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REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Nº 133 - MARÇO DE 2006 - PÁG. EDUCAÇÃO FÍSICA REVISTA DE Nº 133 MARÇO DE 2006 25 Artigo Original AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE DA ARTICULAÇÃO DO QUADRIL EM BAILARINAS CLÁSSICAS ANTES E APÓS UM PROGRAMA ESPECÍFICO DE TREINAMENTO Natalia Martins dos Santos Cigarro 1 , Rogério Emygdio Ferreira 1,2 Danielli Braga de Mello 1,2,3 1-Universidade Estácio de Sá - RJ - Brasil. 2- Laboratório de Fisiologia do Exercício e Medidas e Avaliação/UNESA - RJ - Brasil. 3- Escola Nacional de Saúde Pública/ FIOCRUZ - Rio de Janeiro - Brasil. __________ Recebido em 29.11.2005. Aceito em 02.03.2006. Resumo É exigido alto grau de amplitude de movimentos para a perfeição das linhas do ballet clássico, sendo a flexibilidade indispensável para otimizar a performance de um bailarino. O presente estudo se propôs a investigar os efeitos de um programa de treinamento de flexibilidade na performance de bailarinas clássicas. Este estudo se caracterizou como uma pesquisa do tipo pré-experimental, com delineamento pré-teste/ pós-teste de um grupo. Participaram desse estudo dez bailarinas, divididas em dois grupos de cinco bailarinas: grupo A (treinado) e grupo B (controle). As bailarinas do grupo A continuaram a praticar regularmente as aulas de ballet clássico e foram submetidas à 1 hora de treinamento de flexibilidade semanal; as bailarinas do grupo B continuaram a praticar regularmente as aulas de ballet clássico, mas não participaram das aulas de treinamento de flexibilidade. Foi utilizado, para aferir o grau de amplitude da articulação do quadril das bailarinas, um goniômetro universal 360º, metálico, em círculo total. No início da pesquisa, foi aferido o grau de flexibilidade da articulação do quadril das bailarinas dos grupos A e B, nos seguintes movimentos: flexão do quadril, extensão do quadril e abdução do quadril, sendo utilizado o protocolo de Norkin e White (1997), método passivo. Após uma semana, foram iniciadas as aulas de treinamento de flexibilidade somente com as bailarinas do grupo A. As aulas foram realizadas uma vez por semana, com uma hora de duração, utilizando o método ativo com três repetições de 20 segundos cada, associado ao trabalho de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) para a articulação do quadril, nos movimentos de flexão, extensão e abdução. Após dez semanas de treinamento, ambos os grupos foram submetidos aos mesmos testes para comparação dos resultados. Para análise dos dados obtidos no presente estudo, foram realizadas técnicas de estatística descritiva para análise percentual e, posteriormente, foi utilizado teste “t” de Student para comparação intragrupo e intergrupo. Ao comparar os dois grupos, no início da pesquisa, com relação à amplitude articular, os grupos A e B tinham graus de amplitude de movimento semelhantes na realização da flexão, extensão e abdução do quadril. De acordo com os resultados apresentados, verificou-se um aumento significativo no grau de amplitude de movimento na articulação do quadril em todos os movimentos testados (flexão estendida e flexionada; extensão e abdução) no grupo A (testado), o mesmo não acontecendo com o grupo B (controle). Notou-se que esta diferença entre os grupos demonstra que o grupo que participou do treinamento de flexibilidade teve aumento significativo de amplitude de movimento, comparado ao grupo controle. Sendo a flexibilidade muito importante para a execução dos movimentos técnicos do ballet clássico, pode-se sugerir que o treinamento de flexibilidade, aliado às aulas de ballet clássico, auxilia na performance das bailarinas. Palavras-chave: Ballet Clássico, Flexibilidade, Performance. 25-35

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Artigo Original

AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE DA ARTICULAÇÃO DOQUADRIL EM BAILARINAS CLÁSSICAS ANTES E APÓS UM

PROGRAMA ESPECÍFICO DE TREINAMENTO

Natalia Martins dos Santos Cigarro1, Rogério Emygdio Ferreira1,2

Danielli Braga de Mello1,2,3

1-Universidade Estácio de Sá - RJ - Brasil.2- Laboratório de Fisiologia do Exercício e Medidas e Avaliação/UNESA - RJ - Brasil.

3- Escola Nacional de Saúde Pública/ FIOCRUZ - Rio de Janeiro - Brasil.

__________Recebido em 29.11.2005. Aceito em 02.03.2006.

Resumo

É exigido alto grau de amplitude de movimentospara a perfeição das linhas do ballet clássico, sendoa flexibilidade indispensável para otimizar aperformance de um bailarino. O presente estudo sepropôs a investigar os efeitos de um programa detreinamento de flexibilidade na performance debailarinas clássicas. Este estudo se caracterizoucomo uma pesquisa do tipo pré-experimental, comdelineamento pré-teste/ pós-teste de um grupo.Participaram desse estudo dez bailarinas, divididasem dois grupos de cinco bailarinas: grupo A (treinado)e grupo B (controle). As bailarinas do grupo Acontinuaram a praticar regularmente as aulas de balletclássico e foram submetidas à 1 hora de treinamentode flexibilidade semanal; as bailarinas do grupo Bcontinuaram a praticar regularmente as aulas de balletclássico, mas não participaram das aulas detreinamento de flexibilidade. Foi utilizado, para aferiro grau de amplitude da articulação do quadril dasbailarinas, um goniômetro universal 360º, metálico,em círculo total. No início da pesquisa, foi aferido ograu de flexibilidade da articulação do quadril dasbailarinas dos grupos A e B, nos seguintesmovimentos: flexão do quadril, extensão do quadril eabdução do quadril, sendo utilizado o protocolo deNorkin e White (1997), método passivo. Após umasemana, foram iniciadas as aulas de treinamento deflexibilidade somente com as bailarinas do grupo A.As aulas foram realizadas uma vez por semana, com

uma hora de duração, utilizando o método ativo comtrês repetições de 20 segundos cada, associado aotrabalho de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva(FNP) para a articulação do quadril, nos movimentosde flexão, extensão e abdução. Após dez semanasde treinamento, ambos os grupos foram submetidosaos mesmos testes para comparação dosresultados. Para análise dos dados obtidos nopresente estudo, foram realizadas técnicas deestatística descritiva para análise percentual e,posteriormente, foi utilizado teste “t” de Student paracomparação intragrupo e intergrupo. Ao comparar osdois grupos, no início da pesquisa, com relação àamplitude articular, os grupos A e B tinham graus deamplitude de movimento semelhantes na realizaçãoda flexão, extensão e abdução do quadril. De acordocom os resultados apresentados, verificou-se umaumento significativo no grau de amplitude demovimento na articulação do quadril em todos osmovimentos testados (flexão estendida e flexionada;extensão e abdução) no grupo A (testado), o mesmonão acontecendo com o grupo B (controle). Notou-seque esta diferença entre os grupos demonstra que ogrupo que participou do treinamento de flexibilidade teveaumento significativo de amplitude de movimento,comparado ao grupo controle. Sendo a flexibilidademuito importante para a execução dos movimentostécnicos do ballet clássico, pode-se sugerir que otreinamento de flexibilidade, aliado às aulas de balletclássico, auxilia na performance das bailarinas.

Palavras-chave: Ballet Clássico, Flexibilidade,Performance.

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EVALUATION OF THE FLEXIBILTY OF THEARTICULATION OF THE HIP

IN CLASSICAL BALLET DANCERS BEFORE ANDAFTER A SPECIFIC TRAINING PROGRAM

Abstract

A high degree of amplitude of movements isdemanded for the perfection of the lines of classical ballet,flexibility being indispensable to optimize the performanceof a ballet dancer. This study aims to investigate theeffects of a program of training of flexibility in classicalballet dancers. The study is characterized as apre-experimental type of research, with pre-test / post-test delineation of a group. Ten ballet dancers participatedin this study, divided into two groups of five: group A(trained) and group B (control). The ballet dancers ofgroup A continued to practice classical ballet classesregularly and were submitted to one hour of flexibilitytraining per week; the ballet dancers of group B continuedto practice classical ballet classes regularly, but did notparticipate in the flexibility training. To gauge the amplitudeof articulation of the ballet dancer's hip, a metallic, 360º,universal goniometer was used, in a total circle. At thebeginning of the study, the flexibility of the hip articulationof ballet dancers of groups A and B was measured inthe following movements: flexion of hip, extension of hipand abduction of hip, the protocol of Norkin e White(1997), passive method, being adopted. After a week,the classes of training in flexibility were initiated only forthe ballet dancers in group A. The classes were realized

once a week, with one hour's duration, utilizing the activemethod with three repetitions of 20 seconds each,associated with the work of ProprioceptiveNeuromuscular Facilitation (PNF) for the articulation ofthe hip, in the movements of flexion, extension andabduction. After training for ten weeks, both groups weresubmitted to the same tests for comparison of theresults. To analyze the data obtained in this study,descriptive statistical techniques were realized forpercentage analysis and, later, the t-student test wasused for intra-group and inter-group comparison. Whencomparing the two groups, at the beginning of the study,in relation to articular amplitude, groups A and B hadsimilar degrees of movement in realizing flexion,extension and abduction of the hip. According to theresults presented, a significant increase in the degree ofamplitude of movement in the articulation of the hip wasverified in all the movements tested (extended flexionand flexioned; extension and abduction) in group A(tested), the same not occurring with group B (control).

This difference noted between the groupsdemonstrates that the group that participated in flexibilitytraining had a significant increase in the amplitude ofmovement, compared to the control group. Flexibilitybeing very important in the execution of technicalmovements in classical ballet, it can be suggested thatflexibility training, allied to classical ballet classes, helpsin the performance of ballet dancers.

Key words: Classical Ballet, Flexibility, Performance.

INTRODUÇÃO

A dança é a única arte que não necessita dautilização de materiais ou ferramentas, pois o corpoé o instrumento da dança (Portinari, 1989).

De acordo com Achcar (1998), é a arte domovimento, onde, através do controle muscular e demovimentos coordenados, atinge-se a plasticidadenecessária para possibilitar a realização demovimentos técnicos. O corpo humano é o instrumentode arte da dança, sendo preciso discipliná-lo edesenvolvê-lo, a fim de que atinja toda a plasticidade,pureza de linhas e expressão possíveis.

O ballet clássico talvez seja um dos maiscomplexos sistemas de dança, pois são necessáriossete anos de estudo para se conseguir um níveltécnico profissional (Dulfraer,1999).

É exigido aos bailarinos um alto grau de amplitudede movimentos para a performance e a perfeição daslinhas do ballet clássico. Os movimentos sãorealizados em rotação lateral das articulações doquadril, joelhos e pés, ou seja, en dehors (para fora),objetivando mais estabilidade e maior facilidade naexecução de movimentos (Achcar, 1998).

A posição en dehors (rotação externa do fêmur nafossa do acetábulo) surgiu da necessidade dobailarino estar sempre de frente para a platéia. O graude rotação externa, nessa articulação, é determinadopela estrutura óssea e ligamentar. O grau normal,somando-se ambos os lados, é de 80º a 100º, osbailarinos com os pés em 1ª posição en dehorschegam a 180º (Sampaio, 2001).

O exercício exigido nas posições básicas endehors, muitas vezes, é determinado pelo professor

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de dança fora da normalidade anatomo-fisiológica doalongamento, ultrapassando o limite de angulaçãopermissível para o aluno. Os exercícios básicos deballet clássico devem ser promovidos por umprofessor consciente, respeitando os eixos esegmentos naturais das articulações do corpo.Através do correto posicionamento postural,naturalmente, ocorrerá o surgimento do alongamentodesejado e, com a adoção da prática diária dealongamentos, serão dispensados esforçosdesnecessários. A amplitude angular para oafastamento de pernas das bailarinas objetiva atingiro ângulo máximo de 180o, em posição antero-posteriore em afastamento lateral. Para a excelência naperformance, também são necessárias grandesamplitudes na realização da flexão, extensão e flexãolateral do tronco (Dantas, 1999).

A flexibilidade é um dos fatores cruciais para umdesempenho favorável em diversas modalidadesesportivas. A flexibilidade acentua e favorece oaprendizado, a prática e o desempenho de ummovimento habilidoso (Alter, 1999).

A flexibilidade é a qualidade física de maiorimportância para a dança. A adoção da prática detrabalhos de preparação física diária, absorvida aoshábitos dos bailarinos, proporcionará bem-estarpermanente, fato que pode ser observado logo apóso início dos programas. Os exercícios utilizadospara desenvolver a flexibilidade são os exercíciosde alongamento, utilizando toda a amplitude domovimento, atuando sobre a elasticidade muscular,propiciando a manutenção dos níveis de flexibilidadeou utilizando exercícios que forçam a obtenção dosl imites além do normal, atuando sobre aelasticidade muscular e a mobilidade articular,proporcionando um aumento dos níveis deflexibilidade (Leal,1998).

Para a dança, o alongamento é necessário para oalinhamento postural durante as aulas, para amanutenção das posições básicas do ballet, para oequilíbrio, para a rigidez muscular e para a flexibilidadeem nível articular. Quanto mais cedo se iniciar umtrabalho de treinamento de flexibilidade, maiores aspossibilidades de se atingir grandes arcos demobilidade articular (Dantas, 1999).

Uma avaliação em bailarinos profissionais feita porSoares et al. (2003), através de um teste angularefetuado por meio de um goniômetro, demonstrouacentuados índices de flexibilidade, reforçando aafirmação de que a flexibilidade é uma das qualidades

físicas mais importantes na dança (Escobar, Soarese Silva in Dantas, 2005).

A leveza e a graciosidade de uma bailarina sedevem, em grande parte, à flexibilidade, requisito paraa expressão estética da força em movimentos de partedo corpo ou de todo o corpo. O aumento da flexibilidadeleva à otimização da fluência dos movimentos e àharmonia em expressá-los; o desenvolvimentoadequado da flexibilidade aumenta o espectro depossíveis movimentos técnicos específicos e acelerao processo de aprendizagem motora. Uma flexibilidademal desenvolvida pode levar a um desenvolvimentotécnico e coordenativo deficiente e posteriorestagnação do desempenho (Weineck, 2003).

O ballet clássico requer uma facilidade biomecânicae, entre muitos atributos físicos exigidos, a rotaçãoexterna da articulação do quadril é a mais importante,sendo predeterminada pela estrutura óssea eligamentos (Escobar, Soares e Silva in Dantas, 2005).

As características da articulação do quadrilresponsáveis pela maior ou menor amplitude domovimento de rotação externa são: o tamanho do colodo fêmur (região entre a cabeça do fêmur e o trocantermaior), o tamanho entre o colo-corpo e o tamanho doângulo de anteversão (a inclinação do quadril parafrente). O grau de rotação externa não pode sersignificantemente alterado após os oito ou 10 anos deidade. No entanto, no ballet, observa-se uma aparentemelhora no en dehors com o treinamento, devido aofortalecimento progressivo da musculatura responsávelpela rotação na articulação do quadril (Sampaio, 2001).

O método de Facilitação NeuromuscularProprioceptiva (FNP) tem se destacado como o maiseficiente e menos lesivo para ser adotado na dança,por combinar contração do músculo e relaxamento, comajuda externa em um estiramento passivo. O estudode Achour Júnior, Simas e Melo (1994) cita odesenvolvimento desigual da flexibilidade no balletclássico, que pode ocasionar problemas no quadril, poisa rotina de treinamento leva à ênfase na abdução doquadril e na rotação externa, com exclusão do trabalhode adução, que, aliado à excessiva rotação da tíbia como pé pronado, prejudica a movimentação natural doquadril (Escobar, Soares e Silva in Dantas, 2005).

Sampaio (2001) relata que os músculospelvitrocanterianos eram os responsáveis pelo endehors, auxiliados pelo sartório, pelo psoas maior epelo glúteo máximo. Trabalhando desta forma, osbailarinos tinham hipertonia muscular no quadríceps ena lombar, e hipotonia, nos adutores. Com a descoberta

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da necessidade de trabalhar o en dehors utilizando,também, a porção longa do bíceps femoral juntamentecom o glúteo, o quadril ficou mais seguro no centro docorpo e possibilitou a força do movimento en dehorsaos músculos pelvitrocanterianos, que ganharamtonicidade com menos esforço. O bailarino ganhoumais equilíbrio e elasticidade, pois os músculospassaram a desempenhar corretamente seus papéis.

Além do trabalho técnico específico, o fortalecimentoe o desenvolvimento da musculatura exigidos, aliadoaos exercícios de alongamento e flexibilidade, auxiliarãono resultado da performance. Os movimentosrealizados ficam mais bonitos e suaves se executadosem toda sua plenitude, ocupando o máximo de espaçopossível, com perfeição (Leal,1998).

A liberdade de movimentos, dentro de um controlemuscular, unida à força, dá beleza aos movimentosmais técnicos do ballet clássico (Achcar, 1998).

No início do aprendizado do ballet clássico, asaulas são voltadas ao trabalho postural e deflexibilidade. Posteriormente, a parte técnica começaa ser a maior exigência durante as aulas. Assim, agrande quantidade de movimentos a serem ensinadosdiminui o tempo disponível para o treinamento deflexibilidade. As aulas seguem a seqüênciapedagógica tradicional do ballet clássico, comexercícios realizados na barra, no centro e emdeslocamentos diagonais priorizando a técnica.Conforme o nível técnico vai melhorando, ocorre arealização de movimentos cada vez mais difíceis,combinados e simultâneos, solicitando grandesamplitudes, e é justamente nessa fase que oalongamento não é trabalhado com ênfase.

Segundo Moreyra (2005), a amplitude demovimentos da articulação do quadril é fundamentalpara a boa performance da bailarina clássica,principalmente no que diz respeito aos movimentosde flexão, extensão e abdução, indispensáveis para aboa execução de passos essenciais do ballet clássico.

Desta forma, a pesquisa apresentada propôs-se àinvestigação da seguinte questão: a implantação desessões específicas de treinamento de flexibilidadeinterfere na performance de bailarinas clássicas?

OBJETIVO

O presente estudo tem como objetivo avaliar o graude flexibilidade da articulação do quadril em bailarinasclássicas, antes e após um programa específico detreinamento de flexibilidade.

METODOLOGIA

Tipo de pesquisa

Este estudo caracterizou-se como uma pesquisado tipo quase-experimental, com delineamentopré-teste/pós-teste de um grupo, sem designaçãoaleatória dos sujeitos para o estudo, possibilitandoobservar se ocorreu qualquer mudança naperformance (Thomas e Nelson, 2002).

População, amostra e critérios de amostragem

Participaram desse estudo dez bailarinas, comidades entre 13 e 21 anos, divididas de acordo com adisponibilidade de horário para participar das aulasespecíficas de treinamento da flexibilidade. As bailarinasdo grupo A, além de continuarem a praticarregularmente as aulas de ballet clássico (três vezespor semana), foram submetidas a uma sessãosemanal de treinamento de flexibilidade com uma horade duração; as bailarinas do grupo B,continuaram apraticar regularmente as aulas de ballet clássico (trêsvezes por semana), porém não participaram das aulasde treinamento de flexibilidade. Todas as bailarinas(grupos A e B) eram praticantes de ballet clássico hámais de um ano. A pesquisa foi realizada na academiade dança N.A.C. Dance, no Recreio dos Bandeirantes,zona oeste do Rio de Janeiro.

As aulas de ballet clássico foram o único exercíciofísico realizado pelas bailarinas selecionadas durantea pesquisa.

Todas as participantes do estudo concordaram emassinar o Termo de Participação Consentida (contendo:objetivo do estudo, procedimentos de avaliações, caráterde voluntariedade da participação do sujeito e isençãode responsabilidade do avaliador e da UniversidadeEstácio de Sá), atendendo, o presente trabalho, àsNormas para a Realização de Pesquisa em SeresHumanos, Resolução 196/96, do Conselho Nacional deSaúde, de 10 de outubro de 1996.

Instrumentos

Para avaliar o grau de amplitude da articulação doquadril das bailarinas, foi utilizado um goniômetrouniversal 360º, metálico, em círculo total, da marcaLafayette, de fabricação norte-americana.

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Descrição do experimento

As bailarinas foram separadas em dois grupos decinco bailarinas: grupo A, treinado e grupo B, controle.As bailarinas, de ambos os grupos, foram avaliadasindividualmente.

No primeiro dia de avaliação, às 15 horas, foiaferido o grau de flexibilidade da articulação do quadrildas bailarinas dos grupos A e B, nos seguintesmovimentos: flexão do quadril, extensão do quadril eabdução do quadril. Foi utilizado o protocolo de Norkine White (1997) para medir as amplitudes demovimento selecionado, de forma passiva.

O protocolo utilizado para medir a flexão doquadril foi: colocação do sujeito na posição supina,com o quadril em abdução e rotação de 0º;estabilização da pelve, evitando rotação ou balanceio;alinhamento do goniômetro (o centro do eixo dogoniômetro sobre o aspecto lateral da articulaçãodo quadril, como referência, o trocânter maior dofêmur); alinhamento do braço proximal com a linhamédia lateral da pelve; alinhamento do braço distalcom a linha média lateral do fêmur, usando comoreferência o epicôndilo lateral, como mostra aFIGURA1, com o joelho estendido. À medida que écompletada a amplitude da flexão do quadril,permite-se sua flexão, de acordo com a FIGURA 2.Foi realizada, também, a flexão com o joelhoflexionado, de acordo com FIGURA 3.

FIGURA 1GONIOMETRIA DA FLEXÃO DO QUADRIL -

POSIÇÃO INICIAL

FIGURA 2GONIOMETRIA DA FLEXÃO DO QUADRIL

(ESTENDIDA) - POSIÇÃO FINAL

FIGURA 3GONIOMETRIA DA FLEXÃO DO QUADRIL

(FLEXIONADA) - POSIÇÃO FINAL

O protocolo para medir a abdução do quadril é:colocação do sujeito na posição supina, com o quadrilem flexão, extensão e rotação de 0º; estende-se o joelho;estabilização da pelve, evitando rotação oubalanceamento lateral; centrar o eixo do goniômetrosobre a espinha ilíaca ântero-superior da extremidadeque está sendo medida; alinhar o braço proximal comuma linha horizontal imaginária que vai de uma espinhailíaca ântero-superior à outra; alinhar o braço distal coma linha média anterior do fêmur, usando como referência

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a linha média da patela, de acordo com FIGURA 4. Nofinal da amplitude de movimento (ADM) de abdução doquadril, o braço distal do goniômetro é alinhado com alinha média da patela, e o proximal, com as espinhasilíaca ântero-superiores, de acordo com FIGURA 5.

FIGURA 4GONIOMETRIA DA ABDUÇÃO DO QUADRIL -

POSIÇÃO INICIAL

FIGURA 5GONIOMETRIA DA ABDUÇÃO DO QUADRIL -

POSIÇÃO FINAL

O protocolo para aferir a extensão do quadril é:colocação do sujeito na posição pronada, com o quadrilem abdução, adução e rotação de 0º; estende-se ojoelho; estabilização da pelve, evitando rotação ou

balanceamento anterior; alinhamento do goniômetro, ocentro do eixo do goniômetro sobre o aspecto lateral daarticulação do quadril, como referência, o trocânter maiordo fêmur; alinhamento do braço proximal com a linhamédia lateral da pelve; alinhamento do braço distal coma linha média lateral do fêmur, como referência usar oepicôndilo lateral, de acordo com a FIGURA 6, com ojoelho estendido. No final da ADM da extensão do quadril,o braço proximal do goniômetro mantém seualinhamento correto e o braço distal do goniômetro ficana mão do examinador que suporta o fêmur do sujeito,de acordo com a FIGURA 7.

FIGURA 6GONIOMETRIA DA EXTENSÃO DO QUADRIL -

POSIÇÃO INICIAL

FIGURA 7GONIOMETRIA DA EXTENSÃO DO QUADRIL -

POSIÇÃO FINAL

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Nesse mesmo dia, as bailarinas, dos dois grupos,foram filmadas e fotografadas executando passos deballet clássico. Foram realizadas fotos nas posiçõesde grand ecart frontal e filmagem executando grand

battements e grand jeté.

Após uma semana, foram iniciadas as aulas detreinamento de flexibilidade com as bailarinas do grupoA. As aulas foram realizadas semanalmente, comuma hora de duração, utilizando o método estático,executado de forma ativa, com três repetições de 20segundos cada, associado ao trabalho de FNP paraa articulação do quadril nos movimentos de flexão,extensão e abdução.

Após dez semanas de treinamento, ambos osgrupos foram submetidos aos mesmos testes paracomparação dos resultados.

Limitações do estudo

A pesquisa, aqui proposta, teve alguns fatoreslimitantes como: a diferença da idade das bailarinastestadas e a predisposição genética.

Tratamento dos dados

Para análise dos dados coletados foram utilizadosdois testes, Wilcoxon para variáveis dependentes (Prée Pós de um mesmo grupo) e o Mann Whitney paravariáveis independentes (Gr A x Gr B de um mesmoextrato temporal). Também foi realizado o teste deavaliação da normalidade dos grupamentos amostraisderivados das combinações Grupo x Extrato temporalque resultou em quatro sub-grupos (Gr A Pré, Gr APós, Gr B Pré, Gr B Pós). Os mesmos foramsubmetidos ao teste KS (Kolmogorov Smirnov) nosentido de avaliarmos a normalidade da distribuiçãodos mesmos. Os resultados denotam que todas asvariáveis analisadas, segundo os sub-gruposobservados, apresentaram distribuições nãosignificativamente diferentes das ditas normais, demodo que a aplicação de teste de hipóteses denatureza paramétrica é mais apropriado, neste casoo teste t de Student pareado, para variáveisdependentes, e o não pareado, para variáveis nãodependentes, utilizando-se o intervalo de confiança

de 95% (p<0.05). A utilização de dois testes nãoparamétricos comparativos das médias, Wilcoxon eMann Whitney, implica em uma redução significativado poder seletivo dos resultados de significânciaquando norteado pela hipótese nula. Desta forma,escolheu-se o teste t de Student como o maisadequado ao contexto do estudo, ainda que severifique que não ocorreram alterações qualitativasdos resultados comparativos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As bailarinas voluntárias do estudo apresentaramidade média de 15,2 ± 3,3 anos no grupo A e idademédia de 14,8 ± 1,1 anos no grupo B.

A fim de verificar a homogeneidade entre as bailarinasavaliadas, foi realizado um test “t”, para comparaçãoentre os grupos, como pode ser visto na TABELA 1:

TABELA 1 COMPARAÇÃO ENTRE GRUPOS NO

EXTRATO INICIAL

Ao comparar os dois grupos, no início da pesquisa,com relação à amplitude articular do quadril, foramobservados resultados iguais, ou seja, no início dapesquisa os grupos A e B não possuíam diferençasde graus de amplitude de movimento.

Movimento de flexão do quadril

A TABELA 2 apresenta os resultados do grupo Ade flexão do quadril, a fim de comparar os dados,antes e após o treinamento de flexibilidade.

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TABELA 2GRUPO A – FLEXÃO DO QUADRIL

O grupo A apresentou aumento significativo naamplitude do movimento de flexão do quadril emtodos os movimentos, com exceção do movimentoperna esquerda flexionada, onde houve umaumento na amplitude articular de 6,9%, porémnão significativo (p=0,1393).

O treinamento realizado e as aulas de ballet

utilizam o mesmo volume e intensidade paraambos os segmentos (lado direito e esquerdo),o que não corrobora com a informação acimacitada.

Ao avaliar o movimento de flexão do quadril,com a perna estendida e com a perna flexionada,avalia-se a mobilidade articular e a elasticidademuscular, pois, segundo Mel l in (1988), amobilidade articular da flexão foi aferida emposição supina com um joelho flexionado e o outroestendido, utilizando o movimento ativo. Já aelasticidade muscular foi aferida em posiçãosupina, por flexão passiva do quadril, mantendoas duas pernas com os joelhos estendidos.

A TABELA 3 apresenta os resultados do grupoB de flexão do quadril, comparando os dados antese após o treinamento de flexibilidade.

TABELA3GRUPO B – FLEXÃO DO QUADRIL

O grupo B, embora tenha apresentado umaumento percentual nos movimentos utilizados, nãoapresentou aumento significativo na amplitude domovimento articular. Porém, verifica-se umaamplitude articular acima da média de 120 º

determinado para indivíduos ativos pela American

Academy of Orthopedic Surgeons (Norkin e White,1997).

Ao comparar os dois grupos, após 10 semanasdo início da pesquisa (pré-teste), com relação àamplitude da articulação do quadril no movimento deflexão, foram observados resultados diferentes nosdois grupos, tendo o grupo A apresentado um aumentosignificativo da amplitude de flexão do quadril emambas as pernas, com a perna flexionada e estendida,conforme apresentado na TABELA 4:

TABELA 4FLEXÃO DO QUADRIL – PÓS TESTE

Segundo Alter (1999), estudos realizados visandoa amplitude da articulação do quadril, como o de Hardy(1985), utilizaram os métodos de flexibilidade estática(contrair e relaxar e contrair-relaxar-agonista-contrair),não havendo diferenças estatisticamentesignificativas. O estudo de Holt e Smith (1983) utilizouos mesmos métodos do anterior, obtendo resultadosestatisticamente significativos. Holt, Travis e Okita(1970) utilizaram os métodos balísticos (método deflexibilidade estática e método de contrair-relaxar-agonista-contrair) e obtiveram resultadosestatisticamente significativos. Lucas e Koslow (1984)utilizaram, também, métodos de flexibilidade balística,método de flexibilidade estática e método de contrair-relaxar-agonista-contrair e, também, conseguiramresultados significativos. Sady, Wortman e Blanke(1980) utilizaram métodos de flexibilidade balística,método de flexibilidade estática e método de contrair-relaxar-agonista-contrair e, também, conseguiramresultados significativos.

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Ocorreu aumento significativo da amplitude domovimento de flexão do quadril no grupo A (treinado),sugerindo que o treinamento de flexibilidade auxiliaas bailarinas a desenvolver maiores ângulosarticulares e, conseqüentemente, a realizarem commaior facilidade os passos do ballet clássico quenecessitam de grandes amplitudes.

Movimento de extensão do quadril

As TABELAS 5 e 6 apresentam os resultados dosgrupos A e B de extensão do quadril, paracomparação dos dados antes e após o treinamento

de flexibilidade.

TABELA 5GRUPO A – EXTENSÃO DO QUADRIL

TABELA 6GRUPO B – EXTENSÃO DO QUADRIL

O grupo A, no teste pós-treinamento, apresentouaumento de 23% na perna direita e 19,9% na pernaesquerda na amplitude do movimento de flexão doquadril, porém esse aumento não foi consideradosignificativo.

O grupo B apresenta redução do grau de amplitudede movimento de extensão do quadril, em ambos oslados, obtendo resultado negativo no percentual decomparação entre pré e pós, não apresentandoalterações significativas.

Os valores para a extensão do quadril dasbailarinas do grupo A, foram abaixo do valor médioque é 30o, na American Academy of Orthopedic

Surgeons (Norkin e White, 1997).

Comparando os grupos, o resultado foi significativona aferição do movimento de extensão do quadril. Apóso treinamento, o grupo A obteve aumento considerávelna amplitude desse movimento, enquanto que o grupoB, teve uma diminuição do grau de amplitude deextensão do quadril, apresentado na TABELA 7:

TABELA 7TESTE T - EXTENSÃO DO QUADRIL (PÓS)

O método FNP tem se destacado, em váriosestudos, como o mais eficaz e menos lesivo, daí aindicação para adotá-lo na dança (Escobar, Soarese Silva in Dantas, 2005).

O método FNP também foi utilizado no treinamentode flexibilidade do grupo A, contribuindo para osresultados do estudo.

Movimento de abdução do quadril

As TABELAS 8 e 9 apresentam um aumentopercentual na amplitude de movimento de abduçãodo quadril, em ambos os grupos, sendo que a pernadireita obteve uma alteração significativa.

TABELA 8GRUPO A – ABDUÇÃO DO QUADRIL

TABELA 9GRUPO B – ABDUÇÃO DO QUADRIL

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Comparando o resultado obtido após otreinamento, observa-se que ambos os gruposapresentaram aumento de amplitude articular, porémnão houve diferença significativa quando comparadoo grupo A e o B, como demonstrado na TABELA 10.

TABELA 10TESTE T - ABDUÇÃO DO QUADRIL (PÓS)

A rotina de treinamento do ballet clássico,geralmente, enfatiza a abdução de quadril e a rotaçãoexterna. A abdução do quadril (aquisição do en

dehors) é uma constante na vida da bailarina(Escobar, Soares e Silva in Dantas, 2005).

Segundo Leal (1998), as aulas de dança tambémtrabalham a flexibil idade, principalmente aflexibilidade dinâmica e estática. A flexibilidadeestática é trabalhada através da realização deexercícios de desenvolvimento da amplitudearticular, como grand ecart e o “pé na mão”;e aflexibilidade dinâmica é trabalhada através dasustentação dos movimentos em sua amplitudemáxima, através dos grand battements edeveloppes.

A fim de visualizar os dados obtidos, a FIGURA 8mostra o comparativo das variações das amplitudesarticulares apresentadas ao longo do presenteestudo entre os grupos A e B.

FIGURA 8COMPARATIVO DAS VARIAÇÕES ENTRE

GRUPOS

CONCLUSÃO

De acordo com os resultados apresentados,verificou-se um aumento significativo no grau deamplitude de movimento na articulação do quadril emtodos os movimentos testados (flexão estendida eflexionada, extensão e abdução) no grupo A (testado);o que não aconteceu com o grupo B (controle). Nota-seque esta diferença entre os grupos demonstra que ogrupo que participou do treinamento de flexibilidadeobteve um aumento significativo na amplitude demovimento, comparado ao grupo controle.

Sendo a flexibilidade muito importante para aexecução dos movimentos técnicos do ballet

clássico, pode-se sugerir que o treinamento deflexibilidade, aliado às aulas de ballet clássico, auxiliana performance e na manutenção das linhasnecessárias para a execução dos passos maisavançados em bailarinas.

Tendo em vista a maior abrangência e profundidadedeste tema, recomenda-se que o estudo seja realizadocom um maior número de bailarinas nos grupos deteste e de controle; que durante o período de testesseja feito um rigoroso controle na presença dasbailarinas, tanto nas aulas de ballet, como nas aulasde flexibilidade; e que as aulas de flexibilidade sejamrealizadas três vezes por semana com o grupo testado.

Recomenda-se, ainda, separar as bailarinas emtrês ou quatro grupos, mantendo um grupo controlefazendo somente as aulas de ballet clássico, e osoutros grupos realizando diferentes métodos detreinamento de flexibilidade, a fim de verificar qual tipode treinamento desenvolveria mais a amplitude demovimento das bailarinas.

Endereço para correspondência:Av. Genaro de Carvalho n. 315 bl. 03 casa 06

Recreio - Rio de Janeiro - RJ - Brasil CEP 22790-070

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