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Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos
os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e
às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século
sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada
esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e
nosso Senhor Jesus Cristo; o qual se deu a si mesmo por nós
para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um
povo seu especial, zeloso de boas obras. Tito 2:11-14
Existem poucas porções do Novo Testamento que estabeleçam de
maneira tão vívida o poder moral da encarnação de Jesus como
esta porção das escrituras. Esta passagem põe ênfase no efeito
espiritual e moral da encarnação nos pecadores redimidos. E tudo
isso é fruto da graça redentora e santificadora de Deus.
É maravilhoso sabermos que temos um e somente um
evangelho! A mesma graça que nos salvou continua em
operação para nos santificar. Não avançamos, partindo
do evangelho recebido nos primeiros passos de nossa
caminhada com Deus para algo “diferente” no processo
de discipulado e crescimento espiritual. Não! O mesmo
poder residente no evangelho para nossa salvação opera
também para nossa santificação. A Bíblia não nos
permite aceitar nada menos que isso!
Não é sensato fazer de um dicionário qualquer o tribunal que
julgará e determinará o significado de uma sentença bíblica. É
correto, portanto, deixar que as escrituras revelem-se dentro de
seu próprio contexto para que possamos compreender suas mais
profundas verdades. Na tradução grega do Antigo Testamento, a
Septuaginta, temos a palavra chen (adj. chanum) da raiz chanan.
Quando aparece como substantivo em algumas passagens pode
significar graciosidade, beleza, como em Pv 22.11; 31.30: “Quem
ama a pureza do coração, pela graça dos seus lábios, é amigo do
rei”. “Enganosa é a graça e vã a formosura, mas a mulher que
teme ao Senhor essa será louvada”. Mas, normalmente essas
expressões significam favor ou boa vontade. Achar favor aos olhos de
Deus ou dos homens é uma expressão que se encontra vastamente no A.
T., e traz o sentido da manifestação de atos benevolentes.
I – DEFINIÇÃO DE GRAÇA (V. 11).
No Novo Testamento temos a palavra charis, de chairen, que
significa "regozijar-se", denota primeiramente uma aparencência
externa agradável como em Lc 4.22: "Todos lhe davam
testemunho e se maravilhavam das palavras de graça que lhe
saíam dos lábios, e perguntavam: Não é este o filho de José?" e
Cl 4.6: "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com
sal, para saberdes como deveis responder a cada um".
Compreendemos, portanto, que a graça é um atributo de Deus, é
uma das perfeições divinas. É o livre, soberano e imerecido favor
ou amor de Deus no qual Ele perdoa o pecado e livra o homem
da culpa em que se encontra. Ou como bem afirmou Willian
Hedricksen: “A graça de Deus é seu favor ativo que outorga o
maior de todos os dons a quem merece o maior de todos os
castigos”.
I – DEFINIÇÃO DE GRAÇA (V. 11).
Só podemos ter uma vida santa por causa da manifestação da
graça de Deus. A graça de Deus sempre existiu. Deus sempre foi
gracioso. Porém, em Cristo, essa graça despontou majestosa da
mesma forma que o romper de um novo dia traz consigo o
esplendor do brilho do Sol.
A graça resplandeceu quando o Filho de Deus
entregou sua vida na cruz e a reassumiu na gloriosa
manhã da ressurreição. A graça se manifestou para
resgatar o homem do seu maior mal e oferecer a ele
o maior bem.
II – MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA (v. 11).
Em primeiro lugar, a origem da graça (2.11). “A graça de Deus se
manifestou salvadora a todos os homens”. A graça é de Deus. Ela
emana de Deus. Embora Deus sempre tenha sido gracioso, pois é o
Deus de toda a graça, ela se tornou visível em Jesus Cristo.
III –ASPECTOS DA GRAÇA:
Em segundo lugar, a natureza da graça (2.11). “A graça de Deus se
manifestou salvadora a todos os homens”. A graça de Deus é
salvadora. A graça é o favor superabundante de Deus pelos pecadores
indignos. A primeira função da graça é exatamente salvar o pecador da
ira esmagadora de Deus.
Em terceiro lugar, a extensão da graça (2.11). “A graça de Deus se
manifestou salvadora a todos os homens”. A graça não alcança todos
os homens quantitativamente, mas todos os homens qualitativamente. A
salvação é universal porque alcança todos os homens sem acepção, mas
não a todos os homens sem exceção. Não há universalismo na salvação.
A graça só salva os que creem na Pessoa Bendita de Cristo.
1. A graça nos redime (v. 11, 14a). O homem não é capaz de salvar a
si mesmo, por esta razão a graça de Deus teve de trazer salvação para a
humanidade. Essa salvação não foi buscada pelos pecadores; antes, lhes
foi revelada pela vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Em sua
graça, Deus enviou seu Filho para remir os que eram escravos do
pecado.
IV – OS MINISTÉRIOS DA GRAÇA.
2. A graça nos santifica (vv. 12, 14b). A salvação não é apenas uma
mudança de posição (libertos da escravidão do pecado), mas também
uma mudança de postura, de atitudes, de apetites, ambições e ações. A
mesma graça que nos redime nos santifica e nos torna piedosos.
3. A graça nos recompensa (v. 13). Esperamos pela volta de Jesus
Cristo; essa é nossa única esperança e glória. Os cristãos devem viver
na expectativa de sua volta, como os que o verão face a face. A grande
recompensa desta tão maravilhosa graça é que ela nos dará o Cristo em
sua plenitude gloriosa.
O poder moral da encarnação é um pensamento tremendo. Cristo não
só nos libertou do poder e da penalidade do pecado passado; capacitou-nos
para viver uma vida perfeita dentro deste mundo e nos pode limpar de tal
maneira que possamos chegar a estar preparados nesta vida para sermos a
propriedade especial do próprio Deus na eternidade.
O cristão olha para trás e glorifica a Deus porque a graça o libertou da
impiedade. Ele olha para o presente e exalta a Deus porque tem uma
correta relação consigo, com o próximo e com o próprio Deus. Ele olha
para o futuro e se santifica porque vive na expectativa da epifania do seu
grande Deus e Salvador Cristo Jesus. A graça de Deus nos libertou de
nossas mazelas do passado, restaurou nossa vida no presente e nos mantém
na ponta dos pés com uma gloriosa expectativa em relação ao futuro,
quando o nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo há de voltar em
glória e poder. E impossível que aqueles que mantêm essa gloriosa
esperança da volta de Jesus se recusem a entregar-se completamente a
Deus.
CONCLUSÃO:
Ao refletir sobre o que as escrituras dizem com respeito a esta tão
maravilhosa graça, cada cristão deve se perguntar: Que atitudes eu devo
tomar em minha vida em relação ao que ouvi?
A graça de Deus não apenas nos salva, mas também nos ensina como
viver a vida cristã. Aqueles que usam a graça de Deus como desculpa para
pecar, jamais experimentaram seu poder salvador (Rm 6.1; Jd 4). A mesma
graça de Deus que nos redime é também a graça que nos renova e nos
capacita a obedecer à sua Palavra (2.14).
A vida de piedade envolve tanto aspectos negativos quanto positivos.
No texto lido temos a seguinte instrução: “Ensinando-nos que,
renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste
presente século sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada
esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor
Jesus Cristo...” Tito 2:12-13. Neste texto nós temos não só uma
maravilhosa descrição do poder da graça de Deus, mas também uma
orientação de como devemos reagir à graça que nos é dada.
APLICAÇÃO:
Aspectos negativos: No aspecto negativo, Paulo nos exorta:
“Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às
concupiscências mundanas”. Esta exortação de Paulo é muito
perspicaz, pois Paulo sabia que, conquanto a graça opere
constantemente com sua influencia no interior do redimido, o
mundo não deixa de acedia-lo com suas paixões e
superficialidades. Por isso Paulo exorta tal como exortaria seu
companheiro João tempos depois: “Não ameis o mundo, nem o
que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não
está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da
carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não são do
Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência;
mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.
1° João 2. 15-17.
APLICAÇÃO:
Aspecto positivo: Em seguida, trabalhamos com o positivo.
“... vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente,
aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da
glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo...” Não basta
aborrecer o mal, é preciso fazer o que é bom. Vivamos de forma
"sensata", o que corresponde a "ter domínio próprio, prudência,
moderação" (ver Tt 2:2). A ênfase da sensatez é sobre o
relacionamento do cristão consigo mesmo, enquanto a conduta
justa refere-se ao relacionamento com outras pessoas.
"Piedosamente" é como devemos viver em nosso relacionamento
cristão com o Senhor. No entanto, essas três qualidades não
devem ser separadas.
APLICAÇÃO:
Motivação: Porém Paulo destaca ainda a grande
motivação para este viver cristão que deve ser
perseguido por cada um daqueles que se alistam ao
batalhão dos discípulos do Cristo. A grande motivação é
a esperança escatológica do salvo. “... aguardando a
bem-aventurada esperança”.
Nossa esperança é firme de que aquele que
encarnou em graça retornará em glória e com ele
reinaremos eternamente. Amém!
APLICAÇÃO:
Que Deus abençoe a todos!