Upload
fran-buzzi
View
689
Download
6
Embed Size (px)
Citation preview
Mais de 3,2 mil pegam na enxada em quatro meses
Não basta abrir até o último botão da
camisa e mostrar o peito cabeludo.
O vereador Zeca Bombeiro faz
biquinho para a Câmara, que
rejeita seus projetos, fala de
suas leis já aplicadas e revela
pretensão para candidatura
a deputado estadual. O
bombeiro é fogo. Quer
apostar?
p. 5
p. 4
Ele é um estouro! Conheça a história do químico que leva Blumenau pra fora
p. 9
Esforço da galera do batente apresenta Blumenau como a cidade que mais suou a ceroula em
Santa Catarina. Pegue um lencinho, enxugue a gordura da testa e confira detalhes na
Blumenau - de 15 a 30 de junho Preço camarada: R$ 1,00 Edição n° 0
dê um lúkipelo jornal
apertadinhastudoo quevocêsempreapenasuma ida ao
quis ler em
WalterCardoso(W.C.)
De
Beicinhoerguid
o!
p. 8
É o tchan: Galdinofala como rebola presidindo a FMD
Seu Barriga se invoca e promete despejar inquilinos da Vila p. 10
o gordin
ho d
a pizza...
p. 11
Se Kombi não é carro, pode ser
biblioteca. Morô?
Com este cara, toda sacanagem acaba em pizza. Descubra como na pág. 6
Artigo
Opinião BLUMENAU - de 15 a 30 de junho | Barriga
Há quase um sécu-lo, o pai da psicanálise já dizia que o humor relaxa a tensão, facilita o aprendi-zado e exercita o cérebro. Vários outros pensado-res, além de Freud, tra-balharam a tese e, hoje, é consenso: o bom humor potencializa os canais de comunicação. Pensar um jornal que busque de-senvolver o senso crítico, usando como ferramenta o humor, me parece louvável.
Os números do IVC mostraram aumento de 5% na circulação de jornais em 2008. Bravo! Para quem
apostava na derrocada dos periódicos como conse- quência das novas mídias, eles provaram que vão re-sistir e ainda cresceram. Mas quando pensamos em 190 milhões de habitan-tes e constatamos que se-quer 5 mi-lhões leem jornais, a comemora-ção perde i m p a c t o . A u m e n t a r esse índi-ce depen-de, basica-mente, de projetos como o Barriga. Precisamos de mais jornais que encurtem as distâncias entre leitor e veículo, que criem rela-ções de confiança com o público, respeitando a éti-
ca e incitando à reflexão. Fazer jornalismo de
forma divertida não sig-nifica abrir mão da serie-dade. Mas escolher entre ter soluções criativas para atingir os objetivos, ou se agarrar a fórmulas obsole-
tas e cair no lu-g a r - c o m u m .
O mundo é dinâmico. A comunica-ção é dinâmi-ca. Blumenau precisa acom-panhar esse processo na-
tural, deixando de lado os ‘ranhos’ do sistema feudal para entrar, efetivamen-te, no mundo contempo-râneo. Chega de ‘comer
barriga’, é hora de evo-
luir, é hora de ler Barriga!
Sorria, o Barriga está chegando!Danielle Fuchs
Jornalista (vulgo cozinheiro)
”“ Jornalismo
de forma divertida não
significa abrir mão da
seriedade
Talvez ninguém
tenha se dado
ao luxo de virar
a página para
chegar até aqui. Podemos
falar sozinhos. Mas já que
começamos, vamos termi-
nar sem empurrar com a
barriga, ou melhor: sem
empurrar o
Barriga. Afi-
nal, se al-
guém nos lê
até agora, não
o faz porque pedimos.
O que está em suas
mãos, além de um punha-
dinho de dedos, não é um
jornal como outros que,
depois de lidos, tornam-
se forro sobre assoalho de
Fusca ou tapete de pintor.
Muito menos é um jornal
como aqueles que você lê
no banheiro e depois usa
para... para abanar o su-
foco. Diferente de seus
concorrentes, que dispu-
tam um espaço atochado
nas prateleiras das ban-
cas, o Barriga é magrinho,
fininho, mas, como todo o
gordinho folgado, adora
rir de uma boa piada.
Porém, tirando sogra e
carecas, com algumas coi-
sas não se
b r i n c a m .
Umas delas
é com você,
leitor (seja
de bula de KY ou de cita-
ção na porta de banhei-
ro). É com esse respeito
que o Barriga olha para o
seu umbigo e diz: “Já que
com o leitor não podemos
brincar, fazemos isso com
quem é notícia”.
Ature as próximas
páginas e veja com quem
(e com o quê) fomos capa-
zes de brincar e noticiar
nesta edição de estreia.
De olho colado no nosso umbigo!
Pitaco do Barriga
tirando sogra e carecas, com algumas coisas não se brincam
“”
Cristian WeissTiago Ribeiro
Edição e Arte Colaboração
Fabrício Wolff
Jorge TheissFábio RicardoFrancisco Fresard
Airton AlmeidaOrientaçãoExpediente
“Inovadora por poder tratar os problemas da cidade com ironia.”
Caroline da Silva, estudante
Como você avalia a possibilidade de um jornal humorístico em Blumenau?
Inkéti
Felipe Gonçalves, metalúrgico
“Depois do que aconteceu em novembro, talvez risadas caíssem bem para alegrar.”
“Numa cidade reconhecida pela seriedade e falta de senso de humor? Ótimo.”
Marcos Santos, gerente comercial
Umbigada do leitorGostaria de ver, pelo jornal, mais charges, daquelas sem muita pretensão. Com situações simples do cotidiano que nos fizessem rir até de nós mesmos.Eliane PereiraLivreira
Deise FurtadoAssessora de imprensa
Espero não ver por este novo jornal, já que é humorístico, piadas que debochem de deficiências físicas. Brincadeiras utilizando características que elas não podem modificar.
Acredito que este jornal não será útil à cidade. Por que não tentam um blog de humor regionalizado? Pode ser mais bacana.Fabrício SantosPublicitário
Talvez, de bom, este jornal traga diferentes pontos de vista sobre Blumenau.Bruna de SouzaSecretária
Quem sabe eu compre este jornal. Com tantos acontecimentos, sejam eles bons ou ruins, um pouco de humor faz bem. Melhora os ânimos.Bruna MarcelaAssistente bibliotecária
Costadessouza
ChargesAllan George
Charginha
Costadessouza
Aliás, por falar em meu filho, vou ter que dar umas palmadas no mais velho. Se vocês não sabem, ele é o culpado pela crise econômica mundial. É branco e de olhos azuis. E pior: fiquei sabendo que ele é o culpado através do presidente da República. Passou em todos os
canais de TV e ele delatou meu filho em encontro com o primeiro ministro inglês,
na frente de uma penca de jornalistas. Que vergonha! Deixa eu chegar em casa...
SANGUE, MAS NÃO DEU NO DIARINHO
CarecaSacolas ecológicas Devo ser muito tanso, mesmo, porque não entendo uma coisa. Se é bom para todos que usemos sacolas ecológicas, essas de pano, por que elas são vendidas e as de plástico doadas de graça nos supermercados? Não deveria ser ao contrário? Além disso, penso que vai faltar saquinho para colocar o lixo, em casa. Quem sabe também não doam aqueles sacos pretos de lixo? Aí, acredito que o público passará a usar a sacola ecológica. Enquanto isso...
de cabelos em pé
NA UFISHQUI, COMO DIRIA O MANEZINHO
CAMISETA MOLHADA
A UFSC indenizará uma aluna de Direito que teve o nome cadastrado sem autorização em um site de namorico, através de um dos computadores da universidade. A lambada sairá pelo preço de 5 mil barões.
O Stammtisch chegou à 18ª edição com um atrativo curioso: tiozinho suado na fila do crediário das lojas pensando que é fila de banheiro. É esse um dos principais motivos que reforçam o bico grosso dos lojistas que assistem à festa só de camarote.
ATRAÇÃO ÚNICA Transferido para o dia 25 de fevereiro, logo depois da folia do Carnaval, o início das aulas do curso de Educação Física da Furb. O motivo não é a ressaca de sucos naturais. Afinal, como os alunos de Nutrição, a turma da camiseta suada é pura saúde. Segundo a reitoria da universidade, a data foi alterada devido ao complexo esportivo ter servido de abrigo às famílias, vítimas da calamidade de novembro, onde será preciso fazer readaptações para receber os alunos. Isso prova que no curso de Educação Física, nada é nas coxas: só o shortinho da garotada.
ESCAPULIRAM Após as constantes escapulidas de detentos do Presídio de Blumenau, o vereador Jovino Cardoso Neto comichou a orelha, fez cara que não gostou e enviou um requerimento à Mesa Diretora da Câmara, pedindo uma audiência para discutir o problema. O levantar da poupança contra a cadeira é o primeiro passo para debater a segurança dos moradores locais que, se assim continuar, poderão contar com o famoso assalto noturno à geladeira.
Lula e a Crise
Todos nós podemos salvar o planeta. Basta apagar as luzes da sala durante uma hora. Lá em casa, todos colaboramos. Apagamos a luz da sala. Minha mulher ficou vendo a novela no escuro. Meu filho foi para seu quarto, ligou a luz e o computador. O outro também foi para seu quarto, acendeu a luz para ler. Eu fui para o banheiro fazer a barba (não o cabelo, é claro) com a luz acesa. Participamos ativamente da campanha. E você? Faz a sua parte?
Planetando
Rafael Filho
Charjona
Mania de alemão Que negócio é esse de obras emergenciais? A cidade está perfeita, teve mini-Oktoberfest em fevereiro e Stammtisch em abril... Teve até Festa Anos 80 e estão anunciando a Oktoberfest. Pode mandar o dinheiro de Brasília a conta-gotas, que, aqui, a alemãozada dá conta do recado. Eles é que têm mania de querer tudo muito rápido.
3 Tapa na BarrigaCo
stad
esso
uza
Em Blumenau, já está no Banco de Sangue a terceira edição do livreto que conscientiza e informa os blumenauenses sobre a doação do vermelhinho. Todos os 10 mil exemplares, bem longe de serem sanguinários, foram patrocinados por empresas da cidade. Atualmente, a média diária de quem encara o piquezinho (de nada) das agulhas é de 40 doadores. Gente que dá o sangue pela galera que necessita.
“Não precisa dessa frescura não...”Retruca o presidente da Fundação de Desportos, Sérgio Galdino,
respondendo qual o bambolê indicado aos iniciantes da rebolante marcha atlética. Aprenda como mexer a cadeira na página 10.
Poupança BLUMENAU - de 15 a 30 de junho | Barriga
Tá bonito quando o assunto é pegar na enxada em Blume-
nau. Nos primeiros quatro meses de 2009, a cidade foi a que mais gerou em-prego em todo o Estado, totalizando 3.207 novas vagas.
Embora esteja bem à frente dos peixeiros de Itajaí (776) e dos churras-queiros de Cricíuma (701), Blumenau teve saldo 35% superior nos primêrosh quatro mêsh do ano pas-sado, quando botou para trampar 4.346 peões.
Ainda assim, o secre-tário de Desenvolvimento Econômico, Valdair Matias (o Valdimá) não disfarça a faceirice. “Temos pro-dutos de boa qualidade,
mão-de-obra quali-ficada, insumos n e c e s s á r i o s para diversos e m p r e e n d i -mentos, ex-celência no atendimento médico-hos-pitalar e na e d u c a ç ã o ” , enumera, fa-lando bonito sobre o sal-dinho à fren-te das outras cidades.
Os setores que mais assina-ram a carteirinha azul foram serviços e comér-cio, que criaram juntinhos 1.463 vagas - 45,6% do to-tal. Os barnabés da admi-
nistração pública também empunharam a foice e con-tribuíram com a criação de 1.234 postos. Já o marteli-
nho da indústria de trans-formação e da construção civil desminguelou com 467 vagas.
Cidade lidera pegação na enxada Só no pedalinho, vendas sobem 30%
Abril apresenta saldinho estufado
Colocando a caneta atrás da orelha, como portuga que faz conta de cabeça, 157 foi o número de empresas aber-tas em Blumenau, em abril.
Janeiro havia fechado borocoxô, abrindo 58 em-presas, tão magrelo esteve fevereiro, com saldo de 74.
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motoci-cletas (Abraciclo) pedalou revelando boa nova ao setor: em março, a venda das ma-grelas subiu 30,4% em rela-ção a fevereiro.
O setor vinha, por dois meses seguidos, tomando na espinha. Em Blumenau, já tem moto sendo compra-da até em R$ 1,99.
Entupida de gente até
a goela. É praticamen-
te essa a expectativa do
presidente do Sindicato
de Hotéis, Restauran-
tes, Bares e Similares,
Emil Chartouni, sobre
os hotéis no período de
Oktoberfest. Três meses
antes de bailar “Cuide
bem de sua marreca”, a
procura pelos turistas já
é 20% maior do que no
ano passado.
Hotéis aguardam o atocho
Tem um lugar no cabideiro,
madame...
Apertadinhas
Ranking de trampos criados em 2009
776 - Itajaí
701 - Criciúma
-92 - Joinville
-208 - Jaraguá
-240 - Floripa
3.207 - Blumenau
Fonte: Caged
Art
e so
bre
imag
em d
e A
rqui
vo F
olha
de
Blum
enau
Ih, esqueci
o toucin
ho!
Quero-Quero
Falta mão-de-obra em Blu-menau. O problema era grave an-tes de novembro e ficou pior com as enchentes e deslizamentos. Muitos abandonaram a cidade, assustados. Outros se sentiram tentados pelo dinheiro que rece-beram com a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e adiantaram a aposen-tadoria ou se aventuraram em um negócio próprio. Deve ser por isso que o blumenauense é tido como forte. Darwin explica. Saem os fracos e permanecem os batalhadores, os obstinados. Somos a mais moderna amostra da seleção natural.
Por falar em região Norte, nosso aeroporto vai bem, obri-gado. Depois de receber voos de particulares e de transporte de valores e órgãos (SC Trans-plantes), passa a operar, em junho, um voo diário de trans-porte de cargas. Faltam os pas- sageiros, mas tudo indica que, aos poucos, decolarão novamente.
O anúncio de mais um shop-ping em Blumenau causa ansie-dade. Entre favoráveis e contrá-rios, há análises enriquecedoras. Temo pelo fracasso. Apesar do potencial de crescimento das regiões Norte e Metropolitana, fica a sensação de que o Grupo Almeida Junior coloca a carroça na frente dos bois.
Região Norte
Trabalho e tragédia
com
ariachiChikito
Arriba!Dim-Dim
M
Arq
uivo
Fol
ha d
e Bl
umen
au
O vereador Zeca Bombeiro (PDT) sobe na escada
magirus para protestar contra o pessoal da Câ-mara que balançou o
dedo rejeitando dois dos três projetos que apre-
sentou até agora. Entre os pi-
tacos, está a criação de uma ficha de condu-
ta discipli-nar aos estudantes e a contratação de fo-noaudiólogos para as escolas municipais, que Zeca assegura haver verba garan-
tida por lei federal desde 1986. “Muitas cidades do Estado utilizam essa verba. Aqui, eles vêm me dizer que é inconstitucional”, encuca-se, enquanto veste o capace-te amarelo.
A seqüência de tocos le-gislativos desagradou o ve-reador. “A Casa deveria ter olhado com mais atenção os projetos”, choraminga, enxugando os prantos na camisa vermelha. Nesse clima incendiário com a Casa, o bombeiro teve de empunhar firme o extintor para aprovar a alteração da Lei Complementar 993, que garante estacionamen-to gratuito a deficientes fí-sicos.
Representante da região Norte, Zeca Bombeiro não esconde a coceirinha de se candidatar a deputado es-tadual. “Não tenho dinheiro para bancar uma campanha agora”, explica, contando moedinhas. “Mas daqui a seis anos eu venho com tudo”, finaliza Zeca, reco-lhendo a mangueira.
O vereador Sargento Armindo (o Armindão do PDT), botou o pau sobre a mesa apresentando um projeto de lei que amplia o tempo de tolerância da isenção da Área Azul nas ruas de Blumenau. Para Armindão, o tempo de 10 minutos que hoje existe é pouco para usar os serviços públicos e o comércio local - talvez até um xixizinho no shopping.
“Com a real isenção do tempo previsto, necessário para que a maioria dos condutores desocupe as vagas, permitiremos ao próximo condutor estacionar naquele mesmo local”, aposta ele, segurando a bexiga. De bigode aparado, o vereador-sargento ainda quer mais. Seu projeto também coloca em prática o uso do cartão de
advertência - à la juiz de futebol - com cores diferentes para que as azulzinhas alertem os motoras sobre o tempo de 30 minutos, permitido na Área Azul. A proposta já está nas mãos da Comissão de Constituição Legislação e Justiça (CCJ) para que seja dado o apito final.
Everton Siemann
Zeca Bombeiro chora projetos reprovados
Tudo azul para o Sargento Armindão
Juninho fez um bom mandato. O filho do prefeito mandou bem nos quatro primeiros anos e levou fácil uma promoção com quatro anos extras. Mas daí a coisa degringolou. O Juninho resolveu colocar um adêvogado como secretário de Comunicação e uma dona de casa como secretária de Cultura. Tá certo que jornalista vive tomando processo na cabeça, mas um adêvogado? E a dona Marlene, tá fazendo o quê ali? Já comparou a cultura blumenauense com o Titanic. Garanto que vai fazer afundar igual.
Chegou a Páscoa. Coelhinho, uma decoração medonha nas ruas de Blumenau e bois soltos pelo litoral. Primo meu teve a lateral do carro amassado pelo bovino. Foi reclamar e teve, ele mesmo, a lateral amassada pelos “amigos” dos bovinos. Foi reclamar na polícia e disseram que não podiam fazer nada. Por pouco não foi amassado também. Daí, a gente não sabe mais quem é que está no lado da “lei”. Até porque quem faz a lei, quer voto. E correr atrás de boi dá voto. Mas amassa.
Zé Marçal colocou uma placa com o endereço do blog dele em cima da mesa da tribuna. Tava lá: “Acesse” e o endereço do dito cujo. Isso me deu uma ideia. Para não precisarem mais com-prar notebooks com o dinheiro do povo, os vereadores pode-
riam utilizar placas promocionais nos seus lugares durante as sessões. O patrocínio seria o suficiente para mimos como computadores, celulares ou novos assessores.
Titanic
Patrocinados
Bovinos
FaviânuNo palanque doCoroné
essa tá difícil: flor amazônica...
12 letras...
pose
estil
o
“bule
da v
ovó”
eu ad
oro..
.
Arquivo Folha de Blum
enau
Dan
iel Z
imm
erm
ann
Lei Ordinária 5678: institui ficha de conduta disciplinar nas escolas municipais.
Lei Ordinária 5665: autoriza a Prefeitura contratar otorrinolaringologista e oftalmologista para as escolas.
Lei Complementar 993: cria vagas de estacionamento a portadores de deficiência física.
As leis do Bombeiro
5
Barriga pra cima
Você já deve ter sentido aquela coceirinha quando foi tenta-do pelo poder, né? Pois uma
das maiores tentações do ser humano pode ser extravasada com o jogo de cartas “Corrupto”. As peças, que sa-caneiam perfeitamente o mundo dos engravatados, surgiram dos rabiscos de dois publicitários de Blumenau, Paulo Priess e Adriano Benelli.
A sacanagem é distribuída em 128 cartas e consiste em corromper o maior número de políticos. Os alvos são as representações de deputados, vere-
adores, sena-dores, ministros e o presidente da República.
Para começar a malandragem, o jogador precisa comprar a carta do “Patrão”, o grande chefe corruptor dos políticos. “Pensamos na figura histórica de coronéis e banqueiros que sempre dominaram o cenário político”, compara Priess, enquanto acende um charuto cubano e avalia o saldo num banco das Ilhas Cayman.
Mas qualquer vereadôzinho, que esqueça de molhar a mão do coroné,
pode melar de vez a brincadeira e pegar uma carta de “Comissão Parlamen-tar de Inquérito (CPI)”. Aí é xilindró na certa, principalmente se pegar uma das cartas de “Prisão” por esteliona-to, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro ou tráfico. Para ser solto, basta encomendar uma “Pizza” e tudo termina bem. “Nada mais comum na política brasileira do que os inquéritos acabarem em pizza”, lembra Priess, palitando um fiapo de peperone nos
dentes. Foram cinco
meses elaborando as regras e desenhando as car-tas. Hoje, a dupla de publicitários batalha para conseguir parcerias e ganhar um tutu com o jogo. Por en-quanto, apenas uma página eletrô-nica (www.corrupto.net) divulga as novidades sobre o Corrupto.
Arte sobre im
agem de Everton Siem
ann / Arquivo Folha de Blum
enau
No México,
trocando
sapata por
coturno, um
senhorzinho
resolve virar
guerrilheiro e
dos bem bicudos. Seu nome
é Zapata! Assim ele se torna
um importante político no país.
Marlon Brando e Anthony Quinn
estão na fita.
Rapaizota
de 13 anos
conta como
sua vida
bombava
em plena
2° Guerra
Mundial. Para deixar o clima
ainda mais joia, ela se
esconde com a família para
não ser enviada ao campo de
concentração. O filme levou
três canecos em Hollywood.
Querendo ver
o circo pegar
fogo, o diretor
David Lynch
(de A Estrada
Perdida,
popular Beco
das Cabras) traz a história do
homem que nasceu com um
problema físico e vira atração
circense. Anthony Hopkins não
se fez de palhaço e está no
elenco.
Cinco freiras
lutam contra o
desejo da car-
ne, mas não
o de almoçar
uma bistequi-
nha. A carne é
outra: mais nervosa. O filme é
um dos eróticos de maior refi-
no. Indicação: 14 anos. Menor
que isso assiste ao Chaves do
lado de fora.
O Diário de Anne FrankDia 6!
Viva Zapata!
O Homem Elefante
Narciso Negro
Dia 13!
Dia 20!
Dia 27!
Está com ficha limpa na praça? Já comprou fiado al-guma vez? Faz pechincha no camelô? Quase dá para acre-ditar: estas poderiam ser al-gumas das perguntas que 15 candidatas enfrentaram para chegar à finalíssima do troféu Rainha do Comércio 2009.
O evento aconteceu no últi-mo sabadão de abril, no clube de Caça e Tiro Blumenauense, organizado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Blu-menau (Sindilojas). Depois de passar por uma bateria de consultas no Serviço de Pro-teção ao Crédito (SPC), Ali-ne Pereira levantou o caneco consagrando-se a Rainha do Comércio, apesar de continu-
ar trabalhando como vende-dora quebra-galho.
Alessandra Aparecida Ale-gre e Tatiana Schwaemmle (cujo sobrenome duvidamos você acertar de primeira) fi-
caram como 1ª e 2ª prince-sas. O maior prêmio das três ficou por conta do preço de suas calcinhas, agora muito mais alto que os 5 mangos de liquidação.
Candidata limpinha no SPC é eleita a Rainha do Comércio
Mais gostoso que aipim frito. Assim foi o domingo de quem foi ao Parque Vila Germânica no
último final de semana (24). Sem desculpas para ficar afofando a poupança no sofá, pais e mães levaram seus ranhentos para o Domingo de Lazer promovido pela Prefeitura. Mas, havia diversão para toda família.
Para a vovó, uma praça de antiguidades com a venda de livros e revistas. Já para a mâmi e o dédi, que perdeu o futebol na tevê, atrações artísticas do Pró-Família com muito remelexo através da dança. A chefona do Domingo de Lazer, Margaret do Nascimento, contou que o objetivo foi levar a galera para a Vila.
“Queremos mostrar que o parque não é somente um lugar para a visitação de
turistas, mas também para o divertimento dos blumenauenses”, disse ela, com dois
bacuris embaixo do braço.
Sem Faustão: é domingo de parque! CINEMAgracade
5 Barriga pra cima
Dica Gastronômica Tião Bondequibe
Gente, stópi: o que é aquele acarajé vendido na praça Dr. Blumenau aos sá-bados de manhã? O prepa-ro da fritura pode ser visto na hora, o que não deixa a gente na dúvida de engolir banha talvez usada no mês passado. Uma típica baiana, simpática e cheia dos “ôxi, ôxi”, é quem faz o atendi-mento. Por apenash 5 reaish gostei e me lambuzei todo. Adoro o perigo!
Confira os filmes que rolam
em abril, toda segunda às
20h, na Fundação Cultural,
com entrada fri.
Div
ulga
ção
Será que a gente cabe aí dentro, xêro?
Arq
uivo
Fol
ha d
e Bl
umen
au
O presidente da Vila Ger-mânica, Norberto Met-te, empunhou a pastinha
à la Seu Barriga na Procuradoria Geral do Município, no dia 18 de março, definindo o prazo para que os inquilinos da Vila arru-mem suas trouxas.
De acordo com o presidente - que para Seu Barriga só falta um filho chamado Nhonho - se os inquilinos comerciantes permanecerem no cortiço, a Prefeitura entrará com uma ordem judicial de despejo.
O desaforo de Barriga são os contratos de ocupação do lugar que estão vencidos desde 30 de junho de 2008, quando deu uma de bonzinho e tomou bonito.
“Com a movimentação turística no parque, permitimos que ficassem até janeiro. Agora não tem mais jeito. Se eles não saírem, corremos o risco de sermos cobrados pelo Ministério Público por omissão”, afirma Barriga, dando uma comichada na dita cuja. Mas mesmo com essa moleza, a galera do aluguel está pê da vida.
O lojeiro Jorge Becker disse que a massa inquilineira procurará meios legais para abrir nova licitação. Ele alega que não assinaram nadica de nada por acharem os preços uma verdadeira facada.
O novo contrato estabelecia 4 mil mangos por sala de dois andares e 250 metros quadrados, mais aluguel de condomínio, fechando a régua na média de 6 contos p o r mês.
Seu Mette estufa o pandulho para despejar inquilinos da Vila
Geralzã o
Apesar de promo-ver a Semana do Meio Ambiente (de 1º a 6 de junho), a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema) le-vanta o bico e faz “tsc-
tsc” na própria festa, admitindo que não tem
muito o que comemo-rar. Segundo o diretor de
Educação Ambiental, Alfredo Scotini (o Fêfo), o governo não
conta com um projeto voltado ao meio ambiente. Os progra-mas são de conscientização.
Quem também desce lenha no assunto é o professor de Zoologia da Furb, Sérgio Luiz Althoff (o Tófe), que explica a devastação como fruto do descaso dos governos, alimen-tado pela omissão dos blume-nauenses.
“Temos que conscientizar a população e reivindicar, co-
meçando pelos governantes, que mostram um péssimo exemplo com a coleta seletiva e o esgoto, que não é tratado corretamente”, sugere Tófe, vestido só por uma folha de bananeira.
O prôfe lembra que apenas 4% do esgoto blumenauense é tratado. Os outros 96% são despejados no meio ambiente, proliferando parentes próxi-mos do Tietê.
Cheiro de mudançaO presidente do Samae,
Luiz Ayr, prometeu, de pés juntos, enviar, até o final de abril, propostas de alterações no cálculo da taxa lixo, que hoje se baseia no consumo de água. Uma das propostas é o preço que leva em considera-ção o número de vezes que o caminhão passa pela rua. Outra, é um cálculo por tamanho de re-sidência. Se a ideia não feder, em breve os blumenauenses sentirão o cheiro de mudança no ar.
BLUMENAU - de 15 a 30 de junho | Barriga
Faema bicuda na semana do Meio Ambiente(meio)
Dan
iel Z
imm
erm
ann
/ Arq
uivo
Fol
ha d
e Bl
umen
au
Ninguém tem paciência
comigo! Pipipipi
Marcelo Martins
Borges
Geralzã
Passeio para sogra: o Shopping Nóimarqueti rece-beu, até 19 de maio, a expo-sição Caminho das Cobras. A mostra expôs 13 bichos diferentes, incluindo a la-gartixa leopardo e uma co-bra da família das cunhadas linguarudas.
Com a linguinha de fora
Deus é pai! Uma nova sala de informática foi ins-talada na Fundação Pró-Família. Oito computadores que não acessam videozi-nhos ingratos, mas que são de última geração, foram os equipamentos doados pela Blusol em abril.
Com isso, 107 alunos aprenderão a mexer nessas coisinhas modernas.
Alô mamãe, tô na net!
Pode esperar sentadinho: xau-xau para a indenização
da galera
Quando ouviu a sua pró-pria barba crescendo, um cliente do Banco Real deci-diu fazer o abaixo-assinado ali mesmo. Afinal, onde estava a lei sobre o tempo limite de esperar nas filas banco? Mas não adiantou: em vez de continuar de pé, esperando, apenas sentou
na boneca. Atualmente, o caso é con-
siderado como improceden-te pela Segunda Turma de Blumenau que aguarda uma decisão do STF para que a indenização aconteça. Em julho de 2008, o Banco Real tomaria a lambada de R$ 2 mil por cada cliente que fez
parte do abaixo-assinado, mas conseguiu recorrer.
A segunda Turma de Re-cursos de Blumenau enten-deu que, nesses casos, não cabe ação por dano moral. Enquanto isso, já tem cam-bista faturando com ingres-so para as posições privile-giadas na fila.
Nanar depois da boia é joia: eles sabem por quêBucho estufado, uma
sombra joia e a certeza de que o carrinho de papelão está bem estacionado. Pronto, agora é deitar e tirar uma sesta no banco da praça.
Assim fazem os recicladores de papel na rótula das ruas Frei Estanislau Schaette e Almirante Tamandaré, na Vila Nova. Mais espertos que a gente, que trampa o dia inteiro sem babar sequer um cochilinho, eles devem saber que a sesta previne em 37% as chances de contrair problemas vasculares, como aponta recente estudo da Academia Americana de Neurologia.
Sem nhenhenhé, o Am-bulatório Geral da Velha já atende nos finais de semana e feriados, das 8h às 18h. O trampo faz parte do projeto da Secretaria da Saúde para aliviar os atendimentos dos hospitais.
O ambulatório do Garcia já funciona assim. Na Forta-leza e no Badenfurt, o tram-po médico rola aos sábados das 7h às 13h, fazendo valer a pena ficar doente só para aproveitar.
A gente nunca mereceu tudo isso
Apertadinhas
Ela prefere ser uma
biblioteca ambulante do que
ser aquela velha estante parada
cheia de tudo. Com Raulzito
talado no radinho, a Kombi
da Biblioteca Municipal Fritz
Müller ganha as ruas e traz
livros às crianças de escolas
onde não existe biblioteca.
Para a presidente da Sociedade
Amigos da Biblioteca (SAB),
Marlete de Borba (a Léti), a
Kombi bibliotequeira ajuda no
empréstimo de livros infantis
aos alunos de escolas afastadas
da Biblioteca Municipal.
A biblioteca ambulante
costuma funcionar três dias
por semana, de segunda a
sexta-feira, nos períodos
matutino e vespertino, quando
não falta uma gasosa.
Leitura na Kombi?
9o
Para relaxar a panturrilha e também acabar de vez com o suor na barriga, um novo elevador instalado na Prefeitura já está contribuindo para a celulite da galera. A turbinada do trenzinho-da-preguiça é um pedido dazantiga feito por funcionários e usuários dos serviços do prédio.
No mesmo badalo, vêm os banheiros do primeiro e terceiro andares que recebem aquele tapa. Os troninhos do térreo, segundo
e quarto andares, que servem só para tirar aquela água do joelho, já estão em fase de conclusão.
Mas as enxadadas não param por aí. A reforma inclui ainda o quarto andar, o telhado, a reparação e a pintura das sacadas e os enfeitezinhos da fachada. Quem está bancando tudo é o Programa Nacional de Apoio à Gestão Administrativa e Fiscal dos Municípios Brasileiros.
Prefeitura recebe aquele tapinha na fachada...
...e a tranquilidade do senhorzinho é tanta, que nem se preocupou em ligar o alarme do possante
Arquivo Folha de Blumenau
Kakau Santos / Arquivo Folha de Blumenau
Floripa sonhou com Papai Noel mas, quando acordou, pareceu criança desiludida. Cá entre nós, sediar uma Copa do Mundo não é bem assim, né? Não conseguimos sequer construir casas para 2 mil famílias desabrigadas em Blumenau. Por quê? Porque nossos políticos andam mais ligeiros que almoço de boia-fria. Se não sobra um prestígio ou um benefício qualquer, nada feito.
E foi assim mesmo, bem na base do nada feito, que a capital levou um pontapé no fiofó durante a divulgação das cidades sedes da Copa. E com a maior cara-de-pau, o coordenador da campanha catarina, Gilmar Knaesel, disse que pedirá satisfações à CBF. Só pra perguntar: durante a campanha
das cidades sedes alguém viu alguma propaganda de Floripa? Você ficou sabendo o que a capital faria se fosse sede da Copa? Quanto seria investido?
Pois é, se tivessem conversado comigo, até ajudaria com um
cheque. Mas, não acho que precisariam dele. O que Floripa precisa é ser mais chique.
Ele decidiu trocar a regatinha suada pelo terno engomado e comandar a Fundação Municipal de Desportos (FMD). Corredor, assumido, de marcha atlética - aquela modalidade que cha-coalha a cadeira - Sérgio Galdino é penta-campeão sul-americano e já disputou duas
Olimpíadas. Agora, ele veste a sapatilha e a bermuda atochada para desafiar o Barriga numa pernadinha, enquanto concede a seguinte entrevista:
Esporte BLUMENAU - de 15 a 30 de junho | Barriga
Um saco de batatinha lavada, mais oito quilos de costela sem osso. Por pou-
co menos, o Metropolitano já acertou o empréstimo de
dois jogadores a Chapecoen-se, que disputa a honrosa
Série Dê do Brasileirão. As bolas da vez são o
goleiro Chitão (popular Tiago) e o meia-atacante (e meio-jogador) Cristiano, des-taques do time blumenauen-
se no Estadual. O centenário Biro-Biro e uma marmota
adestrada poderão substituir os dois desfalques no verdão.
Verdão saca da cartola liberação de caneleiros
Galdino rebola para tocar a Fundação de Desportos
Barriga - As verbas destinadas à FMD são suficientes
ou, como bom corre-dor de marcha atléti-ca, o senhor tem que rebolar?
Galdino - O po-der público tem se esforçado cada vez mais para amparar o esporte, mas a demanda aumen-
ta a cada
a n o . Marchar
em frente e não perder o rebo-lado deve ser uma determina-ção.
Barriga - A marcha atlé-tica passou a ser disputada na categoria feminina somente em 1992. O que havia com o reme-lexo da mulherada até então?
Galdino - Ainda bem que elas entraram na minha primeira Olimpíada (Bar-celona 92), elas deixaram o ambiente muito melhor. Até então, isso tudo estava ligado à parte fisiológica da mulher. Antes de ser aprovada, o Co-
Arquivo pessoal Galdino
No meu iPod toca:
‘Requebra, requebra, pode
rir de mim’
“
”
mitê Olímpico Internacional faz uma avaliação dos possí-veis problemas ou benefícios de uma modalidade.
Barriga - Não tenha ver-gonha de dizer “É o Tchan”, se preciso. Quando o senhor dá suas pernadinhas, o que toca em seu iPod?
Galdino - No meu iPod toca: “Requebra, re-quebra, pode rir de mim”. Na verdade nunca treinei com um som nos meus ouvi-dos, me concentrava muito no ritmo dos treinos e objetivos a serem atingidos.
Barriga - Qual cor de bambolê o senhor indica a quem está começando na marcha atlética?
Galdino - Em alguns
casos pode ser uma cor neutra mesmo. Agora, para a marcha recomendo, em média, de 25 a 30 quilômetros por dia. Não necessita dessa frescura não.
Barriga - Quais os pro-jetos para pôr a galerinha para derreter a celulite?
Galdino - Temos que motivar nossas crianças des-
de a primei-ra idade. To-dos têm que a p r e n d e r os valores do esporte. Para isso, estamos co-
locando em prática o proje-to de iniciação esportiva da FMD de Blumenau. O proje-to atende de forma gratuita crianças e adolescentes de 7 a 17 anos. Mais informações no e-mail ([email protected]).
Se tivessem conversado comigo,
ajudaria com um cheque
“
”
Pimbada nagorduchinhacom o mau-humor
Theissdo velho
ZépovinhSe você pensa que plantar fei-
jãozinho no algodão ou ferver o leite fossem magníficas expe-
riências químicas, precisa conhecer as artimanhas do profê Ivano Gutz, o Gutão. Com 31 primaveras de car-reira, ele foi eleito, em maio, membro titular da Academia Brasileira de Ci-ências, a entidade que reúne os cien-tistas mais bem-dotados do País - tão dotados que causam inveja a qualquer japonês, e em dias frios.
Tremendo xeretador e pes-quisador do Instituto de Quí-mica da Universidade de São Paulo (USP), Gutz tem como filosofia de vida o ensino simpli-ficado da Química para a galeri-
nha que só pensa em internet, video-game e amasso no portão. “Hoje em dia, os jovens parecem ter perdido o interesse pela ciência. Desafio que os professores têm de reverter”, conta, enquanto prepara uma fusão ácido-básico hidropônica metilcarboneto de leite com café.
Morador do bairro Vila Nova, Gutz nasceu em 1951 e iniciou os primeiros passos da Química na Escola Básica Municipal Machado de Assis. Os pri-meiros trabalhos na área surgiram na metalúrgica do pai, Rolf Gutz. Faceiro
com os experimentos, Gutão passou a cursar Química na Furb. Como o
curso não tinha linha de pesquisa e laboratórios, Gutz abandonou a
faculdade após dois anos de estudos e seguiu para Ara-raquara, em São Paulo, para concluir o curso, aos 18 anos.
Em Sampa, foi só vitória. Até que, em 1986, ele passou a vestir sapatinho branco e pendurar o es-tetoscópio no pescoço: estava con-cluído o pós-doutorado. O maior caneco que o professor já levantou foi a criação do software “CurTiPot”, no início da década de 90. O programa simula experimentos químicos de laboratório e já foi traduzido para o inglês, sendo utilizado por estudantes e profissionais de di-versas partes do mundo.
Incrível como nesta cidade é difícil en-contrar um lugar onde sejamos bem atendidos. Os casos são variados e não
tem nenhum segmento que fuja da alcunha de “atendimento de blumenauense”.
O cidadão sai de casa pra gastar o último tostão da car-teira, pega trânsito irritante e espera que o atendimento, no mínimo, não seja ofensivo. Quando chega na loja esco-lhida, já percebe a finesse da moça que, “ocupada”, ou per-dida em devaneios, sequer olha pra ele, que precisa fingir uma tosse, arranhar a garganta e, em alguns casos, ter espasmos musculares sobre o balcão, até que a aten-dente tenha a dignidade de olhar pro ci-dadão. E não espere um “Bom dia senhor,
em que posso ser útil?”, logo na entrada assim, bem simpático. De lá só vem “pode pedir, companheiro”, ou no máximo um “pois não”, com tom de voz ao estilo dos taberneiros do Velho Oeste.
Nos restaurantes, é incrível. Garçom, em Blumenau, é mais grosso que porta de Opala. Tô vendo jeito de trocar: comer só salada e pedir que o boi, antes cardápio, me atenda no lugar do garçom. Tenho quase certe-za que será mais cordial e cer-
teza absoluta que será mais rápido. A má vontade é tanta, que não quero
mais sair pra comprar, nem comer nada. Num bar famoso do Centro, tive três op-ções: não beber, gritar escandalosamente, ou ficar com cãibra no braço, mantendo-o
erguido por horas, pois o bendito do carinha de branco não olhava pra mesa. Eram três garçons, com apenas três mesas ocupadas. Logo percebi por que estava tão va-zio o lugar.
Que é cultural a má educação, sa-bemos. Mas o atendimento no co-mércio também é uma arte e ganha mais clientes do que o produto em si. Infelizmente, “bom dia”, “por favor”, “obrigado” e “volte sempre” são pala-vras fadadas à extinção em Blumenau.
Quem mandou não estudar?
Oh, educação! Para onde foste tu?
Pedro Lizandro Neto Agente de negócios
o 11
Fichinha
Allan George
Garçom, em Blumenau,
é mais grosso do que porta de
Opala
“
”
Com um tubinho de ensaio na
mão, confira o currículo e os
babados que o profê Gutz já
aprontou:
Doutorou-se com louvor em Química Analítica, na USP em 1978;
Pós-doutorado em Química Ambiental, na Alemanha em 1987;
Elaborou o documento científico da Conferência da ONU ECO-92;
Admitido na Ordem Nacional do Mérito Científico em 2007;
Coordena a Olimpíada de Química de São Paulo.
Arq
uivo
pes
soal
Gut
z
Um porreta:O primeiro trenzinho da ale-
gria de Blumenau chegou da Alemanha em 1908. A Macuca, que hoje serve de plantação de cebolinha no pátio da Prefeitu-ra, era encarregada de conduzir os materiais de construção para as obras ferroviárias entre Blu-menau e Indaial.
Responsável pelo trabalho sujo, ela também carregava gente de naipe: militares e políticos que visitavam o Estado. O apelido Macuca foi dado pelos catarinash por causa da semelhança com o passarinho macuco. Além do bico e das penas, o apito do trem lembrava o pio do pássaro. A Macuca é a única locomotiva que sobrou da frota da Estrada de Ferro Santa Catarina.
Piuíííííííí. O som lhe inspira a lembrar-se de algo do passado? Não, esse não é o som do tio-
zinho barrigudo vendendo picolé na vizinhança. Talvez você nunca tenha sentido a sensação de chacoalhar o pandeiro numa viagem de trem, mas os blumenauenses do passado conhe-cem muito bem como é o tremelique. Em maio, comemoraram-se 100 anos da criação da Estrada de Ferro de Santa Catarina, que pretendia trazer o progresso à região.
A linha começou a operar em maio de 1909, quando foi inaugurado o pri-meiro toquinho, com 30 quilômetros de extensão, entre Blumenau e War-now (hoje apelidado por alguns de
Indaial). Ter uma ferrovia era um bai-ta sonho, pois dali viria o progresso. Tinha até tiozinho que já aguardava a internet e a TV a cabo, trazidas por um dos vagões. E para receber os trenzi-nhos e os passageiros, havia a Estação Blumenau, onde hoje fica a Prefeitu-ra.
Mas a faceirice do trenzinho durou pouco e a estação foi desativada em 1954, quando se construiu uma outra em Itajaí. Ain-da tentaram utilizar o local como pátio de manobras, banquinha de camelô e ven-da especializada em morcela, mas nada adiantou.
A Estrada de Ferro de San-
ta Catarina funcionou até 1971, quan-do os trilhos foram arrancados. Dos 184 quilômetros que o carreirinho já teve, hoje funciona apenas no trecho de Rio do Sul. E para contar história, malemal sobrou a Macuca, hoje, jardim de bromélia no pátio da Pre-feitura.
Maria-fumaça cruza a Ponte de Ferro, há mais de milanos
Esperar o trem na Estação Blumenau papando uma coxinha gordurosa era chique, benhê!
Traseir
peãozinhoa Macuca
1 a 15 de julho de 2009
Mar
celo
Mar
tins
Arq
uivo
His
tóric
o de
Blu
men
au
o