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[Mulheres da Bíblia] “Débora – Uma mãe em Israel” por Pr. Alan Rennê
by Roberta Macedo | segunda-feira, 10 setembro, 2012 | Feminismo,
Mulheres da Bíblia
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“Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo”
(Juízes 4.4).
Numa época marcada pelas reivindicações do movimento feminista, a
figura de Débora pode parecer atrativa. Frequentemente apelos são
feitos à narrativa sobre Débora, na tentativa de validar práticas, como a
pregação feminina no culto público solene e até mesmo a ordenação
feminina aos sagrados ofícios. Linda Belleville, uma feminista radical, na
ânsia por legitimar a ordenação feminina, afirmou que, “Débora era tão
respeitada que o comandante das suas tropas recusou-se a ir à batalha
sem ela”.[1] Não obstante, o propósito da passagem de Juízes 4 não é
ensinar a legitimidade do ministério feminino ou a pregação no culto
público solene. O objetivo não é afirmar a proeminência da mulher em
relação ao homem.
É preciso recordar o contexto no qual Débora viveu, a fim de
compreendermos devidamente a passagem, e para que possamos retirar
algumas aplicações práticas.
Um Tempo de Constante e Flagrante Desobediência
De forma específica, a narrativa sobre Débora está localizada logo após
a narrativa sobre os juízes Otniel (vv. 7-11) e Eúde (vv.15-31), no
capítulo 3. Estes dois juízes lideraram com bravura o povo de Deus e,
com a ajuda do Senhor, libertaram Israel da opressão do rei da
Mesopotâmia e dos moabitas. Sob Otniel o povo desfrutou de um período
de quarenta anos de paz. O versículo 30 diz que, após o livramento
recebido por meio de Eúde, “a terra ficou em paz oitenta anos”.
Contudo, a despeito da provisão de Deus nestes dois livramentos
extraordinários e nos períodos de paz que se seguiram, as pessoas, mais
uma vez, “tornaram a fazer o que era mau perante o SENHOR, depois de
falecer Eúde” (4.1). Como consequência, Deus as entregou nas mãos de
um novo inimigo, Jabim, rei de Canaã, que oprimiu a Israel durante vinte
anos (4.2,3).Sou de opinião que a pessoa deve iniciar a leitura de Juízes
pelo último versículo do livro e, logo em seguida, retornar ao capítulo 1.
A afirmação de Juízes 21.25 é chave para a devida compreensão do livro,
bem como de situações específicas narradas nele: “Naqueles dias, não
havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto”. Além disso,
há uma afirmação que soa como um refrão ao longo do livro: “Então,
fizeram os filhos de Israel o que era mau perante o SENHOR” (2.11; Cf.
3.7,12; 4.1; 6.1; 10.6; 13.1). A dinâmica do livro é a seguinte: Deus
abençoava o povo, advertia o povo contra o perigo de se associarem
com os povos ímpios, e o povo de Israel respondia com o pecado, com a
transgressão: “Quando o SENHOR lhes suscitava juízes, o SENHOR era
com o juiz e os livrava das mãos dos seus inimigos, todos os dias
daquele juiz; porquanto o SENHOR se compadecia deles ante os seus
gemidos, por causa dos que os apertavam e oprimiam. Sucedia, porém,
que, falecendo o juiz, reincidiam e se tornavam piores do que seus pais,
seguindo após outros deuses, servindo-os e adorando-os eles; nada
deixavam de suas obras, nem da obstinação dos seus caminhos”(2.18-
19). E à medida que lemos o livro por inteiro percebemos que a situação
em toda a nação só se agrava. O resultado disso, é que as pessoas
viviam de acordo com a filosofia do “eu acho”, cada um fazia o que dava
vontade. Era uma verdadeira anarquia. Jerram Barrs afirma que, “o
período coberto pelo livro de Juízes é um tempo de vários séculos, um
tempo prolongado de apostasia, um tempo quando a maioria do povo
pactual tinha se desviado de Deus”.[2]É nesse contexto que Débora
aparece.Uma Mãe em Israel
Diferentemente do que aconteceu com Otniel e Eúde, que foram
diretamente suscitados por Deus, Débora já aparece no capítulo 4
julgando “a Israel naquele tempo” (v. 4). Rebecca Jones afirma que,
“Débora não é um dos juízes mencionados como sendo diretamente
chamados por Deus, embora não haja dúvidas de que ele a usou”.[3]
O texto nos apresenta uma pequena, porém suficiente descrição de
Débora. Ela era uma profetisa, esposa e juíza.
Em primeiro lugar, Débora era uma profetisa. Além dela, apenas outras
três mulheres no Antigo testamento foram chamadas de “profetisa”:
Miriã, irmã de Moisés (Êxodo 15.20), Hulda (2Reis 22.14-20) e uma
mulher que, possivelmente, era a esposa do profeta Isaías (Isaías 8.3).
Débora não pregava a Palavra de Deus às pessoas. Ela era uma
profetisa, não uma pregadora. Como profetisa, Débora anunciava a
Palavra de Deus de forma inspirada, inerrante e autoritativa. O dom de
profecia dado a Débora é de natureza absolutamente diferente do dom
vinculado à pregação. No texto, Débora não expôs as Escrituras nem ao
povo reunido solenemente nem a Baraque individualmente. Em vez
disso, ela apresentou a mensagem do Senhor de forma preditiva:
“Porventura, o SENHOR, Deus de Israel, não deu ordem, dizendo: Vai, e
leva gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de
Naftali e dos filhos de Zebulom? E farei ir a ti para o ribeiro Quisom a
Sísera, comandante do exército de Jabim, com os seus carros e as suas
tropas; e o darei nas tuas mãos […] Certamente, irei contigo, porém não
será tua a honra da investida que empreendes; pois às mãos de uma
mulher o SENHOR entregará a Sísera” (vv. 6,7,9). É importante notar
também que, ela não profetizava como Isaías, Jeremias, Micaías e tantos
outros profetas, isto é, de maneira pública. Ela profetizava em particular,
quando procurada pelos filhos de Israel.
O fato de Débora ser uma profetisa era algo extraordinário, fora do
comum. Não era algo normal. A própria ordem do texto hebraico deixa
isso transparecer: Débora-mulher-profetisa-mulher de-Lapidote-ela
julgava-Israel-no tempo dela. O texto hebraico traz a palavra “mulher”
logo após a menção do nome Débora. Esta palavra não tem a função de
simplesmente definir que se tratava de uma “profetisa”, pois o termo
hebraico nebhia já é feminino. Antes, o texto transmite a ideia de algo
surpreendente: Não há profetas! Nem juízes!
Em segundo lugar, Débora era uma esposa. A única passagem do Antigo
Testamento onde Lapidote é mencionado é em Juízes 4.4. Não há
nenhuma afirmação adicional a respeito da sua pessoa nem de sua
história com Débora. Não obstante, é suficiente perceber o destaque que
o texto dá a Débora como sendo uma esposa, uma auxiliadora do seu
marido que, mesmo julgando o povo de Israel, certamente cuidava de
sua família e do seu lar. É importante também perceber que, antes de
ser profetisa e juíza, ela era uma esposa. Enquanto o fato de ser
profetisa aparece como algo extraordinário, o seu papel como esposa se
enquadra dentro do papel ordinário que o Senhor lhe concedeu. O seu
chamado para ser esposa e, talvez, mãe, vinha antes da sua atribuição
como profetisa e juíza de Israel.
Terceiro, Débora era uma juíza. Necessariamente não significava que
Débora ocupava alguma posição de liderança em Israel. De forma
errônea a Nova Versão Internacional traduz o versículo 4, dizendo que
Débora “liderava Israel naquela época”. Porém, com exceção dessa
passagem e de 3.10, a NVI traduz todas as ocorrências do verbo shaphat
como “julgar”. Antes, significa simplesmente “decidir controvérsia,
discriminar entre pessoas nas questões civis, políticas, domésticas e
religiosas”.[4] Isso não significa que ela ocupava uma liderança de
governo em Israel, visto que ela atendia às pessoas “debaixo da
palmeira de Débora” e “os filhos de Israel subiam a ela em juízo” (v. 5).
Ademais, Débora reafirmou a liderança masculina ao dizer a Baraque ele
deveria liderar as tropas de Israel contra Sísera (vv. 6-7). Thomas
Schreiner afirma que, “ela parece ser o único juiz em Juízes que não tem
função militar. Os outros juízes também lideravam Israel em vitória nas
batalhas, mas Débora recebe uma palavra de Deus para que Baraque
faça isso”.[5] É interessante que, diante da covardia de Baraque, ela não
arroga para si a tarefa de convocar o povo para a batalha. Ela o
repreende por sua hesitação e anuncia, de maneira profética, que
mesmo vitorioso na batalha, a honra seria concedida a uma mulher (v.
9). Então, longe de reivindicar a liderança para si, Débora reafirma a
liderança masculina numa época em que os homens se mostravam
negligentes.
O que isso significa para as nossas irmãs, mulheres piedosas? Podemos
apontar algumas aplicações:
Primeiro, nossas irmãs devem compreender que a narrativa sobre
Débora não as estimula a desejarem o ofício da pregação pública.
Mulheres piedosas compreendem que a verdadeira piedade é
encontrada na obediência. Sendo assim, mulheres piedosas se
contentarão no exercício das funções que lhes foram atribuídas pelo
Senhor, e não se firmarão nas interpretações igualitaristas a respeito das
profetisas da Escritura, como Débora, por exemplo. Aprendemos com o
exemplo não apenas de Débora, mas também de Hulda e Miriã, que elas
não eram “pregadoras ou professoras públicas. Não estabeleceram
padrões doutrinários ou morais para a família da aliança”.[6] A razão
para isso, é que “profecia difere de pregação. Profecia é baseada sobre
revelação espontânea (1Coríntios 14.29-33a), enquanto pregação é uma
exposição da revelação recebida”.[7]
Apesar de não profetizarem como Débora, mulheres piedosas oferecerão
sábios conselhos fundamentados na Palavra a todos aqueles que
necessitarem de sua ajuda. Mulheres sábias aconselharão homens que
as escutarão e adotarão as suas ideias.
Segundo, nossas irmãs devem compreender que a maior realização de
uma mulher cristã e piedosa é a assunção do seu papel como auxiliadora
idônea e esposa. Como tal, ela compreende que não escrava ou serva do
seu marido. Antes, ela o vê, nas palavras do Rev. David Lipsy: “com
reverência, uma mistura de amor e temor, não, contudo, um ‘temor’ de
escravo, que é nutrido com ódio ou aversão; mas um temor nobre e
generoso, que procede do amor”.[8]
Terceiro, mulheres piedosas não enxergarão a claudicância dos homens
em assumir a liderança no lar e na igreja como uma oportunidade para a
assumirem. Vivemos numa época marcada pela feminização dos
homens, sendo que uma das suas características é a relutância em
assumir o papel de líder, provedor, sustentador e defensor. Com Débora
aprendemos que o papel das mulheres piedosas nessa situação é o de
estimular e repreender, em particular, os homens, no lar e na igreja,
para que honrem o seu chamado. Grudem diz: “A história de Débora
deve motivar as mulheres nessa situação a fazerem o que ela fez:
encorajar e exortar o homem a assumir o papel de liderança para o qual
foi chamado por Deus, assim como Débora encorajou e exortou a
Baraque”.[9]
Uma Mãe em Busca de um Príncipe para o seu Povo
Diante da omissão masculina, Débora se levantou como uma mãe em
Israel (Juízes 5.7). Na canção registrada neste capítulo Débora fala da
situação preocupante da nação diante dos ataques dos inimigos:
“cessaram as caravanas; e os viajantes tomavam desvios tortuosos.
Ficaram desertas as aldeias em Israel, repousaram, até que eu, Débora,
me levantei, levantei-me como mãe em Israel. Escolheram-se deuses
novos; então, a guerra estava às portas; não se via escudo nem lança
entre quarenta mil em Israel” (vv. 6-8). Era uma época terrível: “Era um
tempo sem confiança no Senhor, um tempo de covardia e medo, e,
consequentemente, um tempo terrível para o povo”.[10] Então, as
palavras de Débora demonstram que ela aguardava um valente, um
príncipe em Israel.
É interessante que, tanto no início do livro como no final há um clamor
por um libertador: “Quem dentre nós, primeiro subirá aos cananeus para
pelejar contra eles?” (1.1b); “Quem dentre nós subirá, primeiro, a pelejar
contra Benjamim?” (20.18). Não há ninguém, dentre o povo, capaz de
livrar a Israel definitivamente dos seus inimigos: “O clamor de Débora
por um príncipe em Israel não é satisfeito pelos barraques do mundo. O
verdadeiro herói é o bebê que virá um dia, o Salvador prometido sobre
quem as tentações de Dalila não terão nenhum poder e contra o qual
nenhum inimigo, quer físico ou espiritual, pode prevalecer”.[11]
A lição é clara: Mulheres piedosas devem ser fiéis e buscar agir como
Débora em nossa época marcada pelos reclamos. Entretanto, devem
saber que seus anelos mais profundos só podem ser satisfeitos pelo
Senhor Jesus, o Príncipe da paz, que venceu todos os seus inimigos.
___________
[1] Apud in Wayne Grudem. Confrontando o Feminismo Evangélico.
São Paulo: Cultura Cristã, 2009. p. 70.
[2] Jerram Barrs. Through His Eyes: God’s Perspective On Women
In The Bible. Wheaton, IL: Crossway, 2009. p. 105.
[3] Rebecca Jones. A Mulher Segundo a Bíblia: O Cristianismo
Oprime as Mulheres? São Paulo: Cultura Cristã, 2009. p. 80.
[4] Francis Brown, S. R. Driver e Charles A. Briggs. A Hebrew and
English Lexicon of the Old Testament. In: BIBLEWORKS 7.0.
[5] Thomas R. Schreiner. “The Ministries of Women in the Contexto f
Male Leadership”. In: John Piper e Wayne Grudem (Eds.). Recovering
Biblical Manhood & Womanhood: A Response to Evangelical
Feminism. Wheaton, IL: Crossway, 2006. p. 216.
[6] Dan Doriani. Mulheres e Ministério. São Paulo: Cultura Cristã,
2009. p. 34.
[7] Thomas R. Schreiner. “The Ministries of Women in the Contexto f
Male Leadership”. In: John Piper e Wayne Grudem (Eds.). Recovering
Biblical Manhood & Womanhood: A Response to Evangelical
Feminism. pp. 216-217.
[8] David Lipsy. A Mulher Puritana. São Paulo: Os Puritanos, 2011. p.
19.
[9] Wayne Grudem. Confrontando o Feminismo Evangélico. p. 72.
[10] Jerram Barrs. Through His Eyes: God’s Perspective On Women
In The Bible. p. 106.
[11] Rebecca Jones. A Mulher Segundo a Bíblia: O Cristianismo
Oprime as Mulheres? p. 81.
_______________
* Rev. Alan Rennê é Pastor auxiliar na Igreja
Presbiteriana de Tucurí, Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico
do Nordeste, em Teresina -PI (2005), e pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie, São Paulo -SP (2010). Cursa o Sacrae Theologiae
Magister S.T.M, com área de concentração em Estudos Históricos e
Teológicos e linha de pesquisa em Teologia Sistemática, no Centro
Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, São Paulo-SP. Escreve
no blog Cristão Reformado.
A DÁDIVA DE SER MÃE! ( Tipos de Mãe na Bíblia )Home > Estudos Bíblicos, Mensagens > A DÁDIVA DE SER MÃE! ( Tipos de Mãe na Bíblia )
“Todavia, será preservada através de sua missão de mãe, se elas permanecerem em fé e
amor e santificação, com bom senso.” (I Timóteo 2:15)
Mãe é a expressão do Amor de Deus. Ser mãe é uma dádiva de Deus. Ser mãe é receber
de Deus um sublime dom. (Gera posteridade)
Ser mãe é receber um singelo dom. (Pois não existe outra forma de gerar o homem a
não ser do ventre de uma mãe)
Ser mãe é receber um perpétuo dom. (Ela concebe um ser que nasce para ser eterno,
nunca morrerá)
Dizem que cada criança que nasce é um telegrama de Deus anunciando que ainda ama o
homem.
Por 289 vezes a palavra “mãe” ou “mães” aparece na Bíblia. Lendo-as, notamos que o
princípio segundo o qual as mães devem ser honradas (Êxodo 20.12), junto com os pais,
é repetido várias vezes, no Antigo e no Novo Testamento.
Elas devem ser honradas por serem mães, mesmo que seus conselhos ou práticas não
devem ser seguidos. Temos na Bíblia histórias de mães magníficas e outras nem tanto.
Devemos, logo, afirmar que, embora haja uma imensa influência delas sobre os seus
filhos, elas não são responsáveis pelas escolhas que eles fazem.
A MISSÃO DE SER MÃE
“Talvez um dos papéis mais preponderantes da mulher destacado na bíblia, seja o de
mãe, embora todos os papéis sejam igualmente reconhecidos. Esse papel de mãe era tão
importante nos tempos bíblicos que a esterilidade feminina chegava a ser considerada
uma maldição divina, porquanto furtava a mulher de uma de suas funções mais
importante na vida. Há casos destacados com especialidade como o de Sara( Gn 17:15),
Raquel (Gn30), e Ana (I Sm 1:2). R. C.
Muitas noites acordadas, cansaços físicos, renúncias, ingratidões, uma tarefa difícil,
árdua.
Porém é extremamente gratificante para a mãe ver o filho que ela amamentou crescido,
criado, formado, bem encaminhado na vida.
É honroso para a mãe ver em seus filhos suas próprias virtudes. É alentador para a mãe
ser reconhecida por seus filhos como aquela que esteve ao seu lado nos momentos mais
difíceis, educando, corrigindo, formando, protegendo, consolando, animando.
Todo e qualquer investimento, afim de que seja próspero tem que ter uma boa mão de
que o cuida. Assim é a mãe, para que seu filho seja prospero durante sua vida.
As Ás várias funções da Mãe:
G Gerar (conceber). Alimentar. Consolar. Dar amor. Proteção. Educar. (ensinar,
edificar, exortar, corrigir, repreender). “ Ensina a criança no caminho que deve andar e
ainda quando for velho não se desviará dele” Pv 22:6 “ Tu, porém, permanece naquilo
que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste. E que desde a
infância sabes as sagrada letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em
Jesus Cristo.” II Tm 3:14,15
AS VÁRIAS MÃES DA BÍBLIA
1. Estamos hoje homenageando as mães, um tributo necessário àquelas que podem ser
consideradas mães de verdade! Sabemos que muitas mulheres não são dignas de serem
chamadas de mães, pois abortam seus filhos, os assassinam filhos, jogam-nos na lata de
lixo. Há também mães que impõem sobre seus filhos torturas, castigos extremos,
sofrimento, abandono, etc., sem falar naquelas que desonram seus filhos pelo
comportamento pecaminoso que exercem, quando descambam para a prostituição,
drogas.
2. Porém a grande maioria das mulheres, honram de fato a posição de mães que
ocupam. Fazem de tudo para que seus filhos possam vir a ser vidas honradas na
sociedade em que vivem. Muitas delas dão até mesmo a própria vida pelos seus filhos,
fazendo de tudo para que possam crescer e ocupar espaços de destaque no mundo em
que vivemos. Há exemplos de mães que, até mesmo, passaram privações, fome, para
que seus filhos se formassem numa faculdade.
Na Escritura encontramos vários exemplos de mães, os quais queremos trazer nesta
noite. Vejamos:
ALGUNS EXEMPLOS NEGATIVOS E POSITIVOS DE MÃES DENTRO DA
PALAVRA DE DEUS:
A – EXEMPLOS NEGATIVOS:
I – AGAR – A MÃE DISPLICENTE
Gn 21.13-18, “13 Mas também do filho da serva farei uma grande nação, por ser ele teu
descendente. 14 Levantou-se, pois, Abraão de madrugada, tomou pão e um odre de
água, pô-los às costas de Agar, deu-lhe o menino e a despediu. Ela saiu, andando errante
pelo deserto de Berseba. 15 Tendo-se acabado a água do odre, colocou ela o menino
debaixo de um dos arbustos 16 e, afastando-se, foi sentar-se defronte, à distância de um
tiro de arco; porque dizia: Assim, não verei morrer o menino; e, sentando-se em frente
dele, levantou a voz e chorou. 17 Deus, porém, ouviu a voz do menino; e o Anjo de
Deus chamou do céu a Agar e lhe disse: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu
a voz do menino, daí onde está. 18 Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque
eu farei dele um grande povo”.
1.. Agar vem do hebraico “rgh” – Hagar – significado “vôo”.
2. Notem que Agar, mesmo sabendo da parte de Deus, que Ismael seria pai de muitas
nações, abandonou o seu filho achando que o menino ia morrer. Foi incrédula e
displicente! Parece que Agar era de fato era “avoada”, conforme nos indica seu nome.
II – REBECA – A MÃE PARCIAL
Gn 25.28, “Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém,
amava a Jacó”.
1. Nome “Rebeca” – Hebraico “hqbr” – Ribqah – significado “amarrar firme”, “corda
com laçada para amarrar animais pequenos”.
2. Todos nós sabemos da trama familiar montada por Rebeca, motivando e incentivando
Jacó a enganar seu irmão Esaú, e que em virtude desta trama recebeu a bênção da
primogenitura de seu pai Isaque, em lugar de seu irmão.
Tal posição de Rebeca motivou uma intriga familiar muito séria – ódio e ameaça de
assassinato. De seu nome podemos deduzir que ela apenas “se amarrou” apenas Jacó,
quando de fato era mãe também de Esaú.
B – EXEMPLOS POSITIVOS:
I – EVA – A MÃE A DE TODA HUMANIDADE
Gn 3.20, “E deu o homem o nome de Eva a sua mulher, por ser a mãe de todos os seres
humanos”.
-. A palavra “Eva” – “hwx” – Chavvah – significa “vida”, “vivendo”.
-. A primeira mulher recebeu este nome por ser a mãe de todos os seres humanos. Como
seu próprio nome indica, Eva deu origem ao processo de “vida” dos seres humanos a
partir dela, recebendo o privilégio de ser chamada a “mãe de toda a humanidade”.
II- SARA – A MÃE SÍMBOLO DE FÉ
Hb 11.11-12, “11 Pela fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não
obstante o avançado de sua idade, pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a
promessa. 12 Por isso, também de um, aliás já amortecido, saiu uma posteridade tão
numerosa como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar”.
-. Nome “Sara” – Hebraico “hr s” – Sarah – significado “nobre”, “magnífica”,
“princesa”.
-. Sara é um exemplo de fé para todas as mães, uma vez que mesmo sendo impossível
gerar um filho pela sua idade avançada, creu nas promessas divinas e Deus a tornou
fértil. Assim ela gerou Isaque, que seria o continuador da descendência de Abraão.
Vemos nela de fato uma “princesa da fé”, podendo ser exemplo para todas as mães. Sua
fé é inigualável e deve ser copiada por todas as mães.
III – JOQUEBEDE – A MÃE “AMA DE CRIAÇÃO” DE SEU PRÓPRIO FILHO
Êx 2.1-9, “1 Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma descendente de Levi. 2
E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o por
três meses. 3 Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de
junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à
beira do rio. 4 A irmã do menino ficou de longe, para observar o que lhe haveria de
suceder. 5 Desceu a filha de Faraó para se banhar no rio, e as suas donzelas passeavam
pela beira do rio; vendo ela o cesto no carriçal, enviou a sua criada e o tomou. 6
Abrindo-o, viu a criança; e eis que o menino chorava. Teve compaixão dele e disse:
Este é menino dos hebreus. 7 Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Queres que eu vá
chamar uma das hebréias que sirva de ama e te crie a criança? 8 Respondeu-lhe a filha
de Faraó: Vai. Saiu, pois, a moça e chamou a mãe do menino. 9 Então, lhe disse a filha
de Faraó: Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A mulher tomou o
menino e o criou”.
-. Nome “Joquebede”, Hebraico “dbkwy” – Yowkebed – significado “Javé é a glória”.
-. Sabemos que Joquebede foi a ama de seu próprio filho, Moisés. Quando a criança,
para escapar da morte, foi colocada sobre o leito do rio e apanhada pela filha de Faraó,
Joquebede foi chamada para ser-lhe “ama de criação”.
Isto aconteceu porque Joquebede colocou Miriã, sua filha mais velha, para vigiar a
criança que deslizava no leito do rio. Foi Miriã que ofereceu à filha de Faraó, os
serviços de sua mãe como “babá”, o que foi aceito pela princesa. De fato seu nome
indica que Joquebede foi uma promotora da “glória” de Javé.
IV – ANA – A MÃE SUPLICANTE
1 Sm 1.10-18, “10 levantou-se Ana, e, com amargura de alma, orou ao SENHOR, e
chorou abundantemente. 11 E fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos, se
benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva
te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao SENHOR o darei por todos os dias da
sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha. 12 Demorando-se ela no orar
perante o SENHOR, passou Eli a observar-lhe o movimento dos lábios, 13 porquanto
Ana só no coração falava; seus lábios se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma;
por isso, Eli a teve por embriagada 14 e lhe disse: Até quando estarás tu embriagada?
Aparta de ti esse vinho! 15 Porém Ana respondeu: Não, senhor meu! Eu sou mulher
atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho derramando a
minha alma perante o SENHOR. 16 Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial;
porque pelo excesso da minha ansiedade e da minha aflição é que tenho falado até
agora. 17 Então, lhe respondeu Eli: Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a
petição que lhe fizeste.18 E disse ela: Ache a tua serva mercê diante de ti. Assim, a
mulher se foi seu caminho e comeu, e o seu semblante já não era triste”.
-. Nome “Ana”, Hebraico “hnx” – Channah, significado “graça”.
-. Ana foi a mãe de um dos maiores sacerdotes-profetas do Velho Testamento.
Porém, sabemos as dificuldades que ela enfrentou devido à sua esterilidade, que a
motivou “chorar” na presença de Deus, junto ao templo. Vimos que até mesmo o
sacerdote Eli a teve por embriagada. Em seu pedido suplicante, ela ofereceu seu filho
para o serviço de Deus, cumprindo seu voto mais adiante.
Note que em sua súplica, Ana achou “graça” diante do Senhor.
V- RISPA , A MÃE MODELO
Mãe amorosa, não abandonou seus filhos nem quando morreram; passando
aproximadamente seis meses enxotando as aves de rapina para que não comessem os
corpos de seus dois filhos expostos na terra. Foi honrada por rei Davi, enterrando seus
filhos nas sepulturas dos reis de Israel. (2 Sm. 21:8-14).
Quantas mães já abandonaram seus filhos, mesmo vivos? Uma tristeza.
-Rispa, foi uma mãe virtuosa que entendeu e aceitou a missão de ser mãe. Uma mãe
verdadeiramente convertida aos seus filhos. ( Malaquias 4:6) Mesmo em face ao
sofrimento, e morte, não abandonou seus filhos nem de dia e noite ficava perto de seus
corpos não deixando as aves devorar seus corpos.
Quantas mães já desistiram de seus filhos deixando que as aves das drogas, dos
traficantes, prostituições, más compainhas, os pecados diversos, filmes e revistas
pornográficas, namoros fornicares, namorados dormirem na casa.
Enxote essas aves de seus filhos, mande embora, mas não perca seus filhos.
VI – MARIA – A MÃE AGRACIADA E SOFREDORA
Lc 1.30-33, “30 Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de
Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de
Jesus. 32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará
o trono de Davi, seu pai; 33 ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu
reinado não terá fim”.
Lc 2.34-35, “34 Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este
menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e
para ser alvo de contradição 35 (também uma espada traspassará a tua própria alma),
para que se manifestem os pensamentos de muitos corações”.
1. Nome “Maria” – Grego – “Maria” – Maria; Hebraico – “Myrm” – Miryam –
significado “rebelião”.
2. Maria hospedou em seu ventre o Filho de Deus, o Deus Encarnado, para depois vê-lo
ser sacrificado em prol dos pecados humanos, 1 Co 15.3, “Antes de tudo, vos entreguei
o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras”.
Certamente Maria, agonizou junto à cruz de seu filho. Talvez, esta mulher de Deus, seja
a
I89 única das mães citadas, cujo nome não faz juz ao seu significado, uma vez que
jamais foi “rebelde”. A vida de Maria se resume no seguinte ato de obediência:
“Cumpra-se em mim segundo a sua palavra”, Lc 1.38.
AS BÊNCÃOS DA MÃE VIRTUOSA
Será sempre lembrada em suas virtudes . Não será esquecida nem quando morrer. Será
sempre amada. Seu caráter estará evidente em seus filhos e na sua posteridade. Deus a
honrará como honrou a Rispa.
O amor de Deus representado simbolicamente pelo amor de mãe: “ Mas Sião diz: O
Senhor me desamparou, o Senhor se esqueceu de mim. Acaso pode uma mulher
esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que se compadece do filho do seu ventre?
Mas ainda que essa viesse esquecer-se dele, eu, todavia , não me esqueceria de ti” Is
49:14,15
“ Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho… Todavia eu
ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos meus braços, mas não atinaram que eu os curava.
Atrai-os com cordas humanas, com laços de amor, e fui para com eles como quem alivia
o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para dar-lhes de comer.” Os 11:1,3,4
Deus abençoe cada dia as mães. Para que compreendendo a sua missão na terra, nunca
desfaleça, nunca desista, nunca desanime, pois estará plantando uma semente, regando
com amor, paciência e oração.
O que diz a Bíblia sobre ser uma mãe cristã?
Pergunta: "O que diz a Bíblia sobre ser uma mãe cristã?"
Resposta: Ser mãe é um papel muito importante que o Senhor escolhe para dar a
muitas mulheres. Às mães é dito que amem seus filhos em Tito 2:4-5, que diz:
“Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus
maridos, a amarem seus filhos, A serem moderadas, castas, boas donas de casa,
sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.” Em
Isaías 49:15a a Bíblia diz: “Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu
filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre?” Quando se
começa a ser mãe?
Os filhos são presentes do Senhor (Salmos 127:3-5). Em Tito 2:4, aparece a
palavra grega “phileoteknos”. Esta palavra representa um tipo especial de “mãe-
amor”. A idéia que esta palavra evoca é de “preferir” nossos filhos, “cuidar” deles,
“alimentá-los”, “abraçá-los” com amor, “satisfazer suas necessidades”,
“amavelmente ser amiga” de cada um como único vindo da mão de Deus. A
Escritura nos ordena para que vejamos “mãe-amor” como nossa responsabilidade.
A palavra de Deus ordena tanto às mães quanto aos pais para que façam várias
coisas na vida de seus filhos, dando:
Disponibilidade – manhã, tarde e noite (Deuteronômio 6:6-7).
Envolvimento – interagindo, colocando pontos de vista, pensando e processando a
vida juntos (Efésios 6:4).
Ensinamento – sobre as Escrituras, a visão bíblica do mundo (Salmos 78:5-6,
Deuteronômio 4:10, Efésios 6:4).
Treinamento – ajudando o filho a desenvolver habilidades e descobrir seu
potencial (Provérbios 22:6).
Disciplina – ensinando o temor do Senhor, ensinando seus limites de forma
consistente, amorosa e firme (Efésios 6:4, Hebreus 12:5-11, Provérbios 13:24,
19:18, 22:15, 23:13-14, 29:15-17).
Nutrição – provendo um ambiente de constante apoio verbal, liberdade de falhar,
aceitação, afeto e amor incondicional (Tito 2:4, II Timóteo 1:7, Efésios 4:29-32, 5:1-
2, Gálatas 5:22, I Pedro 3:8-9).
Exemplo com integridade – vivendo de acordo com o que ensina, sendo um
modelo com o qual o filho possa aprender “captando” a essência de um viver
piedoso (Deuteronômio 4:9, 15, 23; Provérbios 10:9, 11:3; Salmos 37:18, 37).
A Bíblia nunca ordena que todas as mulheres devam ser mães. Contudo, diz que
aquelas que o Senhor abençoa e se tornam mães devem tomar seriamente tal
responsabilidade. As mães têm um papel único e crucialmente importante nas
vidas de seus filhos. A maternidade não é um trabalho ou tarefa desagradável. Da
mesma forma com que uma mãe gera seu filho durante a gravidez, e da mesma
forma com que a mãe alimenta e cuida de seu filho durante a infância, as mães
têm também um papel constante na vida de seus filhos, adolescentes, jovens
adultos e até filhos completamente adultos. Enquanto o papel da maternidade
deve se transformar e se desenvolver, o amor, cuidado, educação e
encorajamento que uma mãe dá nunca devem terminar