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Estudo do livro de Yvonne do Amaral Pereira elaborado pelo grupo de Estudo de terças - feiras da Sociedade Espírita Renovação em 26.08 e 02.09.2014

O cavaleiro de numiers

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Page 1: O cavaleiro de numiers

Estudo do livro de Yvonne do Amaral Pereira

elaborado pelo grupo de Estudo de terças-feiras

da Sociedade Espírita Renovação

em 26.08 e 02.09.2014

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Focaliza a vida de Espíritos que, desde os tempos de Roma,

encarnaram em conjunto, sendo sua última existência verificada na

França, o que foi relatado no romance "Nas voragens do pecado".

Ressalta a aplicação da lei de causa-e-efeito, descrevendo os

personagens centrais e identificando-os com a existência passada. O

romance se passa por volta de 1680, no governo do Rei Luís XIV,

abordando o amor espiritual de companheiros que encarnam com a

tarefa de auxiliar aos Espíritos endividados. Enfoca a união dos

Espíritos comprometidos na busca do reajuste que, levados pelas

tendências inferiores, envolvem-se em novos dramas. Relata tramas,

culminando com a fraqueza moral de um dos protagonistas, que

busca o suicídio como fuga para seus problemas e o seu despertar

em desequilíbrio no Plano Espiritual. Conclui com o reencontro dos

personagens no Plano Maior, preparando-se para nova reencarnação,

na procura de reparação dos seus graves desvios da lei de Deus.

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Ruth Carolina

Século XVI

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Na metade do século XVII , houve reunião espiritual para

planejamento da reencarnação de RUTH e LUIS , e se

juntaria a eles o Príncipe Frederico de G. Três voluntários

haviam emigrado para o cenário terreno: Carlos Felipe I,

Carlos Felipe II e Dama Blandina retornariam para

apaziguar a consciência de cumplicidade. Juntara ao grupo

Monsenhor de B e Reginaldo de Troulles. Tratava-se de

Espíritos ainda moralmente prejudicados pelas PAIXÕES,

e que precisavam de etapas novas de progresso, à exceção

de Carlos Felipe I e Carlos Felipe II, almas cândidas, em

franco ressurgir para a redenção. Os demais

representantes da família reencarnariam em outras

localidades.

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Prepararam-se, pois, as entidades reencarnantes, e

atingiram a Terra.

Luís de Narbonne como o Cavaleiro Henri Numiers

Ruth-Carolina como Berthe de Sourmeville-Stainesbourg

Carlos Felipe I como o Padre Rômulo

Carlos Felipe II como o professor Padre Antoine Thomas

Monsenhor de B. como o camponês Arnold Numiers, pai

de Henri.

Príncipe Frederico como o Barão Louis de Stainesbourg,

primo de Berthe

Dama Blandina como a camponesa Marie Numiers, esposa

de Arnold e mãe de Henri

Reginaldo de Troulles como Ferdnand de Görs, Conde de

Pracontal.

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E novo drama de paixões e aventuras desencadeou-se nos cenários

da Terra, próprio, como tantos outros, de um planeta de provas e

expiações, onde reencarnam réprobos e delinquentes.

Esse grupo de Espíritos havia-se reunido na encarnação, na

Bélgica, para os trabalhos de reconciliação de hostilidades antigas

na fraternidade recíproca.

Não era, pois, de lei que os fatos que se desenrolaram fossem

obrigatórios.

Eles, tiveram causa nas paixões incontroláveis daqueles que não

souberam cumprir o dever consigo próprios e com aqueles que os

circundavam.

Foram, pois, inteiramente responsáveis, perante a LEI de DEUS,

pelos acontecimentos que se sucederam.

Muitas vezes, sofremos, na vida terrena não propriamente a força

de uma punção, mas a consequência de erros cometidos na mesma

existência vigente.

Page 8: O cavaleiro de numiers

“Se não perseverardes no Bem e no Amor a Deus, podereis delinquir, pois a Terra é

eivada de paixões que vos poderão atingir e desviar da rota que devereis trilhar. A

carne atraiçoa muitas vezes a vontade do Espirito” (16).

“Berthe de Sourmeville, a desventurada causadora do drama que enche nossas

páginas, e triste lição àqueles que desviam do caminho da justiça para perder-se nos

lamaçais do egoísmo e demais paixões. (165)

“ Ainda esta em tempo, Berthe! E seja qual for o erro que cometas eu te ajudarei a te

libertares dele. ... é o amigo leal, o conselheiro que desde tua infância se habituou a

zelar por ti que te vem suplicar que, se algo perturba a serenidade do teu lar, que te

esforces por reagir contra a tentação e o mantenhas respeitável e feliz como até aqui.

(83 /84). (Oportunidade ignorada de voltar a boa rota traçada no Espaço)

“Berthe pouco progredira, mantivera-se estacionária como espírito, cultivando o

egoísmo e abrigando as más paixões no coração. Com efeito, não é fácil a um

Espírito endurecido no erro reformar-se” (168 /169)

“Como todos os pecadores orgulhosos, ela atribuía os próprios erros à ação de

outrem, considerando-se vítima e não Cúmplice.” (169).

Berthe ... passou por longo período de sono, até que despertou com forças bastante

para tudo compreender e iniciar a própria reeducação sob tutela de dedicados

amigos” (204)

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Berthe reencarnara em Flandres a fim de redimir-se , mas reincidira no crime

de traição, não se redimira, antes agravava a situação praticando erros mais

nefastos .(205)

Lei de causa e efeito é inexorável, dando a cada um segundo suas obras. “ ...

“entretanto, tudo poderá ser aliviado, dependendo do teu proceder diário”

(211)

“Os grandes erros cometidos durante a vida planetária não podem ser

reparados no Além. Será necessário o recurso decisivo da reencarnação”.

(207)

“ A reencarnação é bendito ensejo que Deus vos concede a fim de vos

reabilitardes do mal praticado e não sofrer eternamente... Esta concessão está

na Lei Natural do Progresso e não deveis rejeita-la... Não obstante, sois livres

de escolher o gênero das lutas pelos testemunhos, o local, a família onde

reencarnareis, e ate o pais onde vivereis. Se no entanto, não quiserdes partir

agora vossa vontade será respeitada. ...( 210)

“Sei que sou uma desgraçada. Nada escolho, nada posso escolher. Entrego-

me à lei de Deus. (211)

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Luiz de Narbonne

Século XVI

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Século XVII, nos arredores de Flandres (província da Bélgica),

novamente reencarnaria uma falange de espíritos afins, ligados por

um sentimento de amor, mas um amor que em muitos ainda era

primitivo e precisava ser trabalhado.

Grandes responsabilidades!!!

Mas todos tinham possibilidade de vencer se perseverassem no

bem, no amor... no dever legítimo que impulsiona a vontade a

resistir as paixões primevas e aos imperativos dos instintos que a

carne ainda impõe e que levam muitos espíritos aos piores

desatinos, esquecendo-se dos compromissos e responsabilidades

assumidos no plano espiritual.

A todos haveria o auxílio.... mas caberia a cada um ouvi-los e segui-

los...

A cada um seria dado segundo suas obras....

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“CADA CRIATURA É RESPONSÁVEL PELO QUE LHE

ACONTECE, DEVENDO INVESTIR TODOS OS ESFORÇOS E

HABILIDADES NA COMPREENSÃO DOS OBJETIVOS

EXISTENCIAIS, ASSIM EQUIPANDO-SE DE FORÇAS PARA AS

BATALHAS QUE SÃO NECESSÁRIAS PARA O

ENGRANDECIMENTO DA VIDA”

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Nesse contexto reencarnara Luis de Narbonne... agora Cavaleiro de Numiers.

Nascera na aldeia de Stainesbourg, pacato vilarejo com imponentes pinheiros

tomado por flores e casarios modestos que envolviam os transeuntes naquela

aurora de paz!

Filho único de camponeses abastados... recebeu instrução militar... tornou-se

soldado, cavaleiro.... alto, forte como um Hércules... não era belo, mas possuía

os traços dos homens vigorosos da época.

Seus olhos refletiam o seu ser ... conflitos e desequilíbrios que lhe dominavam a

alma... porém, estranhamente esses mesmo olhar se enternecia até a meiguice, a

humildade quando da lembrança de sua “amada” e de seu protetor.

Era genioso sem ser mau.

Honesto e incapaz de uma desonra, exigindo de suas relações qualidades

similares.

Qualidades que o faziam ser respeitado e que o conduziam a atos de verdadeira

filantropia cristã, sob o entendimento de que o mais forte deveria proteger o

mais fraco.

Todavia.... declarava-se ateu.

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“O HOMEM DE GÊNIO, QUE SE LANÇA À REALIZAÇÃO DE

ALGUM GRANDE EMPREENDIMENTO, TRIUNFA, SE TEM FÉ,

PORQUE SENTE E SI QUE PODE E HÁ DE CHEGAR AO

OBJETIVO QUE TEM EM VISTA, E ESSA CERTEZA LHE DÁ

UMA FORÇA IMENSA (...). ENFIM, COM A FÉ, NÃO HÁ MAUS

PENDORES QUE NÃO SE CONSIGA VENCER”

Page 15: O cavaleiro de numiers

Fora irmão colaço de Louis... amigos criados desde a infância.

Ruth Carolina .... Berthe de Soumeville. Sua amiga... sua paixão de

outra vida.

Enamoraram-se e novamente se casaram. Novas vidas.... antigos

destinos...

03 primeiros anos do enlace matrimonial.... a aura do amor parecia

derramar suas bênçãos sobre essa união.

Porém... todo erro há de ser liquidado.

Erros de outras vida e da mesma vida.

Mais uma vez o sentimento desenfreado de “amor” pela bela Berthe

lhe acometeu em atitudes irrefletidas... o ciúme, a posse, a

necessidade de exercer o domínio sobre aquele ser “angelical” lhe

conduziu a humilhação de um suposto contendor.

Porém nunca se sabe o que as palavras e atitudes impensadas

podem acarretar...

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“... USA A BONDADE NAS TUAS CONSIDERAÇÕES EM

RELAÇÃO ÀS DEMAIS PESSOAS COM AS QUAIS CONVIVES OU

NÃO. (...) A PALAVRA É PORTADORA DE GRANDE PODER,

TANTO PARA ESTIMULAR, CONDUZIR À PLENITUDE, ASSIM

COMO PARA GERAR SOFRIMENTO, DESTRUIÇÃO E

AMARGURA...”

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O suicídio.... a futura obsessão...

Casamento realizado sob ódio de um ser

espiritual... consequências que iriam advir....

Naquele lugarejo onde parecia reinar a paz...

retorna Louis...

E Berthe, Ruth... novamente se deixa

envolver.... as preocupações.... os conselhos

para que os compromissos no plano espiritual

fossem cumpridos... as promessas... a intuição

... nada ouvido... tudo esquecido.

Page 18: O cavaleiro de numiers

“O PRESSENTIMENTO... É O CONSELHO ÍNTIMO E OCULTO DE UM ESPÍRITO

QUE VOS QUER BEM. TAMBÉM ESTÁ NA INTUIÇÃO DA ESCOLHA QUE SE HAJA

FEITO. É A VOZ DO INSTINTO. ANTES DE ENCARNAR, TEM O ESPÍRITO

CONHECIMENTO DAS FASES PRINCIPAIS DE SUA EXISTÊNCIA, ISTO É, DOS

GÊNEROS DAS PROVAS A QUE SE SUBMETE (...) OS ESPÍRITOS PROTETORES

OBJETIVAM UNICAMENTE O NOSSO PROCEDIMENTO MORAL (...) MAS QUASE

SEMPRE TAPAIS OS OUVIDOS AOS AVISOS SALUTARES E VOS TORNAIS

DESGRAÇADOS POR CULPA VOSSA”

Page 19: O cavaleiro de numiers

Novamente a traição... o engano... o

abandono...

Cavaleiro de Numiers.... novamente

humilhado, desonrado, angustiado...

A raiva, o desespero, a saudade lhe

retornavam do passado e, mais uma vez, lhe

dominavam.

E a fé que poderia lhe servir de auxílio... lhe

faltou.

Tristeza, dor, sofrimento...

Page 20: O cavaleiro de numiers

“SENDO A TERRA O ‘PLANETA DAS PROVAS E EXPIAÇÕES’, OS QUE NOS

VINCULAMOS ÀS SUAS MATRIZES, CONSTITUINDO A SUA

HUMANIDADE, ESTAMOS SOB O CRIVO DE MIL NECESSIDADES QUE

NOS IMPELEM A SEGUIR, BUSCANDO LIBERTAÇÃO. O SOFRIMENTO,

PELA NOSSA PRÓPRIA RESPONSABILIDADE, FAZ-SE O AGUILHÃO QUE

DESPERTA O ESPÍRITO E O IMPELE A MARCHA”

Page 21: O cavaleiro de numiers

Mas nunca se está só! E os afetos espirituais de outra vida

lhe vieram em auxílio.

Ida para a França... novo trabalho... nova vida?

Mas a lei do resgate é imperativa! A oportunidade do

refazimento dos compromissos assumidos é sempre

oferecida!

E novamente o destino coloca essas duas almas

comprometidas no mesmo cenário, a fim de lhes

possibilitar a modificação de suas vidas.

Mas a vontade de se transformar ainda era pequenina.

E diante do novo encontro, novamente Luis de Narbonne...

Cavaleiro de Numiers.... deixa-se dominar pela ilusão...

pela paixão desenfreada... pelo amor possessivo.

Page 22: O cavaleiro de numiers

O ódio, a raiva que o dominavam, o desejo do fim daquele

ser que tanta dor lhe causara, eram efêmeros... pois não

conseguia Numiers odiar aquela mulher...

Todavia, embora houvesse o desfazimento dos sentimentos

que o angustiavam não conseguia sublimar o seu amor... o

que tanto precisava!

Mais uma vez... a ilusão.... a traição...o sofrimento....a

revolta...

Porém não teve Numiers força para superar...

O egoísmo na destinação de seus sentimentos o cegavam,

pois não enxergava os demais afetos que o cercavam.

Assim, embora nunca lhe faltassem almas queridas a seu

favor....o livre arbítrio é definidor!

E Numiers se suicidou.

Page 23: O cavaleiro de numiers

“O SUICÍDIO É O COMEÇO DO MAIOR TORMENTO QUE E A CRIATURA

HUMANA PODE SOFRER, PORQUE DESCOBRE QUE DEPOIS DE MATAR

SEU CORPO FÍSICO ELA CONTINUA VIVA... PORÉM SOZINHA, E SEM

SOCORRO ALGUM, DESCOBRE QUE SEUS MALES SÓ SE AGRAVARAM E

QUE INFELIZMENTE COMETEU UM DOS MAIORES CRIMES QUE A

CRIATURA PODE COMETER, TIRAR UM EMPRÉSTIMO DE DEUS QUE

SERVIRIA PARA A EVOLUÇÃO DE SEU ESPÍRITO”

Page 24: O cavaleiro de numiers

E mais uma vez... anos de sofrimento, de dor...

O despertar no além túmulo amplia a consciência de si

mesmo... e Numiers pode perceber que a vida não cessará

que a dor continuara...

10 anos vagando sentindo as consequências de seus atos

impensados... a lembrança do ato atentatório contra si

mesmo o atormentavam...

Precisava sofrer os resultados de suas ações irrefletidas....

A cada um será dado segundo sua obra...

Após anos de amarguras, mais uma vez o arrependimento,

a autoculpa.... mas precisava Numiers superar, resgatar... e

aceitar as consequências da sua atitude inculta...

Page 25: O cavaleiro de numiers

“A PASSAGEM DOS ESPÍRITOS PELA VIDA CORPÓREA

É NECESSÁRIA PARA QUE ELES POSSAM CUMPRIR,

POR MEIO DE UMA AÇÃO MATERIAL, OS DESÍGNIOS

CUJA EXECUÇÃO DEUS LHE CONFIA”

Page 26: O cavaleiro de numiers

Numiers ... Luis de Narbonne errara, errara

muito, mas sempre por amor... ainda que um

amor doentio que precisava ser trabalhado,

precisava ser sublimado.

Mais uma chance, uma oportunidade... sem

escolhas... difíceis provações lhe foram

traçadas ... mas o amor familiar jamais o

desamparara.

Então, novamente reencarnara Numiers, entre

os entes em que precisava ... para aprender a

verdadeiramente amar e assim se libertar!

Page 27: O cavaleiro de numiers

Príncipe Frederico

Século XVI

Page 28: O cavaleiro de numiers

Herdara da mãe uma debilidade profunda que

ameaçava lhe roubar a vida.

Marie Numiers tornou-se sua ama de campo e

passara a viver no castelo como em sua casa, mas

sempre com seu pequeno Henri. Louis, portanto,

criara-se ao lado de Henri.

Criado junto a prima Berthe e muito afeiçoado a ela,

prometeu a mãe protege-la. Com a morte da esposa

querida, o Barão Frederich se abateu e adoecendo

foi aconselhado a viajar. Pediu ao filho Louis que o

acompanhasse. Este concordou, mas queria levar

Berthe, ao que o pai não deixou.

Page 29: O cavaleiro de numiers

Louis deseja seguir no aprendizado das belas artes. O pai

se refugiava no Sul da França para após uma tuberculose,

desencarnar. Louis se vê desamparado, sem recursos com

más terras e castelos hipotecados aos primos e não manda

mais notícias ou mesada ao Padre Romulo.

O jovem refugia-se no convento na Holanda e aí torna-se

culto. Para, cuidar da vida própria sai do convento e inicia

vida artística. Louis pensa em buscar Berthe mas passam-

se os anos e ele não vai buscá-la. Louis torna-se secretário

particular do Conde Ferdnand de Görs que o leva para

Flandres. E assim alguns meses após a chegada a Bruges,

Louis pede licença ao Conde para visitar a terra natal, onze

anos após sua partida, disposto a cumprir sua promessa de

matrimônio com a prima Berthe.

Page 30: O cavaleiro de numiers

Louis aceita hospedar-se na herdade dos Numiers e era

respeitado pelos aldeões que achavam que ele sabia honrar

a memória dos pais tão queridos por todos. Sua afeição

por Henri conservara-se inalterável. Henri feliz com

presença de Louis oferece-lhe todos os préstimos até as

terras doadas por sua mãe. Mas Louis recusou. O jovem

preocupado nota que a presença da prima lhe desperta

novamente toda paixão por ela. E temeroso procura

sempre a companhia de Henri porque nota ser

correspondido.

O Conde Louis medita que seria melhor partir. Mas Louis

não se animou a deixar a herdade dos Numiers.

Page 31: O cavaleiro de numiers

A FUGA

Nas horas de meditação Louis sentia-se sobressaltado. A

consciência acusava-o do erro que praticava e ele, que

agora possuía a mulher que amava, não era feliz como seria

se esperar. Era inevitável a desgraça no solar de Louis de

Stainesbourg e ele o sabia.

O DUELO

Sentia-se sereno. Depois de dolorosamente vibrar, seus

nervos se aquietaram sob a injunção do inevitável.

Murmurou para Berthe ”estás perdoada, querida amiga da

minha infância”. E foi ao encontro de Fernand, pelas mãos

de quem morreu, pedindo perdão a Henri Numiers,

compreendendo as leis de justiça.

Page 32: O cavaleiro de numiers

Louis desviou-se da boa rota traçada no Espaço, antes da

reencarnação, e errou: fraco, invigilante, imprudente ele

arrojou-se nos braços da uma felicidade fictícia, que sua

ingenuidade supusera real.

A passagem para o Além fora violenta e era difícil o

despertar, embora não doloroso. Alguns dias após o

desenlace recuperou a lucidez; apoderou-se de tristeza

infinita. Era um remorso atroz que nada aplacava. Não

culpara Fernand pelo duelo que o vitimara e perdoava-o.

Rogava por um meio de reparar o mal praticado contra

Henri, pedindo a oportunidade de ama-lo, protegê-lo e de

sacrificar-se por ele; Sua mãe veio em seu socorro.

Page 33: O cavaleiro de numiers

Na erraticidade, a mãe de Louis diz que ele precisa

reparar/reconciliar-se com Henri. Que 2 séculos não serão

o suficiente para que Henri deixe de sofrer. Para que Louis

reencarne ligado a fortes laços de parentesco, é necessário

que Henri concorde. Caso Henry se negue, a Lei facultar-

lhe-á o direito de reparar em outrem, nas mesmas

condições que ele, o que a Henri deves.

Na reunião com os mentores espirituais, Louis solicita

reencarnar como irmão de Henri e, seu convite é aceito

pelos mentores e, também, por Henri.

O sofrimento de Louis foi provocado por sua falta de

firmeza de caráter, pois se deixou levar pelo desatino de

Berthe e sua consciência o atormentava pois sabia do erro

cometido.

Page 34: O cavaleiro de numiers

“A dor é o resultado do conflito. Ela ocorre quando duas

direções opostas coexistem numa personalidade. A direção das

forças universais criativas orienta-se para a luz, para a vida, para o

crescimento, o desdobramento, a afirmação, a beleza, o amor, a

inclusão, a união e o prazer supremo. Sempre que essa direção é

contrariada por outra, cria-se a dor, mas o desequilíbrio é um tipo

especial de tensão causada pela direção oposta. É isso que causa

o sofrimento. [...]A direção negativa e destrutiva não seria tão

feroz e tão difícil de superar se o princípio do prazer não estivesse

ligado a ela. Você se encontra na posição de não querer separar-se

do prazer precário que retira da indulgência para os sentimentos e

as atitudes destrutivas. Isso pode evoluir sutilmente,

insidiosamente e inadvertidamente quando um indivíduo começa

a seguir numa direção saudável e construtiva.”

Page 35: O cavaleiro de numiers

O sofrimento do sofrimento é resultado das aflições que ele

mesmo proporciona.

Apresenta-se sob dois aspectos: físico e mental, na imensa área

das patologias geradoras de doenças. Nesse caso, o sofrimento é

como uma doença e resultado dela.

As origens do sofrimento estão sempre, portanto, naquele que o

padece, no recôndito do seu ser, nos painéis profundos da sua

consciência.

Ao lado das origens cármicas do sofrimento, surgem as causas

atuais, quando o homem o busca mediante a irresponsabilidade, a

precipitação, a prevalência do egoísmo que incita à escolha do

melhor para si em detrimento do seu próximo.

O perdão das falhas alheias luariza a paisagem íntima clareando

as sombras da angústia insistente que bloqueia a alegria de viver,

produzindo sofrimentos injustificáveis.

Considerando a própria fragilidade, o indivíduo deve conceder-

se a oportunidade de reparar os males praticados, reabilitando-se

perante si mesmo e perante aqueles a quem haja prejudicado.

Page 36: O cavaleiro de numiers

Monsenhor de B.

Século XVI

Page 37: O cavaleiro de numiers

Monsenhor de B, pai adotivo de Luis de Narbone, reencarna

aspirando viver ao lado de seu amado filho para todo o sempre, que

agora viria como seu filho legítimo Henri de Numiers.

Arnold abastado camponês da Aldeia de Stainsbourg, protegido

pelos Barões de Stainsbourg do qual foi fiel seguidor e pai de Henri

de Numiers. Os Barões agradecidos por salvarem a vida de seu filho

Barão Fredérich, eleva Arnold a categoria de intendente ou seja

administrador de suas propriedades.

O Barão de Stainesbourg partiria para a Europa , junto de seu filho

Louis, para se tratar, e como Berthe era uma menina muito frágil,

não aguentaria a viagem, então ela é confiada temporariamente aos

Numiers, sendo que esta leva por doação o sobrenome Stainesbourg

e a quantia suficiente para o seu trato e sua educação.

Passado alguns anos Henri filho de Arnold e a filha do Barão criada

por eles se casam.

Depois de três anos Frederich de Stainsbourg volta à aldeia e Berthe

descobre que aquele (Louis) era seu grande amor (depois de Thom)

e foge com ele.

Page 38: O cavaleiro de numiers

Arnold se enfurece vendo o filho querido sofrer e diz: Ele é um

covarde que se deixa morrer por paixão, sem coragem para reagir a

aquela situação, Arnold faz um juramento: “juro que no próprio

inferno que a infame se esconda, lá mesmo eu irei buscá-la para

beber o sangue maldito e vingar a desgraça desse filho que eu

desprezo pela sua covardia”.

Arnold que na encarnação anterior fora Monsenhor B, já não

gostava de Berthe (ou seja Ruth Carolina) para ser esposa de Luis

de Narbone (agora Henri Numiers) essa antipatia só se agravava

nessa encarnação, depois de tudo que ela fez a Henri o levando ao

suicídio.

Arnold se desesperava até a demência diante do cadáver mutilado

de seu filho, que ele mesmo encontrara.

Arnold dizia blasfêmeas no auge do desespero vendo sepultarem os

despojos de Henri e de volta a sua casa dizia:

“Oh Berthe de Stainesbourg, Berthe de Stainsbourg não morrerei

sem te encontrar, assassina de meu filho! E o crime que cometeste

nele eu cometerei em ti, ainda que vá buscar no palácio dos Reis”.

Page 39: O cavaleiro de numiers

Depois desses acontecimentos pai Arnold entregara-se a

embriaguez, corroído pelo desgosto, ficava fora de casa por

dias.

O gado abandonado ou era furtado pelos forasteiros, como

ele acumulou dívidas os aldeões apoderarem-se de terras

em pagamento da dívida

Arnold deixou-se levar pelos arrebatamentos das paixões

esquecendo não apenas os sábios conselhos dos amigos do

espaço, mas também os propósitos que trouxeram ao

aceitar os novos testemunhos da reencarnação.

Passados dez anos de desolação, coberto de dores e

angústias, pai Arnold nunca mais trabalhara em sua antiga

propriedade e isso foi a ruína, com esse abandono os

senhores de Stainsbourg tomaram a propriedade de volta.

Page 40: O cavaleiro de numiers

Agora pai Arnold enfermo, tinha as faculdades

mentais alteradas e vivia perambulando pelas

aldeias como mendigo, a procura de Berthe a fim de

executar sua vingança.

Quando Berthe adoeceu e se encontrava na torre do

Presbitério, pai Arnold rodeava dia e noite em volta

só aguardando a hora de fazer sua vingança, porém

Berthe veio a falecer e Arnold Numiers não

conseguira praticar sua projetada vingança.

Já no plano espiritual, em reunião para decidir sua

nova reencarnação, Arnold foi aconselhado a

perdoar Berthe, mas não quis, fugiu e seu livre

arbítrio foi respeitado.

Page 41: O cavaleiro de numiers

Carlos Felipe II

Page 42: O cavaleiro de numiers

Era um varão de pouco mais de trinta anos de

idade. Nascera em certa aldeia de Provença, de

família nobre, mas sem grandes patrimônios.

Órfão de pai aos cinco anos de idade, sua mãe,

paupérrima, confiara-o aos monges de Saint-

Sulpice, para que se educasse e tomasse ordens [...].

Romulo fora seu mestre no convento [...].

Ordenando-se, Antoine Thomas tornara-se também

professor, pois era senhor de grande cultura

intelectual e artística, exercendo sua profissão não

somente entre os nobres, mas repartindo-se

também a beneficio dos menos favorecidos da

sociedade. [...]

Page 43: O cavaleiro de numiers

Amava Berthe desde sua infância, quando lhe

ministrava as letras e a música. “Não a desejava

como minha mulher; desejava, sim, a sua presença

em minha vida, o seu sorriso e os seus afagos;

desejava ser amado por ela á face de Deus, com a

pureza com que a amava, vê-la fiel e submissa aos

meus conselhos, aos ditames da lei de Deus.

Antoine sabendo ser amado por Berthe antes dos

seus esposais, recolhera-se, agora, ao mais

completo isolamento; fugira, por assim dizer, do

convívio da aldeia, a fim de se conservar afastado

dela, evitando possíveis expansões futuras.

Page 44: O cavaleiro de numiers

Quando Louis retorna abalando as estruturas do

casamento feliz o Padre Thom se reaproxima na

tentativa de guia-la, orienta-la e tenta convencê-la a

resignar-se, voltando-se para Deus; sem sucesso. E

com a fuga de Berthe o padre passa a prestar

assistência á Henri.

Após o assassinato de Ferdnand de Gors, Romulo e

Thom escondem Berthe em um aposento humilde e

tratam-na com desvelo paternal; mas não

conseguiram pacificar a mente da infeliz mulher.

Page 45: O cavaleiro de numiers

Na erraticidade, Padre Thom não perdia tempo:

Visitava Berthe frequentemente, instruindo-a

quanto à conduta que devia observar. Falava-lhe da

necessidade de procurar Deus e iniciar o trabalho

dos resgates necessários. Pois, era um espírito

delinquente, e quanto antes iniciasse a

aprendizagem, muito mais fácil seriam as

reparações terrenas futuras.

No que consistia o aprendizado: Prática do bem,

exercício da caridade, Estudo das Leis Divinas que

ele infligira, no exame de consciência que a levaria a

emendar-se e, à vontade de expiar o passado no

trabalho de realizações edificantes.

Page 46: O cavaleiro de numiers

Na reunião com os mentores espirituais, Thom ofereceu-se para

auxiliar Berthe, no que fosse possível, pedindo permissão para

reencarnar ao lado dela, como irmão mais velho. O que foi

concedido.

O seu sofrimento não era causado por sua má conduta ou por ter

uma consciência pesada mas porque acompanhava a vida as pessoas

que amava e que apesar de os aconselhar não seguiam os seus

conselhos.

Então sofre porque não pode evitar o sofrimento alheio.

Do texto da aula anterior a parte que identifica o Antoine é:

A educação calcada nos valores ético-morais, não-castradores, que

estimula a consciência do dever e da responsabilidade do indivíduo

para com ele próprio, para com seu próximo e para com a vida,

equipa-o de saúde emocional e valor espiritual para o trânsito

equilibrado pela existência física.

Page 47: O cavaleiro de numiers

Reginald de

Troulles

Século XVI

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Alemão, rico, poderoso, tinha 40 anos "bem vividos", era

solteiro e dado a conquistas amorosas; excêntrico; era

exímio esgrimista (era época de duelos, onde os nobres

não podiam ser desafiados sem aceitar);tornou-se paternal

com os amigos.

Admirador da intelectualidade, embora homem de armas,

protegeu o amigo Louis Frederych —artista pobre

tornando-o seu secretário particular ( para organizar

festas,escrever poemas e discursos, restaurar pinturas, etc);

sendo que este pelos afazeres de trabalho que o

sobrecarregavam se via obrigado a passar temporadas no

campo, ficando afastado da esposa Berth, que por sua vez,

vivia os prazeres nas festas e reuniões de Ferdinand,

tornando-se seu par constante

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Ferdinand apaixonou-se por Berth e redobrou os favores

concedidos a ela e o esposo Louis tentando conquistá-la

pela generosidade. Sua intenção era torná-la sua amante

uma vez que nessa época isso era comum.Mas Berth não

amava Ferdinand, embora aceitasse a vida principesca

propiciada por ele.

Um dia o Conde cansou-se da esquiva de Berth que era fiel

ao marido e lhe confessara amá-lo com sinceridade , e

retirou a proteção de ambos intentando conquistá-la pela

penúria. Demitiu o amigo Louis, deixou de convidá-los

para festas e reuniões e de comprar as peças teatrais de

Louis , sendo imitado por todos os fidalgos de Burges. A

situação do casal tornou-se humilhante e a miséria batia à

porta. Tentaram vender objetos , mas a custo apenas os

comerciantes judeus aceitavam comprar.

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Então ele enviou cartas a Berth propondo que se ela

o aceitasse traria de volta a prosperidade e atenções

de Burges, a que ela recusou. Até que o esposo sofre

um acidente no trabalho caindo de um andaime na

Capela em que fazia reparos. Sem recursos, Berth

não mais conseguia vender suas jóias porque o

Conde proibira até os judeus de empenhar ou

comprar e a penúria se abateu sobre seu lar. Então

Berth cede ao assédio de Ferdinand e se torna sua

amante em troca dos recursos para a saúde de Louis

e a sobrevivência de ambos.

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Mais tarde Louis pinta um belo retrato de

Berth o qual é cobiçado por Ferdinand que

insiste em comprá-lo sem entretanto obter

sucesso. Mas por este interesse,o Conde

aproveita para lançar uma suspeita em

Louis que se choca e intimamente

compreende nisso uma confissão da relação

daquele com sua esposa. O insulto do

Conde induz Louis a desafiá-lo a um duelo

que culmina com a morte do desafiador.

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Berth então entra em desespero pelo remorso, a

saudade e decepção, adoecendo e sofrendo

delírios,permanece reclusa por dois meses, alimentando

seu ódio por Ferdinand a quem responsabiliza

totalmente por sua desgraça , sem admitir os próprios

erros , até que planeja sua vingança.

Ferdinand por sua vez, apaixonado , cada vez mais

atraído pela mulher pela qual se julgava amado tornou-se

mal humorado e impaciente ,e insistiu em procurá-la por

cartas intencionando até desposá-la. Até que um dia

ela responde marcando encontro na casa dela , onde

o atrai para assassiná-lo por envenenamento,

cumprindo assim sua vingança.

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Ferdinand era espírito medíocre , fraco, não era um

homem de todo mau, mas fruto dos valores de sua

época materialista e frívola : uma época sem moral,

de culto ao prazer, à boemia, aos prazeres da carne,

onde era comum tanto o deleite humano aos

alcoólicos , como as relações sexuais extraconjugais

como amantes. Amou sinceramente Berth e

desorientou-se por não ser amado por ela, de quem

não passou de um joguete em suas mãos. Ele não

teria proposto o duelo ,que era lícito na época , caso

não fosse desafiado para isso por Louis, uma vez

que jamais pensou em matá-lo. Morreu sem ódio no

coração, porém surpreso com a traição de Berth.

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Estudamos na aula passada no capítulo "Viver a

Dor" que o sofrimento não é imposto por Deus ,

mas sim escolha de cada criatura e que, a

intensidade e duração dele estão de acordo com o

estágio espiritual em que ela se encontra. É bom

lembrar que nesta encarnação este espírito

envolveu-se com o mesmo grupo espiritual por

escolha própria, valendo-se de seu livre arbítrio, pois

fora isento disto pela espiritualidade , a qual

inclusive o alertou dos riscos de fazê-lo. Insubmisso

e voluntarioso, sem ser mau, era egoísta e não

media consequências para satisfazer os próprios

desejos. Dominado na ocasião por espíritos também

endurecidos , comparsas de boemia.

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Na aula lemos sobre as causas atuais do sofrimento,

quando o homem pela irresponsabilidade e pelo

egoísmo busca o melhor para si em detrimento do

seu próximo. Vimos também dentre os tipos de

sofrimento, segundo Joanna de Ângelis, o

sofrimento da impermanência das coisas terrenas,

que foi o que aconteceu com Ferdinand, que para

desfrutar do prazer de viver seu amor com Berth

investiu tudo de si, violando todos os princípios da

lei divina , numa escala de valores invertidos, tendo

como base o prazer imediato. O resultado foi o mais

alto preço a pagar: a própria vida.

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Desencarnado, vítima da vingança de sua amada,

permaneceu muito tempo moribundo, sofrendo os efeitos

do veneno, retorcendo-se com dores reflexas mentais do

corpo espiritual. Encontrado perambulando pelas ruas

acompanhado por corte de entidades nocivas como ele,

sem o mínimo de responsabilidade espiritual, foi acolhido

pelos sacerdotes do bem Rômulo e Thom ao que

agradeceu, mas não se percebeu com faltas a se

penitenciar, demonstrando temor à Verdade, procurando

enganar-se a si mesmo com modo de vida espiritual fictício

e indicando que demoraria a renovar-se. O caso deste

espírito , portanto será regido pela Lei Divina do

Progresso, através do trabalho, da dor , e do amor nas

sucessivas reencarnações.