicaria a razo pela qual a queda dos graves se dava de
forma acelerada. 26. Por que razo os corpos pesados no agem como
tais quando se encontram entre os seus semelhantes. H que lembrar
tambm que todos estes movimentos so circulares, no sentido j
explicado [Parte lI- Art. 33]. Donde se segue que um corpo no pode
ser arrastado para baixo pela fora do seu peso se outro corpo no
subir simultaneamente para ocupar o mesmo espao, ainda que no seja
to pesado. (..) bvio que Descartes entendia a gravidade como uma
questo de presso e impulso da matria celeste. 27. Por que razo
tendem para o centro da Terra. Finalmente, observe-se que apesar de
as partes do cu se moverem simultaneamente de muitas maneiras,
contudo harmonizam-se no equilbrio e na posio entre si, de tal modo
que estendem a sua aco igualmente por todos os lados at onde for
possvel. Assim, pelo simples facto de a massa da Terra repugnar aos
movimentos devido sua dureza, todas as partes do cu tendem a
afastar-se igualmente da sua proximidade, seguindo linhas rectas
tiradas do centro, a no ser que haja causas particulares que
introduzam qualquer contrariedade. Posso conceber duas ou trs
destas causas, mas ainda no soube nem pude fazer nenhuma experincia
que me certifique se os seus efeitos so sensveis ou no. Descartes a
respeito da gravidade pensou como se fora j um fsico relacional
brasileiro dos tempos actuais ao afirmar pelo simples facto de a
massa
7. da Terra repugnar aos movimentos devido sua dureza, todas as
partes do cu tendem a afastar-se igualmente da sua proximidade...e
acabou dizendo pouco mais do que tinha dito Aristteles e os
escolsticos gticos. Nem mesmo o que j tinha sido dito por Galileu
mereceu as referncias de Descartes. No entanto ir tentar conseguir
o que os newtonianos nunca tentaram sequer. Sustentar a mecnica
celeste sem foras ocultas actuando distncia! 6. Explicao da
Gravidade segundo a Filosofia Mecnica: Por que sentimos que o
chumbo mais pesado do que a cera? Qual a origem da gravidade?
Descartes considerava que a Terra gira em torno de seu eixo movido
pelo vrtice de matria celeste. Na superfcie da Terra, tal matria se
move mais rapidamente do que os corpos grossos, como se fosse um
vento. Sua tendncia para sair para fora (em movimento centrfugo,
assim como a funda mencionada acima) seria maior do que os corpos
de matria terciria, mais lentos. Essa sada da matria celeste (que
se daria inclusive por entre os interstcios dos corpos mais
grossos) tende a criar um vcuo em baixo da matria terciria, de
forma que esta tem uma tendncia a preencher este (quase) vcuo,
descendo verticalmente (a mesma explicao era tambm dada em termos
de diferenas de presso da matria celeste). Assim, os corpos caem,
devido rotao da matria celeste em torno da Terra, para preencher o
espao deixado por essa matria celeste. A explicao para a rbita da
Lua em torno da Terra a mesma: matria celeste se afasta da Terra,
devido ao movimento do vrtice em torno de nosso planeta, e a Lua
obrigada a preencher o vcuo que se formaria, desviando assim de seu
trajeto retilneo natural. (...) A teoria da gravitao de Descartes
tinha um problema srio, que era o fato de que a tendncia centrfuga
da matria celeste de se afastar do centro de rotao, digamos da
Terra, se dava apenas no plano perpendicular ao eixo da Terra. 1
Por que ento os corpos caem em direo ao centro da Terra, mesmo fora
do Equador? Christiaan Huygens (1629-95) buscou resolver este
problema em seu Discurso sobre a Causa do Peso, redigido em 1669
mas s publicado em 1690.i12 Substituiu o vrtice cilndrico de
Descartes por um vrtice esfrico, imaginando que as partculas da
matria etrea giram em torno da Terra em todas as direes. A
velocidade v dessas partculas obedeceria relao v 2/r = g, onde r o
raio da Terra e g a acelerao dos corpos em queda livre. Uma pedra
que fosse solta no ar seria atingida em sua parte superior por
matria celeste de velocidade maior, e assim, segundo ele, tenderia
para o centro da Terra. Para sustentar sua teoria, Huygens realizou
experimentos em uma mesa giratria com um recipiente cilndrico de
gua, com seu centro no eixo de rotao da mesa. Pedaos de cera
levemente mais pesados do que a gua, que se encontravam no fundo do
recipiente, tendiam para o centro do recipiente (isto , para o eixo
de rotao) a partir de uma certa velocidade de rotao, j que no
conseguiam acompanhar o movimento da gua (devido ao atrito com o
fundo do recipiente). 1 A verdade que em apoio deste facto temos os
planetas com anis! No entanto este bice viria a ser corrigido por
Huygens ao postular que este rotaria esfericamente como a
atmosfera!
8. A teoria mecnica dos vrtices planetrios explicava bem o fato
de os planetas se moverem no mesmo plano em torno do Sol, em
movimento aparentemente circular, e de suas rotaes e revolues se
darem no mesmo sentido. Nas palavras de Huygens (1686): Os planetas
nadam em matria. Pois, se no o fizessem, o que impediria os
planetas de se afastarem, o que os moveria? Kepler quer,
erroneamente, que seja o Sol. A teoria da gravitao de Newton (1687)
foi a primeira a explicar as leis de Kepler, e a evidncia
experimental a favor de rbitas elpticas levou tanto Huygens quanto
Leibniz a tentar formular uma explicao mecnica para elas, em 1690
(at Newton tentou fazer isso, como aparece na Questo 21 de seu
livro Opticks). O primeiro efeito da obra de Newton foi ento o
fortalecimento da teoria mecnica dos vrtices planetrios. Mas a
partir de 1720, a nova gerao de fsicos no Continente Europeu se
convenceu da superioridade do programa newtoniano. No entanto, as
ideias de Descarte seriam consideradas adiantadas demais para o seu
tempo e acabou trado pelos seus compatriotas franceses porque a
partir de 1720, a nova gerao de fsicos no Continente Europeu se
convenceu da superioridade do programa newtoniano 7. Teoria Cintica
da Gravitao: Em 1782, muito tempo depois da queda da filosofia
mecnica, George Louis Le Sage, em Genebra, encontrou uma maneira
elegante de explicar a lei da gravitao de Newton por meio de
princpios mecnicos (ou seja, envolvendo apenas foras de contato).
Sua teoria pode ser chamada uma teoria cintica da gravitao,
inspirada na idia formulada por Daniel Bernoulli para gases, em
1738. Na verdade, sua teoria semelhante a uma proposta feita por um
matemtico suio, amigo de Newton, Nicolas Fatio de Duillier, em
torno de 1693. A ontologia de Le Sage envolve corpsculos
ultramundanos, bastante leves, que bombardeariam todos os corpos
pesados de todos os lados. Um corpo perdido no espao receberia um
nmero de impactos mais ou menos igual de todos os lados,
permanecendo assim em um estado inercial. Mas quando dois corpos
esto prximos, como a Terra e a Lua, um deles bloquearia parte dos
corpsculos ultramundanos que atingiria o outro, como na formao de
uma sombra. Desta forma, os corpos se atrairiam. Le Sage ajustou
seus parmetros de forma a obter a lei da gravitao de Newton. Para
explicar porque corpos mais densos exercem maior fora
gravitacional, Le Sage teve que adotar a teoria cartesiana da
matria, e supor que um corpo menos denso tem mais espao vazio em
seu interior. A teoria cintica da gravitao uma idia que
periodicamente volta cena, ora defendida por detratores da fsica
oficial, ora incorporada em teorias cosmolgicas sofisticadas. --
Filosofia Mecnica, Questo: Como explicar a gravidade sem foras
distncia? Em torno de cada estrela ou planeta existiria um turbilho
"esfrico" onde estas partculas realizariam intensos movimentos de
rotao em todos os sentidos ao redor do corpo central. Os planos das
trajetrias destas partculas se distribuiriam aleatoriamente, mas
passantes pelo centro do corpo. Huyghens afirmava que, se no
interior deste turbilho esfrico existissem fragmentos mais
9. pesados de matria, o movimento do turbilho provocaria o
deslocamento destas partes slidas em direo ao corpo central. Esta
seria, segundo ele, a explicao para a gravidade. (...) Pode-se
observar que a figura do turbilho aparece em quase todas as teorias
cosmolgicas elaboradas para descrever o nascimento do universo.
Esta idia, segundo se sabe, provm dos filsofos da sia Menor tendo
como principais personagens Thales, Anaximandro e Anaxmenes. A
maior parte dos filsofos gregos da Antigidade que propuseram suas
teorias cosmognicas, alm dos pr-socrticos da sia Menor, pode-se
citar Herclito (540-480 a.C.), Parmnides (c. 540-450 a.C.),
Anaxgoras (c. 500-428 a.C.), Leucipo (c. 540-? a.C.)-Demcrito (c.
460-370a.C.) e Empdocles (c. 490-439 a.C.). Porm, nem todos
utilizaram os tornados como base emprica de suas teorias. (...)
Finalmente a teoria de Huyghens nos permite compreender um pouco
melhor a afirmao de Aristteles [3]: '...que os cus se movendo em
torno dela a alta velocidade, impede todo movimento da Terra como a
gua num copo ao qual dado um movimento circular que mantm esta gua
no interior do copo.' Portanto, a crena de que o movimento
rotacional de um corpo ou de um sistema de corpos gera uma ao
centrpeta, tanto mais intensa quanto maior for a velocidade de
rotao, muito antiga e Huyghens nada mais fez do que tentar
encontrar razes que permitem compreender o sentido desta referncia
da parte de Aristteles. (...) - Fundo de Apoio Cincia e Tecnologia
do Conselho Municipal de Cincia e Tecnologia do Municpio de Vitria,
ES. Podemos suspeitar que Descartes acreditava que o movimento de
giro dos astros dependia de um binrio rotativo resultante da aco do
turbilho da matria celeste em torno dos astros. At hoje a matria
celeste tarda em ser identificada mas tambm o ar atmosfrico tardou
em ser fisicamente comprovado! 49. Entre estas partes redondas deve
haver outras mais pequenas que preenchem todo o espao onde esto.
Mas como no pode haver espao vazio em recanto algum do universo, e
porque as partculas da matria so redondas, s podero unir-se
estreitamente se no deixarem pequenos intervalos entre elas, e por
isso necessrio que estes pequenos intervalos sejam preenchidos por
quaisquer outras partes desta matria, que devem ser extremamente
pequenas para mudarem continuamente de figura a fim de se adaptarem
dos locais onde entraram. Assim, devemos pensar que aquilo que
sobressai dos ngulos das partes da matria medida que se arredondam,
friccionando-se umas contra as outras, to diminuto e adquire uma to
grande velocidade que a impetuosidade do seu movimento o pode
dividir em partes incontveis, as quais, por no terem espessura nem
figura determinadas, preenchem facilmente todos os pequenos
intervalos por onde as outras partes da matria no podem passar. 50.
Estas partculas dividem-se facilmente. necessrio observar que
aquilo que sai da frico das partes da matria medida que se
arredondam, se toma mais pequeno e por isso movimenta-se mais
facilmente e toma-se novamente diminuto [ou divide-se em partes
ainda mais pequenas do que aquelas que j tm], pois quanto ma1s
pequeno um corpo mais superfcie tem em proporo com a quantidade da
matria, e a grandeza desta superfcie faz com que encontre muitos
mais corpos que o foram a mover-se e a dividir-se [ao passo que
a
10. sua matria diminuta faz com que possa resistir menos sua
fora]. 51. Estas partculas movem-se mais depressa. Embora aquilo
que sai da frico das partes que se arredondam no possua qualquer
movimento, contudo deve mover-se muito mais depressa, pois enquanto
seguem por caminhos direitos e abertos obrigam esta raspadura ou
poeira entre elas a passar por outras passagens mais estreitas e
mais desviadas, pela mesma razo que quando num fole fechado
lentamente o ar sai mais depressa se o buraco for estreito. J
demonstrei acima que deve haver necessariamente alguma parte da
matria que se move extremamente depressa e se divide numa
infinidade de partculas para que todos os movimentos circulares
existentes no mundo se possam fazer sem qualquer rarefaco nem
vazio; e no creio que se possa imaginar alguma mais apropriada a
este efeito [do que aquela que acabo de descrever]. evidente que
numa poca dominada pela alquimia de cujos malefcios para a sade nem
Newton conseguiu livrar-se e na ausncia de ideias qumicas bsicas
Descartes s poderia ter feito especulaes racionalistas condenadas
ao fracasso. 52. H trs elementos principais no mundo visvel. Deste
modo, j podemos considerar que encontrmos na matria duas formas
diferente, e que podem ser consideradas como as formas dos dois
primeiros elementos do mundo visvel. A primeira que [esta frico
obrigou-a a separar-se das outras partculas da matria quando se
arredondaram e], movendo-se com tanta velocidade que ao
encontrar-se com outros corpos a simples fora da sua agitao
suficiente para ser friccionada e dividida por eles numa infinidade
de partculas, adquirindo tal figura que preenchem sempre e de forma
exacta todos os espaos ou pequenos intervalos volta dos seus
corpos. A segunda a restante matria, cujas partculas so redondas e
pequenssimas comparadas com os corpos [que vemos na Terra]; apesar
de tudo [tem alguma quantidade determinada, de modo que] podem
dividir-se noutras mais pequenas. E haver uma terceira forma
nalgumas partes da matria, isto , naquelas que devido sua espessura
e figuras no demonstrar que] todos os corpos deste mundo visvel se
formam de trs formas [presentes na matria] como trs elementos
diversos, a saber: o Sol e as estrelas fixas tm a forma do primeiro
destes elementos, os cus a do segundo, e a Terra, os planetas e os
cometas a do terceiro. Uma vez que o Sol e as estrelas fixas nos
enviam luz, dando-lhes o cu passagem, e a Terra, os planetas e os
cometas [a repelem e] a reflectem, parece-me que tenho alguma razo
para me servir destas diferenas - luminosidade ou transparncia,
opacidade ou obscuridade, que so as principais que podem
relacionar-se com o sentido da viso para distinguir os trs
elementos deste mundo visvel. Assim, comeamos a duvidar que ter
sido o excesso de tanta especulao gratuita, de que no se aproveita
mais do que a vaga ideia, que s actualmente se poderia fazer com o
conhecimento que se tem das partculas subatmicas, que ter feito
desanimar os espritos agitados do iluminismo francs a seguir o seu
discurso palavroso e a optarem pelo discurso pragmticos e
matematicamente claro de Newton. 15. As principais aces mediante as
quais estes corpos se produziram. A explicao da primeira {sobre o
movimento geral das esferas celestes]. A primeira consiste no
movimento em geral das partculas da matria celeste; a segunda
[naquilo que se chama] o movimento; a terceira, na luz; e a quarta,
no calor. Pelo movimento das partculas da matria celeste geralmente
entendo a sua agitao contnua, que to grande que no s suficiente
para o fazer dar uma grande volta anual em redor do Sol e outra
diria volta da Terra, mas tambm para as pr em movimento de muitas
outras maneiras. Ora, quando adquirem o seu trajecto
11. para qualquer lado prosseguem sempre o mais possvel em
linha recta, e por isso ao misturarem-se com as partculas do
terceiro elemento (que constituem todos os corpos desta regio mais
elevada da Terra) produzem muitos efeitos. Anotarei de seguida os
trs principais. 16. O primeiro efeito desta primeira aco, que
tornar os corpos transparentes. (...) 31. Por que razo o calor
habitualmente dilata os corpos onde se encontra. Finalmente, deve
observar-se que esta agitao das partculas dos corpos terrestres est
na origem de ocuparem mais espao do que quando em repouso ou quando
menos agitadas. A razo disto deve-se ao facto de terem figuras
irregulares, podendo ser melhor arrumadas ao lado umas das outras
quando conservam a mesma posio do que quando o seu movimento as
altera. Donde se segue que o calor torna todos os corpos terrestres
rarefeitos - uns mais do que outros - de acordo com a diversidade
de figuras e a organizao das partculas. [Assim, pode condensar
alguns, porque as partculas se organizam melhor e se aproximam mais
umas das outras, quer sejam agitadas ou no, como se disse a
respeito do gelo e da neve nos Meteoros]. Por tanto, se algum se
atrever a dizer que Descartes no tinha pensado em tudo, a respeito
da objeco mais bvia de que um mundo de partculas esfricas geomtrica
e necessariamente impossvel sem espaos vazios entre as esferas,
engana-se porque o filsofo deixou previsto que a grande agitao do
calor que dilata os corpos impede a objeco de uma aumento potencial
do vazio porque previu especulativamente que isso se deve ao facto
de terem figuras irregulares, podendo ser melhor arrumadas ao lado
umas das outras quando conservam a mesma posio do que quando o seu
movimento as altera. Supomos mesmo que Descartes se limitou a usar
a tradio dos pitagricos que postulavam por inspirao mstica que o
calor do fogo era ardente por ser feito de espculos de matria
celeste na forma de tetraedros, seno mesmo outras figuras
irregulares.
12. Mas no h nada na especulao de Descartes que leve a supor
que o mdulo fractal das esferas corpusculares de tamanhos
progressivamente quase nulos por causa dos movimentos circulares
necessariamente ultra-rpidos do vrtice da matria celeste ou outra
no se repita ad infinitum. Pelo contrrio, o postulado das figuras
irregulares manifestamente forado e usado como Deus ex mquina para
salvar a impossibilidade do vazio entre os espaos esferulares tanto
mais que no mundo sensvel o modelo da esfericidade s ocorre nos
leitos dos rios onde a esfericidade se estende a todos os tamanhos
sendo as figuras irregulares de regra a todos os nveis de tamanho
nos depsitos sedimentares sujeitos a menor eroso. Em qualquer dos
casos a natureza no nos manifesta exemplos analgicos onde elementos
de figuras irregulares sirvam como meios de ligao excepto talvez
como modo intencional na arquitectura de pedra lascada! Com figuras
irregulares ou no, duvidoso que se possa aceitar a divisibilidade
da matria sem uma qualquer ideia de vazio. Desde logo o vazio
relativo a qualquer coisa em concreto no sentido de que um aafate
de cerejas fica vazio quando todas as cerejas so comidas! Depois
porque num preenchimento de espao extensivo, que seria o mais
prximo da racionalidade, por materiais de construo numa pavimentao
ou num muro, tende a usar-se figuras regulares que no esfricas como
era o caso das pirmides de Giz onde os blocos paraleleppedos eram
justapostos de modo tal que seria quase impossvel uma folha de
papiro passar entre eles. Tentar fazer o mesmo com esfera quase
como tentar a quadratura do crculo para ultrapassar a
irracionalidade e transcendncia do pi ()! A este propsito e
postulando por fora da eternidade do movimento uma tendncia para a
esfericidade da matria poderamos tentar saber qual a relao entre o
pleno esfrico e o vazio relativo extra esfrico pelo clculo simples
da relao de volumes entre um cubo das coordenadas espaciais e uma
esfera nele inscrito. Para = 1 Vazio relativo = 3 4/3 r3 = 1 1/6* 1
0,523 0,48. Assim, parece que por meras razes matemticas ligadas
fora do movimento e do , o rcio entre o pleno e o vazio seria quase
metade por metade, com ligeira vantagem do cheio!
13. Obviamente que a relao entre o cheio e o vazio so
irremediavelmente relacionais e relativos e por isso o contingente
conjuntural e dever depender das situaes em anlise mas seguramente
que estamos perante uma metafsica que s pode ser superada no por
uma fsica ps moderna, que de relacional dever ter pouco, mas pelo
paradigma ou pensamento sistmico prevista na teoria geral dos
sistemas. A cincia do sculo passado adoptava a mecnica clssica como
modelo do pensamento cientfico. Isso equivale a pensar nas coisas
como mecanismos e sistemas fechados. A cincia de nossos dias adopta
o organismo vivo como modelo, o que equivale a pensar em sistemas
abertos. (...) Sistema pode ser definido como um conjunto de
elementos interdependentes que interagem com objectivos comuns
formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes
comporta-se, por sua vez, como um sistema cujo resultado maior do
que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem
independentemente.(...) Mas para entender a viso sistmica, primeiro
precisamos delinear as principais caractersticas de um sistema,
dentre as quais podemos citar: Um sistema composto por partes.
Todas as partes de um sistema devem se relacionar de forma directa
ou indirecta. Um sistema limitado pelo ponto de vista do observador
ou um grupo de observadores. Um sistema pode abrigar outro sistema.
Um sistema vinculado ao tempo e espao. Evidentemente que,
contrariamente aos puristas de todas as teorias a racionalidade
manda que sempre que possvel se mantenha a simplicidade, coerncia e
congruncia da teoria, a objectividade e realismo de anlise e a
estabilidade racional das invarincias de pensamento procurando
sempre que possvel repor velhos caminhos supostamente perdidos mas
sempre renovados e repetidos. S se lembra dos caminhos velhos Quem
tem saudades da terra. No caso especfico da fsica esta precisa
sobretudo de introduzir no seu seio a velha ideia do campo de aco
fsica, enquanto extenso do antigo meio ambiente das Cincias
Naturais, ainda presente na rex extensa de Descartes. Na verdade
Descartes iniciou antes de Newton a ideia de que a fsica moderna,
enquanto Cincia da Natureza, no poderia subsistir sem uma Qumica,
que estava longe de ser inventada. No entanto, a intuio da matria
celeste era a que veio a ser o ter e que acabar por ser o vazio
quntico ou o ter subatmico, seno a matria escura, pela de energia
negra. Aps muito observar o Universo prximo e distante, os
astrnomos e fsicos chegaram concluso que a matria como a
conhecemos, formada pelos tomos da tabela peridica, constitui
somente 4% do Universo. Ou seja, no sabemos a natureza do que
constitui 96% do Universo!
14. O que conhecemos o que chamamos de matria barinica, feita
de prtons e neutrons. O que no conhecemos so a matria escura, que
constitui algo como 23% do Universo e a energia escura, que
constitui uns 73%. (...) Existem algumas hipteses para tentar
explicar a energia escura. Uma delas que a energia necessria para
acelerar o Universo vem do vcuo. De fato, experimentos de
laboratrio tm demonstrado que o vcuo tem mesmo energia, s que os
valores obtidos no so os esperados pela teoria, e ainda h um longo
caminho a trilhar at entendermos a natureza da energia escura.
Obviamente que o termo encontrado para definir a matria em falta
corre o risco de ser apelidado de politicamente incorrecto por
apelar ao racismo. Para alm da ironia, a matria escura poder ser o
lado obscuro do mundo, a sombra do universo e uma das razes pela
qual a noite preta. No entanto, dificilmente matria ser opaca
porque de outro modo o universo seria invisvel. Seja como for, o
que se pensa sobre a matria escura ainda muito especulativo porque
o seu estudo anda relacionado com a interpretao do efeito Doppler
relacionado com a lei Hubble porque esta se baseia na constncia da
velocidade da luz. Ora, e mais racional seria pensar que estamos
perante meros movimentos aparentes ou seja perante um falso efeito
Doppler porque a realidade seria outra. O deslocamento para o
vermelho do espectro electromagntico da luz visvel significaria no
um aumento da velocidade de afastamento dos corpos radiantes por
uma mecnica complexa do universo mas seria um fenmeno simples de
leis naturais relacionadas com o movimento aparente da luz
relacionado com a sua fadiga energtica quando proveniente de fontes
luminosas progressivamente mais distantes o que muito mais lgico de
que postular a existncia de uma energia repulsiva. De facto, se
estamos procura de uma causa mecnica para a fora da gravidade
sustentvel pela matria escura no faria sentido postular uma energia
repulsiva fantasmagrica que iria substituir as dificuldades
racionais da gravidade. De resto, postular a fadiga da luz no seno
um sinal de respeito pelas leis inexorveis da termodinmica como
sobretudo um corolrio intuitivo da aplicao do princpio do atrito
aos fotes sujeitos ao efeito de desacelerao da matria escura. Este
efeito de travagem no movimento da luz provocado pela matria escura
seria responsvel tanto pelos efeitos pticos da gravidade como pelo
aumento de
15. comprimento de onda da luz distante que, ao perder energia,
arrefece. Figura 3: Caractersticas principais das ondas
electromagnticas. Seja como for, o simples facto de a lei de Hubble
poder ter uma interpretao relativista muito mais simples decorrente
de uma rejeio do absurdo que a constncia no tempo da velocidade dos
fotes, crena que coloca as questes cosmolgicas mais no campo de
mitologia do que da fico cientfica. De facto nestes, ltimos anos os
cientistas deveriam ter comeado a desconfiar que tem havido falta
de rigor na utilizao do postulado einsteiniano da constncia da
velocidade da luz...no vcuo. De facto, no h nada de anormal na
ideia de uma velocidade constante para um mesmo meio homogneo coisa
que at o som tem. S que esta ideia pressupe a existncia de um meio
de propagao ideia que costuma ser incompatvel com a nulidade do
vazio. Por outro lado, a descoberta da matria negra deita por terra
a constncia da velocidade da luz do vcuo como sendo a regra do
universo na medida em que a regra passaria a ser a velocidade da
luz no meio da matria negra onde pode ficar sujeita a efeitos de
atrito e perda termodinmica de energia. Devido a expanso acelerada
o raio do horizonte cresce mais lentamente do que a distncia prpria
de galxias distantes. Ftons emitidos em uma galxia distante e que
viajam em nossa direo, percorrem em um certo intervalo de tempo,
uma distncia menor do que de quanto aumenta a nossa distncia at
eles nesse intervalo de tempo. Assim, eles efetivamente afastam-se
de ns e nunca chegaro at ns se a expanso continuar a acelerar.
Portanto, galxias que hoje encontram-se dentro do nosso horizonte e
de onde recebemos ftons que so detectados com nossos telescpios, no
sero mais acessveis no futuro e deixaro de ser vistas. Alm disso,
caso se confirmem os resultados atuais, de que uma constante
cosmolgica realmente domina a expanso, o Universo ir expandir-se
para sempre e no ocorrer um recolapso no futuro. Contudo, deve-se
deixar claro que existem outras possibilidades tericas compatveis
com os dados atuais. H modelos que sugerem que esta fase de
acelerao passageira, e que no futuro entraremos novamente em uma
fase em que a expanso desacelera. Dessa forma a prpria
possibilidade de um recolapso no futuro no est ainda
definitivamente descartada. A Expanso do Universo, Ioav Waga.
16. Em vez do vazio absoluto a matria negra recoloca a questo
do ter subatmico como tendo mais direito a existir do que o qumico
anestsico chamado ter porque a tradio assim o exige. O vcuo
relativo que no pode continuar a ter tal nome porque o vazio vo e o
nada...de nada serve e a natureza onde nada se perde, nada se cria
do nada, mas onde tudo se transforma tem horror ao vazio onde at
andar, apenas de passagem como a luz tem andado, perigoso, doentio
e solitrio demais para ser sensato continuar a deixar que a
relatividade geral ande a gerar quimeras e monstruosidades como os
buracos negros e a expanso acelerada do universo e outras
singularidade mticas e por vezes msticas! While it is logical to
suppose that all attractive forces ultimately arise from pushes at
some level,* the impact theory of gravity is too simplistic to
account for all the relevant facts. Like conventional gravity
theory, it cannot explain why all the planets orbit the sun in
planes which form only small angles to the suns equatorial plane,
or why all the planets circle the sun in the same direction as the
suns sense of rotation. Esta mesma dificuldade da relatividade em
explicar um disco planetrio rodando no sentido de rotao solar igual
dificuldade da gravidade newtoniana (ou outra correntemente aceite)
em explicar os anis dos grandes planetas gasosos e
trans-saturnianos, que afinal mais no so do que subsistemas solares
que colocam os planetas gasosos no papel de astros proto
estrelares. A teoria gravitacional de Newton desafiada ainda por
vrios aspectos de comportamento planetrio no nosso sistema solar,
como por exemplo os anis de Saturno e os asterides, cuja natureza
complexa e dinmica est para alm da explicao newtoniana. Como alguns
factos essenciais que a fsica clssica desconhecia eram a rotao
solar e a translao galctica podemos desde j suspeitar que estas
duas realidades cinticas deveriam fazer parte da mecnica celeste ao
ponto de terem que ser includas numa teoria da gravidade
verdadeiramente universal. Na verdade, a existncia de estrelas e
planetas deveria j ter chamado ateno para dois tipos fundamentais
de corpos massivos astrais: os que tem luz prpria e so radiantes e
os que a no tm e funcionam sobretudo como corpos negros, absorvendo
mais radiao do que a que emitem. Al estar constituida la masa por
los filamentos de la globina en forma compacta y rizada, la masa es
un gran acumulador de energa de deformacin reversible. Debido a la
simetra radial del estado de la materia que constituye la gravedad,
la resultante de la fuerza gravitatoria estar orientada hacia la
masa responsable del campo gravitatorio. El impulso de un neutrn
debido a este mecanismo del modelo gravitatorio tendr siempre el
mismo componente vectorial unitario; en otras palabras, la direccin
de la fuerza gravitatoria es independiente de si el neutrn se mueve
hacia el centro del campo gravitatorio, se aleja de l o se
encuentra en rbita circular. En el primer caso se producir una
aceleracin debida a la gravedad, en el segundo una aceleracin
gravitatoria negativa y en el tercero una aceleracin centrpeta. No
limite, todos os corpos massivos so ambas as coisas razo porque
todos esto sujeitos lei da gravidade mas obviamente que os corpos
radiantes
17. luminosos esto longe de ser um bom modelo de corpo negro. A
cosmologia de Descartes baseava-se na noo de que cada estrela tinha
em torno de si um grande vrtice, que giraria da maneira como faz o
nosso sistema solar. Ou seja, o Sol uma dentre as vrias estrelas, e
os planetas orbitam sua volta porque so carregados por uma espcie
de redemoinho de matria. Descartes fez observaes de redemoinhos em
tonis de vinho, e pode-se observar que objetos flutuantes giram em
torno de si mesmos no mesmo sentido que a rotao do lquido: ora,
exatamente isso que acontece com os planetas do Sistema Solar! As
estrelas, enquanto astros com luz prpria funcionariam como
geradores de energia radiactiva electromagntica capazes de
induzirem campos electromagnticos e ondas de plasma rotativos por
sua vez capazes de imprimirem ao meio (vacum) sideral uma energia
cintica rotativa do tipo da batedeira elctrica que arrastaria
consigo o espao-tempo ou seja a realidade enquanto meio fsico
natural e que seria responsvel tanto pelo movimento dos planetas
como pela existncia de discos planetrios e ficaria assim explicada
a existncia dos movimentos de translao dos planetas que no fora a
de um movimento inato reportado para a origem do universo bem como
ficaria explicada a fora propulsora do sistema solar em torno da
Via Lctea responsvel pela precesso dos equincios. 30. Todos os
planetas so transportados volta do Sol pelo cu que os contm. Depois
de estes raciocnios terem assim acabado com todos os possveis
escrpulos acerca do movimento da Terra, pensamos que a matria do
cu, onde se encontram os planetas, gira continuamente volta como um
turbilho, no centro do qual est o Sol, e que as suas partes prximas
do Sol se movem mais depressa do que
18. aquelas que esto afastadas at a uma certa distncia] e que
todos os planetas (no nmero dos quais daqui em diante colocaremos a
Terra) permanecem sempre suspensos entre as mesmas partes desta
matria do cu. S assim, e sem recorrer a qualquer engendrao,
explicaremos facilmente os fenmenos que se observam nelas. o que
acontece quando lanamos palhinhas ou outros corpos muito leves nas
curvas dos rios em que a gua engrossa e faz remoinhos: algumas
giram volta do prprio centro, e com maior velocidade quanto mais
prximas esto de centro do remoinho. Finalmente, ainda que estes
remoinhos paream andar sempre s voltas, nunca descrevem crculos
totalmente perfeitos e por vezes alargam-se em comprimento e
largura [de modo que suas partes da circunferncia que descrevem no
distam igualmente do centro]. Assim, fcil imaginar que o mesmo
acontece com os planetas, bastando isso para explicar todos os seus
fenmenos. (...) 155. Por que razo os plos do equador esto mais
afastados do que os da elptica. Tambm no nos espantaremos que o
eixo sobre o qual a Terra gira durante o dia no seja paralelo ao da
elptica no qual perfaz a sua trajectria durante um ano, e que a sua
inclinao (que d origem diferena entre o Vero e o Inverno) seja
superior a 23 graus. que o movimento anual da Terra na elptica est
principalmente determinado pela trajectria de toda a matria celeste
que gira volta do Sol, como se deduz do facto de todos os planetas
seguirem em conjunto a sua trajectria de acordo com a elptica. Mas
so os espaos do firmamento donde vm as partes caneladas do primeiro
elemento, e que so os mais apropriados a passar pelos poros da
Terra, que determinam a situao do eixo sobre o qual diariamente
gira, tal como as partes caneladas do origem direco do man, como
explicaremos a seguir. E uma vez que consideramos que todo o espao
em que agora se situa o primeiro cu conteve outrora catorze
turbilhes ou mais, nos centros dos quais havia astros que se
transformaram em planetas, no podemos supor que os eixos sobre os
quais todos estes astros se movem estivessem voltados para o mesmo
lado, j que isto no estaria de acordo com as leis da Natureza, como
se demonstrou anteriormente. Mas h motivos para pensar que os plos
do turbilho que tinha a Terra no seu centro estavam voltados para
quase todos os espaos do firmamento relativamente queles em que os
plos da Terra ainda se encontram, e sobre os quais efectua a sua
rotao diria; e so estas partes caneladas provenientes destes
lugares que a retm nesta posio, pois prestam-se mais a entrar nos
seus poros do que aquelas que vm dos outros locais. A figura do
turbilho na teoria cartesiana est ainda hoje indissoluvelmente
associada s teorias do processo de gerao do cosmos e tambm manuteno
e estabilidade dos sistemas planetrios ideia que ao que parece j
vinha dos pr-socrticos. O embasamento emprico das teorias dos
pr-socrticos explicitamente indicado por Aristteles em seu tratado
Os Cus: '... a forma da causao supe que todos eles se baseiam na
observao dos lquidos e do ar, nos quais os corpos maiores e mais
pesados sempre se movem para o centro do turbilho. Isto pensado por
todos os que tentam gerar os cus por este meio para explicar por
que a Terra se situa no centro.' A figura da aco distncia at para
Newton era um engulho difcil de engolir. No entanto ainda hoje
prevalece a aceitao tcita desta ideia transposta para o relativismo
einsteiniano na forma de uma figura de contraco do espao- tempo
pela massa gravtica. A polmica entre os newtonianos e os
cartesianos, relativa a esse tema, foi tambm longa e vibrante. A
principal crtica dos cartesianos com respeito teoria de Isaac
Newton (1642-1727) referia-se figura da ao distncia implicada na
sua teoria da gravitao. Para os cartesianos era uma idia inaceitvel
do comportamento
19. da natureza e, como ensinava Descartes, as aes entre as
partes materiais devem, necessariamente, ser por contato direto,
impulsivas e nunca atrativas. Newton no props nenhuma teoria
cosmognica, porm, a ao do turbilho cartesiano na manuteno da
dinmica planetria confrontava-se diretamente com sua descrio
gravitacional. Conseqentemente isto levou Newton a analisar de
perto a existncia e funcionalidade dos turbilhes cartesianos. No
Livro II, de sua obra Princpios Matemticos de Filosofia Natural
[10], na Seo IX e em funo dos teoremas de nmeros. 39, 40 e 41 e
esclios, Newton examina o comportamento fsico- matemtico dos
turbilhes. Num turbilho infinito, ou mesmo confinado em um vaso
cilndrico, gerado por uma esfera em rotao uniforme no interior de
um fluido homogneo, os tempos de rotao dos pontos do turbilho
variam na razo do quadrado das distncias destes pontos ao centro do
turbilho6 . Newton demonstrou que: 1. Se um corpo de mesma
densidade que o fluido for arrastado pelo turbilho, ele percorrer
rbitas circulares e ter perodo de rotao proporcional ao quadrado de
sua distncia ao centro do turbilho; 2. Se um corpo de densidade
maior que a do fluido turbilhonar, for arrastado por este, no
realizar uma trajetria fechada e sim uma espiral tendendo a se
afastar do centro do turbilho; 3. Se um corpo de densidade menor
que a do fluido for arrastado por este, percorrer uma trajetria em
espiral e se dirigindo ao centro do turbilho; 4. Como os tempos de
rotao das rbitas planetrias descobertas por Kepler so proporcionais
raiz cbica dos quadrados das distncias mdias ao sol, Newton conclui
que a ao dos turbilhes cartesianos est em contradio com as leis de
Kepler. O resultado desta anlise mostra que os turbilhes
cartesianos no se conformam s leis astronmicas: portanto, esta
teoria foi rejeitada. Em 1644, o filsofo e matemtico francs Ren du
Perron Descartes (1596-1650) publicou o livro intitulado Principia
Philosophiae (Princpios de Filosofia), no qual formulou sua Teoria
dos Vrtices para explicar a gravitao. Para a formulao de sua Teoria
da Gravitao, Descartes consideraram que a matria, embora toda da
mesma espcie, fosse constituda dos elementos gregos (vide verbetes
nesta srie) que variavam de tamanhos: as maiores compunham a terra,
as mdias, o ar, e as menores, o fogo. Todos esses elementos eram
agrupados em vrtices, em cujo centro ficavam as partculas de fogo,
que eram rpidas. Ainda para Descartes, no centro de cada vrtice
formava-se uma estrela. As estrelas, contudo, tinham a tendncia a
se cobrir com matria grossa para se constituir em um planeta; se,
contudo, este tivesse uma excessiva massa que o fizesse vaguear de
um vrtice para o outro, ele tornar-se-ia um cometa. Por fim, nesse
modelo cartesiano, os planetas eram capturados e arrastados por
vrtices (redemoinhos, turbilhes) de partculas de ter cartesiano
(diferente do ter aristotlico), em cujo centro estava o Sol; por
sua vez, os satlites planetrios eram velhos planetas formados h
muito tempo. Segundo esse modelo turbilhonar cartesiano, a Terra
seria um elipside, alongado no sentido de seu eixo polar. [Colin A.
Ronan, Histria Ilustrada da Cincia 3 (Jorge Zahar Editor, 1987)].
Por seu lado, em 1687, o fsico e matemtico ingls Sir Isaac Newton
(1642-1727) publicou o tratado intitulado Philosophiae Naturalis
Principia Mathematica (Princpios Matemticos da Filosofia Natural),
composto de trs livros. No Livro I, Newton trata do movimento dos
corpos no vcuo, inclusive dos movimentos orbitais elptico,
parablico e hiperblico, devido a foras centrais, ocasio em que
demonstrou as Leis de Kepler (vide verbete nesta srie). Ainda nesse
Livro I, e logo em seu comeo, h a formulao das famosas trs Leis de
Newton: 1.) Lei da Inrcia; 2.)
20. Lei da Fora ( ); e 3.) Lei da Ao e Reao. No Livro III,
Newton apresentou a Lei da Gravitao Universal: A gravidade opera
proporcionalmente quantidade de matria e propaga sua virtude para
todos os lados a distncias imensas, decrescendo sempre como o
inverso do quadrado da distncia. Com essa lei, encontrou a
``estrutura do sistema do mundo e, dentre as proposies demonstradas
no Livro III, encontra-se o clculo da forma da Terra: achatada nos
polos e alongada no equador, justamente o oposto do modelo
cartesiano. Figura 4: La Galaxia NGC 1672. NGC 1672 es una galaxia
espiral barrada vista de frente desde nuestra perspectiva, que se
encuentra a ms de 60 millones de aos luz de distancia en la
direccin de la constelacin austral del Dorado. Os planetas gasosos
enquanto proto estrelas seriam mais radiantes do que seriam corpos
negros o que explicaria os seus anis. Teoricamente tambm nenhum
planeta morto (sem actividade vulcnica ou magmtica interna) seria
capaz de suportar satlites. No lado oposto da escala astral
estariam os planetas e copos ultra massivos, como os supostos
buracos negros, que seriam sobretudo absorventes e onde por isso as
foras atractivas seriam preponderantes. Assim, a analogia com a
dualidade de cargas elctricas estaria, a nvel gravitacional, entre
corpos radiantes geradores de foras centrfugas e os corpos negros
planetrios geradores de foras centrpetas. Afinal os Cosmos est
cheiro de Turbilhes cartesianos na forma de galxias! As foras
obscuras que os alimentam no podem ser meras deformaes geomtricas
do espao tempos como querem fazer crer os relativistas a menos que
estejamos a aceitar que o movimento pura iluso.
21. A realidade apenas uma iluso, ainda que muito persistente.
(Albert Einstein). Figura 5: Uma das caractersticas do Universo que
nele est tudo em movimento. Figura 6: A estrela LL Orionis (
esquerda na foto) produz um vento mais energtico do que o nosso
vento solar e provoca um choque espetacular de nuvens de gs na
nebulosa de Orion, revela a mais recente foto da NASA e da Agncia
Espacial Europeia (ESA) desta nebulosa difusa, que se encontra a
uma distncia de 1500 a 1800 anos-luz da Terra. O choque frontal
semelhante onda provocada pela proa de um barco em movimento sobre
a gua.
http://expresso.sapo.pt/choque-espetacular-na-nebulosa-orion=f784665.
O vento solar no ser ainda o ter mas pode ser a fora que impede o
sistema planetrio de entrar em colapso por fora da gravidade e a
sua realidade tem que ser tomada em conta para o estudo do
equilbrio dinmico do sistema solar onde desde h muito se sabe que
os planetas no giram em torno do sol de forma estacionria mas
progredindo em torno da Via Lctea arrastados pelo sol. Neste caso,
o Sistema Solar (o Sol, planetas, luas, etc) viaja ao redor da
Galxia. O Sol e todo o Sistema Solar demoram cerca de 250 milhes de
anos a
22. completar uma rbita ao redor da nossa Galxia. O Sol viaja a
uma velocidade de 782.000 kms por hora. Sabe-se que uma poro de ar
situada numa regio donde existe gradiente de presso atmosfrica ser
acelerada e ganhar velocidade medida que se aproximar duma regio de
baixa presso atmosfrica, resultando ento o vento. Assim, tal como
os gradientes de presso horizontal geram o vento seria possvel
postular que algo parecido ocorreria na queda dos graves. Na
verdade, a analogia simplista da gravitao universal dos corpos
celestes com a queda dos graves na terra parece to inverosmil como
a anedtica ma de Newton. No entanto, a tentao de associar a
gravitao a um jogo de foras simples muito prximo do fluido
atmosfrico do meio terrestre, entre Presso Atmosfrica e Impulso de
Arquimedes, pareceria impedir a existncia de gravidade nos planetas
sem atmosfera, como a Lua, onde j se sabe existir gravidade na
precisa proporo da prevista por Newton. Assim sendo, seria a Presso
Csmica do vacum sideral que tem sido chamado ter o responsvel pela
gravidade. Seja como for, a gravidade existe, objectiva e desde
logo inegvel mesmo sem que seja preciso partir a cabea com a queda
de uma ma! Mas tem que ser explicada por uma teoria que a faa
entender como realidade actuante do campo gravitacional que seja
mais do que uma mera e fantstica variao formal na geometria do
espao-tempo. De facto, as caractersticas que a relatividade geral
empresta ao espao- tempo que entrou pelo vo da porta aberta pelos
relativistas foram as roupas do ter que estes rejeitaram. Segundo a
teoria gravitacional de Le Sage, a queda dos corpos teria como
causa a fora de presso dos corpsculos ultra-mundanos (Essas
partculas teriam massa insignificante, grande velocidade (superior
velocidade da luz) e inelasticidade absoluta.): quando um corpo se
aproxima de outro corpo com massa, a presso de irradiao bloqueada
em um dos lados (de ambos os corpos), gerando uma diferena de
presso e a consequente aproximao das duas massas, ou a queda
propriamente dita. A presso proveniente de baixo barrada
proporcionalmente densidade dos materiais. Massas mais densas
ofereceriam uma menor permissividade penetrao de tais partculas. A
teoria, portanto, exclui o conceito de fora atrativa; pertencendo
categoria das teorias com base na presso ou explicaes cinticas da
gravitao.
23. No deixaria de ser atractivo dar conta de que as
caractersticas postuladas por Le Sage para o gravites do ter
parecem corresponder s caractersticas dos neutrinos. No entanto no
parece ser este o parecer dos fsicos qunticos...porque estes no
querem que assim seja. Actualmente e independientemente de los
modelos tipo Fatio (e Le Sage), la posibilidad de que los neutrinos
generen empuje en el marco de la gravedad cuntica fue considerada y
descartada por Feynman. De resto nem ser preciso repousar apenas
sobre os neutrinos. Basta pensar na quantidade de entidades
subatmicas possveis e imagina-las a preencher o vazio sideral onde
correspondero mataria escura que pelo simples facto de existirem ir
gerar uma aco presencial que no geral acaba por dar ao vcuo uma
presso presencial igual fora de gravidade. Vcuo quntico seria o
espao no qual aparentemente no existe nada para um observador
qualquer, mas que contm uma quantidade mnima de energia, campos
eletromagnticos e gravitacionais principalmente e partculas
virtuais (partculas de fora) interagindo entre si. (...) Podemos
concluir que no existe um vcuo absoluto, mas um estado mnimo de
energia, o estado fundamental, no qual existem pares de partculas
virtuais (partculas portadoras de fora, como o grviton, por
exemplo, que media a fora gravitacional) interagindo entre si. A
energia positiva de uma partcula virtual cancela a energia negativa
da outra, e vice-versa, ou seja, o que existe o "Vcuo Quntico".
Assim, tudo o que voc leu est absolutamente sobre a formula F =
KqQ/d. Seja como for a ideia utpica de encontrar uma teoria nica
para todas as foras do universo no comporta orgulho muito diverso
do antigo antropocentrismo geocntrico. De qualquer modo sempre
possvel postular uma fsica que se aproxime da viso global do senso
comum dos mais esclarecidos dos homens de saber e cincia. La Teora
de la Equivalencia Global se apoya en el Principio de Conservacin
Global, en su ecuacin fundamental o Ley Gravitacional de
Equivalencia y en algunos postulados filosficos como los
siguientes:
24. La realidad fsica no depende del observador, solo su
percepcin y su descripcin. El tiempo es relativo desde el punto de
vista subjetivo de la vida, pero este aspecto es irrelevante en el
mbito de la fsica objetiva o convencional. Una teora cientfica es
buena si es til, pero es mucho mejor si, una vez entendida, adems
tiene sentido comn. -- M Jos T. Molina. A energia do vcuo ou
energia do vazio uma energia de fundo existente no espao inclusive
na ausncia de todo tipo de matria. A energia do vcuo tem uma origem
puramente quntica e responsvel por efeitos fsicos observveis como o
efeito Casimir. A energia do vcuo permite a evaporao de um buraco
negro atravs da radiao Hawking. A energia do vcuo teria tambm
importantes consequncias cosmolgicas estando relacionado com o
perodo inicial de expanso inflacionria e com a aparente acelerao
actual da expanso do Universo. Alguns astrofsicos pensam que a
energia do vcuo poderia ser responsvel pela energia escura do
universo (popularizada no termo quintessncia) associada com a
constante O Efeito Casimir causado pelo fato do espao vazio ter
flutuaes do vcuo, pares de partculas virtuais - antipartculas
virtuais que continuamente se formam do vcuo e tornam ao vcuo um
instante depois. O espao entre as duas placas restringe o alcance
dos comprimentos de onda possveis para estas partculas virtuais e
ento poucas delas esto presentes dentro desse espao. Como
resultado, h uma menor densidade de energia entre as duas placas do
que no espao aberto; em essncia, h menos partculas entre as placas
que do outro lado delas, criando uma diferena de presso que alguns
erroneamente chamam "energia negativa" mas que realmente no seno
devida a uma maior presso fora das placas que entre elas, o que as
empurra uma contra a outra.
25. O efeio Casimir, previsto em 1948 pelo fsico holands
Hendrik Casimir da Phillips, s foi demonstrado em 1997, e constitui
evidncia de que o vcuo tem uma energia associada. Mesmo que alguns
queiram ver neste efeito mera gravidade a nvel quntico a verdade
que a sua previsibilidade racional abre caminho para entender de
forma mais realista essa mesma gravidade. A Energia do Vcuo Como em
fsica clssica a energia associada ao movimento de uma partcula,
veio ento com uma certa surpresa a descoberta de Werner Heisenberg,
Pascual Jordan e Max Born de 1925, em um dos artigos de fundao da
mecnica quntica[1] , que mesmo uma caixa de volume V sem nenhum
fton dentro deveria ter uma energia associada, segundo a mecnica
quntica, de onde o ndice zero em E0 subentende que a energia da
ausncia de todas as partculas (o vcuo) e a soma sobre todas as
possveis freqncias que podem existir dentro da caixa. Isso devido
ao fato de que se descreve a luz na ausncia de qualquer efeito
causado por uma partcula carregada como uma oscilao do campo
eletromagntico, decomposta em uma soma sobre osciladores harmnicos
de freqncia . Como em mecnica quntica o oscilador harmnico possui
uma energia
26. mnima de , segue o resultado da energia mnima do campo
eletromagntico. O estado fsico que se associa a essa energia mnima
o vcuo. O significado dessa energia do vcuo ficou durante muitos
anos obscuro: no se sabia como dar um resultado finito para essa
soma, ento tipicamente o tratamento de problemas da luz ou outras
partculas era realizado negligenciando a soma, sob a justificativa
de que pode-se escolher o zero de energia. Porm, h pelo menos duas
circunstncias conhecidas em que isso no possvel: quando efeitos
gravitacionais so includos, o que d origem ao chamado problema da
constante cosmolgica, ou quando h uma mudana no volume da caixa V
que contm o vcuo, que produz o efeito Casimir. (...) Se ns tivermos
uma regio de vcuo e permitimos que o volume V dessa regio mude,
ento tambm mudam as energias permitidas existir dentro desse
volume. No difcil entender porqu: se um dos lados da caixa tem
comprimento L, o comprimento de onda da luz que poderia existir
dentro da caixa no pode ser maior que L (s fraes de L so
permitidos). Se o comprimento da caixa muda para L + L, ento a soma
sobre k da energia do vcuo muda e passa a incluir agora os modos de
comprimento de onda L + L. Variar a energia do sistema requer
trabalho, ento mudar o tamanho da caixa vai exigir a aco de uma
fora. A fora resultante do trabalho que altera a energia do vcuo ao
aumentar a distncia d de duas placas metlicas de rea A foi
calculada por Casimir, do centro de pesquisa da Phillips de
Eindhoven, em 1948: . Para duas placas de 1 cm2 de rea separadas
por uma distncia de 1m, essa fora um milionsimo do peso de 1 grama
na superfcie da Terra! Certamente pequena, mas no impossvel de ser
observada. Se ns colocarmos duas placas metlicas na vertical fixas
a uma distncia d, ento ser necessrio aplicar a fora de Casimir para
evitar que o vcuo atraia as duas placas. difcil aceitar as
propostas da mecnica relacional para resolver os equvocos da fora
gravitacional porque esta postula que a constante de gravitao
universal G depende da distribuio de matria no universo que sendo
infinitamente grande no mnimo difcil de calcular voltando a
basear-se num postulado to arbitrrio como a constncia da velocidade
da luz! Vaidade (de no ter) vaidade, tudo vaidade! Evidentemente
que a questo de que tudo vaidade neste mundo vo, nunca ser
inteiramente resolvida pelas cincias naturais! No entanto as
teorias que se servem do mecanismo intuitivo do movimento por
impulso, de prximo em prximo, e que se servem do modelo sistmico da
competio pelo territrio de interaco acabam por no explicarem
inteiramente o movimento. Visto de perto, um monte de feno onde
esvoaam pssaros que se atiram contra a gravidade de corpo feito ao
vento revela-nos que nos limites das interfaces aparecem sbitas
foras em desequilbrio instvel que parecem desafiar todas as foras
conhecidas da natureza. A fora biolgica parece uma das foras que
mais se atreve a desafiar a gravidade com que joga e brinca com
suprema subtileza acabando sempre por lhe sucumbir na hora da morte
trmica inexorvel. O jogo das foras na natureza impe a certeza de
que Deus joga aos dados por necessidade! A realidade sempre o
encontro do acaso
27. com a necessidade. fora de ter tentado por todos os meios
retirar Deus da Natureza para dela afastar o acaso deixando nela
apenas a vil escravatura do determinismo a necessidade remanescente
constante de explicar o que focou sempre por explicar em todas as
teoria fsicas retomam a necessidade da causa final! Se Deus no
desse sentido vida era teria de o encontrar em si mesma. A vida
nasce da vida ad infinitum e vida por mais v que ela seja um
desafio constante ao absurdo da existncia. A vida escala humana no
pode ser a nica forma de realidade organizada. O Universo inteiro
tem que ter uma supra organizao que nos escapa por agora mas
aceit-la no pode estar para alm do entendimento. A biologia moderna
foi explicada pela bioqumica do carbono e esta pela instabilidade
elctrica dos tomos onde a singularidade subjectivo parece voltar a
perder-se sobretudo medida que os cientistas positivistas teimam em
fazer da realidade subatmica um mundo mais determinista do que o
Cosmos newtoniano. No entanto O impondervel, antes repelido e
negado, voltar ao mundo, atendendo ao apelo do homem. - Pietro
Ubaldi (A Nova Civilizao do Terceiro Milnio). Obviamente que no
sabemos que tipo de subjectividade estar por detrs da fsica quntica
mas a verdade que a vida nasce da vida que est para alm dela e por
detrs dela. O finalismo est ao lado do determinismo e a causa final
deve ser encontrada onde menos se espera: no vazio csmico da matria
escura que inegavelmente a ultima fronteira da realidade sensvel. A
mecnica quntica desvendou para o homem moderno um novo e
extraordinrio panorama oculto na realidade fenomnica do microcosmo,
onde ela se deparou com um irrefutvel domnio, a permear toda a
nossa realidade: o impondervel. E terminou por redesenhar uma
diferenciada cosmoviso, a implantar-se nas paisagens paradigmticas
do novo milnio que se inicia. Velhos pilares da fsica clssica e os
fundamentos da dimenso macrocsmica em que vivemos foram
profundamente abalados. O profissional da rea de sade, porm, muitas
vezes alheio a essas estonteantes revelaes, de modo geral ainda no
absorveu o profundo impacto dessa nova viso de mundo. E suas
importantes concluses at ento no se estenderam ao campo biolgico,
onde possivelmente resultaro em significativas mudanas, com
consequncias at mesmo na prtica mdica vigente. Gilson Freire, (Este
artigo foi originariamente escrito para integrar um dos captulos da
obra Sade e Espiritualidade, uma coletnea de trabalhos que associam
a espiritualidade medicina, composto em parceria com o prof. Mauro
Ivan Salgado e publicada pela Editora Inede em novembro de 2008.)
Retomando o nosso raciocnio: Radiao Pura ou Energia Pura. Esta
seria a substncia existente no incio do CosmosPura Energia em
Movimento, isto , quantidade de movimento. Sendo: E = m.c2 m = E/c2
E, por outro lado: p = m.v m = p/v
28. Igualando ambas as equaes, vem que: E/c2 = p/v Considerando
que as altas energias deste Universo, preenchido por radiao pura,
tornaria essas partculas virtuais altamente energticas e que a
maior parte da sua energia seria encerrada no seu movimento
frentico, sibilando constantemente de um lado para outro.
Substituindo na equao v por c, tem-se que: p = E.c / c2 p = E/c
Mais uma vez, Quantidade de Movimento; que mais no do que Energia
em Movimento. Este era o estado inicial do nosso Universo! Momento
e Energia! As nicas grandezas verdadeiramente fundamentais Cludia
Penlope Fournier, A Viagem no Tempo. Mais do que fsica a especulao
feita na base de leis fsicas simplificadas corre o risco de ser
pura metafsica mas, ainda assim, a mais aceitvel, porque pelo menos
a nica que decorre de bases naturais. No entanto, no raciocnio
anterior de Cludia Penlope Fournier nota-se, como frequentemente
nos filosficos, pelo menos duas passagens que merecem o reparo de
poderem ser consideradas inadequadas para poderem ser passveis de
generalizao ao ponto de constiturem matria de f metafsica.
Primeiro, a substituio da velocidade como conceito geral pela
velocidade particular da luz como constante absoluta e universal
parece abusiva porque hoje j sabemos que esta a velocidade
especfica do foto e ainda no est provado que este seja a nica forma
de pura energia, se que isso existe! Depois, o resultado desta
substituio abusiva leva a p = E/c que apenas quanto muito o
definido inicialmente: quantidade de movimento relativista, e no
Energia em Movimento porque E/c no nada que faa sentido real (como
parece ser o caso de toda a teoria da relatividade baseada na
natureza absoluta da velocidade da luz). O Peso depende do stio
onde estamos, isto , da magnitude local da acelerao causada pela
Fora da Gravidade. Correcto?! Cludia Penlope Fournier, A Viagem no
Tempo. Acho que no! Um quilo de chumbo na terra medido pela mesma
balana romana de equivalncia de massas daria o mesmo peso na Lua
porque as variaes de gravidade afectam simultaneamente todos os
objectos de medio! Se usarmos um dinammetro calibrado na terra ento
ficaremos espantados pelo facto de o quilograma padro pesar menos
na Lua com um dinammetro, porque na realidade estamos a medir foras
e no a comparar massa. Ou seja, o peso sempre equivalente massa mas
tem valores diferentes. A falta de preciso da linguagem em fsica a
maior fonte de equvocos. Em parte os paradoxos da teoria da
relatividade decorrem precisamente de o espao-tempo ser utilizado
na acepo da res extensa cartesiana e no como realidade formal
kantiana. O espao-tempo o monstro imaginrio que ficou no colo dos
relativistas que seguiram cegamente Einstein quando este tentou
deitar fora a
29. gua do ter cartesiano com a criana teimosa da constncia da
velocidade da luz. Para recuperar a criana etrea do desconhecido
que d suporte ao movimento de todos os corpos objectivos podemos
aceitar perder o termo grego do ter mas no podemos desistir do
conceito nem que seja na forma de quinta-essncia porque, na
realidade, o espao-tempo dos relativistas enquanto meio ambiente do
movimento evolutivo do cosmo tem que ter uma substancialidade
objectiva equivalente biosfera gasosa. No podemos esquecer que foi
a fsica pneumtica dos gases perfeitos e a Termodinmica que forou o
aparecimento da Qumica que ao entrar no estudo dos elementos
radioactivos que levou fsica Quntica onde a relatividade
Einsteiniana nunca consegui entrar. De resto divertido dar conta
dos desentendidos subentendidos a que os fsicos se obrigam quando
falam ambas as linguagens. Com a formao do tomo formou-se tambm as
outras trs Foras da Natureza. Portanto, estas nem sempre existiram.
Tambm estas tiveram uma origem! E isto j vai contra os princpios de
muitos fsicos, que acreditam numa Fsica mais Bblica do que Natural!
Os fsicos tericos assumem que todas as Foras da Fsica j estavam
presentes no incio do Universo! Tal como a Bblia assume que o ser
humano j estava presente desde o incio da formao da Terra, que o
Homem evoluiu de Ado. Assim os fsicos tambm acreditam que as Foras
Fundamentais da Natureza nasceram todas ao mesmo tempo, emergiram
todas do Big Bang! A meu ver, este um erro crucial Apesar de se
convencionar que a radiao e os prprios fotes so propriedades inatas
do Cosmos, bem com as prprias Foras da Natureza, a verdade que as
foras no emergiram todas em simultneo em forma de uma Grande Teoria
Unificada! Cludia Penlope Fournier, A Viagem no Tempo. Quem estava
l dentro da histria cosmolgica para a escrever e confirmar? Ningum!
Quanto muito estaria Deus que achou despiciendo inspirar o
evolucionismo a Moiss, revelao que este no iria entender. O
evolucionismo a partir do Big Bang j, todo ele, uma cedncia ao
criacionismo feita a partir da metfora da fora terrvel de uma
exploso csmica! difcil continuar a pensar que o mundo uma criao
quando tudo aponta para que a substancia da realidade seja o Ser
que obviamente Deus que se faz criar no poder criativo que a
Natureza tem. A haver erro crucial pensar que a Natureza cria em
separado a Necessidade e o Acaso. O princpio da conservao, que
desde Desacertes tem prevalecido at hoje, s nos permite suspeitar
que na Natureza nada se perde, cria e transforma apenas na condio
de a realidade absoluta do movimento pressupuser a constncia das
leis naturais. Assim, sendo inegvel que o evolucionismo a lgica
formal da mudana no tempo temos que aceitar a constncia das foras
fundamentais que tero que estar presentes na substancia da natureza
o que implica que a ter havido uma evoluo
30. da matria do universo esta ter sido na forma e no nas
condies do movimento do universo, ou seja, estas no tiveram uma
origem no tempo nem foram criadas ao acaso mas sempre estiveram
onde esto mas s se manifestam depois de acordo com as condies
formais (densidade, temperatura, etc) do Universo. De resto, as
vertigens do relativismo manifestam-se nos paradoxos que ele mesmo
patenteia. Nos primeiros instantes, quando o Universo tinha apenas
10-43 s de idade, logo aps a exploso do Big Bang, o Espao e o Tempo
ainda estavam a ser criados. As Fora da Natureza estavam combinadas
numa Fora Primordial nica, designando-a por Grande Fora Unificada.
Chama-se a esse perodo Tempo de Planck, e os seus pormenores no
podem ser explicados porque nos falta uma Teoria Quntica da
Gravidade () e as prprias Foras ainda estavam em formao.Cludia
Penlope Fournier, A Viagem no Tempo. Se achamos que podemos saber
que o Universo tinha apenas 10-43 s de idade no faz sentido dizer
que o Espao e o Tempo ainda estavam a ser criados porque no possvel
pensar universo em expanso sem espao, nem idade sem tempo. Estas
pequenas afirmaes revelam como gato escondido com rabo de fora os
equvocos bsicos de linguagem do relativismo que sistematicamente
tropea na confuso entre a realidade formal do espao e do tempo
transformados em quantidades da mesma natureza por processo
matemticos aberrantes e a realidade objectiva da histria evolutiva
da natureza e do meio ambiente. Postulando a entrada constante
desta Energia Escura no nosso Universo, h, evidentemente, uma outra
questo que me surge de imediato: Quantas so as dimenses que nos
envolvem? Trs no sero certamente. Pelo menos mais uma h. Se h mais
no sei! A entrada uniforme desta energia escura pelo nosso Universo
deve ser postulada atravs de uma Quinta Dimenso sempre omnipresente
e que nos envolve. Se o nosso Universo est a tornar-se cada vez
maior e cada vez mais depressa porque h algo do lado de l que
consegue entrar constantemente atravs desta quinta dimenso! Esta
dimenso escondida seria a porta de entrada desta energia,
responsvel por expandir o Universo em todos os pontos do espao
uniformemente. Podemos at dizer que uma Quinta Essncia que entra
atravs de uma quinta dimenso. Uma energia mgica, que sai por uma
porta mas que entra por todas! A no ser que algum tenha uma ideia
melhor, vejo-me na obrigao de introduzir este conceito diferente e
extico, ainda para ns um tanto ou quanto abstracto! Este manto que
nos envolve deve ocultar inmeros segredos, as bolhas de leo de um
hiperespao! -- Cludia Penlope Fournier, A Viagem no Tempo.
31. O universo pode ter infinitas dimenses mas o entendimento
humano s se especializou a trabalhar com trs dimenses estticas,
comprimento, largura e altura, que formam o conceito de espao e que
delimitam a geometria dos objectos e a geografia do cosmos. Claro
que no universo a massa inerte aparente e tudo , ou est em
movimento, pelo que o tempo indispensvel ao entendimento do
movimento, ou seja, o tempo enquanto quantidade tambm uma dimenso
dinmica da realidade sem a qual no haveria aco mas ento teremos que
considerar que as dimenses dinmicas so apenas duas: o espao e o
tempo, as duas dimenses dinmicas ou espcio-temporais que nos
permitem delimitar a realidade em movimento. No estudo da natureza
no podemos postular dimenses arbitrrias por capricho pessoal
especulativo que a humanidade no tenha aprendido a formalizar a
partir da sua experincia sensvel sob penas de estarmos a criar
mitos e a postular fantasmas ou no mnimo fantasias literrias que
nada tm de cientfico. EM CONCLUSO, COMO DEVEMOS ENTENDER A
GRAVIDADE? O problema que as coisas interagem sem se tocar! Como
dois ms "sentem" a presena um do outro e se atraem ou se repelem de
acordo com a situao? Como o Sol atrai a Terra? Ns sabemos que as
respostas para essas perguntas so "magnetismo" e "gravidade", mas o
que so essas foras? Em um nvel fundamental, a fora no apenas algo
que acontece para as partculas. " uma coisa que trocada entre duas
partculas". Como podemos saber? Na verdade, a fsica quntica
demonstra a necessidade de uma viso relacional da Fsica onde as
trocas de partculas mediadoras de foras ainda mal estudadas,
conhecidas e compreendidas disfaram mal a natureza profundamente
relacional da fsica natural. As coisas s podem interagir sem se
tocarem se tiverem entre si um meio ambiente de interaco que s pode
funcionar como tal se for de nvel substancial diferente dos corpos
em interaco. Ento devemos entender as foras fundamentais como o
resultado da presso da res extensa csmica cuja natureza, variedade
e complexidade ainda no entendemos nem entenderemos nunca
inteiramente! superfcie da terra as coisas caem quando perdem o
equilbrio do seu estado natural de inrcia de acordo com as
respectivas densidades decorrentes dos seus elementos
constituintes. No espao planetrio os planetas caem constantemente
em busca do seu estado natural que no podendo ser uniforme e
rectilneo toma a forma de rbitas circulares por fora do equilbrio
dinmico do seu movimento prprio e da presso csmica que impes ao
sistema planetrio a mesma procura da estratificao por densidades.
Seguramente que o motor que alimenta os movimentos prprios do
sistema solar a energia do Sol. Dito de outro modo, para tudo ficar
claro e inteligvel na Natureza basta colocar todos os corpos em
estado natural e substituir na teoria da gravidade o
32. termo atraco distncia por aproximao provocada pela presso
csmica e entender os campos de fora que geram estas aproximaes,
gravticas, electromagnticas e nucleares, como condicionantes do
meio natural respectiva escala de interaco. De facto, muitos dos
problemas da fsica moderna comearam com equvocos filosficos e
gramaticais. A diferena fundamental na explicao do equilbrio dos
planetas entre Descartes e Newton reside apenas forma como se
valorizavam as componentes do movimento circular. A ttulo de
curiosidade, o movimento circular para Descartes era tambm chamado
de movimento impedido. Os planetas eram levados em torno de um sol
central, atravs de um fluido denominado vrtex, que impedia que o
planeta continuasse se movimentando em linha reta. Porem, para
Newton este movimento era provocado pela ao da fora centrpeta. Esta
fora era dirigida para o centro de curvatura do movimento. A
vantagem de Descartes era a de no implicar foras distncia mas
implicava a existncia de vrtices do ter que ningum conseguiu ver at
hoje...mas que apesar de tudo podem estar por a fazendo parte da
matria escura e serem provocados pela rotao do sol. A possibilidade
de alm do vrtice que seguramente determina a forma complanar das
rbitas planetrias e dos anis dos planetas gigantes existir tambm a
fora da gravidade nos termos quantitativos newtonianos e nos termos
qualitativos da presso csmica do ter fazem a mecnica planetria mais
realista precisamente porque a permitem mais complexa tal como ela
se revela escala csmica. Descartes definiu a fora como sendo apena
quantidade de movimento que de facto assim que elas so quando no
resultam de campos de aco. Mas quando quantificamos esta fora como
f = mv estamos a particularizar foras que actuam a nvel da matria
barinica mas que poderiam ser generalizadas para a presso de radiao
luminosa. O mais interessante que a nvel da transmisso da
quantidade de movimento barinico podermos postular que esta obedece
s leis de A lei de Hooke e na sua forma mais simples comportar-se
como uma onda sonora deixando a suspeita de que a quantidade de
movimento de um corpo dependeria da vibrao dos seus tomos. Como
corolrio, ser afinal o impulso o resultado da contra fora sonora
dos corpos projectados sobre o ter ficando assim a questo clssica
do impulso recolocada no paradigma de Aristteles? Deste modo
passamos a ter um quantum de gravidade que a unidade fundamental de
massa: a vibrao de um proto. Passamos a entender a velocidade da
luz como uma condicionante de atrito do meio csmico, tal como se
passa com o som a nvel atmosfrico. E passamos a ter nas mltiplas
rbitas e movimentos astrais circulares a componente ondulatria que
parece omnipresente na fsica quntica. Quanto a uma teoria do todo
ela no faz sentido porque a finitude humana no nos permite abarcar
tudo no todo da realidade. A fsica possvel ser sempre relacional e
relativista desde que realista, ou seja, com os ps assentes no cho:
respeitante da localidade, contexto e da perspectiva dos fenmenos.
Mas j nos damos por satisfeitos de termos deixado a teologia aos
deuses do stimo cu, aproximado a metafsica da astrologia e deixado
a fsica liberta da
33. cosmologia fazendo-a descer terra onde ela se tem que
conformar com as restries do meio ambiente a baixas velocidades. A
fsica das altas velocidades pode ficar para os tericos do futuro
que s tero a ganhar na aproximao rumo s estrelas se no perderem a
razo prtica nem o sentido de realismo que nada prova que no seja
universal em toda a Natureza.