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leishmaniose caracteristicas gerais
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LEISHMANIOSE
TEGUMENTAR
E
LEISHMANIOSE
VISCERALUniversidade Estadual de Montes Claros –Unimontes
Leishmanioses
Leishmanioses representam um conjunto de
enfermidades diferentes entre si, que podem
comprometer pele, mucosas e
vísceras, dependendo da espécie do parasita
e da resposta imune do hospedeiro. São
produzidas por diferentes espécies de
protozoário pertencente ao gênero
Leishmania, parasitas com ciclo de vida
heteroxênico, vivendo alternadamente em
hospedeiros vertebrados (mamíferos) e
insetos vetores (flebotomíneos).
LEISHMANIO
SE
TEGUMENTA
R
AMERICANA
Leishmaniose Tegumentar
Americana
A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma
doença infecciosa, não contagiosa, causada por
protozoário do gênero Leishmania, de transmissão
vetorial, que acomete pele e mucosas;
É um protozoário pertencente a família
Trypanosomatídae com duas formas principais: uma
flagelada ou promastigota, e outra aflagelada ou
amastigota;
A leishmaniose tegumentar americana (LTA), inclui a
leishmaniose cutânea (LC) e leishmaniose mucosa(LM).
É primariamente uma infecção zoonótica que afeta
outros animais que não o homem, o qual pode ser
envolvido secundariamente.
Agente etiológico
Gênero: Leishmania
Subgênero: Vianniae Leishmania
Espécies dermotrópicas em humanos: • L. (V.) braziliensis
• L. (V.) guyanensis
• L. (L.) amazonensis
• L. (V.) lainsoni
• L. (V.) naiffi
• L. (V.) lindenberg
• L. (V.) shawi
Leishmaniose Tegumentar
Americana
No Brasil, foram identificadas 7 espécies, sendo 6 do subgênero Viannia e 1 do subgênero Leishmania. As 3 principais espécies são:
Leishmania (Viannia) braziliensis: é a espécie mais prevalente no homem e pode causar lesões cutâneas e mucosas.
Leishmania (V.) guyanensis: causa sobretudo lesões cutâneas.
Leishmania (Leishmania) amazonensis: agente etiológico de LTA, incluindo a forma anérgica ou
leishmaniose cutânea difusa.
Agente Etiológico
Vetor
Gênero: Lutzomyia
Espécies: • L. intermedia
• L. whitmani
• L. migonei
• L. flaviscutellata
• L. complexa
• L. fischeri
• L. ayrozai
Leishmaniose Tegumentar
Americana
Os vetores da LTA são insetos denominados flebotomíneos, pertencentes à ordem Diptera, família Psychodidae, sub-família Phlebotominae, gênero Lutzomyia, conhecidos popularmente, dependendo da localização geográfica, como mosquito palha, tatuquira, birigui, entre outros.
Vetores
Ele é muito pequeno, mede de 2 a 3 mm de
comprimento.
Durante o dia ele fica escondido em locais
úmidos e escuros, como quintais com
vegetação, bananeiras, galinheiros, matas,
etc.
O macho se alimenta de seiva e sucos
vegetais, não transmitindo a doença.
Requisitos para uma espécie de flebotomíneo
ser vetora:
- Deve ser antrofílica e zoofilíca;
- Deve estar parasitado;
- Deve estar parasitado com a mesma espécie de
parasito que a do homem;
- Deve ter distribuição geográfica igual ao do parasito;
- Deve transmitir o protozoário pela picada;
- Deve ser abundante na natureza;
Vetores
Epidemiologia
A LTA tem sido descrita em quase todos os países
americanos, do sul dos Estados Unidos ao norte da
Argentina, com exceção do Uruguai e do Chile. No
Brasil, a doença apresenta ampla distribuição por todas
as regiões geográficas;
No Brasil, a LTA apresenta três padrões epidemiológicos
característicos:
Silvestre;
Ocupacional e Lazer;
Rural e periurbano em áreas de colonização
O ciclo silvestre representa o padrão normal da
LTA, por isso, a proximidade da mata é imperativa no
caso das formas cutâneas e cutâneo-mucosas.
Epidemiologia
Figura 1. Evolução dos casos de LTA entre 1980 e
2007 no Brasil.
Reservatórios
Silvestres
Roedores, marsupiais, desdentados e canídeos
silvestres
Domésticos
Com raras exceções, as leishmanioses constituem zoonoses de animais silvestres, incluindo marsupiais, desdentados, carnívoros e mesmo primatas e mais raramente animais domésticos. O homem representa hospedeiro acidental e parece não ter um papel importante na manutenção dos parasitas na natureza.
Condições necessárias para um vertebrado ser considerado Verdadeiro Reservatório:
Deve ser abundante na natureza e ter a mesma distribuição geográfica que a doença;
Poder de atração ao vetor e contato estreito com o vetor;
Deve ter longo tempo de vida;
Proporção grande de indivíduos infectados;
Deve ter grande concentração do parasito na pele ou no sangue;
O parasito não deve ser patogênico para o reservatório;
Parasito deve ser isolado e caracterizado e deve ser o mesmo que parasita o homem.
Reservatórios
Figura 4: Ciclo de transmissão das leishmanioses
Transmissão
Mecanismo de Transmissão
A transmissão se dá através da picada de insetos
transmissores infectados. Não há transmissão de pessoa
a pessoa ou animal a animal.
Período de Incubação
Tempo entre a picada inseto e aparecimento da lesão inicial – 2 semanas a 3 meses
hospedeiro mamífero reservatório natural do parasito
raramente produz doença;
Apenas a fêmea do mosquito transmite a doença.
Transmissão
Figura 5: Ciclo biológico do vetor
Imunopatogênese
HOMEM
Mosquito inocula na
derme
FORMAS PROMASTIGO
TAS
Atração dos macrófagos (4 a 8 h fagocitose
induzida)
Transformação em FORMAS
AMASTÍGOTAS
Resistem ação dos lisossomas divisão
binária
Rompe membrana macrófago
Libera AMASTÍGOTA
S no tecido
Fagocitadas iniciando uma
reação inflamatória no local
Imunopatogênese
Classicamente, a doença se manifesta sob duas formas: leishmaniose cutânea e leishmaniose mucosa, essa última também conhecida como mucocutânea, que podem apresentar diferentes manifestações clínicas.
Infecção Inaparente;
Leishmaniose linfonodal;
Leishmaniose cutânea (LC);
Leishmaniose mucosa ou mucocutânea
Sinais clínicos nos animais: Semelhante a encontrada em humanos
Apresentações Clínicas
Leishmaniose cutânea (LC)
Forma cutânea localizada
Forma cutânea disseminada
Estágio inicial –placa infiltrativa
Estágio inicial – ulceração
Apresentações Clínicas
Placa infiltrativa
Bordas crostosas
Áreas satélites
(nódulos)Sintomas sistêmicos:
- Febre
- Mal-estar
- Dores musculares
-
Emagrecimento
- Anorexia
Leishmaniose mucosa ou mucocutânea 3 –5% dos casos
Secundária a lesão cutânea Surgimento após a cura clínica
Evolução crônica e sem tratamento adequado
Lesões múltiplas e acima da cintura
Sexo masculino
Faixas etárias mais velhas
Ocorrem dentro de 10 anos 2 anos após a cicatrização da lesão de pele
L. (V.) braziliensis
Montenegro fortemente positivo
Apresentações Clínicas
Diagnóstico diferencial
Diagnóstico Clínico
Diagnóstico Laboratorial
a) Exames parasitológicos;
b) Histopatológico;
c) Exames imunológicos;
d) Testes moleculares;
e) Teste intradérmico de Montenegro ou da
Leishmania;
f) Caracterização das espécies.
Diagnóstico
Drogas de primeira escolha no tratamento da LTA: o
antimoniato-N-metil-glucamina (antimoniato de meglumina) e o
estibogluconato de sódio.
- Esquema terapêutico preconizado para as diversas formas clínicas de LTA:
Tratamento
Drogas de segunda escolha: Anfotericina B (Primeira
escolha para gestantes) e Pentamidina.
O controle da LTA deve ser abordado, de maneira abrangente, sob os aspectos da vigilância epidemiológica, medidas de atuação na cadeia de transmissão, medidas educativas e medidas administrativas
Nas áreas de maior incidência, as equipes do Programa Saúde da Família podem ter importante papel na busca ativa de casos e na adoção de atividades educacionais junto à comunidade.
Nas áreas de perfil periurbano ou de colonização antiga deve-se buscar a redução do contato vetorial através de inseticidas de uso residual, do uso de medidas de proteção individual como mosquiteiros, telas finas nas janelas e portas (quando possível), repelentes e roupas que protejam as áreas expostas, e de distanciamento mínimo de 200 a 300 metros das moradias em relação à mata.
Outra estratégia de controle seria a abordagem dos focos de transmissão peridomiciliar, implementando as condições de saneamento evitando o acúmulo de lixo (matéria orgânica) e de detritos que possam atrair roedores e pequenos mamíferos, somadas as melhorias das condições habitacionais.
Prevenção e Controle
LEISHMANIO
SE VISCERAL
Leishmaniose Visceral
A leishmaniose visceral (LV) ou Calazar, zoonose típica
de regiões tropicais, atualmente é considerada como
uma das endemias prioritárias no mundo;
É uma doença sistêmica grave que atinge as células do
sistema mononuclear fagocitário do homem e
animais, sendo os órgãos mais afetados o
baço, fígado, linfonodos, medula óssea e pele.
A leishmaniose visceral vem constituindo um sério e
importante problema de saúde pública devido à
gravidade das manifestações da doença, à sua
incidência e pelo seu alto índice de letalidade quando
não tratada.
Agente etiológico
Gênero: Leishmania
Subgênero: Leishmania
Espécies: • L. (L.) donavani
• L. (L.) infantun
• L. (L.) chagasi
Leishmaniose Tegumentar
Americana
Forma flagelada ou
promastigota
Forma aflagelada ou
amastigota
Os agentes etiológicos da leishmaniose visceral são protozoários tripanosomatídeos do gênero Leishmania, parasita intracelular obrigatório das células do sistema fagocítico mononuclear, com uma forma flagelada e outra aflagelada ou amastigota;
Leishmania (Leishmania) donovani: presente no continente asiático;
Leishmania (Leishmania) infantun: presente na Europa e África;
Leishmania (Leishmania) chagasi:responsabilizada pela doença nas Américas
Agente Etiológico
Vetor
Gênero: Lutzomyia
Espécies: • Lutzomyia longipalpis
• Lutzomyia cruzi
Leishmaniose Tegumentar
Americana
Os vetores da LTA são insetos denominados flebotomíneos, pertencentes à ordem Diptera, família Psychodidae, sub-família Phlebotominae, gênero Lutzomyia, conhecidos popularmente, dependendo da localização geográfica, como mosquito palha, tatuquira, birigui, entre outros.
Ele é muito pequeno, mede de 2 a 3 mm de comprimento.
A atividade dos flebotomíneos é crepuscular e noturna. No intra e peridomicílio, a L. longipalpis é encontrada, principalmente, próximas a uma fonte de alimento. Durante o dia, estes insetos ficam em repouso, em lugares sombreados e úmidos, protegidos do vento e de predadores naturais.
Vetores
Epidemiologia
Esta zoonose encontra-se amplamente distribuída em 65
países, no qual a cada ano são notificados cerca de
500.000 novos casos, destes, estão concentrados na
Índia, Nepal, Sudão, Bangladesh e Brasil, sendo que este
último representa 90% dos casos nas. No Brasil, a região
mais acometida pela leishmaniose visceral é o
nordeste, chegando a 77% dos registros de casos.
O aparecimento de casos humanos normalmente é
precedido por casos caninos e a infecção em cães tem
sido mais prevalente do que no homem.
A doença é mais freqüente em crianças menores de 10
anos (54,4%), sendo 41% dos casos registrados em
menores de 5 anos. O sexo masculino é
proporcionalmente o mais afetado (60%).
Epidemiologia
Figura 1. Distribuição dos casos de LTA entre 1980 e
2007 no Brasil.
Figura 2. Casos de LV no Brasil por Regiões (1980-
2007)
Epidemiologia
Reservatórios
Silvestres
Raposas e marsupiais
Domésticos
A transmissão se dá pela picada das fêmeas de insetos
flebotomíneos das espécies Lutzomyia longipalpis ou Lutzomyia
cruzi infectados pela Leishmania chagasi.
Alguns autores admitem a hipótese da transmissão entre a
população canina através da ingestão de carrapatos infectados e
mesmo através de mordeduras, cópula, ingestão de vísceras
contaminadas;
Não ocorre transmissão direta da LV de pessoa a pessoa ou de
animal para animal.
Conforme as características de transmissão ela pode ser
considerada como:
- Leishmaniose Zoonótica com transmissão animal - vetor -
homem, ocorre em regiões da L.chagasi/infantum.
- Leishmaniose Antroponótica onde a transmissão é homem - vetor
- homem, encontrada nas áreas L. donovani.
Transmissão
Figura 5: Ciclo
biológico do
vetor
Imunopatogênese
Ciclo biológico
HOMEM
Mosquito inocula na
derme
FORMAS PROMASTIGO
TAS
Atração dos macrófagos (4 a 8 h fagocitose
induzida)
Transformação em FORMAS
AMASTÍGOTAS
Resistem ação dos lisossomas divisão
binária
Rompe membrana macrófago
Libera AMASTÍGOTA
S no tecido
Fagocitadas iniciando uma
reação inflamatória no local
Imunopatogênese
Vários autores, em seus estudos relataram que as características
clínicas mais freqüentes nos pacientes são
febre, emagrecimento, esplenomegalia, aumento de volume
abdominal e hepatomegalia com diferentes percentuais entre
adultos e crianças, sendo também, em cada estudo percentuais
variáveis entre os achados clínicos;
Inicia o desenvolvimento dos primeiros sinais clínicos no período de
10 dias a 24 meses após a infecção, pode-se considerar em média
de 2 a 6 meses. As manifestações da doença são amplamente
variáveis em cada paciente, mas na maioria das vezes, é
caracterizada pela febre de longa duração, astenia, adinamia e
anemia, perda de peso, entre outros sinais;
Os sintomas da LV se assemelham em alguns aspectos com a
sintomatologia de outras parasitoses como, doença de
Chagas, malária, toxoplasmose, esquistossomose, febre
amarela, entre outras.
Apresentações Clínicas
Apresentações Clínicas
Sinais clínicos nos animais:
Classicamente os cães se apresentam com lesões cutâneas, descamação e eczemas, em particular no espelho nasal e orelhas. Nos estágios mais avançados os cães podem apresentar onicogrifose, esplenomegalia, linfoadenopatia, alopecia, dermatites, ceratoconjuntivite, coriza, apatia, diarréia, hemorragia intestinal, edemas de patas e vômitos.
Apresentações Clínicas
Diagnóstico diferencial
Diagnóstico Clínico
Diagnóstico Laboratorial
a) Exames parasitológicos;
b) Histopatológico;
c) Exames imunológicos;
d) Testes moleculares;
e) Caracterização das espécies.
Diagnóstico
Drogas de primeira escolha no tratamento da LV: o
antimoniato-N-metil-glucamina (antimoniato de meglumina) e o
estibogluconato de sódio.
Drogas de segunda escolha: Anfotericina B (Primeira escolha
para gestantes) e Pentamidina.
Tratamento
Diagnóstico e tratamento precoce dos casos humanos.
Atividades de educação em saúde inseridas em todos os ser viços que desenvolvem as ações de controle da LV, requerendo o envolvimento efetivo de equipes multiprofissionais e multiinstitucionais com vistas ao trabalho articulado nas diferentes unidades de prestação de serviços.
Controle vetorial recomendado no âmbito da proteção coletiva, por meio da utilização de inseticidas de ação residual, dirigida apenas para o inseto adulto e do saneamento ambiental com limpeza e retirada de materiais orgânicos em decomposição.
Controle dos reservatórios, diagnóstico e eliminação de cães infectados e medidas para evitar a contaminação de cães sadios.
Prevenção e Controle
Brasil. Ministério da Saúde. Atlas de leishmaniose tegumentar americana. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilancia Epidemiológica – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006.
BRASIL, Ministério da Saúde – Manual de vigilância da leishmaniose Tegumentar Americana. Brasília, Ministério da Saúde, 2007.
BASANO S. A. e CAMARGO L. M. A. - Leishmaniose tegumentar americana: histórico, epidemiologia e perspectivas de controle. Rev. Bras. Epidemiol. (3):328-337, 2004.
BRASIL, Ministério da Saúde – Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral. Brasília, Ministério da Saúde, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. . Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
Gontijo CMF, Melo MN. Leishmaniose visceral no Brasil: quadro atual, desafios e perspectivas. Rev Bras de Epidemiologia, 2004; 7:338-349.
Referências