Upload
juarez-fragata
View
45
Download
9
Embed Size (px)
Citation preview
1
Livro em formato impresso
No site “CLUBE DE AUTORES”
2
3
A CASA NA
ROCHA
PREGAÇÕES A TEMPO E
FORA DE TEMPO
Juarez Fragata
Edição 22/07/2015
4
5
ÍNDICE
1-Introdução...........................................................7
2-A Mente ou a Graça.............................................9
3-O Jugo de Cristo.................................................25
4-Reis, Senhores e Sacerdotes.............................39
5-Aprendendo a Andar com Deus..........................51
6-Na Quietude está a Nossa Força.......................77
7-O Manancial de Águas Vivas..............................81
6
7
INTRODUÇÃO
Mateus 7/ 24-27: Todo aquele, pois, que escuta estas minhas
palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que
edificou a sua casa sobre a rocha; e desceu a chuva, e correram os
rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu,
porque estava edificada sobre a rocha.
E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as pratica,
compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a
areia; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e
combateram aquelas casa, e caiu, e foi grande a sua queda. De antemão Cristo alertou-nos de que desceria chuva, e correriam os
rios, no plural, portanto mais de um, assoprariam ventos, também no
plural, e combateriam tanto o ouvinte praticante da Palavra, como o
ouvinte não praticante. Por isso o aumento das tribulações é algo
normal. A grande questão é saber se esse alguém vai escolher ser um
praticante da Palavra ou não. O preço que o praticante da Palavra e o
não praticante pagam é o mesmo.
Se esse alguém escolher ser um ouvinte praticante da Palavra, as
tribulações vão combatê-lo, mas o mesmo não cairá, visto que se
edificou sobre a Rocha, isto é, sobre Cristo, a Palavra Viva.
Agora, se ele recuar, não segurar o entendimento que recebeu de
Deus por meio da Bíblia, ou de estudos bíblicos, ou seja, se o mesmo
não por em prática este entendimento, as tribulações viram, combateram
esse alguém, o levaram ao chão, e será grande a sua queda. Por isso o
meu desejo é que os caros leitores entrem em contato com os
ensinamentos a seguir e o coloquem em prática.
- Juarez Fragata
8
9
A MENTE OU A GRAÇA
“Eu Sou” é um dos nomes de Deus. Não é eu era ou eu serei. É “Eu
Sou” no presente. Na realidade o passado é uma verdade que se
transformara em mentira. O futuro sem o que há ou ocorre na atualidade
não existe. Já o presente tem contido em si a graça de Deus. A força
consciente, inteligente, criadora e regeneradora, coordenando toda a
cadeia alimentar animal, fazendo a terra germinar e girar em torno de si
mesma ocasionando o chamado movimento de rotação. O ser humano é
um microcosmo, derivado do mesmo material utilizado pelo Criador
para construir o grande cosmos. Dentro do mesmo existe a mesma graça
ou força divina. No entanto, a mente humana tem a capacidade de tornar
essa graça inativa.
Efésios 2/ 1-3: Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos
delitos e pecados, nos quais andaste outrora, segundo o príncipe da
potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da
desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora,
segundo as inclinações da nossa carne e dos pensamentos; e éramos
por natureza, filhos da ira, como também os demais. A carne assim como os pensamentos tem vontade própria. Quando o
homem atende essa vontade automaticamente ele sai da graça de Deus.
2 Coríntios 1/ 12: Porque a nossa glória é esta: o testemunho da
nossa consciência, de que, com santidade e sinceridade de Deus, não
com sabedoria humana, mas, na graça divina, temos vivido no mundo
e mais especialmente para convosco.
A suficiência do apóstolo Paulo não vinha do seu intelecto, mas sim
da graça divina. Isso significa que a sua mente estava de contínuo
focada no presente.
Efésios 4/ 17-18: Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não
mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus
pensamentos, obscurecido de entendimento, alheios à vida de Deus
por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração... A mente tem a capacidade de viajar ao passado, e lá permanecer
horas e mais horas, assim como ao futuro. No entanto a mesma é
rebelde quanto ao presente. Por isso a grande maioria das pessoas vive
10
alheia à vida de Deus, uma vez que ela se manifesta no presente.
Romanos 8/ 19: A ardente expectativa da criação aguarda a
revelação dos filhos de Deus. Ou seja, o universo todo aguarda com ardente expectativa a
manifestação do ser humano.
E quando ocorre essa manifestação? Quando o mesmo volta à mente
para o presente, e não para o ontem ou para o amanhã.
Romanos 1/ 20: Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação
do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se
entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para
que eles fiquem inescusáveis.
Quando o homem coloca a mente no presente, a inteligência de todas
as coisas revela-se ao mesmo.
Romanos 8/ 28: Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus... Todas as coisas começam a cooperar com o homem.
Mateus 6/ 25: Por isso eu digo a vocês: não se preocupem com a
comida e com a bebida que precisam para viver nem com a roupa que
precisam para se vestir. Afinal, será que a vida não é mais importante
do que a comida? E será que o corpo não é mais importante do que as
vestes? A recomendação de Jesus é para colocarmos a mente no presente, e
só nos preocuparmos com a nossa vida, e a saúde de nosso corpo.
Mateus 6/ 26: Vejam os passarinhos que voam pelos céus: eles não
semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos. No
entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles. Será que
vocês não valem muito mais do que os passarinhos? Os passarinhos não têm capacidade de pensar no amanhã, ou seja,
eles vivem o aqui, agora. Por isso o Deus “Eu Sou”, isto é, o “Jeová
já”, o Deus do presente sustenta-os, assim como sustentará o ser
humano, se o mesmo agir do mesmo modo.
Mateus 6/ 27: E nenhum de vocês pode encompridar a sua vida,
por mais que se preocupe com isso. Que coisa chocante. No verso 25 Cristo manda nos preocuparmos
11
com a nossa vida, e agora deixa bem claro que mesmo seguindo a risca
essa recomendação, nós não podemos encompridar nossa estadia aqui
nesse planeta, por mais que venhamos a nos precaver. Ou seja, a razão
dessa recomendação é para não corrermos o risco de deixarmos esse
universo antes do tempo previsto pelo Senhor.
Mateus 6/ 28-29: E por que vocês se preocupam com roupas?
Vejam como crescem as flores do campo: elas não trabalham, nem
fazem roupas para si mesmas. Mas eu afirmo a vocês que nem mesmo
Salomão, sendo tão rico, usava roupas tão bonitas como essas flores. Em primeiro lugar Cristo afirma de que as flores não se esforçam
para crescer, ou seja, elas simplesmente crescem, e florescem sem se
esforçar para isso, uma vez que são alvos da graça de Deus, isto é, da
força consciente, inteligente, criadora e regeneradora de Deus, que age
no presente. Em segundo lugar, Jesus afirma que as riquezas materiais
não podem trazer um gosto apurado no vestir-se ou postar-se do
abonado. Ou seja, o gosto apurado no vestir-se e postar-se vem dá graça
de Deus. Portanto, quando focamos a mente na esfera em que a graça de
Deus age, essas virtudes surgem naturalmente em nós, e isso fica bem
claro no versículo 30.
Mateus 6/ 30: É Deus quem veste a erva do campo, que hoje dá flor
e amanhã desaparece queimada no forno. Então é claro que ele
vestirá também vocês, que têm uma fé tão pequena! Viram que coisa reveladora? Jesus reitera que é Deus quem nos dá o
gosto apurado no vestir-se, e vai além: afirma que as ervas do campo
têm mais fé do que o ser humano.
Vamos fazer uma breve pausa no assunto que estamos estudando, e
conferir o que é fé. Eu não gostei do jeito que ficara Hebreus 11/ 1, na
Nova Tradução da Linguagem de Hoje. Por isso vamos conferir esse
versículo que esclarece o que é fé na Almeida, Revista e Atualizada.
Hebreus 11/ 1: Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam a
convicção de fatos que se não veem. Ora, isso é a real definição das coisas que ocorrem com quem vive
com a mente focada no presente. Como já enfatizei antes a erva do
campo não se esforça para crescer e florescer. Ela simplesmente espera
no presente, e tem convicção que a sua essência virá à existência. Já
12
para o ser humano essa tarefa é muito difícil, uma vez que o mesmo tem
extrema dificuldade em manter-se no aqui, agora. Em decorrência disso,
Jesus afirmara que nós temos uma fé pequena comparada a erva do
campo.
Mateus 6/ 31-33: Portanto, não fiquem preocupados, perguntando:
Onde é que vamos arranjar comida? Ou onde é que vamos arranjar
bebida? Ou onde é que vamos arranjar roupas? Pois os pagãos é que
estão sempre procurando essas coisas. O Pai de vocês, que está no
céu, sabe que vocês precisam de tudo isso. Portanto, ponham em
primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e
ele lhes dará todas essas coisas. Isso é uma grande verdade. As pessoas que estão alheias à vida de
Deus, vivem correndo em busca de comida, bebida, roupas, e de bens
materiais, e para conseguir essas coisas não importa enganar, roubar, e
até mesmo assassinar... Contudo Deus diz ao ser humano: Viva o
presente e todas essas coisas Eu lhes darei...
Mateus 6/ 34: Por isso, não fiquem preocupados com o dia de
amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações.
Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades. Que dica maravilhosa Jesus nos dá. Por mais que venhamos nos
precaver para o dia de amanhã, isso de nada servirá, visto que em todo o
novo dia surgirá dificuldades, decorrentes do próprio dia. Sendo assim,
vamos viver um dia de cada vez, regrado com a maravilhosa graça de
Deus manifesta no presente.
O livro de Sabedoria, livro esse existente somente na Bíblia
Católica, tem dois versículos que mudaram a minha forma de ver as
coisas.
Sabedoria 1/ 4-5: E assim na alma maligna não entrará a
sabedoria, nem habitará no corpo sujeito ao pecado, porque o Espírito
Santo, que a ensina, foge das ficções, e afasta-se dos pensamentos
desatinados, e é expulso pela iniquidade superveniente. Ou seja, a pessoa que deixa a sua mente ficar fantasiando as coisas,
essa mente faz com que a sua alma torne-se maligna, uma vez que a
qualquer momento a mesma incorrerá em pecado, visto que a ficção não
13
deixa de ser uma mentira. E quem é o pai da mentira?
João 8/ 44: Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-
lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou
na verdade, porque nele não há verdade.
Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é
mentiroso e pai da mentira. Ou seja, o pai da ficção é o diabo, e a pessoa que não consegue
manter a sua mente focada no aqui e agora, isto é, no presente, torna-se
filha do diabo, momentaneamente ou definitivamente, afastando assim o
grande professor Espírito Santo, que nos ensina no presente, esfera em
que Ele atua.
Romanos 8/ 5-6: Porque as pessoas que vivem de acordo com a
natureza humana têm a sua mente controlada por essa mesma
natureza. Mas as que vivem de acordo com o Espírito de Deus têm a
sua mente controlada pelo Espírito. As pessoas que têm a mente
controlada pela natureza humana acabarão morrendo
espiritualmente; mas as que têm a mente controlada pelo Espírito de
Deus terão a vida eterna e a paz. Nós já conferimos anteriormente que a vida de Deus, ou seja, a vida
eterna se manifesta no presente. Por isso aqueles que deixam o Espírito
Santo controlar suas mentes têm essa vida, e automaticamente a paz.
Agora, por que aqueles que têm a mente controlada pela natureza
humana acabarão morrendo espiritualmente?
Gálatas 5/ 19-21: As coisas que a natureza humana produz são
bem conhecidas. Elas são: a imoralidade sexual, a impureza, as ações
indecentes, a adoração de ídolos, as feitiçarias, as inimizades, as
brigas, as ciumeiras, os acessos de raiva, a ambição egoísta, a
desunião, as divisões, as invejas, as bebedeiras, as farras e outras
coisas parecidas com essas. Repito o que disse: os que fazem essas
coisas não receberão o Reino de Deus. A mente de uma pessoa que não está focada no presente é dominada
por todas essas coisas descritas nos versículos à cima, e essas ações
mencionadas pelo apóstolo Paulo, impossibilitam as pessoas de
receberem o Reino de Deus. E em que lugar está o reino de Deus?
Lucas 17/ 20-21: Alguns fariseus perguntaram a Jesus quando ia
14
chegar o Reino de Deus.
Ele respondeu: Quando o Reino de Deus chegar, não será uma
coisa que se possa ver. Ninguém vai dizer: Vejam! Está aqui ou está
ali. Porque o Reino de Deus está dentro de vocês. Ou seja, o Reino de Deus é interno, e está dentro de nós!
E em que consiste este reino?
Romanos 14/ 17: Porque o Reino de Deus não é comida nem
bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
1 Coríntios 4/ 20: Porque o Reino de Deus consiste não em
palavras, mas em poder. Romanos 14/ 17, na Nova Tradução da Linguagem de Hoje, assim
está escrito:..., mas de viver corretamente, em paz e com a alegria que
o Espírito Santo dá. Ou seja, essa alegria é o Espírito Santo que produz, quando vivemos
o aqui, agora, evidentemente. E o Espírito ainda produz outras virtudes,
quando deixamos o Mesmo tornar-se manifesto em nós.
Gálatas 5/ 22-23: Mas o Espírito de Deus produz o amor, a alegria,
a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade
e o domínio próprio. Nós somente experimentamos essas virtudes quando não tentamos
fazer a coisa acontecer, isto é, quando não deixamos a nossa mente
tomar posse das coisas que a natureza humana produz, e deixamos a
coisa acontecer, isto é, deixamos o Espírito agir. E isso ocorre quando
conseguimos manter a nossa mente submissa.
Gálatas 5/ 16-17: Quero dizer a vocês o seguinte: deixem que o
Espírito de Deus dirija a vida de vocês e não obedeçam aos desejos da
natureza humana. Porque o que a nossa natureza humana quer é
contra o que o Espírito quer, e o que o Espírito quer é contra o que a
natureza humana quer. Os dois são inimigos, e por isso vocês não
podem fazer o que vocês querem.
Esses versículos deixam bem claro que não existe meio termo. Nós
optamos por deixar a nossa mente solta para por em prática as coisas
produzidas pela natureza humana e morremos espiritualmente, ou então
deixamos o Espírito dirigir a nossa vida e desfrutamos das coisas
produzidas pelo Espírito. A escolha está em nossas mãos.
15
Lucas 12/ 11-12: Quando levarem vocês para serem julgados nas
sinagogas ou diante dos governadores e autoridades, não fiquem
preocupados, pensando como vão se defender ou com que dizer. Pois
naquela hora o Espírito Santo lhes ensinará o que devem dizer. Ou seja, se por ventura um cristão, for perseguido pela ala religiosa
intelectual, por causa da palavra de Deus, e por esse motivo um ou outro
for levado para julgamento pelos letristas, ou por outras autoridades, a
ordem é não elaborar defesa antecipada. Ou seja, o mesmo deve manter
a mente focada no presente. Pois assim o Espírito terá condições de no
momento exato ensina-lo o que deve dizer. Agora, como Ele poderá
ensina-lo se esse cristão já tem uma defesa elaborada antecipadamente?
O Espírito não poderá lhe transmitir ensinamento. E a coisa vai muito,
além disso.
Isaías 42/ 16: Guiarei os cegos por um caminho que não
conhecem, por uma estrada que eles nunca pisaram antes. A
escuridão que os cerca eu farei virar luz e aplanarei os caminhos
ásperos. São estas as minhas promessas, e eu a cumprirei sem falta. Quando passamos a ser guiados pelo Espírito, a princípio a
impressão que temos é que estamos cegos, uma vez que não sabemos
que direção tomar. No entanto, o Espírito começa nos guiar por
caminhos que não conhecemos, isto é, nós começamos a praticar coisas
que nunca havíamos praticados antes, e a nossa falta de conhecimento a
respeito dessas práticas de repente somem, e com maestria nós
começamos a por em prática essas coisas. Por isso não se surpreendam
se de um momento para o outro, vocês saberem tudo de política, por
exemplo, sem nunca terem um envolvimento real com a política, e isso
vale para as demais coisas. Com a mente voltada para o aqui, agora, o
Espírito torna-se manifesto em nossas vidas, e nós passamos a viver o
extraordinário de Deus.
Filipenses 4/ 6-7: Não se preocupem com nada, mas em todas as
orações peçam a Deus o que vocês precisam e orem sempre com o
coração agradecido. E a paz de Deus, que ninguém consegue
entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão
unidos com Cristo Jesus.
16
Quando estamos necessitados de alguma coisa à recomendação do
apóstolo Paulo, é continuarmos com a nossa mente focada no presente.
Sim. Nós devemos orar e pedir aquilo que necessitamos a Deus.
Contudo, não devemos ficar com a mente focada nessa necessidade.
Nós devemos orar, e esquecer-se das nossas necessidades, e o “Eu
Sou”, ou seja, “Jeová Já”, o Deus do presente suprirá essas nossas
necessidades. Agindo desse modo a paz de Deus guardará o nosso
coração e a nossa mente em Cristo, ou seja, a paz de Deus não deixará o
nosso coração, e a nossa mente procurar escape no passado ou no
futuro.
“E a paz de Deus que ninguém consegue entender”!
Quando a nossa mente está no presente, podemos estar passando por
uma grande dificuldade. No entanto, a paz de Deus continua nos
envolvendo, e as demais pessoas que sabem da nossa dificuldade,
olham-nos, e não conseguem entender como diante de uma situação
desconfortável, nós conseguimos continuar calmos, e envolvendo a
todos a nossa volta com a boa essência da paz.
Isaías 40/ 28: O Senhor é o Deus Eterno, ele criou o mundo inteiro.
Ele não se cansa, não fica fatigado; ninguém pode medir a sua
sabedoria. Deus segue sempre no mesmo ritmo, isto é, no presente. O Mesmo
não espera o atrasado, nem se apressa para alcançar as mentes
apressadinhas, ou seja, Ele continua agindo no aqui, agora, e, é evidente
que aquele que não está com a sua mente focada no presente fica alheio
ao mover de Deus.
“Ninguém pode medir sua sabedoria!”
Ou seja, o mover de Deus é a sua sabedoria!
E o que é a sabedoria de Deus?
1 Coríntios 1/ 24: Mas para aqueles que Deus tem chamado, tanto
judeus como não judeus, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de
Deus. Portanto Jesus é a sabedoria de Deus. O mover de Deus é a sua
sabedoria, e a sabedoria de Deus é Jesus Cristo. Sendo assim Jesus
nunca se cansa, ou seja, Jesus continua sempre andando no presente.
17
E quem é Jesus Cristo?
João 1/ 1: Antes de ser criado o mundo, aquele que é a Palavra já
existia. Ele estava com Deus e era Deus.
João 1/ 14: A Palavra se tornou um ser humano e morou entre
nós...
Apocalipse 19/ 13: A sua capa estava encharcada de sangue. Ele se
chama A Palavra de Deus. Ou seja, Jesus Cristo é A Palavra de Deus.
O mover de Deus é a sua sabedoria. A sabedoria de Deus é Jesus
Cristo, e Jesus Cristo é A Palavra de Deus. Sendo assim o mover de
Deus é a sua Palavra, e a sua Palavra age no presente, ou seja, Ela não
se atrasa nem se adianta. Por isso sempre está no tempo certo, no local
certo para executar o mover certo.
Isaías 40/ 29: Aos cansados ele dá novas forças e enche de energia
os fracos. Viver isso na prática é algo extraordinário. Tem momentos em que a
nossa mente se rebela de vez, e passa a viajar ao passado e ao futuro de
contínuo, e essa rebelião nos esgota. Contudo, quando conseguimos
assumir novamente o controle, e coloca-la outra vez no presente, nós
recebemos novas forças, e nós antes debilitados pela rebelião de nossa
mente, novamente ficamos cheios de energia.
Isaías 40/ 30-31: Até os jovens se cansam, e os moços tropeçam e
caem; mas os que confiam no Senhor recebem sempre novas forças.
Voam nas alturas como águias, correm e não perdem as forças,
andam e não se cansam. Quando estamos com a nossa mente no presente, estamos confiando
em Deus, e o tempo todo nós recebemos novas forças, e passamos a ver
as circunstâncias a nossa volta lá do alto. Ou seja, elas não mais podem
nos enredar, e exercemos todas as nossas funções diárias, sem
perdermos as forças.
18
O ser humano tem a mania de querer fazer a coisa acontecer, quando
na verdade deveria deixar a coisa acontecer.
E de que modo nós deixamos a coisa acontecer?
Ora, focando a mente no presente!
Quando nossa mente está focada no aqui, agora, nós sempre estamos
no local certo, na hora certa para exercer a função certa.
Salmo 127/ 1: Se o Senhor Deus não edificar a casa, não adianta
nada trabalhar para construí-la... Salomão afirma que uma ação apressada, isto é, fora do tempo de
Deus, faz com que não venhamos a obter êxito na ação empreendida.
Segunda parte do verso 1 do Salmo 127: Se o Senhor não proteger a
cidade, não adianta nada os guardas ficarem vigiando. Trazendo isso para o presente. Se o Senhor não proteger o
condomínio, não adianta nada a cerca elétrica e os porteiros.
Deus só tem condições de nos proteger quando estamos com a nossa
mente no presente. Caso contrário às situações indesejáveis vão
continuar a nos atingir mesmo que de todas as maneiras venhamos a nos
proteger delas.
Salmo 127/ 2: Não adianta trabalhar demais para ganhar o pão,
levantando cedo e deitando tarde, pois é Deus quem dá o sustento aos
que ele ama, mesmo quando estão dormindo. Esses dois versículos mostram o ser humano tentando fazer a coisa
acontecer. Contudo, o mesmo não chega a lugar nenhum, e a lição que
fica para nós é: deixar a coisa acontecer.
Eclesiastes 3/ 1: Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa
tem sua ocasião. Quando a nossa mente está focada no presente, ou seja, quando
deixamos a coisa acontecer, nós nos tornamos conhecedores do tempo.
Sabedores da melhor ocasião para efetuar as coisas. Já com aqueles que
tentam fazer as coisas acontecerem, as situações são bem diferentes.
Salmo 37/ 1-2: Não se aborreça por causa dos maus, nem tenha
inveja dos que praticam o mal. Pois eles vão desaparecer logo como
erva que seca; eles morrerão como as plantas, que murcham. A pessoa que tenta fazer a coisa acontecer torna-se um praticante do
19
mal, uma vez que nesse tipo de ação sempre se invade o espaço de
outros, isto é, a área de ação de outros.
É bem verdade que na maioria das vezes, com esse tipo de ação se
consegue bom êxito. No entanto o verso 2 deixa bem claro que é um
êxito temporário. Duma hora para a outra o bom êxito desaparecerá
como erva que seca. Morrerá como as plantas que murcham, ou seja, o
mesmo irá à bancarrota aos poucos, isto é, como erva que seca.
Quando se arranca a erva de um campo, ela não seca-se de imediato.
Ela vai secando lentamente, e, é isso o que ocorre com aqueles que
tentam fazer com que a coisa aconteça.
A s ações dessas pessoas sempre nos aborrecem. No entanto, a
sugestão é não nos aborrecermos com esses maus, nem ter inveja por
eles conseguirem muitas coisas antes mesmo de sonharmos em tê-las.
Porém está escrito que eles perderão tudo aos poucos.
Salmo 37/ 3: Confie em Deus, o Senhor, faça o bem e assim more
com toda a segurança na Terra Prometida. Quando estamos com a mente focada no aqui, agora, estamos
confiando em Deus. E quando fazemos o bem, isso quando surge
oportunidade, nós passamos a morar com toda a segurança no descanso
do Senhor.
Salmo 37/ 4: Que a sua felicidade esteja no Senhor! Ele lhe dará o
que o seu coração deseja. O presente trás essa felicidade, uma vez que Deus atua no presente, e
com a nossa mente focada no aqui, agora, nós damos condições para o
Senhor dar aquilo que o nosso coração deseja.
Salmos 37/ 5-6: Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e
ele o fará. E ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu juízo
como o meio-dia. Com a nossa mente focada nas coisas que existe ou ocorre na
atualidade, como já disse antes, nós estamos confiando em Deus, e essa
confiança fará com que Ele nos ajude, fazendo com que aquelas nossas
necessidades brilhem como o sol do meio-dia. Ou seja, Deus fará com
que compreendamos o porquê dessas necessidades, e também nos dará o
conhecimento, a sabedoria e a habilidade para saná-las.
20
1 Samuel 22/ 3: Dali passou Davi a Mispa de Moabe e disse ao seu
rei: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que eu saiba o
que Deus há de fazer de mim. Davi vivia um dia de cada vez, ou seja, vivia com a mente focada no
presente.
Salmo 23/ 1: O senhor é o meu pastor; nada me faltará. Somente quem vive o presente pode afirmar que Deus é o seu pastor.
“Nada me faltará”.
Isto é, habilidade alguma lhe faltaria para vencer as dificuldades de
cada dia.
Salmo 23/ 2: Ele me faz repousas em pastos verdejantes. Leva-me
para junto das águas de descanso. Esvaziar a mente, e foca-la no presente nos trás uma grande sensação
de paz. Por isso o salmista afirma que o Senhor lhe fazia repousar em
pastos verdejantes.
“Leva-me para junto das águas de descanso”.
Não somos nós que vamos, mas sim Deus que nos conduz para junto
das águas de descanso, e isso só é possível quando vivemos o presente.
Salmo 23/ 3: Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu
nome. Quando Davi diz “guia-me”, ele deixa bem claro que vivia o aqui,
agora.
Isaías 43/ 18: Não vos lembreis das coisas passadas, nem
considereis as antigas. Quem gosta de passado é museu! Não é esse o adágio?
Ao trazermos à memória coisas do passado, nós saímos da realidade,
que é o presente, e mergulhamos num oceano fictício, uma vez que o
passado é apenas uma imagem gravada na mente.
“Nem considereis as antigas”.
Nós não devemos mais dar importância às coisas que aconteceram
em nossas vidas no passado.
Isaías 43/ 19: Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz;
porventura não o percebes? Você não está vendo a luz? Você não está percebendo coisa nova em
sua vida?
21
Coloque a mente no presente que certamente você verá coisas
extraordinárias.
Eu costumo dizer que o passado é uma verdade que se transformara
em mentira. O futuro sem o que há ou ocorre na atualidade não existe.
Já o presente tem contido em si a graça de Deus. É no presente que as
coisas acontecem!
Lucas 23/ 43: Jesus lhe respondeu: Eu garanto: Hoje você estará
comigo no paraíso.
Existe uma seita que afirma que este versículo está errado. Que o
certo seria: Eu garanto hoje, que estará comigo no paraíso! Eu não
concordo. Acredito que o verso correto é exatamente como está escrito,
com o Senhor Jesus falando no presente!
Hebreus 3/ 7: Assim, como diz o Espírito Santo: Hoje, se vocês
ouvirem a sua voz.
Não amanhã nem depois, mas sim hoje!
Hebreus 3/ 13: Ao contrário, encorajem-se uns aos outros todos os
dias, durante o tempo que se chama "hoje", de modo que nenhum de
vocês seja endurecido pelo engano do pecado.
Se o cristão deixar a mente absolta o mesmo corre o risco de ser
endurecido pelo engano do pecado. Por isso a recomendação é mantê-la
focada no hoje, ou seja, no presente!
Hebreus 4/ 7: Por isso Deus estabelece outra vez um determinado
dia, chamando-o "hoje", ao declarar muito tempo depois, por meio de
Davi, de acordo com o que fora dito antes: "Se hoje vocês ouvirem a
sua voz, não endureçam o coração".
Ou seja, o dia escolhido pelo Senhor é “hoje”, isto é, o presente.
Deus age no hoje, no presente!
Romanos 11/ 5: Assim, hoje também há um remanescente
escolhido pela graça.
Este remanescente existe no presente, e não no passado ou no futuro!
2 Coríntios 6/ 2: Pois ele diz: "Eu o ouvi no tempo favorável e o
socorri no dia da salvação”.
Digo que agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!
A nossa salvação está assegurada no hoje, ou seja, no presente!
22
Mateus 6/ 34: Por isso, não fiquem preocupados com o dia de
amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações.
Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades.
O ser humano fora criado para pensar e viver o presente, e não o
futuro, uma vez que o futuro a Deus pertence, ou seja, o hoje pertence
ao homem, o amanhã a Deus. No entanto, a humanidade como um todo
vive com a mente focada no porvir. Na realidade, o sistema capitalista
que hoje impera fora criado, e, é regido por mentes futuristas que lutam
o tempo todo para fazer a coisa acontecer, quando na verdade deveriam
deixa-la acontecer!
Tiago 4/ 13-14: Agora escutem vocês que dizem: Hoje ou amanhã
iremos a tal cidade e ali ficaremos um ano fazendo negócios e
ganhando muito dinheiro! Vocês não sabem como será a sua vida
amanhã, pois vocês são como uma neblina passageira, que aparece
por algum tempo e logo depois desaparece.
A Parábola do Rico Insensato corrobora com isso que Tiago fala.
Lucas 12/ 16-21: E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade
de um homem rico tinha produzido com abundância; e arrazoava ele
entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos.
E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros
maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; e
direi a minha alma: Alma tem em depósito muitos bens para muitos
anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! Esta
noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será?
Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com
Deus.
É claro que não é errado fazer planos para o futuro. O que é errôneo é
ignorar a interferência de Deus no porvir!
Lucas 12/ 6-7: Não se vendem cinco passarinhos por dois ceitis? E
nenhum deles está esquecido diante de Deus. E até os cabelos da
vossa cabeça estão todos contados.
Deus exerce controle até mesmo nas mínimas coisas!
Tiago 4/ 15: Em lugar disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser,
viveremos e faremos isto ou aquilo.
23
É claro que devemos fazer planos para nosso futuro, mas com
consciência plena de que o Senhor está no leme da nau do tempo
vindouro!
Tiago 4/ 16: Mas agora vos jactais das vossas presunções; toda
jactância tal como esta é maligna.
Quando deixamos de lado esta verdade, e nos vangloriamos de
nossas ambições, ignorando a interferência de Deus no porvir, nossa
vanglória vem do maligno e não do Senhor!
24
25
O JUGO DE CRISTO
Em Mateus 11/ 29-30, Jesus assim diz: Tomai sobre vós o meu jugo,
e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e
encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. Mas qual é o jugo de Cristo? Antes de responder esta pergunta é
preciso esclarecer o seguinte: Apocalipse 19/13 nos informa de que
Jesus é a palavra de Deus, e o evangelho segundo João 1/1 nos declara
que no princípio era o Verbo, isto é, a palavra, e o Verbo estavam com
Deus, e o Verbo era Deus, ou seja, Jesus é Deus.
Elucidado este ponto, vamos ver qual é o jugo de Cristo!
Lamentações 3/ 27-28: Bom é para o homem suportar o jugo na
sua mocidade. Assentar-se solitário e ficar em silêncio; porquanto
esse jugo Deus pôs sobre ele. Este é o jugo que devemos tomar agarrar, pôr sob nosso domínio.
No tocante ao assentar-se, Efésios 2/6 nos declara que, nós estamos
assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus. Já com alusão ao
termo solitário, podemos inseri-lo no contexto de abnegação, desapego
aos pensamentos e aos sentimentos relacionados às coisas ao nosso
redor e a nós mesmos.
Para fundamentar isto, vamos nos reportar a Lucas (9/23): Se
alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua
cruz e siga-me. Ainda em Lucas (14/33): Assim, pois, todo aquele que dentre vós
não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo. Para completar, vamos conferir o que nos diz Cristo em Mateus
(10/37): Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é
digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim
não é digno de mim. Já com referência ao ficar em silêncio, é bom salientar de que ficar
em silêncio não é somente permanecer de boca fechada. Isso também
implica em colocar-se em estado de quem se cala mentalmente. Muitas
vezes a boca de muitas pessoas não profere palavra alguma, no entanto,
as suas mentes é um turbilhão, é vórtice. Uma grande leva de
26
pensamentos perturba profundamente, consomem ou subvertem a paz
interior das mesmas. Porém, quando elas deixam o Espírito Santo
manifestar-se com o domínio próprio, todos esses pensamentos são
deletados e o silêncio mental passa a imperar. Incutindo o silêncio à
mente, cada uma das faculdades de receber impressões exteriores (visão,
audição, olfato, paladar, e tato), torna-se mais aguçadas. A pessoa
detentora do silêncio mental vê beleza em coisas simples, que outrora
passavam completamente despercebidas aos seus olhos. O sentido do
cheiro, assim como o gosto, o sabor, e o sentido pelo qual percebemos
as sensações de extensão, consistência e temperatura, têm uma melhora
considerável... Quando nos assentamos solitário e em silêncio, então
temos a capacidade de aprender de Cristo.
O interessante é que, quanto mais nos desapegamos dos pensamentos
e dos sentimentos relacionados às coisas ao nosso redor e a nós mesmos,
mais Deus fala e efetua em nós o querer e o realizar Filipenses 2/13.
Com o objetivo de elucidar um pouco mais este assunto, vamos
percorrer há história do patriarca Abraão.
Em Gênesis 12/1 o Senhor diz ao então Abrão: Sai da tua terra, da
tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei. A recomendação era deixar toda a sua parentela, no entanto, Abraão
saíra com o seu sobrinho Ló a tiracolo.
É evidente que isto visto a luz dos sentimentos, continua sendo
compreensível. Seguramente Ló, via em seu tio, o pai que havia
perdido, e, Abraão, para não magoá-lo, não ferir seus sentimentos,
movido pelo sentimento de compaixão, desobedecera em parte à ordem
de Deus, permitindo que seu sobrinho o acompanhasse.
Gênesis 12/4: Partiu, pois, Abrão, como lhe ordenara o Senhor, e
Ló foi com ele. O verso dá a entender de que foi Ló, que se dispôs antecipadamente a
segui-lo, e Abraão, dando vazão aos sentimentos, consentira,
desobedecendo em parte à ordem de Deus, e o resultado disso, nós
encontramos em Gênesis (12/7): Darei à tua descendência esta terra.
Agora vamos ver o que está escrito em Gênesis (13 /14,15): Disse o
Senhor a Abrão, depois que Ló se separou dele: Ergue os olhos e olha
27
desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o
ocidente; porque toda essa terra que vês, eu te darei, a ti e à tua
descendência, para sempre. Só uma curta regressão, antes de continuarmos. No versículo (1) de
Gênesis (13), assim está escrito: Saiu, pois, Abrão do Egito para o
Neguebe, ele e sua mulher e tudo o que tinha, e Ló com ele. Ló sentia-se seguro na companhia de seu tio, e esse sentimento de
segurança é que o levava a persistir em acompanhá-lo, e por sua vez,
Abraão não fazia o que era certo, isto é, não pedia para seu sobrinho
afastar-se dele, visto que estava prejudicando-o.
As Escrituras nos afirmam: tudo é possível ao que crê não ao que
sente, e aqueles que se deixam guiar pelos sentimentos, visam sempre os
seus próprios interesses, que era o caso de Ló.
Talvez o seu seja o sentimento de dependência, ou então de detenção
de alguém com o intento de tê-lo somente para si, e isso está sufocando
esse alguém, prejudicando o seu dia a dia. Se esse for o seu caso, meu
amigo, minha amiga, deixe o Espírito Santo deletar, apagar, jogar fora
esses sentimentos prejudiciais ao próximo, assim como a si mesmo.
Já com alusão ao patriarca dos judeus, seguramente o mesmo tinha
consciência de que precisava se separar de seu sobrinho. Mas como
dizer isso a ele sem ferir seus sentimentos?
Quantas e quantas vezes isso ocorre conosco. O Espírito nos
impulsiona a deixar determinado trabalho, que é lícito, contudo, não é
do agrado de Deus. Impulsiona-nos a sair de certo círculo de amizade,
que está nos contaminando, nos corrompendo, ou até mesmo sair de um
namoro que está tomando um rumo que não é compatível com os
padrões bíblicos. No entanto, o sentimentalismo nos leva a dizer para
nós mesmos: Se eu sair desse emprego, aonde encontrarei outro? Se
eu cortar as relações com ela ou com ele, sem sombra de dúvida, os
mesmos ficaram contristados, magoados comigo! E assim aquele emprego, aquele círculo de amizade, e o namoro que
está tomando um rumo incompatível com os padrões bíblicos,
continuam nos prejudicando, nos impedindo de progredir
espiritualmente. A mesma coisa estava ocorrendo com Abraão, e fora
preciso uma altercação, entre os pastores do rebanho de seu sobrinho e
28
os seus, para que o mesmo tomasse a atitude correta.
Gênesis 13/ 7-8: Houve contenda entre os pastores do gado de
Abrão e os pastores do gado de Ló. Nesse tempo os cananeus e os
ferezeus habitavam essa terra.
Disse Abrão a Ló: Não haja contenda entre mim e ti e entre os
meus pastores e os teus pastores, porque irmãos somos. Antes de seguirmos em frente, é bom fazer uma observação de curta
duração. Assim como houvera contenda entre os pastores do gado de
Abraão e os pastores do gado de Ló, no tempo em que os cananeus e
outros povos habitavam aquela terra, é comum ver no nosso tempo:
pastores dessa e daquela igreja, altercando entre si, enquanto os
cananeus e os ferezeus continuam habitando a terra. E a religiosidade
que os envolve, aprisionando mais e mais pessoas no embuste do
esoterismo, budismo, monoteísmo, ateísmo, e em tantos outros ismos, e
os irmãos em Cristo, ao invés de tentar tirá-los do engodo, ficam
altercando entre si, dizendo que a sua igreja é a melhor.
Dito isso retornaremos ao verso (8) de Gênesis (13), acrescentando
ao mesmo o versículo (9): Disse Abrão a Ló: Não haja contenda entre
mim e ti e entre os meus pastores e os teus pastores, porque irmãos
somos. Acaso, não está diante de ti toda a terra? Peço-te que te
apartes de mim; se fores para a esquerda, irei para a direita; se fores
para a direita, irei para a esquerda. Como podemos conferir nos versos seguintes, Ló escolhera para si
toda a campina do Jordão e partiu para o Oriente; separaram-se um do
outro.
Recapitulando o que já vimos no capítulo 13/ 14-15 de Gênesis.
O que dissera o Senhor a Abraão, depois que Ló se separara dele?
Ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul,
para o oriente e para o ocidente; porque toda essa terra que vês, eu te
darei, a ti e à tua descendência, para sempre. O sentimento de apego de Ló constituía-se num atrapalho ao seu tio.
Tanto é verdade que depois que houvera a separação a promessa que
somente era para a posteridade de Abraão, passara a ter validade
também para os seus dias, visto que diz: Porque toda essa terra que vês,
29
eu te darei. Meu irmão, minha irmã, mire-se no exemplo negativo do sobrinho de
Abraão, e não seja um Ló na vida de sua esposa. Não seja um Ló na
vida de seu marido. Não seja um Ló na vida de seus filhos, netos, pais,
avós, tios... O que estou falando, não se deve tomar como pretexto para
o homem chegar a casa e espezinhar, maltratar a esposa e os filhos, nem
abdicar dos mesmos. E o que é válido para o homem, também é válido
para a mulher e os filhos... A grande verdade é que, quando nos
desapegamos das coisas materiais, e renunciamos os sentimentos
relacionados às coisas a nossa volta e a nós mesmos, nós ouvimos a voz
de Deus, e além de aprendermos de Cristo, nós damos condições para o
Espírito Santo manifestar-se com o amor.
E o que o apóstolo Paulo nos diz a respeito do amor, em 1 Coríntios
13/4-7: O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes,
não se ufana. Não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente,
não procura os seus interesses, não se exaspera. Não se ressente do
mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade;
tudo sofre tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Aqueles que têm o amor latejando, em contínua pulsação em seu
coração, são resignados, conformado com os sofrimentos ou as
provações que vez por outra surgem na vida. Compraz-se em fazer o
bem, é benévolo, agradável, não alimenta o sentimento e a manifestação
da apreensão provocada pelo receio de perder o objeto amado. Não se
envaidece, não é arrogante, altivo, nem demonstra orgulho, quando
Deus o tira dos sofrimentos e das provações, e o engrandece com uma
grande benção. Sempre é conveniente, respeita o decoro. Não se
aproxima das pessoas com segundas intenções, ou seja, com o intento de
corresponder às exigências do seu próprio interesse. Não costuma
irritar-se, enfurecer-se, exacerbar-se. Não é de o seu feitio magoar-se
profundamente, lembrar-se de ofensa, nem tão pouco alegrar-se com as
desgraças alheias. O mesmo tem grande alegria ao servir a Deus.
Quando é ofendido não revida, sempre vê e procura passar adiante a
virtude, isto é, a boa qualidade moral das pessoas, e não os seus
defeitos. No momento em que experimentamos o amor produzido pelo
Espírito, nós compreendemos perfeitamente o que Jesus diz em Marcos
30
10/ 29-30: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado
casa, irmãos, irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de
mim e por amor do evangelho, que não receba, já no presente, o
cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com
perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna. No amor nós ignoramos a imperfeição dos nossos semelhantes, e nos
fixamos em suas qualidades. Por isso o esposo tem muito mais esposa, e
a esposa muito mais esposo, e muito mais filhos, irmãos, irmãs, pai e
mãe, uma vez que procura ver, somente as suas qualidades, e não seus
defeitos... No amor, além de também darmos valor às pequenas coisas,
nós não mais agimos de acordo com os nossos sentimentos e
pensamentos, mas sim de acordo com o que é certo. Um exemplo disso
está em Lucas (5/ 4,5) onde Cristo ordena a Simão Pedro: Faze ao
largo, e lançai as vossas redes para pescar. Respondeu-lhe Simão:
Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a
tua palavra lançarei as redes. Isto fazendo, apanharam grande
quantidade de peixes; e rompiam sê-lhes as redes. Sem sombra de dúvida, Simão Pedro, sentia necessidade de dormir,
sentia-se extenuado, extremamente cansado, esgotado completamente,
visto que tinha trabalhado a noite toda, e seguramente tudo o que queria
era ir para casa, tomar um banho e cair no sono. Contudo, ele ignorara o
que sentia e agira de acordo com a palavra de Jesus, e fora
abundantemente recompensado por isso.
Só uma curta ressalva: guerras, intrigas, perseguições, preconceito
racial, por exemplo, e tantas outras coisas semelhantes a estas,
procederam e procedem dos sentimentos.
Ainda com referência ao amor, no verso (8) de Gênesis (13), ao qual
já conferimos anteriormente, Abraão, assim dissera a Ló: Não haja
contenda entre mim e ti e entre os meus pastores e os teus pastores,
porque irmãos somos. Na tradução Almeida, Revista e Atualizada, no final deste verso, está
escrito o seguinte: Porque somos parentes chegados.
No entanto, como o patriarca dos judeus procurava andar o tempo
todo em amor e pela fé, e não pelo que sentia, pensava e via, ficaremos
com o que diz a Almeida, Versão Revista e Corrigida: Porque irmãos
31
somos. Ou seja, o pai de todos os que creem Romanos 4/11, isto é,
Abraão, pelos olhos da fé, via em Ló um irmão. E quando ouvira que o
mesmo estava preso, em amor fizera o que era certo. Não temera a
superioridade numérica dos raptores de Ló, visto que no amor não existe
medo. Antes, o perfeito amor lança fora o medo 1 João 4/18, armara os
seus criados nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e perseguira-os,
e dividira-se contra eles de noite, ele e os seus criados, e os ferira, e os
perseguira até Obá, que fica à esquerda de Damasco. E tornara a trazer
toda a fazenda e tornara a trazer também a Ló, seu irmão, e a sua
fazenda, e também as mulheres, e o povo Gênesis 14/ 14-15.
Vamos dar uma paradinha no versículo (14), que nos atrai a atenção
pelo seguinte fato: Abraão armou os seus criados, nascidos em sua
casa, trezentos e dezoito. Numa significação um tanto mais profunda, compreendemos que a
casa de Abraão, era a promessa que o mesmo havia recebido de Deus. Já
no tocante aos trezentos e dezoitos, eram, eles, as habilidades nascidas
desta promessa.
Êxodo 35/30-35: Disse Moisés aos filhos de Israel: Eis que o
Senhor chamou pelo nome a Bezalel..., e o Espírito de Deus o encheu
de habilidade, inteligência e conhecimento em todo artifício, e para
elaborar desenhos e trabalhar em ouro, em prata, em bronze, e para
lapidação de pedras de engaste, e para entalho de madeira, e para
toda sorte de lavores. Também lhe dispôs o coração para ensinar a
outrem, a ele e a Aoliabe... Encheu-os de habilidade para fazer toda
obra de mestre, até a mais engenhosa. Quando Deus chama alguém para determinada obra, isto é, para fazer
parte de determinado projeto, que no caso de Abraão, era fazê-lo uma
grande nação, o Espírito Santo enche-o de habilidade, inteligência e
conhecimento para pôr em prática, executar esta obra, este projeto. Fora
este fator preponderante que fizera Abraão praticar a ação de investir
contra a Quedorlaomer e os reis que estavam com ele Gênesis 14/17, e
saísse vitorioso.
Resumindo - Abraão usara as habilidades, a inteligência e o
conhecimento que havia nascidos da promessa que tinha recebido de
Deus, para resgatar a seu irmão, o também justo Ló 2 Pedro 2/7. Já,
32
dentro de uma visão religiosa, compreendemos que os trezentos e
dezoito criados de Abraão, nascidos em sua casa, eram aqueles que
haviam nascidos debaixo de sua unção.
Vamos fazer uma suposição a respeito disso: determinada
denominação tem quinhentos pregadores. Trezentos deles foram
instituídos pregadores dentro dessa denominação, e duzentos, foram
contratados de outras denominações. Os trezentos jamais retrocedem,
seguem firme em suas posições, servindo a sua igreja de acordo com o
entendimento de seu líder, nunca se rebelando contra a autoridade
instituída por Deus. Já os duzentos contratados, embora tementes a
Deus, e respeitando a autoridade instituída por Ele, não podem servi-la
de coração, porque lá na essência ou ponto essencial, lá no íntimo
desses duzentos, há outro fundamento, vinculado as suas respectivas
denominações de origem, e surgindo o revés, a adversidade e a
contrariedade, dentro da denominação, a tendência é abandoná-la.
Consciente disso Abraão armou somente os seus criados nascidos em
sua casa. Pois sabia que esses não retrocederiam, não voltariam para
trás, coisa que poderia ocorrer com os seus servos originários de outras
casas; sim, porque é evidente que o mesmo tinha muito mais servos.
Não tirem conclusões precipitadas, impensadamente ao meu respeito.
Pois não tenho nada contra um pastor formado em uma denominação, ir
trabalhar em outras. Ao contrário. Tenho por feliz, o pregador que Deus
concede o privilégio de transitar em várias denominações, lhe concede o
privilégio de viver no Evangelho e do Evangelho, e isso é bíblico.
1 Coríntios 9/ 14: Assim ordenou também o Senhor aos que
pregam o evangelho que vivam do evangelho. Na verdade eu estou falando neste momento, aos pregadores que têm
a vantagem ou exceção concedida por Deus, para pregar a palavra em
outras denominações. Esses sabem do que estou falando.
Vamos retornar ao livro de Gênesis 14, e seguir do verso 17 ao 23:
Após voltar Abrão de ferir a quedorlaomer e aos reis que estavam com
ele, saiu-lhe ao encontro o rei de Sodoma no vale de Savé, que é o vale
do Rei. Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era
sacerdote do Deus Altíssimo... E de tudo lhe deu Abrão o dízimo.
Então, disse o rei de Sodoma a Abrão: Dá-me as pessoas, e os bens
33
ficarão contigo. Mas Abrão lhe respondeu: Levanto a mão ao Senhor,
o Deus Altíssimo, o que possui os céus e a terra, e juro que nada
tomarei de tudo o que te pertence, nem um fio, nem uma correia de
sandália, para que não digas: Eu enriqueci a Abrão. Nesta terra andara somente um ser humano perfeito, ao qual fora
Jesus Cristo. Os que vieram antes de nós, assim como nós, vez por outra
escorregaram e pecaram algumas vezes consciente, outras não, e com
Abraão não fora diferente. Para exemplificar podemos citar Gênesis
12/10. Abraão abandonara a promessa de Deus, e descera ao Egito, que
simboliza o mundo. Contudo, no caso do dízimo dado a Melquisedeque,
rei de Salém, que mais tarde recebera outras duas sílabas na frente,
tornando-se Jerusalém, Abraão mostrara já ter domínio próprio,
discernimento, e desprendimento as coisas materiais.
Logo após este feito, dissera-lhe o rei de Sodoma: Dá-me as pessoas,
e os bens ficarão contigo.
Provérbios 19/2 nos diz que não é bom proceder sem refletir, e peca
quem é precipitado. Seguramente se fosse um cristão que até então se
alimentasse de leite, ou seja, que fosse inexperiente na palavra da
justiça, Hebreus 5/13 sem refletir maduramente sobre a proposta, sem
pesar os prós e os contras, tomaria posse dos bens do rei de Sodoma, e
acreditando ter recebido uma grande benção diria: Acabei de dar o
dízimo, e Deus, de imediato me retribuiu abundantemente mais, e teria
pecado. Porém, Abraão, ponderara, e dando prova de que não tinha mais
apego as coisas materiais, não aceitara os bens daquele monarca,
chegando à conclusão de que o mesmo sairia dizendo: Eu enriqueci o
então Abrão. E a demonstração de desapego às coisas materiais, trouxera algum
benefício a Abraão? Sim! Lembra-se que anteriormente nós conferimos
que, quando nos desapegamos das coisas materiais, e renunciamos os
sentimentos relacionados às coisas a nossa volta e a nós mesmos, entre
outras coisas, nós ouvimos a voz de Deus!? Fora isso o que ocorrera
com Abraão.
Gênesis 15/1: Depois destes acontecimentos, veio à palavra do
Senhor a Abrão, numa visão, e disse: Não temas, Abrão, eu sou o teu
escudo, e teu galardão será sobremodo grande.
34
E o que acontece nos versículos seguintes, é uma interação entre
Abraão e Deus, que lhe promete um filho.
Como mencionei antes, somente houvera um homem perfeito aqui
nesta terra, o qual fora o Senhor Jesus Cristo. Os demais, incluindo,
obviamente, nós, filhos da promessa, como Isaque Gálatas 4/28, vez
por outra erramos, e com Abraão não fora diferente.
No capítulo 16 de Gênesis, o mesmo acolhe uma sugestão da então
Sarai, e sem consultar a Deus põe em prática a insinuação da esposa, e
tem relação com a sua serva Agar, gerando Ismael, que nascera segundo
a carne, Gálatas 4/23, isto é, nascera do desejo da carne. Porém, como
este assunto não nos interessa no momento, vamos deixá-lo de lado e
seguir em frente.
No capítulo 17 de Gênesis, Deus muda o nome de Abrão, para
Abraão, e o de Sarai, para Sara, e lhe promete Isaque.
Abraão já era idoso, quando lhe nascera Ismael. Portanto não é difícil
deduzir de que, ele o amava muito, e era extremamente apegado ao
mesmo, e isso fica claro em Gênesis 17/18: Disse Abraão a Deus:
Tomara que viva Ismael diante de ti. O que veio a ser o pai de todos os que creem Romanos 4/11, tinha
plena convicção de que precisaria desapegar-se dos sentimentos
relacionados ao seu filho Ismael. O qual havia nascido segundo a carne,
para acolher a Isaque, que haveria de nascer mediante a promessa,
Gálatas 4/ 23, e isso não lhe causara agrado. Por isso tentara barganhar
com Deus: Tomara que viva Ismael diante de ti. Mas como não há
barganha com Deus, Deus lhe respondeu: De fato, Sara, tua mulher, te
dará um filho, e lhe chamarás Isaque, Gênesis 17/19.
Gênesis 21/ 8-12: Isaque cresceu e foi desmamado. Nesse dia em
que o menino foi desmamado, deu Abraão um grande banquete.
Vendo Sara que o filho de Agar, a egípcia, o qual ela dera à luz a
Abraão, caçoava de Isaque, disse a Abraão: Rejeite essa escrava e seu
filho; porque o filho dessa escrava não será herdeiro com Isaque, meu
filho. Pareceu isso mui penoso aos olhos de Abraão, por causa de seu
filho. Disse, porém, Deus a Abraão: Não te pareça isso mal por causa
do moço e por causa da tua serva; atenda a Sara em tudo o que ela te
35
disse; porque por Isaque será chamada a tua descendência. Para complementar, vamos conferir o verso 14: Levantou-se, pois,
Abraão de madrugada, tomou pão e um odre de água, pô-los às costas
de Agar, deu-lhe o menino e a despediu. Imaginem o quão difícil fora para Abraão, ter que ignorar os
sentimentos relacionados a Ismael, e se ver obrigado a mandá-lo
embora? No entanto, isso não é tudo. Talvez Abraão tenha dito para
consigo mesmo: Tudo, bem! Ismael nasceu do desejo da minha carne.
Por isso, mesmo a contragosto, ignorarei o que sinto por ele. Já Isaque é
o filho da promessa. A este eu posso me apegar sentimentalmente com
toda a força que ainda me resta!
Se fora essa a conclusão que chegara o mesmo, enganara-se
redondamente.
Gênesis 22/ 1-2: Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e
lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui!
Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem
amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um
dos montes, que eu te mostrarei. Quando Deus disse teu único filho, Isaque deixara bem claro que
Ismael, que havia nascido segundo a carne, para Ele, era como se não
existisse. Por isso é bom tomar muito cuidado, meus irmãos. Para Deus,
tudo o que se produz segundo a carne, é como se não existisse. Portanto
façam uma breve reflexão, e vejam se suas obras são ações da carne, ou,
deveras, é Deus que efetua em vós tanto o querer como o realizar,
Filipenses 2/13. Porque se não é Deus, o seu querer e o seu realizar,
estão fadados ao fracasso, e não adianta clamar ao Senhor. Pois como
acabamos de ver, para Deus, o querer e o realizar segundo a carne, são
como não ter existência real.
Bem! Abraão, esperando contra a esperança, ousara crer, e sem
enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo
amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara, não
duvidara, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se
fortalecera dando glória a Deus, estando plenamente convicto de que
Ele era poderoso para cumprir o que prometera Romanos 4/18-21, e
deveras Deus cumpriu. Isaque era uma realidade física.
36
No entanto, de repente, Deus mandara Abraão oferecê-lo em
holocausto, ou seja, de uma hora para outra, Deus mandara-o,
desapegar-se por completo dos sentimentos relacionados ao filho da
promessa, e por meio do fogo deletar, apagar, reduzir a cinzas o seu
corpo físico, o qual alimentava esses sentimentos.
Como era temente a Deus, Abraão obedeceu-O, e se desapegara
sentimentalmente, também do seu filho Isaque, e o desapego fora tanto
que o mesmo só não o oferecera em holocausto, porque lhe bradara o
Anjo do Senhor, Gênesis 22/ 10-11.
Como vimos anteriormente, quando nos desapegamos aos
sentimentos relacionados às coisas a nossa volta, além do Espírito Santo
manifestar-se com o amor, e ouvirmos a voz de Deus, e aprendermos de
Cristo, as nossas orações são ouvidas.
Gênesis 22/ 20-23: Passadas essas coisas, foi dada notícia a
Abraão, nestes termos: Milca também tem dado à luz filhos a Naor,
teu irmão. Uz, o primogênito, Buz, seu irmão, Quemuel, pai de Arã,
Quésede, Hazo, Pildar, Jidlafe e Betuel gerou a Rebeca; estes oito deu
à luz Milca a Naor, irmão de Abraão. Primeiramente, Abraão, em oração, pedira a Deus, uma mulher,
dentre os seus familiares, para ser esposa do seu filho Isaque. Em
seguida pedira ao Senhor, que lhe trouxesse notícia dos mesmos, só que
ela não chegava.
E por que não chegava? Porque o mesmo estava completamente
apegado aos sentimentos, especificamente relacionados à Isaque.
Porém, quando os deletara, ou seja, se desapegara desses sentimentos, a
notícia fora dada. E quem é a última pessoa mencionada no relato
trazido a Abraão? Isso, mesmo: Rebeca. E Deus lhe dera a palavra,
declarando que a mesma era a moça predestinada a ser esposa de seu
filho. Nós podemos claramente evidenciar isso, em Gênesis 24/ 50-51:
Isto procede do Senhor, nada temos a dizer fora da sua verdade. Eis
Rebeca na tua presença; toma-a e vai-te; seja ela a mulher do filho do
teu senhor, segundo a palavra do Senhor. O Senhor Jesus Cristo nos declara em João 17/17, de que a palavra
de Deus é a verdade. E, em 2 Coríntios 13/8, o apóstolo Paulo nos diz
37
que, nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria
verdade. Ou seja, nada podemos contra a palavra, senão em favor da
própria palavra.
Vamos novamente ao livro de Gênesis 24/50, onde assim
responderam Labão e Betuel ao servo de Abraão: Isto procede do
Senhor, nada temos a dizer fora da sua verdade. Ou seja, nada temos a dizer fora da sua palavra. Os mesmos não
tinham argumento para segurar Rebeca, e não deixá-la ir ter com Isaque,
e tornar-se sua esposa. Por isso foram obrigados, assim, responder no
verso 51: Eis Rebeca na tua presença; toma-a e vai-te; seja ela a
mulher do filho do teu senhor, segundo a palavra do Senhor. Voltando ao tema principal. Abraão fora obrigado a desapegar-se
sentimentalmente, até mesmo de Isaque, o filho da promessa, para
poder, assim, andar livre, leve e solto, completamente entregue nas
mãos do Senhor, dando totais condições a Deus de dirigi-lo.
Em Hebreus 6/1, a recomendação é pormos de parte os princípios
elementares da doutrina de Cristo, e deixarmos nos levar para o que é
perfeito. O patriarca dos judeus deixara-se levar para o que é perfeito. A
base para crer nisso, é encontrada em 2 Coríntios 7/29-31: Isto, porém,
vos digo, irmãos: o tempo se abrevia; o que resta é que não só os
casados sejam como se não fossem; mas também os que choram,
como se não chorassem; e os que se alegram, como se não se
alegrassem; e os que compram, como se nada possuíssem; e os que se
utilizam do mundo, como se dele não usassem. Abraão tinha irmão e sobrinhos, mas era como se não os tivessem.
Tinha esposa, mas era como se não a tivesse. Tinha filhos, contudo era
como se não os tivessem.
Segundo o apóstolo Paulo, o tempo se abrevia. Por isso, meus
irmãos, a partir desse momento passem a agir segundo Abraão agia, e
comece mais e mais a ignorar os sentimentos relacionados às coisas ao
seu redor. Pois, agindo deste modo, além do Espírito Santo manifestar-
se com os seus frutos, mais e mais Deus efetua em vós o quere e o
realizar. Esta é uma das condições para que Deus possa operar
poderosamente em nosso favor.
38
39
REIS, SENHORES E SACERDOTES
Na primeira carta a Timóteo 6/ 15, Paulo, o apóstolo dos gentios
afirma que Jesus Cristo é o único Soberano, o Rei dos reis, e Senhor dos
senhores! Mas, quem são estes reis e senhores? Será que são os líderes
das grandes potências econômicas, e das grandes denominações
religiosas, ou então os astros dos esportes ou da sétima arte?
Apocalipse 1/ 5-6: E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel
testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da
terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos
pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e
poder para todo o sempre. Amém.
Ou seja, estes reis, senhores e sacerdotes são aqueles que aceitaram
Jesus Cristo como Senhor e Salvador!
E como é este Reino do qual estou falando?
É um Reino que não pode ser abalado, ou seja, é firme, constante,
inquebrantável. É isso que nos garante Hebreus 12/ 28.
Este Reino é tangível, se pode tocar ou apalpar?
Lucas 17/ 20-21: Alguns fariseus perguntaram a Jesus quando ia
chegar o Reino de Deus. Ele respondeu: — Quando o Reino de Deus
chegar, não será uma coisa que se possa ver.
Ninguém vai dizer: “Vejam! Está aqui” ou “Está ali”. Porque o
Reino de Deus está dentro de vocês.
Ou seja, no Reino de Deus todo o cristão é um rei, senhor e
sacerdote. Este Reino é interno, em razão disso não é tangível.
E em que consiste este Reino?
1 Coríntios 4/ 20: Pois o Reino de Deus não é coisa de palavras,
mas de poder.
Romanos 14/ 17: Porque o reino de Deus não é comida nem
bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
É claro que nós, não só podemos como devemos alargar os limites
deste Reino nos arraigando nos frutos do Espírito Santo.
Gálatas 5/ 22: Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
Para compreendermos um pouco mais a nossa condição de rei,
40
senhor e sacerdote, e em que situação poderemos os exercer nossa
autoridade, vamos nos dirigir ao livro de Josué.
Josué 1/ 1-5: Depois que Moisés, servo do Senhor, morreu, Deus
disse ao ajudante de Moisés, chamado Josué, filho de Num:
— O meu servo Moisés está morto. Agora você e todo o povo de
Israel se preparem para atravessar o rio Jordão e entrar na terra que
vou dar a vocês. Como disse a Moisés, eu lhes darei toda a terra que
pisarem. Os limites dessa terra serão os seguintes: ao sul, o deserto; e,
ao norte, os montes Líbanos; a leste, o grande rio Eufrates e toda a
terra dos heteus; e, a oeste, o mar Mediterrâneo. Você nunca será
derrotado. Eu estarei com você como estive com Moisés. Nunca o
abandonarei.
É bom enfatizar de que, em todo o lugar aonde o peixe ir, este lugar
Deus tem dado ao peixe. Todavia, isso é concernente ao leito do rio.
Fora disso o Senhor não tem responsabilidades para com o peixe. O
mesmo fora válido para Josué e o povo de Israel. Em todo o lugar onde
os mesmos colocassem as solas dos pés, o Senhor havia lhes dado.
Porém, isso somente era válido até o grande rio, o rio Eufrates, toda a
terra dos heteus, até o mar Mediterrâneo... Fora destes limites Deus não
tinha compromisso algum com Josué e o povo israelita.
A mesma coisa ocorre conosco hoje. Desde o amor até a temperança,
em qualquer dos frutos em que nos alicerçarmos Deus tem nos dado. O
Senhor nos dera amor, alegria, paz e também longanimidade, meus
amigos. Deus também nos dera benignidade, fé, mansidão e domínio
próprio. Dentro dos limites do Reino de Deus ninguém poderá, melhor
dizendo, nada poderá nos resistir todos os dias de nossas vidas, e o
Senhor jamais nos deixará, nem nos desamparará. Agora, se sairmos
desta esfera Deus não se responsabilizará por nada daquilo que por
ventura vier acontecer conosco, mesmo que venhamos a proferir sem
cessar: “Em todo o lugar em que eu pisar a planta do pé, Deus tem me
dado”, uma vez que adentramos nas obras da carne ou natureza humana.
Gálatas 5/ 19-21: As coisas que a natureza humana produz são
bem conhecidas. Elas são: a imoralidade sexual, a impureza, as ações
indecentes, a adoração de ídolos, as feitiçarias, as inimizades, as
brigas, as ciumeiras, os acessos de raiva, a ambição egoísta, a
41
desunião, as divisões, as invejas, as bebedeiras, as farras e outras
coisas parecidas com essas. Repito o que já disse: os que fazem essas
coisas não receberão o Reino de Deus.
É bom salientar de que, cada um dos feitos da natureza humana
constitui-se num laço do diabo.
2 Timóteo 2/ 25-26: Instruindo com mansidão os que resistem, a
ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a
verdade, e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo,
em que à vontade dele estão presos.
Ou seja, quem pratica uma das coisas da natureza humana,
automaticamente tem sido feito cativo pelo diabo para cumprir sua
vontade. Agora, o que nos faz sair dos frutos do Espírito Santo, e entrar
nas coisas que a natureza humana produz?
A ansiedade é o principal veículo!
Filipenses 4/ 6-7: Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em
tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus
pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus.
O apóstolo dos gentios manda-nos, não andar ansiosos por coisa
alguma. Mas que as nossas ações ou efeito de pedir sejam conhecidos
diante de Deus, por meio de orações e súplicas com ações de graça.
Agindo deste modo a paz de Deus manifesta-se em nós, e transborda,
fazendo com que as pessoas nos olhem, e não consigam entender como
nas situações mais adversas, nós tenhamos poder para nos manter
sossegados, demonstrando completa ausência de conflito, de
perturbação interior. Ademais ela guarda o nosso coração, e a nossa
mente no “Verbo da Vida”, ou seja, na palavra de Deus, e todos nós
temos conhecimento prático do quão difícil é controlar os desejos do
coração e da mente. Quando menos esperamos surge um desejo maligno
em nosso coração, assim como num curto espaço de tempo vem à tona
um número considerável de pensamentos negativos seguidos de tantos
outros do mesmo gênero. Contudo, a paz de Deus vigia para defender,
protege, toma conta em Cristo Jesus de nosso coração, e da nossa mente
limpando-nos por completo.
Depois deste processo, onde os desejos malignos, as atitudes
42
negativas ou de oposição sistemática, e aqueles pensamentos nulos,
contraproducentes, que exprimem negação perdem as forças, o apóstolo
Paulo continua.
Filipenses 4/ 8: Por último, meus irmãos, encham a mente de
vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é
verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente.
O versículo (8) funciona como um manual de instruções. Seguindo a
risca as recomendações contidas nele nós somos dotados de uma nova
consciência, ou seja, somos reprogramados com um novo conjunto dos
processos e fatos psíquicos de que temos consciência, de acordo com a
vontade de Deus.
Ainda com referência a ansiedade, Pedro, na sua primeira epístola
também aborda este assunto.
1 Pedro 5/ 6-7: Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de
Deus, para que há seu tempo vos exalte; lançando sobre ele toda a
vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
Ou seja, nós devemos nos humilhar a Deus para que no momento
propício sejamos engrandecidos.
E como nos humilhamos ao Senhor? O apóstolo Pedro deixa bem
claro que não é com cara e joelhos no chão, nem com jejum, isto é, não
é com a abstenção ou redução de alimentos em dias determinados por
preceito religioso que nos humilhamos a Deus, mas sim quando
lançamos sobre Ele toda a nossa ansiedade e inquietação.
E o que acontece quando agimos segundo a recomendação de Pedro?
Salmos 46/ 10: Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei
exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra.
Que coisa maravilhosa. Você quer saber quem é Deus? Aquiete-se.
Com este procedimento o Senhor, por meio de você é engrandecido
entre os seus colegas de trabalho ou de aula, em qualquer situação
contrária, desfavorável a vossa pessoa, e exaltado sobre a terra, ou seja,
em qualquer ponto do planeta Terra em que você esteja Deus, por meio
de ti é engrandecido.
Resumindo - O Senhor passa agir poderosamente em nosso favor
quando nos aquietamos, lançando sobre Ele toda a nossa ansiedade,
permanecendo, assim, nos frutos do Espírito Santo.
43
Números 12/ 1-3: Moisés havia casado com uma mulher da
Etiópia, e Miriam e Arão começaram a criticá-lo por causa disso. Eles
disseram: — Será que o Senhor tem falado somente por meio de
Moisés? Será que não tem falado também por meio de nós? E o
Senhor ouviu o que eles disseram. Ora, Moisés era homem mui
manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra. Moisés, o tirado das águas, era alicerçado na mansidão. Era esta
virtude que lhe dava condições de ser usado por Deus. É bem verdade
que em Êxodo 2/ 11-12, ao ver certo egípcio espancando um hebreu, um
do seu povo, o seu espírito se impacientara, isto é, o mesmo saíra do
fruto do Espírito.
Provérbios 14/ 29: Quem é tardio em irar-se é grande em
entendimento; mas o que é de ânimo precipitado exalta a loucura.
No caso do egípcio que estava espancando o hebreu, Moisés exaltara
a loucura, e o assassinara, e depois escondera o seu corpo na areia.
Tiago 1/ 20: Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.
Como ser humano, Moisés também estava suscetível a erros, e erros
significativos, como no caso da morte do egípcio, por exemplo, uma vez
que a ira do homem não opera a justiça de Deus. Mas em seguida ele
tornou a compor-se, e segundo Hebreus 11/ 27, pela fé o mesmo
abandonara o Egito, não temendo a ira do rei, porque ficara firme como
vendo o invisível. Moisés tinha conhecimento prático do quanto Deus
agia em seu favor quando estava em estado de sereno, calmo, brando de
gênio, e no momento em que o Senhor criara uma situação incômoda,
extremamente desconfortável, para ensinar os israelitas a lançar sobre
Ele a ansiedade, o mesmo tentara dar-lhes a receita da vitória, sem obter
êxito. Moisés tentara mostrar-lhes o modo que deveriam comportar-se
para que Deus pudesse agir em prol deles.
Êxodo 14/ 13-14: Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai
quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos
egípcios, que hoje vistes nunca mais os tornareis a ver. O Senhor
pelejará por vós, e vós vos calareis.
O homem que era em muito o mais manso de todos os homens na
superfície do solo, sabia que era a sua mansidão que dava condição para
Deus manifestar-se com todo o poder batalhando em seu favor, fazendo-
44
o, escapulir-se de perigos ou situações difíceis. Por isso falando do que
vivia na prática, pedira para o povo israelita aquietar-se, acalmar-se.
Fazer sossegar a alma. Não mover-se ou agitar-se. Mostrar serenidade e
calma, pois, com este procedimento o povo veria o livramento do
Senhor, visto que Ele lutaria pelos israelitas, assim como lutara tempo
depois em favor, e em defesa de Gideão e o povo de sua época, como
em prol de Josafá e o povo de seu tempo.
Juízes 7/ 19-22: Chegou, pois, Gideão, e os cem homens que com
ele iam, ao extremo do arraial, ao princípio da vigília da meia-noite,
havendo sido de pouco trocadas às guardas; então tocaram as
buzinas, e quebraram os cântaros, que tinham nas mãos. Assim
tocaram as três companhias as buzinas, e quebraram os cântaros; e
tinham nas suas mãos esquerdas as tochas acesas, e nas suas mãos
direitas as buzinas, para tocarem, e clamaram: Espada do Senhor, e
de Gideão. E conservou-se cada um no seu lugar ao redor do arraial;
então todo o exército pôs-se a correr e, gritando, fugiu. Tocando, pois,
os trezentos as buzinas, o Senhor tornou a espada de um contra o
outro, e isto em todo o arraial, que fugiu para Zererá, até Bete-Sita,
até aos limites de Abel-Meolá, acima de Tabate.
O interessante é que os homens clamaram, e permanecera cada um
em seu lugar ao redor do acampamento, ou seja, imóveis, em estado de
imóvel.
Salmos 37/ 7: Descansa no Senhor, e espera nele.
O nosso Deus faz coisas tremendas quando descansamos Nele, e
sobre Ele lançamos toda a nossa ansiedade, e nos mantemos alicerçados
nos frutos do Espírito Santo.
Neste testemunho, logo após a fuga dos inimigos de Israel, Gideão
fora no encalço dos mesmos e os exterminara.
Já no caso do rei Josafá isto não fora necessário.
2 Crônicas 20/ 1-17: Algum tempo depois, os exércitos dos
moabitas e dos amonitas, junto com os meunitas, invadiram o país de
Judá. Alguns homens vieram e disseram a Josafá: — Um exército
enorme do país de Edom veio do outro lado do mar Morto para atacar
o senhor. Eles já conquistaram a cidade de Hazazão-Tamar.
(Hazazão-Tamar e Fonte de Gedi são o mesmo lugar).
45
Josafá ficou com medo e orou a Deus, o Senhor, pedindo socorro.
Depois deu ordem para que todo o povo de Judá jejuasse.
Todos se reuniram para pedir socorro ao Senhor; de todas as
cidades do país o povo veio a Jerusalém.
A gente de Judá e de Jerusalém se reuniu no pátio novo do Templo,
e Josafá se pôs de pé no meio deles e orou assim: — Ó Senhor, Deus
dos nossos antepassados! Tu és o Deus do céu e governas todas as
nações do mundo. Tu és forte e poderoso, e ninguém pode resistir ao
teu poder. Tu és o nosso Deus; expulsaste os moradores desta terra de
diante do teu povo de Israel e deste a terra deles para sempre a nós, os
descendentes de Abraão, teu amigo. O teu povo tem morado nesta
terra, e aqui construímos um Templo em tua honra. Nós dissemos
assim:
“Se alguma desgraça cair sobre nós como castigo, seja guerra, ou
doenças, ou falta de alimentos, então nos ajuntaremos em frente deste
Templo, onde tu moras, e no nosso sofrimento clamaremos a ti
pedindo socorro, e tu atenderás o nosso pedido.”
— Agora os amonitas e os moabitas, junto com os edomitas,
invadiram o nosso país. Quando os nossos antepassados estavam
vindo do Egito, tu não os deixaste invadir as terras daqueles povos.
Por isso, os nossos antepassados se desviaram delas e não destruíram
aqueles povos. Mas agora eles nos pagam assim: estão nos atacando
para nos expulsar da terra que nos deste para sempre.
Ó nosso Deus, castiga essa gente, pois não somos bastante fortes
para resistir a esse enorme exército que está avançando contra nós.
Não sabemos o que fazer e olhamos para ti, pedindo socorro!
Todos os homens de Judá estavam ali de pé em frente do Templo,
junto com as suas mulheres e os seus filhos e até as crianças de colo.
De repente, o Espírito de Deus desceu sobre um levita que estava
ali no meio do povo. Chamava-se Jaaziel e era descendente de Asafe.
Jaaziel era filho de Zacarias, neto de Benaías, bisneto de Jeiel e
trineto de Matanias.
Jaaziel disse: — Povo de Judá, moradores de Jerusalém e rei
Josafá, prestem atenção! Escutem isto que o Senhor Deus diz: Não se
assustem, não fiquem com medo deste enorme exército, pois a batalha
46
não é contra vocês, mas contra mim. Amanhã vocês os atacarão
quando eles vierem pela subida de Zis. Vocês se encontrarão com eles
no fim do vale que dá para o deserto de Jeruel. Quando os
encontrarem, vocês não precisarão lutar. Fiquem parados ali e verão
como o Senhor Deus salvará vocês. Povo de Judá e moradores de
Jerusalém, não se assustem, nem fiquem com medo; marchem contra
os inimigos amanhã, pois eu, o Senhor, estarei com vocês.
É bom enfatizar que se firmarmos o pé no “amor” fruto do Espírito,
o medo perderá sua força.
1 João 4/ 18: No amor não há temor, antes o perfeito amor lança
fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é
perfeito em amor.
Vamos retornar a 2 Crônicas.
2 Crônicas 20/ 18-25: Então o rei Josafá se ajoelhou e encostou o
rosto no chão; e todo o povo de Judá e os moradores de Jerusalém
também se ajoelharam na presença de Deus, o Senhor, e o adoraram.
Aí os levitas que eram descendentes de Coate e de Corá começaram a
louvar o Senhor, o Deus de Israel, em voz bem alta.
Na manhã seguinte, todos se levantaram cedo e foram para o
deserto de Tecoa. Ao saírem, Josafá ficou de pé e disse: — Povo de
Judá e moradores de Jerusalém, escutem! Confiem no Senhor, seu
Deus, e estarão seguros; confiem nos profetas dele, e tudo o que vocês
fizerem dará certo. Depois de consultar o povo, Josafá ordenou que
alguns cantores vestissem roupas sagradas e marchassem à frente do
exército, louvando a Deus e cantando assim: “Louvem a Deus, o
Senhor, porque o seu amor dura para sempre.”
Logo que começaram a cantar, o Senhor Deus causou confusão
entre os moabitas, os amonitas e os edomitas, e eles foram derrotados.
Os amonitas e os moabitas atacaram os edomitas e os destruíram
completamente; depois os amonitas lutaram contra os moabitas, e os
dois lados também acabaram se destruindo.
Quando o exército de Judá chegou a um lugar alto no deserto, eles
viram o chão coberto de mortos; ninguém tinha escapado com vida.
Aí Josafá e os seus soldados avançaram e começaram a pegar tudo
o que havia no acampamento inimigo. Encontraram muitos animais
47
de carga, armas, roupas e objetos de valor. Levaram três dias pegando
as coisas, mas havia tanto, que não puderam levar tudo.
As palavras de Josafá no verso (18) nos dão ideia clara de que seus
subordinados estavam aterrados, cheios de pavor, visto que não estavam
conseguindo se manter quietos. O sentimento de iminente derrota
dominava seus corações, e uma grande leva de pensamentos negativos
povoavam suas mentes. Por esta razão é que o mesmo pedira para o
povo crer no Senhor, pois crendo em Deus estariam seguros, assim
como prosperariam no intento designado pelo Senhor, se crescem nos
profetas. Mas como suas palavras não surtiram efeito resolvera em seu
coração tomar conselho com o povo, e o povo chegara ao consenso de
que os pensamentos negativos não iriam imperar em suas mentes, nem o
medo os faria entrar em inquietação, se todos cantassem e dessem
louvor a Deus. E tendo eles começado a cantar e a dar louvores, o
Senhor despertara em seus inimigos a ação de se esconder para atacar à
traição uns aos outros, e assim foram vencidos, destroçados, sem ser
preciso Josafá e os seus, ferir um só inimigo.
Como acabamos de ver pelos olhos do entendimento, o “louvor”
exerce o papel de uma espécie de anticorpo para os filhos de Deus,
protegendo-os de substâncias malignas, deletérias que destroem,
corrompem, e dá totais condições para que o Senhor possa agir
poderosamente ao nosso favor. O louvor assegura a nossa permanência
nos frutos do Espírito Santo, nos livrando do risco de entrarmos nas
obras da carne, isto é, nos livrando do risco de entrarmos na esfera de
ação do diabo. Paulo e Silas tinham pleno conhecimento disso. Depois
de fustigados com muitos açoites, os mesmos foram lançados na prisão.
O sofrimento físico proveniente dos açoites, seguramente era intenso,
porém, eles, com o propósito de não deixar suas mentes assimilar este
sofrimento, que consequentemente levá-los-ia, a murmurar contra Deus,
e deixá-los-ia, em estado de ansiosos, impossibilitando-os, assim, de
receber socorro divino, oravam e cantavam a Deus. De repente, por
volta da meia-noite, sobreviera um terremoto, que sacudira os alicerces
da prisão, e abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de
todos, Atos 16/ 19-26.
Aleluia. Quando usamos o nosso título de rei, senhor e sacerdote, e
48
permanecemos no Reino de Deus, isto é, nos frutos do Espírito, o
extraordinário acontece.
Efésios 5/ 18-19: E não vos embriagueis com vinho, no qual há
dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos,
entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos
espirituais.
Ou seja, o louvor a Deus, além de servir de anticorpos, constitui-se
numa das formas pela qual se torna possível nos encher do Espírito
Santo, isto é, uma das formas pela qual o Espírito Santo se torna Senhor
absoluto em nossa vida.
Bem, agora que já temos uma noção básica do quão importante é o
“louvor”, vamos retornar ao nosso assunto principal, que é o manter-se
quieto, sossegado, arraigado nos frutos do Espírito.
Em Êxodo 3/ 14, Deus afirma que um de seus nomes é “Eu Sou”, e
nós na condição de filhos, no Reino de Deus, ou seja, nos frutos do
Espírito, também temos a condição de simplesmente “ser”, visto que os
filhos têm as características do pai.
Salmo 131/ 1-2: Senhor, o meu coração não se elevou nem os meus
olhos se levantaram; não me exercito em grandes matérias, nem em
coisas muito elevadas para mim. Certamente que me tenho portado e
sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma
está como uma criança desmamada.
O salmista deixa bem claro que o seu coração tinha lapsos de
orgulho, soberba, e vez por outra um olhar altivo, porém, o mesmo não
se deixara levar por estes impulsos carnais. Por isso, ele declara: “Pelo
contrário, fiz calar e sossegar a minha alma!”
O homem segundo o coração de Deus fez com que a sua alma se
tornasse quieta para consigo, assim como a criança desmamada se
aquieta nos braços de sua mãe. Isto é, Davi atingira a condição de
simplesmente “ser”, cumprindo a exigência requerida para que Deus
cumprisse sua vontade em sua vida, tirando-o, de detrás das ovelhas, e
elevando-o, a condição de rei de Israel.
Como conferimos anteriormente, o manter-se quieto, sossegado,
implica totalmente no quesito salvação de algum perigo, e para
fundamentar esta verdade, entre outros trechos bíblicos usamos 2
49
Crônicas 20. Continuando este estudo vamos nos reportar ao livro do
profeta Isaías.
Isaías 7/ 1-4: Sucedeu, pois, nos dias de Acaz, filho de Jotão, filho
de Uzias, rei de Judá, que Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de
Remalias, rei de Israel, subiram a Jerusalém, para pelejarem contra
ela, mas nada puderam contra ela. E deram aviso à casa de Davi,
dizendo: A Síria fez aliança com Efraim. Então se moveu o seu
coração, e o coração do seu povo, como se movem as árvores do
bosque com o vento. Então disse o Senhor a Isaías: Agora, tu e teu
filho Sear-Jasube, saí ao encontro de Acaz, ao fim do canal do tanque
superior, no caminho do campo do lavandeiro. E dize-lhe: Acautela-te,
e aquieta-te; não temas, nem se desanime o teu coração por causa
destes dois pedaços de tições fumegantes; por causa do ardor da ira de
Rezim, e da Síria, e do filho de Remalias.
Como acabamos de conferir, uma vez mais, Deus, ao ver um servo
seu em apuros, pede para ele manter-se quieto, sossegado.
Isaías 30/ 15: Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel:
Voltando e descansando sereis salvos; no sossego e na confiança
estaria a vossa força, mas não quisestes.
O profeta não está falando aqui de salvação eterna, mas de salvação
de algum perigo.
Isaías 30/ 16-17: Mas dizeis: Não; antes sobre cavalos fugiremos;
portanto fugireis; e, sobre cavalos ligeiros cavalgaremos; por isso os
vossos perseguidores também serão ligeiros. Mil homens fugirão ao
grito de um, e ao grito de cinco todos vós fugireis, até que sejais
deixados como o mastro no cume do monte, e como a bandeira no
outeiro.
E por que os israelitas fugiriam?
Ora, porque tinham se recusado a se manter quietos, sossegados, na
tranquilidade, e na confiança. Por isso não havia confiança alguma neles
para bater de frente com os inimigos e derrotá-los. Era inevitável: eles
fugiriam assombrados diante da menor ameaça.
Isaías 30/ 15: Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel:
Voltando e descansando sereis salvos; no sossego e na confiança
estaria a vossa força, mas não quisestes.
50
Que coisa maravilhosa. A nossa potência se mostra no simples ato de
ficarmos sossegados, calcados no sentimento de quem confia, na
segurança de ânimo.
Ligando o Salmo 131 com este verso de Isaías 30 nós chegaremos à
conclusão de que Golias era o pequeno, e Davi o gigante. O filisteu
Golias somente era gigante diante do rei Saul e do seu exército,
porquanto o mesmo não mais tinha a “unção”. O Espírito do Senhor
havia se retirado dele, e como as tropas israelitas estavam ao seu
comando, também não tinham respaldo divino. Por isso, viam-no como
um gigante.
1 Samuel 17/ 8-9: E parou, e clamou às companhias de Israel, e
disse-lhes: Para que saireis a ordenar a batalha? Não sou eu filisteu e
vós servos de Saul? Escolhei dentre vós um homem que desça a mim.
Se ele puder pelejar comigo, e me ferir, a vós seremos por servos;
porém, se eu o vencer, e o ferir, então a nós sereis por servos, e nos
servireis.
Fica bem claro que o titânico, o indivíduo de estatura extraordinária
aos olhos naturais também via os soldados israelitas como meros servos
do rei Saul. No entanto, para o jovem Davi, que estava enraizado nas
virtudes do Espírito, e como consequência disso, encontrava-se, em total
estado de quietude, tranquilo, sossegado, ou seja, estava cheio de poder,
e via os eventos com olhos da fé, Golias não passava de um
incircunciso. Não páreo aos israelitas, como de fato não o era, uma vez
que uma simples pedra lhe extinguira a vida.
Resumindo - é de vital importância para nós cristãos o estar no Reino
de Deus, arraigado nos frutos do Espírito, alicerçado na condição de
simplesmente “ser”, quieto, tranquilo, sossegado. Pois é nessas
condições que Deus luta por nós. Ciente disso, Davi, prestes a enfrentar
Golias fala o seguinte: - E saberá toda esta congregação que o Senhor
salva, não com espada, nem com lança; porque do Senhor é a guerra, e
ele vos entregará na nossa mão, 1 Samuel 17/ 47!
Nessas condições o que está fora ou acima do natural, das leis
naturais, ou seja, aquilo que pertence ao campo da fé nos envolve, e
Deus nos livra do poder de nossos adversários.
51
APRENDENDO A ANDAR COM DEUS
ANJOS: QUEM SÃO ELES?
Hebreus 1/ 14: Então, o que são os anjos? Todos eles são espíritos
que servem a Deus, os quais ele envia para ajudar os que vão receber
a salvação. Ou seja, são todos eles espíritos para serviço público, enviados para
ministrar aos que hão de herdar a salvação.
O salmista Davi, o homem segundo o coração de Deus, fala o
seguinte no Salmo 103.
Salmo 103/ 20: Louvem o Senhor, fortes e poderosos anjos, que
ouvem o que ele diz que obedecem aos seus mandamentos! O verso nos deixa claro que o primeiro ofício dos anjos é servir de
alicerce, uma base de muro para a palavra. Também fica evidenciado
que as suas funções são externas. Ao menor sinal de perigo enviado pela
palavra, os mesmos estão prontos para defendê-la.
Salmo 34/ 7: O Anjo do Senhor fica em volta daqueles que o temem
e os protege do perigo. É proveitoso, lucrativo enfatizar de que o temor bíblico é sinônimo
de respeito, reverência, e não de medo ou coisa parecida. E respeito a
Deus significa respeito à palavra, a qual, com efeito opera eficazmente
nos que creem 1 Tessalonicenses 2/ 13, e entre outros espíritos
ministradores, ao redor daqueles que, com mansidão acolhem a palavra
neles implantadas, a qual é poderosa para salvar suas almas, figura um
espírito ministrador Tiago 1/ 21.
O que acabamos de ver pelos olhos do entendimento já nos deixa
bem perceptível a respeito do conhecimento do rei Davi no que diz
respeito ao ministério dos anjos. Sabia ele que, quando recebia uma
palavra do Senhor, e andava nela, radicado, e edificado, e confirmado na
fé Colossenses 2/ 6-7, de contínuo havia um anjo da guarda ao seu
redor, e a prova disso encontramos no Salmo 35.
Salmo 35/ 4-6: Que sejam derrotados e humilhados aqueles que me
querem matar! Que fujam envergonhados os que fazem planos contra
mim!
52
Que sejam como a palha soprada pelo vento, quando o Anjo do
Senhor os atacar! Que o caminho deles fique escuro e escorregadio
quando o Anjo do Senhor os perseguir! Para termos uma ideia da potencialidade deste anjo, vamos nos
reportar aos tempos do profeta Isaías e do rei Ezequias. Dias em que
subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades fortificadas de
Judá, e as tomou Isaías 36/ 1. Porém, após Ezequias orar ao Senhor,
saiu o anjo do Senhor e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e
cinco mil, e, quando se levantaram de manhã, eis que todos estes eram
cadáveres Isaías 37/ 36. É evidente que todos têm consciência de que
hoje estamos debaixo da graça, e a nossa luta não é contra o sangue e a
carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores
deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões
celestes Efésios 6/ 12. Por isso a chance de vermos com os olhos
naturais um anjo partindo pra cima das pessoas que nos perseguem com
persistência é zero. Quando surge algo um tanto complicado, um sujeito
aqui outro lá, com olhares de desdém, procurando nos espezinhar,
enxovalhar a nossa imagem. Segregar-nos, tratando de conseguir inibir
nossos intentos segundo a palavra de Deus, este anjo entra em ação,
assim como entrara no arraial dos assírios, e empurra para longe as
castas de demônios que através dessas pessoas estavam produzindo
ações contrárias a nós, mudando completamente a atitude das mesmas
para conosco.
Outro feito extraordinário creditado ao ministério dos espíritos
ministradores, nós encontramos em Daniel 6, onde o mesmo é lançado
na cova dos leões, com uma pedra sobre a boca da cova. Mas um anjo
fechou a boca dos leões para que não lhe fizessem dano algum Daniel 6/
22, e o mesmo saiu daquela situação ileso.
Seguramente nos nossos dias dificilmente os veremos fechando a
boca de leões ou de outro animal feroz qualquer. Contudo, pelos olhos
do entendimento podemos ver seus feitos, por exemplo, em inúmeros
acidentes, dos quais aos olhos naturais é impossível alguém sair com
vida. No entanto, muitos saem incólume ou somente com leves
escoriações.
Também é incumbência do ministério dos anjos o prover alimentos
53
quando necessário aos praticantes da palavra. Isso é possível comprovar
em 1 Reis 19, quando o profeta Elias, temendo a ameaça de Jezabel,
levantou-se, e para salvar sua vida, se foi, e chagando a Berseba, que
pertencia a Judá, e ali deixou o seu ajudante. Ele mesmo, porém, se foi
ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um
zimbro, e depois de pedir para si a morte, ali dormiu. Contudo, um anjo
o tocou e lhe disse:
-Levanta-te e come!
Olhou ele e viu junto à cabeceira, um pão cozido sobre pedras em
brasas e uma botija de água.
Comeu, bebeu e tronou a dormir.
Voltou segunda vez o anjo do Senhor, tocou-o, e lhe disse:
-Levanta-te e come, porque o caminho te será sobremodo longo 1
Reis 19/ 3-7!
Como enfatizei anteriormente, é pouco provável que nos nossos dias
os veremos fechando a boca de grandes felídeos, notáveis habitantes das
estepes e savanas da África e do sul da Ásia, assim como
providenciando pão, tocando o ombro de alguém e mandando comer.
Mas é certo de que os mesmos tocam o coração de um ou de outro para
que eles socorram aos necessitados de Deus.
O patriarca Abraão também conhecia as funções dos espíritos
ministradores.
Gênesis 24/ 7: O Senhor, o Deus do céu, me tirou da casa do meu
pai e da terra dos meus parentes e jurou que daria esta terra aos meus
descendentes. Ele vai enviar o seu Anjo para guiá-lo, e assim você
conseguirá arranjar uma mulher para o meu filho. O anjo do Senhor envergonhou a segurança de ânimo com que
Abraão falou ao seu servo? É evidente que não! Um dos tantos espíritos
ministradores enviados para serviço público tomou a Rebeca para ser
esposa, ajudadora e complemento de Isaque Gênesis 2/ 18.
Além de se encarregar de tomar esposas ou vice-versa, os anjos
também servem de guias.
Êxodo 23/ 20: Eu enviarei um anjo adiante de vocês para protegê-
los na viagem e para levá-los ao lugar que lhes preparei.
54
O QUE ACONTECE COM QUEM ROMPE A BASE DE MUROS?
Bem! Em páginas anteriores conferimos que os anjos servem de
alicerce, uma base de muros à palavra.
Portanto, aqueles que estão estabelecidos no “Verbo da Vida”, têm
este sustentáculo, esta base de muros ao seu redor.
Salmo 91/ 11-16: Deus mandará que os anjos dele cuidem de você
para protegê-lo aonde quer que você vá. Eles vão segurá-lo com as
suas mãos, para que nem mesmo os seus pés sejam feridos nas pedras.
Com os pés você esmagará leões e cobras, leões ferozes e serpentes
venenosas. Deus diz: Eu salvarei aqueles que me amam e protegerei
os que reconhecem que eu sou Deus, o Senhor. Quando eles me
chamarem, eu responderei e estarei com eles nas horas de aflição. Eu
os livrarei e farei com que sejam respeitados. Como recompensa, eu
lhes darei vida longa e mostrarei que sou o seu Salvador. Agora, o que ocorre com quem irrompe a base de muros?
Eclesiastes 10/ 8: Quem abre uma cova nela cairá, e quem rompe
um muro, mordê-lo-á uma serpente. Qualquer pessoa, versada ou não, que maneja bem ou não a palavra
da verdade 2 Timóteo 2/ 15, tem conhecimento de que “serpente” na
linguagem bíblica significa demônio, por isso, quando alguém sai da
palavra, automaticamente este alguém abre um caminho, rompe o muro
feito pelos anjos, saindo, assim da esfera divina, e o versículo que
acabamos de conferir da a entender que um demônio abocanha de
imediato o insurreto. Este abocanhamento pode vir em forma de
problemas sentimentais, amoroso, desfalque financeiro, e tantas outras
situações embaraçosas.
Para fundamentar o que já vimos pelos olhos do entendimento,
vamos conferir mais um verso bíblico.
Provérbios 17/ 11: O rebelde não busca senão o mal; por isso,
mensageiro cruel se enviará contra ele. “Mensageiro” significa anjo. Quando alguém se desliga da palavra,
não se arrepende, pede perdão, e procura se religar novamente a ela, o
mesmo constitui-se num rebelado contra a autoridade constituída por
Deus. Por isso um anjo que gosta de causar tormento será enviado
contra o revoltoso, colocando-o em sérios apuros, em situações críticas,
55
difíceis, não fáceis.
O QUE ACONTECE COM QUEM DECIDE TIRAR FÉRIAS DE DEUS?
João 16/ 13: Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos
guiará em toda a verdade.
João 16/ 17: Santificai-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Os espíritos ministradores servem como sustentáculo, fundamento,
apoio à palavra, e o verso 13 de João 16, nos informa de que o Espírito
Santo nos guia em toda a verdade, e agora sabemos que a palavra de
Deus é a verdade. Portanto, quando nos estabelecemos na palavra, o
Espírito Santo nos guia dentro desta palavra. Porém, o que acontece
com quem decide tirar férias de Deus, ou seja, decide não mais seguir o
Espírito por um tempo?
Isaías 40/ 28: Será que vocês não sabem? Será que nunca ouviram
falar disso? O Senhor é o Deus Eterno, ele criou o mundo inteiro. Ele
não se cansa, não fica fatigado. Se Deus não se cansa, não fica fatigado, Ele está sempre em
atividade. Sempre seguindo em frente, e, é evidente que quem tira férias
do Senhor rompe a base de muro feita pelos anjos, fica para trás, e
obviamente o diabo o alcança.
Para compreendermos um pouco mais este assunto vamos nos
reportar ao início da Bíblia.
Gênesis 3/ 14-15: Então o Senhor Deus disse à cobra: – Por causa
do que você fez você será castigada. Entre todos os animais só você
receberá esta maldição: de hoje em diante você vai andar se
arrastando pelo chão e vai comer o pó da terra. Eu farei com que você
e a mulher sejam inimigas uma da outra, e assim também serão
inimigas a sua descendência e a descendência dela. Esta esmagará a
sua cabeça, e você picará o calcanhar da descendência dela. Que coisa tremenda e ao mesmo tempo apavorante!
Quando obedecemos a Deus e permitimos que o Espírito Santo nos
guie, automaticamente nós pisamos na cabeça do diabo. Porém, se
tirarmos férias do Altíssimo, o diabo causa ferimentos em nosso
calcanhar. O homem segundo o coração de Deus, ou seja, o salmista
Davi, certa feita resolveu pagar pra ver. Ignorou, não deu crédito ao que
56
estava escrito, e tirou férias do Senhor.
2 Samuel 11/ 1: Na primavera seguinte, época do ano em que os
reis costumam sair para a guerra, Davi mandou que Joabe, os seus
oficiais e o exército israelita fossem atacar os inimigos. Eles venceram
os amonitas e cercaram a cidade de Rabá. Mas Davi ficou em
Jerusalém. O filho de Jessé ficou ocioso em Jerusalém, crendo estar
aproveitando as suas férias de Deus, mas a serpente o alcançou, e com
toda sua astúcia e malícia feriu seu calcanhar por meio de uma mulher.
2 Samuel 11/ 2-4: Uma tarde Davi se levantou, depois de ter
dormido um pouco, e foi passear no terraço do palácio. Dali viu uma
mulher muito bonita tomando banho. Aí ele mandou que
descobrissem quem era aquela mulher e soube que era Bate-Seba,
filha de Eliã e esposa de Urias, o heteu. Então Davi mandou que
alguns mensageiros fossem buscá-la. Eles a trouxeram, e Davi teve
relações com ela. Bate-Seba tinha justamente terminado o seu ritual
mensal de purificação. Por meio deste ato de adultério o diabo causara danos irreparáveis ao
rei e a outros que estavam próximos dele.
Salmo 42/ 7: Um abismo chama outro abismo... O salmista afirmou isso com total conhecimento de causa. Primeiro o
homem segundo o coração de Deus tentou iludir, enganar Urias, criando
uma situação para que ele tomasse sobre si a condição de pai do filho
que Bate-Seba estava esperando. Porém, a lealdade do heteu para com o
mesmo, fez malograr o seu intento, obrigando-o a agir como o maior
dos facínoras.
O livro do Eclesiastes 3/ 1 nos afirma de que tudo tem o seu tempo
determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu, assim
como a tempo em que um homem tem domínio sobre outro homem para
arruiná-lo Eclesiastes 8/ 9, e Davi estava inserido neste tempo, e
almejava ardentemente ver manifesto os frutos da infidelidade através
de Urias. Mas este se mostrou fidedigno e se deitou à porta da casa real
com todos os servos do seu senhor, e não desceu para sua casa 2
Samuel 11/ 9, e quando o rei lhe perguntou por que não descera a sua
casa respondeu:
57
-A arca, Israel e Judá ficam em tendas; Joabe, meu senhor, e os
servos de meu senhor estão acampados ao ar livre; e hei de eu entrar na
minha casa para comer e beber, e para me deitar com minha mulher?
Tão certo como tu vive e como vive a tua alma, não farei tal coisa 2
Samuel 11/ 11!
O heteu Urias provara ser um homem de grande fidelidade, digno de
confiabilidade. Entretanto, sua disposição firme para o bem e sua boa
qualidade moral teve a gravidade de uma sentença de morte, uma vez
que as demonstrara no tempo errado, tempo em que o rei Davi queria
que o mesmo tomasse uma medida egoísta, isto é, pensasse somente em
si mesmo.
2 Samuel 11/ 12-17: Então Davi disse: – Fique aqui o resto do dia.
Amanhã eu o mandarei de volta. E Urias ficou em Jerusalém naquele
dia e no dia seguinte. Davi convidou-o para jantar e fez com que ele
ficasse bêbado. Mesmo assim, Urias não foi para casa naquela noite.
Em vez disso, dormiu no seu cobertor, no quarto da guarda do
palácio. Na manhã seguinte, Davi escreveu uma carta a Joabe e a
mandou por Urias. Davi escreveu o seguinte: Ponha Urias na linha de
frente, onde a luta é mais pesada. Depois se retire e deixe que ele seja
morto. Por isso, enquanto estava cercando a cidade, Joabe mandou
Urias para um lugar onde sabia que o inimigo estava mais forte. As
tropas inimigas saíram da cidade, lutaram contra as forças de Joabe e
mataram alguns oficiais de Davi. E Urias também foi morto. A morte de Urias não fora a única coisa que viera como consequência
do adultério de Davi. A serpente lhe causara outros ferimentos. E de
grande amplitude.
2 Samuel 13/ 1: Absalão, filho de Davi, tinha uma irmã muito
bonita, que se chamava Tamar. Outro filho de Davi, chamado
Amnom, apaixonou-se por ela. O que vemos a seguir é Amnom a possuindo a força, sendo mais
tarde assassinado por Absalão, que por sua vez, tempo depois tentara
usurpar o reino de seu pai, fazendo-o, fugir apressadamente para escapar
da morte 2 Samuel 15/ 14.
A conclusão que se tira deste fato é o seguinte: Davi tirara férias de
Deus, mas pagara um alto-preço por elas.
58
SATANÁS PODE USAR CERTAS ARTIMANHAS PARA NOS DEIXAR
ESTAGNADOS?
Nós já sabemos que, se de contínuo nos deixamos guiar pelo
Espírito, continuamente nós pisamos na cabeça do diabo. Porém, se
recusarmos, ou seja, pararmos, ele fere nosso calcanhar. É por isso que o
nosso inimigo ou opositor, faz de tudo para nos fazer parar, ficar
estagnado. Por este motivo o apóstolo Paulo nos dá a seguinte
recomendação em Efésios 6/ 11: Vistam-se com toda a armadura que
Deus dá a vocês, para ficarem firmes contra as armadilhas do Diabo. As Escrituras nos afirmam de que são as raposas, as pequenas
raposinhas, que fazem mal, devasta os vinhedos Cantares 2/ 15. Em
decorrência disso devemos ter cuidado total, porquanto Satanás pode
colocar em nosso caminho pequenas coisas, que parecem ser
insignificantes, mas que podem nos fazer ficar estagnado, em estado
estacionário na metade do caminho, nos impossibilitando de chegarmos
ao lugar que Deus determinou para nós.
Gênesis 11/ 31: Tera saiu da cidade de Ur, na Babilônia, para ir até
a terra de Canaã, e levou junto o seu filho Abrão, o seu neto Ló, que
era filho de Harã, e a sua nora Sarai, que era mulher de Abrão. Eles
chegaram até Harã e ficaram morando ali. Incitado por Deus, Tera saiu de Ur com a intenção de ir a Canaã. No
entanto, Satanás, agindo às ocultas, tacidamente, sem ser pressentido,
tudo indica que fez ressurgir os ídolos no meio de seu povo, fazendo-o
parar, e ali ficar: na metade do caminho espiritualmente falando.
Qual é a base que utilizo para afirmar isso?
O que uso como base ou fundamento ao que afirmo é a caminhada de
Jacó e o seu núcleo parental.
1 Crônica 14/ 8-12: Quando os filisteus souberam que Davi tinha
se tornado rei de Israel, o exército deles saiu para prendê-lo. Davi
soube disso e saiu para encontrar-se com eles. Os filisteus chegaram
ao vale dos Gigantes e começaram a atacar e a roubar.
Então Davi perguntou a Deus: – Devo lutar contra os filisteus? Tu
me darás a vitória? – Vá! – disse o Senhor. – Eu lhe darei a vitória.
Davi os atacou em Baal-Perazim e os derrotou. Ele disse: – Como
59
se eu fosse uma enchente que derruba tudo, Deus me usou para abrir
uma brecha no meio do exército inimigo. Por isso, aquele lugar é
chamado de Baal-Perazim.
Quando os filisteus fugiram, deixaram os seus ídolos para trás, e
Davi ordenou que fossem queimados. O salmista tinha consciência de que aqueles ídolos poderiam
contaminar o seu povo, assim como contaminaram nos dias de Jacó. Por
isso mandara destruí-los pela ação do fogo.
Gênesis 31/ 19-23: Labão, o pai de Raquel, havia ido para outro
lugar a fim de cortar a lã das suas ovelhas; e, enquanto ele estava
fora, Raquel roubou as imagens dos deuses da casa dele. Foi assim
que Jacó, sem avisar que ia embora, enganou Labão, o arameu,
fugindo com tudo o que tinha. Atravessou o rio Eufrates e foi na
direção da região montanhosa de Gileade.
Três dias depois Labão ficou sabendo que Jacó havia fugido. Ele
reuniu os seus parentes e foi atrás de Jacó. Sete dias depois, Labão
alcançou Jacó na região montanhosa de Gileade. Neste lugar, por causa dos ídolos Raquel escapou da morte por um
triz.
Gênesis 31/ 30-35: Eu sei que você foi embora porque tinha
saudades de casa. Mas por que foi que você roubou as imagens dos
deuses da minha casa?
Jacó respondeu: – Eu fiquei com medo, pois pensei que o senhor ia
me tirar as suas filhas à força.
Mas, se o senhor achar as suas imagens com alguém aqui, essa
pessoa será morta. Os nossos parentes são testemunhas: se o senhor
encontrar aqui qualquer coisa que seja sua, pode levar. Acontece que
Jacó não sabia que Raquel havia roubado as imagens.
Labão entrou na barraca de Jacó, depois na de Léia e depois na
das duas escravas, porém não encontrou as suas imagens. Então foi
para a barraca de Raquel.
Aí ele procurou em toda parte, porém não achou nada, pois Raquel
havia posto as imagens numa sela de camelo e estava sentada em
cima.
Ela disse ao pai: – O senhor não fique zangado comigo por eu não
60
me levantar, mas é que estou menstruada. Foi assim que Labão
procurou as suas imagens, sem as encontrar. E isso não foi tudo. Logo adiante, o homem que em certa altura do
caminho lutara com Deus e vencera-OGênesis 32/ 24, não resistira o
peso dos ídolos, e um pouco antes do lugar inicialmente determinado
pelo Senhor para o mesmo fazer uma breve parada, se acomodou com
os seus.
Gênesis 33/ 17: Jacó, por sua vez, foi para Sucote. Ali construiu
uma casa para si e abrigos para o gado. Por isso pusera naquele lugar
o nome de Sucote. É evidente que, quem constrói para si uma casa, pretende se arraigar
no local, onde se propusera começar esta construção para
morar. Portanto não há condição restritiva quanto ao fato de que Jacó
pretendia parar ali, como de fato parara.
E a serpente ferira o seu calcanhar? Em Sucote o desconforto, o
medo, e o perigo que o seguiam desde a sua saída de Padã-Arã,
continuaram a atormentá-lo, e a serpente ferira o seu calcanhar
corrompendo mais e mais o seu povo por meio dos deuses.
Mas a base que tenho para esta afirmação, veremos em breve.
Bem! A obviedade fizera sair do sono a Jacó.
O mesmo despertou e novamente colocara-se no plano de Deus.
Gênesis 33/ 18-19: Assim, Jacó voltou da Mesopotâmia para
Canaã; ele chegou são e salvo à cidade de Siquém e armou o seu
acampamento ali perto. Por cem barras de prata comprou terras dos
filhos de Hamor, o pai de Siquém, e nelas armou o seu acampamento. Estes dois versículos deixam claro que o plano de Deus era tirar Jacó
e o seu núcleo parental de Padã-Arã, e sem interrupções levá-los à
cidade de Siquém, e depois de uma breve estadia ali, conduzi-los
adiante. No entanto, o homem que, como príncipe lutara com Deus e
com os homens e prevalecera Gênesis 32/ 28, não aguentara o peso dos
ídolos do lar que pertenciam a Labão. Ídolos esses aos quais havia
Raquel, furtado e lavado consigo, e eram diretamente os responsáveis
pelo desconforto, o medo, e o constante perigo que os circundavam.
Bem! Os tais ídolos fizeram com que Jacó parasse numa altura do
caminho, construísse para si uma casa e tentasse se enraizar neste lugar.
61
Evidentemente sua pausa estabelecera tempo para que os seus entrasse
em contato com os povos das cercanias, e tomassem mais deuses
estranhos. Mas Jacó, tomando consciência do erro, novamente entrara
no propósito de Deus, e agora estava em Siquém com seu povo. Tendo
ideia clara do ato nocivo que havia cometido no lugar, ao qual chamara
de Sucote, em Siquém o mesmo decidira não construir casa para morar,
optando, agora, a habitar em tendas, seguindo o exemplo do avô Abraão
e do seu pai Isaque. No entanto os deuses cegaram o entendimento de
Jacó, levando-o, a cometer outro erro de aspecto semelhante ao
primeiro, ao comprar a parte do campo, onde aramara sua tenda. Pois
quem constrói uma casa para morar ou compra um pedaço de terra, é
porque pretende se arraigar neste local. Privado da visão, do uso do
entendimento, Jacó não vira mal parar ali em Siquém. E a serpente
ferira o seu calcanhar?
Agora ela ferira-o, pra valer!
Gênesis 34/ 1-2: Certa vez Dina, a filha de Jacó e de Léia, foi fazer
uma visita a algumas moças daquele lugar. Hamor, o heveu, que era
chefe daquela região, tinha um filho chamado Siquém. Este viu Dina,
pegou-a e a forçou a ter relações com ele. Pra começo de conversa a parada de Jacó deu tempo, para Dina se
tornar amiga das moças da terra, ou seja, do mundo.
Quem já vivera no mundo conhece bem o procedimento das moças
do mundo. A conduta das mesmas seguramente exercera influência
sobre Dina, levando-a incitar a Siquém, a provocá-lo com olhares e
outras atitudes picantes, maliciosas.
Resumindo - a filha que Lia dera à luz a Jacó, incitada pelas filhas da
terra, se mostrou disposta a namoricar, flertar, namorar levianamente a
Siquém. Porém, o filho do haveu Hamor, já entregue ao espírito da
luxúria, decidira ir além de um simples flerte, e de caso pensado ficara a
observá-la às escondidas, e vendo-a sair só para ter com as moças
daquele lugar, tomou-a, possuíra-a e assim a humilhou.
O sentimento de dignidade própria de Dina, talvez tenha sido
restaurado quando Siquém se propôs a assumi-la como esposa. Mas a
fúria de seus irmãos não se pôde alterar.
Gênesis 34/ 25-26: Três dias depois, quando os homens sentiam
62
fortes dores, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Dina,
pegaram as suas espadas, entraram na cidade sem ninguém notar e
mataram todos os homens. E Hamor e Siquém também foram mortos.
Em seguida Simeão e Levi tiraram Dina da casa de Siquém e saíram. É fato que um equívoco pode deixar o praticante deste equívoco com
uma imagem destorcida das coisas, que fora o que sucedera com Jacó.
Gênesis 34/ 30: Então Jacó disse a Simeão e a Levi: – Vocês me
puseram numa situação difícil. Agora os cananeus, os perizeus e todos
os moradores destas terras vão ficar com ódio de mim. Eu não tenho
muitos homens. Se eles se ajuntarem e me atacarem, a minha família
inteira será morta. Não tendo a visão exata do que poderia existir, e que repentinamente
passara a ter existência real, Jacó acusara os seus filhos pela tragédia.
Mas na realidade, se existia um culpado pelo acontecido, este culpado
seria ele, visto que mais uma vez havia parado, ou seja, tinha ficado
estagnado, como esperando a serpente lhe ferir o calcanhar, e de fato
fora isso que acontecera. O resultado deste ferimento tinha se tornado
manifesto primeiramente na humilhação de Dina, e agora neste
acontecimento funesto desencadeado pelas mãos de Simeão e Levi.
Depois destes acontecimentos, Deus mandara Jacó se levantar, subir
a Betel e habitar ali. Ademais o mandara fazer ali um altar ao Deus que
lhe havia aparecido quando fugia da presença de Esaú, seu
irmão Gênesis 35/ 1.
Centralizado na capacidade de julgar a moralidade das próprias
ações, o mesmo usando o senso de responsabilidade, assim falara à sua
família e a todos os que estavam com ele: Lançai fora os deuses
estranhos que há no vosso meio, purificai-vos e mudai as vossas
vestes; levantemo-nos e subamos a Betel. Farei ali um altar ao Deus
que me respondeu no dia da minha angústia e me acompanhou no
caminho por onde andeiGênesis 35/ 2-3. Após muitos transtornos Jacó havia se dado conta de que os deuses
estrangeiros eram os responsáveis por tudo o que tinha acontecido com
seu núcleo parental, desde a saída dos mesmos de Padã-Arã até à cidade
de Siquém. Por isso pedira para seu povo que lançasse fora os deuses, e
se tornasse puro moralmente, e mudasse sua veste, ou seja, mudasse
63
suas atitudes.
Gênesis 35/ 4-6: Eles entregaram as imagens dos deuses
estrangeiros que tinham e os brincos que usavam nas orelhas. E Jacó
enterrou tudo debaixo da árvore sagrada que fica perto de Siquém.
Quando eles foram embora, Deus fez com que os moradores das
cidades vizinhas ficassem com um medo terrível, e por isso eles não
perseguiram Jacó. Assim, Jacó e toda a sua gente chegaram a Luz,
cidade que também é conhecida pelo nome de Betel e que fica na terra
de Canaã. Quanta diferença. Antes, quando levavam consigo os deuses
estrangeiros, o terror das cidades circunvizinhas invadia a mente e o
coração do povo de Jacó. Agora, porém, o inverso havia acontecido. O
terror de Deus tinha tomado conta das mesmas, e não ousaram persegui-
los.
Resumindo - o diabo pode usar certas artimanhas para nos fazer
parar, e assim ferir nosso calcanhar, como os ídolos, por exemplo, que
fora a arma usada para fazer Jacó parar duas vezes, entre Padã-Arã e a
cidade de Siquém. Mas enquanto estamos no propósito de Deus, dentro
deste propósito, em todo o lugar que pisarmos a planta do nosso pé o
Senhor nos dá, e ninguém pode nos resistir Josué 1/ 3-5.
DEUS PODE NOS FAZER PARAR?
Se há um propósito nisto, sim! Quer dizer que o Senhor pode nos
fazer parar, permitindo, assim, que a serpente nos fira?
O Senhor é o Senhor. Ele pode nos fazer parar, porém, jamais
permitirá que o diabo nos fira. Na maioria das vezes Ele nos faz parar
para que, assim, possamos sufocar nossa ansiedade, a soberba, o
orgulho e a arrogância, ou seja, a força da carne, que se manifesta com o
sentimento de “eu posso tudo, eu consigo”, e aprendamos a confiar
Nele.
1 Pedro 5/ 6-7: Portanto, sejam humildes debaixo da poderosa mão
de Deus para que ele os honre no tempo certo. Entreguem todas as
suas preocupações a Deus, pois ele cuida de vocês. Portanto, ser humilde diante de Deus não é criar calos nos joelhos de
tanto ficar ajoelhado, ou perder a voz de tanto berrar, chorar e dizer:
64
-Deus, eu te amo, te adoro! Mas sim lançar sobre Ele toda nossa
ansiedade. Muitas vezes o Senhor nos faz parar, fechando todas as
portas diante de nós, e nos permite ver a serpente se aproximando em
formas de vários problemas para que assim possamos compreender que,
nada podemos sem o Seu auxílio, tomando a sábia decisão de nos
humilhar a Ele, ou seja, de lançar sobre o Mesmo toda nossa
inquietação.
Salmo 46/ 10: Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado
entre os gentios; serei exaltado sobre a terra. Que coisa maravilhosa! Você quer saber quem é Deus? Se aquiete!
Com este procedimento o Senhor, por meio de nós, é engrandecido
entre nossos colegas de trabalho ou de aula, em qualquer situação
contrária, desfavorável a nós, e exaltado sobre a terra. Ou seja, em
qualquer ponto do universo onde estivermos Deus através de nós é
engrandecido.
Resumindo - o Senhor passa a agir poderosamente ao nosso favor,
quando nos aquietamos, lançando sobre a Palavra toda nossa ansiedade,
e deixamos os frutos do Espírito (amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança Gálatas 5/ 22),
transbordarem em nós, ou seja, deixamos os frutos do Espírito Santo nos
encher ao ponto de transbordarem, e nos revestirem.
O tirado das águas, Moisés, se colocava no fruto “mansidão”, para
que assim Deus pudesse usá-lo poderosamente.
Números 12/ 1-3: E falaram Miriã e Arão contra Moisés, por causa
da mulher cusita, com quem casara; porquanto tinha casado com
uma mulher cusita. E disseram: Porventura falou o Senhor somente
por Moisés? Não falou também por nós? E o Senhor o ouviu. E era o
homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia
sobre a terra. É bem verdade que em Êxodo 2/ 11-12, ao ver certo egípcio
espancando um hebreu, um do seu povo, o espírito de Moisés se
impacientou, e o mesmo mostrou sua loucura Provérbios 14/ 29,
assassinando o egípcio, e o escondendo na areia.
Evidentemente ele como ser humano também estava suscetível a
erro, e erros significativos, como fora o caso do assassinato do egípcio,
65
por exemplo, uma vez que a ira do homem não opera a justiça de
Deus Tiago 1/ 20. Porém, em seguida tornou a compor-se, e
segundo Hebreus 11/ 27, pela fé, ele abandonara o Egito, não temendo
a ira do rei, porque ficara firme como vendo o invisível.
O homem que pela fé, quando já homem feito, recusara ser chamado
filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de
Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado, tinha conhecimento
prático do quanto o Senhor agia em seu favor, quando estava em estado
sereno, calmo, brando de gênio. E no momento em que Deus criara uma
situação incômoda, extremamente desconfortável para ensinar o povo de
Israel a lançar sobre Ele as suas ansiedades, para que pudesse ser
engrandecido, o mesmo tentara lhe dar a receita da vitória. Tentara lhe
mostrar o modo que deveria se comportar, para que assim Deus pudesse
agir.
Êxodo 14/ 1-4: Então falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos
filhos de Israel que voltem, e que se acampem diante de Pi-Hairote,
entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele
assentareis o campo junto ao mar. Então Faraó dirá dos filhos de
Israel: Estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou. E eu
endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei
glorificado em Faraó e em todo o seu exército, e saberão os egípcios
que eu sou o Senhor. E eles fizeram assim. Deveras, isto mudara o coração de Faraó e dos seus oficiais, levando-
o a aprontar o seu carro, tomar consigo o seu povo, também seiscentos
carros escolhidos, e todos os carros do Egito com capitães sobre todos
eles. Pois o Senhor endurecera o coração do mesmo para que
perseguisse os filhos de Israel, os quais saíram afoitamente, temerários,
e perseguiram-nos os egípcios, e os alcançaram acampados junto ao
mar, perto de Pi-Hairote, defronte de Baal-Zefom.
E, chegando o rei do Egito, os filhos de Israel levantaram os olhos, e
eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito, e disseram a
Moisés: Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá,
para que morramos neste deserto?
Por que nos trataste assim, fazendo-nos sair do Egito?
Não é isso o que te dissemos no Egito: deixa-nos, para que sirvamos
66
os egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos
no deserto Êxodo 14/ 5-15.
Êxodo 14/ 13-14: Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai
quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos
egípcios, que hoje vistes nunca mais os tornareis a ver. O Senhor
pelejará por vós, e vós vos calareis.
O homem que era em muito o mais manso de todos os homens na
superfície do solo, sabia que sua mansidão era que dava condição para
que Deus se manifestasse com todo o poder pelejando ao seu favor,
fazendo-o escapulir-se de perigo ou situações difíceis. Por isso falando
daquilo que vivia na prática, pedira para o povo se aquietar. Fazer
sossegar a alma, uma vez que este procedimento faria com que o Senhor
pelejasse por eles, assim como pelejara tempo depois em favor, e em
defesa de Gideão e o povo da sua época, como em prol de Josafá e o
povo de seu tempo.
Juízes 6/ 1-6: Porém os filhos de Israel fizeram o que era mau aos
olhos do Senhor; e o Senhor os deu nas mãos dos midianitas por sete
anos. E, prevalecendo a mão dos midianitas sobre Israel, fizeram os
filhos de Israel para si, por causa dos midianitas, as covas que estão
nos montes, as cavernas e as fortificações.
Porque sucedia que, semeando Israel, os midianitas e os
amalequitas, e também os do oriente, contra ele subiam.
E punham-se contra ele em campo, e destruíam os frutos da terra,
até chegarem a Gaza; e não deixavam mantimento em Israel, nem
ovelhas, nem bois, nem jumentos.
Porque subiam com os seus gados e tendas; vinham como
gafanhotos, em grande multidão que não se podia contar, nem a eles
nem aos seus camelos; e entravam na terra, para a destruir. Assim
Israel empobreceu muito pela presença dos midianitas; então os filhos
de Israel clamaram ao Senhor. Tendo os filhos de Israel clamado ao Senhor, por meio de um profeta,
o Senhor levantara a Gideão Juízes 6/ 7...
As Escrituras nos informam de que os midianitas, os amalequitas e
todos os povos do Oriente cobriam o vale como gafanhotos em
multidão, e eram os seus camelos em multidão inumerável como a areia
67
que há na praia do mar Juízes 7/ 12.
Jerubaal, que é Gideão, repartira os trezentos homens que estavam
consigo, em três companhias e deu-lhes a cada um nas suas mãos,
trombetas e cântaros vazios, com tochas neles Juízes 7/ 16.
Juízes 7/ 19-22: Chegou, pois, Gideão, e os cem homens que com
ele iam, ao extremo do arraial, ao princípio da vigília da meia noite,
havendo sido de pouco trocadas às guardas; então tocaram as
buzinas, e quebraram os cântaros, que tinham nas mãos. Assim
tocaram as três companhias as buzinas, e quebraram os cântaros; e
tinham nas suas mãos esquerdas as tochas acesas, e nas suas mãos
direitas as buzinas, para tocarem, e clamaram: Espada do Senhor, e
de Gideão. E conservou-se cada um no seu lugar ao redor do arraial;
então todo o exército pôs-se a correr e, gritando, fugiu. Tocando, pois,
os trezentos as buzinas, o Senhor tornou a espada de um contra o
outro, e isto em todo o arraial, que fugiu para Zererá, até Bete-Sita,
até aos limites de Abel-Meolá, acima de Tabate. Que coisa tremenda, maravilhosa! As três companhias tocaram as
trombetas, e o Senhor fizera com que a espada dos midianitas, dos
amalequitas e de todos os povos do Oriente, voltassem uma contra a
outra, e isto em todo o arraial, que fugira, enquanto que Gideão e os
trezentos homens que estavam consigo, permaneceram cada um no seu
lugar, imóveis ao redor do arraial.
Este é o Deus que eu sirvo. Um Deus forte e poderoso!
No testemunho que acabamos de conferir, logo após a fuga dos
inimigos de Israel, Gideão fora no encalço dos mesmos e os
exterminara.
Já no caso do rei Josafá isto não fora necessário.
2 Crônicas 20/ 1-25: E sucedeu que, depois disto, os filhos de
Moabe, e os filhos de Amom, e com eles outros dos amonitas, vieram à
peleja contra Jeosafá. Então vieram alguns que avisaram a Jeosafá,
dizendo: Vem contra ti uma grande multidão dalém do mar e da Síria;
e eis que já estão em Hazazom-Tamar, que é En-Gedi.
Então Jeosafá temeu, e pôs-se a buscar o Senhor, e apregoou jejum
em todo o Judá. E Judá se ajuntou, para pedir socorro ao Senhor;
também de todas as cidades de Judá vieram para buscar ao Senhor.
68
E pôs-se Jeosafá em pé na congregação de Judá e de Jerusalém, na
casa do Senhor, diante do pátio novo.
E disse: Ah! Senhor Deus de nossos pais, porventura não és tu
Deus nos céus? Não és tu que dominas sobre todos os reinos das
nações? Na tua mão há força e potência, e não há quem te possa
resistir. Porventura, ó nosso Deus, não lançaste fora os moradores
desta terra de diante do teu povo Israel, e não a deste para sempre à
descendência de Abraão, teu amigo?
E habitaram nela e edificaram-te nela um santuário ao teu nome,
dizendo: Se algum mal nos sobrevier, espada, juízo, peste, ou fome,
nós nos apresentaremos diante desta casa e diante de ti, pois teu nome
está nesta casa, e clamaremos a ti na nossa angústia, e tu nos ouvirás
e livrarás. Agora, pois, eis que os filhos de Amom, e de Moabe e os das
montanhas de Seir, pelos quais não permitiste passar a Israel, quando
vinham da terra do Egito, mas deles se desviaram e não os destruíram,
eis que nos dão o pago, vindo para lançar-nos fora da tua herança,
que nos fizeste herdar.
Ah! nosso Deus, porventura não os julgarás? Porque em nós não
há força perante esta grande multidão que vem contra nós, e não
sabemos o que faremos; porém os nossos olhos estão postos em ti.
E todo o Judá estava em pé perante o Senhor, como também as
suas crianças, as suas mulheres, e os seus filhos.
Então veio o Espírito do Senhor, no meio da congregação, sobre
Jaaziel, filho de Zacarias, filho de Benaia, filho de Jeiel, filho de
Matanias, levita, dos filhos de Asafe, e disse: Dai ouvidos todo o Judá,
e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei Jeosafá; assim o Senhor vos
diz: Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão;
pois a peleja não é vossa, mas de Deus.
Amanhã descereis contra eles; eis que sobem pela ladeira de Ziz, e
os achareis no fim do vale, diante do deserto de Jeruel. Nesta batalha
não tereis que pelejar; postai-vos, ficai parados, e vede a salvação do
Senhor para convosco, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos
assusteis; amanhã saí-lhes ao encontro, porque o Senhor será
convosco.
Então Jeosafá se prostrou com o rosto em terra, e todo o Judá e os
69
moradores de Jerusalém se lançaram perante o Senhor, adorando-o.
E levantaram-se os levitas, dos filhos dos coatitas, e dos filhos dos
coratitas, para louvarem ao Senhor Deus de Israel, com voz muito
alta.
E pela manhã cedo se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; e,
ao saírem, Jeosafá pôs-se em pé, e disse: Ouvi-me, ó Judá, e vós,
moradores de Jerusalém: Crede no Senhor vosso Deus, e estareis
seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis; e aconselhou-se com
o povo, e ordenou cantores para o Senhor, que louvassem à Majestade
santa, saindo diante dos armados, e dizendo: Louvai ao Senhor
porque a sua benignidade dura para sempre.
E, quando começaram a cantar e a dar louvores, o Senhor pôs
emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e os das montanhas
de Seir, que vieram contra Judá, e foram desbaratados. Porque os
filhos de Amom e de Moabe se levantaram contra os moradores das
montanhas de Seir, para os destruir e exterminar; e, acabando eles
com os moradores de Seir, ajudaram uns aos outros a destruir-se.
Nisso chegou Judá à atalaia do deserto; e olharam para a
multidão, e eis que eram corpos mortos, que jaziam em terra, e
nenhum escapou.
E vieram Jeosafá e o seu povo para saquear os seus despojos, e
acharam entre eles riquezas e cadáveres em abundância, assim como
objetos preciosos; e tomaram para si tanto, que não podiam levar; e
três dias saquearam o despojo, porque era muito. Que coisa que causa grande admiração! Josafá e o seu povo, deveras,
lançaram sobre o Senhor as suas ansiedades, alcançando um estado de
serenidade, tranquilidade, que os levara diante de uma iminente batalha,
a ordenar cantores para o Senhor, que marchassem à frente do exército,
louvassem a Deus, que lutara bravamente a favor deles. Mas o povo que
estava acampado defronte de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de
Baal-Zefom, não atentara para as palavras de Moisés, que diante
daquela situação clamara a Deus, que lhe dissera: Por que clamas a
mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta o teu
bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de
Israel passem pelo meio do mar seco.
70
Tiago 1/ 2-4: Meus irmãos tende grande gozo quando cairdes em
várias tentações; sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência.
Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais
perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma. Um pouco antes de Israel cruzar o mar Vermelho como se andasse
em terra seca, o Senhor pôs prova a fé do povo, para que esta prova
operasse a virtude que consiste em suportar os males ou incômodos com
resignação, que por sua vez, teria a sua obra perfeita. Tornando-os, sem
defeito, e completos. Sem sentir privação, escassear em coisa alguma.
Ademais, assim que a paciência tivesse a sua obra perfeita, os mesmos
veriam o livramento de Deus, uma vez que Ele lutaria em prol deles. No
entanto, a particularidade que acompanha os fatos, a condição (de
alguém ou de alguma coisa) em determinado momento, os entregara nas
mãos do espírito de murmuração, e a prova da fé dos filhos de Israel
fora interrompida naquele momento, não operando, assim, a paciência,
que fizera tanta falta aos mesmos, tempo depois.
O ALICERCE
O principal alicerce para a afirmação que fiz logo acima está no livro
de Números.
Números 21/ 4-6: Então partiram do monte Hor, pelo caminho do
Mar Vermelho, a rodear a terra de Edom; porém a alma do povo
angustiou-se naquele caminho. E o povo falou contra Deus e contra
Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito para que morrêssemos
neste deserto? Pois aqui nem pão nem água há; e a nossa alma tem
fastio deste pão tão vil. Então o Senhor mandou entre o povo
serpentes ardentes que picaram o povo; e morreu muita gente em
Israel. É bom ressaltar de que o povo que vivia no tempo do Velho
Testamento acreditava que Deus também era o responsável pelas coisas
más que aconteciam. Por isso no verso 6 o autor sagrado afirma que o
Senhor mandou entre o povo serpentes. Mas na realidade fora os
israelitas mesmos, que anteriormente haviam impedido que a prova da
fé que havia neles, operasse a virtude que consiste em suportar os males
ou incômodos com resignação, conservando-os firmes e constantes.
71
Sem se deixar demover ou abalar, completamente arraigados nos frutos
do Espírito Santo. Mas como o povo não estava enraizado, quando sua
alma sentira necessidade de pão e água, carência que não fora suprida
naquele momento, de imediato saíra dos frutos do Espírito. Ou seja,
saíra da esfera divina. E, alicerçado na impaciência, o povo se vira no
meio do arraial do maligno, completamente desnudo, desprotegido, e, é
evidente que muito foram acometidos pelas mordidas das serpentes.
Nos momentos de dificuldade, assim, como o que passara Israel
quando rodeava a terra de Edom, a longanimidade é uma virtude do
Espírito que não se pode dispensar, ou seja, é imprescindível ao cristão.
Provérbios 14/ 29: O longânime é grande em entendimento, mas o
que é de espírito impaciente mostra a sua loucura. O cristão que deixa esta virtude agir quando necessário, é um ser
possuído pela faculdade de conceber e entender as coisas. Tem ideia
clara de tudo ao seu redor. Mesmo em situações de extrema dificuldade,
demonstra inteligência, razão. Mantém o juízo e fez justiça Isaías 56/ 1,
visto que a perseverança (o conservar-se firme e constante, sem se
deixar demover ou abalar), e a longanimidade (a conformidade com os
sofrimentos ou provações), produzem glória. E a força desta glória
enche-o de poder Colossenses 1/ 11, levando-o, mesmo na condição de
escravo ou encarcerado, que fora o caso de José, por exemplo, ao posto
de cabeça e não calda Deuteronômio 28/ 13.
Gênesis 39/ 1-6: E José foi levado ao Egito, e Potifar, oficial de
Faraó, capitão da guarda, homem egípcio, comprou-o da mão dos
ismaelitas que o tinham levado lá.
E o Senhor estava com José, e foi homem próspero; e estava na
casa de seu senhor egípcio. Vendo, pois, o seu senhor que o Senhor
estava com ele, e tudo o que fazia o Senhor prosperava em sua mão,
José achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele o pôs sobre a sua
casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha. E aconteceu que, desde
que o pusera sobre a sua casa e sobre tudo o que tinha o Senhor
abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do Senhor
foi sobre tudo o que tinha, na casa e no campo. E deixou tudo o que
tinha na mão de José, de maneira que nada sabia do que estava com
ele, a não ser do pão que comia.
72
É evidente que José não havia estudado o conjunto de matérias de
ensino ou lições sobre administração. No entanto, sem sombra de
dúvidas, fundamentado na longanimidade, e nas mais virtudes do
Espírito (amor, gozo, paz, benignidade, bondade, fé, mansidão e
temperança) Gálatas 5/ 22-23, com maestria, ou seja, com extrema
habilidade costumava pôr em prática as funções que o seu senhor lhe
havia outorgado. Sua habilidade o levara ao ponto de Potifar, tudo o que
tinha confiar às suas mãos. Logo em seguida o mesmo fora obrigado a
se tornar mais forte no domínio próprio, na mansidão. Ser comedido,
não exceder a esfera divina, e curvar-se ao peso do assédio da mulher de
Potifar, se ligar intimamente a mesma.
Gênesis 39/ 7-20: E aconteceu depois destas coisas que a mulher
do seu senhor pôs os seus olhos em José, e disse: Deita-te
comigo. Porém ele recusou, e disse à mulher do seu senhor: Eis que o
meu senhor não sabe do que há em casa comigo, e entregou em
minha mão tudo o que tem; ninguém há maior do que eu nesta casa, e
nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher;
como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?
E aconteceu que, falando ela cada dia a José, e não lhe dando ele
ouvidos, para deitar-se com ela, e estar com ela,
sucedeu num certo dia que ele veio a casa para fazer seu serviço; e
nenhum dos da casa estava ali; e ela lhe pegou pela sua roupa,
dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua roupa na mão dela, e
fugiu, e saiu para fora. E aconteceu que, vendo ela que deixara a sua
roupa em sua mão, e fugira para fora, chamou aos homens de sua
casa, e falou-lhes, dizendo: Vede, meu marido trouxe-nos um homem
hebreu para escarnecer de nós; veio a mim para deitar-se comigo, e
eu gritei com grande voz; e aconteceu que, ouvindo ele que eu
levantava a minha voz e gritava, deixou a sua roupa comigo, e fugiu, e
saiu para fora. E ela pôs a sua roupa perto de si, até que o seu senhor
voltou à sua casa. Então lhe falou conforme as mesmas palavras,
dizendo: Veio a mim o servo hebreu, que nos trouxeste, para
escarnecer de mim; e aconteceu que, levantando eu a minha voz e
gritando, ele deixou a sua roupa comigo, e fugiu para fora.
E aconteceu que, ouvindo o seu senhor as palavras de sua mulher,
73
que lhe falava, dizendo: Conforme a estas mesmas palavras me fez teu
servo, a sua ira se acendeu.
E o senhor de José o tomou, e o entregou na casa do cárcere, no
lugar onde os presos do rei estavam encarcerados; assim esteve ali na
casa do cárcere. É evidente que no estado natural, ou seja, na carne, José teria uma
reação completamente contrária, em relação ao assédio da mulher do
seu senhor, porquanto as obras da carne são conhecidas e são:
prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades,
porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas,
bebedeiras, glutonarias e coisas semelhantes a estas Gálatas 5/ 19-21.
Prostituição: Comércio de práticas sexuais. Seguramente, na carne, José entregar-se-ia ao ato sexual por dinheiro
ou favores, coisa comum nos nossos dias, degradando-se, aviltando-se,
comprometendo a pureza do seu corpo, templo de Deus 1 Coríntios 3/
16.
Idolatria: No cume da pirâmide social egípcia, situava-se o
Faraó. Depois vinham os sacerdotes, classe rica, elevada em termos
culturais. Por isso exercia sobre as demais.
A classe dos nobres era basicamente formada pelos parentes do
Faraó, nomos... Os militares constituíam uma camada social singular,
peculiar. Já a classe dos agricultores era responsável pelo cultivo das
terras que pertenciam ao Faraó, aos templos e aos nobres.
Em último lugar se encontravam os escravos, em sua grande
maioria prisioneiros de guerra. Olhando a pirâmide social, podemos concluir que a mulher de Potifar
era pertencente da classe dos sacerdotes, nobres, ou então militar, visto
que por questão hierárquica, seria quase que impossível uma moça
oriunda de outra camada social, unir-se em casamento ao oficial do
Faraó, comandante da guarda.
Portanto podemos pressupor que a mesma trazia consigo um gosto
apurado no vestir, e um jeito esbelto, bem-apessoado no andar, capaz de
ser o objeto de paixão, de veneração de qualquer homem em seu estado
carnal. Se estivesse fora da esfera divina, certamente o adultério teria
sido consumado, e José passaria a ver o seu senhor, desde então, na
74
qualidade de inimigo, com hostilidade, malquerença.
Toda vez que a mesma saísse dos braços do marido para achegar-se
em seus braços, iria altercar obstinadamente com ela, porquanto o
sentimento, e a manifestação da apreensão provocada pelo receio de
perdê-la daria vazão à iracunda contida na carne. Ademais o sentimento
de desgosto pelo fato de Potifar ser o homem legítimo, e ele o amante, o
consumiria com grande avidez. Mas José se mantivera firme no domínio
próprio, não cedendo em momento algum ao assédio da mulher de seu
senhor.
E José obtivera recompensa por não ter cedido ao assédio da mulher
de Potifar? É evidente que sim!
As Escrituras não nos especificam a classe da qual viera à mulher do
oficial de Faraó, comandante da guarda, e no que diz respeito a José, ela
não passaria de sua amante, ou seja, ele jamais a teria por completo. Já
Asenate, a qual por meio de Faraó, Deus lhe dera como esposa,
pertencia à classe dos sacerdotes. Portanto temos certeza de que a
mesma era elevada em termos culturais.
Seguramente a socielite de sua época, Asenate, sabia pôr charme e
elegância em tudo que fazia, exercendo influência sobre as demais
mulheres. Sem sobra de dúvidas causava sensação ao surgir
luxuosamente vestida nas festas da alta camada social, arrancando
suspiros de muitos homens, e atraindo muitos pretendentes.
Esta era Asenate, a mulher que o Senhor dera como esposa a José.
Nada mal para um escravo, não é mesmo?
RESUMO
Primeiramente José fora assediado pela mulher de seu senhor, e
como não cedera a esse assédio, ironicamente fora acusado pela mesma
de assediá-la, despertando em Potifar uma agitação interior violenta, que
o levara a colocá-lo na prisão. Porém, mesmo diante de toda a injustiça
José não murmurara, como alguns murmuram tempo depois, e foram
destruídos pelo exterminador 1 Coríntios 10/ 10, mas combatera
firmado na profecia ao seu respeito Salmo 105/ 19, o bom combate,
mantendo fé e boa consciência 1 Timóteo 1/ 18-19, para mais tarde
comprovar na prática que é melhor ser longânime do que o herói da
75
guerra, e dominar o seu espírito, do que o que toma uma
cidade Provérbios 16/ 32. Edificado sobre a Rocha, ou seja, sobre a
Palavra, caía a chuva, transbordavam os rios, sopravam os ventos e
davam com ímpeto contra aquela casa, isto é, contra José que não
caíra Mateus 7/ 25.
Salmo 113/ 7-8: Levanta o pobre do pó, e do monturo levanta o
necessitado, para fazê-lo assentar com os príncipes, mesmo com os
príncipes do seu povo. Para complementar vamos nos dirigir ao livro de Jó.
Jó 36/ 7: Do justo não tira os seus olhos; antes estão com os reis no
trono; ali os assenta para sempre, e assim são exaltados. O justo José, arraigado nas virtudes do Espírito, era interiormente
consistente, firme, forte, resistente. Mesmo estando no cárcere,
automaticamente estava assentado ao lado dos príncipes, com os reis no
trono para sempre, e o que também é tremendo: sendo engrandecido.
Gênesis 39/ 21-23: O Senhor, porém, estava com José, e estendeu
sobre ele a sua benignidade, e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-
mor. E o carcereiro-mor entregou na mão de José todos os presos que
estavam na casa do cárcere, e ele ordenava tudo o que se fazia ali. E o
carcereiro-mor não teve cuidado de nenhuma coisa que estava na mão
dele, porquanto o Senhor estava com ele, e tudo o que fazia o Senhor
prosperava. As Sagradas Escrituras nos dão conta de que até mesmo o Senhor
Jesus tivera os seus dias na carne Hebreus 5/ 7, e com José não fora
diferente.
Em busca de auxílio a esta questão, vamos nos dirigir ao livro
do Eclesiastes.
Eclesiastes 8/ 5-6: Quem guarda o mandamento não experimentará
mal algum; e o coração do sábio conhece o tempo e o juízo. Pois para
tudo há tempo e juízo. Toda promessa que recebemos de Deus constitui-se em mandamento
para nós. Quando o guardamos o que vem como consequência, além de
não sentirmos, sofrermos, nos tornamos sábios, e ficamos conhecendo o
tempo e o modo que esta promessa se cumprirá em nossas vidas.
Certamente José guardava o mandamento. Portanto ele conhecia o
76
tempo e o modo pelo qual sua administração estender-se-ia por todo o
Egito, não mais sendo restringida, não mais tendo o cárcere como
fixador de limite. Mas, incrivelmente logo após interpretar o sonho do
copeiro-chefe de Faraó Gênesis 40/ 9-13, ele tomara uma atitude
completamente carnal, não compreendendo que vão é o socorro do
homem Salmo 60/ 11.
Gênesis 40/ 14-15: Porém lembra-te de mim, quando te for bem, e
usa para comigo de compaixão, faze menção de mim a Faraó, e tira-
me desta casa. Pois, na verdade, fui roubado da terra dos hebreus; e
também aqui nada tenho feito para que me pusessem na masmorra. Procurou José auxílio no homem, e junto com um pedido relatou sua
triste história, com esperança de comover o copeiro-chefe do Faraó.
Mas como é vão o socorro do homem, o mesmo ficara nas masmorras,
mais dois anos completos Gênesis 41/ 1, até cumprir-se o tempo de
Deus.
77
NA QUIETUDE ESTÁ A NOSSA FORÇA
Isaías 30/ 1: Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomam
conselho, mas não de mim; e que se cobrem, com uma cobertura, mas
não do meu espírito, para acrescentarem pecado sobre pecado.
Para melhor compreensão colocarei em partes as informações
contidas neste versículo.
“Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomam conselho, mas não
de mim!”
Esta parte do verso faz referência aos que em dúvidas ou dificuldades
procuram um parecer, mas não de Deus.
E como tomamos conselhos de Deus? Dependendo das
circunstâncias nós podemos pedir conselhos ao Senhor por meio de
Orações. Outra forma é recorrermos as Escrituras. A Bíblia é um
conjunto de conhecimento e sabedoria que abrangem todas as coisas, e
devemos usar todo o manancial de informação contido nela de modo
prático, visto que se não fizermos isso seremos repreendidos por Deus.
Bem, a segunda parte do versículo esclarece o primeiro.
“Que se cobrem, com uma cobertura, mas não do meu espírito!”
João 6/ 63: O espírito é o que vivifica a carne para nada aproveita;
as palavras que eu vos digo são espírito e vida.
Ou seja, ai daqueles que se cobrem com uma cobertura, mas não dos
ensinamentos do Senhor, isto é, não se cobre com os ensinamentos de
Deus contidos na Bíblia.
“Para acrescentarem pecado sobre pecado!”
Quando tomamos conselhos, mas do Senhor, nós nos cobrimos com
uma cobertura, mas não a cobertura que na verdade são os ensinamentos
de Deus contidos nas Escrituras, nós acrescentamos pecados sobre
pecados.
Isaías 59/ 2: Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e
o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para
que não vos ouça.
Quando não nos cobrimos com a palavra de Deus, automaticamente
nós acrescentamos pecados sobre pecados, e estes pecados encobrem o
rosto do Senhor, fazendo com que Ele não consiga nos ouvir, ou seja,
78
ocorre uma ruptura entre o pecador e Deus. Esclarecido este ponto
vamos seguir em frente.
Isaías 30/ 2: Que descem ao Egito, sem pedirem o meu conselho;
para se fortificarem com a força de Faraó, e para confiarem na
sombra do Egito.
No contexto espiritual Egito significa mundo, ou coisas seculares.
Deus não é contra o estudo e diplomas, mas sim contra aqueles que
buscam formação nas mais diversas áreas sem antes consulta-Lo, uma
vez que a grande maioria já em posse de um diploma passa a confiar
mais neste diploma, que muitas vezes se constitui na força do deus deste
mundo do que no Senhor.
Isaías 30/ 3: Porque a força de Faraó se vos tornará em vergonha,
e a confiança na sombra do Egito em confusão.
A confiança neste sistema de coisas que hoje rege a sociedade
globalizada não é certeza de sucesso. Existem inúmeras pessoas com
capacitação até mesmo no exterior, mas que não conseguem ter êxito na
área em que se formaram mesmo fazendo grande esforço para atingir
esta meta. No que diz respeito aos cristãos que confiam em suas
habilidades naturais, e em seus diplomas e não no Senhor, as coisas nas
quais eles confiam se tornará em vergonha, e a confiança num governo
humano em confusão.
Isaías 30/ 5: Todos se envergonharão de um povo que de nada lhes
servirá nem de ajuda, nem de proveito, porém de vergonha, e de
opróbrio.
É bom lembrar-vos que estou fazendo uma analogia entre o Egito,
que representa o universo secular e tudo àquilo que ele oferece. O verso
logo acima deixa claro que tudo aquilo que o mundo oferece quando
usado sem antes consultar o Senhor acaba se tornando inócuo, motivo
de vergonha, de desgraça, e de escárnio.
Isaías 30/ 7: Porque o Egito os ajudará em vão, e para nenhum
fim; por isso clamei acerca disto: No estarem quietos será a sua força.
Diante de uma secularidade exacerbada o profeta clamara a Deus a
este respeito, e a resposta foi: A ajuda vinda das coisas seculares é em
vão. A força para superar os obstáculos, e atravessar as dificuldades está
no manter-se quieto.
79
Isaías 30/ 8: Vai, pois, agora, escreve isto numa tábua perante eles
e registra-o num livro; para que fique até ao último dia, para sempre e
perpetuamente.
Até o último dia no estado de quietude estará à força do cristão, para
sempre e perpetuamente. Esta verdade teve princípio no dia em que o
profeta a ouvira, e jamais terá fim.
Isaías 30/ 9-10: Porque este é um povo rebelde, filhos mentirosos,
filhos que não querem ouvir a lei do Senhor. Que dizem aos videntes:
Não vejais; e aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-
nos coisas aprazíveis, e vede para nós enganos.
Já na época do profeta Isaías o povo não procurava o que era reto,
mas sim aquilo que era aprazível, os pregadores da teologia da
prosperidade que o digam. Com coisas aprazíveis e enganos se tornam
multimilionários do dia para a noite à custa de um povo que se recusa a
ouvir aquilo que é reto.
Isaías 30/ 11: Desviai-vos do caminho, apartai-vos da vereda; fazei
que o Santo de Israel cesse de estar perante nós.
Provérbios 16/ 2: Todos os caminhos do homem são puros aos seus
olhos, mas o Senhor pesa o espírito.
O povo israelita estava criando o seu próprio caminho, e Deus estava
pesando-lhe o espírito, por isso o mesmo pedia para que fizessem com
que o Senhor cessasse de estar diante dele.
Isaías 30/ 12-13: Por isso, assim diz o Santo de Israel: porquanto
rejeitais esta palavra, e confiais na opressão e perversidade, e sobre
isso vos estribais por isso esta maldade vos será como a brecha de um
alto muro que, formando uma barriga, está prestes a cair e cuja
quebra virá subitamente.
Quer dizer, os israelitas rejeitaram a mensagem que era: No estarem
quietos será sua força, e depositaram a fé na opressão e na perversidade,
e nisso apoiaram-se, colocando em prática um ato de maldade diante de
Deus. Mas, como toda a ação gera uma reação, esta maldade iria trazer
ruína, produzindo um efeito semelhante uma brecha que vai se abrindo
num muro alto. De repente, o muro desmorona e cai no chão.
Isaías 30/ 15: Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel:
Voltando e descansando sereis salvos; no sossego e na confiança
80
estaria a vossa força, mas não quisestes.
Agora o Senhor pede para o povo voltar, uma vez que voltando e
descansando o poder de Deus entraria em ação salvando-o daquilo que
estava oprimindo-o, sendo que ainda acrescenta: No sossego e na
confiança está a vossa força, contudo Israel não quisera.
Isaías 30/ 16: Mas dizeis: Não; antes sobre cavalos fugiremos;
portanto fugireis; e, sobre cavalos ligeiros cavalgaremos; por isso os
vossos perseguidores também serão ligeiros.
Os israelitas tinham duas opções: confiar na palavra de Deus que
dizia: Voltando e descansando sereis salvos; no sossego e na confiança
está a vossa força, ou então dar demasiada atenção a iminente opressão
e perversidade, e os mesmos ficaram com a segunda escolha, e
chagaram a conclusão de que a melhor saída seria fugir sobre cavalos
ligeiros. Mas é claro que esta opção não seria a solução uma vez que os
opressores e os perversos os perseguiriam de modo ligeiro.
Isaías 30/ 17-18: Mil homens fugirão ao grito de um, e ao grito de
cinco todos vós fugireis, até que sejais deixados como o mastro no
cume do monte, e como a bandeira no outeiro. Por isso, o Senhor
esperará, para ter misericórdia de vós; e por isso se levantará, para se
compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-
aventurados todos os que nele esperam.
Quando os cristãos estão prestes a cair em erro o Senhor avisa uma,
duas vezes, e se os mesmos não caírem na real, Ele os deixa quebrar a
cara no muro, e fica esperando-os, para exercer misericórdia para com
eles.
81
O MANANCIAL DE ÁGUAS VIVAS
Jeremias 2/ 1-2: E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Vai, e clama aos ouvidos de Jerusalém, dizendo: Assim diz o Senhor:
Lembro-me de ti, da piedade da tua mocidade, e do amor do teu
noivado, quando me seguias no deserto, numa terra que não se
semeava.
No início da caminhada do povo israelita com Deus havia amor e
respeito às coisas sagradas, ou seja, havia por parte do povo uma grande
devoção ao Senhor. Os israelitas também tinham compaixão pelos
sofrimentos alheios, costumava sentir pena, dó, misericórdia, e amavam
o compromisso com Deus, quando O seguiam no deserto, numa terra
que não se semeava.
Êxodo 16/ 14-20: Quando o orvalho secou, por cima da areia do
deserto ficou uma coisa parecida com escamas, fina como a geada no
chão. Os israelitas viram aquilo e não sabiam o que era. Então
perguntaram uns aos outros: — O que é isso? Moisés lhes disse: —
Isso é o alimento que o Senhor está mandando para vocês comerem.
Esta é a ordem que ele deu: “Cada um de vocês deverá juntar o que
for necessário para comer, de acordo com o número de pessoas que
houver na família, dois litros por pessoa.”
E assim fizeram os israelitas. Uns pegaram mais, e outros, menos.
Quando mediram, aconteceu que os que haviam pegado muito não
tinham demais; e não faltava nada para os que haviam pegado pouco.
Cada um havia pegado exatamente o necessário para comer. Então
Moisés lhes disse: — Ninguém deverá guardar nada para o dia
seguinte. Mas alguns não obedeceram à ordem de Moisés e
guardaram uma parte daquele alimento. E no dia seguinte o que tinha
sido guardado estava cheio de bichos e cheirava mal. Aí Moisés ficou
muito irritado com eles.
Nos dias do deserto o povo de Deus recebia uma porção de maná por
dia, sendo somente no sexto dia permitido colher um pouco a mais, uma
vez que no sábado não lhe era permitido juntar o pouco mais, porém,
alguns ignoraram este mandamento e guardaram um pouco para o dia
seguinte, e o maná ficara cheio de bichos e cheirava mal. Por isso,
82
Moisés ficara muito irritado com os mesmos.
Jeremias 2/ 3: Então Israel era santidade para o Senhor, e as
primícias da sua novidade; todos os que o devoravam eram tidos por
culpados; o mal vinha sobre eles, diz o Senhor.
Nesta época Israel era considerado primeiro entre outros e todos os
que o devoravam eram tidos por culpados, e o mal vinha sobre eles.
Jeremias 2/ 4-5: Ouvi a palavra do Senhor, ó casa de Jacó, e todas
as famílias da casa de Israel; assim diz o Senhor: Que injustiça
acharam vossos pais em mim para se afastarem de mim, indo após a
vaidade, e tornando-se levianos?
Esta tradução nos diz que as famílias israelitas se afastaram de Deus,
indo após o desejo de chamar atenção, de exaltar as próprias qualidades,
procedendo, assim, irrefletidamente. Sem sombra de dúvida este tipo de
proceder é um dos nossos grandes males. A nossa luta contra ele é algo
contínuo, e ninguém consegue escapar dele. Aquele que afirmar que não
alimenta o desejo de chamar atenção, de exaltar as próprias qualidades é
um grande mentiroso. No que diz respeito ao povo de Israel, Deus
perguntara que injustiça haviam achada para se afastar Dele? É claro
que não houvera nenhuma injustiça por parte do Senhor. O que deveras
acontecera é que os israelitas se deixaram levar pelo desejo de chamar a
atenção, automaticamente se desligando de Deus.
Jeremias 2/ 6: E não disseram: Onde está o Senhor, que nos fez
subir da terra do Egito, que nos guiou através do deserto, por uma
terra árida, e de covas, por uma terra de sequidão e sombra de morte,
por uma terra pela qual ninguém transitava, e na qual não morava
homem algum?
A trajetória dos israelitas fora algo fora do normal no sentido literal.
O Senhor os tirara do Egito, depois os levara pelo deserto, por uma terra
de montanhas e de precipícios, terra seca e perigosa, por onde ninguém
viajava, e onde ninguém morava. Outro povo certamente não
conseguiria sobreviver naquelas condições. Mas Deus lhes dera força,
poder para superar aquelas dificuldades, coisa que o Senhor continua
fazendo pelos cristãos hoje.
Jeremias 2/ 7: E eu vos introduzi numa terra fértil, para comerdes
o seu fruto e o seu bem; mas quando nela entrastes contaminastes a
83
minha terra, e da minha herança fizestes uma abominação.
Em extrema dificuldade os judeus se postaram de modo fiel a Deus,
no entanto, quando o Senhor os trouxera para uma terra boa a fim de
que se alimentassem das suas colheitas e do que ela tinha de melhor, os
mesmos a mancharam, fazendo com esta terra doada por Deus virasse
um lugar nojento, segundo Ele. Cristãos de todas as épocas foram
obrigados a lutar contra este terrível mal que é; nas horas difíceis
aproximar-se de Deus, e nas horas de autossuficiência afastar-se. É por
isso que as tribulações fazem parte da vida dos Cristãos.
2 Coríntios 12/ 7: E, para que não me exaltasse pela excelência das
revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro
de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.
O apóstolo Paulo tinha uma forte tendência a louvar-se a si mesmo, e
para que isso não acontecesse o Senhor colocara um espinho em sua
carne, o qual ele chamara de um mensageiro de Satanás para esbofeteá-
lo, com o propósito de não deixa-lo louvar-se a si mesmo. Quando o
mesmo queria enobrecer-se, elogiar-se, o anjo de Satanás agia em sua
carne fazendo com ele caísse na real. A mesma coisa acontece com os
verdadeiros adeptos do evangelho de Cristo. Quando não aceitamos o
erro, não pedimos desculpas por errar, como se o nosso erro não
pertencesse a nós, um por nos julgarmos cabeça e não calda, quase que
de imediato somos abocanhados pelas tribulações. A única língua que o
ser humano entende e obedece é a língua falada pela tribulação, por isso
Deus faz uso dela constantemente para nos colocar na linha.
Jeremias 2/ 8: Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E
os que tratavam da lei não me conheciam, e os pastores prevaricavam
contra mim, e os profetas profetizavam por Baal, e andaram após o
que é de nenhum proveito.
A que ponto havia chegado o povo de Deus. Os sacerdotes estavam
num estado de entorpecimento tão grande que haviam perdido por
completo a consciência, não mais se lembrando de Deus. Já os
responsáveis pela lei não conheciam o Senhor, ou seja, os mesmos
tinham conhecimento da lei, mas não Autor da lei, e isso os tornavam
pessoas superficiais, os pastores não cumpriam com as suas obrigações,
sabiam o que tinha que ser feito, mas por má fé ou interesses próprios
84
não faziam. E o pior é que os profetas eram médiuns e profetizavam por
Baal o principal deus masculino dos fenícios, adoravam ídolos que não
podiam ajudar ninguém. É incrível o quanto este versículo condiz com a
realidade do sistema igrejário de nossos dias.
Jeremias 2/ 9: Portanto ainda contenderei convosco, diz o Senhor;
e até com os filhos de vossos filhos contenderei.
O Senhor já havia entrado em disputa com os israelitas, e ainda
continuaria pleiteando com até com os filhos dos filhos.
Jeremias 2/ 10-11: Pois, passai às ilhas de Quitim, e vede; e enviai
a Quedar, e atentai bem, e vede se jamais sucedeu coisa semelhante.
Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, ainda que não
fossem deuses? Todavia o meu povo trocou a sua glória por aquilo que
é de nenhum proveito.
Nestes versículos Deus afirma que nenhuma outra nação tinha
trocado seus deuses por outros que na realidade nem eram deuses,
contudo, Israel O havia trocado o Deus da glória por deuses que não
podiam ajuda-lo, ou seja, trocaram a glória de Deus por aquilo que era
de nenhum proveito.
Jeremias 2/ 13: Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me
deixaram o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas
rotas, que não retêm águas.
A primeira maldade que o povo fizera fora deixar a fonte perene e
abundante de águas vivas. Mas o que é esta fonte de água viva?
João 7/ 38-39: Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de
água viva correrão do seu ventre. Jesus estava falando a respeito do
Espírito Santo, que aqueles que nele cressem iriam receber.
A fonte de águas vivas é o Espírito Santo, ou seja, os israelitas
deixaram o Espírito Santo e fizeram reservatórios de águas pluviais que
não retinham águas.
Jeremias 2/ 19: A sua própria maldade o castigará, e você será
condenado porque me abandonou. Você vai aprender de uma vez
como é ruim e amargo abandonar a mim, o Senhor, seu Deus, e
deixar de me temer. Eu, o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, estou
falando.
Deus não está fazendo uma ameaça, mas sim afirmando uma verdade
85
imutável, e para compreendermos um pouco mais o que o Senhor diz
neste versículo vamos recorrer ao livro de Apocalipse.
Apocalipse 12/ 3-4: E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um
grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre
as suas cabeças sete diademas. E a sua cauda levou após si a terça
parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou
diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe
tragasse o filho.
“Estrela” na linguagem bíblica significa anjo. A grande maioria
acredita que Satanás trouxera para o seu lado à terça parte dos anjos de
Deus, e que desta terça parte constitui-se o seu exército, mas esta crença
é errônea.
Apocalipse 12/ 7-9: E houve batalha no céu; Miguel e os seus
anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus
anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos
céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o
Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na
terra, e os seus anjos foram lançados com ele.
Como batalharam o dragão e os seus anjos, se Satanás havia lançado
os seus anjos sobre a terra?
Não está registrada na Bíblia a data em que Satanás encabeçara um
movimento separatista alcançando bom êxito com seu intento, se
constituindo rei perpétuo de um novo reino. A Bíblia também não revela
a identidade de seus súditos, mas com certeza não é a terça parte dos
anjos de Deus que fora enganada pelo maligno.
“E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e
lançou-as sobre a terra!”
Vamos ver o que significa “cauda” na linguagem bíblica.
Isaías 9/ 15: O ancião e o varão de respeito, esse é a cabeça; e o
profeta que ensina mentiras, esse e a cauda.
Ou seja, cauda significa um profeta que ensina mentiras.
João 8/ 44: Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os
desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se
firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere
mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da
86
mentira.
A essência predominante em Satanás é a mentira!
“E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e
lançou-as sobre a terra!”
Nós acabamos de conferir que “cauda” na linguagem bíblica
significa profeta que ensina mentiras, e o pai da mentira é o diabo.
Portanto, o maligno fizera uso de ensinos mentirosos para convencer a
terça parte dos anjos de Deus a passar para o seu lado.
“E lançou-as sobre a terra!”
Satanás enganara a terça parte dos anjos de Deus. Esses anjos
acreditaram que o maligno iria acolhê-los como aliados, porém, uma
vez no território do diabo, o diabo e os seus anjos lançaram-nos sobre a
terra.
Gênesis 1/ 1-2: No princípio, criou Deus os céus e a terra.
A terra, porém, estava sem forma e vazia... Fora para esse abismo que Satanás e seus anjos lançaram a terça
parte dos anjos de Deus. Satanás não tem piedade de ninguém. Ele pode
até não tocar em alguém enquanto este alguém lhe serve para algum
propósito, porém, quando esse alguém não lhe é mais útil o que ocorre é
um aniquilamento espiritual e físico. Por isso o Senhor diz: A sua
própria maldade o castigará, e você será condenado porque me
abandonou. Você vai aprender de uma vez como é ruim e amargo
abandonar a mim, o Senhor, seu Deus, e deixar de me temer. Eu, o
Senhor, o Deus Todo-Poderoso, estou falando.
87
JUAREZ FRAGATA
LIVROS DISPONÍVEIS NO SITE CLUBE DE AUTORES
MECÂNICA QUÂNTICA E A BÍBLIA, E 3 CHAVES DE CONHECIMENTO E
SABEDORIA
88