Discipulado Cristão - Berndt D. Wolter

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Discipulado Cristão

Dr Berndt D. Wolter

Introdução

Creio na Bíblia! Tomo o seu conteúdo,analiso, comparo com outras de suas partes,confio naquilo que Deus quer dizer e decidocom honestidade viver aquilo que o EspíritoSanto me orientar fazer.

Creio inquestionavelmente no poder daspalavras escritas sobre Jesus e sei que sãoreais e verdadeiras:

“Mas, a todos quantos o receberam, aos quecreem no Seu nome, deu-lhes o poder de setornarem filhos de Deus; os quais não nasceramdo sangue, nem da vontade da carne, nem davontade do homem, mas de Deus.” Jo. 1:12-13.

Da mesma maneira as palavras reveladaspor meio do apóstolo também são reais:

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, nãomais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida queagora vivo na carne, vivo-a na fé no filho deDeus, o qual me amou, e se entregou a si mesmopor mim.” Gl. 2:20.

Creio no desafio que Jesus fez paraaqueles que querem segui-Lo de verdade:

“E quem não toma a sua cruz, e não segue apósmim, não é digno de mim.” Mt. 10:38.

Conhecendo o elevado propósito que Jesussonhou para aqueles que nEle cressem, creiotambém no efeito final daquilo que o Salvadorprovidenciou por meio de Sua obra redentora:

“Eu vim para que tenham vida e a tenham emabundância.” Jo. 10:10.

Perguntas que devem estar martelando namente do leitor: Por que o cristianismo aqui eali parece falhar nesta capacidade detransformar vidas? Por que milhares de membrosde igreja parecem nunca experimentar uma vidaabundante? Por que ocorre que membros deigreja que são considerados fiéis, não sãocapazes de viver como o Mestre Jesus? O queacontece que somos mais influenciados pelacultura que nos rodeia do quepelos princípios bíblicos?Por que adequamos a nossavida cristã a uma versão“socialmente aceitável”? Porque não ousamos viver ocristianismo nos termos emque a Bíblia o propõe? Por que acontece quetoda vez que alguém quer viver o cristianismoem sua plenitude ele desvia por caminhos dofanatismo ao invés do caminho do serviço ao

O cristianismo não se exterioriza em acusações e condenação brutais. 3 TS, 48.

próximo e do amor expresso em bonsrelacionamentos? Por que...

Um exemplo muito infeliz:Deixe-me exemplificar: ao redor de 12% da

população de Ruanda na África central eramadventistas. Festejava-se, juntamente comoutras denominações cristãs talvez o maiorsucesso missionário de toda a história humana.Um país inteiro evangelizado em praticamentetrês décadas.

O modelo e as ações empreendidas foramestudados por missiólogos do mundo inteiro,procurando achar os padrões que levaram a umsucesso tão completo como esse.

De repente, na década de 90 um conflitoétnico toma proporções horrendas envolvendotodo país. Aqueles que haviam aprendido a amarJesus e decidiram pelo batismo seguir oMestre, trocam os valores do Mestre pela fúriados rancores tribais.

A maioria hutu, em sua maioria cristã,quer resolver os problemas econômicos esociais, numa simplificação ignorantecolocando os Tutsis como a raiz de todos osmales. Um confronto sangrento começa... não hánúmeros exatos, mas no fim dos conflitos,entre 1 e 2 milhões de pessoas foram mortasnuma matança impiedosa.

Membros da mesma igreja, que adoravam aomesmo Jesus, se voltam uns contra os outros e

os valores do evangelho e as palavras doSalvador não os puderam conter.

Meu Deus, o que aconteceu ali? Será que alibertação prometida pelo Redentor (cf. Jo.8:32) perdeu o poder? A cultura local subjugouo poder de Deus? Eu me nego a crer assim!!! Menego a unir a minha voz à de algunsmissiólogos que afirmam que a cultura temmaior poder do que o evangelho!!!

O que este episódio sórdido quer dizer?Que mensagem ele nos deixa? É assim mesmo?Religião conforme com o mundo e seus valores enão com a palavra de Deus?

Outro exemplo sórdido:O exemplo da guerra civil americana no

século XIX. A guerra da Secessão ocorreu entre1861 e 1865 nos Estados Unidos e confrontou osestados confederados do sul latifundiários,aristocratas e defensores da escravatura e osestados do norte, industrializados e onde aescravidão era fortemente questionada.

Dois grupos de cristãos “os do norte”contra “os do sul” levantam armas uns contraos outros. O pior foi despertado dentro docoração dos cristãos de ambos os lados, e nãoconseguiram mais viver como o Mestre haviaordenado... Os princípios do evangelho como oamor ao próximo, a humildade, a mansidão,oferecer outro lado, não tiveram efeito sobreas decisões feitas então. Nem o apelo do

apóstolo Paulo para o momento quando háconfronto entre irmãos:

“O só existir entre vós demandas já é completaderrota para vós outros. Por que não sofreisantes a injustiça? Por que não sofreis antes odano?” 1 Co. 6:7

Nem o mandamento “não matarás”, a lei deDeus (cf. Ex. 20) em toda sua força, foieficaz para conter a fúria do confronto bélicode então. Os valores do evangelho não foramconsultados para a tomada de decisões e oresultado sangrento deu glória unicamente aoinimigo: ao redor de um milhão de americanosforam mortos dos dois lados. Ninguém ganhou,só o diabo!!!

Irmãos de fé colocaram de lado o altochamado de ‘em tudo dar glórias a Deus’,deixaram também de cooperar com Deus noconflito entre o bem e o mal.

“Pois a vossa obediência é conhecida portodos; por isso me alegro a vosso respeito; equero que sejais sábios para o bem e símplicespara o mal. E o Deus da paz, em breve,esmagará debaixo de vossos pés a Satanás. AGraça de nosso Senhor Jesus seja convosco.” 1Co. 16:7

Um exemplo que atinge a mim e a você:Os exemplos que vimos até aqui parecem

estar longe em espaço e tempo. Esse terceiro

exemplo chega muito mais perto de mim e devocê. Aqui descrevo o que se mescla em sua eem minha vida a cada dia, aqui no Brasil, coma mesma eficácia satânica que os exemplosanteriores.

Uma verdade: o centro de nossa vida éJesus e precisamos prestar atenção para nãonos tornarmos religiosos na prática diária.

Os ensinos Adventistas penetram maisfundo e em muito mais áreas da vida do que osensinos de qualquer outra religião sobre aface da terra – cristã ou não-cristã. Nãoteria dificuldades de afirmar que os ensinosadventistas tocam todas as áreas da vida doser humano, com detalhes específicos para onosso tempo – o tempo do fim.

Mas cada área destinada para a bênção doser humano tem uma versão filosófica sutil quetenta competir com ospreceitos de Deus paraeste tempo.

Tabela 1

Quando o conversonão permite o trabalhodo Espírito Santo –quer por distração,desinteresse,fraqueza, por

Quando estudo as Escrituras, fico alarmada por causa do Israel de Deus nestes últimos dias. ... Receio que estejam adormecidos, e tão conformados com o mundoque seria difícil discernir entre o que serve a Deus e o que O não serve. Está aumentando a distância entre Cristo e Seu povo, e diminuindo entre eles e o mundo. Os sinais distintivos

ignorância ou por falta do foco correto – Deuse o nosso relacionamento com Ele é tirado dacena de nossa vida e os conceitos e filosofiasque nos cercam tomam espaço onde Deus gostariade estar. Em outras palavras: não existe espaçovazio! Se não preenchemos o espaço com Deus –Seus conceitos, práticas e as atitudes decoração por Ele desejadas, Satanás ocuparáeste espaço com aquilo que a nossa cultura nosoferece.

Como o quadro acima mostra, ocristianismo bíblico (que é o cristianismodesejado por Deus para este tempo do fim) éatropelado pelas filosofias que o envolvemdescaracterizando-o quase que completamente.

Os preceitos bíblicos poluídos pelasfilosofias do mundo sãovividos pela igreja por meiode um acordo mudo, marcadofortemente pelas ênfasessócio econômicas e culturaisque marcam aquela sociedade.Ninguém ousa repreender oirmão, pois todos estãoimersos na mesma situaçãocultural e os olhos nãoestão abertos para o desvioque se infiltra.

Em outras palavras acomunidade de fé acabaentendendo os preceitos

Por que Deus precisaria investirtanto no cristianismo do tempo do fim, se Ele não achasse queseria necessário nos distinguirmos significativa e marcadamente do mundo e das outras religiões?Meu apelo não é para o fanatismo, mas para a dedicação ao serviço em amor e bom relacionamento e fidelidade aos preceitos de Deus

bíblicos por meio das lentes de sua cultura,formando uma tradição que concorda comelementos que a Palavra basicamente condena.

Um exemplo clássico, o último do quadroacima: Se alguém nos bate em uma face, aBíblia nos diz que devemos oferecer a outra(cf. Mt. 5:39). Nossa cultura instrui quedevemos bater de volta. Temos racionalizaçõescomo: “eu não sou capacho de ninguém” ou“comigo é assim, bateu levou” ou “sou serhumano e tenho fraquezas” ou ainda “não levodesaforo para casa”. Desta maneira,influenciados pelas orientações da cultura quenos cerca, decidimos suavemente contra oestilo de vida proposto pela Bíblia eencontramos apoio e compreensão em qualquerpessoa de nossa cultura, por que todos pensamassim.

Outro exemplo: não é compreensíveldevolver o mal e a intriga que alguém cometeucontra um cristão? Nossa resposta é rápida:“ninguém é de ferro” ou “se deixar, fulanonunca aprende” ou “eu tenho que por um fimnisso”. A Bíblia diz que devemos amar nossosinimigos e orar por eles (cf. Mt. 5:44) edevolver o mal com o bem (cf. Rm 12:19-21), senecessário devemos suportar o prejuízo (cf. 1Co. 6:7).

O abandono suave e imperceptível dosprincípios bíblicos vai corroendo a base daespiritualidade e uma desconfiança de si mesmo

se introduz na fé. Esse espírito dedesconfiança vai se instalando de maneirasuave e imperceptível na coletividade dacomunidade de fé. Todos percebem que algo nãoestá bem, mas ninguém sabe exatamente o queestá acontecendo.

Sistemas eclesiásticos inteiros começam aorganizar-se em sua prática ao redor devalores que não procedem daPalavra. As filosofias emáximas do mundo asenredaram em enganos sutis,mas planejados.

Há necessidade detrabalho planejado eintencional para uma volta à Palavra. Orientaros crentes em Jesus que o céu ainda não é aquie que ainda estamos instalados em meio aoconflito entre o bem e o mal é a necessidademáxima.

Orientá-los sobre a natureza docristianismo do tempo do fim, que não équalquer tipo de ação religiosa quecaracteriza esse cristianismo.

Esse trabalho está acontecendo em partedo púlpito, mas até ali existe algo corroendoa eficácia. Pressupor que esse processo deaprofundamento espiritual acontece apenascoletivamente, em um grande rebanho, ésimplificar demasiadamente as coisas e é

A maior e mais urgente de todas as nossas necessidades é um reavivamento da verdadeira piedadeentre nós. Buscá-lo deve ser nosso

subestimar as artimanhas do inimigo noconflito entre o bem e o mal.

Deixe-me dar um exemplo: Em uma dasigrejas que liderei surgiu uma crise. Aigreja, por falta de comprometimento dosmembros estava capengando tanto espiritual cominstitucionalmente. Nada funcionava mais. Tiveque confrontá-la.

Depois de um dolorido confronto, a igrejase reestruturou e irmãos se comprometeram denovo. Comecei uma rodada de visitasespirituais e acabei percebendo que boa partedos irmãos ali sequer sabia o que era ser umadventista do sétimo dia.

Dei estudos bíblicos doutrinário parairmãos e irmãs que estavam 20 anos na igreja.A reação de uma irmã está muito viva em minhamente. Ela disse: “é isso que é seradventista? Por que ninguém fala mais sobreisso na igreja?”

Indignado, peguei meu laptop e mostreitodos os sermões que eu havia pregado nosúltimos dois anos. Mais uma surpresa dessairmã: “o que está acontecendo que nãoprestamos atenção naquilo que é dito nossermões?”

Parece que o trabalho como o temos feitonão está surtindo o efeito como outrorasurtia. Há diversas causa para isso, mas aprincipal é a pulverização da sociedade econsequentemente da comunidade de fé. As

pessoas estão muito mais tempo expostas amundos tão distintos, que a exposição rápida efortuita de três horas de culto no sábado demanhã, é como uma gota d’água no oceano.

Erosão espiritualDa mesma maneira que o solo sofre erosão

quando água passa muitas vezes no mesmo lugar,abrindo valetas enormes, levando consigo aterra fértil, ocorre também a erosãoespiritual.

Quem passa frequentemente pelo local deuma erosão, nem percebe como de maneira quaseimperceptível, o solo vai sendo levado e afertilidade vai diminuindo pouco a pouco atése tornar deserto.

No extremo oriente havia mais de 6.500espécies diferentes de arroz adaptadas àsdiferentes realidades climáticas e de solo.Com o “melhoramento genético” as grandesempresas substituíram essas milhares deespécies por 5 ou 6 muito mais produtivas.

Ocorreu o que se chama de erosãogenética. Perdeu-se toda uma variedadegenética que a natureza havia fornecido. Aperda foi quase que imperceptível, mas agoraos agricultores lembram que o avô ou bisavôplantava essa e aquela espécie e estãotentando recuperar. Erosão, perda devariedade, de fertilidade, destruição daquiloque Deus fez...

Há um trabalho enorme para recuperar oque se perdeu, mas todos os que estão seempenhando tem tido a paga justa de sua busca.

Fico abismado como poucos sabem o que éespiritualidade e como ela se desenvolve emnós. Por falta de o assunto ser trazido aodebate, muitos há que enveredam por três dosseguintes caminhos:

1. O caminho da “nova espiritualidade” queé promovida pelo movimentoespiritualista da Nova Era,espiritualidade emocional,supersticiosa e vazia.

2. O caminho do desleixo espiritual,fazendo do cristianismo um eventosemanal quando muito, espiritualidadeegoísta e sem comprometimento.

3. O caminho do fanatismo ou extremismoque é altamente comprometido (por issoimpressiona), mas utiliza ferramentasde manipulação, tirando textos fora docontexto forçando a consciência deoutros.

Como é a espiritualidade Adventista, paraos cristãos que aguardam o breve retorno deJesus?

Espiritualidade não é aquela piedademoralista que se concentra em aparênciasexteriores e farsas socialmente impenetráveis.Também não é aquela superdependência egoístaque exige que Deus faça tudo por nós. Não é a

superstição que espera vibrações sobrenaturaisde Deus invadindo coisas e pessoas ao nossocomando. Também não é intelectualismo bíblico,ou religião de cabeça e assentimento mental.

Espiritualidade também não é algo quetemos ou não temos, é algo que desenvolvemos.Crescemos nos mais diversos aspectos daespiritualidade.

Espiritualidade Adventista é orelacionamento honesto e sincero com o SenhorJesus que influencia os relacionamentosconsigo mesmo e com o próximo (cf. Mc. 12:30-31).

Crescendo nesse relacionamento viráinevitavelmente a entrega completa eexperiências mais profundas com Deus como Eleprometeu (cf. Jr. 29:13) e o comprometimentonecessário para permanecer nessa experiência.

Outro ponto inevitável, no entanto tambémcrescente é a obediência. Não háespiritualidade biblicamente sustentável senão houver a requisitada obediência. É verdadeque no início sabemos obedecer menos e com aexperiência aprendemos a obedecer melhor, semperdermos a nossa personalidade e a nossavontade. Obediência é a submissão de umavontade forte e sadia do ser humano à vontadede Deus.

O chamado para a guarda dos mandamentosrecebeu um sabor legalista e os que não osguardam, recebem repreensões sempre com sabor

moralista. Tanto um quanto o outro nuncafuncionaram para a construção de umaespiritualidade sadia. Como podemos falar daLei de Deus sem ser moralistas ou legalistas?

Amar com Jesus amou é parte dessaespiritualidade que o crente precisa manter emconstante crescimento (cf. Jo. 13:34-35).Sabemos amar pouco no início de nossaexperiência cristã. Deus vai nos guiando porexperiências e se admitirmos o trabalho deDeus em nosso coração Ele desenvolve a nossacapacidade de amar.

O mesmo acontece com a fé, a esperança, ahumildade, a mansidão, o domínio próprio, acapacidade de ser pacificados e de vivermisericórdia, etc.

Em suma a espiritualidade como expressana Bíblia para o tempo do fim, é asantificação (cf. Rm. 6:22; 2 Ts. 2:13), se aqual ninguém verá a Deus (cf. Hb. 12:14). É odesenvolvimento daquelas característicasinvisíveis em nós (cf. 2Co. 4:18; Mt. 5:1-12;Gl. 5:20-22), nos tornando mais semelhantes aJesus.

Foco desfocado:Se uma máquina fotográfica está com o

foco no objeto certo, a foto vai sair com anitidez planejada. Na tentativa de defenderaquilo que é sagrado nos empenhemos em exaltar

o periférico sobre Jesus, de sobrepor oessencial ao derivado.

Figura 1

Quantas vezes vi pessoas se digladiandosobre se pode isso ou aquilo, tentando amarraro grau de espiritualidade a coisas exteriores,visíveis.

Acontece mesmo com cristãos honestos ecomprometidos. Trocam o foco da ênfase e vivemuma religião distorcida, que além de não fazerbem para ele mesmo, afasta outros deexperimentarem um relacionamento comprometidocom o Deus vivo.

Cristianismo à milanesa: parece uma coisapor fora e outra por dentro.

Capítulo 1O Plano de Deus

Jesus criou a igreja para ser ummovimento não ummonumento! Ele aprojetou para ser ummovimento multiplicador emdois sentidos: a) empoder espiritual nocoração que traduzisse apessoa de Deus em e através de nós (cf. 1 Co.2:2-5; 2 Co. 3:2-3) e b) em número de pessoascom esse poder espiritual e presençageográfica da igreja de Deus (cf. At. 2:47;6:1; .

Crescimento e expansão são elementosindispensáveis para a lógica que Deus deseja.O Crescimento tanto interno quanto externoesperado por Deus, sempre foi muito maior doque aquilo que o ser humano conseguiu entendere praticar.

A igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. Foi organizada para servir, e sua

Nas palavras de Albert Barlett: "o maiordefeito da raça humana é nossa inabilidade decompreender a função exponencial."

Dwight Nelson1 usa uma ilustraçãointeressante para expressar o crescimentoexponencial. Vou adaptá-la à realidadebrasileira. Imagine um estádio de futebol quenão deixe vazar água de seu interior. Imaginetambém que eu tivesse uma água mágica com apropriedade de dobrar o seu volume a cadaminuto. Continue imaginando eu soltando umagota desta água mágica no centro desteestádio. Em um minuto seriam duas gotas, emmais um minuto seriam quatro e em três minutosjá seriam oito gotas e assim por diante 16,32, 64, 128...

Quanto tempo seria necessário para encherum estádio como o Maracanã2 com 1.545.767m3 devolume interno? Em 41 minutos teríamos umnível de 2,26 metros de água sobre o campo.93% do estádio todo ainda estaria vazio.

Quanto tempo será ainda necessário paraencher o restante do estádio? Com mais quasequatro minutos o estádio todo estaria cheio.Em quase quatro minutos, os faltantes 93% seencheriam! Impressionante, não é?

Aqui está o poder do raciocínioexponencial, quanto maior a quantidadeexistente, mais rápido será o seu crescimento!Veja um gráfico desta realidade:

Figura 2

Assim funciona boa parte da natureza,como por exemplo: a multiplicação de célulasdepois da fecundação de um óvulo, a reproduçãoem cada espécie, se não houvesse morte, ocrescimento da população ocorreria de maneiraexponencial, o espalhamento de uma doença numadeterminada área, se não for controlada, etc.

A destruição da natureza que estamospromovendo por nossa falta de consciênciaecológica também ocorre de maneiraexponencial... Os resultados já estão sendocolhidos...

Este é o crescimento que Deus gostariaque tivéssemos: crescimento exponencial! Umseguidor de Cristo tornando-se poderoso nEle eganhando outro; estes dois crescendo no poderdo Espírito e ganhando outros dois, os quatroresultantes ganhando mais quatro...

ANO N° membros ANO N° membros ANO N° membros1 1 11 1.024 21 1.048.5762 2 12 2.048 22 2.097.1523 4 13 4.096 23 4.194.3044 8 14 8.192 24 8.388.6085 16 15 16.384 25 16.777.2166 32 16 32.768 26 33.554.4327 64 17 65.536 27 67.108.864

8 128 18 131.072 28 134.217.728

9 256 19 262.144 29 268.435.456

10 512 20 524.288 30 536.870.912

Tabela 2

Aqui vai um desabafo de um coraçãodesejoso de ir ao lar eterno e vai direcionadoa cada membro da igreja de Deus, inclusive éum alerta a mim mesmo enquanto escrevo estaslinhas: Não poderíamos crescer como Jesus o planejou?

Somos um movimentoprofético, não somos? Não éesta característica principaldo Adventismo? Nossa existênciacomo igreja foi profetizada.

Não é o discípulo mais do que oseu mestre; mas todo o que for bem instruído

Não surgimos por outro motivo a não ser pelavontade de Deus para esta época.

Fomos escolhidos para uma época especialpara pregar uma mensagem especial. Não quesejamos melhores do outros cristãos, mas temosum trabalho especial a fazer. Se não fizermoseste trabalho, não estamos sendo fiel aochamado que Deus nos fez!

Entendemos ainda que há pressa para apregação do evangelho? Entendemos que estamosno tempo do fim? Nosso Mestre, chamado de“Aquele que testifica estas coisas” emApocalipse 22:20, diz: “certamente cedovenho!” e a resposta de João foi “amém, vemSenhor Jesus!” O próprio Diabo sabe que tempouco tempo: “o Diabo... sabe que pouco tempolhe resta.” (cf. Ap. 12:12).

Fomos chamados como movimento Adventistapara restaurar as verdades da revelação e ao

mesmo tempo restaurar osenso de urgência perdidoao longo do cristianismo.Precisamos entender oplano de Deus, a maneiracomo Ele quer crescimentoe os meios que Eleprovidenciou para queeste crescimento

ocorresse. Precisamos nos organizar, noformato que for necessário para cumprir comeste plano de Deus.

Quando Cristo disse aos discípulos: Ide em Meu nome ajuntar na igreja a todos quantos crerem, deixou claro perante eles a necessidade demanterem simplicidade. Quanto

Igreja PrimitivaDizem os historiadores que antes do final

do primeiro século de nossa era, já existiamao redor de 1.000.000 de cristãos.3 Isto é, em69 anos a igreja chegou a este númerofantástico. Por que? Pois os recém conversoseram chamados a conhecer a esse Jesus e serdiferentes do mundo. O poder que vinha de umavida entregue, capitulada aos pés de Cristo,gerava esse crescimento exponencial.

Dentro do plano de crescimento geométricoou exponencial proposto e iniciado por Jesus,a igreja primitiva estava dobrando o número demembros em média a cada 3 a 5 anos, sem levarem consideração o enorme número de mortespelas perseguições no primeiro século e pelabaixa expectativa de vida de então.

No quadro abaixo apenas uma imaginaçãomatemática de um possível crescimento a partirde 12 discípulos depois da cruz (ano 31 AD)até o final do primeiro século seguindo oraciocínio de crescimento exponencial para 3,5anos.

ANO N° membros ANO N° membros ANO N° membros31 12 59 1.536 88 196.60835 24 64 3.072 92 393.21639 48 68 6.144 96 786.43243 96 72 12.288 100 1.572.86447 192 76 24.57651 384 80 49.152

55 768 84 98.304Tabela 3

É claro que eles viviam o que o Mestrelhes ensinara e assim tornaram-se muitoeficazes na proclamação das boas novas. Só noPentecostes a igreja pulou de 12 para 3012discípulos. Depois houve outras muitasconversões pelo trabalho da igreja deJerusalém.

Se a igreja de Jerusalém tivesseestabelecido diversos ministérios, e tivessesaído do conforto da realidade que conheciam,a igreja teria crescido muito mais ainda.

Quando Paulo iniciou o seu ministérioindependente da igreja de Jerusalém, numchamado feito direto de Deus a ele, a mesmaigreja crescia entre os gentios enquanto aigreja em Jerusalém crescia entre os judeus.Paulo pregava o evangelho e preparava os novosconversos para que amadurecessem na fé econtinuassem a proclamação no lugar ondeestavam.

O cerco de Jerusalém e a sua dissoluçãopouco antes do ano 70 levou os cristãosdefinitivamente a se inserirem no trabalhopara o mundo e o Evangelho passou a serproclamado mais intensivamente ainda.

Estamos brincando com números aqui,apenas para firmar o raciocínio de crescimento

exponencial. É claro que o crescimento nãoocorreu como nos quadros aqui apresentados.

Vem uma pergunta a nós: Como nóscrescemos como movimento adventista nopassado? Podemos repetir ou restaurar talcrescimento?

Igreja Adventista Pioneira:O movimento Millerita, do qual a igreja

adventista acabou se desenvolvendo, tinha aoredor de 100.000 seguidores nos 13-14 anosantes do grande desapontamento.4 Este movimentoextrapolou em muito o crescimento exponencial.Eles dobravam em média o número de adeptos acada 7 a 8 meses!!!

Se o movimento Millerita tivesse seguido opadrão de crescimento exponencial que estamosestudando aqui, eles teriam atingido o númerode 100.000 apenas 4 anos mais tarde. Elestiveram crescimento mais do que exponencial,eles precisaram de menos do que um ano paradobrar o número de membros.

Abaixo, outro exercício sugestivo paraentendermos o raciocínio exponencial.5 Nestequadro representamos como poderia ser odesenvolvimento, se tivesse havido crescimentoexponencial.

ANO N° membros ANO N° membros ANO N° membros1831 1 1836 32 1841 1.0241832 2 1837 64 1842 2.048

1833 4 1838 128 1843 4.0961834 8 1839 256 1844 8.1921835 16 1840 512

Tabela 4

Imagine cada discípulo de Cristocomprometido, treinado e realizado emsatisfazer o sonho de Deus: fazer discípulos.Qual seria o resultado? Crescimentoexponencial!

Especialistas em crescimento de igreja,depois de estudar centenas de igrejas, emcircunstâncias das mais variadas apresentam aseguinte avaliação do crescimento de umaigreja no quadro abaixo.

Taxas de Crescimento Decenal – TCDTCD Avaliação e observação

25%- Pobre. Crescimento líquido anual ao redor de 2,5%, o que é quase um decreto de morte para a igreja. Para algumas igrejas pode ser apenas uma questão de tempo para a morte.

50%- Regular. Crescimento que apenas mantém a igreja no nível da sobrevivência – 5% ao ano. Neste nível a igreja ainda pode ser recuperada e pode voltar a crescer saudável.

100%- Bom. Crescimento bom da igreja. Ela dobra o número efetivo de seus membros a cada 10 anos com uma TCA de 8 a 12% ao ano.

200%

- Muito bom. Aqui entramos num patamar de crescimento surpreendente. Geralmente ocorre em igrejas menores e recém fundadas. A igreja tem que se preparar para o grande número de novos conversos, para que sejam alimentados, treinados e assim se unam à pregação do evangelho.

300% - Excelente. Dobrar o número de membros a cada 3 a

3,5 anos é um feito almejável. Estruturas de integração precisam ser criadas para que não haja abandono da fé. Todos os membros, principalmente osmais maduros, precisam se envolver em ministérios que apoiem e instruam os novos conversos, auxiliem no ministério evangelístico e pastoral.

500%

- Fora do comum. Aqui seria dobrar o número de membros em 2 anos. Ocorre muito em plantios de novas igrejas quando feito de maneira correta. Também precisa de estruturas eficazes para o funcionamento da igreja voltado para um crescimento

Crescimento entremuito bom e excelente, eé claro, se possível forado comum é o que estoupropondo aqui. Pelo menosum crescimento queexpresse um cristianismovigoroso, saudável eurgente.

Também estoupropondo que se não estamos experimentando umcristianismo vigoroso, traduzido emcrescimento saudável tanto espiritual comonumérico, precisamos ajustar a nossa maneirade ser igreja de volta à forma mais adventistapossível e abandonar qualquer elemento queroube este vigor.

Deus requer que todos sejam obreiros em Sua vinha. Vós deveis lançar-vos à obra de que fostes incumbidos, e fazê-la fielmente. Bi-ble Echo, 10/06/1901.

A principalcaracterística daconversão de uma pessoanão é apreciar a salvaçãode tal maneira que fiquedesejosa de repartir o queganhou com outra pessoa?Imagine se isto acontecesse de fato: pessoassendo ganhas para o reino de Deus, depois dobatismo sendo conduzidas para a maturidade

espiritual e serviçovigoroso e finalmente cadapessoa ganha se dedicassea ganhar outras... Istotraria o desejadocrescimento exponencial ecumpriríamos o desejo docoração de Deus. Mas que

crescimento estamos de fato experimentando? Éo crescimento espiritual e numérico queprecisaríamos para terminarmos a pregação doevangelho em nossa geração? É o crescimento deuma árvore frondosa cheia de frutos?

Se cada um de vós fosse um missionário vivo, amensagem para este tempo seria rapidamente proclamada em todosos países, a cada povo, e nação, e língua. 3 TS, 71.

Você sabe quanto a sua igreja cresce de fato? Faça os cálculos e descubraquão eficaz está a sua igreja no crescimento.

Capítulo 2Bonsai ou Árvore Frondosa?

Independentemente do tamanho da igreja edos métodos que ela use, inúmerasoportunidades para o seu crescimento estãodiante dela sem serem notadas. Especialistas,consultores de crescimento de igreja dizem emuma voz, que nunca viram uma igreja na qual asoportunidades para crescimento (tantoespiritual como numérico) não tenham sidomaiores do que a vontade da igreja em vivê-las.6

Uma igreja é como um gramado recém-plantado. Se alguém fica em pé sobre assementes, os brotos de grama não têm chance.Dê-lhes água, luz e nutrientes e elescrescerão naturalmente. Dê-lhes o ambiente queprecisam e se desenvolverão abundantemente.

Deus quer agir em Sua igreja de talmaneira que nem as portas do infernoconseguirão prevalecer contra ela (cf. Mt.16:18)! Para isto crescimento é necessário(espiritual e numérico). Não há cristão

comprometido que não entenda que a expansão doreino de Deus aqui na terra por meio de Suaigreja é imprescindível.

Mas algumas perguntas surgem nestecenário: “Será que estamos tão acostumados atrabalhar com bonsais que perdemos de vista umcrescimento contínuo e sem podas?”7 Será quesempre que crescemos, temos que esbarrar noslimites que a institucionalização nos impõe?Será que nós, líderes de igrejas, estamossendo como uma dinastia de jardineirosorientais que se especializaram em podar,tosar e cortar raízes e ramos de nossasigrejas de tal maneira que as árvores a nósconfiadas cresçam apenas até onde podemosentender o crescimento? Será que na ânsia defazer crescer a igreja como instituição, elaestá se tornando um instrumento de poda, queexclua o indivíduo, seu chamado pessoal, suapaixão, seu sacrifício do processo? Será que ovalor e a necessidade de envolver o indivíduotornou-se apenas um pensamento desejável? Seráque crescimento organizacional pode tornar-setão importante que aspessoas que podem produzi-lo podem ficar no meio docaminho?

Provavelmente oproblema da igreja localnão é aquele irmão que seopõe ao crescimento, nem de

Se os cristãos agissem de comum acordo, avançando como um só homem, sob a direção de um único Poder, para a realização de um só objetivo,eles abalariam o mundo. 9 Test, 221. 

uma disputa de opiniões ou ainda de diferençasentre irmãos na compreensão da teologia, mas acarência de uma visão adquirida pela igreja eum plano passível de ser executado. Se estecrescimento não está acontecendo nem o foco nodesenvolvimento do indivíduo, precisamos deuma visão e um plano para alcançá-la quesupere os obstáculos do ministério.

Deus nos livre de na igreja local nósmesmos, com as nossas tradições e medosestejamos sendo o principal obstáculo para queo crescimento da igreja venha vigoroso.Permita Deus que a igreja possa ser igreja porcausa do envolvimento e treinamento de membrosleigos. Abençoe Deus que sejamos igreja, porser ali que eu descubro quem é Deus, quem soueu e como posso usar aquilo que sou para aexaltação de Deus.

Deus nos guarde de nos acostumarmos combonsais de tal maneira que nem queiramos maisver uma árvore grande e frondosa em toda suapujança. O processo de discipulado ordenadopor Jesus, praticado e exemplificado em Seuministério nos dá o modelo como podemos deixaros bonsais e avançarmos para o crescimento eexpansão que o Seu coração deseja há muito.

A Realidade da Igreja HojeNum documento contundente apresentado em

outubro de 2010, a liderança da IgrejaAdventista mundial reunida declarou:

“A taxa de crescimento da Igreja simplesmentenão está acompanhando o crescimento dapopulação mundial. Uma avaliação honesta denosso impacto evangelístico atual no mundoleva à conclusão de que, a não ser que hajauma mudança dramática, não concluiremos acomissão celestial nesta geração. A despeitode nossos melhores esforços, todos os nossosplanos, estratégias e recursos são incapazesde concluir a missão dada por Deus para Suaglória na Terra.”8

Uma confissão honesta foi feita peloslíderes, que pela fragilidade humana nemsempre o foco esteve concentrado nessadimensão de crescimento espiritual e numéricodesejado por Deus.

Como Alberto Timm explica, essesconceitos são “amplos, multifacetados e commuitos desdobramentos.”9 Como apelo final odocumento exalta 4 elementos:

1. Reavivamento2. Reforma3. Evangelismo4. Discipulado

Abaixo daremos uma conceituação básicapor parte da revelação, o que não excluiestudo mais avançado:

Reavivamento:

“Arrependei-vos, arrependei-vos, era amensagem proclamada por João Batista nodeserto. A mensagem de Cristo para o povo era:"Se vos não arrependerdes, todos de igual modoperecereis." Lucas 13:5. E aos apóstolos foiordenado pregar em toda parte que os homensdeveriam arrepender-se. O Senhor quer que Seusservos hoje em dia preguem a antiga doutrinaevangélica: tristeza pelo pecado,arrependimento e confissão. ... Deve-setrabalhar em prol do pecador, perseverante,fervorosa e sabiamente, até que veja que é umtransgressor da lei de Deus, e manifestearrependimento para com Deus e fé em nossoSenhor Jesus Cristo.” Manuscrito 111.

Um reavivamento da verdadeira piedade entrenós, eis a maior e a mais urgente de todas asnossas necessidades. Importa haver diligenteesforço para obter a bênção do Senhor, nãoporque Deus não esteja disposto a outorgá-la,mas porque nos encontramos carecidos depreparo para recebê-la. Nosso Pai celeste estámais disposto a dar Seu Espírito Santo àquelesque Lho peçam, do que pais terrenos o estão adar boas dádivas a seus filhos. Cumpre-nos,porém, mediante confissão, humilhação,arrependimento e fervorosa oração, cumprir ascondições estipuladas por Deus em Sua promessapara conceder-nos Sua bênção. Só podemosesperar um reavivamento em resposta à oração.1 ME, 121.

Digo-vos que deve haver entre nós umreavivamento completo. Tem de haver umministério convertido. Precisa haverconfissões, arrependimento e conversões.

Muitos que estão pregando a Palavra necessitamda graça transformadora de Cristo no coração.Não devem permitir que coisa alguma os impeçade fazerem uma obra cabal e esmerada antes queseja para sempre demasiado tarde. Carta 51,1886.

Satanás sabe disto, e antes que o alto clamorda terceira mensagem angélica seja ouvido, elesuscitará um despertamento nessas corporaçõesreligiosas, a fim de que os que rejeitaram averdade pensem que Deus está com eles. PE,261.

Antes de os juízos finais de Deus caírem sobrea Terra, haverá, entre o povo do Senhor, talavivamento da primitiva piedade como não foratestemunhado desde os tempos apostólicos. Oinimigo das almas deseja estorvar esta obra; eantes que chegue o tempo para tal movimento,esforçar-se-á para impedi-la, introduzindo umacontrafação. Nas igrejas que puder colocar sobseu poder sedutor, fará parecer que a bênçãoespecial de Deus foi derramada; manifestar-se-á o que será considerado como grande interessereligioso. GC, 464-465.

Reforma:Precisa haver um reavivamento e uma reforma,sob a ministração do Espírito Santo.Reavivamento e reforma são duas coisasdiversas. Reavivamento significa renovamentoda vida espiritual, um avivamento dasfaculdades da mente e do coração, umaressurreição da morte espiritual. Reformasignifica uma reorganização, uma mudança nasideias e teorias, hábitos e práticas. A

reforma não trará o bom fruto da justiça amenos que seja ligada com o reavivamento doEspírito. Reavivamento e reforma devem efetuara obra que lhes é designada, e no realizá-la,precisam fundir-se. 1 ME, 128.

Agora e daqui por diante até ao fim do tempo,deve o povo de Deus ser mais fervoroso, maisdesperto, não confiando em sua própriasabedoria, mas na sabedoria de seu Líder.Devem pôr de parte dias de jejum e oração.Pode não ser requerida a completa abstinênciade alimento, mas devem comer moderadamente, doalimento mais simples. CSRA, 188-189.

Acautelar-se Contra Questões Secundárias Deus não esqueceu o Seu povo, escolhendo umhomem isolado aqui e outro ali, como os únicosdignos de que lhes confie a verdade. Não dá aum homem luz contrária à estabelecida fé docorpo de crentes. Em toda reforma, surgiramhomens pretendendo isso. ... Ninguém confie emsi mesmo, como se Deus lhe houvesse conferidoluz especial acima de seus irmãos. 2 TS, 103-104.

O Senhor pede o renovamento do positivotestemunho apresentado em anos passados. Elepede uma reforma da vida espiritual. Asenergias espirituais do Seu povo têm por muitotempo estado entorpecidas, mas há de haver umressurgimento da morte aparente. Pela oração econfissão do pecado, precisamos preparar ocaminho do Rei. 3 TS, 274-275.

O Sonho de Deus

Um reavivamento seguido de reforma talque o poder da igreja primitiva sejarestabelecido, esse é o mais alto sonho deDeus para os cristãos em nosso tempo e para afinalização da pregação do Evangelho Eterno emnossa geração.

Todavia isso apenaspode acontecer por meiodo evangelismo e dodiscipulado. Por quê?Pois no desenvolvimentoespiritual de umapessoa, há certo patamarque pode ser alcançadocom a prática de umcristianismo maismeditativo (assistir aoscultos, ler a Bíblia eorar). Quando, noentanto, o crente querter uma experiência maisprofunda com Deus, ele precisa descobrirseu(s) dom(ns), se lançar no desconhecido, sedispor a servir e correr os riscos de levaruma pessoa para Cristo pela senda doevangelismo e discipulado. Ele precisa sair desua área de conforto e partir para odesconhecido.

A área de conforto pertence a nós. Quandonos detemos ali, nós estamos no controle. Alinós mandamos e definimos o que, quando e como

O tempo é curto. Em todaparte há necessidade de obreiros para Cristo. Deveria haver cem trabalhadores diligentese fiéis nos campos missionários nacionais eestrangeiros onde agora há só um. Os caminhos e atalhos ainda não foram trabalhados. Urgentes incentivos devem ser apresentados aos que deviam estar agora empenhados em trabalho missionário para o Mestre. FEC, 488.

queremos a nossa vida. Quando saímos da áreade conforto e avançamos para a área dodesconhecido, Ele passa a ter o direito demandar, definir o que, quando e como Ele querque vivamos a ajamos. Essa é a maneira maisefetiva de passarmos o controle e guia denossa vida para as mãos de Deus.

O crente entra na área do desconhecidoquando ele sai para o campo missionário, paraqualquer uma das quatro dimensões da missãoque o Espírito o chamar (cf. At. 1:8). Podeser chamado para:

A dimensão Jerusalém – área perto de ondevocê vive;

A dimensão Judéia – sua região maisampla;

A dimensão Samaria –o continente ondevocê vive;

A dimensão Confins daTerra – campomissionário mundial. É quando nos dispomos

a ampliar a experiênciacom Deus, servindoconforme o nosso dom e ochamado que o Espírito nosfizer (cf. Is. 6:8) é queem oração e fortalecimentona Palavra crescemos parapatamares nunca sonhados

"Manhã após manhã, ao se ajoelharem osarautos do evangelho perante oSenhor, renovando-Lhe seus votos de consagração, Ele lhes concederá a presença de Seu Espírito, com Seu poder vivificante esantificador. Ao saírem para seus deveres diários, têm eles a certeza de que a invisível atuação do EspíritoSanto os habilita aserem cooperadores de Deus. AA, 56.

pelo cristão passivo. A promessa de Jesuscomeça a se realizar na vida do discípulo: “euvim pra que tenham vida e tenham vida emabundância!” (cf. Jo. 10:10).

E isso apenas pode acontecer se essecristão que quer uma experiência mais profundafor conduzido a ela por meio do discipulado.Ele precisa entender o chamado de Deus,precisa treinamento prévio para o trabalho,precisa de estrutura espiritual para enfrentaras lutas, oposições e sofrimentos ligados auma vida mais eficaz para Deus. É claro queele pode aprender isso sozinho, mas o plano deDeus é que um cristão mais experiente ensine,compartilhe, seja ponto de referência para osmomentos difíceis.

Queremos deixar claro que não estamospropondo que a ação deve tomar o lugar dameditação. Pelo contrário, sem o primeiro, osegundo não passa de ativismo vazio.

Resultado que Deus quer nos dar:Será que Deus quer nos dar os magros

resultados espirituais e numérico que temosconseguido com todo esforço humano einstitucional? E quando falo isso, estou mereferindo à igreja aqui no Brasil onde temosexperimentado crescimento significativo, nãoàs áreas estagnadas da igreja ao redor domundo. Quando falo isso estou comparando com o

avanço exponencial que Deus planejou e esperade Sua igreja.

Creio honestamente que Deus quer dar paracada crente e em consequência para a igreja asmais profundas experiências que nos encham dopoder do Espírito. O que poderia resultardali? Qual seria o resultado se cada crentedesse foco principal ao relacionamento íntimocom Deus e colocasse a Deus em primeiro lugarem sua vida, como diz o mandamento (cf. Ex.20:3)? O que seria se cada crente vivesse nodia a dia a coragem de negar-se a si mesmo, detomar a Sua cruz e servir como e quando oEspírito o guiasse a fazê-lo?

Que resultados surgiriam como dádiva deDeus? Uma explosão de poder espiritual naigreja? Dobrar o número de discípulos a cada 3anos? Será que estou falando de utopia? Sóporque não vimos issoacontecer recentemente? Ese ousássemos crer? E se aobra de Deus se tornassede novo a prioridadeprincipal da vida de cadamembro – como deveria serentre os adventistas... Ese experimentássemos andarpela fé e ousássemos fazermos o que Jesus nospediu?

Apenas pelo fato de não termos visto estefenômeno recentemente, não quer dizer que ele

Será que Deus está retendo alguma coisaque é direito nosso?O amor que Deus derrama em nosso coração não é suficiente? Deus está retendo poder? Nossa geração não é

seja impossível de ocorrer. Basicamentedepende apenas de nós, não é?

É difícil? OK. Vamos dar dois anos paraque cada membro amadurecesse na fé e ganhasseoutra pessoa para Cristo, levando-a aoamadurecimento na fé. Ou mais, como algunsquerem 3,5 anos, o mesmo tempo que Jesus levoupara recrutar, treinar e enviar os Seusdiscípulos. Neste ritmo de 3,5 anos para cadadiscípulo fazer outro discípulo, alcançaríamosa população mundial muito antes do que ocalculado acima! Na verdade estaríamos noscolocando a disposição do Espírito Santo paraa Chuva Serôdia. piihj

O que estamos fazendo? Já estamos na 5ªou 6ª geração de Adventistas e ainda não fomospara o lar prometido... Será que a promessa eprofecia de Jesus erraram quando Ele disse: “Eeste evangelho do reino será pregado no mundointeiro, em testemunho a todas as nações, eentão virá o fim.”? Mt. 24:14.

É claro que a volta de Jesus não dependeexclusivamente de nós, senão a eternidadenunca iniciaria... É um trabalho conjunto dahumanidade com a divindade, são esforços emque cada um faz a sua parte. Mas Deus tambémnão fará sozinho. Ele decidiu envolver o serhumano. Quando nos dispusermos a fazer tudoque está ao nosso alcance, Deus fará tudo oque está fora de nosso alcance!

É claro que Deus é soberano e Ele ageonde e como quiser em Sua infinita sabedoria.Podemos ver aqui e ali a Sua ação sem usar oser humano, quando guia indivíduos ou gruposinteiros para a salvação por Sua diretaintervenção. Mas isto é exceção! Deus escolheunos envolver nesta obra, pois sabia como fariabem ao nosso próprio crescimento comodiscípulos de Cristo, ajudar na salvação deoutras pessoas.

Distraídos?Por nossa vez, temos nos distraído com

muitas coisas, algumas coisas muito santas eoutras até mundanas. O diabo tem feito o seutrabalho nos mantendo ocupados com muitacoisa, e com muita coisa boa.

Onde está aquele foco que o povo de Deusdeveria ter no tempo do fim, às portas doinício da eternidade? Onde está aquela visãoclara do breve resgate do povo de Deus dasgarras inimigas...?

As profecias bíblicas têm sido claras: ofim se aproxima (cf. Dn. 2, 7, 8 e 9; Ap. 2 e3; Ap. 6 e 8:1; Ap. 12:12; Ap. 14:6-12; 22:20;etc.). Jesus vai voltar e nos levar para o lareterno com Ele, e isto ocorrerá muito embreve!

Você ainda crê que uma igreja poderosa eservidora e a consequente breve volta de Jesusé o maior desejo do coração de Deus? Você

ainda crê que Jesus quer nos levar para casa eterminar logo com este conflito?

Se você crê nisto com todas as fibras deseu ser, isto traz implicações para a suavida! Implicações práticas que não podemosdesconsiderar.

No passado já tivemos que fazer mudançasdrásticas em nossa vida de igreja, mudançasestas que envolveram confrontos e lutas que seestendem até hoje.

Capítulo 3Nossa Maior Necessidade:Reavivamento e Reforma

Em 1888 em Minneápolis estávamosprecisando de uma reforma teológica na igreja,para que oreavivamento ereforma na vidade cada crentepudesse ocorrer.A nossacompreensão deDeus e aabordagem dapregação eraminadequados para

os elevadosplanos que Deustinha para estemovimento.Havia problemase Deus nãoabandonaria omovimento deSeu coração.10

Figura 2

Figura 3

Ele providenciou a compreensão necessária,desatando assim as cadeias que naquele entãonos seguravam em padrões de crescimento muitoaquém daquilo que Deus desejava. Veja osgráficos que mostram o desatar dos nós em1888.

Veja como a igreja reagiu em seu ânimopara multiplicar igrejas.

Ciente do pouco tempo que resta, não hádúvida que Deus precisava intervir ali ondeera necessário naquele momento da história doconflito entre o bem e o mal.

Será que há para o nosso tempo, algo quenos torne maiseficazes? Seráque não estamosprecisando deuma novaintervenção deDeus na igrejacomo a de 1888?Ou será queestamos fadadosa ir diminuindo

de relevância no mundo completamentedesajudados? Será que precisamos de outrareforma teológica?

Não creio que uma reforma teológica serianecessária e nem relevante neste momento dahistória. Creio que nossa teologia estáadequada e representa bem a verdade presente,

Figura 4

sendo, é claro, bem-vinda toda nova luz oucompreensão dela que ainda nos falte.

Ajustes de nossa compreensão teológicapara o nosso tempo, como já o temos feitoregularmente através daspublicações oficiais daigreja, trazem pequenospicos de ânimo localizado,mas não uma reforma vasta eprofunda que redunde em umcrescimento vigoroso.

Sim precisamos ler eestudar o que já temos,pois ainda hoje o povo deDeus perece por falta de conhecimento (cf. Os.4:6).

Mais do que em qualquer época precisamosde uma reforma missiológica! Precisamos pararde negligenciar as verdades que já temos.Precisamos trabalhar melhor, nãonecessariamente mais; trabalhar de maneira

mais instruída,mais ousada ecorajosa, maiscoordenada emenosnegligente.

Precisamosde iniciativasmaisespontâneas,

Sobre o povo de Deus tem brilhado luz acumulada, mas muitos têm negligenciado seguir a luz por essa razão se achamnum estado de grande debilidade espiritual.... Não

Figura 5

onde permitimos a direção do Espírito Santo navida de cada crente. Precisamos de mais espaçopara que obreiros e membros leigos possam usara sua criatividade santificada. Precisamosvalorizar as iniciativas onde o Espírito asfaçam surgir. Precisamos sim recrutar ecapacitar aqueles que se sentem chamados peloEspírito.

O controle sobrecada iniciativa tem nosdado segurança epercepção daquilo queestá acontecendo emcada área da obra, mastem matado iniciativase a criatividadeespontânea doindivíduo.11

Temos uma profundanecessidade deliderança visionáriaque estabeleça visõesclaras e saiba comoliderar o povo para experiências de sucesso.Precisamos trabalhar com liberdade mais amplana utilização de métodos, conforme se mostramnecessários em cada situação específica.Precisamos trabalhar mais como igrejainstruída e unida: leigos e pastores.

De nada adianta enfatizarmos mais averdade, desenvolver sistemas que a expressem

Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo,deve ser a nossa primeira ocupação. Importa haver diligenteesforço para obter a bênção do Senhor , não porque Deus não esteja disposto a outorgá-la, mas porque nos encontramos carecidos de preparo para recebê-la... Compete-nos,

em maiores minúcias, se não estivermosdispostos a viver e proclamar o que já temos.Isto não é Adventista do Sétimo Dia (ASD)!

A igreja medieval se perdeu nos excessosda teologização. Estruturas teóricas foramdesenvolvidas como um fim em si mesmo. Estesexcessos e ênfases desmedidamente fora do focoda Grande Comissão levaram a desvios naconduta da igreja, que absorta em debatesteológicos na idade média, deixou deevangelizar os povos que estavam prontos: ooriente médio, o norte da África e o restantedo continente negro. Ficaram ali onde já haviacristãos, preferiram o conforto do conhecidodo que o desafio da obediência.

Ao darem ênfase exagerada em uma área,negligenciaram a outra e deixaram um vazio quefoi preenchido com o islamismo... Pararesolver as consequências da negligênciaanterior, a igreja medieval decidiu atacar oislamismo com armas, causando feridas e valasquase que intransponíveis até hoje.

Sempre que negligenciamos a clara ordemde Deus trazemos consequências que ficam cadavez mais complexas de serem solucionadas.

Não estou aqui propondo o extremocontrário. Não estou propondo suprimir averdade para ressaltar a proclamação. Esteerro nos levaria a sucatear nossa igreja e aconvidar toda espécie de desvio teológico edissidências.

Não há sabedoria em destruir uma coisa aoexaltar a outra, a não ser que seja necessáriocomo em 1888. A falta de conhecimento da obralibertadora mais ampla de Jesus nos impedia aavançar naquele tempo. O legalismo nosamarrava e limitava a nossa relevância nomundo e eficácia no trabalho de expandir oreino de Deus. Precisávamos de uma guinada nacompreensão e exercício de nossa identidade.

Hoje precisamos maisda verdade bíblica, sólida,e vigorosa do que emqualquer tempo antes. Nãopodemos diluir, nemadocicar a mensagem que nosfoi confiada, sob pena desermos encontrados infiéisdiante de Deus.

O legado que nos foideixado, precisa serconhecido e apresentado aomundo. Não precisamos dateologia da prosperidade,não precisamos de abordagens políticas,festivas, mais fanáticas, mais emocionais oumais humanistas. Precisamos da clara mensagembíblica, mensagem profética, mensagemsalvífica de um Salvador que pagou o preçopara que estejamos livres e que vai em brevenos buscar.

A verdadeira educação é um preparo missionário. Todo filho e filha de Deus é chamado a ser missionário; somos chamados ao serviço de Deus e de nossos semelhantes; e habilitar-nos para essa obra deve ser o objetivo de nossaeducação. CBV, 395.

Creio, no entanto, que está na época dedarmos a ênfase correta, de desafiarmosaqueles que se chamam de adventistas para queassumam aquilo que é característico de umadventista.

Veja no quadro abaixo a propostaAdventista (ASD) equilibrada.

Adventista não é apenas aquele que tem averdade, mas aquele que a proclama. Concordarcom a verdade ainda está longe de viver averdade. Mero assentimento mental à verdadeestá muito longe do ideal de Deus para o povodo tempo do fim. De qualquer maneira “ter” averdade é algo tão relativo...

Mesmo que alguém pudesse manter todos oselementos da verdade em sua mente, ela aindanão seria verdade se não fosse vivida. Masmesmo que a verdade fosse vivida, ela aindanão seria verdade enquanto não fosseproclamada e encontrasse outros corações.

Figura 6Exaltação doconhecimento daverdade emdetrimento de suaproclamação.Não é adventismopor mais verdadeque seja oconteúdo.

Figura 7Exaltação daproclama-ção emdetrimento dabusca doconhecimento daverdade. Não éadventismo, poisproclamar semconheci-mento nãoé a nossa missão.Figura 8Equilíbrio sadioentre a busca doconhecimento daverdade e a suaproclamação.Este é oAdventismodesejado por Deusno tempo do fim.Para isto fomoschamados.

As duas primeiras figuras acima mostram opotencial desequilíbrio entre “ter” a verdadee proclamá-la e vice e versa. Neste momentoque vivemos na história da igreja a figuradois acima descreve melhor a realidade daigreja do que a primeira figura.12

A MensagemAdventista do Sétimo Dia é aquele, que

como descrito em Apocalipse 14:6-12 tem oEvangelho Eterno e o proclama em todos os

detalhes e desafios que lhe são exigidos porDeus neste texto.

1. O Evangelho Eterno, precisa serprimeiro entendido em seus fundamentos paradepois sair e pregá-lo. Aqui dois extremospodem amarrar o discípulo de Cristo e torná-loimpossibilitado para a pregação do evangelho.a) Há pessoasperfeccionistas quequerem primeiroestar completamenteprontas e ter umacompreensão completade todos os detalhesda Bíblia, paraapenas então iniciara pregar. Há pessoasesperando a vidainteira e não seacham preparadas. b)Pessoas que saem pregar o evangelho sempreparo algum. São uma lástima as meiasverdades e as inverdades que pregam servindoem alguns casos de desvio para pessoas embusca sincera da verdade.

Há um processo de aprendizadoinsubstituível que ocorre com aquele que vaiensinar o evangelho eterno para alguém. Aoensinar o professor aprende.

2. O Evangelho Eterno, em toda a suaextensão, proclamado com sensibilidade e ao

Ano após ano foi feito o mesmo reconhecimento, masos princípios que exaltamum povo não foram inseridos na obra. Deus lhes deu clara luz quantoao que deviam fazer, e quanto ao que não deviam fazer, mas afastaram-se dessa luz, e constitui uma maravilha para mim que nos encontremos em tanta prosperidade como éo caso hoje em dia. É em virtude da grande

Os que apresentam a verdade não devem entrar em qualquer controvérsia. Devem pregar o evangelho com tamanha fé e com tanto fervor que o interesse seja despertado. Pelas palavras que falam, as orações que fazem,a influência que exercem, devem semearsementes que produzirão fruto paraa glória de Deus. Nãodeve haver vacilação.A trombeta tem que dar o sonido certo. Ev. 119

mesmo tempo vigor para as pessoas de nossaépoca de uma maneira que consigam recebê-la:a) Um convite a adorar a Deus numa época bemespecífica em que Deus está em plenojulgamento final e fazê-lo como é solicitado;b) Um aviso com duplo sentido: não há maisconfusão, a verdade desmascarou e destronou aconfusão – não precisamos mais necessariamenteestar confusos pois há verdade abundante paratodos e subentendido está que não devemos maisestar em confusão, devemos aproveitar aoportunidade criada por Deus. c) Umaadvertência contundente complementando asegunda mensagem que descreve todas asconseqüências para aqueles que não o quiserem.

Nós Adventistas não somos especiais porque somos mais salvos,por que somos melhoresque os outros cristãos,somos sim especiais, porque fomos chamados parapregar uma mensagemespecial, num tempoespecial. Não é dequalquer maneira quelevaremos a mensagem deDeus para este tempo.

Palavras transportamideias e como as falamos,impressões. Palavraspositivas, afirmativas,

motivadoras e restauradoras, faladascarregadas com o amor que vem de Deus, são asque o povo quer e necessita.

Como Paulo disse: “A minha linguagem e aminha pregação não consistiram em palavraspersuasivas de sabedoria, mas em demonstraçãodo Espírito de poder; para que a vossa fé nãose apoiasse na sabedoria dos homens, mas nopoder de Deus.” 1 Co 2:4-5

Com este pensamento não deve surgir aidéia predominante de hoje, que devemos daruma diluição aguada da mensagem bíblica. Não!Não! E não! A mensagem não deve ser diluída,nem adoçada, nem resumida. Pelo contrário,neste tempo do fim a mensagem precisa servigorosa, clara, persuasiva, envolvente eprecisamos dar a mensagem completa.

Uma boa parte das pessoas vai rápido parao “OU”. Há uma tendência no mundo cristão depregar OU com vigor OU com amor. OU se deixaclara a mensagem OU se utiliza a sensibilidadepara com as percepções espirituais de outros.

Precisamos entrar na era do “E”. Pregarcom vigor E intensidade E amor E sensibilidadeE sabedoria E restaurando E libertando E comemoção E com razão... Precisamos pregar lei Egraça, regra sobre regra E amor, doutrina EJesus, prática de vida cristã E profecia

Esta era do “E” exige mais preparo damensagem bem como percepção e empatia para comaquele que receberá a mensagem, sem jamais

esquecer a profunda ligação que o discípuloprecisa ter com o Mestre e Deus da mensagem.

A atitude E requer um cristianismo maisvigoroso, um comprometimento maior com aPalavra e uma experiência mais viva com Deus.O discípulo precisa descobrir como Deus querusar a sua vida única de maneira única.

Nesta maneira de ser discípulo, o estudopara fortalecimento da vida espiritual éimprescindível, mas não apenas este estudo,mas também de como apresentar a mensagem.

Resumindo esta parte, nós apenas vamosdar aquilo que temos. Se nosso coração estásintonizado em primeiro lugar com Deus e com oseu amor e em segundo com os seres humanos quereceberão a mensagem, a maneira de apresentaro mesmo conteúdo será adaptada à necessidade erealidade dos ouvintes.

Para proclamarmos esta mensagem especial,temos que nos soltar das amarras de umainstitucionalização excessiva e restaurar aresponsabilidade de cada discípulo. Precisamosvoltar para um cristianismo típico de ummovimento leigo... Precisamos de um exércitode discípulos de Jesus, fazendo o que Jesusfazia: mais discípulos.

A Ordem de Jesus

Este assunto só pode ser tratado demaneira adequada se ancorada na compreensão deDeus. Não temos outra fonte melhor derevelação confiável do que a Bíblia.Construiremos o prédio de nossas idéias sobreo alicerce seguro desta revelação sobrenatural.

Um trabalho detalhado no embasamentobíblico foi feito por Rafael Luiz Monteiro em2004.13 Usaremos basicamente as compreensõesali trabalhadas. Aqui analisaremos apenas aenunciação da grande comissão como apresentadaem Mateus 28:18-20, pensamentos estesimprescindíveis para a compreensão doraciocínio aqui desenvolvido.

A ordem de nossoSenhor Jesus écontundente: “indo,fazei discípulos detodas as nações,batizando-os em nome doPai, e do Filho, e doEspírito Santo;ensinando-os a observartodas as coisas que euvos tenho mandado...”(cf. Mt. 28:18-20).

O verbo traduzido por ‘ide’ em nossasversões em português, no original grego é

Figura 9

poreutentes e ele está no particípio, aoristo,passivo depoente, nominativo.14

É a mesma forma que estão os verbos‘batizando’ e ‘ensinando’. O único verbo queestá no imperativo, aoristo, ativo é ‘fazeidiscípulos’ – mateteusate.15 Em outras palavras aúnica ordem do mandado evangélico de Jesus é“fazei discípulos.”

Na verdade todos os verbos desta ordemnas versões da Bíblia em português deveriamestar no gerúndio a não ser o “fazeidiscípulos.” No original grego, apenas umverbo está no imperativo. Uma tradução maisacurada do texto seria: “indo, ensinando,batizando, fazei discípulos!”

A idéia aqui é ao ir ensinando,batizando, indo pela vida com as pessoas, ocristão é chamado a fazer outros discípulos.Há uma ordem: um cristão discípulo de Jesusdeve fazer outro discípulo para Jesus. Não háverdadeiro discípulo em pleno conhecimento daverdade que não faça outro discípulo, poiscaso assim fosse, não seria obediente àúltima.

Aqueles que estão mais avançados noconhecimento do Senhor devem ajudar aquelesque estão mais novos na fé a encontrarem plenarealização, sentido de vida em Jesus Cristo egosto pelo serviço a Deus e ao próximo. Não háobra que seja mais importante do que esta para

a igreja. Nada que a igreja faça deve perderde vista o foco de fazer discípulos.

Jesus não tinha Plano “B”Como Jesus poderia impactar o mundo em

tão pouco tempo? Como poderia implantar estecrescimento exponencial? Ele escolheu umamaneira e colocou todos os seus esforços nestauma maneira que deveria levar à expansãoexponencial de seu reino aqui na terra: Eleescolheu discípulos. Doze improváveis homens oacompanharam durante três anos e meio, sendoeducados, inspirados e treinados pelo Mestredos mestres. Que risco Ele correu! E se estebando de incultos homens, infantes na fé nãotivessem feito o trabalho? O plano de salvaçãoestaria fadado a ser esquecido depois daCruz...

Por que Jesus não investiu em outrosmétodos paralelos por segurança? Por que Elenão tinha plano “A” e plano “B”? Por que searriscou desta maneira?

Na verdade não havia plano “B”. O únicoplano de multiplicação Jesus deixou bem claro:“indo, fazei discípulos de todas as nações,batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e doEspírito Santo; ensinando-os a observar todasas coisas que eu vos tenho mandado...” (cf.Mt. 28:18-20). Os discípulos não deveriam sedispersar em muitos outros métodos eabordagens de expansão do Reino, mas deveriam

se concentrar naquilo que o Mestre escolheucomo sendo o melhor e único plano, primeiro emJerusalém, depois na Judéia, na Samaria e atéos confins da terra.

Na verdade o discipulado não é um métodoapenas, é o fim de todos os métodos, é a ordemúltima de Jesus, é o objetivo que todos osmétodos e atividades que fazemos dentro e forada igreja deveriam alcançar.

Cristianismo sem discipulado:Em algum momento da história o

cristianismo se despediu do discipulado, dadocomo mandamento por Jesus. Em poucasoportunidades ao longo da história um ou outromovimento no cristianismo, se reconectou com odesejo do Mestre e é impressionante: cada vezque algum movimento cristão se dedicou a fazerdiscípulos, sendo assim obediente ao mandadodo Mestre, o Reino de Deus foi expandido demaneira vigorosa. Ao contrário quando estasiniciativas iam sendo institucionalizadas,elas iam perdendo seu vigor novamente, poisiam caindo de volta no trilho medieval.

Um exemplo típico foi o movimentometodista. Ele começou como uma tentativa dereavivar a religião na Igreja da Inglaterra.Os jovens John e Charles Wesley se organizavamem grupos na universidade de Oxford no séculoXVIII. Os grupos eram pequenos o suficientepara que o processo de discipulado ocorresse,

e ali oravam, estudavam a Bíblia e tinham queprestar contas de seu desenvolvimentoespiritual. Cada discípulo era convidado,naquela época, como era costume, quase quecompelido a encontrar-se consigo mesmo e com oMestre. A vida de cada integrante ia setornando mais eficaz no cumprimento dopropósito de Deus. Como resultado final destasdescobertas e da experiência de uma vidaabundante (cf. Jo. 10:10) o serviço e amultiplicação era quase inevitável.

Pouco a pouco ao ir enfrentando aoposição, ao lutar para não se perder aquiloque se havia conquistado, estes grupos iam seinstitucionalizando. Neste processo deproteger aquilo que foi tão importanteenquanto espontâneo e genuíno, os valoresiniciais foram sendo perdidos. Os aspectos degenuinidade e autenticidade sofreram erosão eo processo todo foi sendo engessado em umformato que apenas aqueles que já participamconcordavam em aceitar. Na tentativa deproteger e controlar, para não serdescaracterizado pela espontaneidade einiciativa de cada grupo, o processo dediscipulado dos Wesleys foi igualmentedescaracterizado pela institucionalização.Igrejas foram sendo formadas e o processo dediscipulado tão desejado por Deus e ordenadopor Jesus, caiu no mesmo formato romano.

O processo de discipulado que em ummomento estava aberto para receber aqueles quebuscavam a Deus e fazia todo esforço para serrelevante para o desenvolvimento destessedentos, torna-se, num próximo momento um“comum acordo” entre aqueles que mantêm oprocesso, e o processo se torna apenasrelevante para aqueles que já o receberam emoutra época.

Na tentativa de atingir o máximo depessoas com o processo, agora já em fase deinstitucionalização, aquilo que era interativoe espontâneo, procura se organizar para tingirmuitas pessoas em salas grandes, em ambientesformais, com preleções para aglomeraçõesenormes. O foco do processo em calendários eprogramas toma conta e de novo um movimentocai no trilho do sistema eclesiásticomedieval.

Hoje, ao lado da Abadia de Westminsterexiste a Methodist Hall, que é tão ineficazpara fazer o processo de crescimentoespiritual na vida do individuo como o era aigreja mãe.

A luz que então me foi dada era que estepovo devia estar num nível mais elevado doque qualquer outro povo sobre a face de toda a Terra, que deviam ser um povo leal, um povo que representasse devidamente a verdade. O poder santificador da verdade, revelado em sua vida, devia distingui-los do mundo. Deviam permanecer em dignidade moral, tendo tão íntima ligação com o Céu, que o Senhor Deus de Israel pudesse dar-lhes um lugar na Terra. ERP. 233

Como pudemos como cristianismo em algummomento conceber a idéia de uma religião semdiscipulado? Como pudemos deixar istoacontecer? Como não prestamos atenção quandomilímetro a milímetro fomos sendo atraídos devolta para um sistema que não funciona e nemagrada a Deus? Como pudemos nos afastar daclara ordem de Jesus? Como pudemos instituiruma religião que adora eserve a Deus de umamaneira que não inclui aSua clara ordem: “fazeidiscípulos!” Comoconseguimos escolher serfiéis a uma parte darevelação enquantodeixamos a ordem de Jesusdesvanecer aos poucos?Como permitimosinstitucionalizar ocristianismo em tal grauque não seja maisrelevante nem para asociedade e nem para oindivíduo?

Formatos deadoração, métodos detrabalho diversos einiciativas de serviço aDeus e ao próximo que nãocumprem a ordem dada pelo Mestre não podem

agradar o Seu coração. Religião ritualista,amante da tradição, que explora a superstição,religião que ressalta o uso de Deus e de Suasbênçãos como fim em si mesmas, que enfatiza ostípicos medos humanos levando as pessoas a umadependência mórbida da igreja, é semprereligião pagã. Religião que não consegue fazera leitura da época em que está e não elabora oevangelho para ser relevante para as pessoasdesta época, se torna religião irrelevante.

O afastamento da prática do discipuladoque o cristianismo sofreu em massa iniciou comConstantino, imperador romano. Ele tirou ocristianismo do esconderijo e da ilegalidadepara fazer dele a religião oficial do impérioRomano. Construiu templos frondosos, investiuos pastores de poder e riqueza, garantiu-lhesdestaque social e influência secular. Comprouo direito de, como imperador, elaborar umareligião que tinha a sua cara. Entre asdiversas barbáries sincretistas instituídaspor Constantino, uma delas foi organizar ocristianismo num formato pagão. Culto,organização, sacerdócio, estruturadoutrinária, finanças, direito religioso, tudorecebeu um toque do império romano pagão.

Os séculos se passaram e aqueleselementos pagãos incorporados ao cristianismoforam confirmados e desenvolvidosteologicamente por meio da igreja medieval.Por amor ao poder e dinheiro a igreja tornou-

se um império muito menos comprometido com osensinamentos e jeito de ser bíblicos do quecom a manutenção de uma máquina de podersecular. Tudo o que fazia e ensinava, amaneira como se estruturava tinha comoobjetivo principal fortalecer e desenvolvereste poderio secular. O aplauso dos poderesseculares existentes corrompeu a igreja,tirou-a do foco de se submeter ao poder divinoe transformou-a no principal poder de então. Aorganização se tornou um fim em si mesmo edesviou-se de atender ao mandado de Jesus.Poder e domínio tornaram se o intuitoprimordial enquanto o amor e o serviço foramdestronados.

Durante um longo período da idade dastrevas, o processo libertador “conhecereis averdade e a verdade vos libertará!” foiinterrompido (cf. Jo. 8:32). Este processo queatrai as pessoas a Deus por meio da revelaçãoque Ele mesmo faz de Si, tornando o discípulocada vez mais semelhante ao seu Mestre, foisubstituído pelo ensino de superstições, queao contrário de produzirem libertação, geravamdependência mórbida do sistema igreja.

Até hoje há revolta nos países europeuspelos excessos cometidos naquele então,revolta essa que foi chamada de pós-cristianismo.16 Até hoje, cada pessoa que clamafalar de Deus, tem que se desculpar pelosexcessos que a igreja cometeu em nome de Deus.

Explicar que Deus e o próprio cristianismo nãoé aquilo que os homens fizeram dele é a tarefamais difícil do evangelista naquela área.

Movimentos de reforma e de protestomotivados pelos excessos praticados pelaigreja surgiram com heroísmo e bravura naidade média. Alguns dos líderes destesmovimentos foram mortos e outros perseguidos,alguns por assuntos fundamentais como, porexemplo, Martinho Lutero com a justificaçãopela fé e o princípio “sola scriptura” outrospor assuntos mais periféricos. Todos elestinham uma obra a fazer que na verdade nenhumdeles conseguiu levar a cabo completamente:precisavam romper dramática e completamentecom o modelo de ser igreja da idade média –uma igreja sem discipulado. Tentativas eexperiências foram feitas para formar umaigreja mais eficaz para a expansão do reino deDeus, mas nunca o discipulado como Jesusordenou tornou-se o “modus vivendi” da igrejacomo um todo.

O melhor que uma ou outra igrejaconseguiu foi romper com itens teológico-doutrinários. Algumas igrejas romperam mais,pois queriam se distanciar dos abusos edistorções da idade média, outras romperammenos com os ensinos da igreja romana.

O protestantismo se concentroubasicamente no debate teológico e na rupturacom as propostas teológicas sincréticas do

romanismo. Neste ponto a igreja adventista foia que mais se distanciou da estrutura deensinos romana. Neste ponto é a igreja quemais representa, até hoje, a proposta inicialdo protestantismo.

A maioria das igrejas protestantes, hojechamadas de evangélicas, no entanto, nãoconseguiu romper com o modelo medieval defato, nem na teologia mista de cristianismo epaganismo, nem na prática diária da igrejalocal. Em maior ou menor grau, todas igrejasestruturaram as suas atividades e formato deculto como a igreja pré protestante.

As igrejas não conseguiram se organizar,na prática, de tal maneira que ao longo dotempo, mantivessem as características de ummovimento leigo que tem o foco nodesenvolvimento do crente até “a medida daestatura de Cristo” (cf. Ef. 4:10-16). Pareceque o “protesto” contra a estrutura medievalnunca se ergueu a tal ponto de as igrejasvoltarem às raízes daquilo que Cristo ordenou:“fazei discípulos!”

Algumas igrejas conseguiram em seusinícios estabelecer um modelo muito maispróximo daquilo que Jesus exigiu. Mas aocrescer em número de adeptos, ao seinternacionalizar, sempre se uniam à igrejaaqueles que queriam a familiaridade de ummodelo de igreja já conhecido, mais próximo

daquilo que estavam acostumados e caía-se devolta no trilho e estilo medieval.

Estes movimentos expressaram preocupaçãoe cuidado para que os ensinos bíblicos nãofossem contaminados, mas nunca expressarampreocupação com o formato de funcionamento deuma igreja. Uma fresta foi deixada aberta, eaquilo que mais se queria evitar mais acabouentrando sorrateiramente – a ineficácia eirrelevância da igreja local de se conectarcom a sociedade ao seu redor e ser relevantena proclamação do evangelho, em seu tempo eespaço.

Em suma, não há contradição maior do quecristianismo sem discipulado. Seria a mesmacoisa que dizer “cair para cima” ou que a“água não é molhada”. Estamos no momento, noúltimo momento da história deste mundo e nos éoferecida a última oportunidade para fazermosa diferença neste mundo. Jesus está esperandopara poder voltar e o mundo precisa ouvir averdade, verdade para o nosso tempo, verdadeproclamada com vigor, genuinidade eespontaneidade. Para que isto ocorra,precisamos de discípulos, não membros deigreja... Discípulos treinados, comprometidosem fazer outros discípulos para o MestreJesus!

A Obediência ao mandado de Jesus e oconsequente comprometimento leigo com o mesmomandado trará para a igreja a saúde espiritual

de cada indivíduo, a saúde espiritualcoletiva, bem como o crescimento numérico tãolongamente esperado.

DiscipuladoO que então é discipulado? É simplesmente

o processo em que um cristão mais maduro ecomprometido toma uma pessoa em alguma fase deseu desenvolvimento espiritual e a conduz paraa próxima. Por exemplo, um cristão experienteacompanha uma pessoa que não conhece Jesus e aconduz através das primeiras descobertas deDeus, pelo lançamento do fundamento de sua fé,pelo batismo, pelos primeiros exageros edecepções que experimenta, até ajudá-la adescobrir seus dons e como utilizá-los numministério de serviço para o avanço e aexpansão do reino de Deus.

Isto não acontecequando a igreja cultiva amentalidade de membro. Odesenvolvimento do membronão acontece, e o foco vaise tornando o bem estar do membro ao invés doavançamento do Reino de Deus.

Veja algumas diferenças entre um membrode igreja e um discípulo de Cristo:

Membro Discípulo

Definição de insanidade: fazer as coisas sempre da mesma maneira eesperar resultados

Espera pães e peixes Vai pescarSua luta: crescer Sua luta: reproduzirEspera acontecer Faz acontecerEspera ser servido Ousa servirGosta de afago pastoral Gosta de treinamento

pastoralEntrega parte de seus rendimentos

Entrega a vida e o que Deus pedir

Quer se sentir bem Quer fazer outros sentiremo poder

Tende a cair na rotina Vive uma vida de aventura espiritual

Espera que lhe dêem uma tarefa

Busca tarefas e faz acontecer

Murmura e reclama Obedece, se necessário se sacrifica

Versículo preferido: Mt. 11:28

Versículo preferido: Mt. 11:29

É condicionado pelas circunstâncias

É condicionado pela própria decisão

Reclama que ninguém o visita

Se dispõe a visitar os queprecisam

Está disposto a somar Está disposto a multiplicar

Visão: Os membros do século 21 estão transtornados pelo mundo

Visão: Os discípulos do século 21 transtornarão o mundo

É forte como soldado na trincheira

É forte como soldado invasor

Cuida das estacas de sua tenda

Amplia a área de sua tenda

Estabelece hábitos Rompe moldesSonha e exige uma igreja ideal

Faz o seu melhor pela igreja real

Meta: ganhar o Céu Meta: ganhar outros para oCéu

Quando maduro, se torna discípulo

Quando maduro, vive seu ministério

Assiste à pregação do Evangelho

Prega e faz discípulos para Jesus

Gosta de campanhas Vive em campanhasEspera um reavivamento É parte do reavivamentoEspera que a vida o trate bem

Está preparado para a cruz

Palavra preferida: "Tomara!"

Expressão preferida: "Eis-me aqui!"

É valioso É indispensável

Discipulado não é uma ação espasmódica deum momento ou período reduzido, não é algo quese possa fazer sem envolvimento completo davida, e não é algo que acontece por si mesmoou por acaso. Intencionalidade é necessária,comprometimento e envolvimentoimprescindíveis.

O discipulado não pode ter a sua ênfaseprimeira na igreja e suas necessidadesinstitucionais de crescimento. Se o olhar sevoltar para os números e relatórios daorganização chamada igreja, o processo dediscipulado torna-se simultaneamente oprocesso de institucionalização assassino daespontaneidade e genuinidade discutidasanteriormente. Se isto ocorre, o discípulo nãosente que o interesse está centralizado em seudesenvolvimento e no desejo de vê-loincorporado na igreja e no reino de Deus, elese sente usado, como ele se sente usado em

qualquer outra organização interesseira queele conheça.

O discipulado não pode ser apenas umprograma oferecido pela igreja. No entantopode ser um programa na igreja local, se estaresistir à tentação de friamenteinstitucionalizar o processo e mantiver ofrescor dos relacionamentos espontâneos – umdiscípulo mais experiente auxiliando nocrescimento de um discípulo mais novo na fé.

O discipulado precisa ser um processo decrescimento. O discípulo passa por algumasfases no processo de descoberta de Deus pelaPalavra e pela prática: encontro com Deus,fortalecimento do relacionamento, batismo,crescimento em Cristo, comprometimento comDeus e Sua causa, treinamento para melhorservir segundo seus dons, aprofundamento noconhecimento de Deus e do serviço, serviçoexperimental e prático e exercício de seuministério pessoal.

Enquanto o discípulo aprende por meio deum processo, o discipulador se dedica a estapessoa como se fosse um filho, conduzindo-opor um processo de amizade e alvos claros paraa maturação em Cristo. O alvo e medida damaturidade traduzida em bom relacionamento comDeus, consigo mesmo e com o próximo e serviçodesinteressado.

Discipulado é oprocesso de instruir, Deus deu a cada

um de Seus mensageiros uma obra individual.

inspirar, capacitar, equipar e treinar pessoasno caminho da salvação em Jesus. Este processoatinge os dois lados, o discípulo e odiscipulador. Ambos entram em um processo queacelera o seu desenvolvimento, do discípulo emsua perspectiva e necessidade de crescimento,bem como do discipulador que no momento em quese encontra em seu desenvolvimento precisadesta experiência para que se aproxime destamedida da estatura de Cristo.

Em todas as dimensões da vida é o mesmo:há momentos em que alguém cuida de nós; numpróximo momento passamos cuidar de nós mesmose num momento posterior passarmos a cuidar denós e de outros. Parece que a vida nos ensinapara cada vez mais servirmos e cuidarmos deoutros – é o mesmo com o discipulado.

O discipulado atinge sempre os dois ladosenvolvidos no processo – discípulo ediscipulador, assim como os pais aprendemmuito ao ensinarem os filhos.

O discipulado verdadeiro mantém o mesmofrescor e espontaneidade de um relacionamentopai e filho. Este relacionamento manifestainteresse genuíno no desenvolvimento para asalvação. Não há desnível no relacionamento –do tipo “eu sei e você não sabe,” e não háglórias humanas nem aplauso, pois quemaplaudiria um relacionamento por ser genuíno?O aplauso vem depois quando o pai olha paratrás e vê os resultados de seu empenho e

sacrifício. O filho olha para trás e vê duascoisas: gratidão por que alguém o acompanhouem sua jornada, guiando os passos trôpegos atéque conseguisse andar por si e vê um modelodigno a ser seguido naquele que o guiou.

Qualquer organização que lide com sereshumanos e que queira fazê-lo com excelência,ordem e decência (cf. 1 Co. 14:40) precisacriar estímulo, espaço e estrutura para quesejam as pessoas a ela ligadas sejamtreinadas, capacitadas e motivadas,principalmente quando esta é a missãoprincipal desta organização.

No caso da organização chamada igreja, aigreja precisa entender a sua naturezaprimeira: igreja são as pessoas que a compõe enão uma instituição como pessoa jurídica.Compreendendo esta natureza, a igreja devecriar espaço, estímulos e estrutura para queaqueles que a compõe sejam discipuladores ediscípulos.

O presente livro pretende principalmenteinstrumentalizar os líderes da igrejacapacitando-os para tanto organizar a igrejapara um discipulado eficaz, bem como paratornar os membros mais maduros em líderesservidores, capacitadores, em sumadiscipuladores.

Qualquer conceito de discipulado precisasempre ser analisadoà luz da compreensãoda Revelação de Deuse da natureza do serhumano e da igreja.Sem entender estasdimensões corremos orisco de tratar doassunto comsuperficialidade.Podermos cair natentação de ir doextremo de tratar aigreja como umaempresa e os seus membros como merosfuncionários ou ao outro extremo de nos vermosapenas como uma fraternidade informal e semorganização unificada para o avanço.

A Natureza do Ser Humano

Ser humano completo, integral

O que é Ser Humano? Qual a sua natureza?É adequado discipular ou treinar uma pessoa?

O que vai despertar o povo do tempo do fim paraa pregação do evangelho? A chuva serôdia? O derramamento final do Santo Espírito de Deus? Não! Este será dado apenas àqueles que desde agora organizam a vida conforme a Palavra. O quedespertará a igreja é a obediência à Palavra hoje. Há pessoas que acham que tem que sentir a necessidade para então

Será que o desenvolvimento de pessoas fazparte da missão da igreja?

Aqui não podemos entrar em todas asdimensões do ser humano. Durante toda históriafilósofos, psicólogos, antropólogos,sociólogos, etc. têm tentado defini-lo e háconhecimento vasto à disposição, que nãoqueremos abordar aqui. Por isso abordaremosapenas alguns pontos que contribuirão para acompreensão melhor do assunto aqui tratado.

O ser humano é uma obra de arte dinâmicae em constante movimento. Deus criou o serhumano e o fez como um ser em constantedesenvolvimento e transformação. Certofilósofo grego disse: “não é possível umapessoa tomar banho duas vezes em um rio!Primeiro, por que a água do rio não será maisa mesma e segundo, por que o ser humano nãoserá mais o mesmo.”

Uma compreensão de um ser humanoestático, mecânico procede de outras fileirasfilosóficas. A idéia de que o ser humano é oque é, como se algo determinasse que assim eleé, sem possibilidades de mudar, não pertence àcompreensão bíblico cristã do ser humano.

Um raciocínio fatalista e determinista seinstalou na igreja: “aquela pessoa tem fé, eunão tenho!” Como se estivesse predestinado demaneira imutável o fato de uma pessoa ter fé eoutra não, uma ter coragem e outra sermedrosa, uma pessoa ser amorosa e a outra não

e ponto final. Como se não houvesse umprocesso de crescimento que Deus estáprocedendo na vida de cada um que se entrega aEle...

Não é assim e não pode ser assim. Cadapessoa deve se desenvolver e se tornar aquiloque Deus a está chamando para ser. Veja ostextos bíblicos que falam sobre crescimento:II Pedro 3:17-18 “Vós, portanto, amados,sabendo isto de antemão, guardai-vos de quepelo engano dos homens perversos sejaisjuntamente arrebatados, e descaiais da vossafirmeza; antes cresceina graça e noconhecimento de nossoSenhor e Salvador JesusCristo.” E este: I Pedro2:1-3 “Deixando, pois,toda a malícia, todo oengano, e fingimentos, einvejas, e toda amaledicência, desejaicomo meninos recém-nascidos, o puro leiteespiritual, a fim de porele crescerdes para asalvação, se é que jáprovastes que o Senhor ébom; sempre devemos,irmãos, dar graças aDeus por vós, como é

Meu Pai é o Lavrador.Toda a vara em Mim, que não dá fruto, a tira. João 15:1 e 2. Conquanto o enxerto esteja externamente unido à videira, podenão haver nenhuma ligação vital. Então não haverá crescimento ou fertilidade. Assim pode haver uma aparente conexão com Cristo, sem uma real união com Ele pela fé. Uma profissão de religião introduz os homens na igreja, maso caráter e a condutamostram se eles se acham em ligação com Cristo. Se não dão frutos, são falsas

justo, porque a vossa fé cresce muitíssimo e oamor de cada um de vós transborda de uns paracom os outros.

O próprio incentivo da Bíblia para asantificação é um incentivo para o crescimentoconstante que cada ser humano deve empreenderem sua vida. Veja a ênfase de Hebreus 12:14“Segui a paz com todos, e a santificação, sema qual ninguém verá o Senhor...” O ser humanofoi feito para se desenvolver e crescer emtudo aquilo que ele puder e for chamado eguiado por Deus para crescer.

Se o ser humano pode e deve crescer, seele foi criado para se desenvolverconstantemente, como Deus mesmo ordenou:“crescei e multiplicai...!” (cf. Gn. 1:22),qualquer manifestação contrária não faz partedo plano de Deus.

Crescimento espiritual real, se expressaem frutos visíveis: em sabedoria de vida, emrelacionamentos equilibrados, em serviço deamor a Deus e ao próximo. Como são estesfrutos de uma vida em franco crescimento? Comoposso produzi-los? Posso ver se minha vida éeficaz por meio dos frutos que ela produz?

Os Frutos“Permanecei em mim e eu permanecerei em

vós.” Jo. 15:4. Não podemos dar frutos por nósmesmos. A não ser que estejamos ligados à

videira, não haverá a seiva vivificante paraque o ramo dê frutos.

Jesus insiste que o ramo, uma vezinserido na videira “dá muito fruto” Jo. 15:5.Não há um “se” na construção da frase. Aconclusão é simples: se você como ramo estáinserido na videira, você dará muito fruto. Sevocê não der fruto, é por que você como ramonão está inserido na videira. A afirmação éclara: “sem Mim, nada podeis fazer!” ParaJesus não existe membro de igreja inativo,existe discípulo ou não discípulo, ramoinserido na videira ou ramo seco que seráqueimado (cf. Mt. 12:30).

Não sei se outros vêem o dar frutos e oconseqüente crescimento com a mesma seriedadecomo é vista aqui. É este um assunto desalvação? Podemos ser salvos apenas se dermosfrutos? Sim e não! Como causa da salvação não!Como diagnóstico de que está conectado àvideira e conseqüentemente salvo, sim!Explico!

Jesus elabora um axioma teológico aqui.Não se trata de salvação pelas obras, mas osfrutos como um diagnóstico se o ramo está ounão inserido na videira, como diagnóstico daexistência da salvação. Estamos falando dosfrutos de uma vida, não como a causa dasalvação, mas como diagnóstico da solda doramo com a videira. Os frutos são a evidênciade que o enxerto pegou.

É assunto desalvação? Claro!!! Ocrescimento qualitativo(salvação em Jesus Cristo)como a única condição ecomo diagnóstico da própria salvação. Comopoderíamos diagnosticar a salvação? Existe umredentômetro? Medimos a salvação apenas numcaráter reto? E se este caráter reto forestático e não apresentar a dinâmica dasalvação, o movimento da santificação? E seeste caráter não se importar em passar a suasalvação para outros corações?

Um caráter não é reto, por mais moral queele seja, por mais correto que seja se ele nãose importar com outras pessoas para querecebam o mesmo Salvador que lhe transformoueste caráter em um caráter reto.

Que frutos são estes que daremos, uma vezinseridos na videira? Um enxerto da vide, umavez inserido na base da videira, produz uvaspois ambos, a base e o enxerto são da mesmanatureza. Um enxerto de maçã vaiinevitavelmente produzir maçãs. Um enxerto deum pecador em busca contínua de crescimento nasalvação (cf. Fp. 2:12), inserido sobre a baseque é seu Mestre e doador da salvação: Jesus,precisa produzir frutos desta mesma natureza.Este enxerto vai produzir os frutos que Jesusproduziu: mais pecadores em busca contínua de

O segredo do êxito está na união do poder divino com o esforço humano. PP, 509

crescimento na salvação, inseridos na base queé Jesus, doador desta salvação.

O Crescimento de qualidade salvífica,precisa trazer consigo o crescimento dequantidade salvífica. Que perigos estãocorrendo aqueles que não dão ‘muito fruto’?Estão na igreja e o diagnóstico divino é:“vocês não estão inseridos na videira e serãojuntados e lançados no fogo!” Isto não éjulgamento humano, é declaração divina!Avaliando por este critério, quantos dosprofessos cristãos serão juntados e lançadosno fogo?

Você percebe que Deus está interessado emsua inserção na videira, Ele se alegra com osfrutos como resultado de uma vara sorvendo aseiva divina uma vez inserida na base.

Deus está altamente interessado naqualidade de vida cristã de uma pessoa, masestá igualmente interessado na quantidade depessoas com qualidade de vida cristã.Apocalipse 14:6, a primeira das três mensagensangélicas apresenta o evangelho eterno, deveser pregado “aos que habitam sobre a terra, ea toda nação, e tribo, e língua e povo.” Nãose trata aqui de quantidade? Mas a qualidadenão deve ser negligenciada: o Evangelho Eternodeve ser pregado – que no resultado final devetrazer qualidade no caráter daqueles que oaceitam.

Cada pessoa foi criada por Deus para quevoltasse às Suas mãos de amor. Todos quealguma vez pisaram sobre a face desta Terra,foram predestinados para passar a vida eternacom o Pai. O Pai não economizou esforços paraque Seus filhos encontrassem o caminho dareconciliação. Se fosse possível Deus gostariade ter todos juntos com Ele durante aeternidade. Se apenas Seus filhos entendessemeste plano...

A igreja é o instrumento que Deusutilizou e está utilizando para cumprir a Suavontade. Qual é a Sua vontade? “...não é davontade de vosso Pai que está nos céus, quevenha a perecer um só destes pequeninos.” Mt.18:14. Em outras palavras é vontade de Deusque todos os Seus pequeninos se salvem!

Quero ir mais além. Como Adventistastemos exaltado os mandamentos de Deus e oSábado, e fazemos bem pois é a Palavrarevelada de Deus. Mas é tão vontade de Deus emSua Palavra revelada que todos quantos queiramsejam salvos. É também tão vontade de Deus emSua Palavra revelada que preguemos e levemos aSua igreja a crescer em número e em santidade.

Mateus 7:21 nos diz que “Nem todo o queme diz: Senhor, Senhor! entrará no reino doscéus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai,que está nos céus.” Como ousamos escolhersatisfazer a vontade de Deus em um aspecto e onegligenciamos em outro? Como podemos decidir

guardar os Dez Mandamentos e negligenciar omandamento de ser e fazer discípulos?

Em João 15 Jesus aborda a maneira como osmuitos frutos virão. A condição paracrescimento quantitativo é o qualitativo e emoutros trechos descobriremos como oquantitativo coopera com o qualitativo.

Fred H. Smith afirma que não hácrescimento de igreja que excluam ocrescimento qualitativo ou o quantitativo.17

Quando a Bíblia fala de crescimento de igrejaela contempla ambos os aspectos docrescimento.

A Natureza da Igreja

O que é a igreja? Qual a sua natureza? Éadequado fazer treinamento na igreja? Será queo treinamento de membros faz parte da missãoda igreja?

A seguir um breve estudo sobre a naturezada igreja e as implicações que isto tem sobreo treinamento.

Igreja na BíbliaO termo igreja não aparece no Antigo

Testamento (AT) na Bíblia em Português.18 No

Novo Testamento (NT) a palavra utilizada nogrego para Igreja é ekklesia que vem dapreposição ek = ‘para fora de’ e Kaleo =‘chamar’.19 Chamar para fora seria o melhorsentido para a palavra igreja, sentido esteque daria muito material para estudo, porexemplo: a igreja não foi chamada para ficarocupada consigo mesma, mas para sair eexecutar fora dela a missão que é o motivo desua existência ou ainda a igreja foi enviadapara chamar um povo para fora de algum lugarou atividade.

O termo geral ekklesia significa ‘chamarpessoas para um lugar público’ é traduzidocomo igreja, reunião de crentes como em I Co1:2; 12:28; II Co 1:1; Gl 1:2; I Ts 1:1, bemcomo era para uma assembléia comum como em At19:32, 39 e 41.

A Septuaginta usa a palavra ekklesia comotradução do termo hebraico qâhâl tendosignificado de congregação, assembléia ououtro corpo organizado. No NT é principalmenteutilizado por Paulo.

Igreja: um Corpo VivoA igreja é considerada um órgão vivo,

como um corpo. Não estamos falando aqui dotemplo de adoração, estamos falando da soma eunião de irmãos numa cidade, estado, país, eno mundo. Esta coletividade forma um organismoespiritual complexo que a Bíblia chama de

igreja. Este organismo, em sua natureza humanapode adoecer e morrer. Pode ser curado elevado à plena saúde20 quando há vontadecoletiva.

Estes irmãos em tempo de bonança estarãose reunindo em templos e casas de oração dediferentes estilos e construções e estarão seorganizando em estruturas institucionais paramelhor organizar-se para o cumprimento damissão a ela confiada.

Esta mesma igreja, pode em tempos deperseguição existir de maneira diferente. Podese reunir na casa de alguém, debaixo de umaárvore, nos bosques ou nas montanhas.

Este corpo vivo, do qual Cristo é acabeça, tem uma natureza divino-humana.Explico: a) Natureza divina: Aquilo que Deusfaz é perfeito. Tudo o que é bom e perfeitovem de Deus Tg. 1:17. As iniciativas e açõespara a salvação vêm todas de Deus. A segurançaque vem de Sua imutabilidade (Ml. 3:6), aforça que vem de Sua Palavra (Jo. 8:32) e dopoder do Amor (Ct. 8:6), que é a maiortradução da pessoa de Deus (I Jo. 4:7-8) emais dezenas de coisas que sabemos e outrascentenas e milhares de coisas que não sabemossobre bondade e grandiosidade de Deus. b)Natureza humana: é aquilo de imperfeito,limitado e finito que fazemos e às vezesprecisamos fazer para ter um mínimo sentido deordem. Criamos estruturas e leis para não

sucumbirmos ao caos que é tão típico onde hámuita gente reunida e cada um tem os mesmosdireitos.

A igreja não éinvenção de homens,tanto que a Bíbliaa chama de igrejade Deus (I Ti.3:15). A Bíbliainsiste que nãodeixemos episunagǒgĕ(congregar-se,juntar-se) – note que o termo vem de sinagoga:o chamado é para que não deixemos de“sinagogar” ou de “igrejar”.

Por que a igreja é tão importante? Porque simplesmente não ceder ao apelo de algunsadesivos de carros: “Jesus sim, igreja não!”?Qual o plano de Deus com a igreja que é tãoimportante para nós? Por que temos necessidadee dever de nos congregar? Qual é a função daigreja?

O pano de fundo para a compreensão detodas as doutrinas, inclusive a da igreja, é oGrande Conflito entre o bem e o mal.

Estudaremos a natureza e função da igrejanum escopo que leve em consideração o conflitocósmico entre Jesus e Satanás.

No contexto do tempo do fim, e da últimapregação do evangelho eterno Ap. 14:7 diz que“é chegada a hora do Seu juízo...” O que é

Nós seres humanos não temos muita noção como ser plenamente justos e ao mesmotempo plenamente cheios de amor. Em nossa experiência ou tendemos para um lado ou para outro. Em Deus a plenitude de ambos chega ao pico máximo.

aqui? Deus julga ou está sendo julgado? Seráque a idéia do julgamento de Deus é estranha àBíblia? Quem seria capaz de julgar a Deus?Rm. 3:4 – tirado de Sl. 51:4 nos afirma quevai haver um julgamento

Deus está sendo julgado em Seujulgamento. O Juízo pré-advento está em plenoandamento no santuário celestial desde 1844.Os mundos não caídos, os anjos caídos e nãocaídos, bem como todo o nosso mundo, queremver se em Deus se encontram ambos: amor ejustiça.

Para cada pessoa em julgamento, Deus estásendo a Sua mais pura essência (Ele nãoconsegue deixar de ser amor), exercido emforma de graça e misericórdia para com asituação que envolve aquela existência. Aomesmo tempo e na mesma Pessoa divina, ajustiça se cumpre de maneira plena e perfeita(Sl. 89:14; 97:2).

Como os anjos caídos e não caídos estãojulgando a Deus? Como podem eles conferir queDeus é o que Ele mesmo sempre afirmou de Simesmo? Qual é o elemento aferidor?

1) A vida de Jesus Cristo!2) A Cruz sucedida da

ressurreição!3) A vida dos seguidores de

Cristo!

Deus está altamente interessado em filhos e filhas que mostrem quem Ele é em e atravésde suas vidas.

Em Ef. 3:8-12 é mostrada todaresponsabilidade da igreja diante dos poderesdo bem e do mal. Em Rm. 16:19-20 diz qual vai

ser a conseqüênciade não fazermos avontade de Deus. EmMt. 7:21-23 Jesusdeclara toda aconseqüência decarregar o nome deCristão sem viver opoder de Jesus IITm. 3:5. Nopastorado o melhor

que vão fazer é “se introduzir pelas casas,levando cativas mulheres néscias, carregadasde pecados, levadas de várias concupiscências,sempre aprendendo, mas nunca conseguindochegar ao pleno conhecimento da verdade...” IITm. 3:6-7.

Como Jesus podeesmagar Satanásdebaixo de nossospés? Como Ele podereivindicar o seucaráter? Mt. 5:16“...deixem vossa luzbrilhar...” Paraque? “...para quevejam...”

Em uma família você pode vercomo são tanto marido como mulher, pelo grau de confiança que existe entre os membros desta família. Namesma proporção de nossa confiança em Deus, o Seu caráter é demonstrado diantedos poderes da luz e das trevas. “Sem fé (confiança) é impossível agradar a Deus”. Hb 11:6

“Cada igreja deve ser uma escola prática para obreiroscristãos.” Seus membros devem aprender como dar estudos bíblicos, como dirigir e dar aulas na escola sabatina, bem como ajudar ao pobre e cuidar do enfermo e como trabalhar em prol dos inconversos.”Deveria haver escolas de saúde (higiene), escolas de culinária e aulas nos diversos ramos da obra de auxílio cristão.” EGW, SC, 75 e 76.

No final, quando estivermos nos 1000anos, nenhum dos fiéis súditos vai ficar comdúvidas sobre o caráter de Deus. Todos vãoentender que na vida de cada ser humano desdeo início deste mundo todas as chances foramoferecidas, e que cada um teve oportunidadesdiversas para escolher ao lado de Deus (mesmoentre as nações pagãs).

Com este entendimento de igreja, inseridano meio de um conflito, tendo que cumprir umpapel elevado, precisamos levar a igreja aviver uma vida em constante santificação noser e no fazer.

Santificação no Ser e no FazerA Igreja Adventista do Sétimo Dia

escolheu em algum momento perseguir modelos depiedade e santificação estabelecidosanteriormente em outros movimentos religiososna história. Esta piedade vem em grande partedo pietismo da Alemanha central, transportadae vivida em diferentes cores e matizes (semperder o cerne) e através do puritanismo quese instalou na América do Norte.

Nossos pioneiros viviam imersos nesteambiente e carregaram esta maneira de viver asantificação para todos os cantos da terra. Asorientações do Espírito da Revelação mostraramum equilíbrio entre a santificação do ser e dofazer, naverdade, ali nemera feito estadivisão que oraapresento. Não hácrítica naquiloque os nossospioneirosfizeram, apenasnaquilo quedeixaram deenfatizar e amaneira comoenfatizaram.

Com o evangelho adventista tendo sidotrazido por alemães vindos em grande parte dageografia do pietismo alemão, e por americanosvindos da nova Inglaterra onde o puritanismotomou forma americana, marcaram o Adventismobrasileiro com sua influência.

Por isso procuramos resgatar aqui as duasformas de piedade, ou seja, de expressãoprática de nossa religião.

a. Santificação no ser: se refere a umareforma no caráter que se manifesta em estilode vida. 1) nos hábitos devocionais e

“Cristo quer que seus ministros sejam educadores da igreja no trabalho evangelístico. Eles devem ensinar o povo como procurar esalvar o perdido.“Mas é este o trabalho que estão fazendo? Que pena! Quantos estão se empenhando emacender uma faísca de vida em igrejas que estão à beira da morte!“Quantas igrejas mais se parecem com ovelhas doentes...” EGW, DTN, 825.

relacionamento com Deus – de onde vem a forçapara as demais coisas. 2) reforma nosrelacionamentos – um cristão tem que ser umespecialista em bom relacionamento. 3) reformanos desejos do coração que se mostram noexterior por meio da simplicidade, humildade eserviço (vestuário, adereços e enfeites,alimentação, aparência pessoal, moral).

b. Santificação no fazer: poucoenfatizado por palavra e exemplo na instruçãopré-batismal, de novos conversos e mesmo navida diária da igreja. Refere-se à reforma nas

disposições básicas docoração que levam à ação porJesus Cristo. 1) abandono domedo. 2) aquisição da audáciae intrepidez típica da igrejaprimitiva. 3) coragem quesonha e empreende coisas parao Reino de Deus, que só pode

proceder de uma vontade santificada. 4)Confiança em Deus de tal maneira que o justoviverá pela fé, agindo por Deus e pelo Seureino e deixando que Deus supra as nossasnecessidade (Mt. 6:32; 1 Pe. 5:7).

Segundo Tiago 2:26, a fé sem obras émorta. Na vida de Jesus vimos o exemplo de umafé viva, marcada pelo serviço desinteressado aoutros e a Deus. Precisamos alinhar asantificação no ser como no fazer para que afé seja viva e completa. Jesus se refere à fé

A pregação está para uma fé sadia (cf. Rm. 10:17) assim como o treinamento estápara as boas obras.

completa, expressa em serviço e bomrelacionamento, como Ele a praticou quando Elepergunta: “Contudo quando vier o Filho dohomem, porventura achará fé na terra?” (cf.Lc. 18:8). A Jornada Espiritual de cada Cristão

Não há como entendermos santificação,desenvolvimento da vida cristã e o que odiscipulado tem a ver com isto, se nãoentendermos o conceito da jornada espiritualque todos estamos vivendo.

Cada cristão está em alguma fase dedesenvolvimento. O jovem recém vindo do mundo,precisa entender o evangelho em suaprofundidade. O ancião que lidera a igrejaprecisa entender a falibilidade humana etratar as falhas das pessoas com misericórdiae correção em amor. A mulher de um maridodescrente tem que aprender como suportar ascontradições de sua situação e mesmo assim serfiel.

Como tudo na vida, também odesenvolvimento de um cristão se dá em fases.Uma sucessão de eventos e influências marca avida como um todo.21 Abaixo comparamos as fasessucessivas da vida com as fases que Clinton

estabelece no desenvolvimento de um líder.

Figura 6

Clinton estudou a vida de 70 líderes eque fases estes líderes passaram. Eledescobriu as seis fases acima. Entender aseqüência destas fases e submeter-se comatitude positiva e consciente à direção deDeus permite com que este processo seja o maiseficaz possível e seus efeitos os maisduradouros e profundos na vida do cristão.

As fases vão se sucedendo na vida daspessoas e elas precisam ser guiadas de umafase para a próxima. Quando negligenciamoscertas lições de uma fase, passamos para aoutra, mas ficamos devendo estas lições. Nãose pode fazer lição 5 e 6 sem ter feito 1, 2,3 e 4. Quando insistimos em não cedermos aosapelos do Espírito para cumprirmos com aslições de cada fase, enfrentamos crisesdesnecessárias e retardamos a passagem para apróxima fase.

Fases do Desenvolvimento da Espiritualidade

M. Scott Peck afirma que as pessoas semovem por quatro fases em sua jornadaespiritual. Ele afirma: “Assim como existemfases discerníveis no desenvolvimento físico epsicológico do ser humano assim também háfases no crescimento espiritual.”22 Como base

para o raciocínio a seguir as fases são:Anomia, legalista, decepção e maturidade.

1) Anomia: fase em que a pessoa não quersaber de Deus ou tem uma percepção vaga oumodística de Deus e da religião. O centro desua vida continua sendo o EU. Qualquer coisaque possa cooperar para a satisfação deste EU,pode ser aceita, mas não toca e nem transformao EU.

Ao andar sem a Luz em sua vida (cf. Sl.119:105) tropeça na vida machucando a si mesmoe a outros. A culpa e o pecado vão se

acumulando prejudicando o bom funcionamentodas engrenagens da vida e dos relacionamentos.Certo cansaço vai se acumulando pelo caos quevai se estabelecendo pelorastro de feridas deixadasatrás de si. Aqui podecomeçar uma transição.

O pecador percebe quetem algo de errado, masnão sabe o que é, e namaioria dos casos nem quersaber. Até que Deus, pormeio daquela constante epersistente açãomisteriosa que obra em nosso ser alcança ocoração e fornece uma perspectiva. Em ummomento quase como de parto, em um choqueentre o desespero e a esperança, Deus serevela e aquilo que antes não fazia sentidoagora se torna o mais profundo desejo docoração. A boa semente caiu em solo bom.

2) Fase Legalista: A pessoa se rende aDeus e inicia sua jornada com Deus, numrelacionamento pessoal, bem como com Suaigreja – instrumento utilizado paradesenvolver os cristãos em sua caminhadaespiritual.

A pessoa reconhece pelo estudo da Bíbliaque foi criada por Deus e apenas funciona bemse submeter-se às leis para as quais foicriada. O cansaço de uma vida sem a ordem de

Desde o princípio tem sido plano de Deus que através de Sua igreja seja refletida para o mundo Sua plenitude e suficiência. Aos membros da igreja, aquem Ele chamou das trevas para Sua maravilhosa luz, compete manifestar

Deus havia se manifestado com tamanha fúria eintensidade que o descanso em Deus parece oinício da própria eternidade e do céu. As leise mandamentos do Senhor são inscritas em seucoração e passam a ser o seu prazer.

Este contraste gritante tende a conduziro converso por expectativas irreais a respeitoda natureza da igreja e do poder do pecadosobre o ser humano. Quando bem preparadosentendem a luta entre a natureza espiritual ea natureza carnal em seu coração, mas tende aficar num nível teórico. A percepção darealidade cristã se dá apenas por meio daexperiência guiada e calibrada pela Palavra.Aqui inicia uma nova transição.

3) Fase da Decepção: Ao passar o tempo eexperiências vão sendo feitas novas percepçõesentram em vigor. Irmãos são observados edepois das primeiras experiências com Deus,uma pergunta começa a dirigir a vida docrente: “como é a vida de um cristão que vivehá muito tempo com Deus?” ou outra: “deixa euver o efeito de viver a vida cristã na vida dealguém que anda com Cristo há mais tempo...Será que eu quero isto para minha vida?”

A decepção está aguardando. A trombadaentre expectativas elevadas e a dura realidadeda falibilidade humana é inevitável. Nãopoucas vezes esta experiência capota a fé denovos crentes.

Pouco a pouco vai observando os defeitosdos irmãos, de líderes, da igreja e se apessoa tem uma visão um pouco mais ampla vê osdefeitos da organização como um todo. Como seisto não bastasse, se o crente for honestoconsigo mesmo e não deixar se ofuscar peloperfeccionismo, vê suas próprias lutas ederrotas, e o castelo de sonhos cai. A ilusãodá lugar ao real, a expectativa dá lugar aofatual.

Nesta fase o crente se torna ácido, osseus olhos parece que se abrem para o defeito.Alguns passam a não enxergar mais nada a nãoser os defeitos. Não demora muito a atitude deimpotência para mudar o sistema, bem como acrítica se instalam minando as forçasespirituais que sustentavam a vida. Asdisciplinas espirituais são negligenciadas.

É nesta fase que alguns querem controlare supervisionar para terem a percepção que ascoisas não estão fora de rumo – como se o seurumo fosse melhor do que o rumo que outrosdão... Outros desistem de lutar nesta fase,quando percebem as sucessivas derrotas quesofrem.

Há uma tendência de se estagnar nestafase que é cognominada de fase da areiamovediça. Muitos que caem nesta fase perdem ovigor espiritual e se permanecem na igreja,ficam ali como membros e desistem de progredirem seu discipulado.

Por ser uma fase na qual o crente não écooperativo com a igreja, tende a se tornardesagradável e acontece com pessoas que jáestão um bom tempo na igreja muitosnegligenciam e ou descriminam, deixando-omarginalizado. O tecido social da igreja nãoestá preparado para pessoas assim e muitasvezes este tecido é preparado para não aceitara influência “deste tipo de gente”.

A situação piora por que o próprio crenteque passa por esta fase e a torna visível paraoutros (não esquecendo que todos passam poresta fase e nem todos a tornam visível) setornam céticos e cínicos e têm dificuldades deaceitar ajuda.

Num pragmatismo doentio que se implantouem meio ao cristianismo “você é ou não é”algo, ninguém permite o desenvolvimento de umprocesso. Tanto por parte da igreja como porparte do crente que passa por esta fase hádesconfianças. “A igreja não muda” diz ocrente decepcionado. “Ninguém consegue mudaralguém!” diz a igreja.

É mandatória nesta fase a atençãopastoral, aproximação pessoal, baixar armasdos dois lados e trazer o indivíduo paradentro da rede de afeto e atenção da igrejanovamente, explicando-lhe a fase pela qualestá passando e que há possibilidades enecessidade de crescimento.

É necessário ajuda para entrar na próximafase de transição.

4) Fase da Maturidade: Aqui o crente jápassou pelas fases mais difíceis e começa adesfrutar com equilíbrio e grandeza a sua vidacom Deus.

Nesta fase o cristão sabe que as coisasnão são perfeitas, também não tenta usar a leicomo ferramenta para arrumar o que estáerrado, não precisa mais criticar, poispercebe a falibilidade de tudo inclusive de simesmo, aprende a se importar com as pessoas ecom Deus em sua vida.

É a fase do serviço maduro. O crente sabeservir e entende que faz bem para as trêspartes: Deus, a si mesmo e ao próximo (cf.artigos complementares: RelacionamentosMarcados pelo Amor). É a fase na qual conheceos seus dons e sabe utilizá-los.

Suporta a falibilidade humana em suasdiversas manifestações (incluindo a críticadaqueles a quem está ajudando). Não é que estecrente não se fira ou reaja fortemente aosabusos que sofre ao tentar servir, pelocontrário, sabe se impor e colocar limitesmesmo estando ferido.

Ele aprende a ver a imagem maior. Com osolhos fixos no grande conflito entre o bem e omal e a volta de Jesus tem motivos e motivaçãosuficientes para seguir avante em seu serviçoa Deus e ao próximo. Não precisa de

reconhecimento e muito menos aplauso. Sabelidar com a crítica e com o elogio sem perdera sua comunhão íntima com Deus e com a suaigreja.

De forma nenhuma esta fase deve serconfundida com a fase de um “super-cristão”,pois ainda e sempre está sujeito à queda e aoretrocesso

Fenômeno CíclicoParece que na experiência cristã não

existe a linha de chegada. Aquele que está empé, cuide para que não caia, como diz Paulo(cf. 1 Co. 10:12). O processo de santificaçãoantes parece nos levar em forma espiral porestas fases de maneira circunstancial (cf.figura abaixo). Aqueles que são maisproativos, estarão menos sujeitos aossolavancos e guinadas na sucessão destas fasesem repetição helicoidal.

Os altos e baixos não perdoam ninguém. Asrecaídas naqueles pontos que já vencemos emCristo parece ser nosso quinhão.

Quando pensamos que estamos intocáveispelas fases já vencidas, Deus providenciaexperiências por meio das quais temos querenovadamente aprender a lidar com estas“fases já vencidas”.

Parece que todos temos que chegar àconclusão à qual Paulo foi conduzido em suaexperiência: “a minha graça te basta, por queo poder se aperfeiçoa na fraqueza!” (cf. 2 Co.12:9).

Há cristãos que desanimam com a constanteluta que não quer cessar. Novamente evocoPaulo: “estou plenamente certo, de que Aqueleque em vós começou a boa obra há de concluí-laaté o dia de Cristo Jesus...” (cf. Fl. 1:6).

Não ouse desistir jamais, pois quandonosso Senhor chegar haveremos de ouvir aspalavras: “servo bom e fiel...” (cf. Mt.25:21)e haveremos de falar como Paulo: “combati obom combate, acabei a carreira, guardei afé...” (cf. 2 Ti. 4:7).

Avanço ou retrocesso

Segundo estimativa de Jon Dybdall23 entre35 e 40% dos membros da IASD estão estagnadosna fase 2 e outros 40% nafase 3. Apenas uns 20 a 25%conseguem alcançar a fasede maturidade.

Segundo estaestimativa, boa parte daigreja estacionou em algumafase do desenvolvimento. Écomo se alguém estacionassena adolescência, como diz apsicologia: fixação na adolescência ou fixaçãona fase oral...

Como podemos avançar para a últimapregação vigorosa do evangelho com estabagagem? Como acelerar o passo desta enormeembarcação chamada igreja, quandoaproximadamente 80% da tripulação está doentee incapacitada de trabalhar?

É necessário pôr-se em íntimo contato com o povomediante esforço pessoal. Se se empregasse menos tempo a pregar sermões, e mais fosse dedicado a serviço pessoal,

40

40

20

Situação IASD Mundial

LegalistasDecepcionadosMaduros

Um ministério como o de Jesus serianecessário. Ele gastou mais tempo curando doque pregando e muito mais tempo aindadiscipulando. Vinte e quatro horas por dia eleinvestiu nos seus discípulos. Ele lhesensinava os detalhes de seguir-Lhes os passos,capacitando-os para fazerem a parte dotrabalho que lhes coubesse e delegassem outraparte para outros discípulos que eles iamfazendo ao longo da jornada, que eles por suavez capacitariam.

Pessoas são chamadas para serem cristãs eem seu processo de desenvolvimento, não sabemexatamente como ser cristãs no começo ou o quefazer para que o desenvolvimento espiritual epessoal ocorra de maneira mais efetiva. Amaioria não sabe como alcançar aquela vida queJesus prometeu em João 10:10, “eu vim para quetenham vida e a tenham em abundância!”

Do outro lado, cristãos mais maduros sãochamados para desenvolverem aquilo que já têm.Cristãos que conhecem Jesus a mais tempo sãochamados a ajudarem aqueles que estão dando osseus primeiros passos na fé.

Não há bom momento para este chamado deDeus. Ele nunca vem em hora conveniente – pois

nós estamos sempre ocupados com outras coisas.Ninguém de fato está preparado – então adesculpa: “eu não estou preparado!” nãoadianta para Deus, pois Ele nos chama quandoEle acha que devemos dar passos adiante.

Quando um cristão que já está na igrejahá algum tempo se nega a atender ao pedido deDeus de servir de mentor/ discipulador na vidade outro cristão, todo um processo pára e aobra de Deus fica prejudicada. Avançar emconfiança ao chamado de Deus, é o queprecisamos fazer. E ao sentir no meio dajornada que não temos provisão suficiente,começamos a ler e estudar, a orar mais e nosaconselhar com os mais experientes. Deus nosvai guiando e capacitando naquilo que falta aolongo do caminho.

Gosto de comparar este assunto quandoinserido dentro do conflito entre o bem e omal da seguinte maneira: Vejo como que se Deuse o diabo estivessem em uma disputa e quando odiabo precisa de ajuda de seus aliadoshumanos, ele os envolve com as suas seduções eeles lhe obedecem, quando ele quer atacar oudestruir. Quando chega a vez de Deus fazer osseus movimentos e Ele precisa contar com osSeus aliados, eles de repente têm outrosplanos. “eu não quero, já fiz outros planos!”Dizem. Ou “eu não posso agora, não éconveniente neste momento, mais tarde quemsabe!” E Deus fica abandonado tendo que

resolver situações complicadíssimas que Elehavia decidido nos envolver.

As Duas Dimensões da MissãoA igreja tem uma missão corporativa a

cumprir. O Reino de Deus precisa ser divulgadoe estabelecido pelo mundo afora. Há uma ordemdada por Jesus que precisa ser cumprida porcada pessoa, bem como por Sua igreja aqui naTerra: “Indo, fazei discípulos, batizando-os eensinando-os todas as coisas que vos tenhoensinado.” Mt. 28:19-20.

Figura

Estamos falando de duas dimensõesespecíficas aqui: 1) a dimensão pessoal quese refere à realização pessoal do Cristão comotal, bem como o seu desenvolvimento; e 2) adimensão corporativa que se refere à funçãoprofética e proclamadora de cristãos emcoletividade, aquilo que chamamos como igreja.

Partimos do pressuposto de que tanto oindivíduo como a igreja como um todo precisamser capacitados e treinados. A igreja por setratar de um corpo vivo sujeito a constantesmudanças em um mundo ao seu redor que muda eprecisa ser abordado em sua dinâmica. Oindivíduo por se realizar mais e experimentaro Evangelho e o próprio Salvador com maiorintensidade e profundidade quando estátreinado e capacitado nas diversas áreas queenvolvem a fé Cristã.

Ao irmos ensinando, batizando, indo pelavida com as pessoas, o cristão é chamado afazer outros discípulos. Aqueles que estãomais avançados no conhecimento do Senhor devemajudar aqueles que estão mais novos na fé aencontrarem plena realização, sentido de vidaem Jesus Cristo e gosto pelo serviço a Deus eao próximo.

Não há obra que seja mais importante doque esta para a igreja. Nada que a igreja façadeve perder de vista o foco de fazerdiscípulos.

Buscar os descrentes ensinar-lhes osfundamentos do evangelho e por meio daliderança espiritual, que se expressa por meiodo pastoreio, treinamento e envolvimentoprático, o discípulo recém-batizado precisaseguir aos próximos patamares dodesenvolvimento espiritual.

Aqui serão apresentadas cinco fases dodiscipulado como o entendemos. Durante estediscipulado ocorre o avanço da pessoa desdeseu estado de separação de Deus, até àmaturidade em Jesus Cristo quando o crentevive o seu ministério e lidera outras pessoaspara exercerem o seu ministério.

Figura /?????

A igreja precisa ser organizada para conduzir as pessoas por estas cinco fases (cf.fig. 04). O ambiente precisa estar propício para que todos (ou pelo menos a maioria) queiram e possam progredir para os próximos passos.

Fase Input Resultado Quando Observação

Mundo Estudo bíblico

Entusiasmo por Cristo e batismo

-

A pessoa no mundo, encontra Jesus e inicia a jornada c/ Cristo, p/meio do estudo da Bíblia. A pessoa é conduzida ao batismo.

Batismo Pastoreio,amizade e ensino

Crescimento em Cristo e amor pela

No 1°ano deigreja

A pessoa batizada enfrentaas lu-tas relativas à sua decisão, preci-sa de apoiopastoral/material. De-ve

igreja aprofundar seu conhecimento de Deus.

Membro integrado

Treinamento e capacitação

Sentido epropósitode vida em Cristo

No 1°ano deigreja

Integrado na igreja o discípulo precisa descobrir p/quê Deus o criou, o propósito de sua vida. Aqui cabe o teste dedons e capacitação.

Membro capacitado

Envolvimento práticoserviço

Serviço como estilo devida em Cristo

No 1°ano deigreja

Capacitado nas atividades de seu dom, o discípulo aprende a servir onde chamado, apesar de concentrar-se em seu(s) dom(ns).

MinistroLiderança em um ministério

Maturidade em Cristo

Depoisdo 1°ano

Conhece o propósito de Deus para sua vida. Como ministro ele não é in-falível. Serve com alegriasuportando as pressões/ oposições ligadas ao ministério sem perder o ânimo ou a fé.

Tabela 1

Aqui uma série de perguntas emerge queprecisam ser respondidas com honestidade, paraque a igreja local possa ser o mais eficazpossível.

A igreja tem uma estratégia que leva aspessoas que vão se unindo a ela de um ponto aooutro em seu desenvolvimento espiritual? Asestruturas que temos hoje conduzem para estedesenvolvimento espiritual fase a fase? Todosos membros da igreja conhecem o processo dediscipulado? Os membros sabem que depois dobatismo existem outras fases a percorrer? Oambiente da igreja está propício para a buscado crescimento? O ministério na igreja local

(pastor, anciãos, os diversos departamentos)está mais voltado para um ministério deexpansão ou de manutenção?

Alguns Efeitos do Discipulado sobre o Discipulador e o Discípulo

Fase Discipulador Discípulo

Estrutura da Igreja Local:Estruturar a igreja local de tal maneira

que ela esteja saudável e que o ambiente queela ofereça seja propício para odesenvolvimento dos discípulos de Jesus é atarefa principal da igreja e do líderespiritual.

Descobrir os caminhos que cada igrejalocal quer, gosta e precisa percorrer é tarefado líder. O líder espiritual precisa elaborarum plano estratégico, para que todos osesforços de sua igreja conduzam para este alvo

Empatia

e a ela tenha um crescimento sustentável eequilibrado.

Este plano não pode ser copiado de outraigreja ou imposto por força de autoridadesobre qualquer igreja. Precisa ser original eprecisa ser discutido com a participaçãovoluntária de todos os interessados eparticipantes.24

Líderes de igreja carecem às vezes deinstrumentos de discussão. Quando hánecessidade de implementar mudanças na igreja

local, muitas vezesficamos desajudados econfusos com ascríticas e forçascontrárias. Umaferramenta muito útil éo ciclo de discussãoapreciativa 4D.

Figura 3

O discipuladoprecisa serincorporado na igrejapor meio de discussõespositivas envolvendocada membro da igreja

O ciclo “4D” é a maneira adequada de discutir os assuntos em um ambiente de voluntários como a igreja. Este ciclo desperta a disposição dos voluntários, gera apropriação da visão, atrai recursos como consequência da apropriação e mantém um clima de camaradagem e apoio mútuo. Lembre-se que como igreja precisamos avançar em unidade (cf. Jo. 17:22-23).Descoberta: é a fase em que o grupo define o estado atual de maneira apreciativa.Devaneio: esta fase poderia ser

ou distrito produzindo uma visão comum. Aquinão valem as receitas, que tanto usamos emnosso meio. Qualquer experiência que setransporte de 1 para 1 de uma igreja paraoutra será muito limitado em seu alcance. Osmembros precisam apropriar-se deste plano eincorporá-lo em suas mentes e corações.

Os elementos necessários para que talplano seja bem sucedido e as pessoas sejamconduzidas de fato pelas alamedas dodiscipulado em crescimento são: Clareza,movimento, alinhamento e foco.25

1) Clareza: é a habilidade do processo sercomunicado e entendido por todas aspessoas, quer sejam membros antigos ourecém batizados.

2) Movimento: é a seqüência de passos oufases pelas quais as pessoas serãomovidas para áreas de comprometimentomais profundas (cf. fig. 2).

3) Alinhamento: é a organização e arranjodos departamentos, ministérios elíderes ao redor do mesmo processo dedesenvolvimento no discipulado (veja anecessidade do ciclo de discussões 4D).

4) Foco: é o compromisso de abandonar tudoque não coopere com o processo de fazerdiscípulos e de conduzi-los pelassendas do crescimento em Cristo. Istopode desafogar algumas atividades naigreja, que têm se multiplicado,

causando algumas vezes confusão,frustração e descontentamento.

Todos os membros de sua igreja conhecem oseu plano de discipulado? O ambiente de suaigreja está propício para a busca docrescimento pessoal e corporativo? O que vocêpode fazer para tornar a sua igreja abertapara o crescimento em Cristo?

Uma estratégia, com respeito à vocação daigreja local, para que esta se tornerelevante, precisa ser construída comentendimento e envolvimento de todos.

Crie um plano de discipulado que sejamorientados por estes 4 elementos.

Comprometimento pessoal com a IASD:A igreja local não pode falhar em

oferecer um modelo simples de discipulado, comfases claras e orientando todos os

departamentos eministérios daigreja paraauxiliarem com umbom desempenhodeste ciclo navida de cadadiscípulo.

Mas como todainiciativa requerum bom diagnósticoda realidade, como

Figura 4

discutimos acima, um bom ciclo de discussão euma boa ação, o líder precisa conduzir aigreja a uma boa reação.

Criar um ambiente saudável, cooperativo ede relacionamentos abertos, propicia uma boaresposta da igreja, quando ela é envolvida numprojeto.

O líder espiritual precisa desfrutar deuma boa reputação26 na igreja, de tal maneiraque a igreja se sinta atraída pelo plano.

A seqüência ao lado (cf. figura 4) mostracomo o desenvolvimento espiritual da igrejapode ocorrer com maior eficácia possível. Odiagnóstico foi feito de maneira adequada, asações empreendidas para fazer frente aodiagnóstico são as mais apropriadas e aresposta dos envolvidos é a melhor.

Pode, no entanto haver interrupção emqualquer ponto deste círculo. O Líder preferecrer que não seja nem no diagnóstico, nem naação empreendida. Ele tende a achar problemasna reação dos envolvidos.

Acha-se facilmente expressões como “faltade comprometimento”, “falta de envolvimento”,“falta de motivação”. Creio particularmente naidéia de Wilkinson:27 “se o aluno não aprendeué por que de fato o professor não ensinou.” –se a igreja não seguiu (não cresceu, nãoalcançou as suas visões, não desenvolveu umciclo claro de discipulado, etc.) o líder defato não liderou.

O que pode impedir então que pessoassejam envolvidas no trabalho na causa de Deus?O que poderia parecer uma boa ação que recebeuma má reação da igreja?

IndividualidadeO pós-modernismo é criticado por alguns

de seus aspectos, mas um acréscimo que eletrouxe foi uma percepção mais detalhada doindivíduo.

Ao tentarmos envolver pessoas no trabalhodo Senhor, precisamos lembrar de que iremostrabalhar em grupos menores com tarefas maisespecíficas. Precisamos entender o que envolvee motiva as pessoas.

Uma maneira certa de errar é tentarenvolver a igreja como um todo. As pessoas sãodiferentes e têm propensões diferentes, têmpersonalidades e dons diferentes e sãomotivadas e envolvidas de maneira diferente.

Alguns dos pontos que veremos a seguirsão: 1) a motivação e como pessoas sãomotivadas, 2) a variedade de personalidades ecomo cada uma é motivada e 3) os diversos donse o seu envolvimento.

Motivação e Comprometimento

A teoria de discussões positivas “4D”, deplanos e estratégias, tudo parece muito bom efácil no papel. Naprática o clamor doslíderes é sempre omesmo: “como motivar aigreja?”; “como arrancara igreja da letargia dosabatismo?”28; “comoenvolver a igreja emalgo que ela mesmaficará contente eagradecida depois de tersido envolvida?”

Este material temcomo objetivoproporcionarinstrumentos que visamfacilitar a prática daliderança e doenvolvimento da igreja para sua maioreficácia, a realização de seus membros eglorificação de Deus. Portanto a teoria é aquiapresentada para que tenha efeito prático, pormais que o estudante terá que experimentar naprática os conceitos aqui propostos, paraadequá-los à realidade que irá enfrentar.

Comprometimento e integridadeVocê sabia que temos a tendência de

quebrar menos os compromissos que fazemos com

5 dicas para crescer em comprometimento:1. Deixe bem claro para si

mesmo com o que você está se comprometendo para cada dia.

2. Faça um calendário de compromissos diário.

3. Aceite o fato de que aparecerão percalços entre você e seus compromissos e lide comeles.

4. Alegre-se e seja grato a Deus quando cumprir com seus compromissos.

5. Seja honesto com os seus limites e peça ajuda quando necessitar.

outros do que aqueles que fazemos conoscomesmos? Parece uma verdade desconfortável, masparece que é assim que funcionamos. Cremos queé mais fino colocarmos os outros na frente,pois caso contrário poderíamos ser vistos comoegoístas ou desagradáveis.

É um processo psicológico que se dá comoresultado de nossa cultura e tem como efeitocolateral o fato de que não achamos ser tãoimportante nos comprometermos e mantermos osnossos compromissos pessoais.

Pode haver certa má compreensão daafirmação de Jesus: “...amarás ao teu próximocomo a ti mesmo...” (cf. Mc. 12:31). O padrãoproposto por Jesus é que você precisa aprendera amar-se primeiro que então você estará aptoamar o seu próximo.

Mas é compreensível que nos comprometemosmais com outros que conosco mesmos, pois aresposta e o controle estão fora de nós epodem ser mais facilmente medidos eprincipalmente recebemos um feedback maispronto. Imagine a pessoaque se compromete a fazercoisas e sempre falha, logoserá deixado de lado. Comonão gostamos desta rejeiçãosocial, a maioria daspessoas se esmera emcumprir com os compromissos assumidos.

- Há pessoas que mesmoquando se comprometem e assumem funções e tarefas não as cumprem.- Há pessoas que nuncase comprometem e sempre fogem à

Compromissos que fazemos conosco mesmos,por outro lado, têm apenas a consciênciaprópria como tribunal de contas. Facilmenteentramos no vício da procrastinação que minarapidamente a inteireza (integridade) de nossocaráter. Comprometimento e integridade estãointimamente ligados.

IntegridadeO que é integridade? Como desenvolvê-la?Ser íntegro é ser inteiro. É poder

confiar em si mesmo esaber que a sua própriapalavra vai ser cumprida.

É aprender a não serapenas em parte.Integridade se referetanto ao aspecto deinteireza, de sercompleto em suascapacidades, funções ecomo comumente usado o termo: inteireza moral.

Trataremos o termo integridade como oelemento de convívio próprio sadio, que nafalta provoca uma ruptura interior, e a pessoapassa a ser uma coisa e fazer outra, ter umacoisa e viver acima daquilo que tem, vivercomo se fosse outra pessoa e comportar-se comotal.

Esta é a especialidade de atores.Dependendo do momento, com caras e gestos se

Como crescer em integridade: Comece a observar-se e comparar com Jesus. Medite nEle. Reconheça onde você está.Ore por forças para a luta. Comece fazendo promessas pequenas a vocêmesmo e cumpri-las. Cumpra cada coisa que você promete. Vá

fazem passar por algo que nem de longe são...Vivem um papel com uma condição financeira quena realidade não têm.

Não é assim com cristãos e especialmentelíderes espirituais. Se Deus precisasse deatores para atuar em Sua obra, Ele os teriachamado para a liderança espiritual.

Querer ser o que outros são, ter o que osoutros têm, invejar, tentar ser o que não seé, é falta de integridade. O que você é e oque você finge ser repartem seu caráter aomeio.

O que você e fato tem e o queinsistentemente deseja ter, faz você viver eexistir num patamar fora de sua real realidadee rasga o seu ser ao meio, deixando brechasque são exploradas pelo inimigo produzindoresultados visíveis em pessoas semintegridade.

Há pessoas que não conseguem viverpacificamente com a sua própria realidade equerem viver a de outrem. Vivem angustiadasentre aquilo que gostariam de ser/ter/fazer eaquilo que a sua realidade lhes oferece defato.

Quando falo de integridade, falo de umavida que é o que é. Sem fissuras, sempretensões, sem fingimentos, sem ilusões, semdesilusões, sem máscaras.

Sintomas de integridade: Quando vocêdecide fazer algo, você o faz. Quando percebe

que está além daquilo que pode/consegue fazerou ser ou ter, você não promete, mas seempenha a crescer para alcançar o patamar quelhe foi exigido. Se prometer, paga o preço ealcança aquilo por meios lícitos e honrosos.

Sintomas da falta de integridade:constante atraso, desculpas, promessas nãocumpridas, desânimo, mentira... No fim, vidadupla e hipocrisia.

Jesus não pode fazer nada para resolver oproblema da hipocrisia. É só você que tem queabandonar (cf. Sl. 32:1-2 – dolo em Hebraico:remiyah = falta de integridade, falsidade).

Esta maneira que a nossa cultura nosimpele a ser de colocar os outros primeiro demaneira inconsciente, não é, para muitos nadamais e nada menos do que uma tática deretardo, de auto-sabotagem, quando queremosvalidar a falta de integridade por uma polidezinconsciente.

Comprometimento OrganizacionalEsse é um conceito que descreve o vínculo

organizacional do indivíduo com umainstituição. O vínculo pode ser estabelecidode várias formas. De acordo com DelaColeta(2003) o comprometimento pode serdescrito como o envolvimento com a organizaçãoque incita a realizar um esforço considerávelem prol da empresa, sendo este afetado pelanatureza do vínculo.

De acordo com Bastos (1993) o vinculoorganizacional (Comprometimento) pode ter 5abordagens encontradas normalmente naBibliografia:

1.Afetivo, também chamado atidudinal: oindivíduo se identifica com a organizaçãoe com os objetivos dela e deseja manter-se como membro, de modo a facilitar aconsecução desses objetivos. Ocomprometimento afetivo é aqueleassociado à idéia de lealdade, desejo decontribuir, sentimento de orgulho empermanecer na organização.

2.Calculativo ou instrumental:comprometimento como função dasrecompensas e dos custos pessoais,vinculados à condição de ser ou nãomembro da organização. O comprometimentoseria fruto de um mecanismo psicossocialde trocas e de expectativas entre oindivíduo e a organização, em aspectoscomo salário, status e liberdade.

3.Sociológico: relação de autoridade e desubordinação. O comprometimento dotrabalhador se expressa no interesse empermanecer no atual emprego porquepercebe a legitimidade da relaçãoautoridade/subordinação. Desta forma, osindivíduos levam para o trabalho tantouma orientação para seus papéis desubordinados, quanto um conjunto de

normas que envolvem os modos corretos dedominação.

4.Normativo: internalização de pressõesnormativas de comportamento.

5.Comportamental: manutenção dedeterminadas condutas e de coerênciaentre seu comportamento e as suasatitudes. O comprometimento “pode serequiparado com sentimentos de auto-responsabilidade por um determinado ato,especialmente se eles são percebidos comolivremente escolhidos, públicos eirrevogáveis”. Desta forma, as pessoastornam-se comprometidas a partir de suaspróprias ações, formando um círculo deauto-reforçamento no qual cadacomportamento gera novas atitudes quelevam a comportamentos futuros, em umatentativa de manter a consistência. Mulller e Cols (2005) estudaram o

comprometimento organizacional emsupermercados tentando descrever a correlaçãoentre Comprometimento Organizacional e oatingimento dos objetivos da empresa.

De acordo com Pinto Jr (2001),dentre ospreditores de Desempenho as caracteristicas dovinculo do individuo com a organização é umdos mais fortes. Sendo assim, ComprometimentoOrganizacional é um dos preditores importantesde desempenho organizacional. Ascaracterísticas de personalidade não tem

grande significado no desempenho quandocomparado com suporte material, suporte dochefe e Compromentimento.

Motivação pelos olhos da ciênciaDestacaremos alguns capítulos do livro de

Edward Deci, Por que fazemos o que fazemos29 um dosautores de maior destaque nesta área, mas quenão dispensa outros artigos científicos elivros publicados.30

Algumas perguntas precisam serrespondidas: é possível motivar alguém? Éfunção de o líder motivar a igreja para umadeterminada tarefa, atividade ou para umavisão? Quanto uma pessoa, por mais competenteque seja, pode motivar outra pessoa que nãoquer ser motivada? Que materiais ouinstrumentos podem ser utilizados para umamotivação não-manipuladora e não-controladora?Qual a diferença entre motivação intrínseca eextrínseca? Motivação é o mesmo quecondicionamento? O que motivação tem a ver comtreinamento e membros de igreja e com o ciclode discipulado?

Motivação Intrínseca e Extrínseca:

Obstáculos e soluções: Há alguns obstáculos típicos para a

motivação da maioria das pessoas: 1) falta de capacidade de fazer o que se

está pedindo. Solução? “TEM”: Treinamento,ensino, mentoreamento.

2) falta de coragem de tentar. Aqui temalgum medo que precisa ser trabalhado. Medo deerrar (sentimentos perfeccionistas). Solução:Se levamos em consideração 1 João 4:18, que“no amor não há medo”, pessoas que têm medoprecisam aprender a amar e ser amadas. Sãopessoas que pensam (motivadas por suaexperiência passada) que se não fizerem tudocerto, correm o risco de serem rejeitadas.

3) falta de liberdade. Solução? Quando aspessoas não se dispõe a se envolver em umaatividade proposta por este motivo, énecessário diminuir o grau de controle efiscalização. Dar espaço e condições para aspessoas desenvolverem atividades com suainiciativa e criatividade apoiando eorientando suas iniciativas, é a melhor saída.Às vezes estruturas têm que ser mudadas elíderes controladores têm que mudar de atitudeou às vezes o líder tem que ser mudado porinibir a iniciativa e motivação de uma igrejainteira.

4) falta de entender o projeto ouatividade. Solução: esclarecimento detalhado

do projeto ou atividade. Esclarecimento dadistribuição das funções e como cada funçãovai colaborar com o todo. Esclarecimento docronograma de trabalho, datas limites, etc..

5) falta de confiança. Pode ocorrer dehaver um clima de desconfiança ou de inveja.Solução: confiança gera confiança. Trabalharcom pessoas desconfiadas de outros ou de simesmas precisa de um líder que mostreconfiança.

6) falta de criatividade. Geralmenteligado a ambientes controladores queprescrevem todos os detalhes do processo.Solução: diminuir o controle, aumentar aliberdade de ação, trabalhar com alvos finaisdeixando o caminho para alcançá-los para cadaum com sua criatividade.

Necessidades pessoais e motivação Abraham Maslow (1909 – 1970). Os degraus

da pirâmide Maslow são:Necessidades fisiológicas:As necessidades fisiológicas são satisfeitasmediante comida, bebidas, sonho, refúgio, arfresco, uma temperatura apropriada, etc… Setodas as necessidades humanas deixam de sersatisfeitas então as necessidades fisiológicasse transformam na prioridade mais alta. Seoferecerem a um humano soluções para duasnecessidades como a necessidade de amor e ofome, é mais provável que o humano escolha

primeiro a segunda necessidade, (a de fome).Como resultado, todos os outros desejos ecapacidades passam a um plano secundário.Necessidades de segurança:Quando as necessidades fisiológicas sãosatisfeitas então o ser humano se volta paraas necessidades de segurança. A segurança setransforma no objetivo de principal prioridadesobre outros. Uma sociedade tende aproporcionar esta segurança a seus membros.Exemplos recentes dessa perda de segurançaincluem a Somália e o Afeganistão. Às vezes, anecessidade de segurança ultrapassa anecessidade de satisfação fácil dasnecessidades fisiológicas, como passou, porexemplo, os residentes de Kosovo, queescolheram deixar uma área insegura parabuscar uma área segura, contando com o riscode ter maiores dificuldades para obter comida.Em caso de perigo agudo a segurança passa afrente das necessidades fisiológicas.

Necessidades de amor, Necessidades sociais:Devemos ressaltar que não é possível fazerequivaler o sexo com o amor. Mesmo que o amorpode se expressar como parte sexualmente, asexualidade pode em momentos ser consideradasó na sua base fisiológica.

Ver livro sobre motivação do Altair

Necessidades de estima, Necessidade de Ego:Isto se refere à valorização de um mesmo

outorgado por outras pessoas.Necessidades do ser, Necessidades de

Auto-estima é a necessidade instintiva de um ser humano de fazer o máximo que pode dar de si, suas habilidades únicas. Maslow o descrevedesta forma: “Um músico deve fazer música, um pintor, pintar, um poeta, escrever, se quer estar em paz consigo mesmo. Um homem (ou mulher) deve ser o que pode chegar a ser. Enquanto as anteriores necessidades podem ser completamente satisfeitas, esta necessidade é uma força impelente contínua.

Motivação:

Maslow nos oferece vários códigos no âmbito da motivação. Se quisermos motivar às pessoas que temos a nosso ao redor devemos buscar que necessidades têm satisfeitas e tentar facilitar a consecução do degrau superior imediatamente.

Outro elemento que pode influenciar na motivação que uma pessoa tem está ligado à suapersonalidade e temperamento.

1 Sermão “Temple 1” pregado em 28 de Agosto de 2009 pertencente à série de sermõesintitulada “The Temple” iniciada nesta data.

2 Estamos considerando 20.000 gotas por litro de água. O Maracanã tem forma ovalsendo que a medida do eixo maior é de 317 metros e a do menor 279m e sua altura noponto mais alto é de 32m.

3 Barrett, David V. World Christian Encyclopedia. 1982. P ????

4 Ver citação com Jean Zukowski. http://answers.google.com/answers/threadview?id=320929http://www.paradisecafediscussions.net/printthread.php?tid=1925http://en.wikipedia.org/wiki/Adventism

5 Nenhuma destas tabelas corresponde com a realidade do que aconteceu. OCrescimento se dá menos ordenado do que o ritmo descrito uniforme descrito nestastabelas. Aliás o crescimento de igreja não se submete a nenhum padrão préestabelecido, como diz o apóstolo Paulo em I Co. 3:7 e 8: “Eu plantei; Apolo regou;mas Deus deu o crescimento. De modo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o querega, mas Deus, que dá o crescimento.”

6 George, Carl F. How to Break Growth Barriers. Grand Rapids, MI: Baker Books House, 1993, p.18.

7 George, Carl F. How to Break Growth Barriers. Grand Rapids, MI: Baker Books House, 1993, p.18.

8 Apelo Urgente por Reavivamento e reforma, discipulado e evangelismo veja:http://reavivamentoereforma.com/apelo-urgente-por-reavivamento-reforma-discipulado-e-evangelismo/

9 Veja: http://reavivamentoereforma.com/o-que-e-reavivamento-e-reforma-espirituais-pastor-alberto-r-timm/

10 White, Ellen G. Atos dos apóstolos. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002, p.12.

11 Deci, Edward. Por que fazemos o que fazemos. ????????

12 Estamos generalizando uma informação que é pertinente a regiões tanto na área daigreja mundial como na área de nosso país e nossa divisão. Conforme a secularizaçãoe a pós modernização da sociedade vai avançando em certa região, conforme oconforto produzido pela prosperidade vai avançando, menor vai se tornando o zelomissionário nesta região.

13 Monteiro, Rafael Luiz. Discipulado: Caminho de renovação e Crescimento para a Igreja.Engenheiro Coelho, SP: UNASPRESS, 2004, p.11-127.

14 Friberg, Barbara e Friberg, Timothy. Novo Testamento Grego Analítico. São Paulo:Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1987, p.105.

15 Rienecker, Fritz e Rogers, Cleon. Chave Lingüistica do Novo Testamento Grego.São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1985, p.65.

16 Pós-cristianismo é a disposição geral de uma nação ou população que incomodadacom a corrupção, abuso de poder, hipocrisia e falta daquilo que basicamente ocristianismo se propôs a propagar, se volta contra o cristianismo, considerando-ocomo origem de todos os males. A nação começa a combater o cristianismo por nãoentender que há algum benefício nele. Como Jesus falou: “Se a luz que há em ti sãotrevas, quão grandes trevas serão.” (cf. Mt. 6:23).17 Smith, Fred H. La Dinámica del Iglecrecimiento. Miami FL: Editorial Caribe, 1993, p.22.

18 http://www.theopedia.com/Ecclesiology. Pesquisado em 10 de Fevereiro de 2008.

19 Ibid.

20 Schwarz, Christian. Desenvolvimento Natural da Igreja. Curitiba – PR: Editora EvangélicaEsperança, 1996, p. 25.

21 Clinton, J. Robert. The Making of a Leader. Colorado Springs, CO: Navpress, 1988, p. 44.

22 Peck, M. Scott. The Different Drum: Community making and Peace. New York: Touchstone Editions,1987, p. 187.

23 Dybdall, Jon. Spiritual Formation. Anotações de sala de aulas no programa de D.Min. da Andrews parapastores da Divisão Trans-Européia no Newbold College em Julho de 2002.

24 Malphurs, . Strategic Planning.

25 Rainer, Thom S. & Geiger, Eric. Simple Church. Nashville, TN: B&H PublishingGroup, 2006, p.68.

26 O termo reputação não está sendo aplicado exclusivamente com o sentido moral comque geralmente o termo está sitiado nos meios “igrejeiros”. O termo aqui é usadomais no sentido de ter ascendência sobre a igreja. A igreja respeita e admira o seulíder, por que ele a conquistou. Se o líder está “queimado” na igreja, dificilmentevai conseguir uma boa reação, mesmo frente a um bom diagnóstico e boa açãoproposta.

27 Wilkinson

28 Sabatismo esta sendo utilizado aqui como a prática de ir apenas aos Sábados àigreja, sem comprometimento com a causa Adventista que é ver o breve retorno deJesus Cristo.

29 Deci, Edward L. Por que fazemos o que fazemos. São Paulo: Editora Negócios, 1998.

30 BERGAMINI C. W. Motivação. São Paulo, Atlas, 2ª ed.,1989.

CASTRO,A .P. de. Automotivação: como despertar esta energia e transmiti-laàs pessoas. São Paulo, Campus, 4ª Reimpressão,1996.CHIAVENATO,I. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro, Campus,1999.HERING S. de Q. Motivação dos quadros operacionais para a qualidade sob oenfoque daliderança situacional. Dissertação de Mestrado de, Engenharia deProdução- PPGEP, UFSC, 1996.KONDO Y. Motivação Humana: um fator chave para o gerenciamento. São Paulo3ª ed.,Gente,1991.LOPES J. D. P. Os estilos gerenciais e suas implicações na motivação dosfuncionários: um estudo de caso. Dissertação de mestrado, Engenharia deProdução- PPGEP, UFSC, 1999,Florianópolis/SC.MAHER, J. R. e PEIRSOL D. T. Coletânea de pesquisadores sobre Motivação.,da IBM World Trade Corporation, da Divisão de Registro de Informações daIBM,EUA, Teorias de Motivação. São Paulo, Fundação Cenafor, 1988.MASLOW A . H. Maslow no Gerenciamento. Rio de Janeiro, Qualitymark, 2000.

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