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Apresentação feita pela Irmã Aparecida Batista durante a formação litúrgica para salmistas e leitores.
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O QUE É A PALAVRA
Experiência pessoal: PALAVRA•Qual a sua experiência com a palavra no cotidiano?
•Qual foi a palavra mais forte que você falou ou escutou? *Recordar palavra ou palavras pronunciadas que marcou ou marcaram a sua vida?
Experiência social: PALAVRA Instrumento, recurso de
comunicação verbalização, sinal, expressão
PALAVRAElemento cultural
faz existir a realidade
A palavra dá sentido às coisas (revela)
A palavra constrói, aproxima,
mas também destrói, afasta, machuca...
Vivemos de PalavrasVivemos de palavras. Vamos até à cova com palavras. São as palavras que nos contêm, são as palavras que nos conduzem. Raul Brandão – poeta e romancista português
Lutar com Palavras é a Luta Mais Vã
Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu sustento num dia de vida...
Carlos Drummond – poeta e escritor brasileiro
A PALAVRA DE DEUS NA A PALAVRA DE DEUS NA LITURGIALITURGIA
A Palavra de Deus recorda e prolonga a história da salvação (as ações salvíficas de Deus)
Através da Palavra celebrada, no domingo, “os cristãos experimentam em suas assembleias litúrgicas a presença viva da libertação pascal acontecendo hoje, aqui e agora (cf. SC 7)
O Verbo de Deus, que se fez carne no seio de Maria, agora ressuscitado, nós o vemos encarnado na história da comunidade que o celebra mediante a proclamação das Sagradas Escrituras”.
Então, com Cristo e em Cristo, a comunidade, ouvinte da Palavra, entra em diálogo e comunhão com o Deus da aliança.
Para que possam celebrar vivamente o memorial do Senhor, lembrem-se os fiéis de que a presença de Cristo é uma só, tanto na palavra de Deus, como ‘especialmente sob as espécies eucarísticas’ (pão e vinho) (OLM 46, com citação de SC 7).
O Verbo Divino feito carne se tornou a expressão pessoal de Deus Pai em forma humana.Jesus se comunica conosco por meio de palavras e sinais.
Na Bíblia, encontramos poesias, histórias, discursos, parábolas, profecias, provérbios, cartas e muitos outros gêneros literários. Cada um desses gêneros pede um modo próprio de expressão.
“Leitura, na celebração, não é aula, não é informação, não é noticiário... Leitura é Jesus Cristo presente com o seu Espírito, falando na comunidade, anunciando o Reino, denunciando as injustiças, convocando a comunidade, convidando-a para a renovação da Aliança, a conversão, a ação..., purificando e transformando-nos...
...Por isso, alguém da comunidade é chamado a ser ministro, servidor desta Palavra. [...] Se fosse pelo conteúdo da leitura apenas, poderia ser mais interessante cada pessoa ler sozinha num folheto ou na Bíblia. Mas a leitura litúrgica é um acontecimento comunitário e sacramental. Jesus Cristo fala à comunidade reunida pela mediação do leitor ou da leitora”
“A presença de Jesus Cristo pela sua palavra é uma presença simbólico-sacramental. Passa pelos sinais sensíveis: a leitura, o leitor, o tom de voz, o lugar da proclamação, a comunicação entre leitor e ouvintes, a disposição de ouvir da parte da assembleia...”
“[...] Cristo está [...] presente por sua palavra, pois é ele mesmo quem fala quando se lê a Escritura na Igreja [...]” SC.7)
“Não há celebração litúrgica sem que haja ao menos uma breve leitura tirada das Sagradas Escrituras. Na celebração a leitura é comunitária.
FAZER A LEITURA OU PROCLAMAR A PALAVRA,
QUAL A DIFERENÇA?
“Fazer a leitura significa ir lá na frente, ler o que está escrito, para informação minha e da comunidade [...]
Proclamar a Palavra é um gesto sacramental. Coloco-me a serviço de Jesus Cristo que, através da minha leitura, da minha voz, da minha comunicação... quer falar pessoalmente com o seu povo reunido”.
A Proclamação da Palavra na liturgia é muito mais do que uma simples informação... É comunicação de Deus pela boca do(a) leitor(a)/ salmista com a assembleia.Deve atingir quem está ouvindo no fundo do seu ser.
O nosso encontro direto com Deus se realiza pela SUA Palavra, atualizada
pela proclamação.
Assumem um verdadeiro ministério litúrgico (cf. SC 29; OLM 49).
O que mais contribui para uma adequada comunicação da palavra de Deus à assembleia por meio das leituras é a própria maneira de proclamar dos leitores, que devem fazê-lo em voz alta e clara, tendo conhecimento do que leem” (OLM, 14).
“ter uma preparação em primeiro lugar espiritual, bíblica e litúrgica para compreender as leituras em seu contexto próprio e entender à luz da fé o núcleo central da mensagem revelada, mas é necessária também uma preparação técnica: capacitar os leitores para que se tornem sempre mais aptos na arte de proclamar diante do povo, seja de viva voz, seja com a ajuda de instrumentos modernos para a ampliação da voz” (OLM 55).
entoa o salmo que é palavra de Deus cantada. Deve ser “dotado da arte de salmodiar e de uma boa pronúncia e dicção” (OLM 56; IGMR 102). Para este também é necessário formação bíblico-litúrgica, espiritual, musical e técnica.
SALMO RESPONSORIAL:
“O salmo responsorial é o cântico da Aliança, responde à Palavra, implora que
Deus nela nos conserve”.* Expressa e faz acontecer a salvação.*Os Salmos são revelação, profecia de Cristo, celebração do Mistério Pascal.* São pedagógicos (ensinam a rezar)* São mistagógicos (introduzem-nos no Mistério)
O Salmo dá à celebração um tom de serenidade contemplativa: prolonga poeticamente a mensagem da 1ª leitura, que assim é aprofundada, entre as estrofes do salmista e a resposta, de preferência cantada, da comunidade.
Sua execução deve ser de tal maneira que favoreça a meditação da palavra de Deus (OLM 22).
É um texto que faz parte da liturgia da Palavra, como as leituras. Por isso, não deve ser substituído.
De preferência, o salmo seja sempre cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo.
o/a salmista se coloca a serviço da
comunidade para facilitar a acolhida da palavra proclamada e a resposta de fé que a
comunidade é chamada a dar.
O diácono – OLM 13,17,50
é o ministro que tem a função de proclamar o Evangelho, ponto alto da liturgia da palavra (cf. OLM 13,17) e também fazer, de vez em quando, a homilia (cf. OLM 50).
Na maioria das vezes é o presidente da celebração, ou eventualmente um outro padre ou diácono (cf. OLM 38, 41, 50; IGMR
66), faz a homilia de tal forma que o povo compreenda saborosamente a palavra de Deus e possa ligar textos sagrados, o mistério celebrado e a realidade na qual vivemos. (OLM 41)
A assembleia, animada pela fé escuta atentamente a palavra da aliança, com o ouvido do coração. Da escuta brota a resposta cheia de fé de um povo que quer sempre mais firmar a aliança com o Deus salvador.
É chamado de ambãoou mesa da Palavra.
Da mesa da palavra se proclama as leituras (1º T, 2º T e evangelho), o salmo, o precônio pascal, a homilia que pode ser feita também da cadeira do presidente, e a oração dos fiéis (cf. OLM 33, IGMR 309).
Por tradição, o ofício de proclamar as leituras não é função presidencial, mas ministerial. As leituras sejam, pois, proclamadas pelo leitor ou leitora;
O Evangelho, porém, seja anunciado pelo diácono ou, na sua ausência, por outro sacerdote.
A celebração litúrgica, no seu conjunto, possui uma estrutura de base que favorece o diálogo.
Liturgia da PalavraDIÁLOGO DA ALIANÇA
Primeira leitura
Segunda leitura
PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
Homilia
Salmo Responsorial
Aclamação ao evangelho
Profissão de fé. Oração dos fiéis.
Preparando a Proclamação...
Preparação
Comunitária
Preparação Pessoal
Aprenda de cor as passagens mais significativas e repita-as várias vezes ao longo do dia.
Comece a se preparar no início da semana; assim terá um tempo maior para assimilar no coração e na vida.
Pratique a leitura orante.
O Método da Leitura Orante
Dicas Complementares
-grife as palavras mais importantes e a frase principal;-marque as pausas e os silêncios;- adeque o tom de voz ao gênero literário do texto;-dê ênfase às palavras mais importantes;-preste atenção ao ritmo que combina com cada parte do texto;- exercite a respiração e trabalhe a dicção, pronunciando bem cada palavra;
-diga o texto algumas vezes em voz alta;
-dependendo do tamanho do texto, procure decorá-lo.-para o caso dos salmistas, o ensaio é essencial; e se algum instrumento musical for utilizado como acompanhamento, o(s) músico(s) devem também ensaiar junto, antecipadamente.
- ainda para os salmistas: é bom conhecer as melodias para os salmos que constam no Hinário Litúrgico da CNBB.
Em frente à comunidade
1. Caminhe, com tranquilidade, até à estante.2. Coloque-se em pé, com a cabeça erguida, as costas retas para poder respirar melhor.3. Olhe para a comunidade, reúna, chame o povo a olhar, tudo isto em silêncio valoriza a palavra.4. Faça a leitura de maneira calma e pausada, com dicção clara.5. No final, aguarde a resposta da comunidade e depois, tranquilamente, deixe a estante e volte ao seu lugar.
Para o (a) salmista
•Fazer apenas o necessário, não ditando comportamentos (evite falar: todos, ou refrão do salmo)
•Viver o diálogo com Deus e a assembleia: postura, melodia escolhida etc.
Equilíbrio entre a Palavra (letra) e a música (melodia).
A música deve levar a comunidade à oração. Para que isto aconteça o salmista e os instrumentistas devem estar em estado de oração.
Que a música respeite o gênero literário de cada salmo (súplica, louvor, ação de graças).
Fazer uso do Lecionário.
Ouvimos, falamos, cantamos, sentimos o cheiro do incenso, vemos o leitor, a procissão com o evangeliário, tocamos o livro, fazemos silêncio.
Ficamos de pé ao escutar o evangelho, ficamos sentados para ouvir as leituras e responder à palavra de Deus com o salmo responsorial.
Os ministros proclamam a palavra de pé, carregam o evangeliário em procissão, incensam e beijam o livro. Olham a assembléia com um olhar amoroso e escutam a resposta da assembléia.
Para refletir:
A Liturgia da Palavra está sendo, de fato, um diálogo do Senhor com o seu povo?
A Palavra nos leva a mudar de vida e a assumir nossa missão na sociedade?
Precisamos redescobrir a liturgia da Palavra como um diálogo vivo, atual de Jesus com os seus discípulos, um diálogo amoroso, através do qual o Senhor vem alimentar nossa esperança, podar nossos vícios, aprofundar nossa fé, colocar a comunidade com mais firmeza no caminho do Reino. (...)
IRMÃS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE