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Energia Solar Fotovoltaica Unidade III – Módulos Fotovoltaicos Prof. Alexandro Vladno da Rocha Dezembro / 2014

3 energia solar fotovoltaica - módulos fotovoltaicos

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Energia Solar Fotovoltaica Unidade III – Módulos

Fotovoltaicos Prof. Alexandro Vladno da Rocha

Dezembro / 2014

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Conteúdo v  Definição v  Características elétricas dos Módulos em STC v  Fatores que afetam as características elétricas dos módulos

v  Influência da radiação solar v  Influência da temperatura v  Temperatura nominal de operação (NOCT)

v  Exemplo de Painel v  Características em STC v  Características em NOCT v  Características térmicas

v  Características construtivas v  Registro Inmetro v  Associação de módulos fotovoltaicos

v  Ligações em série v  Ligações em paralelo v  Efeitos de Sombreamento v  Diodos de By-Pass v  Diodos de Bloqueio v  Fusíveis de Proteção

v  Caixa de conexões v  Terminais

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Definição

v  Segundo a norma NBR 10899, o módulo fotovoltaico é uma unidade formada por um conjunto de células fotovoltaicas, interligadas eletricamente e encapsuladas, com o objetivo de gerar energia elétrica.

v  O símbolo que pode ser utilizado para representar um módulo fotovoltaico

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Características Elétricas dos Módulos v  Um módulo é geralmente identificado pela sua potência elétrica de pico (WP),

mas um conjunto de características compatíveis com a aplicação específica deve ser observado. A definição de pico de um módulo fotovoltaico é feita nas condições-padrão de ensaio (STC, do inglês Standard Test Conditions), considerando irradiância solar de 1.000 W/m2 sob uma distribuição espectral padrão para AM 1,5 e temperatura de célula de 25oC.

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Influência da Radiação Solar v  Nos caso de alta irradiância, a resistência série (RS) torna-se um fator que pode

reduzir a eficiência, se a célula fotovoltaica não for projetada para essas condições. Por outro lado, quando incidem baixos valores de radiação solar, a resistência paralelo (RP) pode reduzir ainda mais a potência elétrica gerada.

ISC = ISCSTC .G1000

v  Onde: ISC = corrente de curto circuito do módulo para a irradiância G e uma temperatura de 25OC. ISC-STC = corrente de curto circuito do módulo nas STC G = irradiância incidente sobre o módulo 1000 (W/m2) = irradiância nas STC

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Influência da Radiação Solar v  Influência da variação da irradiância solar na curva característica I-V de uma

célula fotovoltaica de sílicio cristalino na temperatura de 25oC.

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Influência da Temperatura v  O aumento da irradiância incidente e/ou temperatura ambiente produz um

aumento da temperatura da célula e, consequentemente, tende a reduzir a sua eficiência. Isto se deve ao fato de que a tensão da célula dimimui significativamente com o aumento da temperatura, enquanto que sua corrente sofre uma elevação muito pequena, quase desprezível.

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Influência da Temperatura v  Coeficiente (dado pelo fabricante) β de variação da tensão de circuito aberto

(VOC) com a temperatura (T).

v  Cálculo do VOC em determinada Temperatura (T)

v  Alguns fabricantes também fornecem o coeficiente de temperatura específico para o VMP (βVMP), que é geralmente maior do que o βVOC.

v  Coeficiente α de variação da corrente de curto circuito com a temperatura.

v  Coeficiente γ de variação da potência máxima (potência de pico) do módulo com a temperatura

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Influência da Temperatura v  A definição do ponto de máxima potência PMP permite escrever a equação a

seguir, que visa obter sua variação com a temperatura, a partir das variações de IMP e VMP. Para isto, considera-se que o coeficiente de temperatura (α) para ISC e para a IMP são idênticos, e que o coeficiente de temperatura da VMP é βVMP.

v  Desenvolvendo a expressão, e desprezando o termo de segunda ordem, obtém-se

v  Assim, pode-se então escrever a equação a seguir, que relaciona de forma aproximada os coeficientes de temperatura da célula fotovoltaica, e que permite, caso este não seja fornecido pelo fabricante, obter o coeficiente βVMP a partir dos que são geralmente fornecidos, que são α e γ.

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Influência da Temperatura v  Para um cálculo simplificado da temperatura de operação de um módulo

fotovoltaico em determinadas condições ambientais pode-se utilizar a seguinte equação:

v  Onde: v  Tmod = temperatura do módulo (oC) v  Tamb = temperatura ambiente (oC) v  G = Irradiância incidente sobre o módulo (W/m2) v  Kt = coeficiente térmico para o módulo, podendo ser adotado o valor padrão de

0,03, se não for conhecido (oC/W.m2) v  Supondo que se trate de um módulo de c-Si com PMP-STC de 250 WP e que

seu coeficiente γ seja de -0,5%/oC, ele teria então uma potência de pico de ~206 WP nestas condições, o que corresponde a uma perda de cerca de 17,5%. Supondo ainda uma ISC-STC de 8,79A e um coeficiente a de 0,06%/oC, teríamos uma ISC de 8,88A. Considerando também uma VOC-STC de 38,4V (60 células) e um coeficiente β de -0,33%/oC, o VOC seria então de 33,9V.

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Temperatura Nominal de Operação v  Uma vez que as condições-padrão de ensaio (STC) não representam, na

maioria dos casos condições operacionais reais, as normas definem uma temperatura nominal para a operação das células nos módulos, na qual as características elétricas podem se aproximar mais das características efetivas verificadas em campo.

v  Cada módulo tem uma temperatura nominal para suas células, que é obtida quando o módulo é exposto em circuito aberto a uma irradiância de 800 W/m2 em um ambiente com temperatura do ar 20oC e sofrendo ação de vento incidindo com velocidade de 1m/s.

v  Esta temperatura é encontrada nas folhas de dados técnicos dos módulos, normalmente identificada pela sigla NOCT (Nominal Operating Cell Temperature) e geralmente está entre 40 e 50oC.

v  A NOCT está ligada às propriedades térmicas e ópticas nos materiais empregados na construção do módulo.

v  Para módulos de mesmos coeficientes de temperatura (α, β e γ), aquele que tiver a menor NOCT terá o melhor desempenho em campo, pois terá menos perdas relacionadas à temperatura.

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Temperatura Nominal de Operação v  A partir da NOCT informada pelo fabricante, pode-se calcular, com auxílio da

equação a seguir, o coeficiente Kt do módulo

v  Onde: v  800 = irradiância definida para a medida da NOCT (W/m2) v  20 = temperatura ambiente definida para medida da NOCT (oC) v  NOCT = Nominal Operating Cell Temperature do módulo (oC) v  Kt = coeficiente térmico para o módulo (oC/W.m2)

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Exemplo de Painel Características Elétricas em STC

Painel YINGLI YGE 60 Cell 40mm SERIES

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Exemplo de Painel Características Elétricas em NOCT

Painel YINGLI YGE 60 Cell 40mm SERIES

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Painel YINGLI YGE 60 Cell 40mm SERIES

Exemplo de Painel Características Térmicas

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Constituição Construtivas

EVA = Ethylene-Vinyl Acetate (Acetato de Etil Vinila) estabilizado para a radiação ultravioleta.

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Registro Inmetro

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Ligações em Série

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Ligações em Paralelo

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Efeitos de Sombreamento

v  Quando uma ou mais células recebe menos radiação solar do que as outras da mesma associação, sua corrente vai limitar a corrente de todo o conjunto série. Esta redução de radiação incidente pode ocorrer por um sombreamento parcial do módulo, depósito de sujeira sobre o vidro, ou algo que tenha caído sobre o módulo, dentre outras possibilidades.

v  O efeito da redução de corrente ao conjunto de células do módulo acaba sendo propagado para todos os módulos conectados em série.

v  Além da perda de potência no gerador fotovoltaico, há risco de danos ao módulo parcialmente sombreado, uma vez que a potência elétrica gerada que não está sendo entregue ao consumo é dissipada no módulo afetado, às vezes sobre apenas uma de suas células. Neste caso pode ocorrer o fenômeno conhecido como “ponto quente” (por vezes referenciado no Brasil pelo termo inglês “hotspot”), que produz intenso calor sobre a célula afetada, com ruptira do vidro e fusão de polímeros e metais.

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Efeitos de Sombreamento v  O gráfico abaixo mostra o efeito do sombreamento sobre apenas uma das

células de um de 4 módulos conectados em série. Ao cobrir a metade de uma das células, a corrente daquele módulo é reduzida pela metade.

v  Como consequência, a corrente de todos os módulos no conjunto em série também é reduzida.

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Diodos de By-Pass v  Para evitar a ocorrência de “pontos quentes”, os módulos são normalmente

protegidos com diodos de desvio (by-pass), que oferecem um caminho alternativo para a corrente e, assim, limitam a dissipação de potência no conjunto de células sombreadas. Isso reduz simultaneamente a perda de energia e o risco de dano irreversível das células afetadas, o que inutilizaria o módulo.

v  O diodo de desvio deve suportar, em operação permanente, a mesma corrente das células.

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Diodos de By-Pass v  Os diodos de desvios são geralmente inseridos nas caixas de conexões dos

módulos e conectados com um conjunto em série, entre 15 e 30 células para cada diodo.

v  Os módulos fotovoltaicos já incluem, na sua maioria, um ou mais diodos de desvio, evitando que o projetista tenha que considerá-los em seu sistema. Para identificar se um módulo FV possui ou não diodos de desvio, basta abrir a caixa de conexão do módulo e constatar visualmente sua presença.

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Diodos de Bloqueio v  O diodo de bloqueio é outro componente de proteção usado em conexões de

módulos ou conjuntos série de módulos em paralelo, e tem a função de impedir o fluxo de corrente de um conjunto série com tensão maior para um com tensão menor.

v  Para cada conjunto série instala-se um diodo de bloqueio. v  Cada diodo deve suportar uma tensão reversa de pelo menos duas vezes a

tensão de circuito aberto de todo o arranjo.

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Diodos de Bloqueio v  Em sistemas que utilizam armazenamento, o diodo de bloqueio também pode

ser utilizado para impedir descargas noturnas das baterias, pois à noite os módulos podem conduzir uma corrente reversa que, apesar de pequena, contribui para a descarga das baterias.

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Fusíveis de Proteção v  Os fusíveis devem ser colocados na saída de cada série tanto no polo positivo

quanto no polo negativo. O fusível deve ser para corrente contínua, de preferência do tipo gPV (conforme IEC 60260-6), que é apropriado para operação em sistemas fotovoltaicos pois apresenta alta durabilidade.

v  Ao longo dos anos, vem se observando que os diodos de bloqueio apresentam alto índice de falhas, prejudicando o desempenho do sistema. O fusível fotovoltaico é um componente de proteção que pode substituir o diodo de bloqueio.

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Caixas de Conexões v  Na parte posterior dos módulos normalmente há uma caixa de conexões, onde

são abrigados os diodos de desvio (by-pass), e as conexões dos conjuntos de células em série.

v  Alguns módulos não têm caixa de conexões ou ela não é acessível, saindo os cabos diretamente do módulo laminado ou de uma caixa lacrada.

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Terminais v  Os cabos terminais dos módulos fotovoltaicos devem ter isolamento adequado

para a máxima tensão do sistema e serem capazes de suportar intempéries. Módulos modernos, desenvolvidos para aplicações conectadas à rede, são fornecidos com cabos pré-instalados, com comprimento suficiente para a sua conexão série com outro módulo igual em um arranjo fotovoltaico.

v  Geralmente os cabos são providos de um sistema de engate rápido (MC4), para facilitar a instalação e garantir a boa qualidade da conexão.

v  Esses conectores devem possuir grau de proteção IP 67 ou superior e não devem ser posicionados em canaletas ou dutos que possuam acumular água.

v  Os cabos não devem ficar sujeitos à ação do vento, e sim presos à estrutura do painel fotovoltaico por meio de abraçadeiras apropriadas.

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v GTES: Grupo de Trabalho em Energia Solar. Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos. edição especial. Editora CEPEL/CRESESB, 2014. (www.cresesb.cepel.br/.../Manual_de_Engenharia_FV_2014.pdf).

v  VILLALVA, Marcelo Gradella; GAZOLI, Jonas Rafael. Energia solar fotovoltaica: conceitos e aplicações. 1. ed. São Paulo: Érica, 2012

v  PALZ, Wolfgang. Energia solar e fontes alternativas. Curitiba: Hemus, 2002

Referências