12
Local / universal: questões e desafios para os periódicos das ciências humanas e sociais Nelson Sanjad Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas

Local / universal: questões e desafios para os periódicos das ciências humanas e sociais - Nelson Sanjad

Embed Size (px)

Citation preview

Local / universal: questões e desafios para os periódicos das

ciências humanas e sociais

Nelson Sanjad

Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas

A função e responsabilidade dos editores no avanço dos periódicos

• Profissionalização

• Internacionalização

• Sustentabilidade financeira

• Atuamos como ‘administradores’ da revista ou como editores, de fato?

• Contamos com uma equipe mínima de profissionais? Ou dependemos de estagiários, bolsistas e estudantes de pós-graduação?

• Dispomos de tempo e condições de trabalho para acompanhar todo o processo editorial?

• Conseguimos organizar todos os passos de produção da revista, da submissão à circulação/divulgação?

• Estamos prontos para a ampliação no número de submissões?

1. Quais as reais condições de produção da revista?

2. Em que língua publicar?

• Humanas: 3/84 em língua estrangeira

• Sociais Aplicadas: 2/36 em língua estrangeira

2. Em que língua publicar?

2. Em que língua publicar?

• Qual é o nosso público leitor?• Qual é a nossa política editorial?• A publicação em inglês garante maior visibilidade ou

mais citação aos artigos? • A revista pode financiar a tradução/revisão de todos os

artigos?• A comunidade acadêmica brasileira pode arcar com os

custos de tradução para o inglês?• A comunidade acadêmica brasileira escreve bem em

inglês?• Há questões de ordem ética ou política envolvidas na

publicação em língua estrangeira?

3. É possível ou conveniente internacionalizar o corpo editorial?

• Humanas: 10/84 possuem editores adjuntos/associados em outros países

• Sociais Aplicadas: 3/36 possuem editores adjuntos/associados em outros países

• Quais e quantos pesquisadores de outros países estariam dispostos e seriam capazes de contribuir efetivamente com revistas brasileiras?

• A simples participação desses editores seria capaz de elevar a qualidade e a visibilidade internacional dos artigos?

• É possível contar com o trabalho voluntário desses editores?

• A língua portuguesa constitui uma barreira à participação desses editores?

• Que critério ou padrão seria utilizado por esses editores na avaliação/edição de artigos feitos no Brasil?

3. É possível ou conveniente internacionalizar o corpo editorial?

• Convém publicar em inglês um estudo de caso de interesse local/regional?

• É possível distinguir claramente estudos com interesse “local” e “global”? Quais os limites entre eles?

• Como proceder no caso de artigos descritivos, autocentrados, com baixa teorização, pouco diálogo com a literatura internacional e ausência de análise comparativa?

• O que fazer com os “artigos-salame” e com os “artigos-reciclados”?

• Como atrair ou incentivar autores estrangeiros a publicarem em nossas revistas, se o que elas publicam é quase exclusivamente relacionado ao Brasil?

• Devemos buscar apenas os brasilianistas ou estamos abertos a artigos relacionados a outros países?

4. A produção acadêmica/científica brasileira é “internacional”?

• Nossas instituições publicadoras (publishers) podem arcar com o aumento progressivo do custo das revistas?

• Temos infraestrutura e equipe para dar conta de um possível aumento de demanda, sobretudo internacional?

• Cogitamos e estamos preparados para cobrar taxas dos autores?

• Essas taxas ajudariam, efetivamente, a financiar a revista? Como seriam arrecadadas e gerenciadas?

• Estamos formando profissionais (editores, revisores, diagramadores etc.) para dar continuidade à produção da revista no futuro próximo?

5. Nossas revistas são sustentáveis a longo prazo?

Pontos para reflexão

• Há clareza na discussão sobre a ‘profissionalização’ e a ‘sustentabilidade’ dos periódicos brasileiros, mas é necessário aprofundar a discussão sobre a ‘internacionalização’: o que pretendemos dizer com esse termo?

• As características da pesquisa científica brasileira, realizada sobretudo em território nacional, pouco colaborativa e internacionalizada, é um fator limitante à internacionalização dos periódicos

• As características do sistema de pós-graduação brasileiro, com seus pontos fortes e suas mazelas, têm reflexos imediatos nos periódicos

• Os periódicos são o meio – nessa discussão, as pontas precisam ser envolvidas: a qualidade do que se faz na pós-graduação/academia e o público que queremos acessar

• O cenário exige não apenas editores inteiramente comprometidos com seus afazeres, como também a tomada de decisões com consequências éticas, políticas e financeiras

• É premente definir um ponto de equilíbrio que equacione a distância crescente entre os rigores da prática editorial e a permissividade que muitas vezes encontramos na academia

Pontos para reflexão